1. Grupo de Estudos de Qabalah
Com: Frater Goya (Anderson Rosa)
Aula 15 – Conexões entre a Qabalah e
o Tarot – Arcanos Menores
2. A Qabalah
Tradição Oral, Misticismo Hebraico, Interpretação da Torah e os
Livros dos Profetas.
A palavra Qabalah quer dizer tradição, assim como Caibalion.
Qabalah também quer dizer aquilo que foi recebido e é transmitido
que na verdade corresponde a palavra tradição que antigamente
queria designar a LEI (Torah) que foi implantada por Moisés.
Tradição ou aquilo que é recebido. Antigamente – A Lei de Moisés
(mosaica).
Ou ainda, a busca pelo equilíbrio entre o desejo de Deus de dar e o
de receber do homem.
3. As duas Escolas:
Primeiro, a escola judaica;
A principal diferença entre as duas é que a escola judaica impede
que se faça qualquer representação, para impedir a formação de
idolatria.
Para eles a Qabalah é uma ferramenta de conhecimento intelectual,
que os ajuda e decifrar a Torah escrita (Torah shebichtáv) e a Torah
oral (Torah shebealpê)
4. Segundo, a escola Hermética.
A escola hermética difere
principalmente e justamente
na liberdade ao utilizar-se
ferramentas gráficas, como a
Árvore das Vidas, e a capa da
apostila.
Existindo ainda diferenças sutis
entre ambas, que poderão ser
vistas futuramente por cada
indivíduo, ao longo do nosso
estudo
5. “A Qabalah , do ponto de vista histórico, pode ser definida como
um produto da interpenetração entre o gnosticismo judaico e o
neoplatonismo”
Gershon Scholen, Kabalah.
6. A origem histórica da Qabalah vem da criação do que se
chama de Merkabah (carruagem), Merkabah é a descrição
de Ezequiel em relação ao carro de Deus. É a carruagem
que carregava o trono de Deus da esfera celeste.
A crença comum é que este carro ia e vinha entre o céu e a
terra e tinha um determinado conhecimento místico
potencial para explicar o Merkabah. A partir deste momento
é que se foram se desenvolvendo outras estruturas como a
Árvore das Vidas.
A Qabalah não é somente um conjunto de coisas absurdas.
Devemos que vê-la como uma chave capaz de elucidar o
que nós não podemos responder sozinhos.
7. As Quatro Categorias da Qabalah
1) A qabalah prática - que trata da Magia Talismânica,
Cerimonial, e do tarot.
2) A qabalah dogmática - que consiste na literatura
Qabalística;
3) A qabalah literal - que trata do uso das letras e dos
números – possui subdivisões;
4) A qabalah não-escrita - que consiste no conhecimento
correto da maneira pela qual os sistemas simbólicos estão
dispostos na Árvore das Vidas.
8. A Qabalah Literal divide-se em três partes:
1) A Gematria - que baseia-se nos valores das palavras;
2) O Notariqon - que baseia-se nas letras de uma palavra que
formam as iniciais de outras palavras, formando uma sentença;
3) A Temura - ou permutação, sendo esta a substituição de uma
letra por outra que a precede no alfabeto.
9. A Gematria
Em hebraico, os termos Serpente do Gênesis (Nechesh), e
Messias (Messiach), ambos somam 358;
União (achad) vale 13;
Amor (ahbh) vale 13;
Logo, o amor manifesta-se na unidade, ou a unidade no
amor.
O nome de Deus em hebraico, vale 26, que é a soma de
13+13. Logo, Deus manifesta-se na unidade do amor.
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11. Os Quatro Mundos
1. Atziluth – O Mundo Arquetípico, ou Mundo das Emanações;
Mundo Divino;
2. Briah – O Mundo da Criação, também chamado Khorsia, o
Mundo dos Tronos;
3. Yetzirah – O Mundo da Formação e dos Anjos;
4. Assiah – O Mundo da Ação; o Mundo da Matéria.
16. Todas as sefiroth recebem energia
vinda dos planos superiores, além
da Árvore, de Ein Soph Aur.
No entanto, as sefiroth 7 e 8,
Netzach e Hod respectivamente,
tem sua energia debilitada, uma
vez que sua posição estã muito
abaixo das Supernas e também
estão fora do Pilar do Meio.
