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espiral
                                               boletim da associação         FRATERNIT
                                                                                TERNITAS
                                                                             FRATERNITAS MOVIMENTO

                                                         N.º 36 - Julho / Setembro de 2009



        Um abraço
          e um convite importante
    Basta o facto de sermos amados pelo Senhor para                             Roma,
                                                          Bento XVI ao clero de Roma, «tudo o que é constitutivo
nos considerarmos próximos uns dos outros. Mas esta       do nosso ministério não pode ser produto das nossas
página é uma ocasião para dar os meus cumprimen-          capacidades pessoais. Isto é válido para a celebração
tos e chegar a todos, em especial àqueles com os          dos sacramentos, mas vale igualmente para o serviço
quais nunca houve um contacto.                               Palavra;                                 anunciar-
                                                          da Palavra; não somos enviados para nos anunciar-
    Desde já, peço as minhas sinceras desculpas por       mos a nós mesmos nem às nossas opiniões pessoais,
não me sentir à altura de ser assistente espiritual da    mas para anunciar o mistério de Cristo e, Nele, a me-
                                                                                                            me-
 raternitas,
Fraternitas, função para a qual me arrastou a mão                                                           Fiel
                                                          dida do verdadeiro humanismo». E se Deus é fiel – Fiel
persistente do nosso presidente, Serafim de Sousa,        é o seu nome – requer de nós também um comporta-
                                              Por
já velho amigo meu e conhecido de todos. Por isso                                                          exer-
                                                          mento compatível com essa dignidade, mesmo não exer-
não venho ensinar nada, apenas quero caminhar con-        cendo plenamente o sacerdócio.
vosco e convosco aprender e lutar no que for possí-
vel para bem do Corpo Místico de Cristo.
    Já entrados num ano dedicado ao sacerdócio,           RETIREMO-NOS
                  propõe-                   defender,
cada um de nós propõe -se, naturalmente, defender,
aprofundar e viver este tesouro que no dia da nossa
ordenação nos foi confiado. Dom inestimável que
                                                          COM CRISTO
nos enche de alegria – poder consagrar e ser distri-
buidor do pão dos anjos às multidões famintas – e               Fraternitas
                                                              A Fraternitas convoca todos os seus membros para
também de responsabilidade. «Como é assustador            o retiro que vai realizar em Fátima nos próximos dias
ser sacerdote», dizia Santo Cura d’Ars.                   27 (à noite, após o jantar), 28 (todo o dia) e 29 (termi-
                                            procurar-
    Este dom exige de nós um esforço para procurar-       na com o almoço) de Novembro. Acontecerá no Cen-
mos corresponder à dignidade de que nos revestiu;                                  Francisco
                                                          tro de Espiritualidade Francisco e Jacinta Marto. Será
dignidade baseada no dom, não propriamente na                                      Rev .e
                                                                                     ev.
                                                          nosso conferencista o Rev. P Morujão, secretário da
nossa pessoa, que não passa de um vaso de barro,          Conferência Episcopal.
                            partir.              Papa
sempre na tangencia de se partir. Como disse o Papa                                                    SALDANHA
                                                              Até lá, saúde e paz. | P GUILHERMINO SALDANHA
                                                                                      .e
2                                                                                                                 espiral




MISSA TRIDENTINA, ontem, hoje, ...
Basta abrir o Google com a expressão “Missa
Basta                         expressão                           E quase a concluir, reforça, preto no branco, o que
            para                        força
Tridentina” para nos apercebermos da força que os             diz anteriormente, com a autoridade que lhe advinha do
“conserv                    for
                             oram           Carta
“conser vadores” da Igreja foram buscar à Carta Apos-         Pontificado e de representante máximo do Colégio Epis-
                    Pontificum     Bento      Nesta,
tólica Summorum Pontificum de Bento XVI. Nesta, ele           copal: «Queremos também que tudo quanto nesta Cons-
autoriza todo                sacerdo
                                  dot               exer-
autoriza a todo e qualquer sacerdote romano, em exer-         tituição fica estabelecido e prescrito tenha força de lei,
         ministério, celebração
cício do ministério, a celebração da missa segundo o          agora e para o futuro, não obstante, se for caso disso,
rito           Tridentino,      para
rito do Missal Tridentino, sem para isso necessitar de        as Constituições e Ordenações Apostólicas dos nossos
          autorização
qualquer autorização especial. | FERNANDO NEVES               Predecessores…» O mesmo seria dizer que, a partir des-
    Além de pormenores como a comunhão de joelhos e           ta data, o Missal e o rito celebrativo anterior deviam ser
depositada na boca (tratamento de menoridade oposto           considerados quase não mais do que peças de museu.
ao “tomai e comei” do Mestre e sempre anti-higiénico),            Ora o que acontece agora com a Summorum
o rito da Missa Tridentina distingue-se da Missa do Vati-     Pontificum leva-nos a perguntar onde está o respeito pelas
cano II, essencialmente, em dois aspectos: aquela é em        normas estabelecidas por Paulo VI? Se não se respei-
Latim – língua hoje quase ignorada por todo o Povo de         tam, não há o testemunhar e o confirmar entre rodos da
Deus – e esta é em vernáculo, permitindo, por isso, uma       mútua unidade visada por Paulo VI nem a aplicação do
maior compreensão da Palavra de Deus, que só pode             força de lei, agora e para o futuro. Venham embora os
ser uma palavra de salvação se não houver estorvos ou         argumentos de autodefesa, face às críticas que foram
ruídos na comunicação bilateral Deus–homem; em se-            feitas, de que não po-
gundo lugar, aquela é celebrada pelo e com sacerdote          dia abandonar meia
e acólitos de costas voltadas para a assembleia enquan-       dúzia de bispos – orde-
to, na Missa do Vaticano II, estes se posicionam de face      nados ilicitamente, com
voltada para a comunidade celebrante.                         a consequente excomu-
    A Missa Tridentina, na actualidade, é ainda uma mis-      nhão – uns tantos pa-
sa tergiversada, pois que, além da posição de costas          dres, seminaristas e frei-
voltadas, reflecte também uma não-aceitação das nor-          ras lefevrianos e outros
mas celebrativas do Vaticano II e um regresso ao passa-       similares. Não podiam
do anteconciliar. No Concílio nota-se uma caminhada           eles celebrar em latim
progressiva desde a sua primeira Constituição, intitulada     utilizando o Missale
Sacrossantum Concilium – sobre a Sagrada Liturgia –,          Romanum do Vaticano
até ao seu encerramento. Nesta Constituição, é notória        II, se era da Missa em
uma dinâmica de abertura, embora com o cuidado de             latim que tinham sauda-
não ferir muito as susceptibilidades. Mas, já quando eu       des? Claro que podiam.
era estudante de Teologia, se falava que esta Constitui-      Então por que embirra-
ção teria sido bem diferente, para mais aberta, se tivesse    ram? Em linhas gerais,
sido discutida e aprovada em momento posterior, na Aula       sabe-se bem porquê.
Conciliar. Por isso, Paulo VI podia jubilosamente procla-         Por isso, porquê tanto olhar para esta facção conser-
mar, na Homilia da 9.ª Sessão, a 7 de Dezembro de             vadora da Igreja e não ter idêntica atitude, noutras situ-
1965: «Vede por exemplo: como inumeráveis línguas fo-         ações em que um número muito mais elevado de sacer-
ram admitidas para exprimir liturgicamente a palavra dos      dotes e fiéis clama por uma maior abertura da Igreja em
homens a Deus e a palavra de Deus aos homens.»                questões que não são de fé, mas meramente disciplina-
    E, na Constituição Apostólica que promulga o Missale      res? Não amarão também estes Jesus, a sua Igreja e o
Romanum, reformado por Decreto do Concílio Vaticano           Concílio? Não seria justo ter para com eles a mesma
II, como que pressentindo as então e as actuais reac-         preocupação de não marginalização ou exclusão?
ções adversas, chama à colação a apresentação da 1.ª              Na maioria das actuais celebrações da Eucaristia, o
edição do Missal Romano ao povo cristão como instru-          espírito de simplicidade e de assembleia de irmãos com
mento da unidade litúrgica e monumento do genuíno             igual dignidade resultante da fonte baptismal, procla-
culto religioso da Igreja. Pelas palavras que diz a seguir,   mado pelo Concílio, parece agora ter seguido outros
conclui-se que o mesmo ele desejava para o novo Mis-          rumos. A saudade mórbida e promocional das antigas
sal que acabava de promulgar: «Também Nós, ainda              missas solenes e pontificais, que mais se assemelhavam
que admitamos no novo Missal, de acordo com as pres-          a rituais da corte, profanos, pelo conjunto de
crições do Concílio Vaticano II, ‘variantes e adaptações      ‘salamaleques` e de roquetes-acólitos envolvidos na
legítimas`, confiamos que ele será recebido pelos fiéis       cerimónia, está de volta em quase todas as Igrejas. O
como instrumento valioso para testemunhar e confirmar         fausto resultante é um óbice à simplicidade e à espiritu-
entre todos a mútua unidade.»                                 alidade, apanágios da celebração deste Mistério da Fé.
l
   espiral                                                                                                         3


    Dignidade celebrativa, sim, sobretudo, na figura e     ras, por tantas vezes ouvida a sua repetição, perdeu-se.
gestos litúrgicos do celebrante, no modo como a as-        Isto será válido mesmo para quase todos aqueles que
sembleia participa e na dignidade espiritual e elevação    são adeptos e frequentadores do Rito Tridentino. Não
artística dos cânticos entoados por todos. Mas sem os      recolherão muito mais do que um vazio da Palavra, um
exageros que actualmente por aí se vêem na quantida-       saudosismo – homo laudator temporis acti –, uma satis-
de e apresentação dos elementos que cirandam à volta       fação do seu ego, uma observação de coisas de museu.
do celebrante, como se este fosse um senhor feudal e       Mesmo uma grande parte dos padres que, naquele tem-
não aquele que deve oferecer sacrifícios, tanto pelos      po, celebrava missa em latim, tinha grande dificuldade
seus próprios pecados como pelos do povo. (Heb 5,3)        em compreender totalmente a mensagem das leituras,
    Bem pudera, pois, a Summorum Pontificum estar lá       se não fizessem uma preparação prévia. O que não se-
quietinha e, como noutras situações, deixar que o pro-     ria hoje?! Nos tempos pós-conciliares, os próprios Se-
blema que quis atalhar se extinguisse por si mesmo, pela   minários pouco se preocuparam com o ensino do Latim
lei natural da vida. Tem que se ter consciência do tempo   aos seus formandos.
já vivido após o Concílio e das suas marcas benfazejas         Concluimos com as sábias palavras do bispo Antó-
ou destruidoras. O pouco traquejo que o povo tinha na      nio Marcelino: «Na Igreja há ainda sinais de um passa-
participação da missa, respondendo em latim e com-         do teimoso que ganhou ferrugem e se foi instalando à
preendendo globalmente alguma mensagem das leitu-          margem do Evangelho.»



