SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  53
Erion Junior de Andrade
R1 NEUROCIRURGIA – UNICAMP
Abcesso Cerebral
Abscesso Cerebral:
• Aspecto histórico
• Definição
• Epidemiologia
• Patogenia
• Aspectos Clínicos
• Diagnóstico
• Tratamento
• Casos especiais
História...
• Hippocrates “otorréia purulenta e deliurium”
• Primeira cirurgia com sucesso para um abscesso cerebral
por Morand (França) em 1752 em um abscesso temporo-
etmoidal
• “Pyogenic Disease of the Brain and Spinal Cord...”1893 –
William Macewen
• King 1924 – marsupialização
• Walter Dandy (1926) – aspiração
• Vincent (1936) – excisão completa
• Heineman et al (1971)- tratamento clínico com sucesso
História... • Henri II
• Morreu de uma lesão orbital
em uma luta de justas
• Não houve penetração do
cranio, mas a infeção se
disseminou formando um
abscesso cerebral.
História...
• Oscar Wilde
• Abcesso cerebral otogenico
Epidemiologia:
• 1500-2500 casos por ano no USA
• 2% das massas intracranianas / 8% em países em
desenvolvimento
• Idade mediana: 30-40
• 25% em crianças – origem otogênica
Condições Predisponentes:
• Imunossupressão:
AIDS, orgãos (esp.TMO), corticoterapia, neutropenia.
HIV é associado com abscessos causados por Toxoplasma
gondii e Mycobacterium tuberculosis.
Fungos são responsáveis por até 90% de abscessos cerebrais
entre receptores de transplantes de órgãos sólidos.
• Doença cardíaca congênita (com shunt DE)
• Fístulas AV pulmonares.
• Usuários drogas EV.
Fontes de infecção:
Disseminação osteomielítica por proximidade ou
trombofletite séptica de SÍTIO CONTÍGUO CRANIANO
(40-50%): otite media, sinusite, mastoidite, infecções
odontogênicas, infecções faciais ou do escalpo,
meningite (raro*)
Disseminação hematogênica de SÍTIO DE INFECÇÃO A
DISTANCIA (30%): infecção PULMONAR !!!
(bronquiectasiass, abscessos pulmonares),
endocardite, osteomielite, injeção with siringa não
estéril/ drogas.
Fontes de infecção:
• Trauma craniano penetrante
• Procedimentos Neurosurgicos (6-7 por 10,000
procesdimentos neurosurgicos limpos).
Fontes de infecção:
Brouwer MC “Brain abscess.” N Engl J Med. 2014 Jul 31;371(5).
Agentes etiológicos:
30-60% abcessos são infecções mistas!
1. streptococcos (esp. Streptococcus intermedius group – S. anginosus, S.
constellatus, S. milleri) 50-70% abscessos cerebrais.
2. anaerobic bacteria (pp Bacteroides) Otite Médica Cronica e Doenças
Pulmonares.
3. Staphylococcus aureus e Bastões G-após penetração craniana por
cirurgia ou trauma..
4. N.B. pneumococcos, meningococcos, Haemophilus influenzae são
RAROS.
5. Fungos são comuns em imunosupressos:
6. Aspergillus fumigatus – depois de transplante de órgõa,
granulocitopenia.
7. Candida – em terapia com corticóides, granulocitopenia, após
transplante medula óssea, usuários drogas EV.
8. Zygomycetes (mucormycosis) – granulocitopenia, usuários drogas EV.
9. Parasitas são comuns em imunosupressos.
Agentes etiológicos:
“Intact brain parenchyma is relatively resistant to
infection - in order for brain abscesses to form, there
must be pre-existing compromised area (ischemia,
necrosis, hypoxia) in brain tissue."
Etiopatogenia – estados patológicos:
Abscess formation evolves through FOUR STAGES (regardless of infecting organism):
Inflamação Necrose Supuração Cápsula
Etiopatogenia:
CEREBRITE PRECOCE (dias 1 a 3) – infiltração perivascular de PMNs,
plasmócito, e mononucleares; edela cerebral marcado.
CEREBRITE TARDIA (dias 4 a 9) – centro necrótico bem definido
alcança o tamanho máximo e é cercado por infiltrado
inflamatório de macrófagos e fibroblastos; neoformação
vascular entre o abscesso se formando; capsula fina
(fibroblastos e fibras reticulares ) gradualmente se desendolve;
area é circundada por edema cerebral.
FORMAÇÃO DA CÁPSULA PRECOCE (dias 10 a 13) – centro necrótico
diminui em tamanho; infiltrado inflamatório contém numero
crescente de fibroblastos e macrófagos; maturação de colágeno
pelos precursores da reticulina, formando uma capsula que é
mais desenvolvida no lado cortical do que o lado ventricular.
FORMAÇÃO DA CÁPSULA TARDIA (dia 14 e após) - centro necrótico
