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Lembranças das minhas vivências do Graal
Parte 1: Pré-reflexões
Prefácio
Frau Elisabeth Gecks escreveu suas lembranças entre os
anos 1956 a 1958, portanto, ainda na época em que Frau Maria estava
viva.
Elas se formaram por diversos motivos, que Frau Gecks deixa
transparecer em suas lembranças:
– Como expressão da mais profunda gratidão pelas vivências e
auxílio pessoal na década sobre a Montanha Sagrada e por alguns anos
antes e depois disso;
– Para testemunhar acontecimentos que co-vivenciara na
Montanha e em especial pela visão espiritual em algumas
oportunidades;
– Para poder relatar muitas coisas de forma minuciosa, apesar de
terem sido pessoais, pois elas contêm auxílios para outras pessoas e
para seu desenvolvimento. Auxiliar pessoas que procuravam e que
estavam se abrindo para a Luz e para servir foi seu dom e sua missão
especial. Sua natureza dada ia ao encontro daquelas pessoas de
maneira ideal.
Frau Gecks nasceu em 1º de dezembro de 1884 em Würzburg.
Frau Gecks viveu até os 88 anos de idade e faleceu em Munique no dia
13 de agosto de 1972.
Apenas aos 41 anos de idade ela encontrou a Mensagem do Graal e
a família Bernhardt, bem no início. Ela foi selada em maio de 1927 em
Tutzing. Nessa época ela já estava casada há bastante tempo e era mãe
de três crianças. No dia 23 de agosto de 1929 ela recebeu a primeira
convocação. Em dezembro de 1931 ela tornou-se discípula, sendo
convocada ao mesmo tempo como discípula de selamento.
No verão de 1930 ela foi para Munique, para cuidar de pessoas, e
assim formou-se aos poucos um Círculo do Graal, que em pouco tempo,
abrangeu toda a Baviera.
Logo depois do falecimento de Frau Maria em 1957 o Círculo do
Graal passou para mãos mais jovens e masculinas, mas sua presença
como discípula pôde ser sempre sentida de forma auxiliadora.—
Eu gostaria agora de falar sobre meu conhecimento pessoal com a
Frau Gecks, para reproduzir complementando algumas impressões.
Eu a conheci em 1947 na casa da Frau Marie Agnes von Martius
em Bad Reichenhall. Eu logo tive a impressão de uma grande e
autonôma personalidade. Eu valorizava sua naturalidade, sua
expressão feminina, sua beleza e vivacidade. Ambas as senhoras me
acompanharam e me auxiliaram por um bom trecho do meu caminho. A
partir de 1950 passei a pertencer ao Círculo do Graal de Munique e
aprendi a conhecer profundamente e a amar a atuação da Frau Gecks
nas devoções, leituras, horas das crianças e horas solenes. Ela sabia
ouvir muito bem, era bondosa e severa também quando era necessário.
Ela auxiliou muitas pessoas, que em parte ainda hoje estão vivas,
adquirindo sua gratidão. Eu ouvi o testemunho de muitas delas.
Então veio uma época em que Frau Gecks precisou de amparo na
velhice. Ela expressou o desejo que eu ficasse ao seu lado auxiliando.
Assim aconteceu que durante anos eu tive freqüentemente Frau Gecks
como hóspede em minha casa, conhecendo-a ainda mais intimamente.
Nós também trabalhávamos juntas, gravávamos com ajuda das fitas K-
7 as conversas e suas lembranças. Seus filhos ficaram agradecidos e
mantiveram contato comigo. Amparada cheia de amor, ela foi mais
tarde para um lar de idosos próximo a Munique. Também lá ela
continuou a atuar conforme a sua espécie, também lá ela permaneceu
inesquecível a muitos, como tomei conhecimento. Eu pude cuidar de
Frau Gecks juntamente com sua filha até a hora de sua morte no
hospital Altperlach.
Essas lembranças escritas por Frau Gecks me foram deixadas
como herança juntamente com muitas outras coisas. Eu nunca me
senti estimulada a torná-las acessíveis a outras pessoas; mas isso agora
se modificou. Eu reconheço que chegou a hora, em que muitos, que não
conheceram os tempos remotos na Montanha Sagrada, sentem um
anseio interior, por saber mais. Assim eu me esforcei em fazer uma
cópia resumida e provê-la com valiosas fotos antigas. Agora eu gostaria
de tornar acessível o tesouro das lembranças a algumas poucas
pessoas, que pediram insistentemente por isso. Que FrauGecks permita
que esse auxílio vos floresça, meus caros leitores, com os relatos
sinceros de seu próprio crescimento dentro do grande acontecimento
sobre a Terra. Liguemo-nos, pois, no anseio de vivificar o espiritual em
nós cada vez mais e mais, a fim de podermos servir melhor à Luz!
Munique, Páscoa de 1993.
Ursula von Bieler
Lembranças das minhas vivências do Graal
Parte 1: Pré-reflexões
Elisabeth Gecks
Janeiro de 1956
Lembranças das minhas vivências do Graal
Pré-reflexões.
Desde meus 19 anos eu procurava conscientemente pela Verdade,
por um esclarecimento das conexões da vida. Vivia em mim a forte e
alegre consciência da divindade de Jesus em sua vida terrena e o fato
de que ele havia vindo para auxílio da humanidade. Apenas o fato dele
ter morrido de forma tão horrível eu não conseguia aceitar, isso era
uma dor terrível para mim. Eu tinha a forte intuição de carregar bem
em silêncio todas as dores no pensamento em seu exemplo e em seu
amor. “O que ele teve de passar para nos trazer auxílio com sua
existência humana”. Isso era em tudo a minha estrela guia.
Eu cresci em um ambiente, no qual havia a concepção mundial
destrutiva, a qual lançava suas sombras e dúvidas se Jesus havia
realmente vivido. Desde criança, porém, entreguei-me a minha própria
intuição, agarrando-me firmemente naquilo que eu já sabia, assim
como eu já explicava quando pequena. Perguntei uma vez a meu pai
como era possível que ele tivesse dúvidas, pois eu sabia de fato que
Jesus havia vivido e vindo da divindade. Eu também não mudaria de
opinião se o mundo inteiro duvidasse disso e zombasse de mim, pois eu
tinha certeza disso! – Eu escrevo isso dos meus dias de infância como
préfacio, pois para mim é um paralelo para o reconhecimento posterior
de Abd-ru-shin – Parsival – Imanuel como o Filho do Homem. Ao ler sua
Mensagem do Graal eu o reconheci e sabia dele, antes de ter vivenciado
Abd-ru-shin pessoalmente. Meu reconhecimento era o mesmo “saber”
dele, como aquele da existência terrena de Jesus, de modo que o mundo
inteiro poderia estar contra mim, eu jamais diria algo diferente do que
um “eu sei” oriundo do meu reconhecimento interior! – Nesse saber a
respeito de Jesus eu vivenciei minha primeira comunhão interiormente
de forma tão profunda, que mesmo agora ela ainda pertence às minhas
vivências mais profundas. Eu estava apenas preenchida de gratidão a
Deus, de um grande e humilde amor a Jesus, e recebi a comunhão no
pensamento de querer viver de acordo com sua Palavra. Eu não acho
que eu havia imaginado recebê-lo realmente em mim, pois notei logo
que minhas concepções eram diferentes da estreiteza e rigidez de
muitos dogmas que a Igreja ensina. Com 14, 15 anos de idade eu me
encontrava num forte conflito com meus professores religiosos, cujas
respostas, tão logo eles se esforçassem em me dar, jamais me
satisfaziam.
A Mensagem do Graal com suas primeiras dissertações de outrora,
tornaram-se-me uma revelação ao lê-las em uma única noite. Uma
facilidade para meu reconhecimento da Verdade foi que já quando
criança eu tinha lembranças de minha vida terrena passada, na qual eu
estive envolvida com meu pai. Depois de uma conversa retrospectiva
com ele, a qual me mostrou que ele também sabia a respeito disso, eu
me tranqüilizei e não perturbei mais minha mãe, perguntando por que
eu me encontrava agora aqui e era filha dela. Quando contei muitas
particularidades a meu pai, ele disse: “Sim, nós vivemos juntos naquela
época, mas não fale sobre isso, as pessoas não o entendem”. Sim, isso
eu também sentia, mesmo sendo pequena. Para mim bastava que meu
pai também o soubesse, pois assim algo especial sempre nos ligou; meu
saber ou pressentimento religioso tocou-o durante toda sua vida e
certamente lhe abriu no Além o caminho para o reconhecimento. Aliás,
eu sei que ele também encontrou o caminho.
Assim essas lembranças passadas levaram-me ao reconhecimento
da reencarnação e me deram o grande choque devido ao fato da Igreja
não saber nada a respeito, recusando isso até indignada, como eu tive
que tomar conhecimento mais tarde por meio dos sacerdotes católicos e
evangélicos.
Depois de atingir a maioridade, saí da Igreja Católica, pois minhas
concepções e a vivência religiosa não lhe eram correspondentes. Como
eu havia levado comigo a fé em Jesus e não queria ficar sem a Ceia e
queria me aprofundar na doutrina de Jesus, ingressei na Igreja
Evangélica Unida. – A estreiteza da igreja de Lutero com a salvação por
meio da morte na cruz de Jesus como algo desejado por Deus, conheci
através da aula de religião dos meus filhos na Bavária, horrorizada. Eu
mesma não tinha há muito tempo mais nenhuma ligação com uma
igreja. Eu estava decepcionada e havia vivenciado a rigidez e a
sobriedade intelectual em muitas pessoas. Na Mensagem do Graal
encontrei então o esclarecimento resplandescente para tudo. Eu
gostaria, por exemplo, de cizxtar o anjo da guarda, idêntico ao guia do
ser humano no âmbito interior e aos auxiliares enteais no âmbito
terreno, material. Também os conceitos purgatório e inferno, apesar das
concepções torcidas e primitivas, surgiram do saber de outrora a
respeito dos planos luminosos, mais elevados e dos sombrios, através
do querer e atuar errôneos do ser humano, assim como a Mensagem
descreve isso tudo de forma bem clara. – Um pressentimento a respeito
disso me fez sempre continuar a procurar, até que aos 40 anos de idade
eu finalmente, depois do reconhecimento de tantos grãozinhos de
Verdade, pude encontrar a Mensagem para o reconhecimento completo
da Verdade oriunda do Graal.
Isso foi no ano de 1926, quando Abd-ru-shin havia escrito a
Mensagem e já existia uma base, a partir da qual eu tive a graça de
crescer dentro dela através da condução do SENHOR, podendo ouvir
por meio dele cada nova dissertação que surgia e, então, eu mesma
podendo me aprofundar nela ao lê-la.
Minha procura havia me levado anteriormente às religiões
orientais, as quais sabiam a respeito das várias vidas terrenas; mas a
falta de lógica, a falta de uniformidade na lei, que eu intuía aí, por se
acreditar que uma pessoa poderia se tornar, de acordo com seu
proceder, um animal ou planta na vida, num desenvolvimento superior
também uma estrela, não me havia satisfeito. Assim eu cheguei à
Teosofia e à Antroposofia, mas depois da primeira alegria pela
uniformidade da lei na libertação por meio das repetidas vidas terrenas
e da alegria por pessoas realmente religiosas, nobres e que aspiravam
mais alto, seu pensamento de poder se tornar divino me repelia como
algo atrevido e arrogante, fazendo-me continuar a procurar. Assim, em
oração, eu implorava a Deus, diariamente por longos anos, que Ele me
permitisse encontrar a Verdade oriunda da Luz: a Verdade completa
oriunda Dele, a que realmente Jesus havia trazido e que deveríamos ter
reconhecido. Minha oração também era sempre: “Deus onipotente,
deixa-me reconhecer tudo que me é necessário, para que eu realmente
viva de acordo com Tua vontade e possa reconhecer corretamente tudo
o que Jesus quis e presenteou.”
Mais uma coisa não deve deixar de ser mencionada, um
pressentimento, que eu trouxera junto nessa vida terrena e que me
fazia procurar por reconhecimento. Era uma lembrança, que o meu “eu”
espiritual viera para uma missão nesta vida terrena; este “eu” eu havia
separado de forma totalmente natural em duas formas dos respectivos
invólucros terrenos, os quais trazia de forma consciente em mim sobre
as duas vidas terrenas e o que, inconscientemente, eu achava bem
natural. Assim, já quando criança havia uma procura dentro de mim
por algo não palpável, que me deixava meio melancólica, me dava um
desejo de ficar sozinha, o que também era possibilitado pelo grande
jardim e pela diferença de idade em relação às minhas irmãs e que, de
fato, fora determinado para meu desenvolvimento. O fato de eu ter sido
realmente tão diferente do que as outras crianças e isso ter se refletido
então na vida adulta, trouxe-me muita incompreensão e sofrimento.
Assim tanto mais felicidade trazia-me o amor a pessoas bem simples e
aos animais – e também, por eu ter podido aconselhar e auxiliar,
quando alguém necessitava de mim. Pois as capacidades que me foram
presenteadas e meu anseio por harmonia e paz, meu sentido por
justiça, outorgavam-me confiança junto a crianças e adultos. Assim,
muitas vezes, eu podia auxiliar e levar equilíbrio, pois eu não me isolava
deles, mesmo me sentindo sempre realmente sozinha. No início, quando
criança, eu dizia que agora viria a época do Juízo e que Jesus havia
falado há aproximadamente dois mil anos sobre essa época em que nós
estaríamos agora. Eu só encontrava espanto e surpresa, mas ninguém
que pudesse me confirmar isso, explicando. Então eu nunca mais disse
algo sobre o que eu aguardava e que se encontrava dentro de mim como
um pressentimento, sem possuir uma idéia real. Contudo, quando eu
ouvi pela primeira vez o nome “Graal”, então eu sabia haver uma
conexão a respeito e que a isso estava ligada uma missão, a qual eu
queria procurar. Quando me veio a primeira vez o pressentimento a
respeito da época do Juízo, perpassou-me rapidamente um
estremecimento sobre a idéia de algo horrível, que teríamos de passar,
mas medo apenas por um instante. Então tive a certeza que era
exatamente por isso que eu vivia, para ser-me permitido ter uma missão
nessa época, de acordo com a vontade de Deus. “Como podes te
amedrontar aí” briguei comigo, nunca mais virá algo assim para mim;
agora com a clareza por meio da Mensagem e com o saber sobre a
minha permissão de poder servir, isso não seria mais possível.
Até aí eu havia procurado por tudo o que estava em ligação com o
nome “Graal”, todas as espécies e concepções a respeito das lendas do
Graal. Mas eu sempre ficava decepcionada com a concepção terrena e
com tudo que estava relacionado a isso e sentia nitidamente que aí não
existia mais nenhuma conexão com o que era legítimo. Contudo, eu
sabia que um dia encontraria a conexão entre Jesus, o Graal e o Juízo e
poderia reconhecer aí qual seria minha missão, o meu “servir”, tudo
aquilo que pairava diante de mim como uma meta alcançável. Essa
forte procura com a experiência que nós, seres humanos, não sabemos
tudo o que deveríamos, para poder viver corretamente de acordo com
isso e que nenhuma igreja, seita ou religião havia alcançado esse último
ponto, foi o grande auxílio em minha vida.
O pressentimento a respeito dos seres invisíveis ao meu redor foi a
maior alegria da minha vida. Eu não posso me lembrar de tê-los
realmente visto, apesar de acreditar, quando criança, brincar com eles.
Eu falava com eles e não me sentia sozinha no grande jardim. Além do
mais, eu ficava preferencialmente lá sem outras crianças, pois com suas
brincadeiras barulhentas as “outras” iam embora; eu chamava em vão
por elas. Apenas no silêncio, por volta do entardecer, esperando
sozinha, eu podia jubilar: “Aí estão vocês novamente!” Agora eu consigo
entender tudo isso, também porque outros pequenos seres sempre me
ajudavam, quando eu pedia fervorosamente ao “Santo Antônio”, de
quem eu esperava auxílio.
A mesma confiança fervorosa e humilde ao pedir dá aos servos de
Deus a possibilidade para auxiliar. Isto também vale para o
restabelecimento de doentes, como por exemplo em Lourdes, só que lá
se trata de outra espécie de auxiliadora enteal, jamais Maria de Nazaré,
a qual muitos chamam de “Mãe de Deus”; ela, na verdade, foi um
espírito humano agraciado, uma vez que lhe fora permitido ser a mãe de
Jesus. Mas a tarefa dos curadores encontra-se no enteal.
Assim muita coisa ainda poderia ser escrita de tudo o que eu pude
aprender e vivenciar, para poder reconhecer nessa época, no momento
certo, o Enviado de Deus. Eu também encontrei com isso o
reconhecimento da Trindade.
Eu escrevo “lembranças”. Lembranças do SENHOR. Mas essas
lembranças não são apenas passado, elas englobam presente e futuro
em si.
Observação: Eu cito as palavras do SENHOR, como elas ressoam
dentro de mim e não afirmo com isso que estas foram realmente as dele,
mas com certeza sempre o sentido de suas palavras, assim como vive
em mim.
Foi em março de 1926. Eu me encontrava de forma miserável e
tinha dores, aflições interiores e exteriores, e eu tinha que me sujeitar a
tudo, e todos os medicamentos não auxiliavam. Uma alergia me
atormentava há mais de vinte anos, de modo que em todo verão eu
sofria seis semanas de febre do feno com asma e febre alta. Sol, flores e
os campos me causavam um verdadeiro tormento. Aí a Frau Luft, que
veio de Wiesbaden e que também morava na rua Möhlstraße em
Munique, contou sobre uma maravilhosa senhora, que certamente
poderia me ajudar e me curar. O Sr. e a Sra. Bernhardt tinham um
sanatório em Heilbrunn. O Sr. Bernhardt dava às pessoas conselhos
interiores e a Sra. Bernhardt ajudava as pessoas exteriormente; ela
própria, a Frau Luft, também havia se curado. Assim fui com ela e a
Sra. Bernhardt me recebeu. Eu me sentia atraída por ela de forma
especialmente feliz e intuí um amor de espécie especial, que ela
irradiava.