   O essencial do Ano Sacerdotal
    Hoje pretende-se viver sem princípios morais, sem      que parece teimar no desperdício de valores que a podi-
valores que nos orientem na vida. Parece que tudo fun-     am enriquecer!... É também ano em que a figura do
ciona ao sabor de caprichos e de interesses! Por isso há   sacerdote tem de aparecer como modelo de fé, de
tantas desgraças, desesperos, droga e guerras! O ego-      evangelizador de simplicidade, de doação aos outros, e
ísmo, que já se tornou feroz, tem-nos tornado lobos uns    capaz de entender os problemas do nosso tempo e sa-
dos outros! Não atribuam as culpas a Deus, porque Ele      ber ir ao encontro deles, sem medo nem hesitações, e
deu-nos a liberdade, não para abusarmos dela, mas para     com capacidades para os ajudar a resolver à luz do Evan-
nos realizarmos como homens responsáveis e dignos          gelho. O sacerdote não pode ficar à espera que o pro-
fazedores da História.                                     curem, mas tem de sair à procura daqueles que, nos
    É preciso pensar nos outros como irmãos, viver para    refolhos do progresso moderno, perderam a orientação
a comunidade. Senão, não temos futuro! Temos de nos        que os possa conduzir às respostas pelas quais anseiam.
cultivar em comunidade e para a comunidade, desen-             Jesus foi bem claro quando disse que temos de ser
volvendo o convívio entre todos, vivendo a arte que nos    suas testemunhas. Isto tem de ser aplicado aos sacerdo-
eleva e civiliza. Como se compreende que tantos jovens     tes, que não podem viver a pensar apenas em si, mas
desapareçam de casa dos pais para se meterem em aven-      em doação sem limites às comunidades de que são res-
turas insensatas, ficando marcados, para toda a vida,      ponsáveis, no acolhimento fraterno daqueles que mui-
com o ferrete do desvario?!... De quem é a culpa?          tas vezes são rejeitados, apenas porque escolheram ca-
    Estamos no ano Sacerdotal. Ano para reflectir sobre    minhos diferentes, ou até porque, tantas vezes, se mos-
o valor da acção dos sacerdotes nas nossas comunida-       traram agressivos por lhes faltar pontos de referência
des. Ano em que as nossas orações devem subir ao Céu,      que os conduzam na vida. É a esses que os sacerdotes
não para acordar Deus para as nossas necessidades de       têm de falar com o exemplo vivo, com o testemunho de
sacerdotes. Ele nunca dorme. A Hierarquia da Igreja é      simplicidade, de desprendimento e solicitude que os ajude
                                                           e reencontrar os caminhos que aprenderam a viver no
                                                           tempo de catequese, mas que desperdiçaram na confu-
                                                           são dos falsos atractivos que os desviaram.
                                                               Fala-se muito de oração pelas vocações sacerdotais.
                                                           Mas é preciso que as famílias, as comunidades, e tam-
                                                           bém a Hierarquia, criem um ambiente favorável para
                                                           que os apelos do Espírito Santo encontrem ambiente onde
                                                           a semente divina possa produzir frutos. Parece que an-
                                                           damos a pedir que a semente frutifique em cima de pe-
                                                           nhascos corroídos e secos!...De nada vale lançar boa
                                                           semente em terra árida e adversa à sua germinação e
                                                           desenvolvimento até dar frutos. Onde fica a colabora-
                                                           ção das famílias, das comunidades e da Hierarquia na
                                                           preparação de ambientes onde as vocações sacerdotais
                                                           e religiosas possam germinar? | MANUEL PAIVA PAIV
                                                                                                         AIVA
4                                                                                                                            espiral




Malhar em ferro frio
Serafim Sousa no número 34 do Espiral, com o texto acerca de um hipotético referendo sobre a obrigatoriedade
Seraf
   afim                  34     Espiral,        texto             hipotético referendo       obrigatoriedade
              celibato eclesiástico      ordenação              inter
                                                                   erpelou-me.          VALENTE
           do celibato eclesiástico e a ordenação das mulheres, interpelou-me. | HIGINO VALENTE

    No texto «Que tal um referendo na Igreja Católica               que era muito conhecido. Às tantas, aparece a notícia:
sobre celibato ou mulheres padres», Serafim Sousa refe-             «O padre Paul foi-se embora, regressou a Inglaterra para
re ter encontrado três tipos de posição: a) torcer o nariz;         se casar.» Nessa altura, fiquei a saber que a Igreja
b) apadrinhar a ideia; c) não vale a pena.                          Anglicana só envia missionários para o estrangeiro en-
    Começo, com o Serafim, por discordar da previsão                quanto solteiros. E bem se compreende. Muitos militares
de que a maior parte dos católicos votariam a favor da              casados (estava-se no auge da guerra colonial) também
obrigatoriedade do celibato (condição sine qua non).                lá não tinham as famílias.
Pela minha já longa e diversificada experiência de vida,                                       MANDAMENT
                                                                        PARA QUEM É O 6.º MANDAMENTO?  AMENTO?
tenho para mim, muito convictamente, que a maioria                      A questão da obrigatoriedade do celibato eclesiásti-
dos católicos (mais praticantes, menos praticantes), com            co poderia ter ficado resolvida com o Papa João XXIII,
inteira liberdade de voto, sem pressões nem condicio-               que sonhou o «aggiornamento» da Igreja e, para isso,
namentos, votariam contra (a obrigatoriedade) ou en-                convocou o Concílio Vaticano II, o qual poderia ter ido
colheriam os ombros e ficariam no «tanto me dá», abs-               mais longe, dada a rapidez com que o mundo evoluiu,
tendo-se. E seria até de prever uma gorda maioria, como             sobretudo a partir da II Guerra Mundial.
tem acontecido em todos os referendos em Portugal. Uma                  Só o não foi devido ao pensamento do papa (que
reduzida maioria, de mentalidade mais fundamentalista               me abstenho de adjectivar). Falando com Étiene Gilson,
e retrógrada, votaria a favor (da obrigatoriedade).                 numa tarde de Dezembro de 1960, ter-lhe-á saído este
    VAMOS PENSAR                                                    desabafo: «A minha maior dor, não como homem, mas
    Referendo? Numa Instituição (que é divina, mas for-             como papa, o meu sofrimento contínuo é pensar nesses
mada por homens e mulheres) gerontocrática e                        jovens padres que arrastam consigo, tão corajosamen-
monolítica (com o que esta característica tem de positi-            te, o fardo do celibato eclesiástico. Para alguns deles é
vo e de negativo), pouco aberta à crítica interna e em              um martírio. Com frequência me parece ouvir vozes lon-
que o poder de decisão é exercido, apenas e só, na                  gínquas pedindo que a Igreja os liberte deste fardo. Isso
linha vertical, não há lugar para referendo, que é a for-           não é impossível em si. O celibato eclesiástico não é um
ma mais genuína de exercício do poder de decisão na                 dogma. A Escritura não o impõe. É mesmo fácil: pega-
dimensão transversal. Democracia? Que é dela? Li, há                mos na caneta e assinamos um documento; e amanhã,
tempos, no «Correio de Coimbra», órgão oficioso da                  os padres que quiserem podem casar-se. Mas não po-
diocese, um artigo escrito pelo engenheiro Jorge Cotovio,           demos fazê-lo. Eu dizia recentemente aos cardeais: acei-
que está à frente da equipa diocesana da pastoral fami-             taremos nós que alguma vez possa deixar de se dizer
liar, no qual, a certa altura, se deixa dizer que na nossa          unam, sanctam, castam eclesiam? Não podemos. Não
Igreja os leigos são uns «paus mandados».                           podemos fazer isso.» Cito, com tradução minha,
    Da coerência e da fidelidade ao “santo celibato”, só            Conditión de Prêtre – Mariage ou Célibat, de Pierre
Deus sabe. Mas nós também sabemos algumas coisas…                   Herman, que cita, por sua vez, Souvenir du Père, de Étiene
que melhor seria não sabermos. Sabemos que o Papa                   Gilson, em «La France Catholique», núero 862, de 7 de
Bento XVI foi aos EUA e lá pediu perdão pelos crimes de             Junho de 1963, páginas 213 e 214.
pedofilia dos padres; foi à Austrália e fez o mesmo. João               É caso para nos interrogarmos: será que João XXIII
Paulo II mandou chamar uns quantos bispos norte-ame-                entendia que o 6.º mandamento do Decálogo é só para
ricanos e o remédio indicado foi pôr os prevaricadores              os celibatários?...
a fazer retiro. Escusado será dizer que o campo das infi-               ORDENAÇÃO DE MULHERES
delidades ao “santo” celibato é muito mais vasto.                       Relativamente ao referendo acerca da ordenação das
    TESTEMUNHO PESSOALPESSOAL                                       mulheres, sinto mais dificuldade em prognosticar.
    Já casados, estive com a minha esposa em Vila Cabral            Propendo para a afirmativa ao retardador. Não resisto a
– hoje Lichinga –, no Niassa, junto ao lago com o mes-              fazer mais uma citação, esta de «Deus no século XXI e o
mo nome, no Interior Norte de Moçambique, desde fins                futuro do Cristianismo», publicação coordenada por
de 1968 até meados de 1972. A maioria da população                  Anselmo Borges, editada em 2007 pela Campo das Le-
era islâmica; e já o era em todo o Norte moçambicano                tras: «O Cristianismo, concretamente na sua expressão
quando os Portugueses lá chegaram. Havia missões ca-                católica, tem pela frente alguns problemas maiores, no-
tólicas, tendo a diocese sido criada na primeira metade             meadamente o respeito pelos direitos humanos no seu
da década de 60, e sendo seu primeiro bispo D. Eurico               interior, o pluralismo nos diferentes domínios – teológi-
Dias Nogueira. E também havia missões anglicanas.                   co, litúrgico, jurídico-organizacional e até moral –, o
Numa delas, Messumba, estava o padre Paul, inglês,                  tratamento das mulheres em igualdade com os homens.»

