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No encontro em São Paulo, o CRI colocou
                                           frente     a     frente     empresas       e
                                           representantes          dos          órgãos
                                           governamentais que mais apoiam a
                                           inovação como BNDES, FINEP, Ministério
                                           da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI
                                           e FAPESP. As quatro agências presentes,
FUNDAÇÃO DOM CABRAL                        que representam quase 100% das fontes
                                           de financiamento à inovação no Brasil,
                                           falaram sobre projetos e linhas de
CENTRO DE REFERÊNCIA EM 
                                           fomento e debateram com as empresas os
INOVAÇÃO                                   principais desafios desse tipo de crédito.

                                           Antes do painel com Helena Tenório
São Paulo, 18/10/2011                      (BNDES), Rodrigo Coelho (FINEP), Eliana
                                           Emediato (MCTI) e Sérgio Queiroz
Um dos grandes desafios para a
                                           (FAPESP) começar, os consultores Telma
inovação no Brasil: buscar o diálogo
                                           Ragonezi, da ADM Consulting, e Rafael
entre      empresas       e      órgãos
                                           Levy, da Allagi, fizeram um overview dos
governamentais de fomento e incentivo
                                           marcos regulatórios e fontes de fomento
à atividade inovadora. Esse foi o tema
                                           que existem no Brasil, para melhor situar
do concorrido encontro do CRI de
                                           os participantes e começar o debate com
outubro.
                                           o máximo de informações sobre a
                                           situação. Essas informações também
                                           foram compiladas no Caderno de Ideias
                                           entregue aos participantes, uma reunião
                                           de tudo que é relevante e disponível no
                                           país sobre o assunto.

                                           Outros dados apresentados antes do
                                           painel e usados como “prefácio” da
                                           discussão que se seguiria foram os
                                           resultados da pesquisa feita com as
                                           empresas integrantes do CRI sobre o uso
O encontro do Centro de Referência da      de incentivos e fomentos para a
Inovação de outubro, o segundo do ciclo    inovação. A pesquisa revelou que, dentre
2011/2012, trouxe uma discussão das        as empresas participantes, 82% utilizam
mais relevantes para o desenvolvimento     incentivos. 73% das empresas possuem
no país: as políticas de incentivos e os   uma equipe responsável pela elaboração
fomentos    governamentais     para    a   de projetos para obtenção de apoio
inovação.                                  governamental      e    64%     possuem
                                           instrumentos     de    acompanhamento
O tema, uma solicitação das empresas       sistemático das ações do governo. Os
integrantes do CRI, reuniu um dos          órgãos com os quais as empresas mais se
maiores grupos de participantes da         relacionam na busca por incentivos e
história do encontro, pela oportunidade    fomentos à inovação são a Finep (73%), o
de entender, dialogar e debater as         BNDES (27%), as FAPs de cada estado
grandes dúvidas e dificuldades que         (27%) e o CNPq (18%). Entre os
surgem no caminho entre empresas e         instrumentos de incentivo e fomento à
órgãos governamentais com suas linhas de   inovação, a Lei do Bem é o mais utilizado
crédito e fomento à inovação.              (por 64% das empresas), seguido pelo
Inova Brasil (36%) e pela Subvenção           Celulose mostrar como P&D e inovação
Econômica (36%).                              fizeram diferença na história da
                                              companhia e levaram a novos rumos toda
Outro momento de destaque no dia foi o        uma indústria. Os participantes terão
debate com a Dra. Maria Luísa, da ABDI,       acesso a todas as informações sobre o
sobre o recém-lançado Plano Brasil Maior,     Caso Suzano na edição do material, que
que também faz parte do panorama das          deverá ser entregue nos próximos
políticas públicas para inovação.             encontros, assim como já foi feito com os
                                              outros casos apresentados.
Anderson Rossi, professor e pesquisador
da FDC e coordenador do Centro de             Políticas   Públicas   de   Incentivo   à
Referência da Inovação, relata a              Inovação
importância de trazer luz e entendimento
para as questões que estão impedindo
que as empresas passem a usar melhor
todos os recursos disponíveis para a
inovação: “O Sistema Nacional de
Inovação é ancorado no tripé de atores
estratégicos: governo, com todos os seus
agentes, empresas e universidades. Se um
deles não está bem ancorado e
equilibrado, o nosso sistema não será
robusto e forte. Precisamos encontrar
mecanismos para equilibrar e equacionar
                                              Os pesquisadores Telma Ragonezi e
os esforços desses três atores para que o
                                              Rafael Levy apresentaram um overview
Brasil consiga se tornar realmente uma
                                              dos marcos regulatórios e fontes de
nação inovadora de forma sustentada e
                                              fomento no Brasil, com a intenção de
sustentável.
                                              trazer    mais    informações,   trocar
                                              experiências e colocar questionamentos
O encontro também teve a presença e
                                              na roda que serão, no momento seguinte,
apresentação do mais novo integrante do
                                              levados    à     debate    junto    aos
grupo, Sr. Anderson Ramires, da PwC,
                                              representantes     dos    órgãos     de
que falou brevemente sobre a trajetória
                                              financiamento à inovação.
da empresa, especialmente no que tange
a busca pela inovação na área de
                                              O Sistema Nacional de Inovação, segundo
serviços.
