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O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A
                    PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR




                                                         Gilberto Januario1 – UnG/SEESP
                                                           gilbertojanuario@yahoo.com.br




RESUMO
       O Estágio Supervisionado é o primeiro contato que o aluno-professor tem com
seu futuro campo de atuação. Por meio da observação, da participação e da regência, o
licenciando poderá refletir sobre e vislumbrar futuras ações pedagógicas. Assim, sua
formação tornar-se-á mais significativa quando essas experiências forem socializadas
em sua sala de aula com seus colegas, produzindo discussão, possibilitando uma
reflexão crítica, construindo a sua identidade e lançando, dessa forma, “um novo olhar
sobre o ensino, a aprendizagem [e] a função do educador” (PASSERINI, 2007, p. 32).
Esta Comunicação Oral visa apresentar as contribuições do Estágio Supervisionado à
prática pedagógica do professor de Matemática e, para isso, volto meu olhar para a
experiência que tive na UnG.


Palavras-chave: Estágio Supervisionado; Formação de Professor; Prática Pedagógica;
Narrativa.




1
 Licenciado em Matemática e Especialista em Educação Matemática pela Universidade Guarulhos –
UnG; professor da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
2

PRIMEIRAS PALAVRAS


                                             “Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na
                                             palavra, no trabalho, na ação-reflexão.”
                                                                                      Paulo Freire


       Ao iniciar uma licenciatura, muitas vezes nos deparamos com a insegurança e o
receio de não conseguirmos desenvolver um bom trabalho em sala de aula. Alguns
temem não conseguir dominar a classe, outros se preocupam em não saber todo o
conteúdo que julgam necessário, uns questionam-se quanto ao método que adotarão e
outros, ainda, anseiam por ministrar aulas. Há ainda uns que se quer pensam em
lecionar.
       Porém, com o passar do tempo, os licenciandos passam por uma transformação
desses sentimentos e começam a se ver enquanto professores. Essas mudanças
começam, possivelmente, a partir das conversas com os colegas, das leituras e
discussões em sala de aula, sob a orientação de um professor, ou dos relatos dos colegas
que, talvez, já lecionem.
       Nesses momentos de conversa, os licenciandos expõem suas idéias e trazem o
cotidiano das escolas para as universidades, prevalecendo o ponto de vista que cada um
tem da realidade da escola e, conseqüentemente, da educação.
       Passerini (2007, p. 18) acredita que,


                        o processo de formação do professor é contínuo, inicia-se antes mesmo do
                        curso de graduação, nas interações com os atores que fizeram e fazem parte
                        de sua formação. E este processo sofre influência dos acontecimentos
                        históricos, políticos, culturais, possibilitando novos modos de pensar e
                        diferentes maneiras de agir perante a realidade que o professor está inserido.


       Esses momentos de conversas tornam-se mais freqüentes a partir do momento
que iniciam o estágio. Agora, os alunos-estagiários levarão para as salas de aula os
conhecimentos teóricos adquiridos na universidade e os pontos de vista dos autores;
passarão a confrontar teoria e realidade e, ao retornarem à universidade, socializarão as
experiências, farão críticas ao sistema e manifestarão possíveis soluções.


                        O contexto escolar é parte integrante dos conhecimentos dos professores e
                        inclui, entre outros, conhecimentos sobre os estilos de aprendizagem dos
                        alunos, seus interesses, necessidades e dificuldades, além de um repertório de
                        técnicas de ensino e de competências de gestão de sala de aula.
                        (SBEM, 2003, p. 21)
3



       O professor responsável pelo estágio poderá fazer dessas experiências um
excelente material de estudo, analisando e fazendo leituras, junto com os alunos-
estagiários, de bibliografia pertinente e relacionando-a com as diversas histórias
narradas, além de planejar ações de intervenção pedagógica a fim de propiciar possíveis
mudanças no quadro educacional. Andrade (2005, p. 2) revela que “Com a Teoria como
Referência, a Prática como ferramenta o professor deve procurar o real que se apresenta
diferente a cada dia”. O autor acrescenta, ainda, que,


                        não é suficiente, para ser professor, saber os conteúdos dos manuais e dos
                        tratados; conhecer as teorias da aprendizagem; as técnicas de manejo de
                        classe e de avaliação; saber de cor a cronologia dos acontecimentos
                        educativos; nomear as diversas pedagogias da história.
                        (ANDRADE, 2005, p. 1)