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                    espiral                                                                                                                     5



                 OFENSIVA DOS GUERRILHEIROS
                Regresso ao Latim, à comunhão na                 Os “guerrilheiros do statu quo”        Ratzinger. Tendo trocado Tübingen
                                   costas para
                boca, à missa de costas para a as-           eram de outra opinião. Logo nos fi-        por Regensburg, foi aí colega de
                sembleia: eis apenas algumas das             nais dos anos setenta aparecia na          Gamber, cujas propostas caíram em
                            inv
                exigências invocadas por um grupo            Alemanha um livro intitulado: «A re-       chão fecundo. Ratzinger escreveu
                obstinado
                obstinado de católicos, presos a             forma da Liturgia Romana. Seus pro-        mesmo um longo e laudatório pre-
                    espírito pré-conciliar, para
                um espírito pré-conciliar, para en-          blemas, suas raízes», cujo autor é o       fácio ao livro de Gamber.
                        rev     contra
                saiar a revolta contra o Concílio            conservador Klaus Gamber, profes-              Um jovem padre – escrevia
                             Para
                Vaticano II. Para isso contam com            sor de Liturgia em Regensburg.             Ratzinger – ter-lhe-ia dito recente-
                  tolerância
                a tolerância ou mesmo com a
                                                             Gamber tinha dúvidas de que a cons-        mente: «precisamos de um novo mo-
                                       aconteceu
                ajuda do papa, como aconteceu há
                                                             tituição sobre a liturgia, publicada       vimento litúrgico». Na mesma altura
                       tem
                        empo
                pouco tempo num congresso
                                                             pelo concílio e pelo papa Paulo VI         em que os padres, o altar e a cele-
                internacional     Liturgia,      te
                internacional de Liturgia, que teve
                          Budapest         Agos
                                            gost
                lugar em Budapeste em Agosto de
                                                             em 3 de Abril de 1969, trouxesse           bração eucarística eram levados para
                2008. | RUDOLF SCHERMANN                     algo de positivo relativamente ao          o meio da assembleia e os fiéis ca-
                                                             missal romano. Também considera-           lorosamente celebravam, cada vez
                    Escrevíamos 1967, o ano em que           va que, no seu conjunto, a reforma         mais na sua própria língua, Jesus
                – ligada aos nomes Groer, Krenn e            litúrgica era responsável pelo esva-       Cristo literalmente “no meio deles”,
                outros – começou, na pequena re-             ziamento das igrejas, pela crescente       o teólogo Joseph Ratzinger, sábio em
                pública alpina da Áustria, aquela era        falta de padres e pela secularização       teorias, mas distante de qualquer
                catastrófica da sua história eclesiás-       galopante. Como remoque a Paulo            proximidade humana e experiência
                tica, que provocou um escândalo              VI afirmava até que a reforma conci-       pastoral, fabulava acerca do desas-
                geral, afastou da Igreja dezenas de          liar era «mais radical do que a refor-     tre da reforma litúrgica, pois, em sua
                milhar de pessoas e haveria de de-           ma de Lutero». Afirmar, como agora         opinião, a liturgia não teria sido re-
                saguar, anos mais tarde, num escân-          se diz na consagração, que Jesus           novada desde a sua profundidade e
                dalo horrível. Foi nesse ano que viu         derramou o seu sangue por todos, é         meio, a partir do encontro com o
                a luz do dia a publicação «KIRCHE            errado. Seria mais correcto dizer que      Deus vivo, mas se tinha degradado
                INTERN», a qual foi evoluindo até à          Ele derramou o seu sangue por “mui-        à condição de show. Neste
                actual revista ilustrada «KIRCHE IN»,        tos”, tal como constava da missa           “showmaster” espiritual eram utiliza-
                fórum para todas aquelas forças que          antiga. Também a proliferação de           dos textos de escolha própria. Em
                se opõem desde o princípio a esta            textos bíblicos para a celebração eu-      lugar duma liturgia como fruto de um
                previsível evolução. Nesse mesmo             carística, repartidos num ciclo de três    desenvolvimento orgânico, criou-se
                ano surgiu também sob a responsa-            anos, não é correcta e deveria ser         um artefacto, uma liturgia auto-
                bilidade do jesuíta francês René             substituída por “algo melhor”. Uma         fabricada. O tom de Ratzinger: «Por
                Latourelle, professor na Universida-         vez que muitos fieis preferem uma          isso é necessário um novo estímulo
                de Gregoriana em Roma, e sob o               missa “moderna”, dever-se-ia auto-         para que a liturgia volte a ser uma
                patrocínio de outros dois institutos         rizar tanto a missa antiga, como tam-      acção comunitária da Igreja. Ela tem
                jesuítas, o Instituto Bíblico e o Institu-   bém a “nova”. A reforma veio des-          de ser subtraída ao controlo dos pá-
                to Oriental, por ocasião do 25.º             truir a missa antiga, mas é perfeita-      rocos e das equipas litúrgicas.»
                aniversário do concílio, aquela obra         mente possível reabilitá-la. Neste sen-        Gamber, a quem Ratzinger apeli-
                em dois volumes: «Vaticano II. Ba-           tido, opina Gamber: «Importante é          da de “verdadeiro profeta” e “teste-
                lanço e Perspectivas». Nela,                 nunca perder a esperança.»                 munha fiel”, terá indicado o cami-
                Latourelle classificava aquelas forças,          “Artefacto”, a nova missa?             nho para esse fim. Seria necessário
                que tinham surgido logo no início do             A anseio de Gamber por uma             ambicionar a unidade da Igreja acei-
                concílio tendo por objectivo a sua           reforma da reforma litúrgica concili-      tando ambos os ritos da missa, o
                desmontagem, como “guerrilheiros             ar encontrou um grande eco entre           antigo e o novo.
                do statu quo”.                               os católicos ultra-conservadores e             Cumpriu-se. Vai
                                                                                                            Cumpriu-se. Vai unir?
                    Segundo Latourelle, «ao convo-           seus dirigentes, nomeadamente o                Tudo aquilo que Gamber escre-
                car o concílio, o papa João XXIII que-       arcebispo Lefebvre.                        veu há cerca de quarenta anos com
                ria introduzir a Igreja na sociedade             Mas também junto de um teólo-          a calorosa aprovação de Ratzinger,
                do século XX. Porque estava conven-          go conciliar, então muito considera-       tem vindo a ser concretizado passo
                cido de que a Igreja nem é uma ci-           do nos círculos progressistas, mas         a passo hoje em dia por Joseph
                dadela nem um museu, mas um jar-             que mudou a linha de combate (coi-         Ratzinger, no «interesse da unidade
                dim onde nunca faltarão as flores            sa que ele sempre negou) aproximan-        da Igreja», afirma ele no motu pró-
                (…), João XXIII desejava que o con-          do-se cada vez mais dos chefes dos         prio Summorum Pontificum, de Julho
                cílio fosse um novo Pentecostes».            “guerrilheiros do statu quo”: Joseph       de 2007, sobre a Liturgia.

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Deus é meu amigo
    Nasci no dia de S. José.. Um dia, perguntei – a quem sabia – se o meu nome tinha algum significado especial e
                                      pergunt
                                         guntei                                            significado
                                    hebraico,          significa                                SILV PINTO
        foi-me respondido que, em hebraico, «Joseph» significa «aquele a quem Deus ama. | JOSE SILVA PINTO

    Num dos nossos encontros da                                                        vida de felicidade. Há 22 anos,
Fraternitas, em Fátima, perguntei ao                                                   ela começou a mostrar sinais
nosso companheiro Artur Oliveira                                                       evidentes de falta de memória,
qual o significado completo do meu                                                     sintomas de Alzheimer.
nome José. Ele respondeu-me: «Sig-                                                         Vivemos 18 anos no Porto.
nifica “aquele a quem Deus ama                                                         Fomos, depois, para Peso da
com amplexo e aumenta a sua                                                            Régua, onde podia dar mais e
vida”.» Fiquei mais contente, porque                                                   melhor assistência à Mariazinha,
Deus não só me amava, mas ama-                                                         e onde morava a minha mãe, a
va-me de um modo especial e que                                                        minha irmã, quatro sobrinhos e
Ele aumentava a minha vida. Não                                                        outros familiares. E contratei
lhe perguntei se isso era espiritual                                                   uma empregada interna.
ou materialmente. Se me ama de um                                                          A doença progrediu. A
modo especial, é o que eu quero; é o principal.              Mariazinha passou a ser incontinente e depois perdeu o
    Nasci numa pequena “ilha” de meia dúzia de vizi-         andar. Agora, toma o pequeno-almoço e o almoço numa
nhos, no lugar de Cais de Baixo, perto do rio, em Peso       cadeira de rodas especial. Em seguida, descansa na
da Régua. Havia muitos anos que não nascia lá uma            cama articulada, onde permanece o resto do dia. À noi-
criança. Nasci eu… foi uma grande alegria para os meus       te, descansa muito bem, não precisando de comprimi-
vizinhos, que, por isso, me tratavam com carinho, todos      dos para dormir. Ao fim-de-semana, substituo a empre-
desejavam ter-me ao colo. Depois, até aos 6 anos, não        gada. Ela deixa as refeições no frigorífico e eu aqueço-
tive quem se interpusesse, e continuei a ser objecto de      -as no microondas.
todo o carinho e atenções. Eu era o objecto do seu amor.         Há dias, disse-me um colega: «O amor só é total
    Com a idade, fui reparando que aqueles vizinhos to-      quando começa o sofrimento.» Citava a beata Madre
cavam as raias da pobreza ou eram meio remediados.           Teresa de Calcutá. Eu não compreendo este mistério
O amor que me tinham e o que eu tinha por eles levou-        muito bem. Parece-me que a cada dia que passa, mais
me a amá-los mais.                                           “pena” tenho da Mariazinha e, ao mesmo tempo, mais
    Em 1964, tinha eu 28 anos, foi aprovada a Funda-         “amor”. Neste planeta que Deus criou, o lugar onde
ção Dr. Carneiro de Mesquita. Vi nela uma oportunida-        gosto de estar é ao lado da Mariazinha: ela na sua ca-
de para resolver vários problemas de pobreza: abrimos        deira de rodas ou na cama articulada; eu, a ler ou a
uma creche, um jardim-de-infância e um ATL, em Fon-          escrever, fazendo do seu leito a minha escrivaninha.
tes, os primeiros no concelho de Santa Marta de                  Cito um enxerto do padre António Vieira: «Que du-
Penaguião. Depois, providenciámos um Centro de Dia           reza mais dura que a do ferro? E, contudo, (…) também
para os idosos. Entretanto, começava a emigração clan-       se deixa penetrar e padecer de amor. É o ferro amado
destina. As famílias vinham ter connosco, porque o di-       da pedra íman (…) e é tão milagrosa, ou tão amorosa
nheiro que os chefes de família mandavam mal dava            entre ambos, a força desta natural empatia, que a pe-
para se alimentarem e vestirem. Com a ajuda da Fun-          dra (…) sempre está atraindo, e o ferro (…) sempre
dação C. Gulbenkian, erguemos um pequeno bairro de           correspondendo. Ela o chama, ele se move; ela o guia,
seis casas, para as famílias com mais filhos e mais          ele a segue; ela o leva, ele se suspende; ela o ata, ele se
carenciadas.                                                 deixa prender; se ela pára, ele pára; se sobe, sobe; se
    Nos fins de Julho de 1975, expus ao meu bispo o          desce, desce; se anda de roda, rodeia; sempre juntos,
desejo de ser dispensado das obrigações sacerdotais e        sempre conformes, sempre unidos, e tão pegados entre
disse-lhe que pretendia celebrar matrimónio católico com     si, como se um e outro foram de cera. E se isto obra no
a Mariazinha, que trabalhava naquelas obras sociais. O       ferro (…), que seria no coração, ainda que fosse de fer-
documento chegou do Vaticano nos inícios de Novem-           ro, um amor declarado? Um ferro amado de uma pedra
bro e casámo-nos no domingo antes do Natal.                  não pode deixar de pagar amor com amor. E poderá
    Em toda a minha vida há um só fio condutor: o Amor;      um coração humano amado não amar? Todos estais
a amor que recebi dos meus pais, familiares e famílias       dizendo que não, e parece que dizeis bem.» (Sermão da
vizinhas; o amor que eu retribuía a todos eles, nas situa-   Primeira Sexta-Feira da Quaresma, 1644)
ções de pobreza, no que chamo respeito e delicadeza;             E, poderá um amor de filho tão amado deixar de
amor no convívio social, e amor matrimonial.                 amar o amor paternal e divino de um Deus e Senhor?
    Vivo com a Mariazinha há 34 anos, e tem sido uma         Amor com amor se paga!
l
    espiral                                                                                                          7