diminuído circundado por uma densa cápsula de colageno.
Etiopatogenia:
CEREBRITE PRECOCE (dias 1 a 3) – infiltração perivascular de PMNs,
plasmócito, e mononucleares; edema cerebral marcado.
Etiopatogenia:
CEREBRITE TARDIA (dias 4 a 9) – centro necrótico bem definido alcança o
tamanho máximo e é cercado por infiltrado inflamatório de
macrófagos e fibroblastos; neoformação vascular entre o abscesso se
formando; capsula fina (fibroblastos e fibras reticulares )
gradualmente se desendolve; area é circundada por edema cerebral.
Etiopatogenia:
FORMAÇÃO DA CAPSULE PRECOCE (dias 10 a 13) – centro necrótico diminui
em tamanho; infiltrado inflamatório contém numero crescente de
fibroblastos e macrófagos; maturação de colágeno pelos precursores
da reticulina, formando uma capsula que é mais desenvolvida no lado
cortical do que o lado ventricular.
Etiopatogenia:
FORMAÇÃO DA CAPSULA TARDIA (dia 14 e após) - centro
necrótico diminuído circundado por uma densa cápsula
de colageno.
LOCALIZAÇÃO:
frontal = temporal = parietal > cerebelar > occipital > tronco
cerebral, intrasellar, núcleos da base, tálamo
• Otogênico – lobo temporal (adultos), cerebelo (crianças)
• Sinugênico – areas frontais.
• Disseminação hematogênica– seguintes características:
Pp abscessos múltiplos
Disseminação pelo fluxo da artéria cerebral média – maior
fluxo sanguíneo – Lobos Parietais
Localização inicial (junção subst cinzenta – substancia branca).
Etiopatogenia:
Trichrome stain - light blue connective tissue in wall of organizing
abscess. Normal brain is at right and abscess at left:
Brouwer MC “Brain abscess.” N Engl J Med. 2014 Jul 31;371(5).
Etiopatogenia:
Etiopatogenia:
Etiopatogenia:
Source of picture: “WebPath - The Internet Pathology
Laboratory for Medical Education” (by Edward C. Klatt, MD) >>
.
Clínica – tríade clássica:
CEFALÉA
FEBRE
DÉFICIT NEUROLÓGICO AGUDO
Clínica:
• Lesão expansiva com efeito de massa com progressão rápida(
maioria dos pacientes em curso subagudo com sintomas
progredindo durante ≥ 2 semanas; podendo ser indistinguíveis
de encefalite/meningite:
PIC↑ - cefaléia hemicrania ou holocraniana prominente (MAIS
COMUM! - 70-90% pacientes), flutuações do nível de consciência,
vomitos, papiledema (RARO EM MENINGITE!).
Déficit neurologo focal (75% pacientes!) – crises convulsivas (focais
ou generalizadas) são particularmente prominentes!
Infecção – febre < 50% (i.e. pode ser mínimo ou ausente!!!); rigidez
nucal é presente em 25-50% pacientes.
Clínica:
Deterioração neurológica abrupta?
• Ruptura do abscesso na cavidade ventricular→
ventriculite & hidrocefalia, choque & morte.
• Ruptura para o ESA → meningite (aumento da
pressão liquórica, pleocitose 50,000/mm3,
hipoglicorraquia).
• Herniação cerebral
• Hemorragia espontânea
Por que os abscessos frequentemente
rompem para o interior dos ventrículos?
Diferença na vascularização entre a susbtancia cinzenta e
substancia branca  Maior proliferação de fibroblastos no
lado cortical  capsula menos formada na parede
ventricular  tendência a ruptura intraventricular.
Diagnóstico:
LCR – reação meníngea asséptica
CT de crânio com contraste:
lesão hipodensa com um realce em aneal fino,
denso e bem demarcado por área de edema.
Lumbar puncture is contraindicated - risk of herniation!
Diagnóstico:
RNM é o exame de escolha.
DWI tem especificidade de 96% para diferenciar de tumores
cerebrais.
Estágio de Cerebrite (MRI > CT):
area de hipointensidade (hiperintensidade em T2) com
margens indistintas e realce de contraste na periferia.
enhancing ring may appear at late cerebritis stage
before true capsule has been formed!
H: DELAYED SCAN (obtained 30 min. after IV contrast) -
contrast diffusion into low-density center of abscess (vs.
stage of formed true capsule - no inward diffusion of
contrast).
Diagnóstico:
MRS – ↑acetate, lactate, amino acids, alanine (and ↓NAA) - highly
suggestive of cerebral abscess (but adds little value in addition to DWI)
Diagnóstico:
Encapsulated stage: low T1 intensity (T2 hyperintense) lesion with diffusion
restriction surrounded by edema.
