2. Introdução
• Desde os anos 1980, o US do ombro é realizada para o diagnóstico
de lesões manguito rotador.
• Devido à anatomia complexa do ombro e à armadilhas na sua
realização, o US é suscetível a variações interexaminadores e tem
uma curva de aprendizagem.
• Os resultados podem ser melhores se realizado de forma
padronizada e se o examinador estiver ciente das armadilhas
ultrassonográficas.
• O objetivo deste artigo é fornecer um resumo dos perigos
potenciais, limitações, artefatos e causas de falso-positivos e falso-
negativos.
3. Causas de Falso Positivo
Relacionadas à Técnica
- Anisotropia
- Posicionamento do transdutor
- Sombra acústica pelo septo deltoide
Relacionadas à Anatomia
- Intervalo do manguito rotador
- Interface do supraespinal-infraespinal
- Junções musculotendíneas
- Inserção fibrocartilaginosa
Relacionadas à Doenças
- Definição e critérios de ruptura do
manguito rotador
- Heterogeneidade do tendão
-Sombra acústica por tecido cicatricial
ou calcificação
- Desgaste do manguito rotador
4. Técnica
Anisotropia
• A aparência das estruturas de tecidos dependente do ângulo de insonação.
• O manguito rotador aparece ecogênico quando o feixe é insonado a 90 ° em relação
ao eixo longo das fibras do tendão porque é refletido ao máximo.
Anisotropia. (a) Fibras do tendão tem um arranjo paralelo.
As ondas sonoras emitidas são maximamente refletidas
quando estão perpendiculares (em 90⁰) ao eixo longo das
fibras. (b) Desvio do feixe insonado por este ângulo leva à
redução da ecogenicidade das fibras porque nem todas as
ondas sonoras refletidas retornarão ao transdutor.
5. Técnica
• O tendão torna-se isoecoico ao músculo em ângulos de 2 ° -7 ° e hipoecoico ângulos maiores.
• Inserções dos tendões, onde as lesões ocorrem com mais frequência, são mais vulneráveis à artefato anisotrópico
devido ao seu formato curvo.
Anisotropia na inserção do tendão supraespinal. GT: Grande tuberosidade. (a) US do eixo longo do tendão supraespinal (SSP) demonstra
que as fibras paralelas ao transdutor tem uma hiperecogenicidade linear normal (pontas de setas). No entanto, as fibras na inserção
(setas) são pobremente demonstrada devido à anisotropia. (b) Imagem obtida com o transdutor movido um pouco para a lateral. As
fibras na inserção do tendão supraespinal (SSP) agora são paralelas ao transdutor e então tem uma aparência hiperecogênica normal.
6. Ténica
Anisotropia.
(a,b) US do eixo curto do tendão da cabeça longa do bíceps (BT).
(a) Quando o eixo de insonação é perpendicular às fibras do
tendão, o tendão apresenta-se hiperecogênico. Este é
arredondado ou oval e repousa no sulco bicipital (BG). GT
grande tuberosidade, LT pequena tuberosidade.
(b) O tendão aparente hipoecogênico porque o transdutor é
angulado relativamente ao eixo longo do tendão.
(c, d) US eixo longo examina o tendão cabeça longa do bíceps.
(c) Quando o transdutor é paralelo às fibras do tendão, o
tendão tem uma hiperecogenicidade normal, linear, fibrilar
(setas).
(d) O tendão não é visto (setas) devido à anisotropia. Pontas
da setas paralelas ao transdutor.
7. Técnica
Posição do Transdutor
• Está relacionada com o eixo longo ou curto da estrutura anatómica a ser examinada .
• Quando a imagem de tendão está no sentido transversal (isto é , no eixo curto), o
transdutor é colocado em um plano relativo sagital ao ombro do paciente e é movido de
anterior para posterior, seguindo o curso do tendão.
• Quando o transdutor atingiu a parte mais lateral da inserção do tendão supraespinal no
tubérculo maior, o manguito rotador não pode ser visualizado entre o músculo deltoide e
a cabeça umeral. O que pode ser mal interpretado como uma ruptura completa do
manguito rotador . Para evitar esse erro, cada lesão possível deve ser verificada em dois
planos.