A meu pedido, porém, ela disse que dentro de duas semanas eles
estariam se mudando para a Áustria e que lá ela não poderia mais fazer
tratamentos. Para poder me auxiliar, ela iria necessitar de seis
semanas, pois todo o doentio deveria antes ser retirado do meu corpo,
para que ela pudesse prover meu corpo com irradiações terapêuticas e
forças estimulantes, levando tudo o que havia se tornado passivo
novamente a um trabalho saudável e positivo. Primeiro a remoção do
que era doentio e então a reestruturação através da força terapêutica e
estimulante, que ela poderia dar para que o corpo pudesse reagir
novamente de forma correta. Durante duas semanas ela só iria remover,
ficar no centro do desmoronamento do que era doentio, sem ter a
possibilidade de já poder auxiliar com a reconstrução. – Frau Maria
tinha lágrimas nos olhos, as quais rolavam sobre sua face; essa imagem
eu jamais esqueço – tal elevado amor – e disse: “Com que prazer eu
teria auxiliado, mas agora não é mais possível.” Eu certamente devo ter
feito uma expressão muito triste, mesmo sendo perpassada no coração
por tão elevado amor e me sentindo feliz. Então, de repente, aflorou um
sorriso em sua boca – quero denominá-lo de quase brincalhão –, um
sorriso que mais tarde tantas vezes me felicitou, e ela disse que não iria
ainda querer desistir de auxiliar pessoas e que ainda encontraria meios
e caminhos, para também lá poder curar. Será que eu iria então até
ela? Eu naturalmente confirmei isso extremamente feliz.
Por várias semanas eu não ouvi nada. A família Bernhardt havia se
mudado para Igls, no Tirol, onde haviam alugado uma pequena casa ao
lado da floresta. Em maio eu recebi repentinamente uma carta do Sr.
Oskar Ernst Bernhardt, o qual, para mim, ainda não tinha nenhum
significado mais profundo. Ele escreveu que se eu ainda quisesse
solicitar o tratamento junto a sua esposa, eu teria agora oportunidade,
mas eu teria que me resolver rapidamente. Havia um júbilo em mim, e
depois de entrar em acordo com meu marido eu telegrafei minha
chegada para dali a oito dias e, assim, para deixar ainda tudo
preparado em casa. Nesse meio tempo eu recebi notícia, que a Sra.
Bernhardt havia entrado em acordo com o proprietário de um sanatório
em Igls, o qual era pouco freqüentado, para colocar seus pacientes lá,
sem que fosse falado a respeito disso. Pois de outra forma o médico não
teria aceitado isso, o qual não queria se privar das receitas. Assim essa
questão ficou solucionada. Com o médico regional de um hospital de
Innsbruck havia um acordo. Frau Maria havia convencido este de sua
capacidade de reconhecer doenças, quando ela, conduzida por ele por
todos os quartos de doentes, dizia-lhe a enfermidade ou deficiência de
cada um individualmente. Assim ele havia esclarecido que ela poderia
auxiliar doentes onde a ciência médica falhasse, e ele trabalharia
oficialmente com ela em experimentos. Assim consta na minha
lembrança. Seus pacientes deveriam se anunciar a ele, mas então ele
deixaria o tratamento por conta da própria Sra. Bernhardt. O médico do
sanatório, porém, só pôde ocultar sua fúria com dificuldade, contudo,
não queria privar-se de suas entradas.
Naquela época também haviam vindo a esposa do Prof. Schmidt
com sua filha Brigitte, mais tarde também os Illigs. No verão os
Schmidts, que também eram visitados por um período mais prolongado
pelo Sr. Professor, moravam então de forma privada; a Irmã Rosa
Markus havia assumido cuidar da senhorita Brigitte, para não
sobrecarregar Frau Schmidt. A Irmã Rosa, gravemente enferma, havia
ela própria encontrado cura em Heilbrunn e havia permanecido
completamente lá como enfermeira na casa.
No íntimo eu sentia pena de tais pacientes deste médico, aos quais
não podíamos dizer nada a respeito da atuação de Frau Maria e a qual
eles consideravam como uma espécie de massagista, já que ela vinha
quase todos os dias até nós. Quando Frau Maria colocava suas mãos,
um raio quente penetrava em mim, o qual por um lado me vivificava de
forma maravilhosa, mas então me fazia dormir um sono fortalecedor por
algumas horas. Depois de seis semanas eu estava forte e bem disposta
como nunca em minha vida; até hoje eu permaneci assim ativa. Quando
eu, em todos os anos posteriores, me sintonizava no auxílio irradiante
de Frau Maria, suplicando, então sempre me advinha auxílio à
distância, meu coração era fortalecido; também um envenenamento eu
superei dessa forma. Naquela ocasião eu senti logo uma reação e após
poucos dias meu intestino reagiu de forma bem nítida e, dessa forma, já
se iniciou a cura, que durou por todos esses anos. Também um
tratamento para outra enfermidade poupou-me mais tarde de uma
operação. Minha grave febre do feno não surgiu por muitos anos e
também permaneceu depois dentro dos limites suportáveis.
Naquela época eu apresentei ao médico do sanatório a minha cura
da doença do feno em junho. Eu nunca me esqueço da expressão
asquerosa e maldosa em sua face e como ele, quase gritando de raiva,
dizendo que aquilo que ele não conseguia compreender, ele também não
queria ver nem ouvir, recusando isso. Ele mantinha assim fechados os
olhos e ouvidos de sua face desfigurada. Eu me horrorizava diante de
tanta intolerância e maldade, e me veio um pressentimento diante de
ataques futuros de tal espécie. Mais tarde ele se dirigiu irado junto a
colegas contra a Montanha e Frau Maria, contudo, não pôde prejudicar,
mas, talvez, impediu certas pessoas de chegarem a um reconhecimento.
A recusa e o comportamento desconfiado do meu cunhado também se
atribui à influência dele.
Contudo, vamos agora para o reconhecimento da Mensagem do
Graal e do SENHOR!
Outrora, quando eu estive com a Frau Luft em Heilbrunn e a Frau
Bernhardt não mais pôde me aceitar, a Frau Luft trouxe no dia seguinte
todos os livretos verdes, que o senhor Bernhardt havia escrito e
impresso com o nome “Folhetos do Graal”. “Como a senhora é um ser
humano que está à procura, eu lhe trago os escritos, que o senhor
Bernhardt escreveu para auxílio dos seres humanos, e estes também
podem auxiliar a senhora. Antigamente eu nem havia acreditado e
também nem havia me interessado, mas através dele tudo isso se
tornou totalmente diferente; eu me tornei feliz e também encontrei
Jesus.” Assim disse ela. Eu tomei alegremente os livretos e prometi lê-
los, pois havia observado no último ano uma grande modificação nela,
uma interiorização de suas concepções de vida. – Então ocorreu algo
totalmente incompreensível para ela. Eu não li. Durante seis semanas
os livretos ficaram em cima de minha mesa e eu não os lia. Mais tarde
ela me confessou que havia desejado retirá-los novamente de mim. Eu
levei os livretos junto para Igls. Em Munique eu os tinha sobre a minha
mesa e tinha promissoras vivências. Eu colocava sempre apenas
minhas mãos sobre eles e pressentia a realização de meu anseio; mas
eu ainda não me permitia ainda iniciar com a leitura. Eu aguardava
ainda por algo, que me mostrasse que eu deveria agora me aprofundar
nisso. Eu me sentia tão doente e dilacerada por aflições internas e
externas, também não tinha o sossego e a possibilidade de estar
sozinha. Eu esperava pela atmosfera, que teria de formar o quadro para
a realização de meu anseio. Eu intuía que esses “Folhetos do Graal”, os
quais traziam o nome ansiado, continham em si uma realização para
mim, o ponto de transição, e que se tornaria a felicidade de minha vida.
Isso era demasiado sério, grande, para que pudesse ser pega de forma
apressada. Eu sentia que eu ainda não estava bem preparada para essa
felicidade, por isso eu sempre colocava apenas minhas mãos,
ansiosamente, sobre eles, para que pudessem penetrar em mim os raios
de Luz, que eu via resplandescer dali como uma estrela. Quantas vezes
eu fiquei diante deles em oração – e aguardando por uma ordem
interior. Então por volta do meio de maio chegou a carta do senhor
Bernhardt, dizendo que eu poderia ir a Igls para o tratamento. Um
agradecimento jubiloso me perpassou, agora eu sabia pelo que eu havia
esperado. Não levei nada mais para ler, além dos “Folhetos do Graal”.
Eu pressentia que este seria o local correto e a época correta que me era
presenteada, como concessão ao meu pedido.
Então eu me encontrava em Igls! E já à noite eu comecei com a
leitura e li durante a noite inteira, sem ir me deitar; de manhã eu havia
terminado todos os Folhetos do Graal. Em sua mensagem eles haviam
se tornado para mim uma revelação da Verdade oriunda da Luz.
Eu intuía uma felicidade quase inapreensível, por ter finalmente
em mãos aquilo pelo que, desde a mais tenra juventude, eu havia
procurado, poder ver o soerguimento da vinda da nova era do
verdadeiro saber a respeito de Deus. Por um instante perpassou-me
uma dor no reconhecimento de que o Filho do Homem já se encontrava
agora realmente entre nós, seres humanos, e que Jesus, que desde
outrora se encontrava em meu pensar e que possuía todo o meu
agradecimento e meu amor, não permanecera mais como nosso
mediador. Mas logo me veio a lembrança de que Jesus mesmo havia
dito que ele iria para o pai e enviaria um Consolador, o Espírito da
Verdade, que nos conduziria em toda a Verdade e daria testemunho
dele. E isso não era agora assim? Eu mesma não havia aguardado por
esse tempo, que estava em conexão com o Juízo e que traria o
Auxiliador oriundo do Graal? Agora ele viera e eu tinha de reconhecê-lo
imediatamente por sua Palavra, a qual me penetrava vivificando e
despertava em mim uma alegre confirmação. Jesus não fora posto de
lado, apenas a Trindade fora completada na Unidade. Agora eu também
compreendia esta. Ah, essa felicidade quase não podia ser suportada!
Ainda me parecia um sonho, quase inacreditável o fato de ter me sido
finalmente permitido encontrar. Eu nem era capaz de ter outras
conclusões. Eu também não disse nada de forma mais pormenorizada a
Frau Maria, quando ela viera de manhã, apenas que estava muito feliz
por ter encontrado nos Folhetos do Graal a Mensagem de Deus por
tanto tempo procurada.
Agora eu via também outra origem além de uma irradiação
humana agraciada para curar em seu tratamento e me abria agradecida
aos maravilhosos raios bem-fazejos e calorosos, que saíam de suas
mãos e precisava mirá-la sempre de novo, como de seus maravilhosos
grandes olhos azuis irradiava um indescritível amor e bondade. Assim
se passaram quatro dias, nos quais permaneci calada, apesar de quase
me fazer explodir, pois eu não ousava pedir; ela me olhava, sorria, e não
dizia nada. Eu, porém, havia me esgueirado todos os dias ao redor da
casa, na proximidade da floresta, havia me escondido atrás de árvores
na proximidade da cerca, para ficar na proximidade do foco dos raios de
Luz, os quais eu novamente via resplandescer como uma estrela da ou
através da casa. O restante do tempo eu me aprofundava nos escritos,
ou ia sozinha para dentro das florestas e deixava-me levar, mas não por
caminhos pelos quais os outros iam, mas assim como eu sempre havia
procurado o tecer e a vida na natureza, encontrando assim para mim
paz e alegria. Agora, porém, eu levava comigo o anseio de poder falar
com ele, pedir e agradecer-lhe. Ao mesmo tempo eu rechaçava esses
desejos como impossíveis. Então Frau Maria havia vindo pela quarta
vez, olhou para mim novamente sorridente e para meu pedido secreto,
meu anseio. Então ela disse, auxiliando:
“A senhora anseia tanto por poder falar com ele, e pedir e
agradecer-lhe e ao mesmo tempo reprime esses desejos como algo
impossível... Devo dizer a ele se a senhora pode ir até ele?”
“Ah”, suspirei eu, “isso seria o meu mais profundo anseio, mas
como é que conseguirei ficar perante ele, eu absolutamente não sou
capaz de ousar isso, que ele fale comigo. Eu acho que nem serei capaz
de suportar sua proximidade.”
“Ele tornará isso possível”, sorriu a bondosa senhora.
“Mas então eu tenho um pedido, dentro da casa eu não consigo,
isso eu não ouso. Será que ele viria até mim, na floresta?”
Ela sorriu então de uma forma indescritivel devido ao meu
estranho desejo e prometeu executá-lo. E, de fato, no dia seguinte ela
trouxe o consentimento, e no dia seguinte eu poderia esperar por ele às
onze horas na floresta próxima à casa. Ele veio e me sorriu, caminhou
adiante floresta adentro. Eu o segui. Logo havia um banco à beira do
caminho; enquanto ele se sentava no meio, ele indicava para o lugar ao
seu lado e disse encorajando: “Sente-se ao meu lado”. Tremendo de
alegria e respeito eu me sentei no canto mais extremo, sobre o que ele
riu bondosamente. Então eu pude dizer o que se passava no meu
coração, sobre a minha felicidade de poder ter agora encontrado aquilo
que havia procurado por toda minha vida – naquela ocasião eu estava
com 40 anos de idade. Ah, como se eu tivesse reconhecido agora que
Jesus e o prometido Filho do Homem não eram a mesma pessoa, mas
aquele, que ele nos prometera como o Espírito da Verdade e eu intuía
que nós podíamos reconhecer nele agora o Filho do Homem que atuaria
na época do Juízo sobre a Terra e também traria o auxílio, conduzindo-
nos em toda a Verdade, como Jesus havia dito. Eu já soubera disso
quando criança e havia aguardado por isso!
“Sim, a senhora já trouxe tudo dentro de si, eu só precisei ainda
retirar o véu. Mas não pense a senhora que isso se dá assim com todos
os seres humanos. A maioria das pessoas terá de lutar duro pelo
reconhecimento. Pense sempre nisso e não espere dos outros que seja
assim, como se deu com a senhora. Eu pedi ao Pai para trazer ainda
antes do Juízo a Mensagem oriunda do Graal aos seres humanos, para
lhes dizer e esclarecer aquilo que eles agora devem saber, a fim de poder
ascender conscientemente, a fim de sair de sua confusão. Se os seres
humanos a aceitarem e viverem de acordo, então muita coisa lhes
poderá ser poupada no Juízo, pois eles modificar-se-ão. Não haverá
então mais caminhos errôneos, nenhuma vontade de ódio e de
aniquilação, nenhuma inveja e nenhum pensamento errôneo de poder.
As criaturas humanas ficarão satisfeitas, pois cada uma sabe que assim
como lhe acontece, ela própria criou para si por meio de desejos e
ações, também em sua vida anterior. Elas serão agradecidas e felizes,
pois sabem que cada um também recebe de presente na vida a
possibilidade de resgatar e de se purificar na modificação para o que é
bom e puro e, dessa forma, a possibilidade... *(N.T. No manuscrito uma
ou duas linhas estão ilegíveis no final da página.). Se as criaturas
humanas tivessem reconhecido corretamente a existência terrena de
Jesus e sua Palavra, e vivido de acordo com ela, esta poderia ter-lhes
trazido a salvação. Contudo, assim elas apenas afundaram ainda mais
profundamente e necessitam agora mais uma vez da ‘Palavra da
Verdade’, para que as retire e conduza para fora do pântano e dos
erros.”
Eu acolhia suas palavras em mim, envolta por raios de Luz e uma
paz maravilhosa. Assim devia ter sido com Jesus, pensei uma vez.
Antes de Abd-ru-shin me deixar novamente, ele ainda disse: “A senhora
me reconheceu, mas não fale com ninguém a respeito disso, do Filho do
Homem. Meu tempo ainda não chegou e os seres humanos ainda não
podem compreender isso. Se a senhora for perguntada, então diga que
eu sou o preparador do caminho. Por fim, eu também sou meu
preparador do caminho”, disse ele sorrindo.
Como ele partiu, se ele me deu a mão, como eu me comportei, eu
não sei mais. Eu me encontrava então sozinha sobre o banco,
atordoada de felicidade e gratidão e com uma tão forte comoção. Eu
entrei então fundo na floresta até uma clareira, longe do caminho, onde
me sentei à sua beirada sobre um tronco de árvore. O que vivenciei aí,
não sei descrever. O que eu vi? Primeiramente encontrava-se de novo
em mim apenas meio consciente a campina luminosa, que deveria levar
a um Templo, que me havia transmitido quando criança o nome “Graal”
e o pressentimento a respeito do Juízo vindouro e nisso o saber sobre
uma missão, que gravara em mim um anseio inapagável para procurar
por esta. Talvez fora essa planície, onde, após a morte terrena de Jesus,
durante a grande tristeza em todas as esferas, eu pude pedir outrora
que me fosse permitido servir ao Filho do Homem, quando tivesse
chegado o seu tempo. (E para poder desfazer em mim o fato de eu ter
reconhecido Jesus apenas em seu trespasse. Isso, porém, não me
estava totalmente claro outrora.)
Então eu não tinha mais consciência do que um pairar em paz e
felicidade. Depois de horas eu voltei a mim. Era tarde quando eu me
reencontrei de modo consciente sobre o tronco de árvore. Minha alma,
meu espírito, havia podido deixar seu corpo terreno, para poder receber
a confirmação e o chamado em um outro e mais elevado plano.
Há alguns anos, nas horas entre a vida e a morte, eu pude
revivenciar abalada, numa visão retrospectiva de meu espírito, o
caminho do juramento após a morte de Jesus e também esse momento.
(Com todo o anseio e toda a graça, que, depois de certos fracassos no
anseio veemente, deixaram-me, porém, encontrar o país, em cujas
estradas luminosas e ensolaradas, com minhas três chaves douradas –
justiça, amor e pureza, as chaves do Trígono divino – e com meu livro, o
qual eu devia anunciar, firmemente pressionado contra o peito, eu devia
e pude ir ao encontro do cumprimento).