       De fato, a teoria não é a única ferramenta que formará um bom profissional. Há,
inclusive, uma crença popular que para ser professor, é necessário se saber todo o
conteúdo de uma determinada ciência. É comum, nas conversas com os colegas, frases
do tipo: “nossa Fulano fez Matemática, ele é muito inteligente”; “Beltrano deve ser
doido, porque ele faz Física”; ou ainda “Ciclano é doutor das letras”. Não basta saber
somente a teoria, ou boa parte dos conteúdos, mas, também, é preciso que a formação se
dê por meio “de leituras, de realização de projetos, de trocas de experiências, de
investigações sobre a própria prática, de reflexões sobre experiências passadas e
presentes, como aluno, no contato com outras pessoas (pais, alunos), com o mundo”
(REIS e FIORENTINI, 2007, p. 4).
       O Estágio Supervisionado poderá ser um agente contribuidor na formação do
professor, caracterizando-se como objeto de estudo e reflexão. Ao estagiar, o futuro
professor passa a enxergar a educação com outro olhar, procurando entender a realidade
da escola e o comportamento dos alunos, dos professores e dos profissionais que a
compõem. Com isso faz uma nova leitura do ambiente (escola, sala de aula,
comunidade), procurando meios para intervir positivamente.
       Passerini (2007, p. 30) diferencia Estágio Supervisionado de Estágio
Profissional:


                        o Estágio Curricular Supervisionado [é] aquele em que o futuro profissional
                        toma o campo de atuação como objeto de estudo, de investigação, de análise
                        e de interpretação crítica, embasando-se no que é estudado nas disciplinas do
4

                        curso, indo além do chamado Estágio Profissional, aquele que busca inserir o
                        futuro profissional no campo de trabalho de modo que este treine as rotinas
                        de atuação.




ESTÁGIO SUPERVISIONADO E SUAS CONTRIBUIÇÕES


                                             “Um professor não estará nunca inteiramente formado,
                                             por uma ou outra razão.”
                                                                                   Arnon Andrade


       O primeiro contato com a escola e com a comunidade, que dela faz parte, se dá a
partir da realização do Estágio Supervisionado (ES)2. Documentos oficiais orientam
quanto a sua realização em escola de educação básica e que deverá ser desenvolvido a
partir da segunda metade do curso de licenciatura; quanto a carga horária, deverá ser de
400 horas. (Resoluções CNE/CP 1/2002 e 2/2002).
       Por meio do ES, o aluno-estagiário não entra somente nas salas de aula. Entra,
também, em seu futuro campo de atuação e é lá que terá seu primeiro contato com os
alunos, com a realidade da sala de aula, com o sistema educacional e, ainda, com seus
futuros colegas de profissão, em quem, algumas vezes, tomará como referências, boas
ou não, para a sua prática pedagógica.


                        É portanto, o Estágio, uma importante parte integradora do currículo, a parte
                        em que o licenciando vai assumir pela primeira vez a sua identidade
                        profissional e sentir na pele o compromisso com o aluno, com sua família,
                        com sua comunidade com a instituição escolar, que representa sua inclusão
                        civilizatória, com a produção conjunta de significados em sala de aula, com a
                        democracia, com o sentido de profissionalismo que implique competência -
                        fazer bem o que lhe compete. (ANDRADE, 2005, p. 2).


       Logo, é nesse campo que o aluno-estagiário desenvolve as atividades sugeridas
pelo professor coordenador da disciplina ES e começa a planejar ações pedagógicas ao
inquietar-se com o que presencia. Essa inquietação poderá resultar em projetos de
intervenção pedagógica ou em pesquisas de Iniciação Científica, e tornar-se-ão agentes
contribuidores e motivadores à construção da identidade do futuro professor.
       O documento da SBEM (2002, p. 22-23) orienta que,




2
  Neste trabalho, estou me referindo ao aluno-estagiário que ainda não leciona, pois conforme
legislação, com metade do curso concluído, o licenciando já pode ministrar aulas.
5

                       Sendo instância privilegiada de articulação entre o estudo teórico e os saberes
                       práticos, o Estágio Supervisionado precisa ser organizado e planejado de
                       modo coerente com os objetivos que pretende atingir. Assim, o ES deve ter
                       como um dos seus objetivos, proporcionar a imersão do futuro professor no
                       contexto profissional, por meio de atividades que focalizem os principais
                       aspectos da gestão escolar, como a elaboração da proposta pedagógica, do
                       regimento escolar, a gestão dos recursos, a escolha dos materiais didáticos, o
                       processo de avaliação e a organização dos ambientes de ensino, em especial
                       no que se refere às classes de Matemática.


       Logo, além de elaborar os projetos de intervenção pedagógica, o aluno-
estagiário poderá aplicá-los, assumindo, pela primeira vez, a postura de professor. Com
a aplicação dos projetos, na modalidade Regência, o aluno-estagiário não cumpre
simplesmente uma exigência do curso, mas contribui para uma aula diversificada, além
de, posteriormente, olhar para as suas experiências e delas constituir sua identidade. É a
partir dessas primeiras sensações que ele poderá tomará gosto pela profissão e motivar-
se-á a buscar, sempre, alternativas de melhorias em sala de aula.




