Mensagem do presidente da fede ração portuguesa de padel
1. Federação Portuguesa de Padel
Mensagem do Presidente da Federação Portuguesa de Padel
Quadriénio 2012-2016
Caros Praticantes de Padel,
A lei de bases do Sistema Desportivo, Lei 1/90 de 13 de Janeiro, estabelece o
quadro geral do Sistema Desportivo e situa o desporto como factor cultural
indispensável na formação plena da pessoa humana e no desenvolvimento da
sociedade.
No seu art.º 2º estabelece os princípios fundamentais, dos quais destacamos: a
valência educativa e cultural do desporto, o reconhecimento do papel essencial
dos clubes e das suas associações e federações e o fomento do associativismo
desportivo, a participação das estruturas associativas de enquadramento da
atividade desportiva na definição da política desportiva, o aperfeiçoamento e
desenvolvimento dos níveis de formação dos diferentes agentes desportivos, e a
redução das assimetrias territoriais e a promoção da igualdade de oportunidades
no acesso à prática desportiva.
O Padel, pelas suas características especiais, tanto técnicas como sociais,
enquadra-se perfeitamente no espírito do desporto - abrange todas as idades, e é
possível iniciar a sua pratica com sucesso desde a mais tenra idade até à mais
avançada. Também tem o Padel grande aceitação junto de pessoas sem qualquer
experiência nesta ou noutras modalidades, e que a praticam hoje com algum
afinco e regularidade. Este factor é mais gritante ainda junto do sexo feminino,
visto que o Padel tem enorme aceitação junto das mulheres, principalmente pela
facilidade de iniciação e cariz social, capazes de atrair senhoras de todas as
idades que acabam por trocar a inatividade física pela pratica regular de desporto.
Neste sentido é uma modalidade em ampla expansão no mundo, sobretudo nos
países latinos, que contribui em muito para o incremento da atividade física, uma
vez que atrai praticantes de todas modalidades, idades e espectros. Existe há
dezenas de anos em países como a Argentina ou a vizinha Espanha. Perdendo
apenas para o Futebol, é o 2º ou 3ª desporto com maior numero de praticantes, e
o numero destes e respectivos clubes tem vindo a aumentar de uma maneira
progressiva e sustentada. Em Portugal surgiu há cerca de 10 anos com a
construção dos primeiros campos no Algarve e Lisboa. No entanto há cerca de 3
ou 4 anos, começou a tornar-se mais popular com o aparecimento de mais
2. campos em outras zonas do país, e sobretudo muito mais jogadores. Hoje em dia
já há vários eventos e torneios organizados tanto por clubes como entidades
privadas que vêm no Padel uma boa oportunidade de negócio, e um bom veículo
para chegar aos seus clientes.
Pouca gente sabe mas Portugal já foi o organizador de uma prova do antigo
Circuito Profissional de Padel Espanhol – PPT (o principal circuito profissional da
modalidade) e do Europeu de Padel em 2010.
Como qualquer modalidade ao nascer num país, o Padel não foi diferente. Desde
logo foram feitas tentativas para formar uma estrutura organizacional que
regulasse a modalidade e que permitisse e fomentasse o desenvolvimento da
mesma em Portugal. Nasceu então uma Associação, que apesar da boa vontade
de todos os intervenientes, e parca em apoios, não foi capaz de gerar o consenso
entre todos os agentes da modalidade e de levar avante os seus intuitos.
Entretanto a Federação Portuguesa de Ténis, contactada pela massa resultante do
fracasso da mencionada associação, foi abordada para “salvar” e tentar criar
aquilo que anteriormente não foi bem sucedido, já que disporia de meios e de uma
estrutura para o fazer. Desta forma e acudindo ao apelo de ajuda e reconhecendo
o potencial de crescimento que a modalidade tem, foi a FPT que empreendeu
esforços com as entidades reguladoras do desporto nacional, e com o acordo dos
envolvidos passou o Padel a estar sob sua alçada – e consequentemente passou
a ser a entidade reguladora também desta modalidade em Portugal. Inicialmente
esta transferência de responsabilidades foi encarada com algum agrado e
esperança pelos poucos que sonhavam ainda com o fomento e crescimento da
modalidade à semelhança do que se tem vindo a verificar em outros países.