PELO DOM DA VIDA, graças te damos
  Secretariado,
O Secretariado, em nome da direcção da Associação
  aternitas Moviment
              vimento,
Fraternitas Movimento, deseja, a cada um dos sócios          viverem uns com os outros como irmãos… A fraternida-
aniversariantes
    ersariant             Agos
                           gost    Set       para-
aniversariantes em Julho, Agosto e Setembro, para-
                                                             de seja mais que uma simples palavra no final de uma
béns e muitas bênçãos divinas.
                                                             oração… Sentarmo-nos juntos à mesa da fraternida-
    No seu livro «Aventura Feliz», Páginas 306 a 308, o      de..”»
sócio Henrique Maria dos Santos, oferece-nos este pen-
samento sobre a vida:                                        JULHO
    «Quando se é jovem, e se começa a avançar na la-         Dia 2 – Paula de Jesus C. L. Silva (Esmoriz).
deira da vida, não nos apercebemos, nem sequer pres-         Dia 3 – Lúcia da Natividade M. A. Ribeiro (Cabanões).
sentimos, os barrancos e os abismos que a envolvem…          Dia 4 – Augusto de Campos Oliveira (Maia).
Todavia, não se deve perder ânimo, coragem, mas, sim,        Dia 6 – Manuel J. Cristo Martins (Mem Martins).
lembrar que o nosso organismo pertence à terra e o           Dia 8 – Dilcarina R. Veríssimo (Seixal).
nosso pensamento ao Céu. A cada tendência funda-             Dia 10 – Ana da Luz M. Rodrigues (Bragança).
mental do homem corresponde precisamente o seu alvo:         Dia 11 – Higino R. Valente (Santiago da Guarda/ Ansião).
ao anelo, desejo ardente de verdade, a ciência; ao estí-     Dia 12 – António Manuel M. Sousa (Porto).
mulo do belo, a arte; ao desejo do bem, a moral; à           Dia 18 – Maria da Graça M. V. A. Sousa (Lisboa).
sociabilidade, o Estado; ao amor, a família.                 Dia 18 – João da Silva (Coimbra).
    Perante a repugnância que se tem ao nada e pela          Dia 23 – Manoel B. C. Pombal (S.ta Marta Portozelo).
convergência que todos temos ao infinito, ao nosso fi-       Dia 24 – Maria Cristina G. Vieira de Castro (Lisboa).
nar há-de corresponder, realmente, a imortalidade que        Dia 25 – Fernando J. Félix Ferreira (Massamá).
fica registada nas nossas obras… Todos nos devemos           Dia 27 – Maria Augusta G. C. D. Jana (Abrantes).
esforçar por ser a Sociedade em que estamos enxerta-         Dia 28 – Lucília Amália R. C. (S.ta Marta Penaguião).
dos, uma família. Como alguém escreveu, a Humani-
dade deve ser como uma família, um aviário sublime           AGOSTO
                                                              GOSTO
onde as gerações se emplumam, o viveiro precioso onde        Dia 1 – Alda Pereira Henriques (Caxarias).
as existências se enfloram, a colmeia grandiosa onde os      Dia 1 – António Almeida Duarte (Lisboa).
seres se desatam, a fonte pura onde as vidas devem           Dia 3 – António R. Mourinho (Miranda do Douro).
deslizar, onda cristalina onde o homem se deve reflectir,    Dia 8 – Cidália José de Matos Costa (Abrantes).
resumir e encontrar.                                         Dia 12 – Manuel Alves de Paiva (Oliveira de Azeméis).
    A Sociedade em que vivemos devia ser translúcida         Dia 13 – Emília A. S. A. Neto Fernandes (Porto).
confederação de todos os espíritos na dulcíssima unida-      Dia 13 – Fausta de Jesus F B. Simões Rodrigues (Esmoriz).
                                                                                       .
de do mesmo afecto. Como Luther King, que sonhava            Dia 14 – Lúcio Salvador de Sousa (Cuba – Beja).
em voz alta, eu afirmo: “Os homens foram feitos para         Dia 16 – Virgolina da Silva Cabrita (Silves).
                                                             Dia 20 – António Batista Lopes (Porto).
                                                             Dia 23 – Antónia A. C. Sampaio Ferreira (Lisboa).
                                                             Dia 24 – Judite P M. O. Paiva (Oliveira de Azeméis).
                                                                              .
            SOLIDARIED
                 ARIEDADE
  Espaço de SOLIDARIEDADE                                    Dia 25 – Joaquim F. Soares (Oliveira do Ardo).
                                                             Dia 25 – José Alves Carneiro (Amadora).
    1. Ninguém é indiferente às necessidades dos outros.     Dia 31 – Ana Paula L. A. P Nascimento (At.a da Baleia).
                                                                                        .
    2. Só é possível continuar a acorrer a casos de ver-
dadeira necessidade se partilharmos também Por isso,
                                       também.               SETEMBRO
não esperes que te batam expressamente à porta. Deci-        Dia 8 – Fernando Ribeiro das Neves (Palhaça).
de-te: partilha com os outros através da Fraternitas.        Dia 9 – Pamela A. Krebsbach (Freiria – Caranguejeira).
    3. Vai já à caixa do multibanco mais próxima e faz       Dia 12 – M.ª Conceição V. Gomes (Oliveira do Ardo).
uma transferência interbancária para a conta n.º 0033        Dia 12 – Rosa Maria F S. Rodrigues (Outeiro de Lobos ).
                                                                                   .
000045218426660 05 O montante depende apenas
                       05.                                   Dia 13 – Maria Zélia F Teles Borges (Meridãos – Cinfães)
                                                                                   .
da tua consciência, o qual a Direcção da Fraternitas' fará   Dia 14 – Maria Isabel C. O. das Neves (Palhaça).
chegar a quem precisa! Manda o comprovativo e dá             Dia 15 – Horácio Neto Fernandes (Porto).
conhecimento da finalidade, porque também podes de-          Dia 19 – Lucília E. M. Soares (Viseu).
positar na mesma conta bancária o valor da quota anu-        Dia 21 – Maria José B. Mendonça (Massamá).
al de sócio: 30 euros - casal; 20 euros - pessoa singular;   Dia 22 – Eliseu L- G- Seara (Chaves).
ou contribuir para o boletim «Espiral».                      Dia 29 – António J. Eira e Costa (A-Ver-o-Mar).
    4. Contacta Luís Cunha, tesouraria@fraternitas.pt ou     Dia 30 – Artur da Cunha Oliveira (Angra do Heroísmo).
telefone 232459478.
RUA PADRE C ARLOS LEONEL NO ENTRONC AMENTO
          RUA PADRE CARL
                      ARLOS           ENTRONCAMENTO
                                                                                      zembro do ano anterior vinham
   O Bloco de Esquerda do En-                                                         manifestando colectivamente o
troncamento propôs à câmara                                                           seu descontentamento, transcre-
municipal a atribuição do nome                                                        vendo as cartas dos mesmos ao
“Padre Carlos Leonel” a uma rua                                                       ministro das Corporações e ao
da cidade. O sacerdote foi páro-                                                      Presidente do Conselho, ouvindo
co do Entroncamento nos anos                                                          as suas queixas e criticando o es-
sessenta.                                                                             pírito corporativista dos sindica-
   A decisão é justificada com o                                                      tos. De acordo com o BE, tal ges-
facto de Carlos Leonel, ter dado                                                      to custou-lhe a suspensão força-
voz, em 1969, no jornal da Igre-                                                      da do jornal, em Novembro des-
ja Católica, «O Entroncamento»,                                                       se ano e, a seguir, o seu afasta-
aos ferroviários que desde De-                                                        mento da paróquia.


A Bíblia é a História da relação de Deus com a Humanidade. Uma                    ILUMINANTE
                                                                     2 - PRESENÇA ILUMINANTE (Jo 1, 9)
relação que deixou marcas. CRISTO MARTINS encontrou oito
presenças de Deus em nós. E anotou-as em 8 poemas, que o               ILUMINANTE – facho de sabedoria e profusão
«Espiral» vai partilhar.                                              e, assim, corresponde às necessidades profundas
        DEUS, NO HOMEM, É
        DEUS,                                                         do autoconhecimento e do autodesenvolvimento.

                                                                            “A verdade do Homem está no Ser”.
       Presença
   1 - Presença Vivificante (Jo 10, 10)                                O Espírito Divino é constitutivo do ser humano
                                                                   e pertence, por graça, à estrutura espiritual do Homem.
    VIVIFICANTE – Caudal de vida em abundância
     e, assim, corresponde às necessidades vitais                     É do Ser que emerge a «Luz que a todos ilumina»,
      a nível fisiológico, psicológico e espiritual.                e , daí, as necessidades existenciais que nos habitam.

      O desenvolvimento do potencial fisiológico,                              A SABEDORIA é a arte de Ser.
        sentidos e aptidões gerais e específicas,                 A personalidade emerge de um conjunto de características
      gera um corpo vigoroso, activo e saudável.                          genéticas, morfológicas e psicoculturais
                                                                         em interacção com o ambiente envolvente.
     O desenvolvimento do potencial psicológico,
         lucidez intelectual e alta motivação,                       O autoconhecimento, como necessidade existencial
     gera a capacidade da cooperação criativa.                         é mais profundo. Seu objectivo é a identidade.