UMA EXPERIÊNCIA
       Com a finalidade de ilustrar as contribuições que o ES proporciona na formação
e na prática do professor, relato, em síntese, a experiência que tive ao realizar meu
Estágio, quando cursava a Licenciatura.
       Logo nos primeiros dias do curso, já sentia ansiedade em ministrar aulas e, por
isso ficava atendo às explicações dos professores, dedicando-me ainda mais nas
disciplinas pedagógicas. Meu pensamento era que para ser um bom professor, deveria
dominar toda a Matemática.
       Nos momentos de discussão nas disciplinas pedagógicas, criticava, juntamente
com meus colegas, o sistema público de educação e manifestava soluções. Até então, eu
só tinha uma visão de aluno e passei a uma visão de estudante.
       Nessas conversas, alguns colegas que já lecionavam, argumentavam e
socializavam suas experiências, trazendo a realidade de suas escolas e de suas salas de
aula para a classe. Nesses momentos, intensificava-se a minha vontade de lecionar e
contribuir para uma possível melhoria.
       Dessa forma, iniciei o terceiro semestre ansioso em estagiar. No ES 1, conforme
orientação da professora responsável, apenas observava o comportamento da professora
e dos alunos, além de fazer anotações relativas à escola. Assim, percebi o desinteresse
6

dos alunos em aprender Matemática; a preocupação da professora em querer atender
todos os alunos e motivá-los; a falta de material e de estrutura adequados.
       Tudo isso me inquietou e, ao observar, planejava fazer algo que pudesse
modificar esse quadro. No quarto semestre do curso, ES 2, eu passei a participar da
aula, auxiliando a professora e esclarecendo dúvidas dos alunos. Em uma das salas, o
conteúdo que estava sendo trabalhado era Funções Polinomiais. Os alunos
apresentavam dificuldade em trabalhar com álgebra; não tinham o significado das letras,
o que resultava em obstáculos para resolverem os exercícios de funções.
       A partir desse semestre, deveríamos, também, cumprir algumas horas aplicando
regência. Conforme documento da UnG (2006)3:


                         As atividades do estágio curricular realizado em escolas de Educação Básica,
                         públicas ou particulares, abrangem as modalidades:
                         observação – estagiário direcionando o olhar para a concepção do processo
                         ensino-aprendizagem;
                         participação – estagiário, colaborando com o professor da sala, por meio de,
                         por exemplo: encaminhamento nas dificuldades reveladas ou identificadas
                         nos alunos; auxílio na elaboração, aplicação e/ou correção de provas e/ou
                         trabalhos; elaboração e/ou auxílio em projetos de recuperação/reforço;
                         realização de atividades “burocráticas” (fazer chamada, registrar conteúdo no
                         diário de classe, passar notas e/ou conceitos, levantar total de faltas); auxílio
                         em eventos e/ou excursões.
                         regência – estagiário assume a classe por uma aula, no lugar do professor.
                         Essa atividade requer a elaboração antecipada de plano de aula, seleção e
                         preparação de material didático, apresentados ao professor da sala e ao
                         supervisor de estágio.


       Incomodado com as dificuldades dos alunos e após conversar com a professora
responsável pelo Estágio e com a professora da escola, planejei ministrar aula utilizando
“material manipulável para trabalhar expressões algébricas”. Após autorização das duas
professoras, confeccionei e elaborei, para cada aluno, kit com o material e Ficha de
Trabalho4.


                         Ficou evidente a motivação que os alunos sentiram ao manipularem as peças,
                         pois essa atividade tirou-os da rotina da sala de aula. Isso ficou nítido para
                         mim em dois momentos. No final do primeiro encontro, um aluno não tinha
                         feito nenhuma das atividades propostas. Quando ele observou que os colegas
                         estavam empolgados com a novidade, pediu-me orientações e passou a
                         resolver a Ficha de Trabalho; quando finalizava cada situação, chamava-me e
                         eu percebi que ele era um dos alunos que aprendeu facilmente. Outro fato que
                         me deixou bastante emocionado foi quando um dos alunos, senhor,
                         aparentemente uns 40 anos, falou que só estava vindo assistir às aulas de

3
  Orientações para a realização do Estágio Supervisionado do curso Licenciatura em Matemática;
colaboração dos professores Wilson Fracisco Julio e Cristiane Coppe de Oliveira.
4
  Essa experiência está em JANUARIO (2008).
7

                         sexta-feira por causa das “pecinhas”, referindo-se à nova metodologia de
                         aula. (JANUARIO, 2008, p. 8-9).


