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Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia
Cuba e Estados Unidos reatam relações
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Um pronunciamento histórico, feito ao mesmo tempo pelos presidentes Barack Obama e
Raúl Castro, cada qual em seu país, marcou a retomada de relações diplomáticas entre os
Estados Unidos e Cuba, rompidas desde 1961.
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Um pronunciamento histórico, feito ao mesmo tempo pelos presidentes Barack Obama e
Raúl Castro, cada qual em seu país, marcou a retomada de relações diplomáticas entre os
Estados Unidos e Cuba, rompidas desde 1961.
Os EUA são a principal potência econômica, política e militar do planeta. Cuba, seu pequeno
vizinho, é o único país comunista das Américas.
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O anúncio, feito em 17 de dezembro de 2014, encerrou um ano e meio de negociações secretas,
realizadas no Canadá e no Vaticano, com a participação do papa Francisco, e incluiu medidas
para reduzir as restrições a viagens e a remessas de dinheiro para a ilha.
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A nova situação não retira de Cuba o maior peso que tem contra si: o bloqueio
econômico que os EUA impõem desde 1962.
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A nova situação não retira de Cuba o maior peso que tem contra si: o bloqueio
econômico que os EUA impõem desde 1962.
Adotado por lei, precisa da votação no
Congresso norte-americano para ser revogado.
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A nova situação não retira de Cuba o maior peso que tem contra si: o bloqueio
econômico que os EUA impõem desde 1962.
Adotado por lei, precisa da votação no
Congresso norte-americano para ser revogado.
Para Cuba, essa é a medida fundamental, pois o
embargo aumenta sua economia, já que
praticamente impede o comércio com
empresas norte-americanas ou associadas a
elas.
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A ilha caribenha tem uma longa história de dominação estrangeira, até a revolução de
1959.
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Cuba foi colônia espanhola por 400 anos, a partir da chegada de Cristovão Colombo à América.
Localizada em posição estratégica no Caribe, na entrada do Golfo do México, a colônia era um
dos principais produtores mundiais de tabaco e cana-de-açúcar.
Em 1860, produzia 1/3 do total mundial de açúcar.
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Dois levantes pela independência fracassaram no século XIX, sob a liderança do poeta José Martí.
O fim do domínio espanhol ocorreu em 1898 e não se deu por mãos cubanas.
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Dois levantes pela independência fracassaram no século XIX, sob a liderança do poeta José Martí.
O fim do domínio espanhol ocorreu em 1898 e não se deu por mãos cubanas.
De olho em seus interesses econômicos – eram os principais compradores do açúcar cubano –,
os EUA declararam apoio à independência cubana e entraram em guerra com os espanhóis.
Em três meses, venceram a Guerra Hispano-Americana e implantaram uma ocupação militar em
Cuba. Com a derrota, a Espanha teve de ceder aos EUA o domínio sobre suas colônias nas
Américas – Cuba e Porto Rico – e na Ásia – Filipinas e Guam.
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Por quatro anos, os EUA assumiram o governo de Cuba. Em 1902, concederam aos cubanos uma
independência formal, mas mantiveram o país sob tutela.
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Em primeiro lugar, encravaram uma base militar em Guantánamo, no leste da ilha, que mantêm
até hoje, a despeito de todas as mudanças ocorridas no país.
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Impuseram também a emenda Platt, assinada um ano antes e anexada à Constituição cubana, que dava aos norte-
americanos o direito de intervir na ilha quando julgassem necessário.
Assim, Cuba tornou-se um protetorado norte-americano até 1933. No período, os EUA ocuparam cinco vezes a ilha.
A Emenda Platt foi um dispositivo Constitucional assinado pelo
Senado norte-americano em 1901, para garantir que os Estados
Unidos pudessem intervir política e militarmente na ilha de Cuba.
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O direito de intervenção acabou em 1934, mas a elite cubana continuou subordinada aos
vizinhos do norte.
A Emenda Platt foi um dispositivo Constitucional assinado pelo
Senado norte-americano em 1901, para garantir que os Estados
Unidos pudessem intervir política e militarmente na ilha de Cuba.
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“É um dever meu evitar, através da independência de Cuba, que os Estados Unidos se estendam (…) sobre outras terras de nossa América. Tudo o que fiz até agora e
todo o que faça de agora em diante tem essa finalidade (…) Conheço o monstro porque já vivi em suas entranhas.”
Com essas palavras escritas pouco antes de morrer em 1895, José Martí alertava sobre o perigo que o imperialismo norteamericano nascente significava para as
pretensões independentistas de Cuba e a vida de conjunto dos povos de Nossa América. O poeta e líder dos patriotas cubanos colocava claramente os EUA como um
inimigo a se enfrentar
“Os povos da América são mais livres e prósperos a medida que se separam dos EUA. Jamais houve na América, da
independência aos dias de hoje, assunto que demande mais sensatez, nem que obrigue mais vigilância, nem que peça exame
mais claro e minucioso, que o convite que os potentes EUA, repletos de produtos invendáveis, e determinados a estender seus
domínios na América, fazem às nações americanas de pode reduzido (…) A América espanhola pode salvar-se da tirania da
Espanha e agora, depois de ver com olhos audazes seus antecedentes, causas e fatores do convite, cabe dizer que chegou a hora
para a América espanhola de declarar sua segunda independência.”
José Martí
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Cuba viveu anos de ascensão econômica, devido ao bom preço mundial do açúcar, mas seus governantes eram autoritários e
corruptos.
Em 1933, o ex-sargento Fulgêncio Batista tomou o poder. Governou até 1944 com o apoio dos EUA.
Em 1952, com um novo golpe, voltou à Presidência.
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Em 26 de julho de 1953, um grupo de 120 jovens, liderados pelo advogado Fidel Castro, então com 26 anos, atacou o quartel de
La Moncada, segunda mais importante base militar de Cuba à época, iniciando um confronto com Batista.
O ataque fracassou, vários revolucionários morreram e os demais foram presos,
como Fidel.
Após sua libertação, dois anos depois, exilou-se no México, onde já estava o irmão Raúl. Lá foi apresentado ao argentino Ernesto
“Che” Guevara e, com um grupo de exilados cubanos, começou a articular a volta.
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Em meados de 1955, o grupo, com 82 homens, saiu do México a bordo do iate Granma, com capacidade para menos de 20
pessoas.
Na chegada à ilha, em dezembro de 1956, alguns revoltosos morreram em confronto com o Exército e os demais se refugiaram
na Serra Maestra, onde viveram por três anos e expandiram o movimento, ganhando adeptos entre camponeses, estudantes,
médicos, professores e até militares descontentes com os rumos do país.
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A guerrilha foi tomando cidades do interior cubano e a liderança de Fidel Castro passou a ser reconhecida mais amplamente.
O Exército de Batista tentou conter os rebeldes num ataque à Serra Maestra, mas foi derrotado.
Então, a guerrilha decidiu avançar em direção à capital. Sua marcha coincidiu com uma aguda crise política e uma rebelião
popular pelo país.
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Em 1º de janeiro de 1959, os guerrilheiros entraram em Havana e Batista fugiu.
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Inicialmente, os revolucionários tentaram montar um governo de coalizão com a oposição moderada a Batista, mas, pela
dinâmica da situação, com grandes mobilizações populares e ocupações de terras, acabaram assumindo todo o poder, numa
radicalização do processo.
O motivo foram os conflitos crescentes com a elite nacional e com os interesses dos norte-americanos, que dominavam os
principais grupos econômicos atuantes na ilha.
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Nos primeiros tempos da revolução, o Movimento 26 de Julho, como foi batizado o grupo revolucionário, não era comunista, mas
composto de nacionalistas e socialistas.
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Os comunistas cubanos não apoiaram a insurreição contra Batista. Em momentos anteriores, haviam até participado de seu
governo.
Essa posição se explica pela conjuntura da época, a Guerra Fria, com o mundo dividido em esferas de influência entre os Estados
Unidos e União Soviética (URSS), e Cuba muito claramente colocada na região sob o domínio norte-americano.
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O primeiro país que Castro visitou, após tomar o poder, foram os próprios Estados Unidos, em março de 1959, onde se encontrou
com o então vice-presidente, Richard Nixon.
A imagem do aperto de mão entre Fidel Castro e Richard Nixon – então recém-vitorioso comandante da derrubada do ditador
cubano Fulgêncio Batista e vice-presidente dos Estados Unidos, respectivamente – é uma prova de que a relação entre
americanos e cubanos pós-revolução chegou a ser amistosa, ainda que por pouco tempo. Era abril de 1959, apenas três meses
depois de Fidel e seus companheiros de guerrilha tomarem o poder em Havana. O líder cubano recebera um convite para
conhecer Washington e aproveitou para dar as caras na Casa Branca.
Desconfiado com as ambições de Fidel, o presidente Dwight D. Eisenhower preferiu deixar a capital durante sua visita e
ordenou ao vice que se encontrasse com o comandante.
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Cuba só veio a se aproximar politicamente da URSS pela evolução posterior da situação.
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O novo regime cubano implantou a reforma agrária, com a concessão de créditos baratos para os pequenos produtores, e
estatizou empresas estrangeiras, na maioria norte-americana.
Milhares de cubanos descontentes deixaram o país – grande parte com destino a Miami, no sul dos EUA, onde passaram a
articular a oposição externa ao governo.
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Crises migratórias estavam longe de ser uma novidade na áspera e tumultuada agenda das relações dos Estados Unidos
com Cuba depois da chegada de Fidel Castro ao poder, em 1959.