8. Técnica
Posição do Transdutor
• Tanto a posição Crass e a posição Crass
modificado refletem o verdadeiro
tamanho dos lesões supraespinais no
plano transversal.
• No plano sagital , a posição Crass é
mais útil para quantificar lesões
supraespinal e Crass modificada levará
à superestimação do tamanho de tais
lesões.
9. Técnica
Posição do transdutor.
D. m. deltoide, H cabeça umeral.
(a) US normal do eixo longo do tendão supraespinal
(SSP). GT grande tuberosidade.
(b) US do eixo curto do tendão supraespinal obtido
lateralmente (na linha 4b em a). Nessa posição, o
manguito rotador não pode ser visualizado entre a
cabeça umeral o músculo deltoide, com uma aparência
sugestiva de ruptura completa do tendão supraespinal.
(c) US normal do eixo curto do tendão supraespinal
(SSP), obtido na linha 4c em a demonstra as camadas
normais de tecidos moles ao redor da cabeça umeral. c
cartilagem hialina.
10. Técnica
Sombra Acústica do Septo Deltoide
• O músculo deltoide é um músculo triangular grande que possui porções
anterior, intermediária e posterior.
• A região intermediária ou central tem origem no processo acromial e é
constituída por fibras oblíquas . Estas fibras surgem a partir de quatro
intersecções tendíneas e inserem-se nas laterais de três outros cruzamentos
tendíneos. Estes interseções tendíneas cruzam alternadamente para baixo e
para cima, para a frente um do outro na substância do músculo .
• As regiões anterior e posterior que se originam na clavícula e na espinha da
escápula não são organizadas dessa maneira.
11. Técnica
• As intersecções tendíneas causam sombra acústica quando são relativamente espessas ou examinadas
tangencialmente .
• Ocorre atenuação acústica na interface entre os tecidos que transmitem o som a diferentes velocidades.
• É caracterizada por uma reflexão do som para longe do transdutor. Isto faz com ocorra uma área hipoecoica
dentro do tendão, que pode simular uma ruptura.
• Este sombreamento diminui ou desaparece quando o transdutor é movido para outras posições , enquanto uma
verdadeira lesão permanece inalterada na aparência.
Sombra Acústica do Septo Deltoide
Septo Deltoide. US eixo curto do tendão supraespinal (SSP) em
um voluntário normal demonstra linhas hiperecogênicas
(pontas de setas) no músculo deltoide (D), que representa o
septo de tecido conectivo. Uma sombra acústica posterior (seta)
pode aparecer quando o eixo de insonação é perpendicular ao
septo; esta sombra pode simular lesões do tendão subjacente.
12. Anatomia
Intervalo Rotador
• O manguito rotador é uma estrutura tendinosa contínua ao redor do ombro. Existe uma única
descontinuidade , que é chamado o intervalo rotador.
• Contém a cabeça longa do tendão do bíceps , que desce a partir da articulação glenoumeral
através do intervalo no sulco bicipital.
• Forma triangular e é composto pelos ligamentos coracoumeral e glenoumeral superior. Envolve
a margem anterior do tendão supraespinal e a margem superior do tendão subescapular.
• Varia em tamanho e pode não ser aparente em alguns indivíduos.
• Pode ser melhor avaliado com o braço em rotação externa.
13. Anatomia
Intervalo Rotador
• US: área de hipoecoica em torno
da cabeça longa transversa do
tendão do bíceps, esta área pode
simular uma ruptura.
• Este problema pode ser superado
pelo exame da borda
arredondada da porção anterior
do tendão supraespinal e pela
verificação do tendão do bíceps
seguindo o sulco bicipital.
Intervalo Rotador.
(a) US do eixo curto do tendão supraespinal (SSP), o intervalo
rotador anterior à este tendão pode ser facilmente
confundido com uma ruptura do manguito. BT tendão da
cabeça longa do bíceps, D músculo deltoide, H cabeça umeral.
(b) RMN oblíqua sagital em T1 demonstra a posição do tendão da
cabeça longa do bíceps (BCP) no intervalo retorador. A
acrômio, C processo coracoide, ISP tendão infraespinal, SSC
tendão subescapular, SSP tendão supraespinal.
14. Anatomia
Interface Supraespinal-Infraespinal
• O afilamento do manguito rotador na interface supraespinal- infraespinal é
um achando normal e não deve ser confundido com um rotura parcial.