        Mas a regência não contribuiu apenas para os alunos. Percebo que o maior
beneficiado fui eu, pois a experiência motivou-me a procurar e elaborar atividades para
auxiliar os alunos e promover uma aula participativa e significativa. Além disso, o meu
olhar para a escola, para os professores, para o aluno e para o processo ensino-
aprendizagem modificou-se: passei a entender que somente vivenciando é que podemos
colaborar para uma mudança. O trabalho com o material manipulável motivou-me a
continuar os estudos e a pesquisar sobre as suas potencialidades para o ensino da
Matemática5.




CONSIDERAÇÕES FINAIS
        Para que o Estágio Supervisionado torne-se um agende contribuir na formação
do professor e em sua prática pedagógica, é necessário que o professor coordenador e o
licenciando o vejam como um instrumento de vivência da teoria.
        Não é suficiente somente a participação no curso, por meio do cumprimento das
diversas atividades propostas. É preciso que o aluno-estagiário vá para as escolas com o
objetivo de fazer um estudo da instituição e, a partir do que foi ensinado no curso,
desenvolva ações que possam intervir de forma significativa no processo de ensino e de
aprendizagem.
        Por intervenção, em educação, entendo “uma ação pedagógica que traga
contribuições para que o educando encontre possibilidades de atingir um objetivo
determinado, ou seja, uma aprendizagem com significado” (JANUARIO, 2008, p. 8).
        Todas as ações que o professor realiza em momentos de aula, com a finalidade
de auxiliar o processo de ensino e de aprendizagem, por uma educação de qualidade,
pode ser considerada uma ação pedagógica.
        Porém, o Estágio não terá nenhuma contribuição para o aluno-estagiário que
apenas vai à escola no primeiro dia de atividade e volta no último, somente para
recolher as assinaturas da direção e do professor da sala. Para esse aluno, o Estágio
constitui-se de mais uma exigência enfadonha e ele aproveitará o tempo livre para


5
  Minha monografia versa sobre as contribuições dos Materiais Manipuláveis para a construção e/ou
reconstrução de significados matemáticos.
8

descansar, colocar o seu caderno em dia, fazer os trabalhos das demais disciplinas ou
estudar para as provas.
       O trabalho promovendo mudanças não só é resultado de conhecer, querer e agir,
mas também de vivenciar, experimentar, tentar e insistir.


                                            "Se não consegues entender que o céu deve estar dentro
                                            de ti, é inútil buscá-lo acima das nuvens e ao lado das
                                            estrelas”.
                                                                                   Charles Chaplim


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Arnon Mascarenhas de Andrade. O Estágio Supervisionado e a Práxis
Docente. In: SILVA, Maria Lucia Santos Ferreira da. (Org.). Estágio Curricular:
Contribuições para o Redimensionamento de sua Prática. Natal: EdUFRN, 2005.
Disponível em: www.educ.ufrn.br/arnon/estagio.pdf; acesso em: 15 jul. 2008.

BRASIL. Conselho nacional de Educação/Conselho Pleno. Resolução CNE/CP
01/2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da
Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília:
2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne; acesso em: 15 jul. 2008.

BRASIL. Conselho nacional de Educação/Conselho Pleno. Resolução CNE/CP
02/2002. Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação
plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior. Brasília:
2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne; acesso em: 15 jul. 2008.

JANUARIO, Gilberto. Materiais Manipuláveis: uma experiência com alunos da
Educação de Jovens e Adultos. In: ENCONTRO ALAGOANO DE EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA, I, Anais... I EALEM: Didática da Matemática: uma questão de
paradigma. Arapiraca: SBEM – SBEM-AL, 2008.

PASSERINI, Gislaine Alexandre. O estágio supervisionado na formação inicial de
professores de matemática na ótica de estudantes do curso de licenciatura em
matemática da UEL. 121f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Educação
Matemática) – Universidade Estadual de Londrina. Londrina: UEL, 2007.

REIS, Maria Elídia Teixeira; FIORENTINI, Dario. Desenvolvimento profissional em
saberes e práticas num curso de licenciatura em Matemática para professores em
serviço. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 30, Caxambu, MG. Anais da 30ª Reunião
Anual da ANPEd: 30 anos de pesquisa e compromisso social. Rio de Janeiro: ANPEd,
2007. v. 1. p. 1-17.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA. Subsídios para a
discussão de propostas para os cursos de Licenciatura em Matemática: uma
contribuição da Sociedade Brasileira de Educação Matemática. Disponível em:
www.prg.unicamp.br/ccg/subformacaoprofessores/SBEM_licenciatura.pdf; acesso em:
16 jul. 2008.
 REFERÊNCIA DESTE TRABALHO
 JANUARIO, Gilberto. O Estágio Supervisionado e suas contribuições para a prática pedagógica do
 professor. In: SEMINÁRIO DE HISTÓRIA E INVESTIGAÇÕES DE/EM AULAS DE
 MATEMÁTICA, 2, 2008, Campinas. Anais: II SHIAM. Campinas: GdS/FE-Unicamp, 2008. v. único.
 p. 1-8.