Logo eu pude ir então à residência do Senhor, agora eu não tinha
mais receio de não poder aguentar; Abd-ru-shin continha sua
irradiação luminosa de forma correspondente. Então eu contei ao
Senhor sobre minha maravilhosa vivência espiritual. Ele disse de forma
bem bondosa, mas séria: “Foi apenas dessa vez que podia e devia ser-
lhe concedido se elevar tão alto para vizualizar e vivenciar, de modo que
só pode permanecer consciente ao seu espírito. Contudo, isso não pode
mais se repetir, do contrário a senhora iria embora e, contudo, ainda
tem de permanecer aqui na Terra. – Guarde essa elevada graça vivencial
de seu espírito como uma dádiva especial e fortalecedora para a
senhora.” —
Quando eu pude novamente retornar, aflorou-se-me a pergunta
suplicante, se agora eu também seria chamada para o servir, pois eu
sabia que eu era “convocada” para servir a ele e a sua obra, pois já
como criança existia em mim esse pressentimento ansioso. Então ele
me olhou bondosa, mas ao mesmo tempo bem seriamente e disse
exortando: “De fato, a senhora pertence aos convocados pela Luz, mas o
chamado não pode realizar-se imediatamente, pela senhora ter agora
me encontrado! A senhora precisa primeiro preparar-se e também
resgatar antes certas coisas!” Oh, como me veio aí à consciência, o que
na verdade significa ser “convocado” e que apenas com o
reconhecimento isso não estava realizado. E eu me envergonhei muito
pelo meu atrevimento. Apesar disso, alguns dias mais tarde, eu
perguntei novamente, – incompreensível essa ousadia e imaturidade –
quanto tempo eu ainda teria de esperar, até que eu pudesse ser
convocada. Mas o Senhor intuiu o grande anseio e não se zangou por
isso. Sério, mas com a resplandescente bondade, que sempre irradiava
dele, ele disse que isso dependeria de mim, mas que antes de dois anos
não aconteceria. “Mas”, disse ele bem sério, exortando, “a senhora deve,
nesse tempo do preparo, sempre ansiar, contudo, jamais se tornar
impaciente. Lembre-se sempre disso!”
Foi como se essas palavras tivessem penetrado de forma ardente
em meu coração. Foi no jardim diante da casa e o sol brilhava, os
rochedos das montanhas Karwendel sobre o vale do rio Inn erguiam-se
de forma palpável do profundo céu azul. Parece-me como se isso tivesse
acontecido ontem, tão atemporal é a vivência interior.
Eu podia agora ir com mais freqüência até ele e ele falou comigo
sobre o dia da Pomba Sagrada, da renovação de força no dia 30 de maio
e sobre a Solenidade, que ele também celebrava aqui na Terra. Devido
ao meu grande anseio, ele me consolou, dizendo que agora ainda não
seria possível que eu pudesse participar dela, pois só fazia oito dias que
eu havia encontrado o caminho e eu teria, primeiro, que me preparar
conscientemente para tanto, para poder receber o batismo do
Graal (Selamento) e a Ceia do Graal na Solenidade. Mas na próxima
Solenidade isso já seria de fato possível.
Assim, na manhã do dia 30 de maio, eu entrei novamente fundo na
silenciosa floresta, aprofundada em devoção, e da qual eu recebi um
maravilhoso fortalecimento. Havia um suave tecer à minha volta, como
se toda a natureza participasse da dádiva de graça dessa hora
luminosa, a qual esse acontecimento também é. Eu intuí novamente,
como na época do jardim de infância, esse suave e alegre tecer e viver
ao meu redor.
Uma vez, na primeira vez, também foi no jardim, sobreveio-me
novamente o pensamento em Estevão, aquele que fora apedrejado por
causa de sua fé em Jesus. “Ah”, disse eu na alegre compreensão de sua
convicção plena de força, a qual permitiu que ele vivenciasse isso, “quão
belo deve ser poder sofrer e morrer por sua convicção, quão feliz ele
fora! Eu queria que isso também me fosse permitido. Algo mais bem-
aventurado não pode haver!” Aí o Senhor disse: “Não é desejado pela
Luz que as criaturas humanas devam experimentar sofrimento e morte
por sua convicção, isso só ocorre através da perseguição por meio dos
seres humanos. Dor e aflição são coisas estranhas à Luz. Deus quer
alegria e felicidade para as criaturas humanas. Ele também não quer
que elas sofram por Ele, essa é uma concepção errada. Todo o
sofrimento veio ao mundo por meio do querer e agir malévolos dos seres
humanos, por terem perdido o caminho certo. E todas as trevas odeiam,
portanto, a Luz.”
Mais tarde surgiu uma conversa a respeito dos seres humanos
“santos” e, sobretudo, a respeito dos “mártires”, que a Igreja Católica
cunhou como “santos”. Então o Senhor disse para mim: “A Luz não
quer ter de sofrer, Deus deseja a felicidade dos seres humanos. Os
mártires não devem ser denominados de santos. Não existem seres
humanos “santos”, tal suposição é um atrevimento da Igreja. Os
mártires realizaram apenas o seu dever. Eles foram pessoas corretas,
verdadeiras, como todos devem ser. Eles se tornaram assim exemplos,
mas não devem ser chamados de “santos”. Eles viveram e morreram
como seres humanos verdadeiros que aspiram à Luz, nos quais viveu a
convicção pela Verdade. Isso foi a expressão natural de sua gratidão e
de seu amor para com o Filho de Deus. Eles nem conheciam aí algo
diferente. Denominá-los, contudo, de “santos” é um atrevimento. Eles
foram seres humanos e permanecerão sempre espíritos humanos.
“Santo” é um conceito que jamais se deixa utilizar para as criaturas
humanas.”
Na época inicial de minha estada em Igls eu me encontrava certa
vez, com anseio no coração, sobre uma pequena elevação na floresta e
olhava para baixo, para a estrada, quando o Senhor, de repente, virou a
esquina e veio andando com Frau Maria e as crianças. Eles acenaram
para o alto, para mim, e isso foi como um convite. Contudo, eu estava à
beira de um rochedo íngrime, do qual não havia nenhuma trilha que
descesse para a estrada. Mas o pensamento que eu poderia descer e ir
junto com eles, não deixou que isso fosse um impedimento para mim;
eu desci a encosta com uma leveza tal, sem vertigem e insegurança, que
já há anos haviam-me dado trabalho devido a uma insolação. Foi como
se eu tivesse sido apoiada. Eu estava usando nesse dia quente um
vestido bem leve, sem mangas, como se usava naquela época e nem
pensei em nada aí. Contudo, então eu me assustei, pois cumprimentar
o Senhor assim de braços despidos era impossível, não podia ocorrer.
Eu vesti rapidamente o casaco, que trazia comigo para me sentar sobre
o solo da floresta. O intuir de minha grande veneração havia me
ordenado isso. Com um alegre sorriso ele me cumprimentou e disse
para Frau Maria: “Veja, como ela não teme nenhum obstáculo para vir
até nós.” Havia uma grande alegria em mim. – E então eu vivenciei algo
novo: o senhor e a senhora Bernhardt em sua família. Frau Maria com
sua alegre naturalidade, que atuava sobre mim como uma límpida
nascente da montanha, de forma tão incrivelmente revigorante, que eu
podia vivenciar quase todos os dias, presenteando-me novas forças
salutares. O Senhor eu só tinha vivenciado até agora em sua elevada
existência. Ali eu o encontrei pela primeira vez, totalmente como ser
humano, bem simples e singelo, sim, também alegre com Frau Maria e
as crianças. E eu pude caminhar junto, de forma natural, nesse
caminho da floresta e me deixar ainda alegrar especialmente por essa
naturalidade e alegria em relação à natureza. – Sim, essa naturalidade
singela, o ser tão simples do Senhor, que não falava nada que não
tivesse uma necessidade espiritual e do qual, porém, irradiava uma
harmonia e uma Luz, que não era de espécie humana, quando ele se
encontrava sentado em silêncio, sem palavras, ou andava, e irradiava
como ouro de seus olhos, isso me tocava sempre de novo durante todos
os anos.
Ele não queria aparecer, ele jamais dava a transparecer, de modo
que as pessoas que não intuiam em si que ele era um outro, notassem
algo. Por que também? Ele não tinha necessidade de se apresentar
como algo especial, pois ele era o “Eu Sou”. Quando ele estava entre
estranhos, ele muitas vezes nem despertava a atenção com sua maneira
de ser simples e reservada, pois ele também permanecia bem quieto
quando não valia a pena falar, quando ele sabia que não havia um solo
de ressonância, depois de primeiro ter lançado algumas observações em
um diálogo. Ele então apenas observava – e eu intuía sua distância
universal.
Uma vez, por volta do fim da minha estada em Igls, contei a
respeito da minha predileção de, sempre, mesmo em regiões
desconhecidas de outros países, andar sozinha sem caminho e sem
rumo. Nessas ocasiões eu sempre havia me deixado levar por uma
condução invisível e vivenciei a vida na natureza de forma tão
maravilhosa. Também pude ousar fazer caminhadas perigosas pelas
montanhas, mas sempre o auxílio esteve comigo. Já há anos antes de
encontrar a Mensagem, em ocasiões de perigo, eu ouvi as advertências
dos pequenos enteais e as segui, também agora, algumas vezes em Igls.
Eu podia me expor sempre despreocupadamente, pois em caso de
perigo eu seria advertida a tempo. Assim eu também havia podido
vivenciar maravilhosas caminhadas à luz da lua e havia, num verão,
saído por várias vezes a remar sozinha durante a noite no lago
Königsee, bem longe em direção St. Bartholomä e, então, pela noite,
totalmente sozinha, caminhava de volta pela estrada ou pela floresta a
Berchtesgaden. – Eu contei tudo isso de forma alegre e agradecida, para
mostrar que agora eu podia compreender claramente o auxílio dos
enteais e o que eles são. Para meu terror eu não vi nenhuma alegria nos
olhos do Senhor, da forma como eu havia esperado. Ao contrário, eles
ficaram bem escuros, como, mais tarde, eu cheguei a vivenciar isso com
mais freqüência nele, quando se elevava nele um descontentamento
sobre nós. Ele disse bem sério e repreensivamente: “Sim, a senhora
nunca intuiu que isso foi uma arrogância da senhora, colocar-se em
perigo por causa do seu desejo e então simplesmente esperar que os
enteais a ajudassem?” Eu fiquei arrasada com essas palavras, como se
tivesse despencado de um aparente céu de sentimento errôneo de
felicidade. Ah, isso eu realmente não havia desejado! Quão
profundamente triste eu fiquei em relação a isto, mas não me era fácil
conscientizar-me de que eu não deveria nunca mais agir assim. Ao
mesmo tempo elevou-se em mim o firme propósito de deixar isso para
sempre, pois sabendo disso, seria fazer algo errado conscientemente.
Quando queremos fazer algo errado conscientemente, então isto se
torna uma culpa espiritual, que tem de se efetivar segundo as leis
eternas de Deus.
Em todos os anos seguintes eu ainda pude, às vezes, experimentar
o auxílio dos enteais, até mesmo um verdadeiro salvamento, mas eu
jamais tive culpa aí. Foi-me permitido receber ensinamentos e
advertências para refletir, mesmo por meio de pedidos não realizados
em hora inoportuna, os quais, então, mui frequentemente ainda
puderam assim se realizar, se eu tirasse deles o ensinamento. Onde
quer que eu pense, sempre estive preenchida de gratidão e felicidade
por todas as graças nos auxílios espirituais e terrenos, que sempre
pudemos obter, apesar de ainda sermos defeituosos.
Novamente, mais uma vez, eu pude receber um ensinamento e um
novo reconhecimento. Eu havia contado sobre dois dias solitários no
alto da cordilheira Karwendel. Meu marido e eu havíamos planejado,
juntamente com um pintor amigo nosso, pernoitar na solitária cabana
da montanha, para a qual ele havia obtido as chaves. Estava na época
de reprodução dos cervos, eu me alegrava pelo vivenciar da natureza
selvagem. Eu tenho de confessar que foram dois dias de contos de fadas
para mim, de especial beleza. Eu estava leve e alegre, e nem me senti
entristecida de que, alguns dias antes, meu marido disse que não
poderia ir junto, mas que eu, por isso, não deveria me privar da alegria,
devendo ir sozinha com o pintor. Este estava meio oprimido, o que eu
não compreendia, e disse se as pessoas não iriam pensar algo a
respeito. Meu marido riu e disse que ele não iria pensar nada a respeito
e que isso era o principal; eu não conseguia imaginar nada e disse: “Eu
sou, pois, casada”. Assim eles foram dias tão belos e despreocupados
para mim, de modo que na lembrança eu também os descrevo assim.
Naquela ocasião eu vivi como num conto de fadas. Mas novamente eu
tive de vivenciar que o Senhor não se alegrou comigo. Ao contrário, seus
olhos se escureceram e ele disse: “Isso a senhora não deveria fazer, ficar
sozinha com o pintor nas mais diversas impressões da natureza
solitária das montanhas e passar a noite na cabana isolada.” Eu
declarei assustada que tudo havia sido tão belo e limpo entre nós, não
houvera nem mesmo uma palavra, apenas a alegria pela natureza havia
nos ligado. Mas Abd-ru-shin completou sua exortação: “Contudo, tal
coisa, gera vibrações, formas de pensamentos, cheias de perigo e
certamente malsãs, que são perigosas para uma mulher, para a pureza
de seu ser, e também põem o homem em perigo. A senhora tem de
deixar no futuro tais coisas de lado.” Sim, também a isso eu tive de me
sujeitar, também dessa forma eu não podia mais satisfazer meu desejo
por um vivenciar solitário da natureza. A partir daí, porém, todos os
desejos extravagantes caíram de mim, aos quais meu ansiar e procurar
confusos sempre haviam me incitado. Por quanta responsabilidade
passa tantas vezes despercebidamente o ser humano, mesmo não
querendo o mau, mas que, apesar disso, no desconhecimento do atuar
da Criação, faz o que é errado! E agora podemos obter a chave, podemos
abrir o portal para o reconhecimento tão necessário a nós!
Foi também naquela época em Igls que eu reclamei ao Senhor, que
meu casamento andava muito difícil, que eu não era feliz e que ele me
causava muita decepção e, assim, luta interior. “Alegra-te, pois!”
respondera o Senhor. Eu não havia entendido de imediato, mas logo me
tornei consciente. De acordo com o meu ser eu teria me consumido
irrestritamente em meu amor, teria imergido nele e teria esquecido a
minha procura, ou não teria encontrado a força para avançar nos
caminhos do reconhecimento, que agora haviam se aberto para mim.
Mais tarde eu também reconheci que meu casamento pertencia ao
resgate de atamentos passados e à possibilidade de amadurecer e,
assim, também para a possibilidade de auxílio para ele e para meus
filhos, que estavam ligados a nós. Em tempos passados eu havia
reconhecido muito tarde, por meio dele, Jesus como Filho de Deus. Por
isso, no meu noivado, eu intuí uma nuvem escura sobre sua fronte, a
qual eu queria auxiliá-lo a dissipar. Esta dor, gratidão e amor por ele,
Jesus, fora então sempre minha estrela guia, o que mais tarde se me
tornou inteiramente claro, e fora, naquela época, a causa de ter-me sido
permitido estar junto entre aqueles que pediram para que lhes fosse
permitido servir ao Filho do Homem em sua obra divina. Devido a essa
permissão, pressentindo, eu pude procurar minha vida inteira pela
“missão especial”. Esse anseio não pôde ser saciado nem pelo amor dos
meus pais, nem pela minha bela infância, nem mais tarde pelo meu
belo lar, por meu amor ao marido e às crianças e pela minha dedicação
a eles e nem por toda riqueza tranqüilizadora.
Anos mais tarde, quando eu pude me mudar completamente para
a Montanha e tomar conhecimento de todas as conexões em relação à
época de Jesus, eu corri pasma de dor e banhada em lágrimas até o
Senhor. Novamente ele me disse as mesmas palavras: “Alegra-te, pois!”
“Sobre o que eu devo me alegrar, eu estou morrendo de dor!” exclamei
mui admirada. Sobreveio-me uma corrente de bondade e Luz e ele disse
com uma voz, que penetrou meu coração ferido como bálsamo:
“Sim, alegra-te pela graça de poderes reparar tudo, por teres
reconhecido então o Filho de Deus, por ter sido atendido teu pedido
para servir ao Filho do Homem e sua obra divina sobre a Terra.” E mais
uma vez ele me consolou e me tranqüilizou então: “A senhora pode se
alegrar, a senhora pode reparar, servir à Luz em sua atuação e para
auxílio dos seres humanos!”
Sim, então havia minha convocação, o chamado obtido há algum
tempo, como uma luz clara e libertadora e eu me agarrei à alegria, à
gratidão e à felicidade que surgiram disso para mim, mesmo que a dor,
que se encontra entretecida em mim no amor por Jesus, jamais possa
ser totalmente apagada.Esta também não deve ser.
Saudável e fortalecida pelas mãos terapêuticas do amor divino de
Frau Maria e por sua naturalidade e revigorância, também libertada de
certos – em parte cultivados – impedimentos e tensões antinaturais no
ser e na essência, infinitamente feliz pela graça especial da condução do
próprio Senhor, retornei ao círculo de minha atuação terrena. Com nova
coragem tomei sobre mim todas as dificuldades do meu casamento e via
nisso claramente uma missão de poder auxiliá-lo e conduzi-lo ao
caminho da Luz agora encontrado, assim como também esperava isso
para meus filhos.
Nosso menino, para cujo pleno restabelecimento e fortalecimento
os médicos tiveram pouca esperança, pôde, por meio de um tratamento
de quatro semanas com Frau Maria, retornar comigo com uma saúde
firme para Munique. E esta foi duradoura; mesmo a prática esportiva
anteriormente proibida não mais prejudicava seu coração. – Nós
também intermediamos o tratamento de Frau Maria com um jovem
parente, que vinha sofrendo há mais de vinte e cinco anos de um
ecsema atormentador, sem que médicos e terapeutas pudessem lhe
ajudar. Depois de algumas semanas ele estava totalmente curado,
nunca mais teve uma recaída e permaneceu muito agradecido por isso.
Em relação à Mensagem, porém, ele não progrediu; ele notou que teria
de modificar certas coisas em sua vida, e ele não conseguia cobrar
ânimo para tanto. Ele havia pensado que mais tarde ele também teria
tempo para se ocupar com a Mensagem do Graal. Mas esse mais tarde
não voltou mais para ele. Um sofrimento atormentador depois de um
grave ferimento na guerra, trouxe-lhe prematuramente a sua morte.
Nesses meses ele havia se tornado de fato mais pensativo. Tomara que
ele possa reconhecer e ainda chegar a um resgate do outro lado.
Por volta do outono eu pude ir novamente a Igls. Fora-me
permitido vivenciar indescritíveis oito dias na casa do Senhor e também
juntamente com ele e a Srta. Irmingard, que se tornava uma jovem
moça, - ela estava com mais ou menos 16 anos – eu fazia
frequentemente passeios pela floresta ou mesmo caminhadas mais
longas pela região montanhosa ainda intocada e especialmente bonita.