Comparar com o ombro contralateral
Interface supraespinal-infraespinal. US do eixo curto do
tendão supraespinal (SSP) demonstra um adelgaçamento
normal do manguito rotador na interface (setas)
supraespinal-infraespinal. Há uma diferença significativa
entre o diâmetro na interface e o diâmetro normal do
manguito rotador (ponta de seta).
15. Anatomia
Junção musculotendínea
• A zona de junção entre o músculo e o tendão é um complexo interdigitante de
músculos e de fibras do tendão .
• A junção do tendão subscapular, multipenado, está sujeita a uma aparência
variável. As fibras do tendão hiperecoicas se interpõem com as fibras musculares
hipoecoicas , que podem ser confundidos com tendinose.
Junção musculotendínea do tendão subescapular. O US do
eixo longo do tendão subescapular (SSC) demonstra uma
ecogenicidade variada das fibras hiperecogênicas
interdigitantes e das fibras musculares hipoecoicas
(*), aparência que simula tendinose ou ruptura do manguito.
16. Anatomia
Junção Musculotendínea
• O tendão infraespinal está centralmente posicionados no músculo infraespinal. As fibras
musculares hipoecoicos circunvizinhas podem ser confundidas com uma lesão do
tendão, especialmente quando é analisado obliquamente .
• Tendões normais do manguito rotador podem conter, ocasionalmente, pequenas
heterogeneidades. Histologicamente, consistem em um complexo de cinco camadas que
têm uma ligação fibrocartilaginosa nas tuberosidades umerais.
• O músculo supraespinal consiste em duas porções: uma fusiforme (cilíndrica), porção
anterior, que contém o tendão dominante e outra em forma de cinta (plana), posterior .
Isso faz com que haja desdobramento nos fascículos do tendão supraespinal em direções
diferentes.
• A orientação dos fascículos e a complexa interdigitação de fibras musculares entre as
partes anterior e posterior, resultam em diferentes ecogenicidades do tendão
supraespinal , que pode ser confundido com tendinopatia ou ruptura.
17. Anatomia
Inserção fibrocartilaginosa
• O lado ligamentar dos tendões podem conter fibrocartilagem. Isto está relacionado com a orientação das
fibras do tendão no que diz respeito ao sítio de fixação óssea. Quanto mais as fibras seguirem um percurso
perpendicular , maior o teor de fibrocartilagem na zona de ligação .
• Tal como acontece com a cartilagem hialina, a cartilagem no lado ligamentar aparece hipoecoica e pode
resultar em uma zona de hipoecoica fina na inserção do tendão perto da reflexão hiperecoica do osso cortical.
• Pode ocorrer diagnóstico falso- positivo de tendinose ou ruptura do manguito rotador. A baixa ecogenicidade
da zona ligamentar de fibrocartilagem é reforçada pela anisotropia das fibras do tendão nessa região, que são
curvas e paralelas considerando o feixe de insonação do ultrassom.
Inserção Fibrocartilaginosa. (a) US do eixo longo do tendão
supraespinal (SS) demonstra aparência hipoecoica da zona
de ligação fibrocartilaginosa (ponta de seta) próxima à
grande tuberosidade (GT). C. cartilagem hialina, H cabeça
umeral. (b) Secção macroscópica de um cadáver de 78 anos
de idade, masculino, demonstra a inserção fibrocartilaginosa
do (pontas de setas) do tendão supraespinal.
18. Patologias
Definição e Critérios para Ruptura do Manguito Rotador.
• A aparência das rupturas do manguito rotador se sobrepõem, em parte pelo espectro da
variação normal e por outras anormalidades tendão . Uma das razões pelas quais os
resultados dos estudos de detecção de rupturas variem é o uso de diferentes critérios ou
combinações das critérios para ruptura do manguito rotador. Critérios:
• Não visualização ou ausência do manguito rotador.
• Descontinuidade focal parcial ou total da espessura do manguito rotador.
• Adelgaçamento focal do manguito rotador.
• Perda da convexidade da borda externa do manguito rotador.
• Um defeito hipoecoico do lado articular ou bursal do manguito rotador ou em um
tendão.
19. Patologias
Definição e Critérios para Ruptura do Manguito Rotador.