A primeira delas eclodiu logo após o triunfo da Revolução e durou até 1962 — período em que partiram rumo aos Estados Unidos cerca de 200 mil pessoas,
quase 3% da população cubana. O êxodo produziu um vertiginoso salto demográfico em Miami, cuja população pulou de 300
mil para quase meio milhão de habitantes.
“
”
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No auge das primeiras confrontações entre Havana e Washington, a CIA e o arcebispo Coleman Carroll, titular da arquidiocese de Miami,
arquitetaram um espantoso plano de transferência massiva de crianças de Cuba para os Estados Unidos, para o qual contaram com o apoio
indispensável da Igreja cubana. Batizada de Operação Peter Pan e inspiradora de livros e filmes, a ação teve início numa noite
de outubro de 1960, com a patética proclamação de um locutor da rádio Swan, estação de ondas médias da CIA instalada na ilha Cisne,
em território hondurenho, para transmitir programas dirigidos a Cuba.
“Mães cubanas! O governo evolucionário está planejando roubar seus filhos!”, gritava o
radialista. “Quando fizerem cinco anos, seus filhos serão retirados de suas famílias e só
retornarão aos dezoito anos, transformados em monstros materialistas! Alerta, mães cubanas!
Não deixem que o governo roube seus filhos!”
O segundo passo foi dado na manhã seguinte, quando centenas de milhares de panfletos foram espalhados pelo país com o
texto de uma falsa lei, redigida nos escritórios da CIA, que estaria para ser posta em vigor “a qualquer momento” pelo governo
de Cuba.
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Repleto de considerandos e de citações da legislação em vigor, o documento apócrifo era assinado por “Doutor Fidel Castro Ruz,
primeiro-ministro” e pelo então presidente da República, Osvaldo Dorticós. A ameaça que iria aterrorizar pais e mães aparecia
em três artigos e dois parágrafos:
Artigo 3o — [...] A partir da vigência da presente lei, o pátrio poder das pessoas menores de vinte anos de idade será exercido
pelo Estado.
Artigo 4o — [...] Os menores permanecerão sob os cuidados de seus pais até a idade de cinco anos, a partir da qual sua educação
física, mental e cívica será confiada à Organização de Círculos Infantis, os quais serão responsáveis pela guarda e pelo pátrio
poder dos referidos menores.
Artigo 5o — [...] Tendo em vista sua educação cultural e capacitação cívica, a partir dos dez anos de idade qualquer menor
poderá ser trasladado para o lugar mais apropriado para a consecução de tais objetivos, sempre tendo em conta os mais altos
interesses da nação.
Parágrafo 1o — A partir da publicação desta lei, fica proibida a saída do território nacional de todas as pessoas menores de idade.
Parágrafo 2o — O descumprimento dos preceitos compreendidos na presente lei será considerado delito contrarrevolucionário,
sancionável com pena de prisão de dois a quinze anos, conforme a gravidade do delito.
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O homem escolhido pela arquidiocese para executar o plano era o padre Bryan Walsh, um irlandês cinquentão de 1,90 metro de
estatura e físico de pugilista que vivia nos Estados Unidos desde a juventude. Ao chegar a Havana, semanas depois, levando na
bagagem nada menos que quinhentos vistos de entrada nos Estados Unidos em branco, Walsh encontrou
uma sociedade chocada.
Os desmentidos do governo revolucionário não tinham sido suficientes para diminuir a
apreensão das famílias cubanas. Além disso, vigários de paróquias de todo o país, especialmente no interior, onde vivia
a população mais simples e desinformada, se encarregaram de difundir a macabra versão de que as crianças separadas dos pais
seriam removidas para Moscou e transformadas em alimento enlatado para o consumo da população russa.
Não era a primeira vez que se utilizava para fins políticos história tão medonha e inverossímil.
A anedota segundo a qual comunistas comiam pessoas nascera no fim da Segunda Guerra,
quando a máquina de propaganda fascista inundara a Itália de folhetos que afirmavam que os
soldados italianos que se entregassem ao Exército Vermelho seriam mortos, triturados e
transformados em comida para saciar a fome que dizimava milhões na Rússia stalinista.
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Naquele final de 1960 a Revolução Cubana já tinha implantado mudanças extremamente radicais no país, como a reforma
agrária, a estatização do sistema bancário e a “expropriação forçada” de quase mil indústrias, entre as quais se encontravam cem
usinas de açúcar e algumas gigantes como a fábrica de rum Bacardi e a norte-americana DuPont Chemical.
Apesar do caráter revolucionário dessas medidas, quando a Operação Peter Pan foi concebida, Cuba e
Estados Unidos ainda mantinham relações normais. Centenas de viajantes cruzavam diariamente
o estreito da Flórida, nos dois sentidos, nos voos que ligavam a capital cubana à Flórida.
E a ponte aérea entre Havana e Miami foi o caminho escolhido pelo padre Walsh para pôr em prática a operação.
Por exigência da CIA, ninguém viajaria acompanhado dos pais. Os quinhentos formulários em branco que o
religioso levara na primeira viagem não seriam suficientes, como se saberia mais tarde, para atender sequer a 5% dos pequenos
candidatos à salvação do inferno comunista. Muitos anos depois, Fidel Castro comentaria o episódio numa entrevista à televisão.
“Nós achávamos que a Revolução deveria ser obra voluntária de um povo livre, e
não pusemos nenhum obstáculo às saídas do país”
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Segundo a ONG americana Pedro Pan Group, ao todo foram contrabandeados 14048 menores, de
ambos os sexos, alguns dos quais acabariam por se converter em personagens da vida pública norte-americana, como o senador
republicano Mel Martínez, o ex-prefeito de Miami, Tomás Regalado, e os diplomatas Eduardo Aguirre, nomeado embaixador na
Espanha pelo presidente George W. Bush, e Hugo Llorens, que era embaixador em Honduras em 2009, quando da deposição do
presidente Manuel Zelaya.
Instalados inicialmente em orfanatos católicos e instituições de caridade, milhares deles jamais voltariam a ver seus pais e mães.
No começo de 1962 chegava ao fim a Operação Peter Pan, um dos mais dramáticos e dolorosos episódios da história da
Revolução Cubana
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A terceira onda migratória, ocorrida no final de 1966, resultou da decisão do presidente Lyndon Johnson de promulgar a Lei do
Ajuste Cubano — que nada mais era que a legalização de uma situação existente desde 1959 e que sobrevivia sob o olhar
complacente das autoridades norte-americanas.
Sem paralelo em nenhum outro país, a lei oferecia aos cubanos que chegassem, mesmo por vias ilegais,
aos Estados Unidos privilégios não concedidos a estrangeiros de nenhuma outra nacionalidade.
Os benefícios ofertados pelo governo eram um tentador convite à imigração:
-asilo político e documentação de residente permanente, ou seja, autorização para trabalhar e inscrever-se no serviço social,
direitos que se estendiam ao cônjuge e aos filhos menores de 21 anos.
Era o oposto do tratamento destinado às hordas de latinos que tentavam entrar nos Estados Unidos pela fronteira do México.
Nos quatro anos seguintes, uma ponte aérea que ligava o balneário de Varadero a Miami
transportou mais de 270 mil cubanos.
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A quarta e mais rumorosa crise teve início na tarde de 1o de abril de 1980, quando seis cubanos invadiram o casarão onde
funcionava a embaixada do Peru em Havana, atirando um ônibus contra a cerca do jardim.
O único obstáculo a impedi-los de entrar, um solitário soldado que dava guarda na porta, foi abatido a tiros: minutos depois, já
dentro da casa, os seis eram declarados asilados políticos. Cuba exigiu que todos fossem devolvidos, pois, ao matarem o soldado,
haviam se convertido em criminosos comuns.
O embaixador peruano, no entanto, fincou pé: seu país decidira conceder asilo político a eles. A gravidade da situação pôs em
confronto Fidel Castro e o conservador general Francisco Morales Bermúdez, chefe de governo do Peru desde 1975, quando
derrubara o também general e ultranacionalista Juan Velasco Alvarado.
Ao receber como asilados os seis invasores, Morales Bermúdez imaginava ter encurralado Fidel num beco sem saída: se
concedesse os salvo-condutos para que o grupo deixasse Cuba, o governo criaria um grave precedente — para sair do país,
bastaria pôr os pés numa embaixada, mesmo que por meios violentos. Negar a autorização significava transformar os seis em
mártires e mais uma vez grudar em Cuba o rótulo de país violador de direitos humanos. Além, é claro, de gerar um impasse
diplomático de consequências imprevisíveis.
O que o general peruano jamais poderia imaginar, porém, era que Fidel reagiria com uma insólita
decisão. A resposta veio numa nota de meia centena de palavras, publicada na primeira página da edição do dia 4 do jornal
Granma, que concluía de forma inusitada:
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Diante da negativa do governo peruano de entregar os delinquentes que provocaram a morte do soldado Pedro Ortiz Cabrera, o
governo cubano se reserva o direito de retirar a guarda de proteção da embaixada. A referida sede, portanto, fica
aberta a todo aquele que quiser sair do país.
O que parecia um incidente isolado se converteu primeiro num tumulto, em seguida numa aglomeração, para culminar, dois dias
depois, com uma multidão de 10 mil pessoas acampada num imóvel residencial de seis dormitórios.