Às vezes também participavam os dois outros e Frau Maria, a qual, em
geral, não era muito a favor de caminhar. “Eu devo utilizar esta época
de agora para caminhar pelas belas florestas e fortalecer assim meu
corpo. Mais tarde eu não terei mais tempo para isso”, dizia o Senhor.
Ele ficava então frequentemente tão feliz e tão leve, alegrava-se com
tudo, até mesmo com a alegria das crianças. Quando encontrávamos
bons cogumelos, que eu sabia indicar e por eu conhecer tantos nomes
de flores, até mesmo os em latim, sobre o que ele então ria tão
abertamente e fazia gracejos; de tal forma leve e bondosa Abd-ru-shin
também se dava na existência humana. Quantas vezes eu fiquei a
comparar em todos aqueles anos; assim também deveria ter acontecido
com os discípulos, quando eles puderam caminhar com Jesus.
No início de minha estada lá o Senhor havia se lamentado uma vez,
que ele tinha de encontrar um profissional que servisse como editor
para a Mensagem, a qual ele tinha de escrever, ampliando-a cada vez
mais e mais. Eu pensei no nosso parente, que estava no quintal
brincando com as crianças Alexander e Elisabeth, e o sugeri. O Senhor
disse horrorizado: “Não, isso não é possível, ele jamais irá poder servir
ao Gral!” Eu fiquei chocada, pois ele também tinha seu lado bom e por
causa deste eu gostava dele. O Senhor disse: “Veja a senhora mesma”,
eu pude então ir com ele até a janela e olhar para fora, para o pátio. E
eu vi com os olhos fino-materiais – mais tarde e agora isso fora-me dado
muitas vezes para o meu servir – uma visão que me assustou. Seu
pendor baixo oprimia-o de tal forma, que ele parecia um fauno. Então
eu soube que isso também era um auxílio para mim, poder vê-lo
naquilo que o escravizava de tal forma e que eu não podia auxiliá-lo, e
que ele, entregue a isso, jamais poderia ser chamado para o serviço do
Graal. Então eu também compreendi porque Frau Maria, por ocasião do
tratamento, sempre tinha ao seu lado Schwester Rosa como proteção
fino-material, o que, em geral, não era o caso.
O fato de eu ter sido convidada para passar uma semana na casa
do Graal, eu estava diariamente e hoje ainda plena de gratidão por esse
presente. Daí eu pude também ver a vida de forma mais correta e posso
também agora relatar quão natural, rico em trabalho e de forma simples
transcorria o dia ali na alimentação e em tudo, quão harmônica e
silenciosamente alegre era a vibração, sem grandes palavras. Era-se
interiormente movimentado e beneficiado no aspirar pelo Alto através
daquilo que é imensionável, que partia de Abd-ru-shin, mesmo à
mesma e quando ele não falava nada, o que senão era sempre algo
esclarecedor e que indicava para coisas mais elevadas. Exatamente esse
ser singelo, que não queria se mostrar exteriormente, aquela harmonia,
que estava ao redor dele e com ele, aquela paz que ele irradiava, a
naturalidade como ser humano, tocou-me de forma especial outrora e
para todo o sempre. Eu senti logo a sublimidade distante da Terra que
se destacava daquele invólucro terreno, o núcleo, seu profundo e
verdadeiro ser que eu via reluzir dele. Ele falou muito nesses dias da
construção da Criação e das leis, do futuro, de muito que ainda
precisava ser escrito.
Eu não gostava de chamá-lo pelo seu nome terreno e só o fazia
para outros. Nas minhas cartas eu o chamava sempre de “Meu elevado
Guia” e usando também a forma formal de expressão. Por fim, certa vez
ele disse sorrindo: “De fato, a senhora pode me chamar assim, mas na
verdade essa denominação não está bem certa. Chame-me
simplesmente de Abd-ru-shin, isto é mais certo. Na verdade, meu nome
verdadeiro também não é este; lá no Alto eu tenho outro nome, mas
este a senhora vai tomar conhecimento mais tarde, agora eu ainda não
posso me denominar assim.” A partir de então eu só dizia e escrevia
simplesmente Abd-ru-shin. Mais tarde quando o raio divino oriundo de
Imanuel desceu nele através de Parsival, nós pudemos tomar
conhecimento do seu verdadeiro nome Imanuel. Mas como muitos
sempre tomavam de maneira indescritivelmente tão terrena aquilo que
era elevado, distante da Terra – quão frequentemente o Senhor disse:
“Espiritualizai-vos finalmente, ó criaturas humanas” – esse nome da
Luz fora então repentinamente profanado: Imanuel está fazendo hoje
isto, e coisas desse tipo. Assim o Senhor proibiu horrorizado tais coisas
impossíveis, tais degradações. Ele disse irado: “Ainda vai-se dizer:
Imanuel acabou de comer uma maçã. Será que não tendes consciência
da santidade, do significado desse nome?”
Em “Faça-se a Luz” isso já deveria ter ficado claro a todos. No
início da época da Montanha eu já havia chamado Abd-ru-shin de
“Senhor”, isso era o mais natural para mim. De repente essa
denominação tornou-se comum. Ocorreu então que certas pessoas
falavam do “Rei”, o que fechava o caminho a muitos buscadores.
Também aqui paralelamente a Jesus. Tudo o que levava de tal forma a
conceitos terrenos, era-me doloroso em relação ao Senhor, que em sua
essência não podia absolutamente ser compreendido. Eu gostaria de
dizer “pressentido”, pois que ser humano pode compreender tal mistério
divino? Antigamente, quando a irradiação de Parsival desceu para o
preparado corpo terreno de Oskar Ernst Bernhardt, quando ele
encontrou em 1920 Frau Maria e eles reconheceram que se pertenciam
e vivenciaram no Dia da Pomba o sentido de suas existências terrenas e
também nessa hora a ligação com Jesus de forma consciente no raio
divino, aí o nome Bernhardt não teve mais nenhum significado
espiritualmente. Tudo o que ele havia experimentado e vivenciado nesse
tempo terreno de aprendizado, isso apenas deveria servir-lhe para
compreender os seres humanos, para, antes do Juízo, ainda poder
conduzi-los para fora de sua confusão, em direção ao caminho para a
Luz e também para estabelecer corretamente o reconhecimento da
existência terrena de Jesus. A época de preparação terrena, que
procurando a si mesmo e não conhecendo sua missão terrena, permitiu
que entrasse em complicações com estranhos, estava agora finalizada e
assim também espiritualmente seu nome terreno. Isso pessoas
estranhas naturalmente não conseguem compreender. Que tormentos
lhe causaram a consciência, com que freqüência isso quase me
despedaçou o coração, quando eu tomei conhecimento disso na
Montanha. Nos dias em que o Senhor especialmente sofria, eu ficava
sempre doente de dor, sem, porém, saber por que, até que o Senhor
mesmo me esclareceu a conexão, que meu amor por ele, meu
reconhecimento causava esse sofrer junto com ele, de modo que eu
reagia assim, sem que me fosse falado a respeito. Assim deve ter
acontecido com os discípulos de Jesus em sua horrível dor pelo
sofrimento de seu Senhor. Aqui o caminho foi naturalmente outro. A
missão de ambos foi, de fato, totalmente outra. Jesus não necessitava
ancorar em si a ligação com o espiritual. Ele veio diretamente do divino
e retornou diretamente para sua origem, ancorando também para os
seres humanos apenas a luz de seu Amor sobre a Terra. Para a sua
atuação ele não necessitava passar por confusões sobre a Terra.
Como o Senhor havia então sofrido com a consciência de que as
trevas iriam aproveitar esse período de tempo contra ele, a fim de
confundir em sua proximidade as pessoas que procuravam pela “Luz da
Verdade” e aquelas que ainda não haviam vivenciado em si a convicção
firme de sua Mensagem e missão divina. O Senhor também me contou
que ele, quando criança e também como jovem, ainda havia visto o
mundo de tal forma como ele devia ter sido e não pressentia como ele
realmente era, de modo que ele havia agido de acordo com isso e
confiado plenamente em todos. Assim ele também havia visto a mulher
como nobre feminilidade. A partir desta suposição também havia
ocorrido seu casamento bem jovem; ele teve então que retirar o
reconhecimento de seu erro. Contudo, então seu anseio e procura
nunca o deixaram tornar-se sedentário, o que certamente não deveria
ocorrer, pois ele tinha que ser um buscador, até que tivesse reconhecido
em si sua finalidade terrena e estivesse preparado para ela. Isto ele só
me disse em Kipsdorf, onde ele falou com mais freqüência sobre sua
infância e primeira juventude, em especial também quando ele, em
Bischofswerda, levou-me a locais especiais.
Agora, voltemos a Igls, durante minha estada lá no início do
outono, entre final de agosto e início de setembro de 1926.
Frau Maria estava muito ocupada com doentes. Na casa do Graal
vivia, sobretudo cuidando da casa, a senhora Anita Klette com seus dois
meninos, como que pertencendo à família. Ela era casada com o irmão
da senhora Maria Luft e haviam conhecido o senhor e a senhora
Bernhadt em Dresden e também reconhecido. Ela viera com estes de
Dresden para a Baviera. Ela possuía capacidades mediúnicas e
astrológicas. Quero dizer, em Igls, ela já havia se separado do senhor
Klette. Ela era especialmente inteligente, mas apesar disso, muito
egocêntrica. Ela me dava a impressão de uma cobra com seus olhos
frios, que não conseguiam ocultar sua ambição e vontade de ter valor.
Eu tinha a impressão, como se ela se considerasse tão importante na
missão do Senhor, assim como o era Frau Maria. Naquela época em Igls
eu ainda não conseguia observar tudo isso de tal forma como depois em
Tutzing, mas sua presença na casa do Graal me doía o coração. O
Senhor sempre soubera o que se passava em mim, sim, também cada
questão, com a qual eu ia até ele, respondendo-a logo quando eu
entrava, antes que eu a pronunciasse. Assim ele me chamou em Igls e
me disse:
„A senhora não consegue compreender por que essa mulher está
conosco. A senhora sente seu ser de forma dolorosa.”
“Sim,” confessei, “eu não consigo compreender isso e me dói muito
pelo Senhor e por Frau Maria terem uma pessoa em sua proximidade,
cuja vontade não é pura.”
“A senhora intuiu isso corretamente”, respondeu Abdrushin, “mas
nós temos que conceder-lhe que fique em nossa proximidade, apesar de
ainda termos que ter sua família conosco por causa dela. Mas ela é na
verdade a mais elevada convocada. O que lhe fora dado no serviço do
Graal teria de ser dividido entre sete outras pessoas. Por causa de sua
convocação encontra-se ela conosco, assim ela pode se preparar, dessa
forma ela também deve, vivendo nessa irradiação da Luz, tornar-se um
legítimo e verdadeiro ser humano. Uma convocada pela Luz não pode
falhar! Por isso a mantemos conosco, assim ela pode se tornar correta!”
O Senhor havia terminado a frase com tal ênfase, como se não
precisasse cunhar em mim apenas a crença firme nisso. Nunca mais
falou-se sobre isso, até que mais tarde ocorreu a separação, quando o
Senhor, numa profunda decepção, vivenciou a amarga experiência com
ela, que também os mais elevados convocados podem falhar, se não
forem puros como seres humanos.
Uma noite à mesa o Senhor disse para a senhorita Irmingard,
sorrindo e dando uma olhada para mim: “Como seria, se hoje à noite
fizéssemos um passeio ao luar com a Frau Gecks? Ela não pode mais ir
sozinha.” Meu coração bateu mais forte com esta perspectiva e pela
bondade de Abdrushin ter pensado em mim. Era uma noite clara de lua
cheia e a caminhada próximo à orla da floresta proporcionou a nós
todos alegria.
Quando minha estada em Igls estava chegando ao final, Abdrushin
me disse que ele havia alugado a casinha ali, próxima à floresta, apenas
pelo período do verão e que agora queria retornar para a Bavária e que
estava procurando uma casa para alugar nas proximidades de
Munique, junto ao lago Starnberger. “Eu vou lhe dar a incumbência de
encontrá-la em breve. Eu sei, a senhora logo poderá me dar notícia”.
Então você também deve encontrar, disse eu feliz para mim mesma, por
ter recebido uma incumbência, mas uma pouco assustada com a
responsabilidade.
Então eu pus logo mãos à obra, encarreguei vários corretores, mas
passou mais de uma semana e eu não encontrei nada. Uma manhã eu
me encontrava sob uma chuva torrencial na praça Marienplatz,
novamente quase desesperada depois da decepção. Então eu me
recompus e exclamei para mim: “Hoje você tem que encontrar o que
está procurando!” Então me sobreveio uma grande tranqüilidade e
segurança sobre mim e senti-me impulsionada a uma banca de jornal.
Eu abri a edição que havia comprado e, de fato, ali estava! Era uma
casa nas proximidades de Tutzing e havia mais uma para alugar em
Possenhofen. “A casa com árvores, a “Buchenhaus”, de Tutzing é a
certa”, disse uma voz em mim e eu jubilei. Inapercebidamente eu
telegrafei imediatamente, dizendo que havia encontrado a casa certa.
Abdrushin telegrafou que na manhã seguinte ele viria com o trem bem
cedo para Munique e que eu o esperasse na estação. Eu anunciei
imediatamente sua visita para verificação da casa. Então veio o dia
especial. Ele veio sozinho e eu pude acompanhá-lo.
A “Buchenhaus” situava-se sobre uma elevação e seus gramados
divisavam com a floresta. No quintal haviam velhas faias (árvores), na
frente da casa havia um lugar sombreado por uma alta cerca viva
aparada e alguns outros locais possuíam árvores altas e velhas que
rodeavam a casa. Da grande sacada podia-se ver o lago até as
montanhas. Ela situava-se sozinha, silenciosa, acima da localidade,
perfeita para a última época de preparo e tranqüilidade para Abdrushin
e para a continuação de sua Mensagem. Abdrushin estava alegre e
resolveu alugar a casa imediatamente. “Esta é a certa”, disse ele para
mim, “eu sabia que a senhora a encontraria.” E fora certo excluir de
antemão a casa in Possenhofen, sem tê-la visto.
Fora um maravilhoso dia de outono, que atraiu Abdrushin para
uma caminhada pelo parque Feldafinger e ao longo do lago; ele havia
deixado o dia livre para isso. “Daí podemos olhar também a outra casa,
sobre a qual sabemos que não é a certa.” Este dia, em que eu pude
caminhar com ele, fora como um presente, sempre me soará como
música de mundos mais elevados, um pressentimento de distâncias
luminosas, que não podem ser descritas. Não há expressão nem
palavras e, apesar de tudo, que bem-aventurança paradisíaca havia em
mim. O Senhor presenteou-me lançar um olhar em sua formação, em
seu preparo a partir do alto, e eu pude, pressentindo, intuí-lo, meu
espírito, porém, acolhendo-o totalmente em si.
Um quadro, porém, eu posso reproduzir: o Senhor mostrou-o a
mim como um ovo, ainda totalmente sem casca e ao redor do qual têm
de se formar as peles, cada vez mais peles, a fim de protegê-lo em seu
interior; por fim, envolve-o a dura e não transparente casca, que o
contém em si. E no ovo pronto, seu corpo terreno, descera então, pouco
a pouco, uma força irradiante ainda mais elevada, oriunda de Parsival,
de sua origem, depois que ele próprio havia se conscientizado de sua
origem e missão. Primeiramente seu corpo terreno também teve de estar
bem fortalecido e preparar-se em tranqüilidade para tanto. A completa
ligação com Parsival ocasionou a seu corpo terreno oito dias de total
inconsciência. Mais tarde, sobre a Montanha, pôde então também ser
estabelecida a ligação irradiante com seu Ser verdadeiro, mais elevado e
divino: com Imanuel. Isso foi uma longa corrente de preparo e uma
difícil tarefa, para conter essa gigantesca força irradiante sobre a Terra
de tal forma, que as criaturas terrenas pudessem suportá-la e não
tivessem que sucumbir. E isso é o mais terrível, a mais grave culpa
nossa, seres humanos, por termos deixado a Terra se enrijecer tanto.
Não foi em vão que a dissertação “Enrijecimento” fora outrora uma das
últimas do Senhor. Depois de todas as decepções ele havia reconhecido
completamente, teve de reconhecer quanto mais profundo a Terra havia
afundado desde o assassinato do Filho de Deus, quão horrivelmente
enrijecida já se encontrava, para poder reconhecer a Palavra auxiliadora
do Filho do Homem. O reconhecimento jubiloso, a modificação e o
soerguimento do ser humano não vinham, estavam demorando muito
para vir. Seus servos também haviam se tornado tão incapazes e não
utilizavam a força da Luz para a finalidade que fora dada. Ah, o grande
falhar deixou que ele partisse prematuramente de nós, a força da Luz
era grande demais nele e ele tinha sempre de novo que contê-la em si,
já que a humanidade não conseguia suportar nem mais uma pequena
parte. Sobre isso ele falou uma vez comigo em Kipsdorf. Quão
indizivelmente doloroso e abalador é isto! –
Também em uma alocução que ele fez para nós, em um círculo
mais estreito, ele falou antes há anos (Natal 1932) na Montanha, sobre
o fato de que ele não poderia se manter na Terra, se o nosso anel não o
rodeasse protetoramente numa fidelidade luminosa como um anel
incandescente, a fim de poder se ancorar, se segurar aqui através dele.
E quando a Montanha teve de cair, devido ao fato dos servos que
deveriam servir de apoio não se encontrarem suficientemente puros,
nem suficientemente legítimos no servir, estando todas as fraquezas e
desejos humanos ainda em primeiro plano, e o Senhor ter sido preso
pelos nazistas, aí ocorreram brechas no anel, que deveria ter estado
duplamente mais firme. Exatamente aqueles então vieram a ter dúvidas
na missão do Senhor e não procuraram a culpa em si, “as colunas”, as
quais deveriam ter sustentado sobretudo a Montanha.
Outrora, depois da inspeção na casa e do passeio, o Senhor
passara a noite conosco em Munique. Que presente fora isso, nossa
casa parecia-me como consagrada. O Senhor também falara sobre Frau
Maria, que estava muito sem apoio, agora, nesta época, ainda como um
ovo cru em seu corpo, por isso sempre deveria estar alguém ao seu lado
direito, para lhe servir de escudo, ela nunca deveria andar sozinha. Isto
estava, na verdade, ainda em conexão com a distribuição da irradiação
em preparo de suas forças terapêuticas. Também as capacidades de sua
origem, a capacidade da elevada vidência deveria primeiramente
desenvolver-se, ancorando-se, em seu corpo.