       O desenvolvimento do potencial espiritual,                    A personalidade é algo que temos, algo construído.
      sabedoria, bondade, amor, harmonia e paz,
          accionando o potencial psicológico,                      A identidade é o que somos. É o íntimo de nós mesmos.
     proporciona e garante à dimensão fisiológica
       a plena e livre circulação da energia vital.              A sabedoria está na descoberta progressiva do que somos.
                                                                 A sabedoria está na consciência progressiva do que somos.
             O HOMEM é um TODO.                                   A sabedoria está no desenvolvimento progressivo do que
         Seu caminho é a INTEGRALIDADE.                                                 somos.
   O desenvolvimento do pleno potencial humano
 requer uma acção contínua, progressiva e integrada               O autoconhecimento, e o autodesenvolvimento, é pessoal.
     a que chamamos dinâmica tridimensional.                           Têm princípio mas não têm fim – eternizam-se.

        Viver a nível da consciência psicológica                        A arte de Ser é, antes de mais, uma abertura
        é viver no mar revolto da instabilidade.                      à acção do Espírito Divino imanente no Homem.

                 A consciência espiritual,                       O Homem, imagem e semelhança de Deus, está em relação:
          estádio de consagração permanente,                             ao Pai – em transcendência – revela-O;
               é o canal que nos introduz                              ao Filho – em ressurreição – testemunha-O;
             no OCEANO DIVINO DA VIDA.                               ao Espírito Santo – em expansão – manifesta-O.

                            Boletim da Associação                     Responsável: Fernando Félix
       espiral              Fraternitas Movimento                     Praceta dos Malmequeres, 4 - 3.º Esq.
        N.º 36 - Julho / Setembro de 2009                             Massamá / 2745-816 Queluz
                www.fraternitas.pt                                    e-mail: fernfelix@gmail.com

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Missa Tridentina: entre o passado e o futuro da Igreja