Assustado com a presença da turba que tomou cada centímetro quadrado da casa, o embaixador Edgardo de Habich abandonou
o local, levando consigo todo o pessoal diplomático, à exceção de um encarregado de negócios que passou a responder pela
legação.
Duas semanas após a ocupação, e com o enxame de gente ainda dentro da embaixada, o Peru jogou a toalha e admitiu que não
tinha condições de receber, da noite para o dia, 10 mil pessoas.
Diante da timidez demonstrada pela comunidade internacional — o Peru aceitava receber apenas mil pessoas, o Canadá
seiscentas e a Costa Rica trezentas — o presidente americano, que disputaria a reeleição em outubro daquele ano, enxergou no
episódio uma boia que poderia salvar sua popularidade do naufrágio.
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Na contramão da moderada diplomacia que adotara com relação a Cuba desde que chegara à Casa Branca, Carter convocou uma
entrevista coletiva e anunciou uma bomba.
Com o novo nome de Política dos Braços e Corações Abertos estava ressuscitada a velha Lei do Ajuste — todo cubano que
conseguisse chegar aos EUA teria asilo político, status de residente permanente, permissão para
trabalhar e inscrever-se no serviço social etc. etc.
Fidel Castro respondeu no mesmo dia e no mesmo tom: ante as ofertas de Carter, a partir
daquele momento o porto de Mariel, cinquenta quilômetros a oeste de Havana, estava aberto
para quem quisesse asilar-se nos Estados Unidos.
A decisão, sublinhou, valia não apenas para os 10 mil inquilinos da embaixada peruana, mas para qualquer um dos 11 milhões de
cubanos que desejasse partir.
Horas depois os 160 quilômetros de mar que separam o porto de Mariel de Key West estavam salpicados de flotilhas de
embarcações de todos os modelos e calados, vindas de vários pontos da Flórida, prontas para transportar os passageiros daquela
que seria a maior onda migratória de toda a história da diáspora cubana. Se Morales Bermúdez se assustou
quando Cuba liberou não seis, mas 10 mil pessoas, o plano da Casa Branca também dera errado. Carter não podia imaginar que
nas semanas seguintes 130 mil candidatos à cidadania americana, mais de 1% da população de Cuba, atravessariam o mar do
Caribe em direção a Miami.
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O presidente dos Estados Unidos só tomou consciência das dimensões do abacaxi que tinha nas mãos quando a CIA o informou
de que cerca de 40 mil marielitos — nome pelo qual ficaram conhecidos os exilados que saíram nesse período — eram doentes
mentais e delinquentes comuns, muitos deles condenados a penas altíssimas por tráfico de drogas, latrocínio e estupro.
Os informes eram alarmantes: Cuba estava exportando para os Estados Unidos seus criminosos e doidos.
O governo cubano negou que tivesse forçado quem quer que fosse a deixar o país. Segundo informações difundidas pela radio
bemba, porém, logo após a abertura do porto de Mariel hospícios e presídios de Cuba de fato
haviam sido visitados por funcionários do governo que repetiam aos doentes e aos detentos a
mesma oferta: quem quisesse emigrar para os Estados Unidos, com todas as vantagens
oferecidas por Carter, só precisava fazer a trouxa e chegar ao porto de Mariel.
Muitos anos depois, Max Lesnik, um cubano exilado em Miami que nunca deixou de ser amigo de Cuba, explicitaria o processo
de seleção daqueles que ficaram conhecidos como os indesejáveis: — Esses loucos estavam nos hospitais psiquiátricos cubanos,
entregues aos cuidados da Revolução. Alguém chegava lá e perguntava para o interno: onde estão os seus
parentes? Nos Estados Unidos? Então levem-no para Mariel. A família terá como cuidar dele em
Miami. Seja como for, 40 mil pessoas saíram de hospícios e prisões e embarcaram rumo à Flórida. Mais uma vez o problema
mudava de lado e deixava de ser cubano: que destino dar a toda aquela gente? Como assentar 130 mil pessoas e oferecer a elas,
da noite para o dia, condições mínimas de sobrevivência?
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Para agravar a situação, a CIA manifestava uma preocupação adicional: Fidel Castro jamais
perderia uma oportunidade como aquela para infiltrar nos Estados Unidos, no meio da multidão
de refugiados, algumas dezenas de agentes de inteligência.
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Desde as primeiras medidas da Revolução Cubana, criou-se um fosso entre os cubanos e os norte-americanos, que só cresceu.
Em 1960, os EUA recusaram-se a comprar uma grande quantidade de açúcar de Cuba, que os soviéticos aceitaram trocar por
petróleo a baixo preço.
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Como as filiais cubanas das empresas Standard Oil, Texaco e Shell negaram-se a refinar o petróleo soviético, foram estatizadas
pelo governo cubano.
Choques e conflitos desse tipo levaram a Casa Branca a
decretar um embargo comercial contra Cuba.
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Em janeiro de 1961, Cuba e EUA romperam relações diplomáticas e, em abril, Washington decidiu jogar uma cartada decisiva,
conhecida como “desembarque na Baía dos Porcos”.
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Dwight Eisenhower, o presidente que antecedeu John Kennedy, já havia previsto que as relações entre a Cuba revolucionária e a
União Soviética poderiam resultar em problemas.
Eisenhower também havia acionado a Agência Central de Inteligência, a CIA, com o objetivo de derrubar os governos do Irã e da
Guatemala.
No final de 1960, a organização traçou um plano para treinar um grupo de
cubanos, que fugiram para a Guatemala e não concordavam em nada com as
políticas de Fidel, com a finalidade de que invadissem Cuba e colocasse fim
ao governo vigente.
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Contudo, neste meio tempo, a troca presidencial aconteceu, e diversos historiadores defendem que Kennedy realmente se viu
em um dilema: decidir seguir com o plano ou deixa-lo de lado?
Ao assumir o governo, em janeiro de 1961, resolveu seguir em frente mas com condições específicas. A principal: que tudo fosse
realizado com muita discrição e que a participação dos EUA não fosse revelada.
Dwight Eisenhower-REP
John F. Kennedy - DEM
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O presidente Kennedy temia que Fidel pudesse promover uma série de revoluções comunistas na América Latina, representando
uma extensão inaceitável e perigosa da influência russa no próprio ‘quintal da América’.
Além disso, Kennedy tinha tomado uma posição muito firme já durante seu período eleitoral, contra Fidel, acusando seu rival,
Richard Nixon, de fazer parte de uma administração que nada fez para evitar que os revolucionários tomassem o poder.
Já JFK se comprometeu a tomar medidas a fim de derrubar o regime castrista
e, como acabou sendo eleito, fez honrar seu compromisso de apoiar a CIA
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Kennedy esperava que a ação ajudasse os EUA a tomar uma iniciativa na Guerra Fria. Mas em vez disso, acabou sendo um
desastre humilhante.
Antes da invasão, um ataque aéreo por bombardeiros, sobre os principais campos aéreos de Cuba, não conseguiu destruir toda a
força aérea de Castro
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Em seguida, Fidel conseguiu mobilizar um contingente de 200 mil homens e, ao
saber da invasão, enviou forças consideráveis para a praia frustrando as expectativas
de Kennedy.
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Enquanto isso, a operação de JFK recebia outro golpe, quando o presidente cancelou um segundo ataque aéreo em Cuba,
temendo que o envolvimento dos EUA fosse revelado ao mundo. Isso possibilitou que Castro usasse aviões que tinham resistido
ao ataque aéreo inicial, bem como artilharia de campo, para atacar os exilados cubanos invasores.
Logo o mundo viria a descobrir o papel dos Estados Unidos na trama, que foi revelado pelos
jornais.
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A invasão da Baía dos Porcos, também conhecida como La Batalla de Girón, tinha como objetivo derrubar o governo de Fidel.
Contudo, as forças armadas cubanas, treinadas e equipadas pelas nações do Bloco Leste, derrotaram os combates, os invasores
foram vencidos e Fidel declarou vitória sobre o ‘imperialismo americano’.
Fidel Castro já esperava um ataque direto à ilha, tendo sido alertado por Che Guevara que presenciara um ataque semelhante
durante a revolução ocorrida na Guatemala.
Através da CIA, o governo estadunidense treinou cerca de 1500 exilados cubanos.
A operação foi lançada com pouco apoio logístico dos EUA e acabou fracassando. Castro, temendo uma nova
invasão americana, decidiu apoiar a ideia russa de instalar mísseis nucleares no seu
país, o que levaria a uma nova crise na região, desta vez, de proporções bem
maiores.
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O Movimento 26 de Julho fundiu-se em 1962 com a organização dos comunistas cubanos, formando o Partido Unido da
Revolução Socialista, depois renomeado Partido Comunista Cubano. Cuba foi então expulsa da Organização dos Estados
Americanos (OEA), e ocorreu uma grave crise internacional, quando os EUA descobriram que os soviéticos estavam colocando
mísseis atômicos na ilha, que poderiam alcançar facilmente o território norte-americano.
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Em outubro de 1962, satélites norte-americanos encontram uma base de mísseis nucleares instalada em Cuba, e logo descobriu-
se que se tratava de uma base soviética
Espionagem aérea: a análise das fotos
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Os russos haviam assegurado aos americanos que o
trabalho dos militares soviéticos em Cuba, que havia
começado no verão, não era uma ameaça para os
Estados Unidos, porque não incluiria mísseis nucleares
capazes de atingir o território estadunidense.
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O cerco a Cuba foi formado, assim com à antiga União Soviética.
Os mísseis em território cubano foram retirados como condição de que os EUA também retirassem seus mísseis da Turquia.