Já em Igls o Senhor havia me falado sobre a destinação futura do
Sr. Alexander. Lá havia baixado nele, espiritualmente, a primeira
preparação, para que mais tarde seu corpo suportasse a irradiação
mais forte. Infelizmente então, mais tarde na Montanha, quando ele
estava com dezoito anos e era um jovem forte e saudável, seu corpo não
conseguiu suportar isso. Quando ele então fora completamente ligado
ao raio oriundo do Leão primordialmente criado, de sua origem, seu
corpo fora então fortemente atingido, de modo que ele, em febre,
acolheu aparentemente em si um vírus de paralisia infantil, que estava
no ar, e, por isso, não conseguiu superar. Assim Frau Maria me
esclarecera então que isso teria ocorrido dessa forma. Assim não foi
apenas a irradiação como tal, para a qual o corpo estava tão bem
preparado, mas o encontro de ambas as coisas.
Lembranças das minhas vivências do graal    Elisabeth Gecks

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Lembranças das minhas vivências do graal Elisabeth Gecks

  • 1. Lembranças das minhas vivências do Graal Parte 1: Pré-reflexões Prefácio Frau Elisabeth Gecks escreveu suas lembranças entre os anos 1956 a 1958, portanto, ainda na época em que Frau Maria estava viva. Elas se formaram por diversos motivos, que Frau Gecks deixa transparecer em suas lembranças: – Como expressão da mais profunda gratidão pelas vivências e auxílio pessoal na década sobre a Montanha Sagrada e por alguns anos antes e depois disso; – Para testemunhar acontecimentos que co-vivenciara na Montanha e em especial pela visão espiritual em algumas oportunidades; – Para poder relatar muitas coisas de forma minuciosa, apesar de terem sido pessoais, pois elas contêm auxílios para outras pessoas e para seu desenvolvimento. Auxiliar pessoas que procuravam e que estavam se abrindo para a Luz e para servir foi seu dom e sua missão especial. Sua natureza dada ia ao encontro daquelas pessoas de maneira ideal. Frau Gecks nasceu em 1º de dezembro de 1884 em Würzburg. Frau Gecks viveu até os 88 anos de idade e faleceu em Munique no dia 13 de agosto de 1972. Apenas aos 41 anos de idade ela encontrou a Mensagem do Graal e a família Bernhardt, bem no início. Ela foi selada em maio de 1927 em Tutzing. Nessa época ela já estava casada há bastante tempo e era mãe de três crianças. No dia 23 de agosto de 1929 ela recebeu a primeira convocação. Em dezembro de 1931 ela tornou-se discípula, sendo convocada ao mesmo tempo como discípula de selamento. No verão de 1930 ela foi para Munique, para cuidar de pessoas, e assim formou-se aos poucos um Círculo do Graal, que em pouco tempo, abrangeu toda a Baviera. Logo depois do falecimento de Frau Maria em 1957 o Círculo do Graal passou para mãos mais jovens e masculinas, mas sua presença como discípula pôde ser sempre sentida de forma auxiliadora.— Eu gostaria agora de falar sobre meu conhecimento pessoal com a Frau Gecks, para reproduzir complementando algumas impressões.
  • 2. Eu a conheci em 1947 na casa da Frau Marie Agnes von Martius em Bad Reichenhall. Eu logo tive a impressão de uma grande e autonôma personalidade. Eu valorizava sua naturalidade, sua expressão feminina, sua beleza e vivacidade. Ambas as senhoras me acompanharam e me auxiliaram por um bom trecho do meu caminho. A partir de 1950 passei a pertencer ao Círculo do Graal de Munique e aprendi a conhecer profundamente e a amar a atuação da Frau Gecks nas devoções, leituras, horas das crianças e horas solenes. Ela sabia ouvir muito bem, era bondosa e severa também quando era necessário. Ela auxiliou muitas pessoas, que em parte ainda hoje estão vivas, adquirindo sua gratidão. Eu ouvi o testemunho de muitas delas. Então veio uma época em que Frau Gecks precisou de amparo na velhice. Ela expressou o desejo que eu ficasse ao seu lado auxiliando. Assim aconteceu que durante anos eu tive freqüentemente Frau Gecks como hóspede em minha casa, conhecendo-a ainda mais intimamente. Nós também trabalhávamos juntas, gravávamos com ajuda das fitas K- 7 as conversas e suas lembranças. Seus filhos ficaram agradecidos e mantiveram contato comigo. Amparada cheia de amor, ela foi mais tarde para um lar de idosos próximo a Munique. Também lá ela continuou a atuar conforme a sua espécie, também lá ela permaneceu inesquecível a muitos, como tomei conhecimento. Eu pude cuidar de Frau Gecks juntamente com sua filha até a hora de sua morte no hospital Altperlach. Essas lembranças escritas por Frau Gecks me foram deixadas como herança juntamente com muitas outras coisas. Eu nunca me senti estimulada a torná-las acessíveis a outras pessoas; mas isso agora se modificou. Eu reconheço que chegou a hora, em que muitos, que não conheceram os tempos remotos na Montanha Sagrada, sentem um anseio interior, por saber mais. Assim eu me esforcei em fazer uma cópia resumida e provê-la com valiosas fotos antigas. Agora eu gostaria de tornar acessível o tesouro das lembranças a algumas poucas pessoas, que pediram insistentemente por isso. Que FrauGecks permita que esse auxílio vos floresça, meus caros leitores, com os relatos sinceros de seu próprio crescimento dentro do grande acontecimento sobre a Terra. Liguemo-nos, pois, no anseio de vivificar o espiritual em nós cada vez mais e mais, a fim de podermos servir melhor à Luz! Munique, Páscoa de 1993. Ursula von Bieler
  • 3. Lembranças das minhas vivências do Graal Parte 1: Pré-reflexões Elisabeth Gecks Janeiro de 1956 Lembranças das minhas vivências do Graal Pré-reflexões. Desde meus 19 anos eu procurava conscientemente pela Verdade, por um esclarecimento das conexões da vida. Vivia em mim a forte e alegre consciência da divindade de Jesus em sua vida terrena e o fato de que ele havia vindo para auxílio da humanidade. Apenas o fato dele ter morrido de forma tão horrível eu não conseguia aceitar, isso era uma dor terrível para mim. Eu tinha a forte intuição de carregar bem em silêncio todas as dores no pensamento em seu exemplo e em seu amor. “O que ele teve de passar para nos trazer auxílio com sua existência humana”. Isso era em tudo a minha estrela guia. Eu cresci em um ambiente, no qual havia a concepção mundial destrutiva, a qual lançava suas sombras e dúvidas se Jesus havia realmente vivido. Desde criança, porém, entreguei-me a minha própria intuição, agarrando-me firmemente naquilo que eu já sabia, assim como eu já explicava quando pequena. Perguntei uma vez a meu pai como era possível que ele tivesse dúvidas, pois eu sabia de fato que Jesus havia vivido e vindo da divindade. Eu também não mudaria de opinião se o mundo inteiro duvidasse disso e zombasse de mim, pois eu tinha certeza disso! – Eu escrevo isso dos meus dias de infância como préfacio, pois para mim é um paralelo para o reconhecimento posterior de Abd-ru-shin – Parsival – Imanuel como o Filho do Homem. Ao ler sua Mensagem do Graal eu o reconheci e sabia dele, antes de ter vivenciado Abd-ru-shin pessoalmente. Meu reconhecimento era o mesmo “saber” dele, como aquele da existência terrena de Jesus, de modo que o mundo inteiro poderia estar contra mim, eu jamais diria algo diferente do que um “eu sei” oriundo do meu reconhecimento interior! – Nesse saber a respeito de Jesus eu vivenciei minha primeira comunhão interiormente de forma tão profunda, que mesmo agora ela ainda pertence às minhas vivências mais profundas. Eu estava apenas preenchida de gratidão a Deus, de um grande e humilde amor a Jesus, e recebi a comunhão no pensamento de querer viver de acordo com sua Palavra. Eu não acho que eu havia imaginado recebê-lo realmente em mim, pois notei logo que minhas concepções eram diferentes da estreiteza e rigidez de muitos dogmas que a Igreja ensina. Com 14, 15 anos de idade eu me encontrava num forte conflito com meus professores religiosos, cujas respostas, tão logo eles se esforçassem em me dar, jamais me satisfaziam.
  • 4. A Mensagem do Graal com suas primeiras dissertações de outrora, tornaram-se-me uma revelação ao lê-las em uma única noite. Uma facilidade para meu reconhecimento da Verdade foi que já quando criança eu tinha lembranças de minha vida terrena passada, na qual eu estive envolvida com meu pai. Depois de uma conversa retrospectiva com ele, a qual me mostrou que ele também sabia a respeito disso, eu me tranqüilizei e não perturbei mais minha mãe, perguntando por que eu me encontrava agora aqui e era filha dela. Quando contei muitas particularidades a meu pai, ele disse: “Sim, nós vivemos juntos naquela época, mas não fale sobre isso, as pessoas não o entendem”. Sim, isso eu também sentia, mesmo sendo pequena. Para mim bastava que meu pai também o soubesse, pois assim algo especial sempre nos ligou; meu saber ou pressentimento religioso tocou-o durante toda sua vida e certamente lhe abriu no Além o caminho para o reconhecimento. Aliás, eu sei que ele também encontrou o caminho. Assim essas lembranças passadas levaram-me ao reconhecimento da reencarnação e me deram o grande choque devido ao fato da Igreja não saber nada a respeito, recusando isso até indignada, como eu tive que tomar conhecimento mais tarde por meio dos sacerdotes católicos e evangélicos. Depois de atingir a maioridade, saí da Igreja Católica, pois minhas concepções e a vivência religiosa não lhe eram correspondentes. Como eu havia levado comigo a fé em Jesus e não queria ficar sem a Ceia e queria me aprofundar na doutrina de Jesus, ingressei na Igreja Evangélica Unida. – A estreiteza da igreja de Lutero com a salvação por meio da morte na cruz de Jesus como algo desejado por Deus, conheci através da aula de religião dos meus filhos na Bavária, horrorizada. Eu mesma não tinha há muito tempo mais nenhuma ligação com uma igreja. Eu estava decepcionada e havia vivenciado a rigidez e a sobriedade intelectual em muitas pessoas. Na Mensagem do Graal encontrei então o esclarecimento resplandescente para tudo. Eu gostaria, por exemplo, de cizxtar o anjo da guarda, idêntico ao guia do ser humano no âmbito interior e aos auxiliares enteais no âmbito terreno, material. Também os conceitos purgatório e inferno, apesar das concepções torcidas e primitivas, surgiram do saber de outrora a respeito dos planos luminosos, mais elevados e dos sombrios, através do querer e atuar errôneos do ser humano, assim como a Mensagem descreve isso tudo de forma bem clara. – Um pressentimento a respeito disso me fez sempre continuar a procurar, até que aos 40 anos de idade eu finalmente, depois do reconhecimento de tantos grãozinhos de Verdade, pude encontrar a Mensagem para o reconhecimento completo da Verdade oriunda do Graal. Isso foi no ano de 1926, quando Abd-ru-shin havia escrito a Mensagem e já existia uma base, a partir da qual eu tive a graça de crescer dentro dela através da condução do SENHOR, podendo ouvir por meio dele cada nova dissertação que surgia e, então, eu mesma podendo me aprofundar nela ao lê-la.
  • 5. Minha procura havia me levado anteriormente às religiões orientais, as quais sabiam a respeito das várias vidas terrenas; mas a falta de lógica, a falta de uniformidade na lei, que eu intuía aí, por se acreditar que uma pessoa poderia se tornar, de acordo com seu proceder, um animal ou planta na vida, num desenvolvimento superior também uma estrela, não me havia satisfeito. Assim eu cheguei à Teosofia e à Antroposofia, mas depois da primeira alegria pela uniformidade da lei na libertação por meio das repetidas vidas terrenas e da alegria por pessoas realmente religiosas, nobres e que aspiravam mais alto, seu pensamento de poder se tornar divino me repelia como algo atrevido e arrogante, fazendo-me continuar a procurar. Assim, em oração, eu implorava a Deus, diariamente por longos anos, que Ele me permitisse encontrar a Verdade oriunda da Luz: a Verdade completa oriunda Dele, a que realmente Jesus havia trazido e que deveríamos ter reconhecido. Minha oração também era sempre: “Deus onipotente, deixa-me reconhecer tudo que me é necessário, para que eu realmente viva de acordo com Tua vontade e possa reconhecer corretamente tudo o que Jesus quis e presenteou.” Mais uma coisa não deve deixar de ser mencionada, um pressentimento, que eu trouxera junto nessa vida terrena e que me fazia procurar por reconhecimento. Era uma lembrança, que o meu “eu” espiritual viera para uma missão nesta vida terrena; este “eu” eu havia separado de forma totalmente natural em duas formas dos respectivos invólucros terrenos, os quais trazia de forma consciente em mim sobre as duas vidas terrenas e o que, inconscientemente, eu achava bem natural. Assim, já quando criança havia uma procura dentro de mim por algo não palpável, que me deixava meio melancólica, me dava um desejo de ficar sozinha, o que também era possibilitado pelo grande jardim e pela diferença de idade em relação às minhas irmãs e que, de fato, fora determinado para meu desenvolvimento. O fato de eu ter sido realmente tão diferente do que as outras crianças e isso ter se refletido então na vida adulta, trouxe-me muita incompreensão e sofrimento. Assim tanto mais felicidade trazia-me o amor a pessoas bem simples e aos animais – e também, por eu ter podido aconselhar e auxiliar, quando alguém necessitava de mim. Pois as capacidades que me foram presenteadas e meu anseio por harmonia e paz, meu sentido por justiça, outorgavam-me confiança junto a crianças e adultos. Assim, muitas vezes, eu podia auxiliar e levar equilíbrio, pois eu não me isolava deles, mesmo me sentindo sempre realmente sozinha. No início, quando criança, eu dizia que agora viria a época do Juízo e que Jesus havia falado há aproximadamente dois mil anos sobre essa época em que nós estaríamos agora. Eu só encontrava espanto e surpresa, mas ninguém que pudesse me confirmar isso, explicando. Então eu nunca mais disse algo sobre o que eu aguardava e que se encontrava dentro de mim como um pressentimento, sem possuir uma idéia real. Contudo, quando eu ouvi pela primeira vez o nome “Graal”, então eu sabia haver uma conexão a respeito e que a isso estava ligada uma missão, a qual eu queria procurar. Quando me veio a primeira vez o pressentimento a respeito da época do Juízo, perpassou-me rapidamente um
  • 6. estremecimento sobre a idéia de algo horrível, que teríamos de passar, mas medo apenas por um instante. Então tive a certeza que era exatamente por isso que eu vivia, para ser-me permitido ter uma missão nessa época, de acordo com a vontade de Deus. “Como podes te amedrontar aí” briguei comigo, nunca mais virá algo assim para mim; agora com a clareza por meio da Mensagem e com o saber sobre a minha permissão de poder servir, isso não seria mais possível. Até aí eu havia procurado por tudo o que estava em ligação com o nome “Graal”, todas as espécies e concepções a respeito das lendas do Graal. Mas eu sempre ficava decepcionada com a concepção terrena e com tudo que estava relacionado a isso e sentia nitidamente que aí não existia mais nenhuma conexão com o que era legítimo. Contudo, eu sabia que um dia encontraria a conexão entre Jesus, o Graal e o Juízo e poderia reconhecer aí qual seria minha missão, o meu “servir”, tudo aquilo que pairava diante de mim como uma meta alcançável. Essa forte procura com a experiência que nós, seres humanos, não sabemos tudo o que deveríamos, para poder viver corretamente de acordo com isso e que nenhuma igreja, seita ou religião havia alcançado esse último ponto, foi o grande auxílio em minha vida. O pressentimento a respeito dos seres invisíveis ao meu redor foi a maior alegria da minha vida. Eu não posso me lembrar de tê-los realmente visto, apesar de acreditar, quando criança, brincar com eles. Eu falava com eles e não me sentia sozinha no grande jardim. Além do mais, eu ficava preferencialmente lá sem outras crianças, pois com suas brincadeiras barulhentas as “outras” iam embora; eu chamava em vão por elas. Apenas no silêncio, por volta do entardecer, esperando sozinha, eu podia jubilar: “Aí estão vocês novamente!” Agora eu consigo entender tudo isso, também porque outros pequenos seres sempre me ajudavam, quando eu pedia fervorosamente ao “Santo Antônio”, de quem eu esperava auxílio. A mesma confiança fervorosa e humilde ao pedir dá aos servos de Deus a possibilidade para auxiliar. Isto também vale para o restabelecimento de doentes, como por exemplo em Lourdes, só que lá se trata de outra espécie de auxiliadora enteal, jamais Maria de Nazaré, a qual muitos chamam de “Mãe de Deus”; ela, na verdade, foi um espírito humano agraciado, uma vez que lhe fora permitido ser a mãe de Jesus. Mas a tarefa dos curadores encontra-se no enteal. Assim muita coisa ainda poderia ser escrita de tudo o que eu pude aprender e vivenciar, para poder reconhecer nessa época, no momento certo, o Enviado de Deus. Eu também encontrei com isso o reconhecimento da Trindade. Eu escrevo “lembranças”. Lembranças do SENHOR. Mas essas lembranças não são apenas passado, elas englobam presente e futuro em si. Observação: Eu cito as palavras do SENHOR, como elas ressoam dentro de mim e não afirmo com isso que estas foram realmente as dele,