• A ruptura completa é um defeito no tendão da bursa até a margem articular .A
ruptura parcial é um descontinuidade focal na Bursa, na margem articular ou
intratendínea.
• São visualizadas como lesões hipoecoicas ou lesões hipo e hiperecoicas
misturadas, mais frequentemente localizadas na zona crítica do tendão
supraespinal e podem ser verificadas em duas direções ortogonais.
• Os focos ecogênicos ou bandas ecogênicas não são critérios confiáveis. Esses
focos hiperecogênicos podem representar calcificação, cicatriz fibrótica, sinovite
ou hemorragia.
20. Patologias
Definição e Critérios para Ruptura do Manguito Rotador.
• Sinais indiretos são confiáveis: divertículos corticais nas inserções dos
tendões e fluido na junção glenoumeral. Quando o fluido está presente
na bolsa subacromial-subdeltóidea e na articulação glenoumeral, a
probabilidade de uma ruptura do manguito rotador é de 95 %.
• Outros sinais indiretos: capacidade de comprimir o músculo deltoide
contra a cabeça do úmero (sinal tuberosidade nua) e aspecto brilhante
da cartilagem do úmero (sinal de interface de cartilagem ou sinal da
cartilagem descoberta), causada pelo aumento do sinal de ultrassom
devido à fluidos e à perda de tecidos acima da cartilagem .
21. Patologias
Heterogeneidade do Tendão
• São encontrados com frequência com as mudanças degenerativas do tendão (ou
seja , a tendinose ).
• A combinação de tendinose e anisotropia é a causa mais comum de um
diagnóstico falso-positivo de ruptura parcial do manguito rotador.
• O Power Doppler pode ajudar por demonstrar hiperemia de baixo fluxo associado
a tendinose, em contraste com a ausência de fluxo na ruptura completa.
Heterogeneidade do Tendão. D músculo deltoide, H cabeça
umeral. (a) US do eixo curto do tendão supraespinal (SSP)
demonstra uma aparência hipoecoica da porção anterior do
tendão (setas) devido à tendinose. (b) US do eixo curto do
tendão do supraespinal (SSP), obtida com um pequena mudança
no ângulo do eixo de insonação, demonstra invisibilidade do
tendão devido à combinação de tendinose e anisotropia.
22. Patologia
Sombra Acústica por Cicatriz ou Calcificação
• Trauma ou cirurgia também podem causar
fibrose ou cicatrização dos tecidos moles
ao redor do ombro. Abaixo dessas
lesões, podem ocorrer sombras acústicas.
• Depósitos de cálcio intratendíneo ou
intrabursal manifestam-se como
ecogenicidade focal e sombra acústica .
Porém, dependendo de sua estrutura (por
exemplo, leite de cálcio) ou do tamanho , a
calcificação pode não causar atenuação
acústica bem definidas.
• Correlação com a radiografia simples.
Sombra acústica. US do eixo longo do tendão
subescapular (SSC) demonstra devido cicatricial
(setas) no músculo deltoide (D). A cicatriz produz
sombra acústica (cabeças de setas) na inserção do
tendão, que simula tendinose ou ruptura. LT
tuberosidade menor.
23. Patologia
Sombra acústica. (a) US do eixo longo do tendão supraespinal (SSP) demonstra calcificação (setas) na Bursa
subacromial-subdeltóidea. A calcificação produz sombra acústica, que obscurece a visualização da inserção
do tendão. D. Músculo deltoide, H cabeça umeral. (b) Radiografia demonstra a calcificação (setas).
24. Patologia
Afilamento Focal do Manguito Rotador
• É característico de ruptura parcial do manguito, mas também está relacionado a anatomia ou a
atrofia devido a alguns fatores , tais como a artrite reumatóide, desuso, invasão de nervos ou
cirurgia.
• Comparar com o lado contralateral.
• Em um ombro sintomático sem ruptura ou com ruptura parcial, há prevalência de 0,5% - 4,3 % de
uma ruptura contralateral. Se a ruptura for completa, há prevalência de 35,5 % de uma ruptura
completa no ombro assintomático.
• A espessura média do manguito rotador intacto é cerca de 4,7 mm. Há uma diferença pequena, mas
não significativa entre o membro dominante (variação de 3,6 -7,0 mm, média ,5,3 mm) e membro
não dominante (variando de 3,2-7,0 mm, média ,5.1 mm). Não está relacionada com a idade , sexo
ou sintomas.