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  • 1. O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR Gilberto Januario1 – UnG/SEESP gilbertojanuario@yahoo.com.br RESUMO O Estágio Supervisionado é o primeiro contato que o aluno-professor tem com seu futuro campo de atuação. Por meio da observação, da participação e da regência, o licenciando poderá refletir sobre e vislumbrar futuras ações pedagógicas. Assim, sua formação tornar-se-á mais significativa quando essas experiências forem socializadas em sua sala de aula com seus colegas, produzindo discussão, possibilitando uma reflexão crítica, construindo a sua identidade e lançando, dessa forma, “um novo olhar sobre o ensino, a aprendizagem [e] a função do educador” (PASSERINI, 2007, p. 32). Esta Comunicação Oral visa apresentar as contribuições do Estágio Supervisionado à prática pedagógica do professor de Matemática e, para isso, volto meu olhar para a experiência que tive na UnG. Palavras-chave: Estágio Supervisionado; Formação de Professor; Prática Pedagógica; Narrativa. 1 Licenciado em Matemática e Especialista em Educação Matemática pela Universidade Guarulhos – UnG; professor da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
  • 2. 2 PRIMEIRAS PALAVRAS “Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.” Paulo Freire Ao iniciar uma licenciatura, muitas vezes nos deparamos com a insegurança e o receio de não conseguirmos desenvolver um bom trabalho em sala de aula. Alguns temem não conseguir dominar a classe, outros se preocupam em não saber todo o conteúdo que julgam necessário, uns questionam-se quanto ao método que adotarão e outros, ainda, anseiam por ministrar aulas. Há ainda uns que se quer pensam em lecionar. Porém, com o passar do tempo, os licenciandos passam por uma transformação desses sentimentos e começam a se ver enquanto professores. Essas mudanças começam, possivelmente, a partir das conversas com os colegas, das leituras e discussões em sala de aula, sob a orientação de um professor, ou dos relatos dos colegas que, talvez, já lecionem. Nesses momentos de conversa, os licenciandos expõem suas idéias e trazem o cotidiano das escolas para as universidades, prevalecendo o ponto de vista que cada um tem da realidade da escola e, conseqüentemente, da educação. Passerini (2007, p. 18) acredita que, o processo de formação do professor é contínuo, inicia-se antes mesmo do curso de graduação, nas interações com os atores que fizeram e fazem parte de sua formação. E este processo sofre influência dos acontecimentos históricos, políticos, culturais, possibilitando novos modos de pensar e diferentes maneiras de agir perante a realidade que o professor está inserido. Esses momentos de conversas tornam-se mais freqüentes a partir do momento que iniciam o estágio. Agora, os alunos-estagiários levarão para as salas de aula os conhecimentos teóricos adquiridos na universidade e os pontos de vista dos autores; passarão a confrontar teoria e realidade e, ao retornarem à universidade, socializarão as experiências, farão críticas ao sistema e manifestarão possíveis soluções. O contexto escolar é parte integrante dos conhecimentos dos professores e inclui, entre outros, conhecimentos sobre os estilos de aprendizagem dos alunos, seus interesses, necessidades e dificuldades, além de um repertório de técnicas de ensino e de competências de gestão de sala de aula. (SBEM, 2003, p. 21)
  • 3. 3 O professor responsável pelo estágio poderá fazer dessas experiências um excelente material de estudo, analisando e fazendo leituras, junto com os alunos- estagiários, de bibliografia pertinente e relacionando-a com as diversas histórias narradas, além de planejar ações de intervenção pedagógica a fim de propiciar possíveis mudanças no quadro educacional. Andrade (2005, p. 2) revela que “Com a Teoria como Referência, a Prática como ferramenta o professor deve procurar o real que se apresenta diferente a cada dia”. O autor acrescenta, ainda, que, não é suficiente, para ser professor, saber os conteúdos dos manuais e dos tratados; conhecer as teorias da aprendizagem; as técnicas de manejo de classe e de avaliação; saber de cor a cronologia dos acontecimentos educativos; nomear as diversas pedagogias da história. (ANDRADE, 2005, p. 1) De fato, a teoria não é a única ferramenta que formará um bom profissional. Há, inclusive, uma crença popular que para ser professor, é necessário se saber todo o conteúdo de uma determinada ciência. É comum, nas conversas com os colegas, frases do tipo: “nossa Fulano fez Matemática, ele é muito inteligente”; “Beltrano deve ser