                                              eles, tem como principais componentes:
                                              as políticas públicas de apoio à inovação,
Outras empresas, já integrantes do CRI há
                                              com as ações e programas de otimização
alguns ciclos, também foram destacadas –
                                              do esforço tecnológico o marco legal
e parabenizadas – por terem sido
                                              regulatório e os mecanismos de apoio
classificadas entre os primeiros lugares do
                                              financeiro.
ranking de empresas mais inovadoras do
Brasil, da revista Época Negócios:
                                              Os principais marcos legais são a Lei da
    - a Dow ficou com o 4o lugar na
                                              Inovação, de 2004, que cria um ambiente
         edição 2011 do ranking;
                                              propício para as atividades de P&D e
    - a Vale ficou em 8o lugar e
                                              permite    subvenção    econômica       às
    - o Grupo Fleury com o 15o lugar.
                                              empresas, e a Lei do Bem, Capítulo III, de
                                              2005, que oferece incentivos fiscais para
Como não podia deixar de ser, o dia foi
                                              apoio   às    atividade   de    pesquisa,
encerrado com a apresentação do Caso de
                                              desenvolvimento e inovação tecnológicas
Inovação    de    uma    das   empresas
                                              das empresas. As modalidades de apoio
integrantes. A vez foi da Suzano Papel e
para financiamento são a participação
acionária, os recursos não-reembolsáveis    Os recursos disponíveis estão, assim,
e os incentivos fiscais.                    distribuídos entre Agências Públicas, que
                                            podem ser federais (FINEP, BNDES, CNPq)
A quantidade e complexidade de linhas       ou estaduais (FAPESP, FAPEMIG, FAPERJ)
existentes, representada pelo mapa das      e Programas Regulatórios, como da
Fontes de Financiamento à Inovação no       ANEEL, do CATI ou da ANP.
Brasil desenvolvido pela Telma Ragonezi,    O acesso às linhas de fomento hoje é um
demonstra como é relativamente fácil        item complicador no processo, mesmo
uma empresa se perder dentre tantos         para as grandes empresas, inclusive
caminhos e possibilidades, especialmente    gerando custos de preparo de equipe para
quando elas não conversam entre si.         buscar entender. Mas outras dificuldades
                                            também se apresentam como grandes
                                            entraves, como as exigências legais
                                            diferentes para cada tipo de linha
                                            (inclusive com regras de editais mudando
                                            a    todo    momento),      a   adequação
                                            tributária, a falta de informações sobre o
                                            que está acontecendo entre as diversas
                                            agências ou a difícil elaboração adequada
                                            dos projetos.

Um ponto importante de entender             Está claro que existe um conflito. De um
quando se está buscando financiamento       lado as empresas estão levantando
ou crédito para um determinado projeto      questões sobre a falta de informações
é que tipo de linha, dentre tantas          disponíveis, as exigências legais, os
disponíveis, é a que o projeto ou a         custos de financiamento. Do outro, vêm
empresa precisa. Para ajudar nessa          os órgãos, dizendo sobre os equívocos na
questão, uma visão geral dos modelos e      conceituação     dos     projetos,     na
programas foi desenvolvido relacionando     conceituação até mesmo do que é
qual é a linha de crédito mais apropriada   inovação, a incompatibilidade entre o
para o tipo de projeto:                     projeto, a temática e a linha buscada,
                                            entre outros.
. Institutos de Pesquisa e Inovação –
CEPIDs, CT Infra, FNDCT, Institutos         O cenário conta com mecanismos ainda
Nacionais                                   em consolidação, mas que favorecem a
. Parcerias Universidade/Empresa –          evolução do ambiente, tanto para
Fundos Setoriais, Lei de Inovação, PITE,    agências quanto para empresas, com
Funtec, Lei do MEC                          oportunidades crescentes para captação
. Pesquisador na Empresa – Bolsas CNPq,     de recursos para financiamento de
Lei do Bem, Subvenção Pesquisadores         atividades de inovação. Mas, se o cenário
. Projetos de P&D na empresa –              é positivo, é preciso pensar de que forma
Subvenção Econômica, Lei do Bem, BNDES      alavancar adequadamente as empresas e
Inovação Tecnológica                        os órgãos públicos para que dialoguem
. Programa de Inovação na Empresa –         melhor sobre a inovação.
Finep Inova Brasil, BNDES Capital
Inovador                                    Para isso, algumas ferramentas são
. Criação de Novos Negócios – PRIME,        importantes.   Uma       delas   é     o
PIPE, Subvenção Econômica, PAPPE            monitoramento      e      o    controle:
Subvenção, Inovar, Inovar Semente, VC       acompanhamento e atualização do que
. Parques Tecnológicos – PNI, Ações         acontece nas instituições de fomento e
Transversais                                no governo, análise dos programas e
linhas disponíveis para inserção dos         -   Amortização acelerada de ativos
projetos, diagnóstico, assessoria e              intangíveis para efeito do cálculo de IR
acompanhamento na estruturação e no          -   Redução a zero da alíquota do imposto
planejamento dos projetos.                       sobre a renda retido na fonte sobre
                                                 registro de marcas e patentes no
Lei do Bem                                       exterior.