  • 7. mas com certeza sempre o sentido de suas palavras, assim como vive em mim. Foi em março de 1926. Eu me encontrava de forma miserável e tinha dores, aflições interiores e exteriores, e eu tinha que me sujeitar a tudo, e todos os medicamentos não auxiliavam. Uma alergia me atormentava há mais de vinte anos, de modo que em todo verão eu sofria seis semanas de febre do feno com asma e febre alta. Sol, flores e os campos me causavam um verdadeiro tormento. Aí a Frau Luft, que veio de Wiesbaden e que também morava na rua Möhlstraße em Munique, contou sobre uma maravilhosa senhora, que certamente poderia me ajudar e me curar. O Sr. e a Sra. Bernhardt tinham um sanatório em Heilbrunn. O Sr. Bernhardt dava às pessoas conselhos interiores e a Sra. Bernhardt ajudava as pessoas exteriormente; ela própria, a Frau Luft, também havia se curado. Assim fui com ela e a Sra. Bernhardt me recebeu. Eu me sentia atraída por ela de forma especialmente feliz e intuí um amor de espécie especial, que ela irradiava. A meu pedido, porém, ela disse que dentro de duas semanas eles estariam se mudando para a Áustria e que lá ela não poderia mais fazer tratamentos. Para poder me auxiliar, ela iria necessitar de seis semanas, pois todo o doentio deveria antes ser retirado do meu corpo, para que ela pudesse prover meu corpo com irradiações terapêuticas e forças estimulantes, levando tudo o que havia se tornado passivo novamente a um trabalho saudável e positivo. Primeiro a remoção do que era doentio e então a reestruturação através da força terapêutica e estimulante, que ela poderia dar para que o corpo pudesse reagir novamente de forma correta. Durante duas semanas ela só iria remover, ficar no centro do desmoronamento do que era doentio, sem ter a possibilidade de já poder auxiliar com a reconstrução. – Frau Maria tinha lágrimas nos olhos, as quais rolavam sobre sua face; essa imagem eu jamais esqueço – tal elevado amor – e disse: “Com que prazer eu teria auxiliado, mas agora não é mais possível.” Eu certamente devo ter feito uma expressão muito triste, mesmo sendo perpassada no coração por tão elevado amor e me sentindo feliz. Então, de repente, aflorou um sorriso em sua boca – quero denominá-lo de quase brincalhão –, um sorriso que mais tarde tantas vezes me felicitou, e ela disse que não iria ainda querer desistir de auxiliar pessoas e que ainda encontraria meios e caminhos, para também lá poder curar. Será que eu iria então até ela? Eu naturalmente confirmei isso extremamente feliz. Por várias semanas eu não ouvi nada. A família Bernhardt havia se mudado para Igls, no Tirol, onde haviam alugado uma pequena casa ao lado da floresta. Em maio eu recebi repentinamente uma carta do Sr. Oskar Ernst Bernhardt, o qual, para mim, ainda não tinha nenhum significado mais profundo. Ele escreveu que se eu ainda quisesse solicitar o tratamento junto a sua esposa, eu teria agora oportunidade, mas eu teria que me resolver rapidamente. Havia um júbilo em mim, e depois de entrar em acordo com meu marido eu telegrafei minha chegada para dali a oito dias e, assim, para deixar ainda tudo
  • 8. preparado em casa. Nesse meio tempo eu recebi notícia, que a Sra. Bernhardt havia entrado em acordo com o proprietário de um sanatório em Igls, o qual era pouco freqüentado, para colocar seus pacientes lá, sem que fosse falado a respeito disso. Pois de outra forma o médico não teria aceitado isso, o qual não queria se privar das receitas. Assim essa questão ficou solucionada. Com o médico regional de um hospital de Innsbruck havia um acordo. Frau Maria havia convencido este de sua capacidade de reconhecer doenças, quando ela, conduzida por ele por todos os quartos de doentes, dizia-lhe a enfermidade ou deficiência de cada um individualmente. Assim ele havia esclarecido que ela poderia auxiliar doentes onde a ciência médica falhasse, e ele trabalharia oficialmente com ela em experimentos. Assim consta na minha lembrança. Seus pacientes deveriam se anunciar a ele, mas então ele deixaria o tratamento por conta da própria Sra. Bernhardt. O médico do sanatório, porém, só pôde ocultar sua fúria com dificuldade, contudo, não queria privar-se de suas entradas. Naquela época também haviam vindo a esposa do Prof. Schmidt com sua filha Brigitte, mais tarde também os Illigs. No verão os Schmidts, que também eram visitados por um período mais prolongado pelo Sr. Professor, moravam então de forma privada; a Irmã Rosa Markus havia assumido cuidar da senhorita Brigitte, para não sobrecarregar Frau Schmidt. A Irmã Rosa, gravemente enferma, havia ela própria encontrado cura em Heilbrunn e havia permanecido completamente lá como enfermeira na casa. No íntimo eu sentia pena de tais pacientes deste médico, aos quais não podíamos dizer nada a respeito da atuação de Frau Maria e a qual eles consideravam como uma espécie de massagista, já que ela vinha quase todos os dias até nós. Quando Frau Maria colocava suas mãos, um raio quente penetrava em mim, o qual por um lado me vivificava de forma maravilhosa, mas então me fazia dormir um sono fortalecedor por algumas horas. Depois de seis semanas eu estava forte e bem disposta como nunca em minha vida; até hoje eu permaneci assim ativa. Quando eu, em todos os anos posteriores, me sintonizava no auxílio irradiante de Frau Maria, suplicando, então sempre me advinha auxílio à distância, meu coração era fortalecido; também um envenenamento eu superei dessa forma. Naquela ocasião eu senti logo uma reação e após poucos dias meu intestino reagiu de forma bem nítida e, dessa forma, já se iniciou a cura, que durou por todos esses anos. Também um tratamento para outra enfermidade poupou-me mais tarde de uma operação. Minha grave febre do feno não surgiu por muitos anos e também permaneceu depois dentro dos limites suportáveis. Naquela época eu apresentei ao médico do sanatório a minha cura da doença do feno em junho. Eu nunca me esqueço da expressão asquerosa e maldosa em sua face e como ele, quase gritando de raiva, dizendo que aquilo que ele não conseguia compreender, ele também não queria ver nem ouvir, recusando isso. Ele mantinha assim fechados os olhos e ouvidos de sua face desfigurada. Eu me horrorizava diante de tanta intolerância e maldade, e me veio um pressentimento diante de
  • 9. ataques futuros de tal espécie. Mais tarde ele se dirigiu irado junto a colegas contra a Montanha e Frau Maria, contudo, não pôde prejudicar, mas, talvez, impediu certas pessoas de chegarem a um reconhecimento. A recusa e o comportamento desconfiado do meu cunhado também se atribui à influência dele. Contudo, vamos agora para o reconhecimento da Mensagem do Graal e do SENHOR! Outrora, quando eu estive com a Frau Luft em Heilbrunn e a Frau Bernhardt não mais pôde me aceitar, a Frau Luft trouxe no dia seguinte todos os livretos verdes, que o senhor Bernhardt havia escrito e impresso com o nome “Folhetos do Graal”. “Como a senhora é um ser humano que está à procura, eu lhe trago os escritos, que o senhor Bernhardt escreveu para auxílio dos seres humanos, e estes também podem auxiliar a senhora. Antigamente eu nem havia acreditado e também nem havia me interessado, mas através dele tudo isso se tornou totalmente diferente; eu me tornei feliz e também encontrei Jesus.” Assim disse ela. Eu tomei alegremente os livretos e prometi lê- los, pois havia observado no último ano uma grande modificação nela, uma interiorização de suas concepções de vida. – Então ocorreu algo totalmente incompreensível para ela. Eu não li. Durante seis semanas os livretos ficaram em cima de minha mesa e eu não os lia. Mais tarde ela me confessou que havia desejado retirá-los novamente de mim. Eu levei os livretos junto para Igls. Em Munique eu os tinha sobre a minha mesa e tinha promissoras vivências. Eu colocava sempre apenas minhas mãos sobre eles e pressentia a realização de meu anseio; mas eu ainda não me permitia ainda iniciar com a leitura. Eu aguardava ainda por algo, que me mostrasse que eu deveria agora me aprofundar nisso. Eu me sentia tão doente e dilacerada por aflições internas e externas, também não tinha o sossego e a possibilidade de estar sozinha. Eu esperava pela atmosfera, que teria de formar o quadro para a realização de meu anseio. Eu intuía que esses “Folhetos do Graal”, os quais traziam o nome ansiado, continham em si uma realização para mim, o ponto de transição, e que se tornaria a felicidade de minha vida. Isso era demasiado sério, grande, para que pudesse ser pega de forma apressada. Eu sentia que eu ainda não estava bem preparada para essa felicidade, por isso eu sempre colocava apenas minhas mãos, ansiosamente, sobre eles, para que pudessem penetrar em mim os raios de Luz, que eu via resplandescer dali como uma estrela. Quantas vezes eu fiquei diante deles em oração – e aguardando por uma ordem interior. Então por volta do meio de maio chegou a carta do senhor Bernhardt, dizendo que eu poderia ir a Igls para o tratamento. Um agradecimento jubiloso me perpassou, agora eu sabia pelo que eu havia esperado. Não levei nada mais para ler, além dos “Folhetos do Graal”. Eu pressentia que este seria o local correto e a época correta que me era presenteada, como concessão ao meu pedido. Então eu me encontrava em Igls! E já à noite eu comecei com a leitura e li durante a noite inteira, sem ir me deitar; de manhã eu havia
  • 10. terminado todos os Folhetos do Graal. Em sua mensagem eles haviam se tornado para mim uma revelação da Verdade oriunda da Luz. Eu intuía uma felicidade quase inapreensível, por ter finalmente em mãos aquilo pelo que, desde a mais tenra juventude, eu havia procurado, poder ver o soerguimento da vinda da nova era do verdadeiro saber a respeito de Deus. Por um instante perpassou-me uma dor no reconhecimento de que o Filho do Homem já se encontrava agora realmente entre nós, seres humanos, e que Jesus, que desde outrora se encontrava em meu pensar e que possuía todo o meu agradecimento e meu amor, não permanecera mais como nosso mediador. Mas logo me veio a lembrança de que Jesus mesmo havia dito que ele iria para o pai e enviaria um Consolador, o Espírito da Verdade, que nos conduziria em toda a Verdade e daria testemunho dele. E isso não era agora assim? Eu mesma não havia aguardado por esse tempo, que estava em conexão com o Juízo e que traria o Auxiliador oriundo do Graal? Agora ele viera e eu tinha de reconhecê-lo imediatamente por sua Palavra, a qual me penetrava vivificando e despertava em mim uma alegre confirmação. Jesus não fora posto de lado, apenas a Trindade fora completada na Unidade. Agora eu também compreendia esta. Ah, essa felicidade quase não podia ser suportada! Ainda me parecia um sonho, quase inacreditável o fato de ter me sido finalmente permitido encontrar. Eu nem era capaz de ter outras conclusões. Eu também não disse nada de forma mais pormenorizada a Frau Maria, quando ela viera de manhã, apenas que estava muito feliz por ter encontrado nos Folhetos do Graal a Mensagem de Deus por tanto tempo procurada. Agora eu via também outra origem além de uma irradiação humana agraciada para curar em seu tratamento e me abria agradecida aos maravilhosos raios bem-fazejos e calorosos, que saíam de suas mãos e precisava mirá-la sempre de novo, como de seus maravilhosos grandes olhos azuis irradiava um indescritível amor e bondade. Assim se passaram quatro dias, nos quais permaneci calada, apesar de quase me fazer explodir, pois eu não ousava pedir; ela me olhava, sorria, e não dizia nada. Eu, porém, havia me esgueirado todos os dias ao redor da casa, na proximidade da floresta, havia me escondido atrás de árvores na proximidade da cerca, para ficar na proximidade do foco dos raios de Luz, os quais eu novamente via resplandescer como uma estrela da ou através da casa. O restante do tempo eu me aprofundava nos escritos, ou ia sozinha para dentro das florestas e deixava-me levar, mas não por caminhos pelos quais os outros iam, mas assim como eu sempre havia procurado o tecer e a vida na natureza, encontrando assim para mim paz e alegria. Agora, porém, eu levava comigo o anseio de poder falar com ele, pedir e agradecer-lhe. Ao mesmo tempo eu rechaçava esses desejos como impossíveis. Então Frau Maria havia vindo pela quarta vez, olhou para mim novamente sorridente e para meu pedido secreto, meu anseio. Então ela disse, auxiliando:
  • 11. “A senhora anseia tanto por poder falar com ele, e pedir e agradecer-lhe e ao mesmo tempo reprime esses desejos como algo impossível... Devo dizer a ele se a senhora pode ir até ele?” “Ah”, suspirei eu, “isso seria o meu mais profundo anseio, mas como é que conseguirei ficar perante ele, eu absolutamente não sou capaz de ousar isso, que ele fale comigo. Eu acho que nem serei capaz de suportar sua proximidade.” “Ele tornará isso possível”, sorriu a bondosa senhora. “Mas então eu tenho um pedido, dentro da casa eu não consigo, isso eu não ouso. Será que ele viria até mim, na floresta?” Ela sorriu então de uma forma indescritivel devido ao meu estranho desejo e prometeu executá-lo. E, de fato, no dia seguinte ela trouxe o consentimento, e no dia seguinte eu poderia esperar por ele às onze horas na floresta próxima à casa. Ele veio e me sorriu, caminhou adiante floresta adentro. Eu o segui. Logo havia um banco à beira do caminho; enquanto ele se sentava no meio, ele indicava para o lugar ao seu lado e disse encorajando: “Sente-se ao meu lado”. Tremendo de alegria e respeito eu me sentei no canto mais extremo, sobre o que ele riu bondosamente. Então eu pude dizer o que se passava no meu coração, sobre a minha felicidade de poder ter agora encontrado aquilo que havia procurado por toda minha vida – naquela ocasião eu estava com 40 anos de idade. Ah, como se eu tivesse reconhecido agora que Jesus e o prometido Filho do Homem não eram a mesma pessoa, mas aquele, que ele nos prometera como o Espírito da Verdade e eu intuía que nós podíamos reconhecer nele agora o Filho do Homem que atuaria na época do Juízo sobre a Terra e também traria o auxílio, conduzindo- nos em toda a Verdade, como Jesus havia dito. Eu já soubera disso quando criança e havia aguardado por isso! “Sim, a senhora já trouxe tudo dentro de si, eu só precisei ainda retirar o véu. Mas não pense a senhora que isso se dá assim com todos os seres humanos. A maioria das pessoas terá de lutar duro pelo reconhecimento. Pense sempre nisso e não espere dos outros que seja assim, como se deu com a senhora. Eu pedi ao Pai para trazer ainda antes do Juízo a Mensagem oriunda do Graal aos seres humanos, para lhes dizer e esclarecer aquilo que eles agora devem saber, a fim de poder ascender conscientemente, a fim de sair de sua confusão. Se os seres humanos a aceitarem e viverem de acordo, então muita coisa lhes poderá ser poupada no Juízo, pois eles modificar-se-ão. Não haverá então mais caminhos errôneos, nenhuma vontade de ódio e de aniquilação, nenhuma inveja e nenhum pensamento errôneo de poder. As criaturas humanas ficarão satisfeitas, pois cada uma sabe que assim como lhe acontece, ela própria criou para si por meio de desejos e ações, também em sua vida anterior. Elas serão agradecidas e felizes, pois sabem que cada um também recebe de presente na vida a possibilidade de resgatar e de se purificar na modificação para o que é bom e puro e, dessa forma, a possibilidade... *(N.T. No manuscrito uma ou duas linhas estão ilegíveis no final da página.). Se as criaturas
  • 12. humanas tivessem reconhecido corretamente a existência terrena de Jesus e sua Palavra, e vivido de acordo com ela, esta poderia ter-lhes trazido a salvação. Contudo, assim elas apenas afundaram ainda mais profundamente e necessitam agora mais uma vez da ‘Palavra da Verdade’, para que as retire e conduza para fora do pântano e dos erros.” Eu acolhia suas palavras em mim, envolta por raios de Luz e uma paz maravilhosa. Assim devia ter sido com Jesus, pensei uma vez. Antes de Abd-ru-shin me deixar novamente, ele ainda disse: “A senhora me reconheceu, mas não fale com ninguém a respeito disso, do Filho do Homem. Meu tempo ainda não chegou e os seres humanos ainda não podem compreender isso. Se a senhora for perguntada, então diga que eu sou o preparador do caminho. Por fim, eu também sou meu preparador do caminho”, disse ele sorrindo. Como ele partiu, se ele me deu a mão, como eu me comportei, eu não sei mais. Eu me encontrava então sozinha sobre o banco, atordoada de felicidade e gratidão e com uma tão forte comoção. Eu entrei então fundo na floresta até uma clareira, longe do caminho, onde me sentei à sua beirada sobre um tronco de árvore. O que vivenciei aí, não sei descrever. O que eu vi? Primeiramente encontrava-se de novo em mim apenas meio consciente a campina luminosa, que deveria levar a um Templo, que me havia transmitido quando criança o nome “Graal” e o pressentimento a respeito do Juízo vindouro e nisso o saber sobre uma missão, que gravara em mim um anseio inapagável para procurar por esta. Talvez fora essa planície, onde, após a morte terrena de Jesus, durante a grande tristeza em todas as esferas, eu pude pedir outrora que me fosse permitido servir ao Filho do Homem, quando tivesse chegado o seu tempo. (E para poder desfazer em mim o fato de eu ter reconhecido Jesus apenas em seu trespasse. Isso, porém, não me estava totalmente claro outrora.) Então eu não tinha mais consciência do que um pairar em paz e felicidade. Depois de horas eu voltei a mim. Era tarde quando eu me reencontrei de modo consciente sobre o tronco de árvore. Minha alma, meu espírito, havia podido deixar seu corpo terreno, para poder receber a confirmação e o chamado em um outro e mais elevado plano. Há alguns anos, nas horas entre a vida e a morte, eu pude revivenciar abalada, numa visão retrospectiva de meu espírito, o caminho do juramento após a morte de Jesus e também esse momento. (Com todo o anseio e toda a graça, que, depois de certos fracassos no anseio veemente, deixaram-me, porém, encontrar o país, em cujas estradas luminosas e ensolaradas, com minhas três chaves douradas – justiça, amor e pureza, as chaves do Trígono divino – e com meu livro, o qual eu devia anunciar, firmemente pressionado contra o peito, eu devia e pude ir ao encontro do cumprimento). Logo eu pude ir então à residência do Senhor, agora eu não tinha mais receio de não poder aguentar; Abd-ru-shin continha sua irradiação luminosa de forma correspondente. Então eu contei ao
