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espiral
                                   boletim da associação                                               NT
                                                                        F RA T E RN I T A S M O VI M E N T O
                                               Nº 17 - Outubro / Dezembro de 2004




         Natal
                                                          HOMILIA
                                                          JUBILAR
                                                 O Prof. Hans Küng celebrou, em 24 de Outubro de 2004, os
                                                 seus cinquenta anos de sacerdócio com uma missa na cate-
                                                 dral de Rottenburg. Na homilia que então proferiu, o conhe-
Nasceu Jesus, a herança prometida.               cido professor de teologia da Universidade de Tübingen, para
Qual Big Bang da nova Criação,                   além duma revisão do que foi a sua vida ao longo deste perí-
Assim o menino Deus, feito nosso irmão.          odo, também define a sua posição relativamente a várias ques-
                                                 tões, tais como a profissão do padre, o celibato e a sua espe-
     Encontro da Paz e da Justiça,               rança de reforma na Igreja.
     Da Glória e da Majestade,
                                                 Citando uma frase ouvida numa rádio — “Se queres ser feliz
     Da Omnisciência e da Omnipotência
                                                 uma hora, dorme. Se queres ser feliz um dia, vai pescar. Se
     E da Divindade com a Humanidade.            queres ser feliz um mês, casa. Se queres ser feliz toda a vida,
Shalom com todos os povos                        ama o teu trabalho”— diz que poderia muito bem confirmar
Em Deus, Senhor da Criação,                      a quarta afirmação, pois quando alguém desempenha a sua
                                                 missão, realiza a tarefa da sua vida e ama, então é feliz – com
Na solidariedade e na comunhão,                  todas as vicissitudes inerentes, naturalmente.
No bem-estar e no perdão.                        Todo o homem permanece o mesmo ao longo dos anos, mas
     Glória a Deus e Paz na Terra!               não é o mesmo. “Isto é também assim com o meu sacerdó-
                                                 cio e com esta celebração aqui: esta é a mesma de há cin-
     Cantam os anjos                                                                       (continua na pág. 2)
     Ao Rei da Paz que à terra desce.
     E aos homens de coração renovado.
                                       Zélia         Sumário:
                                                     Quem disse que a escravatura já acabou?              3
                                                     Espaço de Partilha                                   3
             Santo N atal
                   Natal                             Encontro Norte/Litoral | Reflexões               4-5
                       para cada um                  Homenagem ao Pe. Filipe de Figueiredo                6
                       de vós
                                                     Rectificação                                         6
                       e dos vossos!
                                                     Casa do Gaiato | breves...                           7
                                                     “Os Novíssimos”                                      8
2                                                                                                                        espiral

(continuação da pág. 1)                                         não como exemplo, mas como dissuasão. É que o sacerdote
                                                                passa ao lado da vítima dos ladrões, ao contrário do
quenta anos, mas não é a mesma. Tanta foi a lengalenga          samaritano herético. Sacerdotes e escribas combatem Je-
medieval e a tralha barroca secundária que deixámos para        sus, especialmente quando ele ousa perturbar-lhes a eco-
trás, tantos foram os constrangimentos do direito canónico      nomia do templo. Foram os sacerdotes e o sumo sacerdote
de que nos desfizemos. Ganhámos uma nova liberdade e            que, com o auxílio dos ocupantes romanos, acabaram por o
sinceridade e não queremos que nos sejam retiradas. Que-        levar à morte”.
remos uma liturgia viva, mas não o liturgismo”.
                                                                Entre aqueles primeiros que chegaram à fé em Jesus morto e
Falando da liberdade conquistada, diz que foi sempre crítico    ressuscitado não estavam certamente sacerdotes. Aliás, para
consigo mesmo. “Posso assegurar-vos que, ao longo destas        estes primeiros crentes, o sacerdócio do templo era irrelevante.
décadas, nunca defendi uma opinião que eu não tivesse es-       Relevante era agora o Senhor Jesus crucificado e ressuscita-
tudado exaustivamente e exposto maioritariamente por es-        do. Para eles tornava-se cada vez mais patente que Jesus era
crito. Em última análise foi para isso que fui nomeado e        o único mediador para chegar a Deus, o único Sumo Sacer-
para isso tinha tempo. Consequentemente, só muito rara-         dote. Mas todos se consideravam povo sacerdotal, povo de
mente me puderam apontar verdadeiros erros e enganos.           Deus.
Às vezes dizia-se que eu não era suficientemente católico,      Nas primitivas comunidades cristãs de então havia inúmeros
mais precisamente, não suficientemente católico romano.         serviços, vocações, carismas, ofícios, mas não sacerdotes no
Mas será que Jesus de Nazaré era católico romano?”              sentido dos sacerdotes do templo. Houve, sim, líderes das
Afirmando que sempre esteve convictamente a favor dum           comunidades, anciãos (“presbíteros”). E, tal como no judaís-
papado segundo o modelo da figura neo-testamentária de          mo, também nas comunidades cristãs os anciãos e os res-
Pedro, no início, e da figura de João XXIII hoje, mas que       ponsáveis das comunidades foram ordenados muitas vezes
nem com a melhor das boas vontades podia subscrever todos       com oração e imposição das mãos. E esta ordem continuou
os documentos emanados duma central ditatorial romana, diz      depois da morte do apóstolo Paulo compreensivelmente tam-
mesmo: “hoje estou convicto de que deve haver um planea-        bém nas suas comunidades carismáticas. Tudo era muito sim-
mento familiar responsável, a ordenação de mulheres, o re-      ples e singelo no princípio. Também a celebração da Euca-
conhecimento dos ministérios protestantes e da Ceia do Se-      ristia, para a qual se formulava livremente a oração eucarísti-
nhor e, finalmente, a reunificação das igrejas cristãs sepa-    ca — uma oração de acção de graças, de memória e de lou-
radas”. E acrescenta: “assumo a liberdade, legitimada pelo      vor.
Evangelho, de criticar bispos que, como torcicolos, hoje con-   “Para este serviço fui ordenado há 50 anos e incumbido do
denam o que ontem, como professores ou pastores, defen-         anúncio da palavra, da celebração da eucaristia, da edifi-
deram”.                                                         cação da comunidade na fé. E é isto que significa ser padre
Partindo da frase que escolheu para a estampa da sua missa      no sentido de presbítero: o serviço permanente da orienta-
nova — “Orai também por mim, para que Deus me abra uma          ção da comunidade pela palavra e pelo sacramento no es-
porta à palavra, a fim de eu anunciar o mistério de Cristo”     pírito e segundo os critérios do Senhor Jesus. Portanto é
(Col 4,3) — considera que os critérios e os fundamentos por     isto o essencial do sacerdócio e não o que muitas vezes dele
que se orienta na vida não são os seus, mas os de Jesus Cris-   se fez numa ideologia sacerdotal que segrega o sacerdote
to, com a sua Boa Nova e a sua actuação. Ao longo da vida       do povo. Muito do que ao longo dos séculos se lhe acres-
procurou sempre compreender este mistério. Aprofundou os        centou é, na realidade, não essencial. Nestes cinquenta anos
evangelhos, estudou inúmeras obras de ciências bíblicas.        que passaram aprendi a distinguir o essencial do não es-
Como capelão dum hospital, analisou, domingo após domingo       sencial para dar à nossa igreja, face à devastadora catás-
e perícopa a perícopa, o evangelho de S. Marcos. Refere que     trofe pastoral que sobre ela se abateu, novos espaços de
desse estudo muitas novas perspectivas se lhe abriram, mes-     acção, possibilidades de organização, oportunidades de
mo a respeito de si mesmo e do seu sacerdócio. “Entre ou-       sobrevivência”.
tras coisas, revelou-se que o próprio Jesus de Nazaré não       Refere a seguir uma série de questões que desde cedo o pre-
foi sacerdote como os sacerdotes de oblação do templo. Foi      ocuparam. Mas isso terá de ficar para depois.
um pregador leigo e líder dum movimento de leigos, do qual       [O texto completo pode ler-se em Kirche In, 12/2004, pp. 29-31]
os sacerdotes se mantiveram à distância. Nas muitas pará-
bolas de Jesus, a figura do sacerdote só aparece uma vez e                                                       João Simão
espiral                                                                                                              3