A Lei do Bem (Lei 11.196/05) define          Fomentos e incentivos à inovação:
Inovação Tecnológica como a “concepção       Painel com representantes do governo e
de novo produto ou processo de               empresas
fabricação, bem como a agregação de
novas funcionalidades ou características
ao produto ou processo que implique
melhorias incrementais e efetivo ganho
de     qualidade    ou     produtividade,
resultando em maior competitividade no
mercado.” Considerando que “novo”
pode ser para o mercado, para o país ou
para a empresa e “produto” pode se
referir a um bem ou serviço.

A Lei não limita setor ou atividade
                                             Coordenados pelo professor Carlos
econômica (qualquer ramo que invista em
                                             Arruda, os representantes de órgãos do
pesquisa tecnológica e desenvolvimento
                                             governo estiveram frente a frente com os
de     inovação      tecnológica      está
                                             representantes das empresas para um
contemplado), tem uso automático, sem
                                             diálogo aberto sobre o panorama dos
necessidade de aprovação ou submissão
                                             incentivos e fomentos à inovação no
prévia de projetos, e traz redução de
                                             Brasil.
impostos federais (incentivos visam ganho
de caixa).
                                             Helena Tenório, BNDES, comentou sobre
                                             o número dos recursos totais para
As atividades inovativas sobre as quais
                                             financiamento do Banco, que surgiu na
trata a Lei: pesquisa básica dirigida,
                                             apresentação de Telma Ragonezi e Rafael
pesquisa     aplicada,    desenvolvimento
                                             Levy, de R$ 200 bilhões, dizendo que
experimental, tecnologia industrial básica
                                             esses recursos não são somente para
e serviços de apoio técnico.
                                             inovação. Dentro de uma estatística que
                                             considera somente as linhas específicas
Os principais benefícios da Lei do Bem:
                                             para inovação, o valor seria de R$ 1,5
- exclusão adicional de 60% dos
                                             bilhão. No entanto, se considerar também
   dispêndios com Inovação tecnológica
                                             os valores financiados para compra de
   da Base de Cálculo (BC) do IR e da
                                             máquinas       e      equipamentos      –
   CSLL.
                                             especialmente para as pequenas e micro
- Aumento da exclusão adicional para
                                             empresas, onde eles representam, sim,
   até 80%, conforme aumento no nº de
                                             inovação – o número sobe para 4 ou 5
   pesquisadores.
                                             bilhões. As linhas específicas para
- Aumento da exclusão adicional em
                                             inovação são recentes, datam de 2006,
   mais    20%     se    houver    patente
                                             mas ela não concorda que o BNDES não
   concedida.
                                             tenha financiado a inovação antes disso.
- Redução de 50% de IPI.
                                             Se o propósito do Banco sempre foi elevar
- Depreciação integral no próprio ano de
                                             a competitividade das empresas, parte
   aquisição (IR e CSLL).
disso certamente      estava   ligada   à    que estavam ali têm relacionamento com
inovação.                                    a Finep, tamanha é a abrangência da
                                             agência na área de inovação no Brasil.
Sérgio Queiroz, FAPESP, concentrou sua       Isso porque o trabalho da Finep percorre
breve apresentação em dois programas         todo o ciclo do processo de inovação,
principais da Fapesp, o PIPE (Pesquisa       desde a pesquisa básica, especialmente
Inovativa na Pequena Empresa) e o PIT        dentro das universidades (que recebem
(Parceria para Inovação Tecnológica). O      recursos significativos para modernizar a
primeiro, um programa desenhado para         infraestrutura laboratorial de pesquisa),
estimular que a pesquisa aconteça dentro     até a comercialização pioneira. Dentro
da empresa, trazendo resultados e            desse ciclo, existe o recurso para
benefícios mais permanentes, dispõe um       parcerias entre instituições de pesquisa e
financiamento de cerca de 625 mil, em        empresas, através de chamadas públicas
duas fases. Já o PIT tem o objetivo de       em temas específicos, dependendo dos
fomentar pesquisas em parceria com           fundos setoriais a que estão ligados, e os
instituições de pesquisa do estado de São    recursos       para       projetos      de
Paulo. A pesquisa não é feita dentro da      desenvolvimento                tecnológico
empresa e sim num instituto que pesquisa     capitaneados pelas empresas, cuja linha
temas de interesse da empresa, para          principal é o crédito, operando com
mostrar a importância de fazer parcerias     condições praticadas no PSI. Fechando o
externas nessa área.                         ciclo, a comercialização pioneira é
                                             quando o produto inovador precisa entrar
Eliana Emediato, Ministério da Ciência,      no mercado. Para classificar como
Tecnologia e Inovação, comenta que o         “inovador”, a Finep entende e utiliza os
MCTI não é uma agência, apenas trabalha      conceitos do Manual de Oslo, que
com a parte de políticas como, por           apreendem a inovação no campo
exemplo,      o   acompanhamento      dos    tecnológico e no campo de gestão. Na
projetos inseridos na Lei do Bem. As         prática, a Finep lida com inovação
linhas de financiamento que partem do        tecnológica, com foco de apoio à
Ministério são realizadas pela Finep ou      pesquisa e desenvolvimento de produtos
pelo CNPq. Mas algumas ações de apoio à      e processos, novos ou substancialmente
inovação são feitas pelo MCTI como a         aperfeiçoados.