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No sistema de partido único, as eleições presidenciais periódicas
realizadas pela Assembleia Nacional, a cada cinco anos, a partir de
1976, não passavam de mera formalidade. O regime cubano, assim,
ganhou uma feição fortemente personalista, tornando-se o “regime
castrista”.
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Uma das marcas do regime pós-Batista foi a nacionalização de bens retidos pela Igreja Católica – aliás, os próprios membros da
Igreja foram expulsos do país, e a posição filosófica do novo governo cubano passou a ser oficialmente o ateísmo.
A Criação de Adão é um afresco de 280 cm x 570 cm, pintado por Michelangelo Buonarotti
por volta de 1511, que figura no teto da Capela Sistina. A cena representa um episódio do
Livro do Gênesis no qual Deus cria o primeiro homem: Adão.
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Outra modificação foi o fato de que as escolas particulares passaram a ser proibidas e o Estado socialista assumiu
progressivamente uma maior responsabilidade com as crianças.
Um país pobre, uma educação rica
Livro compara as escolas de Cuba, Brasil e Chile e diz: mesmo em uma democracia, é
necessário ter um Estado que se responsabilize pela educação e atue de modo forte para que
as melhoras ocorram.
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Um ponto muito debatido e defendido por Fidel envolvia a Reforma Agrária.
Antônio Núñez Jimenez, companheiro de Che Guevara, geógrafo e comandante revolucionário cubano, afirmava que os 75% das
melhores terras cultiváveis de Cuba eram propriedade de indivíduos estrangeiros ou companhias estrangeiras (principalmente
americanas). Uma das primeiras políticas do novo governo cubano foi elevar os padrões de vida através da subdivisão de terras,
por meio de exploração maiores das cooperativas.
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Cuba começou a expropriar terra e propriedade privada, pela Lei de Reforma Agrária de maio de 1959. Deste modo as fazendas
de todos os tamanhos poderiam ser apreendidas pelo governo, como foram.
Propriedades das classes média e alta cubanas também foram nacionalizadas, incluindo as plantações e propriedades da família
de Castro (Fidel era filho de um rico proprietários de terras espanhol).
Até o final de 1960, o governo revolucionário havia nacionalizado mais de 25 bilhões de dólares em propriedade privada de
cubanos.
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Muitos agentes do governo de Batista sendo a maioria policiais e soldados, foram levados a julgamento públicos por crimes de
guerra, o que inclui o assassinato e tortura.
Grande parte foi condenada à pena de morte por fuzilamento, enquanto outros receberam penas de longos anos na prisão.
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Até o final dos anos 1980, a sobrevivência de Cuba esteve vinculada às relações com a União Soviética, que importava os
produtos cubanos a preços elevados, e fornecia o que Cuba necessitava a preços baixos, ajudando sua economia. Esse apoio
seguiu até 1991.
A derrocada da URSS marca o momento em que Cuba mergulha em uma profunda crise econômica, agravada pelo persistente
bloqueio norte-americano.
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A população começou então a conviver com desemprego, racionamento de produtos e baixos salários. Para captar dólares, Cuba
abriu-se ao turismo externo e facilitou o envio de recursos a cubanos por seus parentes no exterior. No fundo, eram medidas
paliativas, que só retardavam o agravamento dos problemas.
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Houve uma mudança importante com a eleição de Hugo Chávez na Venezuela, em 1998.
Ocorreu uma aproximação progressiva com Cuba, que passou a ser beneficiada por acordos bilaterais.
A Venezuela fornecia a Cuba, a preços subsidiados, boa parte do petróleo consumido pela ilha, em troca de apoio nos setores de
educação e saúde.
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Fidel Castro enfrenta sérios problemas de saúde e, em 2006, passa o poder para seu irmão, Raúl, colaborador estreito desde o
início da guerrilha, nos anos 1950.
Pouco depois, o país adota mudanças em seu regime fechado, como a liberação de acesso a celulares, a autorização para a
compra de computadores pessoais e a possibilidade de transferir moradias estatais para indivíduos.
Em 2009, chega ao fim às restrições de viagens e transferências de
dinheiro dos EUA para Cuba, medida anunciada por Barack Obama.
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A União Europeia afrouxa as sanções à ilha, em 2008, e Cuba amplia sua parceria econômica com a China.
No ano seguinte, a OEA cancela a suspensão de Cuba, mas sua volta à organização depende de negociações ainda em curso.
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Nos últimos anos, a resposta do regime cubano às dificuldades econômicas tem sido um conjunto de reformas que abre a ilha
aos mecanismos de mercado e ao capital privado.
O governo adota um plano para cortar mais de 1 milhão de empregos no setor público, reduzindo a participação direta do Estado
em áreas como agricultura, pequeno comércio, transporte e construção.
Ao mesmo tempo, libera mais de 200 atividades para a iniciativa privada, autorizada a contratar trabalhadores, e adota
mecanismos para atrair capitais estrangeiros.
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Em 2013 (dezembro), durante o funeral de Nelson Mandela, Barack Obama e Raúl Castro trocam um aperto de mão, lançando a
especulação sobre uma possível aproximação entre os dois países.
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Não se pode dizer que a situação entre Cuba e EUA se estendeu sem interferências.
Durante os anos de embargo econômico, diversas entidades se mobilizaram para defender o fim da restrição, sem sucesso.
A própria ONU tentou intervir dezenas de vezes.
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Em 2005, a Assembleia Geral das Nações Unidas levantava a discussão pela 14° vez, sendo que grande parte dos países
integrantes votaram a favor do fim do bloqueio. Os ‘do contra’ foram, Israel, Ilhas Marshall e EUA.
A Assembleia voltou a discutir o tema em 2006, quando aprovou a condenação do bloqueio mais uma vez, com a maioria de
votos. A votação se repetiu sucessivamente a cada ano, sendo que EUA e Israel sempre mantiveram suas posturas.
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Representando uma das instituições mais poderosas do mundo, o Papa Francisco acompanhou de perto os trâmites para que as
relações entre os dois países fossem reatadas.
Os quase dois anos de diálogo contaram com a interferência do pontífice, que enviou cartas para Obama e Raúl, pedindo que
ambos se esforçassem para resolver as questões diplomáticas e humanitárias (o que também incluía a libertação de prisioneiros).
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Nesse contexto, a retomada das relações diplomáticas com os EUA indica que o governo norte-americano está mudando sua
estratégia para continuar apostando no fim do sistema comunista em Cuba, com a volta da economia de mercado e a abertura
política do regime.
O governo cubano, por sua vez, se vê empurrado a buscar uma inserção mais ativa nas relações econômicas e políticas no
cenário global. Quais serão os próximos passos, se o fim do embargo pelos EUA, ou mudanças internas em Cuba, ainda é uma
história em aberto.
Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia
Depois do anúncio da retomada de relações diplomáticas, os Estados Unidos se comprometeram:
-a libertar três espiões cubanos;
-diminuir restrições para viagens entre os dois países;
-permitir que turistas americanos usem cartões de crédito em Cuba; e
-instituir uma embaixada em Havana.
Na prática, Cuba soltou o americano Alan Gross e um cubano acusado de espionar em prol dos EUA, enquanto Raúl Castro se
comprometeu a soltar 53 prisioneiros políticos, aumentar o acesso a internet no país e permitir que oficiais das Nações Unidas e
da Cruz Vermelha entrem em território cubano.
Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia
Uma das questões que ainda permanecem em aberto é sobre o embargo de fato.
Imagina-se que a reaproximação automaticamente poderá dar fim ao bloqueio, mas existe um equívoco neste raciocínio.
Obama não tem poderes suficientes para encerrar o embargo a Cuba, graças a uma lei do país de 1996 que impossibilita o
presidente de alterar a política sem que haja aprovação do Congresso.
A lei Helms-Burton foi aprovada após Cuba derrubar dois aviões particulares que invadiram seu espaço aéreo, e determina que
só o legislativo poderia, encerrar o embargo.
(Há uma condição específica: o embargo só será encerrado quando Cuba se transformar em um regime democrático, com
eleições livres.)
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Ativistas anti-Castro protestam em Miami, nos Estados Unidos, contra a retomada das relações diplomáticas de Cuba e EUA
Alan Diaz/AP Mais
http://noticias.uol.com.br/album/2014/12/17/eua-e-cuba-retomam-relacoes-diplomaticas-apos-mais-de-50-anos.htm
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http://www.brasildefato.com.br/node/6900
https://tudoparaminhacuba.wordpress.com/2012/10/13/a-verdadeira-historia-da-operacao-peter-pan/
http://almanaqueabril.com.br
http://historiaonline.com.br
http://unoi.com.br
http://diplomatique.br
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http://museuvitimasdoscomunistas.com.br/salao/ver/“balseros”-cubanos-ii-–-fio-de-esperanca
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/11362/hoje+na+historia+1980++fidel+anuncia+exodo+maritimo+do+porto+de+mariel.shtml
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Relações EUA-Cuba após 54 anos de embargo

  • 1. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Cuba e Estados Unidos reatam relações
  • 2. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Um pronunciamento histórico, feito ao mesmo tempo pelos presidentes Barack Obama e Raúl Castro, cada qual em seu país, marcou a retomada de relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba, rompidas desde 1961.
  • 3. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Um pronunciamento histórico, feito ao mesmo tempo pelos presidentes Barack Obama e Raúl Castro, cada qual em seu país, marcou a retomada de relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba, rompidas desde 1961. Os EUA são a principal potência econômica, política e militar do planeta. Cuba, seu pequeno vizinho, é o único país comunista das Américas.
