O documento discute as características de um texto argumentativo e de uma vida "meia-boca", apresentando três argumentos sobre os riscos de um relacionamento sem compromisso ou paixão, levando a uma existência desperdiçada e sem significado.
1. A argumentação/dissertação
... implica discussão, organização de
pensamento, defesa de pontos de
vista, descoberta de soluções.
Significa refletir sobre nós mesmos
ou sobre o mundo que nos cerca.
2. Quem quer comunicar e ser bem
compreendido precisa ser claro, bem
organizado nos seus atos de
comunicação.
3. Um texto argumentativo precisa ter uma
estrutura bem organizada. Por isso os maiores
problemas de um texto deste tipo são:
• Jogar as ideias desordenadas no papel,
• Falta de uma linha de raciocínio (coerência)
• Não relacionar uma ideia com outra
(coesão)
4. O texto argumentativo se organiza
em 3 partes:
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
(ARGUMENTOS)
CONCLUSÃO
5. INTRODUÇÃO
Apresenta a ideia que será discutida, de
modo que o leitor saiba sobre o que o
texto irá tratar. Corresponde geralmente
a um parágrafo.
6. DESENVOLVIMENTO
É a parte encarregada pelo
desdobramento da ideia central.
Corresponde à exposição dos
argumentos que comprovam o ponto
de vista apresentado na introdução.
7. CONCLUSÃO
É o acabamento da redação, parte que
“amarra” o texto.
Apresenta 2 aspectos:
1. Retomada da tese inicial.
2. Resumo das ideias principais apresentadas
e discutidas.
8. Uma vida meia boca
Cris Manfro
A pessoa tem um emprego meia-boca, aonde
chega, bate o cartão-ponto, apenas executa o que está
prescrito para ser feito, volta a bater cartão-ponto e
vai para casa. No outro dia, a mesma coisa. Todos os
meses, durante tida uma vida. Não tem dramas, não
tem projetos. Tem um emprego mais ou menos meia-boca.
A pessoa tem amizades mais ou menos. Come
mais ou menos, se diverte mais ou menos, e o que é
pior, ama mais ou menos.
9. Argumento 1
Um casal meia-boca, na maioria das vezes não se
separa. Mas também não se junta. Passeiam, viajam,
se relacionam; tudo meia-boca. Coabitam, não
convivem. Conviver seria ter uma vida inteira. O casal
meia-boca tem filhos e estes nunca o veem brigar,
mas também não se veem amar. E, infelizmente,
aprendem, aprendem com os pais a se tornarem
também pessoas meia-boca e terem relacionamentos
futuros do mesmo tipo.
10. Argumento 2
O casal mais ou menos ou meia-boca tem medi,
não se arrisca na discussão, não se arrisca no
investimento no casamento. Pode até se arriscar fora,
mas não na relação. Esse casal põem tudo embaixo do
tapete: raivas, ressentimentos, mágoas. Mas também
põe sonhos, projetos e esperanças. Não dialoga!
Apenas falam e trocam palavras.
11. Argumento 3
Ser um casal meia-boca é agonizar no coma. É
respeitar com dificuldade. É se contentar com pouco,
muito pouco. Este casal não pensa em se separar,
nem em casar ou voltar a castrar. Pensa em
sobreviver. Levando uma vida meia-boca, sem
sobressaltos e sem emoções, Sem maiores medos,
cheios de medo, Não enfrenta, não recua.
12. CONCLUSÃO
Uma vida meia-boca é uma vida desperdiçada,
transforma todas as possibilidades em ilusão. Amputa
caminhos e enterra desejos. Uma civilização meia-boca
estagna, congela e para de crescer. É preciso coragem
para viradas de mesa. Suportando o desconforto. Uma
vida meia-boca é desespero silencioso.
Disponível em: Jornal NH Acesso em 22 de set. de 2014