glucocorticoid use may alter appearance - only 40-60% reveal ring enhancement
Diagnóstico:
EEG – lentificação do traçado.
Identificação Etiológica:
procedure of choice - CT- / MRI-guided stereotactic abscess aspiration
(abscess is often sterile by time of operation).
blood cultures (positive in ≈ 10% cases*).
serum should be sent for antitoxoplasma IgG (in patients with AIDS).
*when hematogenous dissemination from remote site of infection is likely
etiology
pulmonary infection is found in ≈ 10% cases (chest X-ray is
mandatory for all patients!).
Blood – leukocytosis, ESR↑.
N.B. in significant number (≈ 40%) of patients, laboratory criteria for infection are
lacking!
Diagnóstico diferencial :
Diagnóstico diferencial :
Tratamento – Conduta cirúrgica:
Tratamento – Conduta cirúrgica:
• "Conduta ideal"
• Aspiração x Excisão pós craniotomia
• Pode ser realizada de maneira
estereotáxica/neuronavegação:
particularmente útil em áreas eloquentes
ou regiões inacessíveis.
Quando operar?
1. Lesão com efeito de massa significante
2. Dificuldade diagnóstica
3. Proximidade com o ventrículo
4. Evidencia de HIC
5. Abscesso fúngico
6. Associação com corpo estranho.
Quando realizar excisão por Craniotomia?
1. Abcessos multiloculados com falha da
aspiração.
2. Conteúdo gasoso.
3. Falha terapeutica.
4. Abscessos que resultam de trauma ou
fístula.
5. Abcesso cerebelar em jovem.
6. Suspeita de abcesso fúngico, tb,
“branching bacteria"(esp. Actinomyces,
Nocardia species)
Contraindicações:
1. Abcessos em fase de cerebrite
2. Abscessos em áreas eloquentes.
3. Abscessos múltiplos.
Tratamento – Conduta cirúrgica:
• Aspiração é a terapia de primeira linha
• Xiao et al reportou que outcome favorável não é diferente
entre as duas modalidades de tratamento. Entretanto
mortalidade é menor nos pacientes tratados com aspiração.
Aspiração Craniotomia
Ruptura IV com ventriculite – O que
fazer?!
Aplicação intratecal ou intravenosa de ATB.
DVE
Evacuação rápida com debridamento do abscesso por
craniotomia de urgëncia
Conduta medicamentosa
Indicações:
• Abcessos múltiplos.
• Meningite ou ependimite coexistente.
• Abscessos < 3cm.
Conduta medicamentos
Conduta medicamentosa:
TERAPIA EMPÍRICA PARA PACIENTES IMUNOCOMPETENTES:
METRONIDAZOL + cefalosporina 3G (CEFOTAXIME,
CEFTRIAXONE, CEFTAZIDIME)* ± VANCOMICINA
*cover Enterobacteriaceae (e.g. otitic origin)
**cover Staphylococcus aureus (e.g. after cranial trauma, neurosurgery,
endocarditis)
PENICILLIN G* + METRONIDAZOLE** + CEFTRIAXONE
*covers streptococci and anaerobes
**covers Bacteroides fragilis
Conduta medicamentosa:
TERAPIA EMPÍRICA PARA CRIANÇAS:
CEFTRIAXONE/CEFOTAXIME + METRONIDAZOL
Penicilinas + CLORANFENICOL
Conduta medicamentosa:
TERAPIA EMPÍRICA PARA PACIENTES IMUNOCOMPETENTES:
Pacientes Neurocirurgicos:
VANCOMICINA + CEFEPIME + METRONIDAZOL
ABSCESSOS FÚNGICOS- ANFOTERICINA B, VORICONAZOL.
ABSCESSOS POR NOCARDIA- TRIMETHOPRIM–SULFAMETOXAZOL
ou SULFADIAZINA.
Avaliação resposta aos ATB:
Melhor monitorizada por TC ou RNM:
• Sucesso no tratamento é demonstrada pela
redução do abscesso
• Falha da diminuição do abscesso em 4
semanas:
FALHA DO ATB → CIRURGIA.
N.B. realce em anel pode permanecer até por 9 meses após a cura.
Tratamento:
Por quanto tempo?
• Abscesso bateriano – 6-8 semanas IV + 2-3m ATB VO
• Pós excisão cirúrgica – curso de 3-4 semanas ATB
• Terapia medicamentosa isolada: 12 semanas de ATB
• Aspiração cirúrgica ou excisão abscessos >2,5cm: 6 semanas
de ATB e imagem semanal para documentar resolução.
Tratamento:
Corticosteróides?
• Reduzem a penetração do agente antimicrobiano na cavidade
do abcesso.
• Pode reduzir o realce pelo contraste
• Pode melhorar os sintomas neurológicos.
• Quando usar?
• Efeito de massa e edema importante
• Deterioração neurológica progressiva
• Para impedir herniação cerebral
Prognóstico
• Mortalidade 5-20% (se não tratado ≈ 100%).
Sequelas:
1. Epliepsia estrutural 2a (80-90% pacientes!) – profilaxia com
FENITOINA por pelo menos 1 anos para todos os pacientes!
1. Déficits focais motores or sensitivos
1. Recorência
1. Dificuldades cognitivas
Abscesso Cerebral - Neurocirurgia