  • 4. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia O anúncio, feito em 17 de dezembro de 2014, encerrou um ano e meio de negociações secretas, realizadas no Canadá e no Vaticano, com a participação do papa Francisco, e incluiu medidas para reduzir as restrições a viagens e a remessas de dinheiro para a ilha.
  • 5. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia A nova situação não retira de Cuba o maior peso que tem contra si: o bloqueio econômico que os EUA impõem desde 1962.
  • 6. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia A nova situação não retira de Cuba o maior peso que tem contra si: o bloqueio econômico que os EUA impõem desde 1962. Adotado por lei, precisa da votação no Congresso norte-americano para ser revogado.
  • 7. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia A nova situação não retira de Cuba o maior peso que tem contra si: o bloqueio econômico que os EUA impõem desde 1962. Adotado por lei, precisa da votação no Congresso norte-americano para ser revogado. Para Cuba, essa é a medida fundamental, pois o embargo aumenta sua economia, já que praticamente impede o comércio com empresas norte-americanas ou associadas a elas.
  • 8. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia A ilha caribenha tem uma longa história de dominação estrangeira, até a revolução de 1959.
  • 9. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Cuba foi colônia espanhola por 400 anos, a partir da chegada de Cristovão Colombo à América. Localizada em posição estratégica no Caribe, na entrada do Golfo do México, a colônia era um dos principais produtores mundiais de tabaco e cana-de-açúcar. Em 1860, produzia 1/3 do total mundial de açúcar.
  • 10. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Dois levantes pela independência fracassaram no século XIX, sob a liderança do poeta José Martí. O fim do domínio espanhol ocorreu em 1898 e não se deu por mãos cubanas.
  • 11. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Dois levantes pela independência fracassaram no século XIX, sob a liderança do poeta José Martí. O fim do domínio espanhol ocorreu em 1898 e não se deu por mãos cubanas. De olho em seus interesses econômicos – eram os principais compradores do açúcar cubano –, os EUA declararam apoio à independência cubana e entraram em guerra com os espanhóis. Em três meses, venceram a Guerra Hispano-Americana e implantaram uma ocupação militar em Cuba. Com a derrota, a Espanha teve de ceder aos EUA o domínio sobre suas colônias nas Américas – Cuba e Porto Rico – e na Ásia – Filipinas e Guam.
  • 12. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Por quatro anos, os EUA assumiram o governo de Cuba. Em 1902, concederam aos cubanos uma independência formal, mas mantiveram o país sob tutela.
  • 13. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Em primeiro lugar, encravaram uma base militar em Guantánamo, no leste da ilha, que mantêm até hoje, a despeito de todas as mudanças ocorridas no país.
  • 14. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Impuseram também a emenda Platt, assinada um ano antes e anexada à Constituição cubana, que dava aos norte- americanos o direito de intervir na ilha quando julgassem necessário. Assim, Cuba tornou-se um protetorado norte-americano até 1933. No período, os EUA ocuparam cinco vezes a ilha. A Emenda Platt foi um dispositivo Constitucional assinado pelo Senado norte-americano em 1901, para garantir que os Estados Unidos pudessem intervir política e militarmente na ilha de Cuba.
  • 15. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia O direito de intervenção acabou em 1934, mas a elite cubana continuou subordinada aos vizinhos do norte. A Emenda Platt foi um dispositivo Constitucional assinado pelo Senado norte-americano em 1901, para garantir que os Estados Unidos pudessem intervir política e militarmente na ilha de Cuba.
  • 16. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia “É um dever meu evitar, através da independência de Cuba, que os Estados Unidos se estendam (…) sobre outras terras de nossa América. Tudo o que fiz até agora e todo o que faça de agora em diante tem essa finalidade (…) Conheço o monstro porque já vivi em suas entranhas.” Com essas palavras escritas pouco antes de morrer em 1895, José Martí alertava sobre o perigo que o imperialismo norteamericano nascente significava para as pretensões independentistas de Cuba e a vida de conjunto dos povos de Nossa América. O poeta e líder dos patriotas cubanos colocava claramente os EUA como um inimigo a se enfrentar “Os povos da América são mais livres e prósperos a medida que se separam dos EUA. Jamais houve na América, da independência aos dias de hoje, assunto que demande mais sensatez, nem que obrigue mais vigilância, nem que peça exame mais claro e minucioso, que o convite que os potentes EUA, repletos de produtos invendáveis, e determinados a estender seus domínios na América, fazem às nações americanas de pode reduzido (…) A América espanhola pode salvar-se da tirania da Espanha e agora, depois de ver com olhos audazes seus antecedentes, causas e fatores do convite, cabe dizer que chegou a hora para a América espanhola de declarar sua segunda independência.” José Martí
  • 17. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Cuba viveu anos de ascensão econômica, devido ao bom preço mundial do açúcar, mas seus governantes eram autoritários e corruptos. Em 1933, o ex-sargento Fulgêncio Batista tomou o poder. Governou até 1944 com o apoio dos EUA. Em 1952, com um novo golpe, voltou à Presidência.
  • 18. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Em 26 de julho de 1953, um grupo de 120 jovens, liderados pelo advogado Fidel Castro, então com 26 anos, atacou o quartel de La Moncada, segunda mais importante base militar de Cuba à época, iniciando um confronto com Batista. O ataque fracassou, vários revolucionários morreram e os demais foram presos, como Fidel. Após sua libertação, dois anos depois, exilou-se no México, onde já estava o irmão Raúl. Lá foi apresentado ao argentino Ernesto “Che” Guevara e, com um grupo de exilados cubanos, começou a articular a volta.
  • 19. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Em meados de 1955, o grupo, com 82 homens, saiu do México a bordo do iate Granma, com capacidade para menos de 20 pessoas. Na chegada à ilha, em dezembro de 1956, alguns revoltosos morreram em confronto com o Exército e os demais se refugiaram na Serra Maestra, onde viveram por três anos e expandiram o movimento, ganhando adeptos entre camponeses, estudantes, médicos, professores e até militares descontentes com os rumos do país.
  • 20. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia A guerrilha foi tomando cidades do interior cubano e a liderança de Fidel Castro passou a ser reconhecida mais amplamente. O Exército de Batista tentou conter os rebeldes num ataque à Serra Maestra, mas foi derrotado. Então, a guerrilha decidiu avançar em direção à capital. Sua marcha coincidiu com uma aguda crise política e uma rebelião popular pelo país.
  • 21. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Em 1º de janeiro de 1959, os guerrilheiros entraram em Havana e Batista fugiu.
  • 22. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Inicialmente, os revolucionários tentaram montar um governo de coalizão com a oposição moderada a Batista, mas, pela dinâmica da situação, com grandes mobilizações populares e ocupações de terras, acabaram assumindo todo o poder, numa radicalização do processo. O motivo foram os conflitos crescentes com a elite nacional e com os interesses dos norte-americanos, que dominavam os principais grupos econômicos atuantes na ilha.
  • 23. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Nos primeiros tempos da revolução, o Movimento 26 de Julho, como foi batizado o grupo revolucionário, não era comunista, mas composto de nacionalistas e socialistas.
  • 24. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Os comunistas cubanos não apoiaram a insurreição contra Batista. Em momentos anteriores, haviam até participado de seu governo. Essa posição se explica pela conjuntura da época, a Guerra Fria, com o mundo dividido em esferas de influência entre os Estados Unidos e União Soviética (URSS), e Cuba muito claramente colocada na região sob o domínio norte-americano.
  • 25. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia O primeiro país que Castro visitou, após tomar o poder, foram os próprios Estados Unidos, em março de 1959, onde se encontrou com o então vice-presidente, Richard Nixon. A imagem do aperto de mão entre Fidel Castro e Richard Nixon – então recém-vitorioso comandante da derrubada do ditador cubano Fulgêncio Batista e vice-presidente dos Estados Unidos, respectivamente – é uma prova de que a relação entre americanos e cubanos pós-revolução chegou a ser amistosa, ainda que por pouco tempo. Era abril de 1959, apenas três meses depois de Fidel e seus companheiros de guerrilha tomarem o poder em Havana. O líder cubano recebera um convite para conhecer Washington e aproveitou para dar as caras na Casa Branca. Desconfiado com as ambições de Fidel, o presidente Dwight D. Eisenhower preferiu deixar a capital durante sua visita e ordenou ao vice que se encontrasse com o comandante.
  • 26. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Cuba só veio a se aproximar politicamente da URSS pela evolução posterior da situação.
  • 27. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia O novo regime cubano implantou a reforma agrária, com a concessão de créditos baratos para os pequenos produtores, e estatizou empresas estrangeiras, na maioria norte-americana. Milhares de cubanos descontentes deixaram o país – grande parte com destino a Miami, no sul dos EUA, onde passaram a articular a oposição externa ao governo.