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19. “Os Arcanos Menores correspondem
a situações reais, e os Arcanos
Maiores aos processos mentais
(caminhos) envolvidos para resolvê-
los ou atingi-los. Mas e a Realeza
(Corte)? Representam as pessoas
ou energias que interferem neste
processo”.
20. No conjunto, podemos
entender que somos a
esfera do pinball, que circula
ou rebate nas sephiroth, de
forma dinâmica. O
entendimento das regras da
Árvore das Vidas, não torna
o mundo real num processo
sequencial.
21. O Naipe de Bastões (Fogo)
O Naipe de Bastões indica normalmente progresso e
iniciativa, exercício da vontade, ânimo, invenção, energia e
desenvolvimento. Representa os operários e trabalhadores.
Corresponde aos poderes de Yod ( y ) do Nome Divino. Seu
elemento é o Fogo.
O Naipe de Copas (Água)
O Naipe de Copas traz como atributos o amor, a
felicidade, a jovialidade e a alegria. Contendo a água,
representam prazer e felicidade.
Representa por natureza as paixões e sentimentos profundos,
os aspectos emocionais. Representa a pessoa humana,
sentimental. Corresponde ao primeiro Heh ( h ) do Nome
Divino. Seu elemento é a Água.
22. O Naipe de Espadas (Ar)
O Naipe de Espadas possui como atributos e características a
coragem, a audácia, o vigor, autoridade, força, ambição, raciocínio,
intelecto, e agressividade. Além destas características, simbolizam
também o progresso, a realização e a atividade, tanto para o bem como
para o mal, podendo às vezes indicar infortúnios, disputas e desgraças.
Naipe que representa os líderes e os guerreiros. Corresponde aos
poderes de Vav ( w ) do Nome
Divino. Seu elemento é o Ar.
O Naipe de Pantáculos (Terra)
O Naipe de Pantáculos representa naturalmente as questões
materiais e financeiras, os assuntos da vida cotidiana ligadas ao trabalho.
Isso pode estar associado a dinheiro, ocupação, lucro ou perda material,
negócios, contratos, etc. Representam ainda a sensibilidade profunda e o
envolvimento. Naipe que representa o comerciante e os homens de
negócio. Corresponde aos poderes do segundo Heh ( h ) do Nome
Divino. Seu elemento é a Terra.
23. Dos Quatro Ases
Primeiros na ordem de importância, estão os quatro ases,
representando a força do espírito, personificando e unindo as quatro
escalas de cada elemento, e respondendo ao domínio das letras no nome
em Kether de cada uma delas. Representam as forças radicais. Dos quatro
ases, diz-se que estão situados no polo norte do universo de onde giram,
governando sua revolução; e regendo com laço de união entre Yetzirah e o
plano material ou universo. Devido à proximidade com Ain, Ain Soph e Ain
Soph Aur, sua natureza é etérea e quase não pode ser sentida na prática.
São apenas ideias soltas no espaço, porém sem profundidade ou
materialidade que as sustente.
Quando um Ás sai sozinho (por exemplo na carta do dia), não possui
significado claro, dependendo quase totalmente da proximidade de cartas
ao seu redor, quando estas existem durante o jogo. É o ponto.
24. Dos Quatro Dois
Os quatro dois correspondem a Chokmah, sendo a segunda sephira
em manifestação. Representam os Cavaleiros do Tarot, e o Pai, sendo o Yod
( y ) do Nome Divino, É o ápice da energia manifestada por cada elemento, porém
sua natureza ainda é sutil demais para ser percebida sozinha. Depende tanto
quanto os Ases das cartas ao redor para que seu significado torne-se claro.
Analisadas de acordo com o elemento do seu naipe, representam sua energia
original. É a linha.
Dos Quatro Três
Os quatro três correspondem a Binah, representando a ideia materializada. É o
triângulo, o primeiro sólido da geometria e também o primeiro número propriamente
dito 8. Representam as Rainhas do Tarot, e a Mãe, sendo o primeiro Heh ( h ) do
Nome Divino. Possui certa estabilidade, porém ainda está muito acima na Árvore
das Vidas para oferecer algo de concreto. Uma ajuda das cartas ao redor pode
facilitar seu entendimento. É o triângulo.