  • 1. espiral boletim da associação FRATERNIT TERNITAS FRATERNITAS MOVIMENTO N.º 36 - Julho / Setembro de 2009 Um abraço e um convite importante Basta o facto de sermos amados pelo Senhor para Roma, Bento XVI ao clero de Roma, «tudo o que é constitutivo nos considerarmos próximos uns dos outros. Mas esta do nosso ministério não pode ser produto das nossas página é uma ocasião para dar os meus cumprimen- capacidades pessoais. Isto é válido para a celebração tos e chegar a todos, em especial àqueles com os dos sacramentos, mas vale igualmente para o serviço quais nunca houve um contacto. Palavra; anunciar- da Palavra; não somos enviados para nos anunciar- Desde já, peço as minhas sinceras desculpas por mos a nós mesmos nem às nossas opiniões pessoais, não me sentir à altura de ser assistente espiritual da mas para anunciar o mistério de Cristo e, Nele, a me- me- raternitas, Fraternitas, função para a qual me arrastou a mão Fiel dida do verdadeiro humanismo». E se Deus é fiel – Fiel persistente do nosso presidente, Serafim de Sousa, é o seu nome – requer de nós também um comporta- Por já velho amigo meu e conhecido de todos. Por isso exer- mento compatível com essa dignidade, mesmo não exer- não venho ensinar nada, apenas quero caminhar con- cendo plenamente o sacerdócio. vosco e convosco aprender e lutar no que for possí- vel para bem do Corpo Místico de Cristo. Já entrados num ano dedicado ao sacerdócio, RETIREMO-NOS propõe- defender, cada um de nós propõe -se, naturalmente, defender, aprofundar e viver este tesouro que no dia da nossa ordenação nos foi confiado. Dom inestimável que COM CRISTO nos enche de alegria – poder consagrar e ser distri- buidor do pão dos anjos às multidões famintas – e Fraternitas A Fraternitas convoca todos os seus membros para também de responsabilidade. «Como é assustador o retiro que vai realizar em Fátima nos próximos dias ser sacerdote», dizia Santo Cura d’Ars. 27 (à noite, após o jantar), 28 (todo o dia) e 29 (termi- procurar- Este dom exige de nós um esforço para procurar- na com o almoço) de Novembro. Acontecerá no Cen- mos corresponder à dignidade de que nos revestiu; Francisco tro de Espiritualidade Francisco e Jacinta Marto. Será dignidade baseada no dom, não propriamente na Rev .e ev. nosso conferencista o Rev. P Morujão, secretário da nossa pessoa, que não passa de um vaso de barro, Conferência Episcopal. partir. Papa sempre na tangencia de se partir. Como disse o Papa SALDANHA Até lá, saúde e paz. | P GUILHERMINO SALDANHA .e
  • 2. 2 espiral MISSA TRIDENTINA, ontem, hoje, ... Basta abrir o Google com a expressão “Missa Basta expressão E quase a concluir, reforça, preto no branco, o que para força Tridentina” para nos apercebermos da força que os diz anteriormente, com a autoridade que lhe advinha do “conserv for oram Carta “conser vadores” da Igreja foram buscar à Carta Apos- Pontificado e de representante máximo do Colégio Epis- Pontificum Bento Nesta, tólica Summorum Pontificum de Bento XVI. Nesta, ele copal: «Queremos também que tudo quanto nesta Cons- autoriza todo sacerdo dot exer- autoriza a todo e qualquer sacerdote romano, em exer- tituição fica estabelecido e prescrito tenha força de lei, ministério, celebração cício do ministério, a celebração da missa segundo o agora e para o futuro, não obstante, se for caso disso, rito Tridentino, para rito do Missal Tridentino, sem para isso necessitar de as Constituições e Ordenações Apostólicas dos nossos autorização qualquer autorização especial. | FERNANDO NEVES Predecessores…» O mesmo seria dizer que, a partir des- Além de pormenores como a comunhão de joelhos e ta data, o Missal e o rito celebrativo anterior deviam ser depositada na boca (tratamento de menoridade oposto considerados quase não mais do que peças de museu. ao “tomai e comei” do Mestre e sempre anti-higiénico), Ora o que acontece agora com a Summorum o rito da Missa Tridentina distingue-se da Missa do Vati- Pontificum leva-nos a perguntar onde está o respeito pelas cano II, essencialmente, em dois aspectos: aquela é em normas estabelecidas por Paulo VI? Se não se respei- Latim – língua hoje quase ignorada por todo o Povo de tam, não há o testemunhar e o confirmar entre rodos da Deus – e esta é em vernáculo, permitindo, por isso, uma mútua unidade visada por Paulo VI nem a aplicação do maior compreensão da Palavra de Deus, que só pode força de lei, agora e para o futuro. Venham embora os ser uma palavra de salvação se não houver estorvos ou argumentos de autodefesa, face às críticas que foram ruídos na comunicação bilateral Deus–homem; em se- feitas, de que não po- gundo lugar, aquela é celebrada pelo e com sacerdote dia abandonar meia e acólitos de costas voltadas para a assembleia enquan- dúzia de bispos – orde- to, na Missa do Vaticano II, estes se posicionam de face nados ilicitamente, com voltada para a comunidade celebrante. a consequente excomu- A Missa Tridentina, na actualidade, é ainda uma mis- nhão – uns tantos pa- sa tergiversada, pois que, além da posição de costas dres, seminaristas e frei- voltadas, reflecte também uma não-aceitação das nor- ras lefevrianos e outros mas celebrativas do Vaticano II e um regresso ao passa- similares. Não podiam do anteconciliar. No Concílio nota-se uma caminhada eles celebrar em latim progressiva desde a sua primeira Constituição, intitulada utilizando o Missale Sacrossantum Concilium – sobre a Sagrada Liturgia –, Romanum do Vaticano até ao seu encerramento. Nesta Constituição, é notória II, se era da Missa em uma dinâmica de abertura, embora com o cuidado de latim que tinham sauda- não ferir muito as susceptibilidades. Mas, já quando eu des? Claro que podiam. era estudante de Teologia, se falava que esta Constitui- Então por que embirra- ção teria sido bem diferente, para mais aberta, se tivesse ram? Em linhas gerais, sido discutida e aprovada em momento posterior, na Aula sabe-se bem porquê. Conciliar. Por isso, Paulo VI podia jubilosamente procla- Por isso, porquê tanto olhar para esta facção conser- mar, na Homilia da 9.ª Sessão, a 7 de Dezembro de vadora da Igreja e não ter idêntica atitude, noutras situ- 1965: «Vede por exemplo: como inumeráveis línguas fo- ações em que um número muito mais elevado de sacer- ram admitidas para exprimir liturgicamente a palavra dos dotes e fiéis clama por uma maior abertura da Igreja em homens a Deus e a palavra de Deus aos homens.» questões que não são de fé, mas meramente disciplina- E, na Constituição Apostólica que promulga o Missale res? Não amarão também estes Jesus, a sua Igreja e o Romanum, reformado por Decreto do Concílio Vaticano Concílio? Não seria justo ter para com eles a mesma II, como que pressentindo as então e as actuais reac- preocupação de não marginalização ou exclusão? ções adversas, chama à colação a apresentação da 1.ª Na maioria das actuais celebrações da Eucaristia, o edição do Missal Romano ao povo cristão como instru- espírito de simplicidade e de assembleia de irmãos com mento da unidade litúrgica e monumento do genuíno igual dignidade resultante da fonte baptismal, procla- culto religioso da Igreja. Pelas palavras que diz a seguir, mado pelo Concílio, parece agora ter seguido outros conclui-se que o mesmo ele desejava para o novo Mis- rumos. A saudade mórbida e promocional das antigas sal que acabava de promulgar: «Também Nós, ainda missas solenes e pontificais, que mais se assemelhavam que admitamos no novo Missal, de acordo com as pres- a rituais da corte, profanos, pelo conjunto de crições do Concílio Vaticano II, ‘variantes e adaptações ‘salamaleques` e de roquetes-acólitos envolvidos na legítimas`, confiamos que ele será recebido pelos fiéis cerimónia, está de volta em quase todas as Igrejas. O como instrumento valioso para testemunhar e confirmar fausto resultante é um óbice à simplicidade e à espiritu- entre todos a mútua unidade.» alidade, apanágios da celebração deste Mistério da Fé.
  • 3. l espiral 3 Dignidade celebrativa, sim, sobretudo, na figura e ras, por tantas vezes ouvida a sua repetição, perdeu-se. gestos litúrgicos do celebrante, no modo como a as- Isto será válido mesmo para quase todos aqueles que sembleia participa e na dignidade espiritual e elevação são adeptos e frequentadores do Rito Tridentino. Não artística dos cânticos entoados por todos. Mas sem os recolherão muito mais do que um vazio da Palavra, um exageros que actualmente por aí se vêem na quantida- saudosismo – homo laudator temporis acti –, uma satis- de e apresentação dos elementos que cirandam à volta fação do seu ego, uma observação de coisas de museu. do celebrante, como se este fosse um senhor feudal e Mesmo uma grande parte dos padres que, naquele tem- não aquele que deve oferecer sacrifícios, tanto pelos po, celebrava missa em latim, tinha grande dificuldade seus próprios pecados como pelos do povo. (Heb 5,3) em compreender totalmente a mensagem das leituras, Bem pudera, pois, a Summorum Pontificum estar lá se não fizessem uma preparação prévia. O que não se- quietinha e, como noutras situações, deixar que o pro- ria hoje?! Nos tempos pós-conciliares, os próprios Se- blema que quis atalhar se extinguisse por si mesmo, pela minários pouco se preocuparam com o ensino do Latim lei natural da vida. Tem que se ter consciência do tempo aos seus formandos. já vivido após o Concílio e das suas marcas benfazejas Concluimos com as sábias palavras do bispo Antó- ou destruidoras. O pouco traquejo que o povo tinha na nio Marcelino: «Na Igreja há ainda sinais de um passa- participação da missa, respondendo em latim e com- do teimoso que ganhou ferrugem e se foi instalando à preendendo globalmente alguma mensagem das leitu- margem do Evangelho.» O essencial do Ano Sacerdotal Hoje pretende-se viver sem princípios morais, sem que parece teimar no desperdício de valores que a podi- valores que nos orientem na vida. Parece que tudo fun- am enriquecer!... É também ano em que a figura do ciona ao sabor de caprichos e de interesses! Por isso há sacerdote tem de aparecer como modelo de fé, de tantas desgraças, desesperos, droga e guerras! O ego- evangelizador de simplicidade, de doação aos outros, e ísmo, que já se tornou feroz, tem-nos tornado lobos uns capaz de entender os problemas do nosso tempo e sa- dos outros! Não atribuam as culpas a Deus, porque Ele ber ir ao encontro deles, sem medo nem hesitações, e deu-nos a liberdade, não para abusarmos dela, mas para com capacidades para os ajudar a resolver à luz do Evan- nos realizarmos como homens responsáveis e dignos gelho. O sacerdote não pode ficar à espera que o pro- fazedores da História. curem, mas tem de sair à procura daqueles que, nos É preciso pensar nos outros como irmãos, viver para refolhos do progresso moderno, perderam a orientação a comunidade. Senão, não temos futuro! Temos de nos que os possa conduzir às respostas pelas quais anseiam. cultivar em comunidade e para a comunidade, desen- Jesus foi bem claro quando disse que temos de ser volvendo o convívio entre todos, vivendo a arte que nos suas testemunhas. Isto tem de ser aplicado aos sacerdo- eleva e civiliza. Como se compreende que tantos jovens tes, que não podem viver a pensar apenas em si, mas desapareçam de casa dos pais para se meterem em aven- em doação sem limites às comunidades de que são res- turas insensatas, ficando marcados, para toda a vida, ponsáveis, no acolhimento fraterno daqueles que mui- com o ferrete do desvario?!... De quem é a culpa? tas vezes são rejeitados, apenas porque escolheram ca- Estamos no ano Sacerdotal. Ano para reflectir sobre minhos diferentes, ou até porque, tantas vezes, se mos- o valor da acção dos sacerdotes nas nossas comunida- traram agressivos por lhes faltar pontos de referência des. Ano em que as nossas orações devem subir ao Céu, que os conduzam na vida. É a esses que os sacerdotes não para acordar Deus para as nossas necessidades de têm de falar com o exemplo vivo, com o testemunho de sacerdotes. Ele nunca dorme. A Hierarquia da Igreja é simplicidade, de desprendimento e solicitude que os ajude e reencontrar os caminhos que aprenderam a viver no tempo de catequese, mas que desperdiçaram na confu- são dos falsos atractivos que os desviaram. Fala-se muito de oração pelas vocações sacerdotais. Mas é preciso que as famílias, as comunidades, e tam- bém a Hierarquia, criem um ambiente favorável para que os apelos do Espírito Santo encontrem ambiente onde a semente divina possa produzir frutos. Parece que an- damos a pedir que a semente frutifique em cima de pe- nhascos corroídos e secos!...De nada vale lançar boa semente em terra árida e adversa à sua germinação e desenvolvimento até dar frutos. Onde fica a colabora- ção das famílias, das comunidades e da Hierarquia na preparação de ambientes onde as vocações sacerdotais e religiosas possam germinar? | MANUEL PAIVA PAIV AIVA