  • 28. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia
  • 29. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Crises migratórias estavam longe de ser uma novidade na áspera e tumultuada agenda das relações dos Estados Unidos com Cuba depois da chegada de Fidel Castro ao poder, em 1959. A primeira delas eclodiu logo após o triunfo da Revolução e durou até 1962 — período em que partiram rumo aos Estados Unidos cerca de 200 mil pessoas, quase 3% da população cubana. O êxodo produziu um vertiginoso salto demográfico em Miami, cuja população pulou de 300 mil para quase meio milhão de habitantes. “ ”
  • 30. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia No auge das primeiras confrontações entre Havana e Washington, a CIA e o arcebispo Coleman Carroll, titular da arquidiocese de Miami, arquitetaram um espantoso plano de transferência massiva de crianças de Cuba para os Estados Unidos, para o qual contaram com o apoio indispensável da Igreja cubana. Batizada de Operação Peter Pan e inspiradora de livros e filmes, a ação teve início numa noite de outubro de 1960, com a patética proclamação de um locutor da rádio Swan, estação de ondas médias da CIA instalada na ilha Cisne, em território hondurenho, para transmitir programas dirigidos a Cuba. “Mães cubanas! O governo evolucionário está planejando roubar seus filhos!”, gritava o radialista. “Quando fizerem cinco anos, seus filhos serão retirados de suas famílias e só retornarão aos dezoito anos, transformados em monstros materialistas! Alerta, mães cubanas! Não deixem que o governo roube seus filhos!” O segundo passo foi dado na manhã seguinte, quando centenas de milhares de panfletos foram espalhados pelo país com o texto de uma falsa lei, redigida nos escritórios da CIA, que estaria para ser posta em vigor “a qualquer momento” pelo governo de Cuba.
  • 31. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Repleto de considerandos e de citações da legislação em vigor, o documento apócrifo era assinado por “Doutor Fidel Castro Ruz, primeiro-ministro” e pelo então presidente da República, Osvaldo Dorticós. A ameaça que iria aterrorizar pais e mães aparecia em três artigos e dois parágrafos: Artigo 3o — [...] A partir da vigência da presente lei, o pátrio poder das pessoas menores de vinte anos de idade será exercido pelo Estado. Artigo 4o — [...] Os menores permanecerão sob os cuidados de seus pais até a idade de cinco anos, a partir da qual sua educação física, mental e cívica será confiada à Organização de Círculos Infantis, os quais serão responsáveis pela guarda e pelo pátrio poder dos referidos menores. Artigo 5o — [...] Tendo em vista sua educação cultural e capacitação cívica, a partir dos dez anos de idade qualquer menor poderá ser trasladado para o lugar mais apropriado para a consecução de tais objetivos, sempre tendo em conta os mais altos interesses da nação. Parágrafo 1o — A partir da publicação desta lei, fica proibida a saída do território nacional de todas as pessoas menores de idade. Parágrafo 2o — O descumprimento dos preceitos compreendidos na presente lei será considerado delito contrarrevolucionário, sancionável com pena de prisão de dois a quinze anos, conforme a gravidade do delito.
  • 32. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia O homem escolhido pela arquidiocese para executar o plano era o padre Bryan Walsh, um irlandês cinquentão de 1,90 metro de estatura e físico de pugilista que vivia nos Estados Unidos desde a juventude. Ao chegar a Havana, semanas depois, levando na bagagem nada menos que quinhentos vistos de entrada nos Estados Unidos em branco, Walsh encontrou uma sociedade chocada. Os desmentidos do governo revolucionário não tinham sido suficientes para diminuir a apreensão das famílias cubanas. Além disso, vigários de paróquias de todo o país, especialmente no interior, onde vivia a população mais simples e desinformada, se encarregaram de difundir a macabra versão de que as crianças separadas dos pais seriam removidas para Moscou e transformadas em alimento enlatado para o consumo da população russa. Não era a primeira vez que se utilizava para fins políticos história tão medonha e inverossímil. A anedota segundo a qual comunistas comiam pessoas nascera no fim da Segunda Guerra, quando a máquina de propaganda fascista inundara a Itália de folhetos que afirmavam que os soldados italianos que se entregassem ao Exército Vermelho seriam mortos, triturados e transformados em comida para saciar a fome que dizimava milhões na Rússia stalinista.
  • 33. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Naquele final de 1960 a Revolução Cubana já tinha implantado mudanças extremamente radicais no país, como a reforma agrária, a estatização do sistema bancário e a “expropriação forçada” de quase mil indústrias, entre as quais se encontravam cem usinas de açúcar e algumas gigantes como a fábrica de rum Bacardi e a norte-americana DuPont Chemical. Apesar do caráter revolucionário dessas medidas, quando a Operação Peter Pan foi concebida, Cuba e Estados Unidos ainda mantinham relações normais. Centenas de viajantes cruzavam diariamente o estreito da Flórida, nos dois sentidos, nos voos que ligavam a capital cubana à Flórida. E a ponte aérea entre Havana e Miami foi o caminho escolhido pelo padre Walsh para pôr em prática a operação. Por exigência da CIA, ninguém viajaria acompanhado dos pais. Os quinhentos formulários em branco que o religioso levara na primeira viagem não seriam suficientes, como se saberia mais tarde, para atender sequer a 5% dos pequenos candidatos à salvação do inferno comunista. Muitos anos depois, Fidel Castro comentaria o episódio numa entrevista à televisão. “Nós achávamos que a Revolução deveria ser obra voluntária de um povo livre, e não pusemos nenhum obstáculo às saídas do país”
  • 34. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Segundo a ONG americana Pedro Pan Group, ao todo foram contrabandeados 14048 menores, de ambos os sexos, alguns dos quais acabariam por se converter em personagens da vida pública norte-americana, como o senador republicano Mel Martínez, o ex-prefeito de Miami, Tomás Regalado, e os diplomatas Eduardo Aguirre, nomeado embaixador na Espanha pelo presidente George W. Bush, e Hugo Llorens, que era embaixador em Honduras em 2009, quando da deposição do presidente Manuel Zelaya. Instalados inicialmente em orfanatos católicos e instituições de caridade, milhares deles jamais voltariam a ver seus pais e mães. No começo de 1962 chegava ao fim a Operação Peter Pan, um dos mais dramáticos e dolorosos episódios da história da Revolução Cubana
  • 35. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia A terceira onda migratória, ocorrida no final de 1966, resultou da decisão do presidente Lyndon Johnson de promulgar a Lei do Ajuste Cubano — que nada mais era que a legalização de uma situação existente desde 1959 e que sobrevivia sob o olhar complacente das autoridades norte-americanas. Sem paralelo em nenhum outro país, a lei oferecia aos cubanos que chegassem, mesmo por vias ilegais, aos Estados Unidos privilégios não concedidos a estrangeiros de nenhuma outra nacionalidade. Os benefícios ofertados pelo governo eram um tentador convite à imigração: -asilo político e documentação de residente permanente, ou seja, autorização para trabalhar e inscrever-se no serviço social, direitos que se estendiam ao cônjuge e aos filhos menores de 21 anos. Era o oposto do tratamento destinado às hordas de latinos que tentavam entrar nos Estados Unidos pela fronteira do México. Nos quatro anos seguintes, uma ponte aérea que ligava o balneário de Varadero a Miami transportou mais de 270 mil cubanos.
  • 36. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia A quarta e mais rumorosa crise teve início na tarde de 1o de abril de 1980, quando seis cubanos invadiram o casarão onde funcionava a embaixada do Peru em Havana, atirando um ônibus contra a cerca do jardim. O único obstáculo a impedi-los de entrar, um solitário soldado que dava guarda na porta, foi abatido a tiros: minutos depois, já dentro da casa, os seis eram declarados asilados políticos. Cuba exigiu que todos fossem devolvidos, pois, ao matarem o soldado, haviam se convertido em criminosos comuns. O embaixador peruano, no entanto, fincou pé: seu país decidira conceder asilo político a eles. A gravidade da situação pôs em confronto Fidel Castro e o conservador general Francisco Morales Bermúdez, chefe de governo do Peru desde 1975, quando derrubara o também general e ultranacionalista Juan Velasco Alvarado. Ao receber como asilados os seis invasores, Morales Bermúdez imaginava ter encurralado Fidel num beco sem saída: se concedesse os salvo-condutos para que o grupo deixasse Cuba, o governo criaria um grave precedente — para sair do país, bastaria pôr os pés numa embaixada, mesmo que por meios violentos. Negar a autorização significava transformar os seis em mártires e mais uma vez grudar em Cuba o rótulo de país violador de direitos humanos. Além, é claro, de gerar um impasse diplomático de consequências imprevisíveis. O que o general peruano jamais poderia imaginar, porém, era que Fidel reagiria com uma insólita decisão. A resposta veio numa nota de meia centena de palavras, publicada na primeira página da edição do dia 4 do jornal Granma, que concluía de forma inusitada:
  • 37. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Diante da negativa do governo peruano de entregar os delinquentes que provocaram a morte do soldado Pedro Ortiz Cabrera, o governo cubano se reserva o direito de retirar a guarda de proteção da embaixada. A referida sede, portanto, fica aberta a todo aquele que quiser sair do país. O que parecia um incidente isolado se converteu primeiro num tumulto, em seguida numa aglomeração, para culminar, dois dias depois, com uma multidão de 10 mil pessoas acampada num imóvel residencial de seis dormitórios. Assustado com a presença da turba que tomou cada centímetro quadrado da casa, o embaixador Edgardo de Habich abandonou o local, levando consigo todo o pessoal diplomático, à exceção de um encarregado de negócios que passou a responder pela legação. Duas semanas após a ocupação, e com o enxame de gente ainda dentro da embaixada, o Peru jogou a toalha e admitiu que não tinha condições de receber, da noite para o dia, 10 mil pessoas. Diante da timidez demonstrada pela comunidade internacional — o Peru aceitava receber apenas mil pessoas, o Canadá seiscentas e a Costa Rica trezentas — o presidente americano, que disputaria a reeleição em outubro daquele ano, enxergou no episódio uma boia que poderia salvar sua popularidade do naufrágio.