25. Dos Quatro Quatros
Os quatro quatros correspondem a Chesed, sendo esta a
primeira sephira abaixo do Abismo. Representa a
materialização primeira da ideia, formando o quadrado como
figura estável. É portanto a estabilização do propósito,
representando o trabalho e a disciplina necessárias para seguir
adiante. Representa a Lei e a Misericórdia em juízo. É a ideia
mais elevada que pode ser aprendida intelectualmente. É o
quadrado.
26. Dos Quatro Cincos
Os quatro cincos correspondem a Geburah, e ao domínio da
mente sobre a matéria. No sentido prático isso não quer dizer muita
coisa, pois a maioria das pessoas não domina a si mesmo, quase
sempre sendo vítimas dos próprios desejos. Por isso, Crowley
expressa no desenho das cartas de número cinco, um pentagrama
de cabeça para baixo, demonstrando que ao invés da pessoa
dominar a natureza, acaba sendo dominada por ela. Isso não
deve ser motivo de espanto ou terror, pois apenas propõe um
comportamento, não impõe, cabendo sempre ao indivíduo a tarefa de
superar a si mesmo. Embora haja uma tensão , esta pode ser
resolvida por determinação , que é outra palavra-chave que se traduz
nestas cartas.
Representa ainda a inércia e a procrastinação . É o pentagrama.
27. Dos Quatro Seis
Os quatro seis correspondem a Tiphareth, que é a sephira
mais importante de todas, por ser a única abaixo do abismo a se
comunicar diretamente com Kether, e também a se comunicar
diretamente com as demais sephiroth da Árvore das Vidas,
dividindo a Árvore ao meio. Domina e alimenta todas as sephiroth
abaixo na Árvore. No sentido prático, é mais capaz de realização
que a sephira número dois (Chokmah), que representa
apenas uma realização ideal mas não concreta. Seus pais são
Chokmah e Binah, representando portanto, o Vav ( w )do Nome
Divino, e os Príncipes do Tarot encontram ali sua morada. É
também a sephira onde habita o SAG. É o hexagrama.
28. Dos Quatro Setes
Os quatro setes correspondem a Netzach, cuja força é
duplamente debilitada por estar muito abaixo na Árvore das Vidas e
fora do Pilar do Meio, o Pilar do Equilíbrio. Pode representar a auto-
ilusão e o falso conhecimento de si mesmo. É o ponto mais alto que
podemos atingir no conhecimento de quem somos, onde habita o
conceito junguiano de Self. Para se atingir o SAG, é primeiro
necessário conhecer a si mesmo sem máscaras, sendo esta a
realização mais difícil que é representada por este conjunto de
cartas. Tudo o que é realizado aqui é feito com um esforço
desmedido e propenso a prejuízos de várias formas de acordo com a
natureza de cada naipe. É a degeneração da força e a exposição das
fraquezas, quando estas se tornam mais evidentes. Porém, enquanto
ainda se está aqui, é uma derrota apenas parcial, sendo a derrota
final, o fracasso, representada pelas cartas de número oito. É a
morte iminente. É o heptagrama.
29. Dos Quatro Oitos
Os quatro oitos correspondem a Hod na Árvore das Vidas, e
possuem a mesma debilidade das cartas anteriores, e pelos
mesmos motivos.
Se nos setes a energia está perto do fim, nos oitos, esta energia
pode tomar duas direções opostas: seu esgotamento final ou morte,
ou a reação contra este esgotamento em direção ao sucesso, na
consecução da tarefa proposta.
Se nelas não há uma perfeição, pode haver uma reação e uma
recuperação.
Sucesso ou fracasso absoluto. É o octágono.
30. Dos Quatro Noves
Os quatro noves correspondem a Yesod e ao retorno ao
Pilar do Meio. Sua energia é sustentada por Tiphareth, já que
não pode depender das sephiroth imediatamente mais acima,
Netzach e Hod, cuja energia é debilitada. Após a superação
das sephiroth anteriores, Yesod e os Noves atingem a mais alta
perfeição no plano material, sendo o Nove símbolo de
perfeição por excelência. É a busca do equilíbrio na
instabilidade. Se por um lado é a estabilidade da matéria, por
outro, recebe a instabilidade emocional da Lua, que rege esta
sephira naturalmente. É o eneagrama.