  • 4. 4 espiral Malhar em ferro frio Serafim Sousa no número 34 do Espiral, com o texto acerca de um hipotético referendo sobre a obrigatoriedade Seraf afim 34 Espiral, texto hipotético referendo obrigatoriedade celibato eclesiástico ordenação inter erpelou-me. VALENTE do celibato eclesiástico e a ordenação das mulheres, interpelou-me. | HIGINO VALENTE No texto «Que tal um referendo na Igreja Católica que era muito conhecido. Às tantas, aparece a notícia: sobre celibato ou mulheres padres», Serafim Sousa refe- «O padre Paul foi-se embora, regressou a Inglaterra para re ter encontrado três tipos de posição: a) torcer o nariz; se casar.» Nessa altura, fiquei a saber que a Igreja b) apadrinhar a ideia; c) não vale a pena. Anglicana só envia missionários para o estrangeiro en- Começo, com o Serafim, por discordar da previsão quanto solteiros. E bem se compreende. Muitos militares de que a maior parte dos católicos votariam a favor da casados (estava-se no auge da guerra colonial) também obrigatoriedade do celibato (condição sine qua non). lá não tinham as famílias. Pela minha já longa e diversificada experiência de vida, MANDAMENT PARA QUEM É O 6.º MANDAMENTO? AMENTO? tenho para mim, muito convictamente, que a maioria A questão da obrigatoriedade do celibato eclesiásti- dos católicos (mais praticantes, menos praticantes), com co poderia ter ficado resolvida com o Papa João XXIII, inteira liberdade de voto, sem pressões nem condicio- que sonhou o «aggiornamento» da Igreja e, para isso, namentos, votariam contra (a obrigatoriedade) ou en- convocou o Concílio Vaticano II, o qual poderia ter ido colheriam os ombros e ficariam no «tanto me dá», abs- mais longe, dada a rapidez com que o mundo evoluiu, tendo-se. E seria até de prever uma gorda maioria, como sobretudo a partir da II Guerra Mundial. tem acontecido em todos os referendos em Portugal. Uma Só o não foi devido ao pensamento do papa (que reduzida maioria, de mentalidade mais fundamentalista me abstenho de adjectivar). Falando com Étiene Gilson, e retrógrada, votaria a favor (da obrigatoriedade). numa tarde de Dezembro de 1960, ter-lhe-á saído este VAMOS PENSAR desabafo: «A minha maior dor, não como homem, mas Referendo? Numa Instituição (que é divina, mas for- como papa, o meu sofrimento contínuo é pensar nesses mada por homens e mulheres) gerontocrática e jovens padres que arrastam consigo, tão corajosamen- monolítica (com o que esta característica tem de positi- te, o fardo do celibato eclesiástico. Para alguns deles é vo e de negativo), pouco aberta à crítica interna e em um martírio. Com frequência me parece ouvir vozes lon- que o poder de decisão é exercido, apenas e só, na gínquas pedindo que a Igreja os liberte deste fardo. Isso linha vertical, não há lugar para referendo, que é a for- não é impossível em si. O celibato eclesiástico não é um ma mais genuína de exercício do poder de decisão na dogma. A Escritura não o impõe. É mesmo fácil: pega- dimensão transversal. Democracia? Que é dela? Li, há mos na caneta e assinamos um documento; e amanhã, tempos, no «Correio de Coimbra», órgão oficioso da os padres que quiserem podem casar-se. Mas não po- diocese, um artigo escrito pelo engenheiro Jorge Cotovio, demos fazê-lo. Eu dizia recentemente aos cardeais: acei- que está à frente da equipa diocesana da pastoral fami- taremos nós que alguma vez possa deixar de se dizer liar, no qual, a certa altura, se deixa dizer que na nossa unam, sanctam, castam eclesiam? Não podemos. Não Igreja os leigos são uns «paus mandados». podemos fazer isso.» Cito, com tradução minha, Da coerência e da fidelidade ao “santo celibato”, só Conditión de Prêtre – Mariage ou Célibat, de Pierre Deus sabe. Mas nós também sabemos algumas coisas… Herman, que cita, por sua vez, Souvenir du Père, de Étiene que melhor seria não sabermos. Sabemos que o Papa Gilson, em «La France Catholique», núero 862, de 7 de Bento XVI foi aos EUA e lá pediu perdão pelos crimes de Junho de 1963, páginas 213 e 214. pedofilia dos padres; foi à Austrália e fez o mesmo. João É caso para nos interrogarmos: será que João XXIII Paulo II mandou chamar uns quantos bispos norte-ame- entendia que o 6.º mandamento do Decálogo é só para ricanos e o remédio indicado foi pôr os prevaricadores os celibatários?... a fazer retiro. Escusado será dizer que o campo das infi- ORDENAÇÃO DE MULHERES delidades ao “santo” celibato é muito mais vasto. Relativamente ao referendo acerca da ordenação das TESTEMUNHO PESSOALPESSOAL mulheres, sinto mais dificuldade em prognosticar. Já casados, estive com a minha esposa em Vila Cabral Propendo para a afirmativa ao retardador. Não resisto a – hoje Lichinga –, no Niassa, junto ao lago com o mes- fazer mais uma citação, esta de «Deus no século XXI e o mo nome, no Interior Norte de Moçambique, desde fins futuro do Cristianismo», publicação coordenada por de 1968 até meados de 1972. A maioria da população Anselmo Borges, editada em 2007 pela Campo das Le- era islâmica; e já o era em todo o Norte moçambicano tras: «O Cristianismo, concretamente na sua expressão quando os Portugueses lá chegaram. Havia missões ca- católica, tem pela frente alguns problemas maiores, no- tólicas, tendo a diocese sido criada na primeira metade meadamente o respeito pelos direitos humanos no seu da década de 60, e sendo seu primeiro bispo D. Eurico interior, o pluralismo nos diferentes domínios – teológi- Dias Nogueira. E também havia missões anglicanas. co, litúrgico, jurídico-organizacional e até moral –, o Numa delas, Messumba, estava o padre Paul, inglês, tratamento das mulheres em igualdade com os homens.» e-mail: geral@fraternitas.pt * página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: direccao@fraternitas.pt * página oficial na Internet: w
  • 5. l espiral 5 OFENSIVA DOS GUERRILHEIROS Regresso ao Latim, à comunhão na Os “guerrilheiros do statu quo” Ratzinger. Tendo trocado Tübingen costas para boca, à missa de costas para a as- eram de outra opinião. Logo nos fi- por Regensburg, foi aí colega de sembleia: eis apenas algumas das nais dos anos setenta aparecia na Gamber, cujas propostas caíram em inv exigências invocadas por um grupo Alemanha um livro intitulado: «A re- chão fecundo. Ratzinger escreveu obstinado obstinado de católicos, presos a forma da Liturgia Romana. Seus pro- mesmo um longo e laudatório pre- espírito pré-conciliar, para um espírito pré-conciliar, para en- blemas, suas raízes», cujo autor é o fácio ao livro de Gamber. rev contra saiar a revolta contra o Concílio conservador Klaus Gamber, profes- Um jovem padre – escrevia Para Vaticano II. Para isso contam com sor de Liturgia em Regensburg. Ratzinger – ter-lhe-ia dito recente- tolerância a tolerância ou mesmo com a Gamber tinha dúvidas de que a cons- mente: «precisamos de um novo mo- aconteceu ajuda do papa, como aconteceu há tituição sobre a liturgia, publicada vimento litúrgico». Na mesma altura tem empo pouco tempo num congresso pelo concílio e pelo papa Paulo VI em que os padres, o altar e a cele- internacional Liturgia, te internacional de Liturgia, que teve Budapest Agos gost lugar em Budapeste em Agosto de em 3 de Abril de 1969, trouxesse bração eucarística eram levados para 2008. | RUDOLF SCHERMANN algo de positivo relativamente ao o meio da assembleia e os fiéis ca- missal romano. Também considera- lorosamente celebravam, cada vez Escrevíamos 1967, o ano em que va que, no seu conjunto, a reforma mais na sua própria língua, Jesus – ligada aos nomes Groer, Krenn e litúrgica era responsável pelo esva- Cristo literalmente “no meio deles”, outros – começou, na pequena re- ziamento das igrejas, pela crescente o teólogo Joseph Ratzinger, sábio em pública alpina da Áustria, aquela era falta de padres e pela secularização teorias, mas distante de qualquer catastrófica da sua história eclesiás- galopante. Como remoque a Paulo proximidade humana e experiência tica, que provocou um escândalo VI afirmava até que a reforma conci- pastoral, fabulava acerca do desas- geral, afastou da Igreja dezenas de liar era «mais radical do que a refor- tre da reforma litúrgica, pois, em sua milhar de pessoas e haveria de de- ma de Lutero». Afirmar, como agora opinião, a liturgia não teria sido re- saguar, anos mais tarde, num escân- se diz na consagração, que Jesus novada desde a sua profundidade e dalo horrível. Foi nesse ano que viu derramou o seu sangue por todos, é meio, a partir do encontro com o a luz do dia a publicação «KIRCHE errado. Seria mais correcto dizer que Deus vivo, mas se tinha degradado INTERN», a qual foi evoluindo até à Ele derramou o seu sangue por “mui- à condição de show. Neste actual revista ilustrada «KIRCHE IN», tos”, tal como constava da missa “showmaster” espiritual eram utiliza- fórum para todas aquelas forças que antiga. Também a proliferação de dos textos de escolha própria. Em se opõem desde o princípio a esta textos bíblicos para a celebração eu- lugar duma liturgia como fruto de um previsível evolução. Nesse mesmo carística, repartidos num ciclo de três desenvolvimento orgânico, criou-se ano surgiu também sob a responsa- anos, não é correcta e deveria ser um artefacto, uma liturgia auto- bilidade do jesuíta francês René substituída por “algo melhor”. Uma fabricada. O tom de Ratzinger: «Por Latourelle, professor na Universida- vez que muitos fieis preferem uma isso é necessário um novo estímulo de Gregoriana em Roma, e sob o missa “moderna”, dever-se-ia auto- para que a liturgia volte a ser uma patrocínio de outros dois institutos rizar tanto a missa antiga, como tam- acção comunitária da Igreja. Ela tem jesuítas, o Instituto Bíblico e o Institu- bém a “nova”. A reforma veio des- de ser subtraída ao controlo dos pá- to Oriental, por ocasião do 25.º truir a missa antiga, mas é perfeita- rocos e das equipas litúrgicas.» aniversário do concílio, aquela obra mente possível reabilitá-la. Neste sen- Gamber, a quem Ratzinger apeli- em dois volumes: «Vaticano II. Ba- tido, opina Gamber: «Importante é da de “verdadeiro profeta” e “teste- lanço e Perspectivas». Nela, nunca perder a esperança.» munha fiel”, terá indicado o cami- Latourelle classificava aquelas forças, “Artefacto”, a nova missa? nho para esse fim. Seria necessário que tinham surgido logo no início do A anseio de Gamber por uma ambicionar a unidade da Igreja acei- concílio tendo por objectivo a sua reforma da reforma litúrgica concili- tando ambos os ritos da missa, o desmontagem, como “guerrilheiros ar encontrou um grande eco entre antigo e o novo. do statu quo”. os católicos ultra-conservadores e Cumpriu-se. Vai Cumpriu-se. Vai unir? Segundo Latourelle, «ao convo- seus dirigentes, nomeadamente o Tudo aquilo que Gamber escre- car o concílio, o papa João XXIII que- arcebispo Lefebvre. veu há cerca de quarenta anos com ria introduzir a Igreja na sociedade Mas também junto de um teólo- a calorosa aprovação de Ratzinger, do século XX. Porque estava conven- go conciliar, então muito considera- tem vindo a ser concretizado passo cido de que a Igreja nem é uma ci- do nos círculos progressistas, mas a passo hoje em dia por Joseph dadela nem um museu, mas um jar- que mudou a linha de combate (coi- Ratzinger, no «interesse da unidade dim onde nunca faltarão as flores sa que ele sempre negou) aproximan- da Igreja», afirma ele no motu pró- (…), João XXIII desejava que o con- do-se cada vez mais dos chefes dos prio Summorum Pontificum, de Julho cílio fosse um novo Pentecostes». “guerrilheiros do statu quo”: Joseph de 2007, sobre a Liturgia. www.fraternitas.pt * e-mail: secretariado@fraternitas.pt * página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: tesouraria@fraternitas.pt