doido, porque ele faz Física”; ou ainda “Ciclano é doutor das letras”. Não basta saber somente a teoria, ou boa parte dos conteúdos, mas, também, é preciso que a formação se dê por meio “de leituras, de realização de projetos, de trocas de experiências, de investigações sobre a própria prática, de reflexões sobre experiências passadas e presentes, como aluno, no contato com outras pessoas (pais, alunos), com o mundo” (REIS e FIORENTINI, 2007, p. 4). O Estágio Supervisionado poderá ser um agente contribuidor na formação do professor, caracterizando-se como objeto de estudo e reflexão. Ao estagiar, o futuro professor passa a enxergar a educação com outro olhar, procurando entender a realidade da escola e o comportamento dos alunos, dos professores e dos profissionais que a compõem. Com isso faz uma nova leitura do ambiente (escola, sala de aula, comunidade), procurando meios para intervir positivamente. Passerini (2007, p. 30) diferencia Estágio Supervisionado de Estágio Profissional: o Estágio Curricular Supervisionado [é] aquele em que o futuro profissional toma o campo de atuação como objeto de estudo, de investigação, de análise e de interpretação crítica, embasando-se no que é estudado nas disciplinas do
  • 4. 4 curso, indo além do chamado Estágio Profissional, aquele que busca inserir o futuro profissional no campo de trabalho de modo que este treine as rotinas de atuação. ESTÁGIO SUPERVISIONADO E SUAS CONTRIBUIÇÕES “Um professor não estará nunca inteiramente formado, por uma ou outra razão.” Arnon Andrade O primeiro contato com a escola e com a comunidade, que dela faz parte, se dá a partir da realização do Estágio Supervisionado (ES)2. Documentos oficiais orientam quanto a sua realização em escola de educação básica e que deverá ser desenvolvido a partir da segunda metade do curso de licenciatura; quanto a carga horária, deverá ser de 400 horas. (Resoluções CNE/CP 1/2002 e 2/2002). Por meio do ES, o aluno-estagiário não entra somente nas salas de aula. Entra, também, em seu futuro campo de atuação e é lá que terá seu primeiro contato com os alunos, com a realidade da sala de aula, com o sistema educacional e, ainda, com seus futuros colegas de profissão, em quem, algumas vezes, tomará como referências, boas ou não, para a sua prática pedagógica. É portanto, o Estágio, uma importante parte integradora do currículo, a parte em que o licenciando vai assumir pela primeira vez a sua identidade profissional e sentir na pele o compromisso com o aluno, com sua família, com sua comunidade com a instituição escolar, que representa sua inclusão civilizatória, com a produção conjunta de significados em sala de aula, com a democracia, com o sentido de profissionalismo que implique competência - fazer bem o que lhe compete. (ANDRADE, 2005, p. 2). Logo, é nesse campo que o aluno-estagiário desenvolve as atividades sugeridas pelo professor coordenador da disciplina ES e começa a planejar ações pedagógicas ao inquietar-se com o que presencia. Essa inquietação poderá resultar em projetos de intervenção pedagógica ou em pesquisas de Iniciação Científica, e tornar-se-ão agentes contribuidores e motivadores à construção da identidade do futuro professor. O documento da SBEM (2002, p. 22-23) orienta que, 2 Neste trabalho, estou me referindo ao aluno-estagiário que ainda não leciona, pois conforme legislação, com metade do curso concluído, o licenciando já pode ministrar aulas.
  • 5. 5 Sendo instância privilegiada de articulação entre o estudo teórico e os saberes práticos, o Estágio Supervisionado precisa ser organizado e planejado de modo coerente com os objetivos que pretende atingir. Assim, o ES deve ter como um dos seus objetivos, proporcionar a imersão do futuro professor no contexto profissional, por meio de atividades que focalizem os principais aspectos da gestão escolar, como a elaboração da proposta pedagógica, do regimento escolar, a gestão dos recursos, a escolha dos materiais didáticos, o processo de avaliação e a organização dos ambientes de ensino, em especial no que se refere às classes de Matemática. Logo, além de elaborar os projetos de intervenção pedagógica, o aluno- estagiário poderá aplicá-los, assumindo, pela primeira vez, a postura de professor. Com a aplicação dos projetos, na modalidade Regência, o aluno-estagiário não cumpre simplesmente uma exigência do curso, mas contribui para uma aula diversificada, além de, posteriormente, olhar para as suas experiências e delas constituir sua identidade. É a partir dessas primeiras sensações que ele poderá tomará gosto pela profissão e motivar- se-á a