                   ESCRAV         ACABOU?!...
  QUEM DISSE QUE A ESCRAVATURA JÁ ACABOU?!...
  N   este mundo tão padrasto para       as multinacionais monopolistas, au-      perspectivas, porque se pretende ata-
a maior parte dos seus habitantes,       tênticas fábricas de pobres, bem         car a criminalidade (essa sim, que
encontramos mais de 1.300 milhões        como muitos (só muitos?) políticos       incomoda), sem se atacar decidida-
de pessoas que mal vivem com 1           que, em vez de servirem as comuni-       mente as suas verdadeiras causas.
euro por dia, e mais de 700 milhões      dades, se servem delas para somar             Não cabe ao simples cidadão,
em situação de extrema pobreza e         fortunas que se escondem na «trans-      sem poder decisório, resolver estes
fome. Ao todo são mais de 2 biliões      parência política»!...                   problemas na sua raiz, mas ao me-
a viver desumanamente!...                     Tudo isto porque se vai perden-     nos todos temos o direito (e o dever)
     É uma vergonhosa miséria            do a consciência dos valores huma-       de reclamar justiça e denunciar
provocada pela desmedida ambição         nos, do respeito pela liberdade dos      prepotências geradoras de conflitos
de uns poucos que vivem à farta, es-     outros, e dos critérios do Evangelho,    sociais. E nesta campanha têm de en-
magando pela fome a maior parte da       que já nada parecem dizer a esses        trar as Igrejas (por dever de consci-
população mundial. Dado que não          responsáveis...                          ência e de missão), os políticos (por
se vislumbram mudanças de siste-              Isto é uma verdadeira escrava-      dever de ofício) e os empresários
mas e de estruturas nacionais e in-      tura a que os pobres estão sujeitos      (por dever de justiça distributiva),
ternacionais, os pobres vão continu-     pelos exploradores E esta escrava-       porque há gritos que se podem trans-
ar, de lata na mão, à espera das mi-     tura gera outras, por exemplo, de tipo   formar em guerras fratricidas, que já
galhas da mesa dos ricos…                psicológico, que resvalam para a         todos conhecem em demasia.
     Dizem as estatísticas que 80%       prostituição, o roubo, a droga, etc.          Embora com nomes diferentes,
das riquezas mundiais estão já nas       Enfim, uma sucessão de escravatu-        e às vezes até equívocos, a antiga
mãos dos 20% dos ricos, enquanto         ras em cadeia, eufemisticamente          escravatura continua hoje, e com
que aos 80% de pobres só cabem           chamadas «injustiças sociais» que        muitos mais tentáculos, a sugar a
20% das riquezas!... E este fosso dá     nada dizem a quem as provoca, e          gente indefesa!...
sinais de aumentar, em vez de dimi-      para cuja solução não se vislumbram                        Manuel Paiva
nuir. Para se falar de pobreza e ten-
tar resolvê-la, fizeram-se, há anos,
numa «Cimeira», gastos inconcebí-
                                                      Espaço de Partilha
veis!                                       1. Ninguém é indiferente às necessidades dos outros. Mas, quando os
     Ora leiam: A Dinamarca entrou             atingidos são os nossos, os que nos são mais próximos (familiares,
com 28 milhões de dólares, mais 800            companheiros de jornada ou de ideal), certamente nos mobilizamos
mil dólares para combustível, moto-            mais.
ristas, escolta policial e visitas es-      2. Sabemos que o movimento tem procurado acorrer a casos concretos
peciais de chefes de Delegações!...            e, por vezes, dramáticos. A Fraternitas fá-lo por imperativo de
A «Volvo» pôs à disposição desses              consciência e para dar cumprimento aos seus Estatutos. Mas procura
membros da «Cimeira» 220                       que aconteça evangelicamente: “não saiba a tua esquerda o que
limusines!... Como dizia alguém,               faz a tua direita”.
«uma Cimeira de luxo para falar             3. Só é possível continuar a acorrer a casos de verdadeira necessidade
dos pobres no lixo», que terão fica-           se tu, se eu, se nós partilharmos também. Por isso, não esperes
do apenas com o pó e o gás carbónico           que te batam expressamente à porta. Decide-te, desde já: partilha
que saído desses motores!...                   com os outros através do Movimento.
     Na fome do «Terceiro Mundo»            4. Vai já à caixa do multibanco mais próxima e faz uma transferên-cia
pesa muito a corrupção de uns tan-             interbancária para a conta nº 0033 000045218426660 05. O montante
tos que chupam até aos ossos os já             é apenas da tua conta e de Deus. Irá direitinho para quem precisa!
mirrados corpos dos cada vez mais           5. Outra maneira de ajudar a Fraternitas é indicar expressamente no
pobres, sempre cada vez indefesos!             campo 901 da tua declaração anual de IRS que pretendes que a
Também neste trágico desequilíbrio             Fraternitas, NIPC 504602136, beneficie de 0,5% do imposto que
na distribuição das riquezas entram            pagas, sem qualquer encargo adicional para ti.
4                                                                                                                                                        espiral



      ENCONTRO NORTE/LITORAL
      Gostei muito de participar no                         nistério. Se para a maioria (dos mais         e à guisa de arranque, o Alberto Osó-
Encontro Regional Norte/Litoral que                         antigos…) esse foi um percurso ge-            rio projectou-nos um curto
se realizou no Seminário de                                 ralmente sem grandes percalços, já            diaporama intitulado “O Ponto”. E
Valadares, no dia 20 de Novembro                            para outros, e pelos motivos mais             é que arrancámos mesmo. De inter-
passado. Apesar da ausência de al-                          diversos, esse recomeçar tem-se re-           rogação, de exclamação/admiração,
guns que, à última hora, se viram im-                       velado doloroso, a ponto de desafiar          de discórdia mesmo… aquele “Pon-
possibilitados de comparecer, não                           a capacidade de partilha fraterna da          to” podia ser tudo,
faltou a habitual fraternidade no aco-                      nossa Associação.                             menos ponto final.
lhimento e a salutar abertura no con-                             No tempo expressamente des-             Interpelou-nos, desa-
vívio e diálogo, no grupo de mais de                        tinado às apresentações, por entre            fiou-nos e, sobretu-
duas dezenas de sócios presentes.                           “histórias” já mais ou menos conhe-           do, abriu-nos frin-
Focarei apenas alguns aspectos que                          cidas, surge sempre a novidade dos            chas de luz para no-
mais me tocaram nessas 7/8 horas                            que aproveitam o ambiente propício            vas formas de pensar
em que estivemos juntos.                                    destes pequenos encontros para ex-            e caminhar. Aqui
      Começo por assinalar o mo-                            travasar sentimentos de vivências             deixo (deixamos) um
mento de satisfação, sentida por to-                        acumuladas. Neste aspecto, tocou-             bem-haja ao Salo-
dos, com a chegada do Moreira e da                          -me de modo especial o corajoso e             mão Morgado por,
Celeste. O testemunho da sua ale-                           sentido depoimento do Joaquim Fer-            uma vez mais, nos
gria e fidelidade continuam a ser um                        reira Soares, assim como o testemu-           acenar com formas
sinal vivo de que Deus não nos aban-                        nho de serena aceitação do José               diferentes de reflec-
dona na provação.                                           Alves Rodrigues e da Maria de As-             tirmos a nossa reali-
      Também me sensibilizou a in-                          sunção ao falarem-nos do contínuo             dade específica, en-
formação, prestada pela Isabel                              acto de amorosa doação ao filho, ví-          quanto Fraternitas,
Fernandes, de que dois irmãos nos-                          tima de neuropatia.                           desembaraçando-nos
sos têm atravessado momentos difí-                                O almoço foi-nos fraternal-             do esquema, a seu
ceis, no esforço de se enquadrarem                          mente servido no refeitório da comu-          ver demasiado espar-
profissionalmente na nova situação,                         nidade.                                       tilhado, com que or-
após terem sido dispensados do mi-                                Para o retomar dos trabalhos,           ganizamos os nossos
                                                                                                          encontros anuais. A
                                                                                                          sua proposta concre-                Era evidente a bo
                                                                                                          ta — que já circula
                                                                                                          entre alguns sócios — mereceu-nos
                                                                                                          bons momentos de reflexão, haven-
                                                                                                          do mesmo quem alvitrasse que fos-
                                                                                                          se ensaiada por todos aqueles que,
                                                                                                          com conhecimento prévio, queiram
                                                                                                          aceitar esse desafio.
                                                                                                                Fomos concluir a nossa refle-
                                                                                                          xão à capela do Seminário, numa
                                                                                                          curta oração comunitária onde trans-
                                                                                                          pareceu bem vivo o espírito de Igre-
                                                                                                          ja que nos anima.
                                                                                                                A quem pensou e preparou
                                                                                                          aquele reconfortante chazinho final,
                                                                                                          o nosso muito obrigado.
                                Uma parcela dos participantes.
                                                                                                                                          Paulo Eufrásio

    página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento   * fraternitas@netcabo.pt   página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento   * fraternitas
espiral                                                                                                                                                         5

