Este documento descreve a história do Liceu Afonso de Albuquerque na Guarda, Portugal, desde a sua criação em 1848 até suas novas instalações em 1969. Começou funcionando em locais provisórios e mudou de nome e local várias vezes ao longo dos anos. Finalmente, em 1969, mudou-se para um novo edifício permanente construído no Parque Florestal da cidade.
Acessibilidade, inclusão e valorização da diversidade
Liceu Nacional da Guarda
1. Liceu Afonso de Albuquerque
Designações:Designações:
Nome de origem:Nome de origem: "Liceu Nacional da Guarda"
Em 1884:Em 1884: "Liceu Central da Guarda"
Em 1894:Em 1894: "Liceu Nacional da Guarda"
Em 1918:Em 1918: "Liceu Central da Guarda"
Em 1919:Em 1919: "Liceu Central de Afonso de
Albuquerque"
Em 1936:Em 1936: "Liceu Nacional da Guarda"
Género:Género:
No início:No início: Liceu Masculino
A partir do final do sécA partir do final do séc
XIX:XIX: Liceu misto
Criação:
Tal como muitos outros liceus em Portugal, de acordo com a reforma de
Passos Manuel, este distrito também foi contemplado com um liceu. O seu
inicio de funcionamento não foi imediato. Este só começou no ano lectivo de
1848/49 e com muitas dificuldades. O liceu foi instalado desde 1848, no
edifício do Governo Cívil. Neste apenas havia uma secretaria e era utilizado
para a realização de exames. As aulas ainda eram realizadas em casa dos
professores. Para além deste liceu, havia algumasescolas particulares, uma no
concelho de Figueira da Castelo Rodrigo onde se leccionava Gramática Latina
e outra em Pinhel onde se leccionava Filosofia Racional e Teologia Moral.
Em 1856/57, o liceu passou a leccionar as disciplinas de Gramática Latina;
Aritmética; Geometria; Filosofia Racional e Moral; Oratória; Poética e
Literatura Clássica; História; Cronologia e Geografia.
Desde a sua criação, o liceu sempre se chamou Liceu Nacional da Guarda, e
em 1919 passou a chamar-se Liceu Central de Afonso de Albuquerque.
2. Em relação aos alunos, de inicio, este tinha cerca de 70 alunos e a partir
do ano de 1900, número de alunos foi sempre aumentando. Para este aumento
gradual, contribuiu também a entrada de raparigas para o liceu.
Instalações:
Localização:Localização:
No início:No início: instalações provisórias
Em 1855:Em 1855: Aulas nos domicilios dos professores
Em 1856:Em 1856: Casa no Largo de S. Vicente
Em 1860:Em 1860: Dependência no edifício do Seminário
Em 1884:Em 1884: Piso térreo do novo edifício do Governo Civil
Em 1891:Em 1891: Ala nascente do edifício do Governo Civil
Edifício construído para o LiceuEdifício construído para o Liceu
Em 1927:Em 1927: Junto ao Castelo, sobre as ruínas do Convento de Santa Clara
Edifício construído para o LiceuEdifício construído para o Liceu
Em 1969:Em 1969: Parque Florestal
Só a 3 de Agosto de 1855 entrou formalmente em funcionamento o Liceu
Nacional da Guarda. O ano de transição na vida e funcionamento do liceu,
aconteceu no ano lectivo de 1856/57, pois foi neste ano que começou a haver
alguma organização na constituição do corpo docente e nas instalações, que
deixaram de funcionar na casa dos professores e passaram a funcionar em
edifícios públicos.
Neste período, as constantes mudanças fizeram desaparecer documentos
importantes para a reconstituição histórica do liceu. O primeiro edifício do
liceu, foi até à data de 1860, um edifício localizado no Largo de S. Vicente.
3. O mobiliário escolar era muito escasso, principalmente até ao ano de 1884.
Neste mesmo ano, o liceu recebeu de uma Companhia o Porto algum
mobiliário, nomeadamente bancos, carteiras e mesas de desenho. Cinco anos
depois, o liceu adquiriu material para o gabinete de Física. Nesta altura, é
publicado que a duração do curso liceal seria de cinco anos, e assim criou-se
mais uma disciplina de Linguas Estrangeiras. O ensino das disciplinas de
Desenho e Introdução às Ciências Naturais começou a ser leccionado no ano
lectivo de 1871/72.
Em 1860, o liceu foi transferido para as instalações do Seminário da
Guarda. Estas instalações eram centrais e adequavam-se perfeitamente em
termos de acessibilidade. No entanto, não tinha salas suficientes.