25. Falsos Negativos
Relacionadas à Técnica
- Frequência do transdutor
- Foco
- Protocolo de imagem
- Pressão no transdutor
Relacionadas à Anatomia
- Ruptura do tendão sem diástase
das fibras
- Ponto de obscurecimento pós-
traumático
Relacionadas à Doenças
-Tendinose
-Calcificações
-Proliferação sinovial, granulação ou
cicatriz
-Espessamento da bursa simulando
ruptura do manguito rotador
-Ruptura maciça do manguito rotador
Relacionadas ao Paciente
-Obesidade ou muscularidade
-Limitação do movimento do ombro
26. Causas Técnicas
Frequência do Transdutor
• O US do ombro deve ser realizado com uma elevada frequência do
transdutor de pelo menos 7,5 MHz .
• Exames realizados com frequências de 5 MHz transdutor mostram
resultados decepcionantes.
• Transdutores lineares são preferíveis por sua alta resolução e porque
são menos vulneráveis aos artefatos anisotrópicos.
27. Causas Técnicas
Foco
•Rupturas pequenas ou parciais podem ser perdidas
por focalização inadequada, pois há diminuição da
resolução espacial.
•O campo deve ser constantemente ajustado à
profundidade da estrutura examinada.
28. Causas Técnicas
Protocolo de imagem
• Os tendões do manguito rotador e, especialmente, o tendão do supraespinal são, na posição
neutra do braço, geralmente escondidos sob o acrômio.
• As rupturas do podem não ser diagnosticadas devido a limitação dos movimentos do
ombro, especialmente no tendão do supraespinal, onde ocorrem cerca de 90% das rupturas do
manguito rotador (porção anterior).
• Avaliação dinâmica do manguito rotador pode ser útil para a identificação de rupturas completas
sem retração, visualizando-se a separação das margens da lesão e para superar os artefatos de
anisotropia.
• A subluxação ou luxação da cabeça longa do tendão do bíceps pode ser diagnosticada por meio
de rotação externa do antebraço.
• Para confiável avaliação ultrassonográfica, os tendões precisam ser totalmente exposto. Isto pode
ser obtido com um sistema padronizado de protocolo de imagem .
29. Protocolo de Imagem
Protocolo Ultrassonográfico Padronizado para a Avalição do Manguito Rotador
Tendão Direção do
Escaneamento em
Relação ao Tendão
Posição do Braço Posição do Transdutor em
Relação ao Ombro do
Paciente
BCP Eixo Curto Cotovelo em 90⁰, mão supinada e
repousando sobre coxa
Transversa
Eixo Longo Cotovelo 90⁰, mão supinada e
repousando sobre a coxa
Sagital
SSC Eixo Longo Adução e Rotação Externa Transversa
SSP Eixo Longo Hiperextensão e Rotação Interna Sagital
Eixo Curto Hiperextensão e Rotação Interna Transversa
TM Eixo Longo Elevação e Adução Transversa
30. Causas Técnicas
Pressão no Transdutor
• O aumento na pressão do transdutor facilita a identificação de rupturas
completas sem retração do manguito rotador.
• Por outro lado, a pressão deve ser aliviada para detectar coleções
pequenas na bainha do tendão bicipital e na bursa subacromial-
subdeltóidea.
• A detecção de fluido na bolsa subacromial– subdeltóidea ou em ambas, na
articulação e na bursa subacromial -subdeltóidea é altamente específica
(96 % e 99 % , respectivamente) e tem um valor preditivo positivo elevado (
70% e 95% , respectivamente) para o diagnóstico de lesões associadas do
manguito rotador em pacientes sintomáticos.
31. Causas Anatômicas
Ponto de obscurecimento pós-traumático
• Fraturas podem alterar os pontos de referências ósseos utilizados
para orientação .
• Tecidos moles podem ficar hipoecoico devido a
contusão, edema, deformação ou ruptura de tendão .
32. Causas Anatômicas
Ausência de diástase das fibras do tendão
rompido
• A ruptura aguda completa ou incompleta é
acompanhada por fluido, que aumenta o
sinal de ultrassonográfico e é favorável
para o diagnóstico de lesões do manguito
rotador.