  • 38. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Na contramão da moderada diplomacia que adotara com relação a Cuba desde que chegara à Casa Branca, Carter convocou uma entrevista coletiva e anunciou uma bomba. Com o novo nome de Política dos Braços e Corações Abertos estava ressuscitada a velha Lei do Ajuste — todo cubano que conseguisse chegar aos EUA teria asilo político, status de residente permanente, permissão para trabalhar e inscrever-se no serviço social etc. etc. Fidel Castro respondeu no mesmo dia e no mesmo tom: ante as ofertas de Carter, a partir daquele momento o porto de Mariel, cinquenta quilômetros a oeste de Havana, estava aberto para quem quisesse asilar-se nos Estados Unidos. A decisão, sublinhou, valia não apenas para os 10 mil inquilinos da embaixada peruana, mas para qualquer um dos 11 milhões de cubanos que desejasse partir. Horas depois os 160 quilômetros de mar que separam o porto de Mariel de Key West estavam salpicados de flotilhas de embarcações de todos os modelos e calados, vindas de vários pontos da Flórida, prontas para transportar os passageiros daquela que seria a maior onda migratória de toda a história da diáspora cubana. Se Morales Bermúdez se assustou quando Cuba liberou não seis, mas 10 mil pessoas, o plano da Casa Branca também dera errado. Carter não podia imaginar que nas semanas seguintes 130 mil candidatos à cidadania americana, mais de 1% da população de Cuba, atravessariam o mar do Caribe em direção a Miami.
  • 39. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia O presidente dos Estados Unidos só tomou consciência das dimensões do abacaxi que tinha nas mãos quando a CIA o informou de que cerca de 40 mil marielitos — nome pelo qual ficaram conhecidos os exilados que saíram nesse período — eram doentes mentais e delinquentes comuns, muitos deles condenados a penas altíssimas por tráfico de drogas, latrocínio e estupro. Os informes eram alarmantes: Cuba estava exportando para os Estados Unidos seus criminosos e doidos. O governo cubano negou que tivesse forçado quem quer que fosse a deixar o país. Segundo informações difundidas pela radio bemba, porém, logo após a abertura do porto de Mariel hospícios e presídios de Cuba de fato haviam sido visitados por funcionários do governo que repetiam aos doentes e aos detentos a mesma oferta: quem quisesse emigrar para os Estados Unidos, com todas as vantagens oferecidas por Carter, só precisava fazer a trouxa e chegar ao porto de Mariel. Muitos anos depois, Max Lesnik, um cubano exilado em Miami que nunca deixou de ser amigo de Cuba, explicitaria o processo de seleção daqueles que ficaram conhecidos como os indesejáveis: — Esses loucos estavam nos hospitais psiquiátricos cubanos, entregues aos cuidados da Revolução. Alguém chegava lá e perguntava para o interno: onde estão os seus parentes? Nos Estados Unidos? Então levem-no para Mariel. A família terá como cuidar dele em Miami. Seja como for, 40 mil pessoas saíram de hospícios e prisões e embarcaram rumo à Flórida. Mais uma vez o problema mudava de lado e deixava de ser cubano: que destino dar a toda aquela gente? Como assentar 130 mil pessoas e oferecer a elas, da noite para o dia, condições mínimas de sobrevivência?
  • 40. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Para agravar a situação, a CIA manifestava uma preocupação adicional: Fidel Castro jamais perderia uma oportunidade como aquela para infiltrar nos Estados Unidos, no meio da multidão de refugiados, algumas dezenas de agentes de inteligência.
  • 41. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Desde as primeiras medidas da Revolução Cubana, criou-se um fosso entre os cubanos e os norte-americanos, que só cresceu. Em 1960, os EUA recusaram-se a comprar uma grande quantidade de açúcar de Cuba, que os soviéticos aceitaram trocar por petróleo a baixo preço.
  • 42. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Como as filiais cubanas das empresas Standard Oil, Texaco e Shell negaram-se a refinar o petróleo soviético, foram estatizadas pelo governo cubano. Choques e conflitos desse tipo levaram a Casa Branca a decretar um embargo comercial contra Cuba.
  • 43. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Em janeiro de 1961, Cuba e EUA romperam relações diplomáticas e, em abril, Washington decidiu jogar uma cartada decisiva, conhecida como “desembarque na Baía dos Porcos”.
  • 44. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Dwight Eisenhower, o presidente que antecedeu John Kennedy, já havia previsto que as relações entre a Cuba revolucionária e a União Soviética poderiam resultar em problemas. Eisenhower também havia acionado a Agência Central de Inteligência, a CIA, com o objetivo de derrubar os governos do Irã e da Guatemala. No final de 1960, a organização traçou um plano para treinar um grupo de cubanos, que fugiram para a Guatemala e não concordavam em nada com as políticas de Fidel, com a finalidade de que invadissem Cuba e colocasse fim ao governo vigente.
  • 45. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Contudo, neste meio tempo, a troca presidencial aconteceu, e diversos historiadores defendem que Kennedy realmente se viu em um dilema: decidir seguir com o plano ou deixa-lo de lado? Ao assumir o governo, em janeiro de 1961, resolveu seguir em frente mas com condições específicas. A principal: que tudo fosse realizado com muita discrição e que a participação dos EUA não fosse revelada. Dwight Eisenhower-REP John F. Kennedy - DEM
  • 46. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia O presidente Kennedy temia que Fidel pudesse promover uma série de revoluções comunistas na América Latina, representando uma extensão inaceitável e perigosa da influência russa no próprio ‘quintal da América’. Além disso, Kennedy tinha tomado uma posição muito firme já durante seu período eleitoral, contra Fidel, acusando seu rival, Richard Nixon, de fazer parte de uma administração que nada fez para evitar que os revolucionários tomassem o poder. Já JFK se comprometeu a tomar medidas a fim de derrubar o regime castrista e, como acabou sendo eleito, fez honrar seu compromisso de apoiar a CIA
  • 47. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Página 31
  • 48. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Kennedy esperava que a ação ajudasse os EUA a tomar uma iniciativa na Guerra Fria. Mas em vez disso, acabou sendo um desastre humilhante. Antes da invasão, um ataque aéreo por bombardeiros, sobre os principais campos aéreos de Cuba, não conseguiu destruir toda a força aérea de Castro
  • 49. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Em seguida, Fidel conseguiu mobilizar um contingente de 200 mil homens e, ao saber da invasão, enviou forças consideráveis para a praia frustrando as expectativas de Kennedy.
  • 50. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Enquanto isso, a operação de JFK recebia outro golpe, quando o presidente cancelou um segundo ataque aéreo em Cuba, temendo que o envolvimento dos EUA fosse revelado ao mundo. Isso possibilitou que Castro usasse aviões que tinham resistido ao ataque aéreo inicial, bem como artilharia de campo, para atacar os exilados cubanos invasores. Logo o mundo viria a descobrir o papel dos Estados Unidos na trama, que foi revelado pelos jornais.
  • 51. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia A invasão da Baía dos Porcos, também conhecida como La Batalla de Girón, tinha como objetivo derrubar o governo de Fidel. Contudo, as forças armadas cubanas, treinadas e equipadas pelas nações do Bloco Leste, derrotaram os combates, os invasores foram vencidos e Fidel declarou vitória sobre o ‘imperialismo americano’. Fidel Castro já esperava um ataque direto à ilha, tendo sido alertado por Che Guevara que presenciara um ataque semelhante durante a revolução ocorrida na Guatemala. Através da CIA, o governo estadunidense treinou cerca de 1500 exilados cubanos. A operação foi lançada com pouco apoio logístico dos EUA e acabou fracassando. Castro, temendo uma nova invasão americana, decidiu apoiar a ideia russa de instalar mísseis nucleares no seu país, o que levaria a uma nova crise na região, desta vez, de proporções bem maiores.
  • 52. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia O Movimento 26 de Julho fundiu-se em 1962 com a organização dos comunistas cubanos, formando o Partido Unido da Revolução Socialista, depois renomeado Partido Comunista Cubano. Cuba foi então expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA), e ocorreu uma grave crise internacional, quando os EUA descobriram que os soviéticos estavam colocando mísseis atômicos na ilha, que poderiam alcançar facilmente o território norte-americano.
  • 53. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Em outubro de 1962, satélites norte-americanos encontram uma base de mísseis nucleares instalada em Cuba, e logo descobriu- se que se tratava de uma base soviética Espionagem aérea: a análise das fotos
  • 54. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Os russos haviam assegurado aos americanos que o trabalho dos militares soviéticos em Cuba, que havia começado no verão, não era uma ameaça para os Estados Unidos, porque não incluiria mísseis nucleares capazes de atingir o território estadunidense.
  • 55. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia
  • 56. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia O cerco a Cuba foi formado, assim com à antiga União Soviética. Os mísseis em território cubano foram retirados como condição de que os EUA também retirassem seus mísseis da Turquia.
  • 57. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia No sistema de partido único, as eleições presidenciais periódicas realizadas pela Assembleia Nacional, a cada cinco anos, a partir de 1976, não passavam de mera formalidade. O regime cubano, assim, ganhou uma feição fortemente personalista, tornando-se o “regime castrista”.
