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Esquecimento do passado
Os críticos contumazes do Espiritismo atribuem a não existência da
reencarnação ao fato das pessoas não se recordarem das vidas
anteriores; o que foram, o que fizeram. Diga-se, desde logo, que a
memória não é condição necessária da existência.
Afirma-se, ainda, que o esquecimento do passado é contraproducente.
Se já vivemos muitas vezes na Terra, por que não nos lembramos?
Segundo alguns, a lembrança auxiliaria a não repetir os equívocos do
passado. Também serviria de incentivo à adoção de um patamar nobre
de conduta. Afinal, seria possível correlacionar as dores atuais a
específicos erros de outrora.
Consequentemente, as criaturas teriam interesse em agir com
dignidade. Essa ideia parece sedutora, mas não resiste a uma análise
criteriosa. Tenha-se em mente que o esquecimento constitui a regra
geral. Raras pessoas têm, naturalmente, a lembrança de seu agir em
outras existências.
Um dos postulados básicos da Doutrina Espírita é o da pluralidade das
existências ou reencarnação. A reencarnação equaciona o problema das
diferenças individuais, e explica o motivo das aparentes injustiças. Com
a reencarnação, Espíritos afins reencontram-se com o objetivo de se
aprimorarem e as lembranças de vidas pretéritas prejudicariam o
desempenho da criatura na atual existência.
Com exceção de Espíritos missionários, minoria absoluta na presente
época da Humanidade, somos, por enquanto, seres em sintonia com um
mundo de expiação e de provas. Isso significa que nos encontramos
mais próximos do ponto de partida do que do ponto de chegada.
Reencarnamos justamente para progredir, e no contexto desse progresso
está inserida a programação de buscarmos aparar as arestas com
aqueles que prejudicamos no passado. Em cada reencarnação temos a
oportunidade de repetir as experiências mal sucedidas, reparando os
erros e desfazendo equívocos perante àqueles com quem nos
comprometemos.
A cada novo retorno à matéria, somos beneficiados com o
esquecimento temporário de nossas ações pretéritas para que, com esse
esquecimento, a criança que chega ao nosso lar como nosso filho, seja
recebida e tratada com todo carinho, com todo cuidado, com toda
ternura, se tornando alvo de inúmeras atenções de seus pais e demais
familiares, todos empenhados em dar-lhe o melhor, em todos os
sentidos, contribuindo assim para a sua elevação.
Agora, como ficaria o exercício da fraternidade nessa família onde cada
um soubesse o mal que fez ao outro em existência pregressa? Algozes
ferrenhos poderiam aprender o exercício do amor, da paciência e da
tolerância, se recordando das feridas que foram provocadas?
Os ciclos de experiências ficariam embaralhados, se tornando um
complicador, um problema muito difícil de ser resolvido.
Há razões para o esquecimento, inclusive de ordem prática: “Cada
existência encerra em si mesma um ciclo de experiências, confundindo-
nos se estivéssemos de posse das lembranças do pretérito, impondo-
nos, não raro, constrangimentos insuperáveis e perturbadores.
Imaginemos uma criança a contestar o parentesco com pais irmãos,
alegando ter outra família; o adolescente que enxerga no pai de hoje o
filho de ontem, ou na irmã de ontem a mãe de hoje; o homem que
possuía brilhante inteligência e agora experimenta as limitações de um
cérebro deficiente; o pária que foi nobre; o racista que se vê filho da
raça que oprimiu.
Sem passar borracha no passado tais situações seriam muito
complicadas. Sobretudo seria difícil vencer um dos mais graves
problemas humanos: o ódio, que é a negação dos princípios de
fraternidade que regem o Universo. Obedecendo aos imperativos da
reconciliação, inimigos ferrenhos reencontram-se no lar, ligados pelos
laços da consanguinidade, a ensejar que, pela convivência, a
animosidade seja superada. Mas como poderá isso ocorrer sem a
bênção do esquecimento? Como abraçará um pai ao filho, sabendo que
ele é um odiado desafeto?” O esquecimento permite a transformação do
ódio, da mágoa em amor. Ante o rostinho e olhar ingênuo de uma
criança, torna-se possível amar quem ontem odiávamos.