criação, em conjunto com o CNI, da MEI –
Mobilização Empresarial pela Inovação,       No debate aberto, Rodrigo coloca que,
que tenta trazer a inovação opas             em termos de crédito, a Finep mantém o
empresas de todos os portes. Uma das         fluxo contínuo, basta a empresa procurar.
primeiras ações da MEI é a elaboração de     Mas que, normalmente, não existem
Núcleos de Apoio à Gestão da Inovação.       linhas de financiamento para projetos de
São instituições em cada estado brasileiro   gestão ou modelos de negócios. A Finep
(por enquanto foram criados 24, mas          também não trabalha com linhas para
expandirá para todos) que possam fazer a     importação de máquinas e equipamentos.
capacitação para a gestão de planos de       O responsável por este tipo de
inovação para as empresas. Eliana            financiamento é o BNDES, que o restringe
também falou sobre a criação do Código       para equipamentos sem similar nacional.
de Ciência, Tecnologia e Inovação, que
está sendo debatido no Congresso e deve
trazer novidades para a Lei da Inovação e
Lei do Bem, possivelmente substituindo a
primeira.

Rodrigo Coelho, FINEP, constatou, logo
de início que cerca de 50% das empresas
empresas aprenderam o “caminho das
                                             pedras”, e estão utilizando bem, o que
                                             demonstra que impossível não é. No
                                             entanto, a burocracia e a falta de
                                             integração,      especialmente       nas
                                             exigências, também dificultam bastante.




A Eliana, do MCTI, comenta que, nos
                                             E o plano Brasil Maior?
últimos quatro anos, os órgãos e setores
de financiamento para inovação têm
conseguido se organizar melhor, estar
juntos     em    eventos    e     elaborar
conjuntamente documentos e políticas. A
afirmação vem ao encontro da colocação
de Carlos Arruda de que a FDC, em
pesquisa de campo no Canadá, percebeu
que o movimento da inovação ganha
muito quando todas as instituições estão
reunidas num só ambiente, diminuindo a
burocracia e a quantidade de informações
desencontradas. O Brasil teria muitos        A Dra. Maria Luísa Leal, da ABDI,
órgãos, muitas linhas diferentes e uma       apresentou o Plano Brasil Maior, que é
falta de integração entre eles grande. Os    uma política de continuidade da Política
representantes dos órgãos concordam que      de Desenvolvimento Produtivo. O foco da
seria   um     movimento     interessante,   atual política é a inovação tecnológica e
guardadas algumas ressalvas como, por        o adensamento produtivo, tendo como
exemplo a dificuldade que seria reunir       prioridades      criar    e    fortalecer
linhas e programas federais com              competências críticas da economia
estaduais. Mas existe um consenso de que     nacional, aumentar o adensamento
nunca se trabalhou tão junto como agora.     produtivo e tecnológico das cadeias de
Há alguns projetos que trazem essa           valor, ampliar mercados internos e
tentativa, como a Sala da Inovação, no       externos das empresas brasileiras e
Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, ou     garantir um crescimento socialmente
os Núcleos de Inovação nos estados,          inclusivo e ambientalmente sustentável.
mencionados pela Eliana, mas ainda há
um longo caminho a percorrer.

As empresas também tem um longo
caminho a percorrer, especialmente na
adequação de seus projetos aos critérios
e exigências das linhas de financiamento
de cada agência. Segundo Rodrigo, é
necessário diminuir o mau uso e melhorar
os resultados. Os representantes das
agências são unânimes em afirmar que
recebem muitos projetos insuficientes ou
inadequados. E muitas vezes os recursos
“sobram” pela falta de projetos              O Plano Brasil Maior possui uma Dimensão
aprovados para preenchê-los. Algumas         Estruturante, com diretrizes sociais, uma
Dimensão       Sistêmica,     com     temas   qualificação de RH. Para adensamento
transversais e uma Organização Setorial.      produtivo e tecnológico das Cadeias de
     • Dimensão          Estruturante     -   valor: elevar participação dos setores
         diretrizes sociais:                  intensivos em conhecimento no PIB,
. Fortalecimento de Cadeias Produtivas        fortalecer as micro, pequenas e médias
. Novas Competências tecnológicas e de        empresas e produzir de forma mais limpa
negócios                                      – o que amplia o valor agregado nacional.
. Cadeias de Suprimento de Energia            Os objetivos estratégicos da ampliação de
. Diversificação das Exportações e            mercados são: diversificar as exportações
Internacionalização                           e promover a internacionalização das
. Competências na Economia do                 empresas      brasileiras,    elevar     a
Conhecimento Natural                          participação nacional nos mercados de
     • Dimensão Sistêmica - temas             tecnologias, bens e serviços para energias
         transversais:                        e ampliar acesso a bens e serviços para
. Comércio Exterior                           população. Finalmente, para alcançar o
. Investimento                                desenvolvimento sustentável, o objetivo
. Inovação                                    estratégico é inovar e investir para
. Formação e Qualificação Profissional        ampliar a competitividade, sustentar o
. Produção Sustentável                        crescimento e melhorar a qualidade de
. Competitividade de Pequenos Negócios        vida.