Infelizmente desde então não se verificaram quaisquer melhorias na organização
da modalidade, nos seus torneios, na sua regulamentação, na sua divulgação, e
na captação de apoios que desenvolvam a modalidade e respectivo numero de
praticantes. O nível das seleções não subiu, e a angariação de verbas para o
desenvolvimento de programas que permitam às nossas seleções obterem
resultados de destaque em competições internacionais, também não aconteceu. E
apesar do crescente aumento de campos e praticantes do Padel social - mas por
iniciativa privada - a FPT não foi capaz de os agregar nem de desenvolver
programas sustentáveis, ou dinâmicos que regulem efetivamente a modalidade e
cumpram com os requisitos legais obrigatórios a uma entidade de utilidade publica.
Pelas razões acima citadas, e por outras que não interessa aqui abordar pois em
nada é construtivo relembrá-las, juntou-se um grupo de amantes da modalidade,
alguns deles membros de anteriores seleções nacionais, outros antigos membros
da antiga associação e da direção do atual departamento de Padel da FPT, que
depois de várias reuniões e trocas de ideias decidiram levar adiante este projeto
de criar uma federação que represente efetivamente todos os intervenientes na
modalidade, os seus agentes e os seus praticantes, e que desenvolva o Padel
3. nacional em todas as suas vertentes, nomeadamente: Escolar, Social, Camadas
Jovens, Feminino e Masculino, e de Competição.
Acreditamos que só uma Federação independente e inteiramente dedicada à
modalidade, com membros “mecenas” e “altruístas”, conseguirá levar avante um
projeto deste calibre. O Padel é uma modalidade própria e assim o considera o
resto do mundo. Basta olharem para todos os outros países e constatarem que no
mundo inteiro só há uma federação de Padel que não é completamente autónoma,
e está assim também refém de uma Federação de Ténis. Entendemos que assim
como o Squash tem a sua própria federação, como o Ténis de Mesa tem a sua
própria federação e como o Badmington tem a sua própria Federação, também o
Padel deve ter a sua Federação, empenhada e dedicada exclusivamente ao seu
projeto.
E porque queremos o bem da modalidade e a paz entre todos, manifestámos
desde o primeiro dia o desejo de conversar com a FPT e dar-lhes a conhecer o
nosso projeto, convidando-os a colaborar connosco e disponibilizando-nos para
colaborar com eles. Sugerimos uma transição de pelouro, pacifica e construtiva,
em conjunto e com tempo para evitarmos guerras ou divisões, pois esse nunca
foram os nossos objectivos desde o primeiro dia. Infelizmente os nossos apelos
não foram correspondidos. A FPT mostrou-se irredutível e informou-nos que eram
“donos” do Padel e que enquanto lá estivessem não haveria ligar a nenhuma
mudança.
Perante isto não tivemos outro remédio se não o de, humildemente, e ouvindo
todos os intervenientes que queiram participar, seguir em frente e tentar fazer bem,
e perdoem-me o pleonasmo, o que não tem sido bem feito. É difícil não concluir
que o Padel pode efetivamente trazer coisas positivas a uma FPT curta em
recursos, nomeadamente licenças e dinheiro resultante das mesmas, mas
dificilmente a FPT retribuirá com essas verbas recebidas para dinamizar o
desporto que as gera, usando-os na sua grande parte para o seu desporto “core” e
aquele a que deveriam estar exclusivamente dedicados. Também nos parece que,
ao assistir a esta recusa de dialogo e cooperação com a FPP, os poderes
instituídos nesta FPT manifestam claramente que pretendem seguir o caminho que
têm seguido até aqui e que nada vai mudar.
Posto isto parece-nos inclusivamente impossível que as ditas seleções nacionais
Portuguesas possam representar o país por falta de recursos financeiros que a
FPT é obrigada a proporcionar. Muito menos conseguirá a FPT, ou terá sequer
como meta, desenvolver os programas de formação de jogadores, treinadores e
todos os agentes da modalidade. E como exemplo basta observarem a
organização dos torneios do calendário nacional desta federação e verificarão que
os próprios jogadores constatam esta realidade. Ou seja, os jogadores de Padel
que optem por estar filiados nesta Federação, estarão entregues a si próprios e às
suas iniciativas próprias, e recursos financeiros próprios.