Quem ontem nos incomodava hoje nos auxilia na figura de um amigo
ou de um irmão.
Esse esquecimento temporário, bem ao contrário do que se possa supor,
é uma verdadeira bênção. Para efeito de comparação, observemos que o
condenado pela justiça humana geralmente é visto com desconfiança,
mesmo depois de cumprida a pena a que foi sentenciado. Se assim é, o
que dizer então se soubéssemos que, entre nós, em nossa família, no
cadinho de nosso lar, tivesse reencarnado como nosso filho, por
exemplo, alguém que, em existência passada, tivesse eliminado a nossa
vida física naquela existência? Não é difícil concluir que, muito
provavelmente, haveria uma tragédia.
A sabedoria divina certamente possui razões para assim estabelecer.
Convém recordar que a lei do progresso rege a vida. Toda criação está
em permanente processo de evolução e metamorfose.
Na conformidade dessa lei, os Espíritos não retroagem em suas
conquistas. As posições sociais mudam constantemente, mas ninguém é
hoje pior do que já foi um dia. As conquistas morais e intelectuais dos
espíritos jamais são perdidas. Assim, cada homem hoje se encontra no
auge de seu processo evolutivo. Ninguém nunca foi no passado mais
bondoso ou nobre do que é agora. Nesse contexto, o esquecimento das
encarnações pretéritas constitui uma bênção. O que se viveu persiste na
forma de intuições e tendências, simpatias e antipatias, facilidades e
dificuldades.
Muitas vezes, o inimigo de ontem renasce na condição de um membro
da família. O esquecimento permite a transformação da mágoa em
amor.
Assim, podemos concluir que sob a bênção do esquecimento os elos
fraternos se estabelecem. Não é relevante lembrar o passado. O
importante é viver bem o presente.
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho
Segundo o Espiritismo.

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Cooperação
 

Esquecimento do passado

  • 2. Os críticos contumazes do Espiritismo atribuem a não existência da reencarnação ao fato das pessoas não se recordarem das vidas anteriores; o que foram, o que fizeram. Diga-se, desde logo, que a memória não é condição necessária da existência. Afirma-se, ainda, que o esquecimento do passado é contraproducente. Se já vivemos muitas vezes na Terra, por que não nos lembramos? Segundo alguns, a lembrança auxiliaria a não repetir os equívocos do passado. Também serviria de incentivo à adoção de um patamar nobre de conduta. Afinal, seria possível correlacionar as dores atuais a específicos erros de outrora.
  • 3. Consequentemente, as criaturas teriam interesse em agir com dignidade. Essa ideia parece sedutora, mas não resiste a uma análise criteriosa. Tenha-se em mente que o esquecimento constitui a regra geral. Raras pessoas têm, naturalmente, a lembrança de seu agir em outras existências. Um dos postulados básicos da Doutrina Espírita é o da pluralidade das existências ou reencarnação. A reencarnação equaciona o problema das diferenças individuais, e explica o motivo das aparentes injustiças. Com a reencarnação, Espíritos afins reencontram-se com o objetivo de se aprimorarem e as lembranças de vidas pretéritas prejudicariam o desempenho da criatura na atual existência.
  • 4. Com exceção de Espíritos missionários, minoria absoluta na presente época da Humanidade, somos, por enquanto, seres em sintonia com um mundo de expiação e de provas. Isso significa que nos encontramos mais próximos do ponto de partida do que do ponto de chegada. Reencarnamos justamente para progredir, e no contexto desse progresso está inserida a programação de buscarmos aparar as arestas com aqueles que prejudicamos no passado. Em cada reencarnação temos a oportunidade de repetir as experiências mal sucedidas, reparando os erros e desfazendo equívocos perante àqueles com quem nos comprometemos.