31. Dos Quatro Dez
Os quatro dez correspondem a Malkuth, a sephira além da
perfeição dada pelo número nove, e portanto, o começo da
imperfeição. É a separação da perfeição original. É um alerta sobre a
forma como conduzimos as coisas a seu final. Não é por acaso que
esta sephira serve de morada para as Princesas
do Tarot, filhas dos Cavaleiros (Chokmah) e das Rainhas (Binah),
sendo portanto, o segundo Heh ( h ) do Nome Divino. Encontram-se
como os Ases no Polo Norte do Universo, sendo o fim e o início da
Árvore das Vidas. A instabilidade e os caprichos podem levar a
realização ao fracasso por sua pressa e ilusão de poder. Pode
representar tanto uma benção quanto uma ordália com a mesma
força pendendo para ambos os lados. Se não fossem tão
caprichosos em seus desejos, poderiam ser a “perfeição além da
perfeição”. É o decágono.
32. As 16 Cartas da Realeza ou da Corte
As características gerais das cartas da realeza estão
declaradas no início desta obra, a respeito de sua relação
com a Astrologia e o Nome Divino (h w h y). Portanto abaixo,
daremos uma explicação mais sucinta, de acordo com
a imagem que representam e sua natureza.
Para utilização em um ritual mágico, podemos associar a
energia destas cartas aos objetivos a serem alcançados. Por
exemplo: Se eu preciso de um início mais explosivo, com
grande fonte de energia, posso utilizar a energia do
Cavaleiro. Se preciso de continuidade, posso utilizar a energia
das rainhas, e assim por diante. Posso também de acordo
com o naipe especificar qual a natureza dessa energia.
33. Os quatro Cavaleiros (Reis)
Os quatro Cavaleiros, ou figuras montadas sobre cavalos,
representam as forças de Yod do nome de cada naipe: a raiz, pai
e começo das forças materiais, uma força na qual todas as
demais estão implícitas, e da qual forma o desenvolvimento e o
fim. Uma força rápida e violenta em sua ação, mas cujos efeitos
passam rapidamente. Simbolizada por uma figura sobre um
corcel, cavalgando velozmente e vestida com uma armadura
completa. Aqui se faz necessário o conhecimento da escala de
cores do Rei para o começo de todo trabalho mágico.
34. As quatro Rainhas
Estão sentadas em tronos, representando as forças do Heh
do nome em cada naipe. A mãe e criadora das forças materiais:
uma força que desenvolve e realiza mais que o Cavaleiro ; uma
força firme e ininterrupta, mas não rápida, ainda que
perseverante. É simbolizada, portanto, por uma figura sentada
sobre um trono, mas também investida com uma armadura.
35. Os quatro Príncipes
Os Príncipes são figuras sentadas sobre carros que os
transportam.
Representam as forças de Vau do nome em cada naipe. O filho
poderoso do Cavaleiro e da Rainha , que realiza a influência de
ambas as escalas de força.
Um príncipe, o filho de um Cavaleiro e de uma Rainha ; sem
dúvida um príncipe dos príncipes e rei dos reis; o imperador cujo
efeito imediato é rápido (ainda que não tão veloz como a Rainha )
e perseverante. Está, portanto, simbolizado por uma figura
transportada em um carro e vestido com uma armadura. Não
obstante, seu poder é ilusório, a menos que seja posto em
movimento por seu pai e por sua mãe.
36. As quatro Princesas
As quatro Princesas ou figuras de Amazonas de pé estão
firmes: nem montadas a cavalo; nem sentadas num trono; nem
transportadas por carruagens. Representam as forças do Heh final
do nome de cada naipe, completando as influências das outras
escalas; a poderosa e potente filha de um Cavaleiro e de uma
Rainha ; uma princesa poderosa e terrível; uma Rainha de rainhas;
uma imperatriz cujo efeito combina com o Cavaleiro, a
Rainha e o Príncipe, violento e permanente. Por conseguinte,
simbolizada por uma figura que permanece de pé firme, apenas
parcialmente vestida e tendo, tão somente uma pequena armadura.
Sem dúvida, seu poder não existe, salvo por meio dos demais,
e então é, em verdade, poderosa e terrível materialmente. É o trono
das forças do espírito. O Mal vem a todo aquele que lhe fizer guerra,
quando assim está estabelecida.