Contenu connexe

Tendances

Traumatismo cranioencefálico
Traumatismo cranioencefálicoTraumatismo cranioencefálico
Traumatismo cranioencefálicojessica sanielly
 
Doenças Desmielinizantes do SNC e do SNP
Doenças Desmielinizantes do SNC e do SNPDoenças Desmielinizantes do SNC e do SNP
Doenças Desmielinizantes do SNC e do SNPhihdidushd
 
Nervos Cranianos - Funções dos 12 Pares
Nervos Cranianos - Funções dos 12 ParesNervos Cranianos - Funções dos 12 Pares
Nervos Cranianos - Funções dos 12 ParesAndré Milioli Martins
 
Sinais meningorradiculares 18
Sinais meningorradiculares 18Sinais meningorradiculares 18
Sinais meningorradiculares 18pauloalambert
 
Lesão Medular Traumática.pptx
Lesão Medular Traumática.pptxLesão Medular Traumática.pptx
Lesão Medular Traumática.pptxDercia Laice
 
Anatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de Crânio
Anatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de  CrânioAnatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de  Crânio
Anatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de CrânioAlex Eduardo Ribeiro
 
Infecções do Sistema Nervoso Central
Infecções do Sistema Nervoso CentralInfecções do Sistema Nervoso Central
Infecções do Sistema Nervoso Centralmarianagusmao39
 
Síndromes do tronco cerebral e de múltiplos nervos
Síndromes do tronco cerebral e de múltiplos nervosSíndromes do tronco cerebral e de múltiplos nervos
Síndromes do tronco cerebral e de múltiplos nervosneuroligaunivasf
 
Cardioversão x-desfibrilação-guilherme-goldfeder
Cardioversão x-desfibrilação-guilherme-goldfederCardioversão x-desfibrilação-guilherme-goldfeder
Cardioversão x-desfibrilação-guilherme-goldfederGabriel Do Nascimento
 
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoNeurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoBruna Cesário
 
Nervos Cranianos: Exame físico Neurológico
Nervos Cranianos: Exame físico NeurológicoNervos Cranianos: Exame físico Neurológico
Nervos Cranianos: Exame físico NeurológicoDr. Rafael Higashi
 
Tronco encefálico - SNC
Tronco encefálico - SNCTronco encefálico - SNC
Tronco encefálico - SNCAdriana Mércia
 

Tendances (20)

Traumatismo craniano
Traumatismo cranianoTraumatismo craniano
Traumatismo craniano
 
Traumatismo cranioencefálico
Traumatismo cranioencefálicoTraumatismo cranioencefálico
Traumatismo cranioencefálico
 
Neurointensivismo
NeurointensivismoNeurointensivismo
Neurointensivismo
 
Doenças Desmielinizantes do SNC e do SNP
Doenças Desmielinizantes do SNC e do SNPDoenças Desmielinizantes do SNC e do SNP
Doenças Desmielinizantes do SNC e do SNP
 
Nervos Cranianos - Funções dos 12 Pares
Nervos Cranianos - Funções dos 12 ParesNervos Cranianos - Funções dos 12 Pares
Nervos Cranianos - Funções dos 12 Pares
 
Sinais meningorradiculares 18
Sinais meningorradiculares 18Sinais meningorradiculares 18
Sinais meningorradiculares 18
 
Lesão Medular Traumática.pptx
Lesão Medular Traumática.pptxLesão Medular Traumática.pptx
Lesão Medular Traumática.pptx
 
Hidrocefalia
HidrocefaliaHidrocefalia
Hidrocefalia
 
Anatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de Crânio
Anatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de  CrânioAnatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de  Crânio
Anatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de Crânio
 
Infecções do Sistema Nervoso Central
Infecções do Sistema Nervoso CentralInfecções do Sistema Nervoso Central
Infecções do Sistema Nervoso Central
 
Síndromes do tronco cerebral e de múltiplos nervos
Síndromes do tronco cerebral e de múltiplos nervosSíndromes do tronco cerebral e de múltiplos nervos
Síndromes do tronco cerebral e de múltiplos nervos
 
Herpes zoster
Herpes zosterHerpes zoster
Herpes zoster
 
Cardioversão x-desfibrilação-guilherme-goldfeder
Cardioversão x-desfibrilação-guilherme-goldfederCardioversão x-desfibrilação-guilherme-goldfeder
Cardioversão x-desfibrilação-guilherme-goldfeder
 
Grandes Vias Aferentes
Grandes Vias AferentesGrandes Vias Aferentes
Grandes Vias Aferentes
 
Coma
ComaComa
Coma
 
Infecções Osteoarticulares
Infecções OsteoarticularesInfecções Osteoarticulares
Infecções Osteoarticulares
 
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoNeurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
 
Nervos Cranianos: Exame físico Neurológico
Nervos Cranianos: Exame físico NeurológicoNervos Cranianos: Exame físico Neurológico
Nervos Cranianos: Exame físico Neurológico
 
08 aula_ Convulsões e Choque
08 aula_ Convulsões e Choque08 aula_ Convulsões e Choque
08 aula_ Convulsões e Choque
 
Tronco encefálico - SNC
Tronco encefálico - SNCTronco encefálico - SNC
Tronco encefálico - SNC
 

Similaire à Abscesso Cerebral - Neurocirurgia

Meningite e aneurisma
Meningite e aneurismaMeningite e aneurisma
Meningite e aneurismawilliam_oak
 
Doença Vascular Cerebral Oclusiva
Doença Vascular Cerebral OclusivaDoença Vascular Cerebral Oclusiva
Doença Vascular Cerebral OclusivaLaenca Unirg
 
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura ConceitualSíndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitualblogped1
 
Endocardite infecciosa
Endocardite infecciosaEndocardite infecciosa
Endocardite infecciosadapab
 
A importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológ
A importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológA importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológ
A importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológDr. Rafael Higashi
 
Infecções Feridas Operatórias em Neurocirurgia
Infecções Feridas Operatórias em NeurocirurgiaInfecções Feridas Operatórias em Neurocirurgia
Infecções Feridas Operatórias em NeurocirurgiaErion Junior de Andrade
 
Meningiomas Fossa Posterior - Clivus / Petroclival / APC / Forame Magno / For...
Meningiomas Fossa Posterior - Clivus / Petroclival / APC / Forame Magno / For...Meningiomas Fossa Posterior - Clivus / Petroclival / APC / Forame Magno / For...
Meningiomas Fossa Posterior - Clivus / Petroclival / APC / Forame Magno / For...Dr. Peterson Xavier @drpetersonxavier
 
Micoses pulmonares e sistemicas
Micoses pulmonares e sistemicasMicoses pulmonares e sistemicas
Micoses pulmonares e sistemicasManzelio Cavazzana
 
Hemorragia intraventricular e Hemorragia Subependimal
Hemorragia intraventricular e Hemorragia SubependimalHemorragia intraventricular e Hemorragia Subependimal
Hemorragia intraventricular e Hemorragia SubependimalErion Junior de Andrade
 
Malformações congênitas infratentoriais.
Malformações congênitas infratentoriais.Malformações congênitas infratentoriais.
Malformações congênitas infratentoriais.isadoracordenonsi
 
Vasculites Pulmonares Raras
Vasculites Pulmonares RarasVasculites Pulmonares Raras
Vasculites Pulmonares RarasFlávia Salame
 

Similaire à Abscesso Cerebral - Neurocirurgia (20)

Meningite e aneurisma
Meningite e aneurismaMeningite e aneurisma
Meningite e aneurisma
 
Palestra tce 2
Palestra tce 2Palestra tce 2
Palestra tce 2
 
Abscesso Cerebral.pptx
Abscesso Cerebral.pptxAbscesso Cerebral.pptx
Abscesso Cerebral.pptx
 
Tc órbita aula
Tc órbita aulaTc órbita aula
Tc órbita aula
 
Doença Vascular Cerebral Oclusiva
Doença Vascular Cerebral OclusivaDoença Vascular Cerebral Oclusiva
Doença Vascular Cerebral Oclusiva
 
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura ConceitualSíndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
 
Doenas granulomatosas -_pdf
Doenas granulomatosas -_pdfDoenas granulomatosas -_pdf
Doenas granulomatosas -_pdf
 
caso clínico
caso clínicocaso clínico
caso clínico
 
Cisto aracnoide
Cisto aracnoideCisto aracnoide
Cisto aracnoide
 
Endocardite infecciosa
Endocardite infecciosaEndocardite infecciosa
Endocardite infecciosa
 
A importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológ
A importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológA importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológ
A importância do exame do líquor para o diagnóstico neurológ
 
Fundoscopia direta
Fundoscopia diretaFundoscopia direta
Fundoscopia direta
 
Infecções Feridas Operatórias em Neurocirurgia
Infecções Feridas Operatórias em NeurocirurgiaInfecções Feridas Operatórias em Neurocirurgia
Infecções Feridas Operatórias em Neurocirurgia
 
Meningiomas Fossa Posterior - Clivus / Petroclival / APC / Forame Magno / For...
Meningiomas Fossa Posterior - Clivus / Petroclival / APC / Forame Magno / For...Meningiomas Fossa Posterior - Clivus / Petroclival / APC / Forame Magno / For...
Meningiomas Fossa Posterior - Clivus / Petroclival / APC / Forame Magno / For...
 
Micoses pulmonares e sistemicas
Micoses pulmonares e sistemicasMicoses pulmonares e sistemicas
Micoses pulmonares e sistemicas
 
EMULTIPLA2.pdf
EMULTIPLA2.pdfEMULTIPLA2.pdf
EMULTIPLA2.pdf
 
Hemorragia intraventricular e Hemorragia Subependimal
Hemorragia intraventricular e Hemorragia SubependimalHemorragia intraventricular e Hemorragia Subependimal
Hemorragia intraventricular e Hemorragia Subependimal
 
Malformações congênitas infratentoriais.
Malformações congênitas infratentoriais.Malformações congênitas infratentoriais.
Malformações congênitas infratentoriais.
 
Vasculites Pulmonares Raras
Vasculites Pulmonares RarasVasculites Pulmonares Raras
Vasculites Pulmonares Raras
 
Encefalite herpética
Encefalite herpéticaEncefalite herpética
Encefalite herpética
 

Plus de Erion Junior de Andrade

Plus de Erion Junior de Andrade (8)

Pituitary adenomas
Pituitary adenomasPituitary adenomas
Pituitary adenomas
 
Pediatric Supratentorial Tumors / Tumores Supratentoriais Pediátrico
Pediatric Supratentorial Tumors / Tumores Supratentoriais PediátricoPediatric Supratentorial Tumors / Tumores Supratentoriais Pediátrico
Pediatric Supratentorial Tumors / Tumores Supratentoriais Pediátrico
 
Vein of Galen Malformation
Vein of Galen MalformationVein of Galen Malformation
Vein of Galen Malformation
 