                                         REFLEXÕES                                                                 na míngua de ministros, deixam os
                                                                                                                   cristãos quase abandonados,
                   1. O encontro do Porto, no seminá-                        tinua presente na Igreja, interpelan- carenciados da celebração domini-
                   rio da Boa Nova, de 20 de Novem-                          do-a como um sinal dos tempos? cal. As tradições condicionam a prá-
                   bro de 2004, correu muito bem! O                          Hoje, há profetas como noutros tem- tica pastoral...
                   encontro de manhã avivou velhas                           pos ou o Espírito Santo abandonou
                   amizades. Separados pela vida,                            a Sua Igreja?                         4. E a vida e situação dos ministros
                   irmanamo-nos no ideal. Afinal, as                         Não podemos falar de abandono. que têm de percorrer longas distân-
                   preocupações pelos problemas da                           Parece que a Igreja tem medo da ino- cias para assistirem algumas comu-
                   vida actual não são diferentes.                           vação. O Espírito está presente na nidades? Depois, que celebrações?
                                                                                                                   Qual a seriedade? Qual o gosto e
                                                                                                                   alegria pela presidência? Que teste-
                                                                                                                   munho se dá na comunicação da pa-
                                                                                                                   lavra? Qual a novidade? Que jovia-
                                                                                                                   lidade?

                                                                                          5. Sem dúvida que a presente situa-
                                                                                          ção convida a Igreja a uma reflexão.
                                                                                          Que Igreja para o nosso tempo? Uma
                                                                                          estrutura tradicional, administrativa?
                                                                                          Quando é que nos damos conta que
                                                                                          estamos em zona de missão? É mais
                                                                                          fácil fechar os olhos? Mantemos a
                                                                                          celebração eucarística pelos mortos,
                                                                                          esquecendo a realidade humana e so-
                                                                                          cial que nos cerca? Jesus veio para
                                                                                          que tivéssemos “vida em abundân-
                                                                                          cia... plena, cheia de graça e verda-
                                                                                          de”, já neste mundo, para conviver-
                                                                                          mos como ressuscitados. E a Igreja
                                                                                          continua a administrar os sacramen-
                                                                                          tos, verdadeiros e autênticos sinais
                                                                                          da presença do Deus Salvador. Nós,
a disposição entre os participantes no encontro do Seminário da Boa Nova.                 testemunhas desse amor, na nossa
               De tarde, o Salomão abriu o debate. Sua Igreja. Inspira-a e leva-a para fraqueza de viandantes, testemunha-
               O que queremos? Os nossos objec- onde quer. Possam os homens abrir mos, em vasos de barro, esse amor
               tivos estão conseguidos. Temos o re- o coração e a inteligência para ade- infinito.
               conhecimento, a amizade dos hierar- rir ao convite do Espírito. Aconte-
               cas. Só temos de nos portar bem. Não ceu com João XXIII: convocou o 6. A reflexão dessa tarde foi rica.
               provocar ondas!                       Vaticano II. Acontece sempre, quan- Partilho, para que a nossa alegria
               Foi provocação! A resposta não se do se arrisca. “Eis que faço novas seja mais perfeita. O bom Jesus que
               fez demorar, sem hesitações. Interes- todas as coisas” — é palavra de sem- está para vir nos abra o coração.
               sa-nos um Fraternitas com vida pre. Temos de correr o risco.               Com entusiasmo, adiramos ao con-
               nova, com opções de risco, capaz de                                        vite e arrisquemos por novas vias...
               criar situações novas — foi conclu- 3. Caminhos novos se abrem à Igre-
               são assumida.                         ja. Os homens da Igreja sempre op-
                                                     taram pela segurança, pela paz e           Santa Paz! Santo Natal! Sauda-
               2. O Salomão levantou uma ques- tranquilidade das suas posições in- ções fraternas!
               tão polémica! A “inspiração” aca- telectuais e pastorais. O Espírito in-                              J. Soares
               bou com o último apóstolo? Ou con- comoda. Os homens preferem viver                                  01.12.2004

@netcabo.pt   página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento   * fraternitas@netcabo.pt   página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento
6                                                                                                            espiral


        “OS NOVÍSSIMOS”                 Homenagem ao Padre Filipe de Figueiredo
(continuação da pág. 8)

diferentes segundo os condicio-             A Câmara Municipal de Estar-       4 de Dezembro, à mesma hora, o
nalismos (níveis) de cada um            reja dedicou a sua Semana Cultural     João Evangelista Simão, nosso pre-
(inclusivamente orientador) — his-      deste ano ao nosso Padre Filipe de     sidente, proferiu, na Biblioteca Mu-
tória, linguística, comunicação, etc.   Figueiredo, no 1º aniversário do seu   nicipal de Estarreja, a sua comuni-
Como foi brilhante o orientador na      passamento.                            cação intitulada “A Fraternitas —
semântica das luzentes palavras da          Decorreu entre os dias 28 de       Associação de Padres Dispensados:
Ressurreição!...                        Novembro e 8 de Dezembro. Teve         o seu papel na Sociedade, no Mun-
    Com algumas interrogações no        diversos e variados actos: celebra-    do e na Igreja, o envolvimento do
ar... sempre concluímos que a res-      ção Eucarística, exposição evocativa   Cónego Filipe de Figueiredo”.
surreição implica o “Eu” todo e que     da sua vida, escritura pública da          Registamos o evento, que, pela
a morte é a nossa consagração ao di-    Fundação Cónego Filipe de              maneira como o município de
vino. E Deus como Juiz? — só para       Figueiredo, diversas comunicações      Estarreja o planeou e concretizou,
salvar, concluímos. Por isso o infer-   (conferências) seguidas de debates,    manifesta o valor (que nós bem co-
no é uma possibilidade... Mas quan-     momentos musicais.                     nhecemos!) e a extraordinária e
to ao céu é uma realidade — viver           Entre os participantes, duas co-   multifacetada personalidade do nos-
em Deus.                                municações foram feitas por mem-       so querido padre Filipe.
    Desculpem o desabafo — fiquei       bros da Fraternitas. No dia 1 de           Independentemente do número de
mais convicto de que a minha espo-      Dezembro, no Biblioteca Municipal      pessoas directamente atingidas por
sa com quem vivi em alegria 45 anos     de Estarreja, pelas 14H30, o Fran-     esta Semana Cultural, sobressai e
está vivendo em Deus junto da mãe       cisco Sousa Monteiro apresentou o      permanece a homenagem que uma
de Jesus Cristo.                        tema “Cónego Filipe de Figueire-       autarquia, nestes tempos de arrepio
                                        do: A pastoral dos Ciganos — soli-     do religioso, quis prestar a um seu
                                        dariedade humana e cristã”. No dia     ilustre filho.
                ***