  • 6. 6 espiral Deus é meu amigo Nasci no dia de S. José.. Um dia, perguntei – a quem sabia – se o meu nome tinha algum significado especial e pergunt guntei significado hebraico, significa SILV PINTO foi-me respondido que, em hebraico, «Joseph» significa «aquele a quem Deus ama. | JOSE SILVA PINTO Num dos nossos encontros da vida de felicidade. Há 22 anos, Fraternitas, em Fátima, perguntei ao ela começou a mostrar sinais nosso companheiro Artur Oliveira evidentes de falta de memória, qual o significado completo do meu sintomas de Alzheimer. nome José. Ele respondeu-me: «Sig- Vivemos 18 anos no Porto. nifica “aquele a quem Deus ama Fomos, depois, para Peso da com amplexo e aumenta a sua Régua, onde podia dar mais e vida”.» Fiquei mais contente, porque melhor assistência à Mariazinha, Deus não só me amava, mas ama- e onde morava a minha mãe, a va-me de um modo especial e que minha irmã, quatro sobrinhos e Ele aumentava a minha vida. Não outros familiares. E contratei lhe perguntei se isso era espiritual uma empregada interna. ou materialmente. Se me ama de um A doença progrediu. A modo especial, é o que eu quero; é o principal. Mariazinha passou a ser incontinente e depois perdeu o Nasci numa pequena “ilha” de meia dúzia de vizi- andar. Agora, toma o pequeno-almoço e o almoço numa nhos, no lugar de Cais de Baixo, perto do rio, em Peso cadeira de rodas especial. Em seguida, descansa na da Régua. Havia muitos anos que não nascia lá uma cama articulada, onde permanece o resto do dia. À noi- criança. Nasci eu… foi uma grande alegria para os meus te, descansa muito bem, não precisando de comprimi- vizinhos, que, por isso, me tratavam com carinho, todos dos para dormir. Ao fim-de-semana, substituo a empre- desejavam ter-me ao colo. Depois, até aos 6 anos, não gada. Ela deixa as refeições no frigorífico e eu aqueço- tive quem se interpusesse, e continuei a ser objecto de -as no microondas. todo o carinho e atenções. Eu era o objecto do seu amor. Há dias, disse-me um colega: «O amor só é total Com a idade, fui reparando que aqueles vizinhos to- quando começa o sofrimento.» Citava a beata Madre cavam as raias da pobreza ou eram meio remediados. Teresa de Calcutá. Eu não compreendo este mistério O amor que me tinham e o que eu tinha por eles levou- muito bem. Parece-me que a cada dia que passa, mais me a amá-los mais. “pena” tenho da Mariazinha e, ao mesmo tempo, mais Em 1964, tinha eu 28 anos, foi aprovada a Funda- “amor”. Neste planeta que Deus criou, o lugar onde ção Dr. Carneiro de Mesquita. Vi nela uma oportunida- gosto de estar é ao lado da Mariazinha: ela na sua ca- de para resolver vários problemas de pobreza: abrimos deira de rodas ou na cama articulada; eu, a ler ou a uma creche, um jardim-de-infância e um ATL, em Fon- escrever, fazendo do seu leito a minha escrivaninha. tes, os primeiros no concelho de Santa Marta de Cito um enxerto do padre António Vieira: «Que du- Penaguião. Depois, providenciámos um Centro de Dia reza mais dura que a do ferro? E, contudo, (…) também para os idosos. Entretanto, começava a emigração clan- se deixa penetrar e padecer de amor. É o ferro amado destina. As famílias vinham ter connosco, porque o di- da pedra íman (…) e é tão milagrosa, ou tão amorosa nheiro que os chefes de família mandavam mal dava entre ambos, a força desta natural empatia, que a pe- para se alimentarem e vestirem. Com a ajuda da Fun- dra (…) sempre está atraindo, e o ferro (…) sempre dação C. Gulbenkian, erguemos um pequeno bairro de correspondendo. Ela o chama, ele se move; ela o guia, seis casas, para as famílias com mais filhos e mais ele a segue; ela o leva, ele se suspende; ela o ata, ele se carenciadas. deixa prender; se ela pára, ele pára; se sobe, sobe; se Nos fins de Julho de 1975, expus ao meu bispo o desce, desce; se anda de roda, rodeia; sempre juntos, desejo de ser dispensado das obrigações sacerdotais e sempre conformes, sempre unidos, e tão pegados entre disse-lhe que pretendia celebrar matrimónio católico com si, como se um e outro foram de cera. E se isto obra no a Mariazinha, que trabalhava naquelas obras sociais. O ferro (…), que seria no coração, ainda que fosse de fer- documento chegou do Vaticano nos inícios de Novem- ro, um amor declarado? Um ferro amado de uma pedra bro e casámo-nos no domingo antes do Natal. não pode deixar de pagar amor com amor. E poderá Em toda a minha vida há um só fio condutor: o Amor; um coração humano amado não amar? Todos estais a amor que recebi dos meus pais, familiares e famílias dizendo que não, e parece que dizeis bem.» (Sermão da vizinhas; o amor que eu retribuía a todos eles, nas situa- Primeira Sexta-Feira da Quaresma, 1644) ções de pobreza, no que chamo respeito e delicadeza; E, poderá um amor de filho tão amado deixar de amor no convívio social, e amor matrimonial. amar o amor paternal e divino de um Deus e Senhor? Vivo com a Mariazinha há 34 anos, e tem sido uma Amor com amor se paga!
  • 7. l espiral 7 PELO DOM DA VIDA, graças te damos Secretariado, O Secretariado, em nome da direcção da Associação aternitas Moviment vimento, Fraternitas Movimento, deseja, a cada um dos sócios viverem uns com os outros como irmãos… A fraternida- aniversariantes ersariant Agos gost Set para- aniversariantes em Julho, Agosto e Setembro, para- de seja mais que uma simples palavra no final de uma béns e muitas bênçãos divinas. oração… Sentarmo-nos juntos à mesa da fraternida- No seu livro «Aventura Feliz», Páginas 306 a 308, o de..”» sócio Henrique Maria dos Santos, oferece-nos este pen- samento sobre a vida: JULHO «Quando se é jovem, e se começa a avançar na la- Dia 2 – Paula de Jesus C. L. Silva (Esmoriz). deira da vida, não nos apercebemos, nem sequer pres- Dia 3 – Lúcia da Natividade M. A. Ribeiro (Cabanões). sentimos, os barrancos e os abismos que a envolvem… Dia 4 – Augusto de Campos Oliveira (Maia). Todavia, não se deve perder ânimo, coragem, mas, sim, Dia 6 – Manuel J. Cristo Martins (Mem Martins). lembrar que o nosso organismo pertence à terra e o Dia 8 – Dilcarina R. Veríssimo (Seixal). nosso pensamento ao Céu. A cada tendência funda- Dia 10 – Ana da Luz M. Rodrigues (Bragança). mental do homem corresponde precisamente o seu alvo: Dia 11 – Higino R. Valente (Santiago da Guarda/ Ansião). ao anelo, desejo ardente de verdade, a ciência; ao estí- Dia 12 – António Manuel M. Sousa (Porto). mulo do belo, a arte; ao desejo do bem, a moral; à Dia 18 – Maria da Graça M. V. A. Sousa (Lisboa). sociabilidade, o Estado; ao amor, a família. Dia 18 – João da Silva (Coimbra). Perante a repugnância que se tem ao nada e pela Dia 23 – Manoel B. C. Pombal (S.ta Marta Portozelo). convergência que todos temos ao infinito, ao nosso fi- Dia 24 – Maria Cristina G. Vieira de Castro (Lisboa). nar há-de corresponder, realmente, a imortalidade que Dia 25 – Fernando J. Félix Ferreira (Massamá). fica registada nas nossas obras… Todos nos devemos Dia 27 – Maria Augusta G. C. D. Jana (Abrantes). esforçar por ser a Sociedade em que estamos enxerta- Dia 28 – Lucília Amália R. C. (S.ta Marta Penaguião). dos, uma família. Como alguém escreveu, a Humani- dade deve ser como uma família, um aviário sublime AGOSTO GOSTO onde as gerações se emplumam, o viveiro precioso onde Dia 1 – Alda Pereira Henriques (Caxarias). as existências se enfloram, a colmeia grandiosa onde os Dia 1 – António Almeida Duarte (Lisboa). seres se desatam, a fonte pura onde as vidas devem Dia 3 – António R. Mourinho (Miranda do Douro). deslizar, onda cristalina onde o homem se deve reflectir, Dia 8 – Cidália José de Matos Costa (Abrantes). resumir e encontrar. Dia 12 – Manuel Alves de Paiva (Oliveira de Azeméis). A Sociedade em que vivemos devia ser translúcida Dia 13 – Emília A. S. A. Neto Fernandes (Porto). confederação de todos os espíritos na dulcíssima unida- Dia 13 – Fausta de Jesus F B. Simões Rodrigues (Esmoriz). . de do mesmo afecto. Como Luther King, que sonhava Dia 14 – Lúcio Salvador de Sousa (Cuba – Beja). em voz alta, eu afirmo: “Os homens foram feitos para Dia 16 – Virgolina da Silva Cabrita (Silves). Dia 20 – António Batista Lopes (Porto). Dia 23 – Antónia A. C. Sampaio Ferreira (Lisboa). Dia 24 – Judite P M. O. Paiva (Oliveira de Azeméis). . SOLIDARIED ARIEDADE Espaço de SOLIDARIEDADE Dia 25 – Joaquim F. Soares (Oliveira do Ardo). Dia 25 – José Alves Carneiro (Amadora). 1. Ninguém é indiferente às necessidades dos outros. Dia 31 – Ana Paula L. A. P Nascimento (At.a da Baleia). . 2. Só é possível continuar a acorrer a casos de ver- dadeira necessidade se partilharmos também Por isso, também. SETEMBRO não esperes que te batam expressamente à porta. Deci- Dia 8 – Fernando Ribeiro das Neves (Palhaça). de-te: partilha com os outros através da Fraternitas. Dia 9 – Pamela A. Krebsbach (Freiria – Caranguejeira). 3. Vai já à caixa do multibanco mais próxima e faz Dia 12 – M.ª Conceição V. Gomes (Oliveira do Ardo). uma transferência interbancária para a conta n.º 0033 Dia 12 – Rosa Maria F S. Rodrigues (Outeiro de Lobos ). . 000045218426660 05 O montante depende apenas 05. Dia 13 – Maria Zélia F Teles Borges (Meridãos – Cinfães) . da tua consciência, o qual a Direcção da Fraternitas' fará Dia 14 – Maria Isabel C. O. das Neves (Palhaça). chegar a quem precisa! Manda o comprovativo e dá Dia 15 – Horácio Neto Fernandes (Porto). conhecimento da finalidade, porque também podes de- Dia 19 – Lucília E. M. Soares (Viseu). positar na mesma conta bancária o valor da quota anu- Dia 21 – Maria José B. Mendonça (Massamá). al de sócio: 30 euros - casal; 20 euros - pessoa singular; Dia 22 – Eliseu L- G- Seara (Chaves). ou contribuir para o boletim «Espiral». Dia 29 – António J. Eira e Costa (A-Ver-o-Mar). 4. Contacta Luís Cunha, tesouraria@fraternitas.pt ou Dia 30 – Artur da Cunha Oliveira (Angra do Heroísmo). telefone 232459478.
  • 8. RUA PADRE C ARLOS LEONEL NO ENTRONC AMENTO RUA PADRE CARL ARLOS ENTRONCAMENTO zembro do ano anterior vinham O Bloco de Esquerda do En- manifestando colectivamente o troncamento propôs à câmara seu descontentamento, transcre- municipal a atribuição do nome vendo as cartas dos mesmos ao “Padre Carlos Leonel” a uma rua ministro das Corporações e ao da cidade. O sacerdote foi páro- Presidente do Conselho, ouvindo co do Entroncamento nos anos as suas queixas e criticando o es- sessenta. pírito corporativista dos sindica- A decisão é justificada com o tos. De acordo com o BE, tal ges- facto de Carlos Leonel, ter dado to custou-lhe a suspensão força- voz, em 1969, no jornal da Igre- da do jornal, em Novembro des- ja Católica, «O Entroncamento», se ano e, a seguir, o seu afasta- aos ferroviários que desde De- mento da paróquia. A Bíblia é a História da relação de Deus com a Humanidade. Uma ILUMINANTE 2 - PRESENÇA ILUMINANTE (Jo 1, 9) relação que deixou marcas. CRISTO MARTINS encontrou oito presenças de Deus em nós. E anotou-as em 8 poemas, que o ILUMINANTE – facho de sabedoria e profusão «Espiral» vai partilhar. e, assim, corresponde às necessidades profundas DEUS, NO HOMEM, É DEUS, do autoconhecimento e do autodesenvolvimento. “A verdade do Homem está no Ser”. Presença 1 - Presença Vivificante (Jo 10, 10) O Espírito Divino é constitutivo do ser humano e pertence, por graça, à estrutura espiritual do Homem. VIVIFICANTE – Caudal de vida em abundância e, assim, corresponde às necessidades vitais É do Ser que emerge a «Luz que a todos ilumina», a nível fisiológico, psicológico e espiritual. e , daí, as necessidades existenciais que nos habitam. O desenvolvimento do potencial fisiológico, A SABEDORIA é a arte de Ser. sentidos e aptidões gerais e específicas, A personalidade emerge de um conjunto de características gera um corpo vigoroso, activo e saudável. genéticas, morfológicas e psicoculturais em interacção com o ambiente envolvente. O desenvolvimento do potencial psicológico, lucidez intelectual e alta motivação, O autoconhecimento, como necessidade existencial gera a capacidade da cooperação criativa. é mais profundo. Seu objectivo é a identidade. O desenvolvimento do potencial espiritual, A personalidade é algo que temos, algo construído. sabedoria, bondade, amor, harmonia e paz, accionando o potencial psicológico, A identidade é o que somos. É o íntimo de nós mesmos. proporciona e garante à dimensão fisiológica a plena e livre circulação da energia vital. A sabedoria está na descoberta progressiva do que somos. A sabedoria está na consciência progressiva do que somos. O HOMEM é um TODO. A sabedoria está no desenvolvimento progressivo do que Seu caminho é a INTEGRALIDADE. somos. O desenvolvimento do pleno potencial humano requer uma acção contínua, progressiva e integrada O autoconhecimento, e o autodesenvolvimento, é pessoal. a que chamamos dinâmica tridimensional. Têm princípio mas não têm fim – eternizam-se. Viver a nível da consciência psicológica A arte de Ser é, antes de mais, uma abertura é viver no mar revolto da instabilidade. à acção do Espírito Divino imanente no Homem. A consciência espiritual, O Homem, imagem e semelhança de Deus, está em relação: estádio de consagração permanente, ao Pai – em transcendência – revela-O; é o canal que nos introduz ao Filho – em ressurreição – testemunha-O; no OCEANO DIVINO DA VIDA. ao Espírito Santo – em expansão – manifesta-O. Boletim da Associação Responsável: Fernando Félix espiral Fraternitas Movimento Praceta dos Malmequeres, 4 - 3.º Esq. N.º 36 - Julho / Setembro de 2009 Massamá / 2745-816 Queluz www.fraternitas.pt e-mail: fernfelix@gmail.com