Low grade gliomas
Low grade gliomasLow grade gliomas
Low grade gliomas
 
Temporal Bone Microsurgical Anatomy
Temporal Bone Microsurgical AnatomyTemporal Bone Microsurgical Anatomy
Temporal Bone Microsurgical Anatomy
 
Lesão por arma de fogo em coluna
Lesão por arma de fogo em colunaLesão por arma de fogo em coluna
Lesão por arma de fogo em coluna
 
Tratamento AVC isquemico: perspectivas atuais
Tratamento AVC isquemico: perspectivas atuaisTratamento AVC isquemico: perspectivas atuais
Tratamento AVC isquemico: perspectivas atuais
 
Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico
Acidente Vascular Cerebral HemorrágicoAcidente Vascular Cerebral Hemorrágico
Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico
 

Abscesso Cerebral - Neurocirurgia

  • 1. Erion Junior de Andrade R1 NEUROCIRURGIA – UNICAMP Abcesso Cerebral
  • 2. Abscesso Cerebral: • Aspecto histórico • Definição • Epidemiologia • Patogenia • Aspectos Clínicos • Diagnóstico • Tratamento • Casos especiais
  • 3. História... • Hippocrates “otorréia purulenta e deliurium” • Primeira cirurgia com sucesso para um abscesso cerebral por Morand (França) em 1752 em um abscesso temporo- etmoidal • “Pyogenic Disease of the Brain and Spinal Cord...”1893 – William Macewen • King 1924 – marsupialização • Walter Dandy (1926) – aspiração • Vincent (1936) – excisão completa • Heineman et al (1971)- tratamento clínico com sucesso
  • 4. História... • Henri II • Morreu de uma lesão orbital em uma luta de justas • Não houve penetração do cranio, mas a infeção se disseminou formando um abscesso cerebral.
  • 5. História... • Oscar Wilde • Abcesso cerebral otogenico
  • 6.
  • 7. Epidemiologia: • 1500-2500 casos por ano no USA • 2% das massas intracranianas / 8% em países em desenvolvimento • Idade mediana: 30-40 • 25% em crianças – origem otogênica
  • 8. Condições Predisponentes: • Imunossupressão: AIDS, orgãos (esp.TMO), corticoterapia, neutropenia. HIV é associado com abscessos causados por Toxoplasma gondii e Mycobacterium tuberculosis. Fungos são responsáveis por até 90% de abscessos cerebrais entre receptores de transplantes de órgãos sólidos. • Doença cardíaca congênita (com shunt DE) • Fístulas AV pulmonares. • Usuários drogas EV.
  • 9. Fontes de infecção: Disseminação osteomielítica por proximidade ou trombofletite séptica de SÍTIO CONTÍGUO CRANIANO (40-50%): otite media, sinusite, mastoidite, infecções odontogênicas, infecções faciais ou do escalpo, meningite (raro*) Disseminação hematogênica de SÍTIO DE INFECÇÃO A DISTANCIA (30%): infecção PULMONAR !!! (bronquiectasiass, abscessos pulmonares), endocardite, osteomielite, injeção with siringa não estéril/ drogas.
  • 10. Fontes de infecção: • Trauma craniano penetrante • Procedimentos Neurosurgicos (6-7 por 10,000 procesdimentos neurosurgicos limpos).
  • 11. Fontes de infecção: Brouwer MC “Brain abscess.” N Engl J Med. 2014 Jul 31;371(5).
  • 12. Agentes etiológicos: 30-60% abcessos são infecções mistas! 1. streptococcos (esp. Streptococcus intermedius group – S. anginosus, S. constellatus, S. milleri) 50-70% abscessos cerebrais. 2. anaerobic bacteria (pp Bacteroides) Otite Médica Cronica e Doenças Pulmonares. 3. Staphylococcus aureus e Bastões G-após penetração craniana por cirurgia ou trauma.. 4. N.B. pneumococcos, meningococcos, Haemophilus influenzae são RAROS. 5. Fungos são comuns em imunosupressos: 6. Aspergillus fumigatus – depois de transplante de órgõa, granulocitopenia. 7. Candida – em terapia com corticóides, granulocitopenia, após transplante medula óssea, usuários drogas EV. 8. Zygomycetes (mucormycosis) – granulocitopenia, usuários drogas EV. 9. Parasitas são comuns em imunosupressos.
  • 13. Agentes etiológicos: “Intact brain parenchyma is relatively resistant to infection - in order for brain abscesses to form, there must be pre-existing compromised area (ischemia, necrosis, hypoxia) in brain tissue."
  • 14. Etiopatogenia – estados patológicos: Abscess formation evolves through FOUR STAGES (regardless of infecting organism): Inflamação Necrose Supuração Cápsula