. Ações Especiais em Desenvolvimento
Regional
. Bem Estar do Consumidor                     Até a próxima!
     • Organização Setorial:                  Equipe CRI
. Sistemas de Mecânica, Eletroeletrônica
e Saúde
. Sistemas Intensivos em Escala
. Sistemas Intensivos em Trabalho
. Sistemas do Agronegócio
. Comércio, Logística e Serviços Pessoais

As principais medidas do Plano passam
pelos estímulos ao Investimento e à
Inovação – desonerações tributárias,
financiamento ao investimento e à
inovação, Marco Legal da Inovação –
incluem    o   Comércio    Exterior    –
Desonerações das Exportações, Defesa
Comercial, Financiamento e Garantias
para Exportações e Promoção Comercial –
e atingem a Defesa da Indústria e do
Mercado Interno – Desoneração da Folha
de     Pagamento,    Regime     especial
Automotivo, Compras Governamentais e
Harmonização      de    Políticas    de
Financiamento.

Os objetivos estratégicos do Plano, para
criação     e     fortalecimento     das
competências críticas, são: ampliar o
investimento fixo, elevar dispêndio
empresarial em P&D e aumentar

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Relatório - incentivos e fomentos

  • 1. No encontro em São Paulo, o CRI colocou frente a frente empresas e representantes dos órgãos governamentais que mais apoiam a   inovação como BNDES, FINEP, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI e FAPESP. As quatro agências presentes, FUNDAÇÃO DOM CABRAL  que representam quase 100% das fontes de financiamento à inovação no Brasil, falaram sobre projetos e linhas de CENTRO DE REFERÊNCIA EM  fomento e debateram com as empresas os INOVAÇÃO   principais desafios desse tipo de crédito. Antes do painel com Helena Tenório São Paulo, 18/10/2011  (BNDES), Rodrigo Coelho (FINEP), Eliana Emediato (MCTI) e Sérgio Queiroz Um dos grandes desafios para a (FAPESP) começar, os consultores Telma inovação no Brasil: buscar o diálogo Ragonezi, da ADM Consulting, e Rafael entre empresas e órgãos Levy, da Allagi, fizeram um overview dos governamentais de fomento e incentivo marcos regulatórios e fontes de fomento à atividade inovadora. Esse foi o tema que existem no Brasil, para melhor situar do concorrido encontro do CRI de os participantes e começar o debate com outubro. o máximo de informações sobre a situação. Essas informações também foram compiladas no Caderno de Ideias entregue aos participantes, uma reunião de tudo que é relevante e disponível no país sobre o assunto. Outros dados apresentados antes do painel e usados como “prefácio” da discussão que se seguiria foram os resultados da pesquisa feita com as empresas integrantes do CRI sobre o uso O encontro do Centro de Referência da de incentivos e fomentos para a Inovação de outubro, o segundo do ciclo inovação. A pesquisa revelou que, dentre 2011/2012, trouxe uma discussão das as empresas participantes, 82% utilizam mais relevantes para o desenvolvimento incentivos. 73% das empresas possuem no país: as políticas de incentivos e os uma equipe responsável pela elaboração fomentos governamentais para a de projetos para obtenção de apoio inovação. governamental e 64% possuem instrumentos de acompanhamento O tema, uma solicitação das empresas sistemático das ações do governo. Os integrantes do CRI, reuniu um dos órgãos com os quais as empresas mais se maiores grupos de participantes da relacionam na busca por incentivos e história do encontro, pela oportunidade fomentos à inovação são a Finep (73%), o de entender, dialogar e debater as BNDES (27%), as FAPs de cada estado grandes dúvidas e dificuldades que (27%) e o CNPq (18%). Entre os surgem no caminho entre empresas e instrumentos de incentivo e fomento à órgãos governamentais com suas linhas de inovação, a Lei do Bem é o mais utilizado crédito e fomento à inovação. (por 64% das empresas), seguido pelo
  • 2. Inova Brasil (36%) e pela Subvenção Celulose mostrar como P&D e inovação Econômica (36%). fizeram diferença na história da companhia e levaram a novos rumos toda Outro momento de destaque no dia foi o uma indústria. Os participantes terão debate com a Dra. Maria Luísa, da ABDI, acesso a todas as informações sobre o sobre o recém-lançado Plano Brasil Maior, Caso Suzano na edição do material, que que também faz parte do panorama das deverá ser entregue nos próximos políticas públicas para inovação. encontros, assim como já foi feito com os outros casos apresentados. Anderson Rossi, professor e pesquisador da FDC e coordenador do Centro de Políticas Públicas de Incentivo à Referência da Inovação, relata a Inovação importância de trazer luz e entendimento para as questões que estão impedindo que as empresas passem a usar melhor todos os recursos disponíveis para a inovação: “O Sistema Nacional de Inovação é ancorado no tripé de atores estratégicos: governo, com todos os seus agentes, empresas e universidades. Se um deles não está bem ancorado e equilibrado, o nosso sistema não será robusto e forte. Precisamos encontrar mecanismos para equilibrar e equacionar Os pesquisadores Telma Ragonezi e os esforços desses três atores para que o Rafael Levy apresentaram um overview Brasil consiga se tornar realmente uma dos