    No final todos concluímos:
- Foi bom, foi óptimo. Continuamos
  com uma direcção excelente.
                                                Vila Pouca de Aguiar enaltece e perpetua no bronze
- Estas ideias, algumas renovadas e                       a memória do Dr. António Gil
  outras novas... de raiz, vieram em
  tempo oportuno e caíram, julga-
  mos, em terra boa.
- Como Fraternitas/Movimento ago-           Na notícia inserta na página 3     de presidir à mesma em nome e em
  ra falou-se mais de... mortos.        do número anterior do espiral, faz-    representação do senhor Bispo de
                                        -se menção da ausência do Senhor       Vila Real, dado ter lugar, no mesmo
- Não seria movimento louvável fa-      Bispo da diocese de Vila Real, na      dia 20 de Junho, a entrada solene de
  lar, pedir a quem de direito, me-     celebração eucarística de Acção de     D. António Marto, em Viseu, como
  nos missas pelos mortos e mais ac-    Graças.                                novo prelado dessa diocese.
  ções pelos vivos caídos nas ruelas        Recebemos nota do Sr. Vigário-          Como cumpre, gostosamente
  ou armazenados em lares por es-       geral da diocese, Pe. Dr. Castro       procedemos à rectificação.
  tarem “fora de validade”?             Fontes, informando-nos de que               Apenas acrescentamos que a
                                        deveria ter havido qualquer lapso de   Eucaristia em Vila Pouca aconteceu
              Manuel Nabais             comunicação, pois o Sr. Pe.            às 10 horas da manhã e a cerimónia
                                        Sebastião Esteves, pároco da Vila,     em Viseu teve lugar de tarde. Só não
                                        Arcipreste, natural da mesma região    temos a certeza de, na altura, o IP2
                                        do Pe. António Gil, fora incumbido     já estar aberto ao trânsito.
espiral                                                                                                                      7


                                                                Casa do Gaiato
T     enho acompanhado o que tem
      vindo a público sobre o assun-
      to.                                  brio educacional e psicológico do             Daqui saúdo esses padres. Não
     Não aceito de mão beijada o que       crescimento. Não bastam condições         têm vida fácil. Sabem o que abraça-
está sendo divulgado. Há uma reali-        materiais. Só os laços educam, cri-       ram. Sabem em quem confiam. A
dade social, que é o ambiente nor-         am afecto.                                pedagogia que praticam é humana.
mal donde provêm estas crianças.                Sei que há problemas. Noutros        Os padres e todos os servidores es-
Todas são marcadas negativamente           tempos acompanhei de perto crian-         tão sujeitos ao erro. São humanos.
por uma vida dura, muitas vezes de-        ças nessa situação. Era difícil! E só     O importante é que não desviem os
sumana.                                    tinha preocupações lúdicas nuns es-       olhos dos objectivos que os motivam.
     Pai Américo sonhou uma vida           tritos quinze dias. Educar, educar            Termino com uma oração pela
de família para estas crianças. To-        para a vida, com a aprendizagem de        perseverança desses padres e pela
das têm direito a uma família. A so-       todo o necessário para se defende-        sua coragem evangélica ao serviço
ciedade preocupa-se com o secundá-         rem na vida é bem mais custoso. Os        dos mais pobres.
rio, esquece ou ignora que só um           Padres da rua abraçaram esta difícil                               J. Soares
ambiente de ternura dará o equilí-         situação. É sonho! É utopia!                                       01.12.2004




  b r e v e s . . .                        Paz para ele e consolação aos seus.       ram a luz do dia no passado 4 de Ju-
                                                                                     nho, os gémeos David e Sara.
                                           l CASAMENTO (a):
                                                                                     Vida longa e venturosa .
                                           O Rogério Leal Marques e a Alda Pe-
  l PERMUTA:                               reira Henriques, sócios da nosso Movi-    l NETOS (b):
  Recebemos mais um número do jor-         mento, no passado dia 2 de Outubro,       Também o Artur Oliveira e a
  nal “Rumos” (nº 189 - Ano XXII -         foram abençoados pelo Sacramento do       Antonieta estão muito gratos a Deus
  Novº/Dezº de 2004), da “Associação       Matrimónio, em Fátima.                    pelo dom de mais dois netinhos: o
  Rumos – Movimento das Famílias           Parabéns!                                 Artur, nascido em 21 de Junho, e o
  dos Padres casados no Brasil”. É uma                                               Pedro, nascido em 8 de Outubro.
                                           l CASAMENTO (b):
  publicação bimestral com muito inte-                                               Felicidades.
                                           Também tivemos conhecimento que a
  resse e variados artigos ao longo das
                                           Susana Angélica, filha do Boaventura e    l DOENÇAS:
  suas doze páginas.
                                           da Maria Angélica, contraiu matrimó-      Têm sido bastantes os que, nos últi-
  Agradecemos e daqui lhes enviamos
                                           nio com Paulo Cunha. Aconteceu no dia     mos tempos, se viram a braços com
  um abraço muito caloroso no Senhor
                                           23 de Outubro passado, em Lavra.          problemas de saúde, uns mais graves
  que veio para todos (Gal 3,28) e a to-
                                           Felicidades aos noivos!                   que outros, alguns com necessidade
  dos salva.
                                                                                     de operações.
                                           l NOVO REBENTO:
  l FALECIMENTO:                                                                     Indicam-se apenas os nomes: Mar-
                                           Congratulamo-nos com o António
  No passado dia 11 de Novembro, fa-                                                 ques de Sousa (com melhoras acen-
                                           Regadas e a Carla, pelo nascimento da
  leceu Alexandre Herculano Ferreira,                                                tuadas), Maria José, esposa do Fran-
                                           sua filhinha, Matilde, que viu a luz do
  irmão do Sampaio Ferreira. em cuja                                                 cisco Monteiro (operada), José Alves
                                           dia no passado 14 de Outubro.
  casa se encontrava, em fase final de                                               Carneiro (operado), Maria Emília, es-
                                           Aos pais babados, e à menina, os nos-
  uma longa convalescença. Emigran-                                                  posa do Horácio Fernandes (proble-
                                           sos parabéns!
  te nos EUA, para onde esperava re-                                                 mas abdominais); também a mãe da
  gressar em breve, foi acometido de       l NETOS (a):                              Margarida, esposa do Osório, tem vis-
  súbita e fatal crise de asma. Acabava    Os nossos associados, Marques de Sou-     to o seu estado de saúde agravar-se
  de assar as castanhas para, em famí-     sa e Manuela Frada, estão naturalmen-     (problemas abdominais).
  lia, comemorar o São Martinho.           te muito felizes pelos netinhos que vi-   Unamo-nos na oração por todos.
Curso de actualização Teológica

                              “OS                        NOVÍSSIMOS”
    A Associação Fraternitas / Movimento propor-                Ora, dado o seu à vontade com a terminologia lati-
cionou aos seus associados mais um curso de actualiza- na, grega e hebraica deu-nos ideias lógicas e bem “la-
ção teológica.                                             vadas” nas fontes do génesis e outras que muito ajuda-
    O tema difícil e complexo de abordar motivou 73 ram a reaprender e a reflectir nomeadamente na pleni-
sócios(as) ávidos(as) dos novíssimos ensinamentos acer- tude da criação — o Homem. Deus o criou por amor,
ca dos “velhos novíssimos” (se assistiu não leia mais, por amor o conserva e por amor lhe deu e dá as coisas
de certo compreendeu mais e melhor). Este registo é só do mundo criado para que livremente as domine.
para constar no percurso da Fraternitas que não é uma           O amor, a nível divino e a nível humano na
associação qualquer de amigos — também é isso, mas radicalidade foi reanalisado até à exaustão.
tornou-se primordialmente num testemunho de viver em            A conclusão decorreu em coerência — Deus é amor.
Igreja.                                                    Amamos porque nos amou primeiro. Só quem se sente
    Realizou-se em Fátima. É lá a sede. Foi lá que o amado se converte ao amor. Amando o irmão amo a
saudoso Padre Filipe por intercessão de Maria conse- Deus. Vejo o irmão, vejo Deus (Clemente de Alexandria
guiu que alguns “subversivos” (da ordem eclesiástica) - séc. II).
reafirmassem o
SIM à Mãe Igre-
ja.
    O orientador
do curso foi o jo-
vem Padre Dr.
António Couto,
ilustre professor
de teologia bí-
blica na UCP.
    Começou
pelo Amor Divi-
no — lendo e in-
terpretando na
bíblia a criação
                              Estavam ali quase todos os participantes: foi muito árduo juntar o “rebanho”!...
do Mundo e a
criação do Ho-
mem.                                                            O Amor é a única chave da vida.
    Na comuni-                                                  A assistência ficou satisfeita — tinha mais luz no
cação — clara,                                             “cérebro” e mais doçura no “coração”.
precisa e apo-                                                                         ***
díctica, entrela-                                               Nas sessões ulteriores abordaram-se os temas fortes
çava amiúde as                                             dos novíssimos — Morte/Juízo/Inferno/Ressurreição e
normas da igre-        Uma pausa para descontracção... Céu. Os correspondentes termos andavam “num virote”
ja (D.V. 12 - Vat.                                         a serem analisados e interpretados nas culturas da
II): «os textos devem ser lidos e interpretados com o Mesopotâmia, do Egipto e da Grécia em confronto com
mesmo espírito de quem os escreveu (escritor e época) as do povo hebreu — na Bíblia e com os critérios da
e deve estar atento à “analogia da fé”».                                         sua leitura. Não raros foram ainda