  • 15. Etiopatogenia: CEREBRITE PRECOCE (dias 1 a 3) – infiltração perivascular de PMNs, plasmócito, e mononucleares; edela cerebral marcado. CEREBRITE TARDIA (dias 4 a 9) – centro necrótico bem definido alcança o tamanho máximo e é cercado por infiltrado inflamatório de macrófagos e fibroblastos; neoformação vascular entre o abscesso se formando; capsula fina (fibroblastos e fibras reticulares ) gradualmente se desendolve; area é circundada por edema cerebral. FORMAÇÃO DA CÁPSULA PRECOCE (dias 10 a 13) – centro necrótico diminui em tamanho; infiltrado inflamatório contém numero crescente de fibroblastos e macrófagos; maturação de colágeno pelos precursores da reticulina, formando uma capsula que é mais desenvolvida no lado cortical do que o lado ventricular. FORMAÇÃO DA CÁPSULA TARDIA (dia 14 e após) - centro necrótico diminuído circundado por uma densa cápsula de colageno.
  • 16. Etiopatogenia: CEREBRITE PRECOCE (dias 1 a 3) – infiltração perivascular de PMNs, plasmócito, e mononucleares; edema cerebral marcado.
  • 17. Etiopatogenia: CEREBRITE TARDIA (dias 4 a 9) – centro necrótico bem definido alcança o tamanho máximo e é cercado por infiltrado inflamatório de macrófagos e fibroblastos; neoformação vascular entre o abscesso se formando; capsula fina (fibroblastos e fibras reticulares ) gradualmente se desendolve; area é circundada por edema cerebral.
  • 18. Etiopatogenia: FORMAÇÃO DA CAPSULE PRECOCE (dias 10 a 13) – centro necrótico diminui em tamanho; infiltrado inflamatório contém numero crescente de fibroblastos e macrófagos; maturação de colágeno pelos precursores da reticulina, formando uma capsula que é mais desenvolvida no lado cortical do que o lado ventricular.
  • 19. Etiopatogenia: FORMAÇÃO DA CAPSULA TARDIA (dia 14 e após) - centro necrótico diminuído circundado por uma densa cápsula de colageno.
  • 20. LOCALIZAÇÃO: frontal = temporal = parietal > cerebelar > occipital > tronco cerebral, intrasellar, núcleos da base, tálamo • Otogênico – lobo temporal (adultos), cerebelo (crianças) • Sinugênico – areas frontais. • Disseminação hematogênica– seguintes características: Pp abscessos múltiplos Disseminação pelo fluxo da artéria cerebral média – maior fluxo sanguíneo – Lobos Parietais Localização inicial (junção subst cinzenta – substancia branca).
  • 21. Etiopatogenia: Trichrome stain - light blue connective tissue in wall of organizing abscess. Normal brain is at right and abscess at left: Brouwer MC “Brain abscess.” N Engl J Med. 2014 Jul 31;371(5).
  • 24. Etiopatogenia: Source of picture: “WebPath - The Internet Pathology Laboratory for Medical Education” (by Edward C. Klatt, MD) >> .
  • 25. Clínica – tríade clássica: CEFALÉA FEBRE DÉFICIT NEUROLÓGICO AGUDO
  • 26. Clínica: • Lesão expansiva com efeito de massa com progressão rápida( maioria dos pacientes em curso subagudo com sintomas progredindo durante ≥ 2 semanas; podendo ser indistinguíveis de encefalite/meningite: PIC↑ - cefaléia hemicrania ou holocraniana prominente (MAIS COMUM! - 70-90% pacientes), flutuações do nível de consciência, vomitos, papiledema (RARO EM MENINGITE!). Déficit neurologo focal (75% pacientes!) – crises convulsivas (focais ou generalizadas) são particularmente prominentes! Infecção – febre < 50% (i.e. pode ser mínimo ou ausente!!!); rigidez nucal é presente em 25-50% pacientes.
  • 28. Deterioração neurológica abrupta? • Ruptura do abscesso na cavidade ventricular→ ventriculite & hidrocefalia, choque & morte. • Ruptura para o ESA → meningite (aumento da pressão liquórica, pleocitose 50,000/mm3, hipoglicorraquia). • Herniação cerebral • Hemorragia espontânea
  • 29. Por que os abscessos frequentemente rompem para o interior dos ventrículos? Diferença na vascularização entre a susbtancia cinzenta e substancia branca  Maior proliferação de fibroblastos no lado cortical  capsula menos formada na parede ventricular  tendência a ruptura intraventricular.
  • 30. Diagnóstico: LCR – reação meníngea asséptica CT de crânio com contraste: lesão hipodensa com um realce em aneal fino, denso e bem demarcado por área de edema. Lumbar puncture is contraindicated - risk of herniation!
  • 31. Diagnóstico: RNM é o exame de escolha. DWI tem especificidade de 96% para diferenciar de tumores cerebrais. Estágio de Cerebrite (MRI > CT): area de hipointensidade (hiperintensidade em T2) com margens indistintas e realce de contraste na periferia. enhancing ring may appear at late cerebritis stage before true capsule has been formed! H: DELAYED SCAN (obtained 30 min. after IV contrast) - contrast diffusion into low-density center of abscess (vs. stage of formed true capsule - no inward diffusion of contrast).