• Em rupturas tardias, o fluido pode ser
absorvido. E as rupturas nas quais as fibras
dos tendões rotos não cedem, podem ser
mais difíceis de diagnosticar.
Ruptura do tendão sem diástese das fibras. US do eixo
longo do tendão supraespinal (SSP) demonstra uma
ruptura completa (setas) na porção anterior da
inserção do tendão. Note que as extremidades da
ruptura permanecem juntas. Há pequena quantidade
de fluido no defeito do tendão, o que facilita a
detecção da ruptura.
33. Fatores Patológicos
Tendinose
• Um espectro de anormalidades ultrassonográficas do manguito rotador
que se relacionam com edema, hemorragia, tendinite , fibrose e ruptura
causados pelo síndrome do impacto.
• Um tendão pode aparecer hipoecoico devido a um aumento da quantidade
de líquido e/ou depósitos amiloide dentro e entre as fibras do tendão.
• É frequente nas rupturas sem diástases.
• Frequentemente coexiste com rupturas parciais do manguito rotador e
estas podem ser de difícil detecção quando localizadas em uma área de
tendinose.
34. Fatores Patológicos
Calcificações
• Nas tendinoses crônicas, o cálcio pode se depositar nos tendões do
manguito rotador ou na bursa subacromial - subdeltóidea . A maioria dos
pacientes com tendinite calcificante estão entre 30 -50 anos de idade
, faixa etária menor do que daqueles que desenvolvem as rupturas do
manguito .
• Estes depósitos podem ser uni ou multiloculares e têm aspecto hiperecoico
variado com ou sem sombra acústica.
• Ocorrem na zona crítica do tendão , onde a maioria das rupturas tendem a
ocorrer . As rupturas podem ser obscurecidas pelas sombras dessas
calcificações. Portanto, as radiografias simples devem estar disponíveis
antes do exame ultrassonográfico .
35. Fatores Patológicos
Proliferação sinovial , Granulação ou Tecido Cicatricial
• Podem ter diferentes ecogenicidades .
• Áreas focais de ecogenicidade aumentada podem corresponder a ruptura do
manguito rotador. No entanto , a maioria é devido a alterações degenerativas de
fibras do tendão (fibrose em tendinose crônica), cicatrizes ou depósito de cálcio.
• Granulação, tecido cicatricial, tecido sinovial ou bursal intra-articular podem
preencher rupturas completas ou incompletas do tendão, impedindo sua
visualização ultrassonográfica.
Proliferação de tecido sinovial. (a) Imagem artroscópica da
bursa subacromial-subdeltóidea demonstra extensa
proliferação do tecido sinovial (setas). (b) US do eixo Curto do
tendão supraespinal (SSP) demonstra proliferação de tecido
sinovial na bursa subacromial-subdeltóidea (*). O tecido
sinovial preenche alguns defeitos do tendão (pontas de
setas), incluindo uma ruptura completa do manguito (setas).
36. Fatores Patológicos
Espessamento da Bursa Imitando o Manguito
Rotador
• O tecido sinovial da bursa subacromial -
subdeltóidea pode ficar bastante espessado
devido à bursite ou a sinovite em pacientes com
artrite reumatoide.
• Estas camadas bursais espessas podem imitar o
manguito rotador ou preencher uma ruptura do
manguito rotador.
Bursite crônica extensa. US do eixo curto do
tendão supraespinal (SSP) demonstra
espessamento das camadas da bursa (B), que
simula o espessamento do tendão do manguito
(ex. tendinose).
37. Fatores Patológicos
Rupturas Maciças
• A maioria das rupturas estão localizadas no tendão do supraespinal e podem se estender ao tendão do
infraespinal ou subescapular.
• Com a ruptura maciça, o manguito pode não ser visualizado ao US porque está completamente separado da
grande tuberosidade e retraído abaixo do acrômio. Quando o manguito está ausente, o músculo deltoide
está em contato direto com a cabeça do úmero ou está separado deste por uma camada de fluido.
16. Ruptura maciça do manguito rotador. US do eixo curto demonstra uma ruptura completa do tendão do supraespinal. O músculo deltoide (D) está em
íntimo contato com a cabeça umeral (H), simulando o manguito rotador . * tendão da cabeça longa do bíceps na transversal.