          espiral                                 boletim da
                                                  associação fraternitas movimento
                                                                                          analisados à luz da cultura e ciência
                                                                                          contemporânea.
 Rua Lourinha, 429 - Hab 2 = 4435-310 RIO TINTO
                                                  Responsável: Alberto Osório de Castro      Assim estes termos iam sendo
      e-mail: a-osorio-c@clix.pt                                                          inevitavelmente joeirados de modos
                                                       Nº 17 - Outº/Dezº de 2004
                                                                                                            (continua na pág. 6)

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A missa jubilar de Hans Küng e suas reflexões sobre o sacerdócio

  • 1. espiral boletim da associação NT F RA T E RN I T A S M O VI M E N T O Nº 17 - Outubro / Dezembro de 2004 Natal HOMILIA JUBILAR O Prof. Hans Küng celebrou, em 24 de Outubro de 2004, os seus cinquenta anos de sacerdócio com uma missa na cate- dral de Rottenburg. Na homilia que então proferiu, o conhe- Nasceu Jesus, a herança prometida. cido professor de teologia da Universidade de Tübingen, para Qual Big Bang da nova Criação, além duma revisão do que foi a sua vida ao longo deste perí- Assim o menino Deus, feito nosso irmão. odo, também define a sua posição relativamente a várias ques- tões, tais como a profissão do padre, o celibato e a sua espe- Encontro da Paz e da Justiça, rança de reforma na Igreja. Da Glória e da Majestade, Citando uma frase ouvida numa rádio — “Se queres ser feliz Da Omnisciência e da Omnipotência uma hora, dorme. Se queres ser feliz um dia, vai pescar. Se E da Divindade com a Humanidade. queres ser feliz um mês, casa. Se queres ser feliz toda a vida, Shalom com todos os povos ama o teu trabalho”— diz que poderia muito bem confirmar Em Deus, Senhor da Criação, a quarta afirmação, pois quando alguém desempenha a sua missão, realiza a tarefa da sua vida e ama, então é feliz – com Na solidariedade e na comunhão, todas as vicissitudes inerentes, naturalmente. No bem-estar e no perdão. Todo o homem permanece o mesmo ao longo dos anos, mas Glória a Deus e Paz na Terra! não é o mesmo. “Isto é também assim com o meu sacerdó- cio e com esta celebração aqui: esta é a mesma de há cin- Cantam os anjos (continua na pág. 2) Ao Rei da Paz que à terra desce. E aos homens de coração renovado. Zélia Sumário: Quem disse que a escravatura já acabou? 3 Espaço de Partilha 3 Santo N atal Natal Encontro Norte/Litoral | Reflexões 4-5 para cada um Homenagem ao Pe. Filipe de Figueiredo 6 de vós Rectificação 6 e dos vossos! Casa do Gaiato | breves... 7 “Os Novíssimos” 8
  • 2. 2 espiral (continuação da pág. 1) não como exemplo, mas como dissuasão. É que o sacerdote passa ao lado da vítima dos ladrões, ao contrário do quenta anos, mas não é a mesma. Tanta foi a lengalenga samaritano herético. Sacerdotes e escribas combatem Je- medieval e a tralha barroca secundária que deixámos para sus, especialmente quando ele ousa perturbar-lhes a eco- trás, tantos foram os constrangimentos do direito canónico nomia do templo. Foram os sacerdotes e o sumo sacerdote de que nos desfizemos. Ganhámos uma nova liberdade e que, com o auxílio dos ocupantes romanos, acabaram por o sinceridade e não queremos que nos sejam retiradas. Que- levar à morte”. remos uma liturgia viva, mas não o liturgismo”. Entre aqueles primeiros que chegaram à fé em Jesus morto e Falando da liberdade conquistada, diz que foi sempre crítico ressuscitado não estavam certamente sacerdotes. Aliás, para consigo mesmo. “Posso assegurar-vos que, ao longo destas estes primeiros crentes, o sacerdócio do templo era irrelevante. décadas, nunca defendi uma opinião que eu não tivesse es- Relevante era agora o Senhor Jesus crucificado e ressuscita- tudado exaustivamente e exposto maioritariamente por es- do. Para eles tornava-se cada vez mais patente que Jesus era crito. Em última análise foi para isso que fui nomeado e o único mediador para chegar a Deus, o único Sumo Sacer- para isso tinha tempo. Consequentemente, só muito rara- dote. Mas todos se consideravam povo sacerdotal, povo de mente me puderam apontar verdadeiros erros e enganos. Deus. Às vezes dizia-se que eu não era suficientemente católico, Nas primitivas comunidades cristãs de então havia inúmeros mais precisamente, não suficientemente católico romano. serviços, vocações, carismas, ofícios, mas não sacerdotes no Mas será que Jesus de Nazaré era católico romano?” sentido dos sacerdotes do templo. Houve, sim, líderes das Afirmando que sempre esteve convictamente a favor dum comunidades, anciãos (“presbíteros”). E, tal como no judaís- papado segundo o modelo da figura neo-testamentária de mo, também nas comunidades cristãs os anciãos e os res- Pedro, no início, e da figura de João XXIII hoje, mas que ponsáveis das comunidades foram ordenados muitas vezes nem com a melhor das boas vontades podia subscrever todos com oração e imposição das mãos. E esta ordem continuou os documentos emanados duma central ditatorial romana, diz depois da morte do apóstolo Paulo compreensivelmente tam- mesmo: “hoje estou convicto de que deve haver um planea- bém nas suas comunidades carismáticas. Tudo era muito sim- mento familiar responsável, a ordenação de mulheres, o re- ples e singelo no princípio. Também a celebração da Euca- conhecimento dos ministérios protestantes e da Ceia do Se- ristia, para a qual se formulava livremente a oração eucarísti- nhor e, finalmente, a reunificação das igrejas cristãs sepa- ca — uma oração de acção de graças, de memória e de lou- radas”. E acrescenta: “assumo a liberdade, legitimada pelo vor. Evangelho, de criticar bispos que, como torcicolos, hoje con- “Para este serviço fui ordenado há 50 anos e incumbido do denam o que ontem, como professores ou pastores, defen- anúncio da palavra, da celebração da eucaristia, da edifi- deram”. cação da comunidade na fé. E é isto que significa ser padre Partindo da frase que escolheu para a estampa da sua missa no sentido de presbítero: o serviço permanente da orienta- nova — “Orai também por mim, para que Deus me abra uma ção da comunidade pela palavra e pelo sacramento no es- porta à palavra, a fim de eu anunciar o mistério de Cristo” pírito e segundo os critérios do Senhor Jesus. Portanto é (Col 4,3) — considera que os critérios e os fundamentos por isto o essencial do sacerdócio e não o que muitas vezes dele que se orienta na vida não são os seus, mas os de Jesus Cris- se fez numa ideologia sacerdotal que segrega o sacerdote to, com a sua Boa Nova e a sua actuação. Ao longo da vida do povo. Muito do que ao longo dos séculos se lhe acres- procurou sempre compreender este mistério. Aprofundou os centou é, na realidade, não essencial. Nestes cinquenta anos evangelhos, estudou inúmeras obras de ciências bíblicas. que passaram aprendi a distinguir o essencial do não es- Como capelão dum hospital, analisou, domingo após domingo sencial para dar à nossa igreja, face à devastadora catás- e perícopa a perícopa, o evangelho de S. Marcos. Refere que trofe pastoral que sobre ela se abateu, novos espaços de desse estudo muitas novas perspectivas se lhe abriram, mes- acção, possibilidades de organização, oportunidades de mo a respeito de si mesmo e do seu sacerdócio. “Entre ou- sobrevivência”. tras coisas, revelou-se que o próprio Jesus de Nazaré não Refere a seguir uma série de questões que desde cedo o pre- foi sacerdote como os sacerdotes de oblação do templo. Foi ocuparam. Mas isso terá de ficar para depois. um pregador leigo e líder dum movimento de leigos, do qual [O texto completo pode ler-se em Kirche In, 12/2004, pp. 29-31] os sacerdotes se mantiveram à distância. Nas muitas pará- bolas de Jesus, a figura do sacerdote só aparece uma vez e João Simão