  • 32. Diagnóstico: MRS – ↑acetate, lactate, amino acids, alanine (and ↓NAA) - highly suggestive of cerebral abscess (but adds little value in addition to DWI)
  • 33. Diagnóstico: Encapsulated stage: low T1 intensity (T2 hyperintense) lesion with diffusion restriction surrounded by edema. glucocorticoid use may alter appearance - only 40-60% reveal ring enhancement
  • 34. Diagnóstico: EEG – lentificação do traçado. Identificação Etiológica: procedure of choice - CT- / MRI-guided stereotactic abscess aspiration (abscess is often sterile by time of operation). blood cultures (positive in ≈ 10% cases*). serum should be sent for antitoxoplasma IgG (in patients with AIDS). *when hematogenous dissemination from remote site of infection is likely etiology pulmonary infection is found in ≈ 10% cases (chest X-ray is mandatory for all patients!). Blood – leukocytosis, ESR↑. N.B. in significant number (≈ 40%) of patients, laboratory criteria for infection are lacking!
  • 37. Tratamento – Conduta cirúrgica:
  • 38. Tratamento – Conduta cirúrgica: • "Conduta ideal" • Aspiração x Excisão pós craniotomia • Pode ser realizada de maneira estereotáxica/neuronavegação: particularmente útil em áreas eloquentes ou regiões inacessíveis.
  • 39. Quando operar? 1. Lesão com efeito de massa significante 2. Dificuldade diagnóstica 3. Proximidade com o ventrículo 4. Evidencia de HIC 5. Abscesso fúngico 6. Associação com corpo estranho.
  • 40. Quando realizar excisão por Craniotomia? 1. Abcessos multiloculados com falha da aspiração. 2. Conteúdo gasoso. 3. Falha terapeutica. 4. Abscessos que resultam de trauma ou fístula. 5. Abcesso cerebelar em jovem. 6. Suspeita de abcesso fúngico, tb, “branching bacteria"(esp. Actinomyces, Nocardia species)
  • 41. Contraindicações: 1. Abcessos em fase de cerebrite 2. Abscessos em áreas eloquentes. 3. Abscessos múltiplos.
  • 42. Tratamento – Conduta cirúrgica: • Aspiração é a terapia de primeira linha • Xiao et al reportou que outcome favorável não é diferente entre as duas modalidades de tratamento. Entretanto mortalidade é menor nos pacientes tratados com aspiração. Aspiração Craniotomia
  • 43. Ruptura IV com ventriculite – O que fazer?! Aplicação intratecal ou intravenosa de ATB. DVE Evacuação rápida com debridamento do abscesso por craniotomia de urgëncia
  • 44. Conduta medicamentosa Indicações: • Abcessos múltiplos. • Meningite ou ependimite coexistente. • Abscessos < 3cm.
  • 46. Conduta medicamentosa: TERAPIA EMPÍRICA PARA PACIENTES IMUNOCOMPETENTES: METRONIDAZOL + cefalosporina 3G (CEFOTAXIME, CEFTRIAXONE, CEFTAZIDIME)* ± VANCOMICINA *cover Enterobacteriaceae (e.g. otitic origin) **cover Staphylococcus aureus (e.g. after cranial trauma, neurosurgery, endocarditis) PENICILLIN G* + METRONIDAZOLE** + CEFTRIAXONE *covers streptococci and anaerobes **covers Bacteroides fragilis
  • 47. Conduta medicamentosa: TERAPIA EMPÍRICA PARA CRIANÇAS: CEFTRIAXONE/CEFOTAXIME + METRONIDAZOL Penicilinas + CLORANFENICOL
  • 48. Conduta medicamentosa: TERAPIA EMPÍRICA PARA PACIENTES IMUNOCOMPETENTES: Pacientes Neurocirurgicos: VANCOMICINA + CEFEPIME + METRONIDAZOL ABSCESSOS FÚNGICOS- ANFOTERICINA B, VORICONAZOL. ABSCESSOS POR NOCARDIA- TRIMETHOPRIM–SULFAMETOXAZOL ou SULFADIAZINA.
  • 49. Avaliação resposta aos ATB: Melhor monitorizada por TC ou RNM: • Sucesso no tratamento é demonstrada pela redução do abscesso • Falha da diminuição do abscesso em 4 semanas: FALHA DO ATB → CIRURGIA. N.B. realce em anel pode permanecer até por 9 meses após a cura.
  • 50. Tratamento: Por quanto tempo? • Abscesso bateriano – 6-8 semanas IV + 2-3m ATB VO • Pós excisão cirúrgica – curso de 3-4 semanas ATB • Terapia medicamentosa isolada: 12 semanas de ATB • Aspiração cirúrgica ou excisão abscessos >2,5cm: 6 semanas de ATB e imagem semanal para documentar resolução.
  • 51. Tratamento: Corticosteróides? • Reduzem a penetração do agente antimicrobiano na cavidade do abcesso. • Pode reduzir o realce pelo contraste • Pode melhorar os sintomas neurológicos. • Quando usar? • Efeito de massa e edema importante • Deterioração neurológica progressiva • Para impedir herniação cerebral
  • 52. Prognóstico • Mortalidade 5-20% (se não tratado ≈ 100%). Sequelas: 1. Epliepsia estrutural 2a (80-90% pacientes!) – profilaxia com FENITOINA por pelo menos 1 anos para todos os pacientes! 1. Déficits focais motores or sensitivos 1. Recorência 1. Dificuldades cognitivas