4. Foram estes os pressupostos que levaram à criação da Federação Portuguesa de
Padel que pretende formular um programa de linhas gerais que possibilite uma
política sustentada de desenvolvimento do Padel em Portugal. Será o nosso
desafio formular propostas e organizar ideias que suportem cada um dos projetos
que enumeraremos ao longo deste breve documento, e outros que esperamos ser
desafiados a cumprir por sugestão de todos os que praticam esta modalidade:
a) Elaborar todos os regulamentos exigidos pela nova lei do desporto, cumprir
com os requisitos da mesma, e torna-los públicos de maneira a que o Padel seja
acessível a todos de igual forma e com critérios justos.
b) Criar uma base de dados de todos os jogadores, campos, empresas, e
agentes envolvidos na modalidade, ajudando-os nas suas necessidades, tornando-
nos parceiros no desenvolvimento da modalidade.
c) Divulgar a modalidade junto das escolas, clubes, publico em geral, e
entidades competentes, através de ações de divulgação, jogos de exibição,
programas de formação e parcerias.
d) Regular e formar os todos os agentes ligados à modalidade (Árbitros,
Jogadores, Treinadores, Diretores de Torneio, e Dirigentes).
e) Criar um site de internet onde seja possível consultar quem são os agentes
da modalidade (jogadores, árbitros, treinadores, clubes, dirigentes), e seus
contactos. Este site será o veiculo preferencial com a FPP, onde será possível ter
acesso a todas as informações relacionadas com a modalidade num contacto
simples e direto com a estrutura da FPP. Será também possível aceder a
informações de todos os clubes filiados (que terão nele a sua própria página grátis.
Será também nele criada uma central de reservas de campo de Padel a nível
nacional, bem como a uma ferramenta que permita fazer encontrar parceiros para
um jogo em que falte alguém, com níveis de jogo, localização, e horários, que
estará disponível a todos os clubes e jogadores filiados que dele queiram usufruir.
f) Criar e publicar o calendário de provas nacional, ajustado à realidade da
modalidade no pais. As provas serão realizadas em diferente categorias de modo
a abranger todos os jogadores de diferentes níveis – Femininos, Masculinos,
Camadas Juvenis e pelo menos 3 níveis de jogo.
g) O Padel feminino pelas razões já apontadas anteriormente e pela sua
especificidade será também alvo de atenção especial e se necessário alvo de
regulamentos e/ou calendário especifico. Por isso criámos já um departamento só
do Padel Feminino.
h) Criar condições aos melhores jogadores nacionais para disputarem provas
internacionais que lhes permitam evoluir e trazer depois para Portugal o resultado
dessa aprendizagem internacional – queremos estar presentes em todos os
campeonatos da Europa e Mundiais, bem como torneios internacionais ou até
5. provas do PPT. E reunir fundos suficientes para que as deslocações sejam pagas
pela federação, tal como é sua obrigação, cumprindo o definido pela lei geral do
desporto.
i) Organizar um campeonato Europeu ou Mundial a partir de 2014
j) Criar as condições para em parceria com entidades privadas criarmos o
primeiro centro nacional de Padel onde possamos desenvolver a formação dos
vários agentes da modalidade bem como todas as pessoas que se queiram iniciar
ou aperfeiçoar o seu nível de jogo – do zero até aos futuros campeões
internacionais.
k) Organizar Clinicas e Eventos de Fomento e Divulgação da Modalidade
l) Estabelecer contactos e parcerias com os Municípios de modo a criar
eventos locais de divulgação do Padel, levando o Padel assim a todo o país.
m) Desenvolver um programa de formação em construção e gestão de campos
de Padel, e torna-lo acessível a todos os interessados em abrir campos/clubes de
Padel em todo o país.
n) Organizar já em 2012 um calendário nacional com 4 provas de seleção em
que os dois pares vencedores vão jogar 2 torneios do PPT para ganharem
rodagem competitiva – tudo custeado pela FPP.
Em resumo, não negamos que somos ambiciosos e temos objectivos ambiciosos.
Não pretendemos saber tudo nem ser infalíveis, nem sabemos se daqui a 4 anos
poderemos olhar para trás e constatar que concretizámos tudo a que nos
propusemos. Mas isso não nos assusta pois prometemos trabalho, dedicação e
que “morreremos” a tentar. Ajudem-nos e filiem-se na FPP pois se todos
participarem e contribuírem com as suas ideias construtivas, e não apenas com a
critica fácil, teremos grandes hipóteses de alcançar um objectivo comum, e que
lançamos desde já:
O Padel de todos, para todos!
Bem hajam,
Ricardo da Silva Oliveira
Presidente da FPP