  • 3. espiral 3 ESCRAV ACABOU?!... QUEM DISSE QUE A ESCRAVATURA JÁ ACABOU?!... N este mundo tão padrasto para as multinacionais monopolistas, au- perspectivas, porque se pretende ata- a maior parte dos seus habitantes, tênticas fábricas de pobres, bem car a criminalidade (essa sim, que encontramos mais de 1.300 milhões como muitos (só muitos?) políticos incomoda), sem se atacar decidida- de pessoas que mal vivem com 1 que, em vez de servirem as comuni- mente as suas verdadeiras causas. euro por dia, e mais de 700 milhões dades, se servem delas para somar Não cabe ao simples cidadão, em situação de extrema pobreza e fortunas que se escondem na «trans- sem poder decisório, resolver estes fome. Ao todo são mais de 2 biliões parência política»!... problemas na sua raiz, mas ao me- a viver desumanamente!... Tudo isto porque se vai perden- nos todos temos o direito (e o dever) É uma vergonhosa miséria do a consciência dos valores huma- de reclamar justiça e denunciar provocada pela desmedida ambição nos, do respeito pela liberdade dos prepotências geradoras de conflitos de uns poucos que vivem à farta, es- outros, e dos critérios do Evangelho, sociais. E nesta campanha têm de en- magando pela fome a maior parte da que já nada parecem dizer a esses trar as Igrejas (por dever de consci- população mundial. Dado que não responsáveis... ência e de missão), os políticos (por se vislumbram mudanças de siste- Isto é uma verdadeira escrava- dever de ofício) e os empresários mas e de estruturas nacionais e in- tura a que os pobres estão sujeitos (por dever de justiça distributiva), ternacionais, os pobres vão continu- pelos exploradores E esta escrava- porque há gritos que se podem trans- ar, de lata na mão, à espera das mi- tura gera outras, por exemplo, de tipo formar em guerras fratricidas, que já galhas da mesa dos ricos… psicológico, que resvalam para a todos conhecem em demasia. Dizem as estatísticas que 80% prostituição, o roubo, a droga, etc. Embora com nomes diferentes, das riquezas mundiais estão já nas Enfim, uma sucessão de escravatu- e às vezes até equívocos, a antiga mãos dos 20% dos ricos, enquanto ras em cadeia, eufemisticamente escravatura continua hoje, e com que aos 80% de pobres só cabem chamadas «injustiças sociais» que muitos mais tentáculos, a sugar a 20% das riquezas!... E este fosso dá nada dizem a quem as provoca, e gente indefesa!... sinais de aumentar, em vez de dimi- para cuja solução não se vislumbram Manuel Paiva nuir. Para se falar de pobreza e ten- tar resolvê-la, fizeram-se, há anos, numa «Cimeira», gastos inconcebí- Espaço de Partilha veis! 1. Ninguém é indiferente às necessidades dos outros. Mas, quando os Ora leiam: A Dinamarca entrou atingidos são os nossos, os que nos são mais próximos (familiares, com 28 milhões de dólares, mais 800 companheiros de jornada ou de ideal), certamente nos mobilizamos mil dólares para combustível, moto- mais. ristas, escolta policial e visitas es- 2. Sabemos que o movimento tem procurado acorrer a casos concretos peciais de chefes de Delegações!... e, por vezes, dramáticos. A Fraternitas fá-lo por imperativo de A «Volvo» pôs à disposição desses consciência e para dar cumprimento aos seus Estatutos. Mas procura membros da «Cimeira» 220 que aconteça evangelicamente: “não saiba a tua esquerda o que limusines!... Como dizia alguém, faz a tua direita”. «uma Cimeira de luxo para falar 3. Só é possível continuar a acorrer a casos de verdadeira necessidade dos pobres no lixo», que terão fica- se tu, se eu, se nós partilharmos também. Por isso, não esperes do apenas com o pó e o gás carbónico que te batam expressamente à porta. Decide-te, desde já: partilha que saído desses motores!... com os outros através do Movimento. Na fome do «Terceiro Mundo» 4. Vai já à caixa do multibanco mais próxima e faz uma transferên-cia pesa muito a corrupção de uns tan- interbancária para a conta nº 0033 000045218426660 05. O montante tos que chupam até aos ossos os já é apenas da tua conta e de Deus. Irá direitinho para quem precisa! mirrados corpos dos cada vez mais 5. Outra maneira de ajudar a Fraternitas é indicar expressamente no pobres, sempre cada vez indefesos! campo 901 da tua declaração anual de IRS que pretendes que a Também neste trágico desequilíbrio Fraternitas, NIPC 504602136, beneficie de 0,5% do imposto que na distribuição das riquezas entram pagas, sem qualquer encargo adicional para ti.
  • 4. 4 espiral ENCONTRO NORTE/LITORAL Gostei muito de participar no nistério. Se para a maioria (dos mais e à guisa de arranque, o Alberto Osó- Encontro Regional Norte/Litoral que antigos…) esse foi um percurso ge- rio projectou-nos um curto se realizou no Seminário de ralmente sem grandes percalços, já diaporama intitulado “O Ponto”. E Valadares, no dia 20 de Novembro para outros, e pelos motivos mais é que arrancámos mesmo. De inter- passado. Apesar da ausência de al- diversos, esse recomeçar tem-se re- rogação, de exclamação/admiração, guns que, à última hora, se viram im- velado doloroso, a ponto de desafiar de discórdia mesmo… aquele “Pon- possibilitados de comparecer, não a capacidade de partilha fraterna da to” podia ser tudo, faltou a habitual fraternidade no aco- nossa Associação. menos ponto final. lhimento e a salutar abertura no con- No tempo expressamente des- Interpelou-nos, desa- vívio e diálogo, no grupo de mais de tinado às apresentações, por entre fiou-nos e, sobretu- duas dezenas de sócios presentes. “histórias” já mais ou menos conhe- do, abriu-nos frin- Focarei apenas alguns aspectos que cidas, surge sempre a novidade dos chas de luz para no- mais me tocaram nessas 7/8 horas que aproveitam o ambiente propício vas formas de pensar em que estivemos juntos. destes pequenos encontros para ex- e caminhar. Aqui Começo por assinalar o mo- travasar sentimentos de vivências deixo (deixamos) um mento de satisfação, sentida por to- acumuladas. Neste aspecto, tocou- bem-haja ao Salo- dos, com a chegada do Moreira e da -me de modo especial o corajoso e mão Morgado por, Celeste. O testemunho da sua ale- sentido depoimento do Joaquim Fer- uma vez mais, nos gria e fidelidade continuam a ser um reira Soares, assim como o testemu- acenar com formas sinal vivo de que Deus não nos aban- nho de serena aceitação do José diferentes de reflec- dona na provação. Alves Rodrigues e da Maria de As- tirmos a nossa reali- Também me sensibilizou a in- sunção ao falarem-nos do contínuo dade específica, en- formação, prestada pela Isabel acto de amorosa doação ao filho, ví- quanto Fraternitas, Fernandes, de que dois