marcos regulatórios e fontes de nação inovadora de forma sustentada e fomento no Brasil, com a intenção de sustentável. trazer mais informações, trocar experiências e colocar questionamentos O encontro também teve a presença e na roda que serão, no momento seguinte, apresentação do mais novo integrante do levados à debate junto aos grupo, Sr. Anderson Ramires, da PwC, representantes dos órgãos de que falou brevemente sobre a trajetória financiamento à inovação. da empresa, especialmente no que tange a busca pela inovação na área de O Sistema Nacional de Inovação, segundo serviços. eles, tem como principais componentes: as políticas públicas de apoio à inovação, Outras empresas, já integrantes do CRI há com as ações e programas de otimização alguns ciclos, também foram destacadas – do esforço tecnológico o marco legal e parabenizadas – por terem sido regulatório e os mecanismos de apoio classificadas entre os primeiros lugares do financeiro. ranking de empresas mais inovadoras do Brasil, da revista Época Negócios: Os principais marcos legais são a Lei da - a Dow ficou com o 4o lugar na Inovação, de 2004, que cria um ambiente edição 2011 do ranking; propício para as atividades de P&D e - a Vale ficou em 8o lugar e permite subvenção econômica às - o Grupo Fleury com o 15o lugar. empresas, e a Lei do Bem, Capítulo III, de 2005, que oferece incentivos fiscais para Como não podia deixar de ser, o dia foi apoio às atividade de pesquisa, encerrado com a apresentação do Caso de desenvolvimento e inovação tecnológicas Inovação de uma das empresas das empresas. As modalidades de apoio integrantes. A vez foi da Suzano Papel e
  • 3. para financiamento são a participação acionária, os recursos não-reembolsáveis Os recursos disponíveis estão, assim, e os incentivos fiscais. distribuídos entre Agências Públicas, que podem ser federais (FINEP, BNDES, CNPq) A quantidade e complexidade de linhas ou estaduais (FAPESP, FAPEMIG, FAPERJ) existentes, representada pelo mapa das e Programas Regulatórios, como da Fontes de Financiamento à Inovação no ANEEL, do CATI ou da ANP. Brasil desenvolvido pela Telma Ragonezi, O acesso às linhas de fomento hoje é um demonstra como é relativamente fácil item complicador no processo, mesmo uma empresa se perder dentre tantos para as grandes empresas, inclusive caminhos e possibilidades, especialmente gerando custos de preparo de equipe para quando elas não conversam entre si. buscar entender. Mas outras dificuldades também se apresentam como grandes entraves, como as exigências legais diferentes para cada tipo de linha (inclusive com regras de editais mudando a todo momento), a adequação tributária, a falta de informações sobre o que está acontecendo entre as diversas agências ou a difícil elaboração adequada dos projetos. Um ponto importante de entender Está claro que existe um conflito. De um quando se está buscando financiamento lado as empresas estão levantando ou crédito para um determinado projeto questões sobre a falta de informações é que tipo de linha, dentre tantas disponíveis, as exigências legais, os disponíveis, é a que o projeto ou a custos de financiamento. Do outro, vêm empresa precisa. Para ajudar nessa os órgãos, dizendo sobre os equívocos na questão, uma visão geral dos modelos e conceituação dos projetos, na programas foi desenvolvido relacionando conceituação até mesmo do que é qual é a linha de crédito mais apropriada inovação, a incompatibilidade entre o para o tipo de projeto: projeto, a temática e a linha buscada, entre outros. . Institutos de Pesquisa e Inovação – CEPIDs, CT Infra, FNDCT, Institutos O cenário conta com mecanismos ainda Nacionais em consolidação, mas que favorecem a . Parcerias Universidade/Empresa – evolução do ambiente, tanto para Fundos Setoriais, Lei de Inovação, PITE, agências quanto para empresas, com Funtec, Lei do MEC oportunidades crescentes para captação . Pesquisador na Empresa – Bolsas CNPq, de recursos para financiamento de Lei do Bem, Subvenção Pesquisadores atividades de inovação. Mas, se o cenário . Projetos de P&D na empresa – é positivo, é preciso pensar de que forma Subvenção Econômica, Lei do Bem, BNDES alavancar adequadamente as empresas e Inovação Tecnológica os órgãos públicos para que dialoguem . Programa de Inovação na Empresa – melhor sobre a inovação. Finep Inova Brasil, BNDES Capital Inovador Para isso, algumas ferramentas são . Criação de Novos Negócios – PRIME, importantes. Uma delas é o PIPE, Subvenção Econômica, PAPPE monitoramento e o controle: Subvenção, Inovar, Inovar Semente, VC acompanhamento e atualização do que . Parques Tecnológicos – PNI, Ações acontece nas instituições de fomento e Transversais no governo, análise dos programas e