buscar, sempre, alternativas de melhorias em sala de aula. UMA EXPERIÊNCIA Com a finalidade de ilustrar as contribuições que o ES proporciona na formação e na prática do professor, relato, em síntese, a experiência que tive ao realizar meu Estágio, quando cursava a Licenciatura. Logo nos primeiros dias do curso, já sentia ansiedade em ministrar aulas e, por isso ficava atendo às explicações dos professores, dedicando-me ainda mais nas disciplinas pedagógicas. Meu pensamento era que para ser um bom professor, deveria dominar toda a Matemática. Nos momentos de discussão nas disciplinas pedagógicas, criticava, juntamente com meus colegas, o sistema público de educação e manifestava soluções. Até então, eu só tinha uma visão de aluno e passei a uma visão de estudante. Nessas conversas, alguns colegas que já lecionavam, argumentavam e socializavam suas experiências, trazendo a realidade de suas escolas e de suas salas de aula para a classe. Nesses momentos, intensificava-se a minha vontade de lecionar e contribuir para uma possível melhoria. Dessa forma, iniciei o terceiro semestre ansioso em estagiar. No ES 1, conforme orientação da professora responsável, apenas observava o comportamento da professora e dos alunos, além de fazer anotações relativas à escola. Assim, percebi o desinteresse
  • 6. 6 dos alunos em aprender Matemática; a preocupação da professora em querer atender todos os alunos e motivá-los; a falta de material e de estrutura adequados. Tudo isso me inquietou e, ao observar, planejava fazer algo que pudesse modificar esse quadro. No quarto semestre do curso, ES 2, eu passei a participar da aula, auxiliando a professora e esclarecendo dúvidas dos alunos. Em uma das salas, o conteúdo que estava sendo trabalhado era Funções Polinomiais. Os alunos apresentavam dificuldade em trabalhar com álgebra; não tinham o significado das letras, o que resultava em obstáculos para resolverem os exercícios de funções. A partir desse semestre, deveríamos, também, cumprir algumas horas aplicando regência. Conforme documento da UnG (2006)3: As atividades do estágio curricular realizado em escolas de Educação Básica, públicas ou particulares, abrangem as modalidades: observação – estagiário direcionando o olhar para a concepção do processo ensino-aprendizagem; participação – estagiário, colaborando com o professor da sala, por meio de, por exemplo: encaminhamento nas dificuldades reveladas ou identificadas nos alunos; auxílio na elaboração, aplicação e/ou correção de provas e/ou trabalhos; elaboração e/ou auxílio em projetos de recuperação/reforço; realização de atividades “burocráticas” (fazer chamada, registrar conteúdo no diário de classe, passar notas e/ou conceitos, levantar total de faltas); auxílio em eventos e/ou excursões. regência – estagiário assume a classe por uma aula, no lugar do professor. Essa atividade requer a elaboração antecipada de plano de aula, seleção e preparação de material didático, apresentados ao professor da sala e ao supervisor de estágio. Incomodado com as dificuldades dos alunos e após conversar com a professora responsável pelo Estágio e com a professora da escola, planejei ministrar aula utilizando “material manipulável para trabalhar expressões algébricas”. Após autorização das duas professoras, confeccionei e elaborei, para cada aluno, kit com o material e Ficha de Trabalho4. Ficou evidente a motivação que os alunos sentiram ao manipularem as peças, pois essa atividade tirou-os da rotina da sala de aula. Isso ficou nítido para mim em dois momentos. No final do primeiro encontro, um aluno não tinha feito nenhuma das atividades propostas. Quando ele observou que os colegas estavam empolgados com a novidade, pediu-me orientações e passou a resolver a Ficha de Trabalho; quando finalizava cada situação, chamava-me e eu percebi que ele era um dos alunos que aprendeu facilmente. Outro fato que me deixou bastante emocionado foi quando um dos alunos, senhor, aparentemente uns 40 anos, falou que só estava vindo assistir às aulas de 3 Orientações para a realização do Estágio Supervisionado do curso Licenciatura em Matemática; colaboração dos professores Wilson Fracisco Julio e Cristiane Coppe de Oliveira. 4 Essa experiência está em JANUARIO (2008).