irmãos nos- tima de neuropatia. desembaraçando-nos sos têm atravessado momentos difí- O almoço foi-nos fraternal- do esquema, a seu ceis, no esforço de se enquadrarem mente servido no refeitório da comu- ver demasiado espar- profissionalmente na nova situação, nidade. tilhado, com que or- após terem sido dispensados do mi- Para o retomar dos trabalhos, ganizamos os nossos encontros anuais. A sua proposta concre- Era evidente a bo ta — que já circula entre alguns sócios — mereceu-nos bons momentos de reflexão, haven- do mesmo quem alvitrasse que fos- se ensaiada por todos aqueles que, com conhecimento prévio, queiram aceitar esse desafio. Fomos concluir a nossa refle- xão à capela do Seminário, numa curta oração comunitária onde trans- pareceu bem vivo o espírito de Igre- ja que nos anima. A quem pensou e preparou aquele reconfortante chazinho final, o nosso muito obrigado. Uma parcela dos participantes. Paulo Eufrásio página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento * fraternitas@netcabo.pt página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento * fraternitas
  • 5. espiral 5 REFLEXÕES na míngua de ministros, deixam os cristãos quase abandonados, 1. O encontro do Porto, no seminá- tinua presente na Igreja, interpelan- carenciados da celebração domini- rio da Boa Nova, de 20 de Novem- do-a como um sinal dos tempos? cal. As tradições condicionam a prá- bro de 2004, correu muito bem! O Hoje, há profetas como noutros tem- tica pastoral... encontro de manhã avivou velhas pos ou o Espírito Santo abandonou amizades. Separados pela vida, a Sua Igreja? 4. E a vida e situação dos ministros irmanamo-nos no ideal. Afinal, as Não podemos falar de abandono. que têm de percorrer longas distân- preocupações pelos problemas da Parece que a Igreja tem medo da ino- cias para assistirem algumas comu- vida actual não são diferentes. vação. O Espírito está presente na nidades? Depois, que celebrações? Qual a seriedade? Qual o gosto e alegria pela presidência? Que teste- munho se dá na comunicação da pa- lavra? Qual a novidade? Que jovia- lidade? 5. Sem dúvida que a presente situa- ção convida a Igreja a uma reflexão. Que Igreja para o nosso tempo? Uma estrutura tradicional, administrativa? Quando é que nos damos conta que estamos em zona de missão? É mais fácil fechar os olhos? Mantemos a celebração eucarística pelos mortos, esquecendo a realidade humana e so- cial que nos cerca? Jesus veio para que tivéssemos “vida em abundân- cia... plena, cheia de graça e verda- de”, já neste mundo, para conviver- mos como ressuscitados. E a Igreja continua a administrar os sacramen- tos, verdadeiros e autênticos sinais da presença do Deus Salvador. Nós, a disposição entre os participantes no encontro do Seminário da Boa Nova. testemunhas desse amor, na nossa De tarde, o Salomão abriu o debate. Sua Igreja. Inspira-a e leva-a para fraqueza de viandantes, testemunha- O que queremos? Os nossos objec- onde quer. Possam os homens abrir mos, em vasos de barro, esse amor tivos estão conseguidos. Temos o re- o coração e a inteligência para ade- infinito. conhecimento, a amizade dos hierar- rir ao convite do Espírito. Aconte- cas. Só temos de nos portar bem. Não ceu com João XXIII: convocou o 6. A reflexão dessa tarde foi rica. provocar ondas! Vaticano II. Acontece sempre, quan- Partilho, para que a nossa alegria Foi provocação! A resposta não se do se arrisca. “Eis que faço novas seja mais perfeita. O bom Jesus que fez demorar, sem hesitações. Interes- todas as coisas” — é palavra de sem- está para vir nos abra o coração. sa-nos um Fraternitas com vida pre. Temos de correr o risco. Com entusiasmo, adiramos ao con- nova, com opções de risco, capaz de vite e arrisquemos por novas vias... criar situações novas — foi conclu- 3. Caminhos novos se abrem à Igre- são assumida. ja. Os homens da Igreja sempre op- taram pela segurança, pela paz e Santa Paz! Santo Natal! Sauda- 2. O Salomão levantou uma ques- tranquilidade das suas posições in- ções fraternas! tão polémica! A “inspiração” aca- telectuais e pastorais. O Espírito in- J. Soares bou com o último apóstolo? Ou con- comoda. Os homens preferem viver 01.12.2004 @netcabo.pt página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento * fraternitas@netcabo.pt página oficial na Internet: www.geocities.com/fraternitasmovimento
  • 6. 6 espiral “OS NOVÍSSIMOS” Homenagem ao Padre Filipe de Figueiredo (continuação da pág. 8) diferentes segundo os condicio- A Câmara Municipal de Estar- 4 de Dezembro, à mesma hora, o nalismos (níveis) de cada um reja dedicou a sua Semana Cultural João Evangelista Simão, nosso pre- (inclusivamente orientador) — his- deste ano ao nosso Padre Filipe de sidente, proferiu, na Biblioteca Mu- tória, linguística, comunicação, etc. Figueiredo, no 1º aniversário do seu nicipal de Estarreja, a sua comuni- Como foi brilhante o orientador na passamento. cação intitulada “A Fraternitas — semântica das luzentes palavras da Decorreu entre os dias 28 de Associação de Padres Dispensados: Ressurreição!... Novembro e 8 de Dezembro. Teve o seu papel na Sociedade, no Mun- Com algumas interrogações no diversos e variados actos: celebra- do e na Igreja, o envolvimento do ar... sempre concluímos que a res- ção Eucarística, exposição evocativa Cónego Filipe de Figueiredo”. surreição implica o “Eu” todo e que da sua vida, escritura pública da Registamos o evento, que, pela a morte é a nossa consagração ao di- Fundação Cónego Filipe de maneira como o município de vino. E Deus como Juiz? — só para Figueiredo, diversas comunicações Estarreja o planeou e concretizou, salvar, concluímos. Por isso o infer- (conferências) seguidas de debates, manifesta o valor (que nós bem co- no é uma possibilidade... Mas quan- momentos musicais. nhecemos!) e a extraordinária e to ao céu é uma realidade — viver Entre os participantes, duas co- multifacetada personalidade do nos- em Deus. municações foram feitas por mem- so querido padre Filipe. Desculpem o desabafo — fiquei bros da Fraternitas. No dia 1 de Independentemente do número de mais convicto de que a minha espo- Dezembro, no Biblioteca Municipal pessoas directamente atingidas por sa com quem vivi em alegria 45 anos de Estarreja, pelas 14H30, o Fran- esta Semana Cultural, sobressai e está vivendo em Deus junto da mãe cisco Sousa Monteiro apresentou o permanece a homenagem que uma de Jesus Cristo. tema “Cónego Filipe de Figueire- autarquia, nestes tempos de arrepio do: A pastoral dos Ciganos — soli- do religioso, quis prestar a um seu dariedade humana e cristã”. No dia ilustre filho. *** No final todos concluímos: - Foi bom, foi óptimo. Continuamos com uma direcção excelente. Vila Pouca de Aguiar enaltece e perpetua no bronze - Estas ideias, algumas renovadas e a memória do Dr. António Gil outras novas... de raiz, vieram em tempo oportuno e caíram, julga- mos, em terra boa. - Como Fraternitas/Movimento ago- Na notícia inserta na página 3 de presidir à mesma em nome e em ra falou-se mais de... mortos. do número anterior do espiral, faz- representação do senhor Bispo de -se menção da ausência do Senhor Vila Real, dado ter lugar, no mesmo - Não seria movimento louvável fa- Bispo da diocese de Vila Real, na dia 20 de Junho, a entrada solene de lar, pedir a quem de direito, me- celebração eucarística de Acção de D. António Marto, em Viseu, como nos missas pelos mortos e mais ac- Graças. novo prelado dessa diocese. ções pelos vivos caídos nas ruelas Recebemos nota do Sr. Vigário- Como cumpre, gostosamente ou armazenados em lares por es- geral da diocese, Pe. Dr. Castro procedemos à rectificação. tarem “fora de validade”? Fontes, informando-nos de que Apenas acrescentamos que a deveria ter havido qualquer lapso de Eucaristia em Vila Pouca aconteceu Manuel Nabais comunicação, pois o Sr. Pe. às 10 horas da manhã e a cerimónia Sebastião Esteves, pároco da Vila, em Viseu teve lugar de tarde. Só não Arcipreste, natural da mesma região temos a certeza de, na altura, o IP2 do Pe. António Gil, fora incumbido já estar aberto ao trânsito.