  • 5. A cada novo retorno à matéria, somos beneficiados com o esquecimento temporário de nossas ações pretéritas para que, com esse esquecimento, a criança que chega ao nosso lar como nosso filho, seja recebida e tratada com todo carinho, com todo cuidado, com toda ternura, se tornando alvo de inúmeras atenções de seus pais e demais familiares, todos empenhados em dar-lhe o melhor, em todos os sentidos, contribuindo assim para a sua elevação. Agora, como ficaria o exercício da fraternidade nessa família onde cada um soubesse o mal que fez ao outro em existência pregressa? Algozes ferrenhos poderiam aprender o exercício do amor, da paciência e da tolerância, se recordando das feridas que foram provocadas?
  • 6. Os ciclos de experiências ficariam embaralhados, se tornando um complicador, um problema muito difícil de ser resolvido. Há razões para o esquecimento, inclusive de ordem prática: “Cada existência encerra em si mesma um ciclo de experiências, confundindo- nos se estivéssemos de posse das lembranças do pretérito, impondo- nos, não raro, constrangimentos insuperáveis e perturbadores. Imaginemos uma criança a contestar o parentesco com pais irmãos, alegando ter outra família; o adolescente que enxerga no pai de hoje o filho de ontem, ou na irmã de ontem a mãe de hoje; o homem que possuía brilhante inteligência e agora experimenta as limitações de um cérebro deficiente; o pária que foi nobre; o racista que se vê filho da raça que oprimiu.
  • 7. Sem passar borracha no passado tais situações seriam muito complicadas. Sobretudo seria difícil vencer um dos mais graves problemas humanos: o ódio, que é a negação dos princípios de fraternidade que regem o Universo. Obedecendo aos imperativos da reconciliação, inimigos ferrenhos reencontram-se no lar, ligados pelos laços da consanguinidade, a ensejar que, pela convivência, a animosidade seja superada. Mas como poderá isso ocorrer sem a bênção do esquecimento? Como abraçará um pai ao filho, sabendo que ele é um odiado desafeto?” O esquecimento permite a transformação do ódio, da mágoa em amor. Ante o rostinho e olhar ingênuo de uma criança, torna-se possível amar quem ontem odiávamos.
  • 8. Quem ontem nos incomodava hoje nos auxilia na figura de um amigo ou de um irmão. Esse esquecimento temporário, bem ao contrário do que se possa supor, é uma verdadeira bênção. Para efeito de comparação, observemos que o condenado pela justiça humana geralmente é visto com desconfiança, mesmo depois de cumprida a pena a que foi sentenciado. Se assim é, o que dizer então se soubéssemos que, entre nós, em nossa família, no cadinho de nosso lar, tivesse reencarnado como nosso filho, por exemplo, alguém que, em existência passada, tivesse eliminado a nossa vida física naquela existência? Não é difícil concluir que, muito provavelmente, haveria uma tragédia.
  • 9. A sabedoria divina certamente possui razões para assim estabelecer. Convém recordar que a lei do progresso rege a vida. Toda criação está em permanente processo de evolução e metamorfose. Na conformidade dessa lei, os Espíritos não retroagem em suas conquistas. As posições sociais mudam constantemente, mas ninguém é hoje pior do que já foi um dia. As conquistas morais e intelectuais dos espíritos jamais são perdidas. Assim, cada homem hoje se encontra no auge de seu processo evolutivo. Ninguém nunca foi no passado mais bondoso ou nobre do que é agora. Nesse contexto, o esquecimento das encarnações pretéritas constitui uma bênção. O que se viveu persiste na forma de intuições e tendências, simpatias e antipatias, facilidades e dificuldades.
  • 10. Muitas vezes, o inimigo de ontem renasce na condição de um membro da família. O esquecimento permite a transformação da mágoa em amor. Assim, podemos concluir que sob a bênção do esquecimento os elos fraternos se estabelecem. Não é relevante lembrar o passado. O importante é viver bem o presente. Muita Paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.