  • 13. Senhor sobre minha maravilhosa vivência espiritual. Ele disse de forma bem bondosa, mas séria: “Foi apenas dessa vez que podia e devia ser- lhe concedido se elevar tão alto para vizualizar e vivenciar, de modo que só pode permanecer consciente ao seu espírito. Contudo, isso não pode mais se repetir, do contrário a senhora iria embora e, contudo, ainda tem de permanecer aqui na Terra. – Guarde essa elevada graça vivencial de seu espírito como uma dádiva especial e fortalecedora para a senhora.” — Quando eu pude novamente retornar, aflorou-se-me a pergunta suplicante, se agora eu também seria chamada para o servir, pois eu sabia que eu era “convocada” para servir a ele e a sua obra, pois já como criança existia em mim esse pressentimento ansioso. Então ele me olhou bondosa, mas ao mesmo tempo bem seriamente e disse exortando: “De fato, a senhora pertence aos convocados pela Luz, mas o chamado não pode realizar-se imediatamente, pela senhora ter agora me encontrado! A senhora precisa primeiro preparar-se e também resgatar antes certas coisas!” Oh, como me veio aí à consciência, o que na verdade significa ser “convocado” e que apenas com o reconhecimento isso não estava realizado. E eu me envergonhei muito pelo meu atrevimento. Apesar disso, alguns dias mais tarde, eu perguntei novamente, – incompreensível essa ousadia e imaturidade – quanto tempo eu ainda teria de esperar, até que eu pudesse ser convocada. Mas o Senhor intuiu o grande anseio e não se zangou por isso. Sério, mas com a resplandescente bondade, que sempre irradiava dele, ele disse que isso dependeria de mim, mas que antes de dois anos não aconteceria. “Mas”, disse ele bem sério, exortando, “a senhora deve, nesse tempo do preparo, sempre ansiar, contudo, jamais se tornar impaciente. Lembre-se sempre disso!” Foi como se essas palavras tivessem penetrado de forma ardente em meu coração. Foi no jardim diante da casa e o sol brilhava, os rochedos das montanhas Karwendel sobre o vale do rio Inn erguiam-se de forma palpável do profundo céu azul. Parece-me como se isso tivesse acontecido ontem, tão atemporal é a vivência interior. Eu podia agora ir com mais freqüência até ele e ele falou comigo sobre o dia da Pomba Sagrada, da renovação de força no dia 30 de maio e sobre a Solenidade, que ele também celebrava aqui na Terra. Devido ao meu grande anseio, ele me consolou, dizendo que agora ainda não seria possível que eu pudesse participar dela, pois só fazia oito dias que eu havia encontrado o caminho e eu teria, primeiro, que me preparar conscientemente para tanto, para poder receber o batismo do Graal (Selamento) e a Ceia do Graal na Solenidade. Mas na próxima Solenidade isso já seria de fato possível. Assim, na manhã do dia 30 de maio, eu entrei novamente fundo na silenciosa floresta, aprofundada em devoção, e da qual eu recebi um maravilhoso fortalecimento. Havia um suave tecer à minha volta, como se toda a natureza participasse da dádiva de graça dessa hora luminosa, a qual esse acontecimento também é. Eu intuí novamente,
  • 14. como na época do jardim de infância, esse suave e alegre tecer e viver ao meu redor. Uma vez, na primeira vez, também foi no jardim, sobreveio-me novamente o pensamento em Estevão, aquele que fora apedrejado por causa de sua fé em Jesus. “Ah”, disse eu na alegre compreensão de sua convicção plena de força, a qual permitiu que ele vivenciasse isso, “quão belo deve ser poder sofrer e morrer por sua convicção, quão feliz ele fora! Eu queria que isso também me fosse permitido. Algo mais bem- aventurado não pode haver!” Aí o Senhor disse: “Não é desejado pela Luz que as criaturas humanas devam experimentar sofrimento e morte por sua convicção, isso só ocorre através da perseguição por meio dos seres humanos. Dor e aflição são coisas estranhas à Luz. Deus quer alegria e felicidade para as criaturas humanas. Ele também não quer que elas sofram por Ele, essa é uma concepção errada. Todo o sofrimento veio ao mundo por meio do querer e agir malévolos dos seres humanos, por terem perdido o caminho certo. E todas as trevas odeiam, portanto, a Luz.” Mais tarde surgiu uma conversa a respeito dos seres humanos “santos” e, sobretudo, a respeito dos “mártires”, que a Igreja Católica cunhou como “santos”. Então o Senhor disse para mim: “A Luz não quer ter de sofrer, Deus deseja a felicidade dos seres humanos. Os mártires não devem ser denominados de santos. Não existem seres humanos “santos”, tal suposição é um atrevimento da Igreja. Os mártires realizaram apenas o seu dever. Eles foram pessoas corretas, verdadeiras, como todos devem ser. Eles se tornaram assim exemplos, mas não devem ser chamados de “santos”. Eles viveram e morreram como seres humanos verdadeiros que aspiram à Luz, nos quais viveu a convicção pela Verdade. Isso foi a expressão natural de sua gratidão e de seu amor para com o Filho de Deus. Eles nem conheciam aí algo diferente. Denominá-los, contudo, de “santos” é um atrevimento. Eles foram seres humanos e permanecerão sempre espíritos humanos. “Santo” é um conceito que jamais se deixa utilizar para as criaturas humanas.” Na época inicial de minha estada em Igls eu me encontrava certa vez, com anseio no coração, sobre uma pequena elevação na floresta e olhava para baixo, para a estrada, quando o Senhor, de repente, virou a esquina e veio andando com Frau Maria e as crianças. Eles acenaram para o alto, para mim, e isso foi como um convite. Contudo, eu estava à beira de um rochedo íngrime, do qual não havia nenhuma trilha que descesse para a estrada. Mas o pensamento que eu poderia descer e ir junto com eles, não deixou que isso fosse um impedimento para mim; eu desci a encosta com uma leveza tal, sem vertigem e insegurança, que já há anos haviam-me dado trabalho devido a uma insolação. Foi como se eu tivesse sido apoiada. Eu estava usando nesse dia quente um vestido bem leve, sem mangas, como se usava naquela época e nem pensei em nada aí. Contudo, então eu me assustei, pois cumprimentar o Senhor assim de braços despidos era impossível, não podia ocorrer. Eu vesti rapidamente o casaco, que trazia comigo para me sentar sobre
  • 15. o solo da floresta. O intuir de minha grande veneração havia me ordenado isso. Com um alegre sorriso ele me cumprimentou e disse para Frau Maria: “Veja, como ela não teme nenhum obstáculo para vir até nós.” Havia uma grande alegria em mim. – E então eu vivenciei algo novo: o senhor e a senhora Bernhardt em sua família. Frau Maria com sua alegre naturalidade, que atuava sobre mim como uma límpida nascente da montanha, de forma tão incrivelmente revigorante, que eu podia vivenciar quase todos os dias, presenteando-me novas forças salutares. O Senhor eu só tinha vivenciado até agora em sua elevada existência. Ali eu o encontrei pela primeira vez, totalmente como ser humano, bem simples e singelo, sim, também alegre com Frau Maria e as crianças. E eu pude caminhar junto, de forma natural, nesse caminho da floresta e me deixar ainda alegrar especialmente por essa naturalidade e alegria em relação à natureza. – Sim, essa naturalidade singela, o ser tão simples do Senhor, que não falava nada que não tivesse uma necessidade espiritual e do qual, porém, irradiava uma harmonia e uma Luz, que não era de espécie humana, quando ele se encontrava sentado em silêncio, sem palavras, ou andava, e irradiava como ouro de seus olhos, isso me tocava sempre de novo durante todos os anos. Ele não queria aparecer, ele jamais dava a transparecer, de modo que as pessoas que não intuiam em si que ele era um outro, notassem algo. Por que também? Ele não tinha necessidade de se apresentar como algo especial, pois ele era o “Eu Sou”. Quando ele estava entre estranhos, ele muitas vezes nem despertava a atenção com sua maneira de ser simples e reservada, pois ele também permanecia bem quieto quando não valia a pena falar, quando ele sabia que não havia um solo de ressonância, depois de primeiro ter lançado algumas observações em um diálogo. Ele então apenas observava – e eu intuía sua distância universal. Uma vez, por volta do fim da minha estada em Igls, contei a respeito da minha predileção de, sempre, mesmo em regiões desconhecidas de outros países, andar sozinha sem caminho e sem rumo. Nessas ocasiões eu sempre havia me deixado levar por uma condução invisível e vivenciei a vida na natureza de forma tão maravilhosa. Também pude ousar fazer caminhadas perigosas pelas montanhas, mas sempre o auxílio esteve comigo. Já há anos antes de encontrar a Mensagem, em ocasiões de perigo, eu ouvi as advertências dos pequenos enteais e as segui, também agora, algumas vezes em Igls. Eu podia me expor sempre despreocupadamente, pois em caso de perigo eu seria advertida a tempo. Assim eu também havia podido vivenciar maravilhosas caminhadas à luz da lua e havia, num verão, saído por várias vezes a remar sozinha durante a noite no lago Königsee, bem longe em direção St. Bartholomä e, então, pela noite, totalmente sozinha, caminhava de volta pela estrada ou pela floresta a Berchtesgaden. – Eu contei tudo isso de forma alegre e agradecida, para mostrar que agora eu podia compreender claramente o auxílio dos enteais e o que eles são. Para meu terror eu não vi nenhuma alegria nos
  • 16. olhos do Senhor, da forma como eu havia esperado. Ao contrário, eles ficaram bem escuros, como, mais tarde, eu cheguei a vivenciar isso com mais freqüência nele, quando se elevava nele um descontentamento sobre nós. Ele disse bem sério e repreensivamente: “Sim, a senhora nunca intuiu que isso foi uma arrogância da senhora, colocar-se em perigo por causa do seu desejo e então simplesmente esperar que os enteais a ajudassem?” Eu fiquei arrasada com essas palavras, como se tivesse despencado de um aparente céu de sentimento errôneo de felicidade. Ah, isso eu realmente não havia desejado! Quão profundamente triste eu fiquei em relação a isto, mas não me era fácil conscientizar-me de que eu não deveria nunca mais agir assim. Ao mesmo tempo elevou-se em mim o firme propósito de deixar isso para sempre, pois sabendo disso, seria fazer algo errado conscientemente. Quando queremos fazer algo errado conscientemente, então isto se torna uma culpa espiritual, que tem de se efetivar segundo as leis eternas de Deus. Em todos os anos seguintes eu ainda pude, às vezes, experimentar o auxílio dos enteais, até mesmo um verdadeiro salvamento, mas eu jamais tive culpa aí. Foi-me permitido receber ensinamentos e advertências para refletir, mesmo por meio de pedidos não realizados em hora inoportuna, os quais, então, mui frequentemente ainda puderam assim se realizar, se eu tirasse deles o ensinamento. Onde quer que eu pense, sempre estive preenchida de gratidão e felicidade por todas as graças nos auxílios espirituais e terrenos, que sempre pudemos obter, apesar de ainda sermos defeituosos. Novamente, mais uma vez, eu pude receber um ensinamento e um novo reconhecimento. Eu havia contado sobre dois dias solitários no alto da cordilheira Karwendel. Meu marido e eu havíamos planejado, juntamente com um pintor amigo nosso, pernoitar na solitária cabana da montanha, para a qual ele havia obtido as chaves. Estava na época de reprodução dos cervos, eu me alegrava pelo vivenciar da natureza selvagem. Eu tenho de confessar que foram dois dias de contos de fadas para mim, de especial beleza. Eu estava leve e alegre, e nem me senti entristecida de que, alguns dias antes, meu marido disse que não poderia ir junto, mas que eu, por isso, não deveria me privar da alegria, devendo ir sozinha com o pintor. Este estava meio oprimido, o que eu não compreendia, e disse se as pessoas não iriam pensar algo a respeito. Meu marido riu e disse que ele não iria pensar nada a respeito e que isso era o principal; eu não conseguia imaginar nada e disse: “Eu sou, pois, casada”. Assim eles foram dias tão belos e despreocupados para mim, de modo que na lembrança eu também os descrevo assim. Naquela ocasião eu vivi como num conto de fadas. Mas novamente eu tive de vivenciar que o Senhor não se alegrou comigo. Ao contrário, seus olhos se escureceram e ele disse: “Isso a senhora não deveria fazer, ficar sozinha com o pintor nas mais diversas impressões da natureza solitária das montanhas e passar a noite na cabana isolada.” Eu declarei assustada que tudo havia sido tão belo e limpo entre nós, não houvera nem mesmo uma palavra, apenas a alegria pela natureza havia
  • 17. nos ligado. Mas Abd-ru-shin completou sua exortação: “Contudo, tal coisa, gera vibrações, formas de pensamentos, cheias de perigo e certamente malsãs, que são perigosas para uma mulher, para a pureza de seu ser, e também põem o homem em perigo. A senhora tem de deixar no futuro tais coisas de lado.” Sim, também a isso eu tive de me sujeitar, também dessa forma eu não podia mais satisfazer meu desejo por um vivenciar solitário da natureza. A partir daí, porém, todos os desejos extravagantes caíram de mim, aos quais meu ansiar e procurar confusos sempre haviam me incitado. Por quanta responsabilidade passa tantas vezes despercebidamente o ser humano, mesmo não querendo o mau, mas que, apesar disso, no desconhecimento do atuar da Criação, faz o que é errado! E agora podemos obter a chave, podemos abrir o portal para o reconhecimento tão necessário a nós! Foi também naquela época em Igls que eu reclamei ao Senhor, que meu casamento andava muito difícil, que eu não era feliz e que ele me causava muita decepção e, assim, luta interior. “Alegra-te, pois!” respondera o Senhor. Eu não havia entendido de imediato, mas logo me tornei consciente. De acordo com o meu ser eu teria me consumido irrestritamente em meu amor, teria imergido nele e teria esquecido a minha procura, ou não teria encontrado a força para avançar nos caminhos do reconhecimento, que agora haviam se aberto para mim. Mais tarde eu também reconheci que meu casamento pertencia ao resgate de atamentos passados e à possibilidade de amadurecer e, assim, também para a possibilidade de auxílio para ele e para meus filhos, que estavam ligados a nós. Em tempos passados eu havia reconhecido muito tarde, por meio dele, Jesus como Filho de Deus. Por isso, no meu noivado, eu intuí uma nuvem escura sobre sua fronte, a qual eu queria auxiliá-lo a dissipar. Esta dor, gratidão e amor por ele, Jesus, fora então sempre minha estrela guia, o que mais tarde se me tornou inteiramente claro, e fora, naquela época, a causa de ter-me sido permitido estar junto entre aqueles que pediram para que lhes fosse permitido servir ao Filho do Homem em sua obra divina. Devido a essa permissão, pressentindo, eu pude procurar minha vida inteira pela “missão especial”. Esse anseio não pôde ser saciado nem pelo amor dos meus pais, nem pela minha bela infância, nem mais tarde pelo meu belo lar, por meu amor ao marido e às crianças e pela minha dedicação a eles e nem por toda riqueza tranqüilizadora. Anos mais tarde, quando eu pude me mudar completamente para a Montanha e tomar conhecimento de todas as conexões em relação à época de Jesus, eu corri pasma de dor e banhada em lágrimas até o Senhor. Novamente ele me disse as mesmas palavras: “Alegra-te, pois!” “Sobre o que eu devo me alegrar, eu estou morrendo de dor!” exclamei mui admirada. Sobreveio-me uma corrente de bondade e Luz e ele disse com uma voz, que penetrou meu coração ferido como bálsamo: “Sim, alegra-te pela graça de poderes reparar tudo, por teres reconhecido então o Filho de Deus, por ter sido atendido teu pedido para servir ao Filho do Homem e sua obra divina sobre a Terra.” E mais uma vez ele me consolou e me tranqüilizou então: “A senhora pode se
  • 18. alegrar, a senhora pode reparar, servir à Luz em sua atuação e para auxílio dos seres humanos!” Sim, então havia minha convocação, o chamado obtido há algum tempo, como uma luz clara e libertadora e eu me agarrei à alegria, à gratidão e à felicidade que surgiram disso para mim, mesmo que a dor, que se encontra entretecida em mim no amor por Jesus, jamais possa ser totalmente apagada.Esta também não deve ser. Saudável e fortalecida pelas mãos terapêuticas do amor divino de Frau Maria e por sua naturalidade e revigorância, também libertada de certos – em parte cultivados – impedimentos e tensões antinaturais no ser e na essência, infinitamente feliz pela graça especial da condução do próprio Senhor, retornei ao círculo de minha atuação terrena. Com nova coragem tomei sobre mim todas as dificuldades do meu casamento e via nisso claramente uma missão de poder auxiliá-lo e conduzi-lo ao caminho da Luz agora encontrado, assim como também esperava isso para meus filhos. Nosso menino, para cujo pleno restabelecimento e fortalecimento os médicos tiveram pouca esperança, pôde, por meio de um tratamento de quatro semanas com Frau Maria, retornar comigo com uma saúde firme para Munique. E esta foi duradoura; mesmo a prática esportiva anteriormente proibida não mais prejudicava seu coração. – Nós também intermediamos o tratamento de Frau Maria com um jovem parente, que vinha sofrendo há mais de vinte e cinco anos de um ecsema atormentador, sem que médicos e terapeutas pudessem lhe ajudar. Depois de algumas semanas ele estava totalmente curado, nunca mais teve uma recaída e permaneceu muito agradecido por isso. Em relação à Mensagem, porém, ele não progrediu; ele notou que teria de modificar certas coisas em sua vida, e ele não conseguia cobrar ânimo para tanto. Ele havia pensado que mais tarde ele também teria tempo para se ocupar com a Mensagem do Graal. Mas esse mais tarde não voltou mais para ele. Um sofrimento atormentador depois de um grave ferimento na guerra, trouxe-lhe prematuramente a sua morte. Nesses meses ele havia se tornado de fato mais pensativo. Tomara que ele possa reconhecer e ainda chegar a um resgate do outro lado. Por volta do outono eu pude ir novamente a Igls. Fora-me permitido vivenciar indescritíveis oito dias na casa do Senhor e também juntamente com ele e a Srta. Irmingard, que se tornava uma jovem moça, - ela estava com mais ou menos 16 anos – eu fazia frequentemente passeios pela floresta ou mesmo caminhadas mais longas pela região montanhosa ainda intocada e especialmente bonita. Às vezes também participavam os dois outros e Frau Maria, a qual, em geral, não era muito a favor de caminhar. “Eu devo utilizar esta época de agora para caminhar pelas belas florestas e fortalecer assim meu corpo. Mais tarde eu não terei mais tempo para isso”, dizia o Senhor. Ele ficava então frequentemente tão feliz e tão leve, alegrava-se com tudo, até mesmo com a alegria das crianças. Quando encontrávamos