  • 7. espiral 7 Casa do Gaiato T enho acompanhado o que tem vindo a público sobre o assun- to. brio educacional e psicológico do Daqui saúdo esses padres. Não Não aceito de mão beijada o que crescimento. Não bastam condições têm vida fácil. Sabem o que abraça- está sendo divulgado. Há uma reali- materiais. Só os laços educam, cri- ram. Sabem em quem confiam. A dade social, que é o ambiente nor- am afecto. pedagogia que praticam é humana. mal donde provêm estas crianças. Sei que há problemas. Noutros Os padres e todos os servidores es- Todas são marcadas negativamente tempos acompanhei de perto crian- tão sujeitos ao erro. São humanos. por uma vida dura, muitas vezes de- ças nessa situação. Era difícil! E só O importante é que não desviem os sumana. tinha preocupações lúdicas nuns es- olhos dos objectivos que os motivam. Pai Américo sonhou uma vida tritos quinze dias. Educar, educar Termino com uma oração pela de família para estas crianças. To- para a vida, com a aprendizagem de perseverança desses padres e pela das têm direito a uma família. A so- todo o necessário para se defende- sua coragem evangélica ao serviço ciedade preocupa-se com o secundá- rem na vida é bem mais custoso. Os dos mais pobres. rio, esquece ou ignora que só um Padres da rua abraçaram esta difícil J. Soares ambiente de ternura dará o equilí- situação. É sonho! É utopia! 01.12.2004 b r e v e s . . . Paz para ele e consolação aos seus. ram a luz do dia no passado 4 de Ju- nho, os gémeos David e Sara. l CASAMENTO (a): Vida longa e venturosa . O Rogério Leal Marques e a Alda Pe- l PERMUTA: reira Henriques, sócios da nosso Movi- l NETOS (b): Recebemos mais um número do jor- mento, no passado dia 2 de Outubro, Também o Artur Oliveira e a nal “Rumos” (nº 189 - Ano XXII - foram abençoados pelo Sacramento do Antonieta estão muito gratos a Deus Novº/Dezº de 2004), da “Associação Matrimónio, em Fátima. pelo dom de mais dois netinhos: o Rumos – Movimento das Famílias Parabéns! Artur, nascido em 21 de Junho, e o dos Padres casados no Brasil”. É uma Pedro, nascido em 8 de Outubro. l CASAMENTO (b): publicação bimestral com muito inte- Felicidades. Também tivemos conhecimento que a resse e variados artigos ao longo das Susana Angélica, filha do Boaventura e l DOENÇAS: suas doze páginas. da Maria Angélica, contraiu matrimó- Têm sido bastantes os que, nos últi- Agradecemos e daqui lhes enviamos nio com Paulo Cunha. Aconteceu no dia mos tempos, se viram a braços com um abraço muito caloroso no Senhor 23 de Outubro passado, em Lavra. problemas de saúde, uns mais graves que veio para todos (Gal 3,28) e a to- Felicidades aos noivos! que outros, alguns com necessidade dos salva. de operações. l NOVO REBENTO: l FALECIMENTO: Indicam-se apenas os nomes: Mar- Congratulamo-nos com o António No passado dia 11 de Novembro, fa- ques de Sousa (com melhoras acen- Regadas e a Carla, pelo nascimento da leceu Alexandre Herculano Ferreira, tuadas), Maria José, esposa do Fran- sua filhinha, Matilde, que viu a luz do irmão do Sampaio Ferreira. em cuja cisco Monteiro (operada), José Alves dia no passado 14 de Outubro. casa se encontrava, em fase final de Carneiro (operado), Maria Emília, es- Aos pais babados, e à menina, os nos- uma longa convalescença. Emigran- posa do Horácio Fernandes (proble- sos parabéns! te nos EUA, para onde esperava re- mas abdominais); também a mãe da gressar em breve, foi acometido de l NETOS (a): Margarida, esposa do Osório, tem vis- súbita e fatal crise de asma. Acabava Os nossos associados, Marques de Sou- to o seu estado de saúde agravar-se de assar as castanhas para, em famí- sa e Manuela Frada, estão naturalmen- (problemas abdominais). lia, comemorar o São Martinho. te muito felizes pelos netinhos que vi- Unamo-nos na oração por todos.
  • 8. Curso de actualização Teológica “OS NOVÍSSIMOS” A Associação Fraternitas / Movimento propor- Ora, dado o seu à vontade com a terminologia lati- cionou aos seus associados mais um curso de actualiza- na, grega e hebraica deu-nos ideias lógicas e bem “la- ção teológica. vadas” nas fontes do génesis e outras que muito ajuda- O tema difícil e complexo de abordar motivou 73 ram a reaprender e a reflectir nomeadamente na pleni- sócios(as) ávidos(as) dos novíssimos ensinamentos acer- tude da criação — o Homem. Deus o criou por amor, ca dos “velhos novíssimos” (se assistiu não leia mais, por amor o conserva e por amor lhe deu e dá as coisas de certo compreendeu mais e melhor). Este registo é só do mundo criado para que livremente as domine. para constar no percurso da Fraternitas que não é uma O amor, a nível divino e a nível humano na associação qualquer de amigos — também é isso, mas radicalidade foi reanalisado até à exaustão. tornou-se primordialmente num testemunho de viver em A conclusão decorreu em coerência — Deus é amor. Igreja. Amamos porque nos amou primeiro. Só quem se sente Realizou-se em Fátima. É lá a sede. Foi lá que o amado se converte ao amor. Amando o irmão amo a saudoso Padre Filipe por intercessão de Maria conse- Deus. Vejo o irmão, vejo Deus (Clemente de Alexandria guiu que alguns “subversivos” (da ordem eclesiástica) - séc. II). reafirmassem o SIM à Mãe Igre- ja. O orientador do curso foi o jo- vem Padre Dr. António Couto, ilustre professor de teologia bí- blica na UCP. Começou pelo Amor Divi- no — lendo e in- terpretando na bíblia a criação Estavam ali quase todos os participantes: foi muito árduo juntar o “rebanho”!... do Mundo e a criação do Ho- mem. O Amor é a única chave da vida. Na comuni- A assistência ficou satisfeita — tinha mais luz no cação — clara, “cérebro” e mais doçura no “coração”. precisa e apo- *** díctica, entrela- Nas sessões ulteriores abordaram-se os temas fortes çava amiúde as dos novíssimos — Morte/Juízo/Inferno/Ressurreição e normas da igre- Uma pausa para descontracção... Céu. Os correspondentes termos andavam “num virote” ja (D.V. 12 - Vat. a serem analisados e interpretados nas culturas da II): «os textos devem ser lidos e interpretados com o Mesopotâmia, do Egipto e da Grécia em confronto com mesmo espírito de quem os escreveu (escritor e época) as do povo hebreu — na Bíblia e com os critérios da e deve estar atento à “analogia da fé”». sua leitura. Não raros foram ainda espiral boletim da associação fraternitas movimento analisados à luz da cultura e ciência contemporânea. Rua Lourinha, 429 - Hab 2 = 4435-310 RIO TINTO Responsável: Alberto Osório de Castro Assim estes termos iam sendo e-mail: a-osorio-c@clix.pt inevitavelmente joeirados de modos Nº 17 - Outº/Dezº de 2004 (continua na pág. 6)