  • 58. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Uma das marcas do regime pós-Batista foi a nacionalização de bens retidos pela Igreja Católica – aliás, os próprios membros da Igreja foram expulsos do país, e a posição filosófica do novo governo cubano passou a ser oficialmente o ateísmo. A Criação de Adão é um afresco de 280 cm x 570 cm, pintado por Michelangelo Buonarotti por volta de 1511, que figura no teto da Capela Sistina. A cena representa um episódio do Livro do Gênesis no qual Deus cria o primeiro homem: Adão.
  • 59. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Outra modificação foi o fato de que as escolas particulares passaram a ser proibidas e o Estado socialista assumiu progressivamente uma maior responsabilidade com as crianças. Um país pobre, uma educação rica Livro compara as escolas de Cuba, Brasil e Chile e diz: mesmo em uma democracia, é necessário ter um Estado que se responsabilize pela educação e atue de modo forte para que as melhoras ocorram.
  • 60. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Um ponto muito debatido e defendido por Fidel envolvia a Reforma Agrária. Antônio Núñez Jimenez, companheiro de Che Guevara, geógrafo e comandante revolucionário cubano, afirmava que os 75% das melhores terras cultiváveis de Cuba eram propriedade de indivíduos estrangeiros ou companhias estrangeiras (principalmente americanas). Uma das primeiras políticas do novo governo cubano foi elevar os padrões de vida através da subdivisão de terras, por meio de exploração maiores das cooperativas.
  • 61. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Cuba começou a expropriar terra e propriedade privada, pela Lei de Reforma Agrária de maio de 1959. Deste modo as fazendas de todos os tamanhos poderiam ser apreendidas pelo governo, como foram. Propriedades das classes média e alta cubanas também foram nacionalizadas, incluindo as plantações e propriedades da família de Castro (Fidel era filho de um rico proprietários de terras espanhol). Até o final de 1960, o governo revolucionário havia nacionalizado mais de 25 bilhões de dólares em propriedade privada de cubanos.
  • 62. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Muitos agentes do governo de Batista sendo a maioria policiais e soldados, foram levados a julgamento públicos por crimes de guerra, o que inclui o assassinato e tortura. Grande parte foi condenada à pena de morte por fuzilamento, enquanto outros receberam penas de longos anos na prisão.
  • 63. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Até o final dos anos 1980, a sobrevivência de Cuba esteve vinculada às relações com a União Soviética, que importava os produtos cubanos a preços elevados, e fornecia o que Cuba necessitava a preços baixos, ajudando sua economia. Esse apoio seguiu até 1991. A derrocada da URSS marca o momento em que Cuba mergulha em uma profunda crise econômica, agravada pelo persistente bloqueio norte-americano.
  • 64. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia A população começou então a conviver com desemprego, racionamento de produtos e baixos salários. Para captar dólares, Cuba abriu-se ao turismo externo e facilitou o envio de recursos a cubanos por seus parentes no exterior. No fundo, eram medidas paliativas, que só retardavam o agravamento dos problemas.
  • 65. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Houve uma mudança importante com a eleição de Hugo Chávez na Venezuela, em 1998. Ocorreu uma aproximação progressiva com Cuba, que passou a ser beneficiada por acordos bilaterais. A Venezuela fornecia a Cuba, a preços subsidiados, boa parte do petróleo consumido pela ilha, em troca de apoio nos setores de educação e saúde.
  • 66. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Fidel Castro enfrenta sérios problemas de saúde e, em 2006, passa o poder para seu irmão, Raúl, colaborador estreito desde o início da guerrilha, nos anos 1950. Pouco depois, o país adota mudanças em seu regime fechado, como a liberação de acesso a celulares, a autorização para a compra de computadores pessoais e a possibilidade de transferir moradias estatais para indivíduos. Em 2009, chega ao fim às restrições de viagens e transferências de dinheiro dos EUA para Cuba, medida anunciada por Barack Obama.
  • 67. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia A União Europeia afrouxa as sanções à ilha, em 2008, e Cuba amplia sua parceria econômica com a China. No ano seguinte, a OEA cancela a suspensão de Cuba, mas sua volta à organização depende de negociações ainda em curso.
  • 68. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Nos últimos anos, a resposta do regime cubano às dificuldades econômicas tem sido um conjunto de reformas que abre a ilha aos mecanismos de mercado e ao capital privado. O governo adota um plano para cortar mais de 1 milhão de empregos no setor público, reduzindo a participação direta do Estado em áreas como agricultura, pequeno comércio, transporte e construção. Ao mesmo tempo, libera mais de 200 atividades para a iniciativa privada, autorizada a contratar trabalhadores, e adota mecanismos para atrair capitais estrangeiros.
  • 69. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Em 2013 (dezembro), durante o funeral de Nelson Mandela, Barack Obama e Raúl Castro trocam um aperto de mão, lançando a especulação sobre uma possível aproximação entre os dois países.
  • 70. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Não se pode dizer que a situação entre Cuba e EUA se estendeu sem interferências. Durante os anos de embargo econômico, diversas entidades se mobilizaram para defender o fim da restrição, sem sucesso. A própria ONU tentou intervir dezenas de vezes.
  • 71. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Em 2005, a Assembleia Geral das Nações Unidas levantava a discussão pela 14° vez, sendo que grande parte dos países integrantes votaram a favor do fim do bloqueio. Os ‘do contra’ foram, Israel, Ilhas Marshall e EUA. A Assembleia voltou a discutir o tema em 2006, quando aprovou a condenação do bloqueio mais uma vez, com a maioria de votos. A votação se repetiu sucessivamente a cada ano, sendo que EUA e Israel sempre mantiveram suas posturas.
  • 72. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Representando uma das instituições mais poderosas do mundo, o Papa Francisco acompanhou de perto os trâmites para que as relações entre os dois países fossem reatadas. Os quase dois anos de diálogo contaram com a interferência do pontífice, que enviou cartas para Obama e Raúl, pedindo que ambos se esforçassem para resolver as questões diplomáticas e humanitárias (o que também incluía a libertação de prisioneiros).
  • 73. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Nesse contexto, a retomada das relações diplomáticas com os EUA indica que o governo norte-americano está mudando sua estratégia para continuar apostando no fim do sistema comunista em Cuba, com a volta da economia de mercado e a abertura política do regime. O governo cubano, por sua vez, se vê empurrado a buscar uma inserção mais ativa nas relações econômicas e políticas no cenário global. Quais serão os próximos passos, se o fim do embargo pelos EUA, ou mudanças internas em Cuba, ainda é uma história em aberto.
  • 74. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Depois do anúncio da retomada de relações diplomáticas, os Estados Unidos se comprometeram: -a libertar três espiões cubanos; -diminuir restrições para viagens entre os dois países; -permitir que turistas americanos usem cartões de crédito em Cuba; e -instituir uma embaixada em Havana. Na prática, Cuba soltou o americano Alan Gross e um cubano acusado de espionar em prol dos EUA, enquanto Raúl Castro se comprometeu a soltar 53 prisioneiros políticos, aumentar o acesso a internet no país e permitir que oficiais das Nações Unidas e da Cruz Vermelha entrem em território cubano.
  • 75. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Uma das questões que ainda permanecem em aberto é sobre o embargo de fato. Imagina-se que a reaproximação automaticamente poderá dar fim ao bloqueio, mas existe um equívoco neste raciocínio. Obama não tem poderes suficientes para encerrar o embargo a Cuba, graças a uma lei do país de 1996 que impossibilita o presidente de alterar a política sem que haja aprovação do Congresso. A lei Helms-Burton foi aprovada após Cuba derrubar dois aviões particulares que invadiram seu espaço aéreo, e determina que só o legislativo poderia, encerrar o embargo. (Há uma condição específica: o embargo só será encerrado quando Cuba se transformar em um regime democrático, com eleições livres.)
  • 76. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia Ativistas anti-Castro protestam em Miami, nos Estados Unidos, contra a retomada das relações diplomáticas de Cuba e EUA Alan Diaz/AP Mais http://noticias.uol.com.br/album/2014/12/17/eua-e-cuba-retomam-relacoes-diplomaticas-apos-mais-de-50-anos.htm
  • 77. Oficina elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES - Geografia http://www.humorpolitico.com.br/wp-content/uploads/2014/12/OLIVEIRA-191214-Face-580x399.jpg http://noticias.bol.uol.com.br/fotos/imagens-do-dia/2014/12/17/aproximacao-diplomatica-entre-eua-e-cuba-inspira-memes-e-piadas-na- internet.htm http://www.brasildefato.com.br/node/6900 https://tudoparaminhacuba.wordpress.com/2012/10/13/a-verdadeira-historia-da-operacao-peter-pan/ http://almanaqueabril.com.br http://historiaonline.com.br http://unoi.com.br http://diplomatique.br http://cartacapital.com.br http://museuvitimasdoscomunistas.com.br/salao/ver/“balseros”-cubanos-ii-–-fio-de-esperanca http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/11362/hoje+na+historia+1980++fidel+anuncia+exodo+maritimo+do+porto+de+mariel.shtml http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,carter-vai-a-cuba-22-anos-apos-crise-que-ajudou-a-derrota-lo,20020509p46351 https://guerraearmas.wordpress.com/2011/02/08/ecos-da-guerra-fria-cuba-e-a-crise-dos-misseis/ http://www.infoescola.com/historia/crise-dos-misseis-de-1962/ http://pt.slideshare.net/fabiofatudatrabalhos/a-crise-dos-misseis-de-cuba http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/os-50-anos-de-derrota-dos-eua-na-baia-dos-porcos