  • 7. 7 sexta-feira por causa das “pecinhas”, referindo-se à nova metodologia de aula. (JANUARIO, 2008, p. 8-9). Mas a regência não contribuiu apenas para os alunos. Percebo que o maior beneficiado fui eu, pois a experiência motivou-me a procurar e elaborar atividades para auxiliar os alunos e promover uma aula participativa e significativa. Além disso, o meu olhar para a escola, para os professores, para o aluno e para o processo ensino- aprendizagem modificou-se: passei a entender que somente vivenciando é que podemos colaborar para uma mudança. O trabalho com o material manipulável motivou-me a continuar os estudos e a pesquisar sobre as suas potencialidades para o ensino da Matemática5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Para que o Estágio Supervisionado torne-se um agende contribuir na formação do professor e em sua prática pedagógica, é necessário que o professor coordenador e o licenciando o vejam como um instrumento de vivência da teoria. Não é suficiente somente a participação no curso, por meio do cumprimento das diversas atividades propostas. É preciso que o aluno-estagiário vá para as escolas com o objetivo de fazer um estudo da instituição e, a partir do que foi ensinado no curso, desenvolva ações que possam intervir de forma significativa no processo de ensino e de aprendizagem. Por intervenção, em educação, entendo “uma ação pedagógica que traga contribuições para que o educando encontre possibilidades de atingir um objetivo determinado, ou seja, uma aprendizagem com significado” (JANUARIO, 2008, p. 8). Todas as ações que o professor realiza em momentos de aula, com a finalidade de auxiliar o processo de ensino e de aprendizagem, por uma educação de qualidade, pode ser considerada uma ação pedagógica. Porém, o Estágio não terá nenhuma contribuição para o aluno-estagiário que apenas vai à escola no primeiro dia de atividade e volta no último, somente para recolher as assinaturas da direção e do professor da sala. Para esse aluno, o Estágio constitui-se de mais uma exigência enfadonha e ele aproveitará o tempo livre para 5 Minha monografia versa sobre as contribuições dos Materiais Manipuláveis para a construção e/ou reconstrução de significados matemáticos.
  • 8. 8 descansar, colocar o seu caderno em dia, fazer os trabalhos das demais disciplinas ou estudar para as provas. O trabalho promovendo mudanças não só é resultado de conhecer, querer e agir, mas também de vivenciar, experimentar, tentar e insistir. "Se não consegues entender que o céu deve estar dentro de ti, é inútil buscá-lo acima das nuvens e ao lado das estrelas”. Charles Chaplim REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Arnon Mascarenhas de Andrade. O Estágio Supervisionado e a Práxis Docente. In: SILVA, Maria Lucia Santos Ferreira da. (Org.). Estágio Curricular: Contribuições para o Redimensionamento de sua Prática. Natal: EdUFRN, 2005. Disponível em: www.educ.ufrn.br/arnon/estagio.pdf; acesso em: 15 jul. 2008. BRASIL. Conselho nacional de Educação/Conselho Pleno. Resolução CNE/CP 01/2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília: 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne; acesso em: 15 jul. 2008. BRASIL. Conselho nacional de Educação/Conselho Pleno. Resolução CNE/CP 02/2002. Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior. Brasília: 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne; acesso em: 15 jul. 2008. JANUARIO, Gilberto. Materiais Manipuláveis: uma experiência com alunos da Educação de Jovens e Adultos. In: ENCONTRO ALAGOANO DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, I, Anais... I EALEM: Didática da Matemática: uma questão de paradigma. Arapiraca: SBEM – SBEM-AL, 2008. PASSERINI, Gislaine Alexandre. O estágio supervisionado na formação inicial de professores de matemática na ótica de estudantes do curso de licenciatura em matemática da UEL. 121f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática) – Universidade Estadual de Londrina. Londrina: UEL, 2007. REIS, Maria Elídia Teixeira; FIORENTINI, Dario. Desenvolvimento profissional em saberes e práticas num curso de licenciatura em Matemática para professores em serviço. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 30, Caxambu, MG. Anais da 30ª Reunião Anual da ANPEd: 30 anos de pesquisa e compromisso social. Rio de Janeiro: ANPEd, 2007. v. 1. p. 1-17. SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA. Subsídios para a discussão de propostas para os cursos de Licenciatura em Matemática: uma contribuição da Sociedade Brasileira de Educação Matemática. Disponível em: www.prg.unicamp.br/ccg/subformacaoprofessores/SBEM_licenciatura.pdf; acesso em: 16 jul. 2008. REFERÊNCIA DESTE TRABALHO JANUARIO, Gilberto. O Estágio Supervisionado e suas contribuições para a prática pedagógica do professor. In: SEMINÁRIO DE HISTÓRIA E INVESTIGAÇÕES DE/EM AULAS DE MATEMÁTICA, 2, 2008, Campinas. Anais: II SHIAM. Campinas: GdS/FE-Unicamp, 2008. v. único. p. 1-8.