Em 1880, o curso passou a ter a duração de seis anos, quatro para o curso
geral e dois para o curso complementar. Havia cursos complementares de
Letras e Ciências. Devido a este facto, começaram a agravar-se os problemas
de espaço. Como o governo não tinha nunhum edifício disponível para o efeito,
este foi instalado no edifício do Governo Civil juntamente com este, em 1884.
Apesar de as instalações não serem apropriadas, o liceu ficou neste edifício
durante 43anos.
Como havia falta de verbas para construir um novo edifício, foram
realizadas obras de ampliação no edifício do Governo Civil. No final da
Monarquia foi feito um novo pedido para a construção de um edifício para o
liceu, pois havia um grande número de alunos a frequentar o liceu e as antigas
instalações já não suportavam tal número. No entanto, este pedido não foi
aceite. Em 1927, face à falta de espaço do edifício, foi cedido pela Câmara
Municipal, um edifício junto ao Castelo.
4. As novas instalações do liceu situavam-se num edifício abandonado que não
foi usado junto ao Castelo, sobre o Convento de Santa Clara. Este edifício
veio resolver alguns problemas de espaço existentes. Apesar disso, o edifício
encontrava-se em mau estado de conservação e houve então a necessidade de
realizar obras urgentes. Estas obras foram realizadas, mas uns anos mais
tarde, o edifício encontrava-se novamente em ruínas, o que fez com que se
apela-se novamente à construção de um edifício de raiz, pois o liceu
necessitava de uma biblioteca, laboratórios, ginásio. Foram então realizadas
obras, que foram de certa forma decisvas para a recuperação do edifício.
Estas obras fizeram adiar a construção do novo edifício.
Edifício onde funcionou o liceu desde 1927 e 1969
Em Dezembro de 1965, por iniciativa da Junta de Construções para o
Ensino Técnico e Secundário, foi aprovado o projecto para a construção do
novo edifício no Parque Florestal da cidade. No ano lectivo de 1969/70, foi
feita a transferência para as novas instalações.
5. Traços Liceais:
O dia 1 de Dezembro era a festa mais importante da Academia da Guarda.
Este liceu, tal como outros liceus tinha uma Tuna.
Em relação aos prémios escolares, é importante referir que o liceu da
Guarda promoveu várias distinções para premiar os alunos mais aplicados.
Eram também atribuídas bolsas ao melhor aluno do liceu.
Para além do 1º de Dezembro, comemorava-se o 10 de Junho e o Dia da
Raça. Um outro acontecimento importante eram as praxes académicas. Com
capa e batina percorriam a rua com os caloiros, fazendo serenatas às colegas
e sujeitando os caloiros a castigos e brincadeiras. É de referenciar que era
dada muita importância a este momento e ao convivío que gerava.
Praxe Académica (1936/37)
Relativamente às publicações do liceu, é de destacar os Relatórios e
Anuários dos reitores. A nível de jornais havia, O Riacho e a Expressão.
"A organzação de festas e comemorações estava impregnada de rituais de
uma praxe académica herdada da tradição universitária de Coimbra, bem
como um conjunto de actividades comemoracionais ligadas a datas com
conotações nacionalistas e apoteóticas encenadas, a partir do Estado Novo,
por organizações juvenis ligadas à Mocidade Portuguesa" (José Luís Lima
Garcia).
6. Conclusão:
"No seu longo percurso, o Liceu da Guarda almejou por instalações
definitivas, o que só veio a acontecer em 1969/70 com a construção de um
edifício de raiz nos terrenos da Mata Principal.
O problema de espaço e do clima, a instabilidade ocasionada por mudanças
sucessivas, as más condições físicas das instalações, as obras restantes e a
falta de habilitação específica dos professores, bem como o desenvolvimento
da população estudantil a partir do final do séc.XIX e a sua estabilização nos
anos 70, são aspectos marcantes na história da instituição(...) Figuras de
referência em todos os campos da vida social, militar e civil, exerceram
funções de responsabilidade e deixaram o seu nome ligado à história do liceu.
A produção literária e pedagógica não foi muito intensa ao longo de todos
estes anos de história de liceu, execptuando algumas experiências
jornalísticas. No entanto, a literatura oficial, resultante da escritura
obrigatória dos relatórios dos reitores, constituiu um importante foco de
informação"(José Luís Lima Garcia).
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Olga Pombo: opombo@fc.ul.pt