  • 19. bons cogumelos, que eu sabia indicar e por eu conhecer tantos nomes de flores, até mesmo os em latim, sobre o que ele então ria tão abertamente e fazia gracejos; de tal forma leve e bondosa Abd-ru-shin também se dava na existência humana. Quantas vezes eu fiquei a comparar em todos aqueles anos; assim também deveria ter acontecido com os discípulos, quando eles puderam caminhar com Jesus. No início de minha estada lá o Senhor havia se lamentado uma vez, que ele tinha de encontrar um profissional que servisse como editor para a Mensagem, a qual ele tinha de escrever, ampliando-a cada vez mais e mais. Eu pensei no nosso parente, que estava no quintal brincando com as crianças Alexander e Elisabeth, e o sugeri. O Senhor disse horrorizado: “Não, isso não é possível, ele jamais irá poder servir ao Gral!” Eu fiquei chocada, pois ele também tinha seu lado bom e por causa deste eu gostava dele. O Senhor disse: “Veja a senhora mesma”, eu pude então ir com ele até a janela e olhar para fora, para o pátio. E eu vi com os olhos fino-materiais – mais tarde e agora isso fora-me dado muitas vezes para o meu servir – uma visão que me assustou. Seu pendor baixo oprimia-o de tal forma, que ele parecia um fauno. Então eu soube que isso também era um auxílio para mim, poder vê-lo naquilo que o escravizava de tal forma e que eu não podia auxiliá-lo, e que ele, entregue a isso, jamais poderia ser chamado para o serviço do Graal. Então eu também compreendi porque Frau Maria, por ocasião do tratamento, sempre tinha ao seu lado Schwester Rosa como proteção fino-material, o que, em geral, não era o caso. O fato de eu ter sido convidada para passar uma semana na casa do Graal, eu estava diariamente e hoje ainda plena de gratidão por esse presente. Daí eu pude também ver a vida de forma mais correta e posso também agora relatar quão natural, rico em trabalho e de forma simples transcorria o dia ali na alimentação e em tudo, quão harmônica e silenciosamente alegre era a vibração, sem grandes palavras. Era-se interiormente movimentado e beneficiado no aspirar pelo Alto através daquilo que é imensionável, que partia de Abd-ru-shin, mesmo à mesma e quando ele não falava nada, o que senão era sempre algo esclarecedor e que indicava para coisas mais elevadas. Exatamente esse ser singelo, que não queria se mostrar exteriormente, aquela harmonia, que estava ao redor dele e com ele, aquela paz que ele irradiava, a naturalidade como ser humano, tocou-me de forma especial outrora e para todo o sempre. Eu senti logo a sublimidade distante da Terra que se destacava daquele invólucro terreno, o núcleo, seu profundo e verdadeiro ser que eu via reluzir dele. Ele falou muito nesses dias da construção da Criação e das leis, do futuro, de muito que ainda precisava ser escrito. Eu não gostava de chamá-lo pelo seu nome terreno e só o fazia para outros. Nas minhas cartas eu o chamava sempre de “Meu elevado Guia” e usando também a forma formal de expressão. Por fim, certa vez ele disse sorrindo: “De fato, a senhora pode me chamar assim, mas na verdade essa denominação não está bem certa. Chame-me simplesmente de Abd-ru-shin, isto é mais certo. Na verdade, meu nome
  • 20. verdadeiro também não é este; lá no Alto eu tenho outro nome, mas este a senhora vai tomar conhecimento mais tarde, agora eu ainda não posso me denominar assim.” A partir de então eu só dizia e escrevia simplesmente Abd-ru-shin. Mais tarde quando o raio divino oriundo de Imanuel desceu nele através de Parsival, nós pudemos tomar conhecimento do seu verdadeiro nome Imanuel. Mas como muitos sempre tomavam de maneira indescritivelmente tão terrena aquilo que era elevado, distante da Terra – quão frequentemente o Senhor disse: “Espiritualizai-vos finalmente, ó criaturas humanas” – esse nome da Luz fora então repentinamente profanado: Imanuel está fazendo hoje isto, e coisas desse tipo. Assim o Senhor proibiu horrorizado tais coisas impossíveis, tais degradações. Ele disse irado: “Ainda vai-se dizer: Imanuel acabou de comer uma maçã. Será que não tendes consciência da santidade, do significado desse nome?” Em “Faça-se a Luz” isso já deveria ter ficado claro a todos. No início da época da Montanha eu já havia chamado Abd-ru-shin de “Senhor”, isso era o mais natural para mim. De repente essa denominação tornou-se comum. Ocorreu então que certas pessoas falavam do “Rei”, o que fechava o caminho a muitos buscadores. Também aqui paralelamente a Jesus. Tudo o que levava de tal forma a conceitos terrenos, era-me doloroso em relação ao Senhor, que em sua essência não podia absolutamente ser compreendido. Eu gostaria de dizer “pressentido”, pois que ser humano pode compreender tal mistério divino? Antigamente, quando a irradiação de Parsival desceu para o preparado corpo terreno de Oskar Ernst Bernhardt, quando ele encontrou em 1920 Frau Maria e eles reconheceram que se pertenciam e vivenciaram no Dia da Pomba o sentido de suas existências terrenas e também nessa hora a ligação com Jesus de forma consciente no raio divino, aí o nome Bernhardt não teve mais nenhum significado espiritualmente. Tudo o que ele havia experimentado e vivenciado nesse tempo terreno de aprendizado, isso apenas deveria servir-lhe para compreender os seres humanos, para, antes do Juízo, ainda poder conduzi-los para fora de sua confusão, em direção ao caminho para a Luz e também para estabelecer corretamente o reconhecimento da existência terrena de Jesus. A época de preparação terrena, que procurando a si mesmo e não conhecendo sua missão terrena, permitiu que entrasse em complicações com estranhos, estava agora finalizada e assim também espiritualmente seu nome terreno. Isso pessoas estranhas naturalmente não conseguem compreender. Que tormentos lhe causaram a consciência, com que freqüência isso quase me despedaçou o coração, quando eu tomei conhecimento disso na Montanha. Nos dias em que o Senhor especialmente sofria, eu ficava sempre doente de dor, sem, porém, saber por que, até que o Senhor mesmo me esclareceu a conexão, que meu amor por ele, meu reconhecimento causava esse sofrer junto com ele, de modo que eu reagia assim, sem que me fosse falado a respeito. Assim deve ter acontecido com os discípulos de Jesus em sua horrível dor pelo
  • 21. sofrimento de seu Senhor. Aqui o caminho foi naturalmente outro. A missão de ambos foi, de fato, totalmente outra. Jesus não necessitava ancorar em si a ligação com o espiritual. Ele veio diretamente do divino e retornou diretamente para sua origem, ancorando também para os seres humanos apenas a luz de seu Amor sobre a Terra. Para a sua atuação ele não necessitava passar por confusões sobre a Terra. Como o Senhor havia então sofrido com a consciência de que as trevas iriam aproveitar esse período de tempo contra ele, a fim de confundir em sua proximidade as pessoas que procuravam pela “Luz da Verdade” e aquelas que ainda não haviam vivenciado em si a convicção firme de sua Mensagem e missão divina. O Senhor também me contou que ele, quando criança e também como jovem, ainda havia visto o mundo de tal forma como ele devia ter sido e não pressentia como ele realmente era, de modo que ele havia agido de acordo com isso e confiado plenamente em todos. Assim ele também havia visto a mulher como nobre feminilidade. A partir desta suposição também havia ocorrido seu casamento bem jovem; ele teve então que retirar o reconhecimento de seu erro. Contudo, então seu anseio e procura nunca o deixaram tornar-se sedentário, o que certamente não deveria ocorrer, pois ele tinha que ser um buscador, até que tivesse reconhecido em si sua finalidade terrena e estivesse preparado para ela. Isto ele só me disse em Kipsdorf, onde ele falou com mais freqüência sobre sua infância e primeira juventude, em especial também quando ele, em Bischofswerda, levou-me a locais especiais. Agora, voltemos a Igls, durante minha estada lá no início do outono, entre final de agosto e início de setembro de 1926. Frau Maria estava muito ocupada com doentes. Na casa do Graal vivia, sobretudo cuidando da casa, a senhora Anita Klette com seus dois meninos, como que pertencendo à família. Ela era casada com o irmão da senhora Maria Luft e haviam conhecido o senhor e a senhora Bernhadt em Dresden e também reconhecido. Ela viera com estes de Dresden para a Baviera. Ela possuía capacidades mediúnicas e astrológicas. Quero dizer, em Igls, ela já havia se separado do senhor Klette. Ela era especialmente inteligente, mas apesar disso, muito egocêntrica. Ela me dava a impressão de uma cobra com seus olhos frios, que não conseguiam ocultar sua ambição e vontade de ter valor. Eu tinha a impressão, como se ela se considerasse tão importante na missão do Senhor, assim como o era Frau Maria. Naquela época em Igls eu ainda não conseguia observar tudo isso de tal forma como depois em Tutzing, mas sua presença na casa do Graal me doía o coração. O Senhor sempre soubera o que se passava em mim, sim, também cada questão, com a qual eu ia até ele, respondendo-a logo quando eu entrava, antes que eu a pronunciasse. Assim ele me chamou em Igls e me disse: „A senhora não consegue compreender por que essa mulher está conosco. A senhora sente seu ser de forma dolorosa.”
  • 22. “Sim,” confessei, “eu não consigo compreender isso e me dói muito pelo Senhor e por Frau Maria terem uma pessoa em sua proximidade, cuja vontade não é pura.” “A senhora intuiu isso corretamente”, respondeu Abdrushin, “mas nós temos que conceder-lhe que fique em nossa proximidade, apesar de ainda termos que ter sua família conosco por causa dela. Mas ela é na verdade a mais elevada convocada. O que lhe fora dado no serviço do Graal teria de ser dividido entre sete outras pessoas. Por causa de sua convocação encontra-se ela conosco, assim ela pode se preparar, dessa forma ela também deve, vivendo nessa irradiação da Luz, tornar-se um legítimo e verdadeiro ser humano. Uma convocada pela Luz não pode falhar! Por isso a mantemos conosco, assim ela pode se tornar correta!” O Senhor havia terminado a frase com tal ênfase, como se não precisasse cunhar em mim apenas a crença firme nisso. Nunca mais falou-se sobre isso, até que mais tarde ocorreu a separação, quando o Senhor, numa profunda decepção, vivenciou a amarga experiência com ela, que também os mais elevados convocados podem falhar, se não forem puros como seres humanos. Uma noite à mesa o Senhor disse para a senhorita Irmingard, sorrindo e dando uma olhada para mim: “Como seria, se hoje à noite fizéssemos um passeio ao luar com a Frau Gecks? Ela não pode mais ir sozinha.” Meu coração bateu mais forte com esta perspectiva e pela bondade de Abdrushin ter pensado em mim. Era uma noite clara de lua cheia e a caminhada próximo à orla da floresta proporcionou a nós todos alegria. Quando minha estada em Igls estava chegando ao final, Abdrushin me disse que ele havia alugado a casinha ali, próxima à floresta, apenas pelo período do verão e que agora queria retornar para a Bavária e que estava procurando uma casa para alugar nas proximidades de Munique, junto ao lago Starnberger. “Eu vou lhe dar a incumbência de encontrá-la em breve. Eu sei, a senhora logo poderá me dar notícia”. Então você também deve encontrar, disse eu feliz para mim mesma, por ter recebido uma incumbência, mas uma pouco assustada com a responsabilidade. Então eu pus logo mãos à obra, encarreguei vários corretores, mas passou mais de uma semana e eu não encontrei nada. Uma manhã eu me encontrava sob uma chuva torrencial na praça Marienplatz, novamente quase desesperada depois da decepção. Então eu me recompus e exclamei para mim: “Hoje você tem que encontrar o que está procurando!” Então me sobreveio uma grande tranqüilidade e segurança sobre mim e senti-me impulsionada a uma banca de jornal. Eu abri a edição que havia comprado e, de fato, ali estava! Era uma casa nas proximidades de Tutzing e havia mais uma para alugar em Possenhofen. “A casa com árvores, a “Buchenhaus”, de Tutzing é a
  • 23. certa”, disse uma voz em mim e eu jubilei. Inapercebidamente eu telegrafei imediatamente, dizendo que havia encontrado a casa certa. Abdrushin telegrafou que na manhã seguinte ele viria com o trem bem cedo para Munique e que eu o esperasse na estação. Eu anunciei imediatamente sua visita para verificação da casa. Então veio o dia especial. Ele veio sozinho e eu pude acompanhá-lo. A “Buchenhaus” situava-se sobre uma elevação e seus gramados divisavam com a floresta. No quintal haviam velhas faias (árvores), na frente da casa havia um lugar sombreado por uma alta cerca viva aparada e alguns outros locais possuíam árvores altas e velhas que rodeavam a casa. Da grande sacada podia-se ver o lago até as montanhas. Ela situava-se sozinha, silenciosa, acima da localidade, perfeita para a última época de preparo e tranqüilidade para Abdrushin e para a continuação de sua Mensagem. Abdrushin estava alegre e resolveu alugar a casa imediatamente. “Esta é a certa”, disse ele para mim, “eu sabia que a senhora a encontraria.” E fora certo excluir de antemão a casa in Possenhofen, sem tê-la visto. Fora um maravilhoso dia de outono, que atraiu Abdrushin para uma caminhada pelo parque Feldafinger e ao longo do lago; ele havia deixado o dia livre para isso. “Daí podemos olhar também a outra casa, sobre a qual sabemos que não é a certa.” Este dia, em que eu pude caminhar com ele, fora como um presente, sempre me soará como música de mundos mais elevados, um pressentimento de distâncias luminosas, que não podem ser descritas. Não há expressão nem palavras e, apesar de tudo, que bem-aventurança paradisíaca havia em mim. O Senhor presenteou-me lançar um olhar em sua formação, em seu preparo a partir do alto, e eu pude, pressentindo, intuí-lo, meu espírito, porém, acolhendo-o totalmente em si. Um quadro, porém, eu posso reproduzir: o Senhor mostrou-o a mim como um ovo, ainda totalmente sem casca e ao redor do qual têm de se formar as peles, cada vez mais peles, a fim de protegê-lo em seu interior; por fim, envolve-o a dura e não transparente casca, que o contém em si. E no ovo pronto, seu corpo terreno, descera então, pouco a pouco, uma força irradiante ainda mais elevada, oriunda de Parsival, de sua origem, depois que ele próprio havia se conscientizado de sua origem e missão. Primeiramente seu corpo terreno também teve de estar bem fortalecido e preparar-se em tranqüilidade para tanto. A completa ligação com Parsival ocasionou a seu corpo terreno oito dias de total inconsciência. Mais tarde, sobre a Montanha, pôde então também ser estabelecida a ligação irradiante com seu Ser verdadeiro, mais elevado e divino: com Imanuel. Isso foi uma longa corrente de preparo e uma difícil tarefa, para conter essa gigantesca força irradiante sobre a Terra de tal forma, que as criaturas terrenas pudessem suportá-la e não tivessem que sucumbir. E isso é o mais terrível, a mais grave culpa nossa, seres humanos, por termos deixado a Terra se enrijecer tanto. Não foi em vão que a dissertação “Enrijecimento” fora outrora uma das últimas do Senhor. Depois de todas as decepções ele havia reconhecido completamente, teve de reconhecer quanto mais profundo a Terra havia
  • 24. afundado desde o assassinato do Filho de Deus, quão horrivelmente enrijecida já se encontrava, para poder reconhecer a Palavra auxiliadora do Filho do Homem. O reconhecimento jubiloso, a modificação e o soerguimento do ser humano não vinham, estavam demorando muito para vir. Seus servos também haviam se tornado tão incapazes e não utilizavam a força da Luz para a finalidade que fora dada. Ah, o grande falhar deixou que ele partisse prematuramente de nós, a força da Luz era grande demais nele e ele tinha sempre de novo que contê-la em si, já que a humanidade não conseguia suportar nem mais uma pequena parte. Sobre isso ele falou uma vez comigo em Kipsdorf. Quão indizivelmente doloroso e abalador é isto! – Também em uma alocução que ele fez para nós, em um círculo mais estreito, ele falou antes há anos (Natal 1932) na Montanha, sobre o fato de que ele não poderia se manter na Terra, se o nosso anel não o rodeasse protetoramente numa fidelidade luminosa como um anel incandescente, a fim de poder se ancorar, se segurar aqui através dele. E quando a Montanha teve de cair, devido ao fato dos servos que deveriam servir de apoio não se encontrarem suficientemente puros, nem suficientemente legítimos no servir, estando todas as fraquezas e desejos humanos ainda em primeiro plano, e o Senhor ter sido preso pelos nazistas, aí ocorreram brechas no anel, que deveria ter estado duplamente mais firme. Exatamente aqueles então vieram a ter dúvidas na missão do Senhor e não procuraram a culpa em si, “as colunas”, as quais deveriam ter sustentado sobretudo a Montanha. Outrora, depois da inspeção na casa e do passeio, o Senhor passara a noite conosco em Munique. Que presente fora isso, nossa casa parecia-me como consagrada. O Senhor também falara sobre Frau Maria, que estava muito sem apoio, agora, nesta época, ainda como um ovo cru em seu corpo, por isso sempre deveria estar alguém ao seu lado direito, para lhe servir de escudo, ela nunca deveria andar sozinha. Isto estava, na verdade, ainda em conexão com a distribuição da irradiação em preparo de suas forças terapêuticas. Também as capacidades de sua origem, a capacidade da elevada vidência deveria primeiramente desenvolver-se, ancorando-se, em seu corpo. Já em Igls o Senhor havia me falado sobre a destinação futura do Sr. Alexander. Lá havia baixado nele, espiritualmente, a primeira preparação, para que mais tarde seu corpo suportasse a irradiação mais forte. Infelizmente então, mais tarde na Montanha, quando ele estava com dezoito anos e era um jovem forte e saudável, seu corpo não conseguiu suportar isso. Quando ele então fora completamente ligado ao raio oriundo do Leão primordialmente criado, de sua origem, seu corpo fora então fortemente atingido, de modo que ele, em febre, acolheu aparentemente em si um vírus de paralisia infantil, que estava no ar, e, por isso, não conseguiu superar. Assim Frau Maria me esclarecera então que isso teria ocorrido dessa forma. Assim não foi apenas a irradiação como tal, para a qual o corpo estava tão bem preparado, mas o encontro de ambas as coisas.