  • 4. linhas disponíveis para inserção dos - Amortização acelerada de ativos projetos, diagnóstico, assessoria e intangíveis para efeito do cálculo de IR acompanhamento na estruturação e no - Redução a zero da alíquota do imposto planejamento dos projetos. sobre a renda retido na fonte sobre registro de marcas e patentes no Lei do Bem exterior. A Lei do Bem (Lei 11.196/05) define Fomentos e incentivos à inovação: Inovação Tecnológica como a “concepção Painel com representantes do governo e de novo produto ou processo de empresas fabricação, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando em maior competitividade no mercado.” Considerando que “novo” pode ser para o mercado, para o país ou para a empresa e “produto” pode se referir a um bem ou serviço. A Lei não limita setor ou atividade Coordenados pelo professor Carlos econômica (qualquer ramo que invista em Arruda, os representantes de órgãos do pesquisa tecnológica e desenvolvimento governo estiveram frente a frente com os de inovação tecnológica está representantes das empresas para um contemplado), tem uso automático, sem diálogo aberto sobre o panorama dos necessidade de aprovação ou submissão incentivos e fomentos à inovação no prévia de projetos, e traz redução de Brasil. impostos federais (incentivos visam ganho de caixa). Helena Tenório, BNDES, comentou sobre o número dos recursos totais para As atividades inovativas sobre as quais financiamento do Banco, que surgiu na trata a Lei: pesquisa básica dirigida, apresentação de Telma Ragonezi e Rafael pesquisa aplicada, desenvolvimento Levy, de R$ 200 bilhões, dizendo que experimental, tecnologia industrial básica esses recursos não são somente para e serviços de apoio técnico. inovação. Dentro de uma estatística que considera somente as linhas específicas Os principais benefícios da Lei do Bem: para inovação, o valor seria de R$ 1,5 - exclusão adicional de 60% dos bilhão. No entanto, se considerar também dispêndios com Inovação tecnológica os valores financiados para compra de da Base de Cálculo (BC) do IR e da máquinas e equipamentos – CSLL. especialmente para as pequenas e micro - Aumento da exclusão adicional para empresas, onde eles representam, sim, até 80%, conforme aumento no nº de inovação – o número sobe para 4 ou 5 pesquisadores. bilhões. As linhas específicas para - Aumento da exclusão adicional em inovação são recentes, datam de 2006, mais 20% se houver patente mas ela não concorda que o BNDES não concedida. tenha financiado a inovação antes disso. - Redução de 50% de IPI. Se o propósito do Banco sempre foi elevar - Depreciação integral no próprio ano de a competitividade das empresas, parte aquisição (IR e CSLL).
  • 5. disso certamente estava ligada à que estavam ali têm relacionamento com inovação. a Finep, tamanha é a abrangência da agência na área de inovação no Brasil. Sérgio Queiroz, FAPESP, concentrou sua Isso porque o trabalho da Finep percorre breve apresentação em dois programas todo o ciclo do processo de inovação, principais da Fapesp, o PIPE (Pesquisa desde a pesquisa básica, especialmente Inovativa na Pequena Empresa) e o PIT dentro das universidades (que recebem (Parceria para Inovação Tecnológica). O recursos significativos para modernizar a primeiro, um programa desenhado para infraestrutura laboratorial de pesquisa), estimular que a pesquisa aconteça dentro até a comercialização pioneira. Dentro da empresa, trazendo resultados e desse ciclo, existe o recurso para benefícios mais permanentes, dispõe um parcerias entre instituições de pesquisa e financiamento de cerca de 625 mil, em empresas, através de chamadas públicas duas fases. Já o PIT tem o objetivo de em temas específicos, dependendo dos fomentar pesquisas em parceria com fundos setoriais a que estão ligados, e os instituições de pesquisa do estado de São recursos para projetos de Paulo. A pesquisa não é feita dentro da desenvolvimento tecnológico empresa e sim num instituto que pesquisa capitaneados pelas empresas, cuja linha temas de interesse da empresa, para principal é o crédito, operando com mostrar a importância de fazer parcerias condições praticadas no PSI. Fechando o externas nessa área. ciclo, a comercialização pioneira é quando o produto inovador precisa entrar Eliana Emediato, Ministério da Ciência, no mercado. Para classificar como Tecnologia e Inovação, comenta que o “inovador”, a Finep entende e utiliza os MCTI não é uma agência, apenas trabalha conceitos do Manual de Oslo, que com a parte de políticas como, por apreendem a inovação no campo exemplo, o acompanhamento dos tecnológico e no campo de gestão. Na projetos inseridos na Lei do Bem. As prática, a Finep lida com inovação linhas de financiamento que partem do tecnológica, com foco de apoio à Ministério são realizadas pela Finep ou pesquisa e desenvolvimento de produtos pelo CNPq. Mas algumas ações de apoio à e processos, novos ou substancialmente inovação são feitas pelo MCTI como a aperfeiçoados. criação, em conjunto com o CNI, da MEI – Mobilização Empresarial pela Inovação, No debate aberto, Rodrigo coloca que, que tenta trazer a inovação opas em termos de crédito, a Finep mantém o empresas de todos os portes. Uma das fluxo contínuo, basta a empresa procurar. primeiras ações da MEI é a elaboração de Mas que, normalmente, não existem Núcleos de Apoio à Gestão da Inovação. linhas de financiamento para projetos de São instituições em cada estado brasileiro gestão ou modelos de negócios. A Finep (por enquanto foram criados 24, mas também não trabalha com linhas para expandirá para todos) que possam fazer a importação de máquinas e equipamentos. capacitação para a gestão de planos de O responsável por este tipo de inovação para as empresas. Eliana financiamento é o BNDES, que o restringe também falou sobre a criação do Código para equipamentos sem similar nacional. de Ciência, Tecnologia e Inovação, que está sendo debatido no Congresso e deve trazer novidades para a Lei da Inovação e Lei do Bem, possivelmente substituindo a primeira. Rodrigo Coelho, FINEP, constatou, logo de início que cerca de 50% das empresas