17. US eixo curto demonstra uma ruptura maciça do tendão supraespinal. A camada hipoecoica entre o músculo deltoide (D) e a cabeça umeral (H) é fluido
intra-articular. O músculo deltoide não deve ser confundido com o manguito rotador. ST tecido subcutâneo, * tendão da cabeça longa do bíceps na
transversal.
38. Fatores Patológicos
Rupturas Maciças
• O diagnóstico pode ser realizado pela contagem das fibras sobre a cabeça umeral. Normalmente três
camadas podem ser reconhecidas: o tecido subcutâneo, músculo deltoide e do manguito rotador. A
espessura destas camadas podem variar devido a vários fatores, como por exemplo, a obesidade ou a
atrofia muscular e do tendão.
• O músculo deltoide e o manguito rotador são separados por uma pequena camada hiperecoico
representando a linha de gordura peribursal e a bursa subacromial - subdeltóidea . A pequena linha
hipoecoica no interior do manguito rotador, seguindo o contorno da cabeça do úmero representa a
cartilagem hialina da cabeça do úmero.
Camadas de tecidos moles circundando a cabeça umeral. (a) US do eixo curto do
tendão supraespinal normal (SSP) demonstra três camadas de tecido: o subcutâneo
(ST), o músculo deltoide (D), e o tendão do manguito rotador . Em cada seção
ultrassonográfica do ombro, essas três camadas podem ser visualizadas ao redor da
cabeça umeral. (b) Diagrama da uma visão normal do eixo curto do tendão
supraespinal (SSP) demonstra o tecido subcutâneo (ST), músculo deltoide (D), tendão
do manguito rotador ao redor da cabeça umeral (H). B bursa subacromial-
subdeltoidea, BT tendão da cabeça longa do bíceps, C pele, HC cartilagem hialina.
39. Fatores Patológicos
Rupturas Maciças
• Em alguns casos, o espaço deixado pela ausência do manguito rotador pode ser preenchido por
um fluido (ecogênico devido a detritos) e/ou por proliferação do tecido sinovial mimetizando o
manguito rotador.
Ruptura maciça do manguito rotador em dois pacientes com artrite reumatoide. H cabeça umeral. (a) US do eixo curto demonstra
uma ruptura do tendão supraespinal. Três camadas são vistas, a camada hipoecoica consiste em fluido ou panus (largo). O músculo
deltoide (D) pode ser confundido com o manguito rotador. A zona hipoecoica no músculo deltoide representa panus (pequena). (b)
US do eixo longo do tendão infraespinal (ISP). O panus intra-articular (*) e bursal (B) podem ser confundidos com o manguito
rotador. D músculo deltoide. G glenoide.
40. Causas Relacionadas ao Paciente
Obesidade ou Muscularidade
• A representação do manguito rotador em pacientes obesos ou
musculosos pode ser limitada ou insuficiente. A camada de tecido
adiposo ou o músculo deltoide absorve muito da alta frequência
emitida.
• Pode ser necessário um transdutor de frequência inferior, que
diminuirá a resolução espacial e limitará a representação confiável de
rupturas do manguito.
41. Causas Relacionadas ao Paciente
Limitação da Mobilidade do Ombro
• Este problema geralmente pode ser superado pelo suporte físico dos
movimentos do braço pelo examinador, pelo deslocamento lento do braço e
pela realização rápida do exame.
• Isso se aplica especialmente às posições de rotação externa (tendão
subescapular) e hiperextensão - rotação interna (tendão supraespinal).
• Alternativamente , o manguito rotador pode ser avaliada com o braço em
suspensão ao lado do corpo , de preferência com a hiperextensão máxima.
42. Conclusão
• A precisão diagnóstica do US é boa e comparável com a ressonância
magnética no que diz respeito à identificação e medida do tamanho
de rupturas completas e incompletas do manguito rotador.
• US e RMN podem ser utilizadas para a avaliação primária do
manguito rotador.
• US é uma modalidade de diagnóstico confiável, rápida , de baixo
custo, e facilmente tolerável para o paciente desde que o examinador
tenha um conhecimento detalhado da anatomia do ombro, use
técnica padronizada de exame, tenha um profundo conhecimento das
armadilhas potenciais, limitações e artefatos.