  • 6. empresas aprenderam o “caminho das pedras”, e estão utilizando bem, o que demonstra que impossível não é. No entanto, a burocracia e a falta de integração, especialmente nas exigências, também dificultam bastante. A Eliana, do MCTI, comenta que, nos E o plano Brasil Maior? últimos quatro anos, os órgãos e setores de financiamento para inovação têm conseguido se organizar melhor, estar juntos em eventos e elaborar conjuntamente documentos e políticas. A afirmação vem ao encontro da colocação de Carlos Arruda de que a FDC, em pesquisa de campo no Canadá, percebeu que o movimento da inovação ganha muito quando todas as instituições estão reunidas num só ambiente, diminuindo a burocracia e a quantidade de informações desencontradas. O Brasil teria muitos A Dra. Maria Luísa Leal, da ABDI, órgãos, muitas linhas diferentes e uma apresentou o Plano Brasil Maior, que é falta de integração entre eles grande. Os uma política de continuidade da Política representantes dos órgãos concordam que de Desenvolvimento Produtivo. O foco da seria um movimento interessante, atual política é a inovação tecnológica e guardadas algumas ressalvas como, por o adensamento produtivo, tendo como exemplo a dificuldade que seria reunir prioridades criar e fortalecer linhas e programas federais com competências críticas da economia estaduais. Mas existe um consenso de que nacional, aumentar o adensamento nunca se trabalhou tão junto como agora. produtivo e tecnológico das cadeias de Há alguns projetos que trazem essa valor, ampliar mercados internos e tentativa, como a Sala da Inovação, no externos das empresas brasileiras e Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, ou garantir um crescimento socialmente os Núcleos de Inovação nos estados, inclusivo e ambientalmente sustentável. mencionados pela Eliana, mas ainda há um longo caminho a percorrer. As empresas também tem um longo caminho a percorrer, especialmente na adequação de seus projetos aos critérios e exigências das linhas de financiamento de cada agência. Segundo Rodrigo, é necessário diminuir o mau uso e melhorar os resultados. Os representantes das agências são unânimes em afirmar que recebem muitos projetos insuficientes ou inadequados. E muitas vezes os recursos “sobram” pela falta de projetos O Plano Brasil Maior possui uma Dimensão aprovados para preenchê-los. Algumas Estruturante, com diretrizes sociais, uma
  • 7. Dimensão Sistêmica, com temas qualificação de RH. Para adensamento transversais e uma Organização Setorial. produtivo e tecnológico das Cadeias de • Dimensão Estruturante - valor: elevar participação dos setores diretrizes sociais: intensivos em conhecimento no PIB, . Fortalecimento de Cadeias Produtivas fortalecer as micro, pequenas e médias . Novas Competências tecnológicas e de empresas e produzir de forma mais limpa negócios – o que amplia o valor agregado nacional. . Cadeias de Suprimento de Energia Os objetivos estratégicos da ampliação de . Diversificação das Exportações e mercados são: diversificar as exportações Internacionalização e promover a internacionalização das . Competências na Economia do empresas brasileiras, elevar a Conhecimento Natural participação nacional nos mercados de • Dimensão Sistêmica - temas tecnologias, bens e serviços para energias transversais: e ampliar acesso a bens e serviços para . Comércio Exterior população. Finalmente, para alcançar o . Investimento desenvolvimento sustentável, o objetivo . Inovação estratégico é inovar e investir para . Formação e Qualificação Profissional ampliar a competitividade, sustentar o . Produção Sustentável crescimento e melhorar a qualidade de . Competitividade de Pequenos Negócios vida. . Ações Especiais em Desenvolvimento Regional . Bem Estar do Consumidor Até a próxima! • Organização Setorial: Equipe CRI . Sistemas de Mecânica, Eletroeletrônica e Saúde . Sistemas Intensivos em Escala . Sistemas Intensivos em Trabalho . Sistemas do Agronegócio . Comércio, Logística e Serviços Pessoais As principais medidas do Plano passam pelos estímulos ao Investimento e à Inovação – desonerações tributárias, financiamento ao investimento e à inovação, Marco Legal da Inovação – incluem o Comércio Exterior – Desonerações das Exportações, Defesa Comercial, Financiamento e Garantias para Exportações e Promoção Comercial – e atingem a Defesa da Indústria e do Mercado Interno – Desoneração da Folha de Pagamento, Regime especial Automotivo, Compras Governamentais e Harmonização de Políticas de Financiamento. Os objetivos estratégicos do Plano, para criação e fortalecimento das competências críticas, são: ampliar o investimento fixo, elevar dispêndio empresarial em P&D e aumentar