O documento discute a gestão sustentável de resíduos orgânicos através da vermicompostagem. Apresenta os tipos de resíduos, problemas associados à sua gestão inadequada, e soluções como a vermicompostagem doméstica, rural e industrial. Discutem-se também as vantagens da vermicompostagem de lamas de ETAR e a produção de fertilizantes orgânicos a partir deste processo.
3. DEFINIÇÃO
Resíduo é “todo e qualquer objecto que o seu
detentor se desfaz ou tem a intenção em se
desfazer”.
Decreto-Lei n.º 178/2006 de 3 de Setembro
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http://www.auburnwa.gov/
4. QUE TIPOLOGIAS (TIPOS) DE RESÍDUOS
EXISTEM?
Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) – onde se
inclui a fracção orgânica;
Resíduos verdes;
Lamas de Estações de Tratamento de Águas
residuais (ETAR);
Resíduos de Construção e Demolição
(Entulhos);
Resíduos Hospitalares;
Pilhas & acumuladores;
Pneus usados;
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5. QUE TIPOLOGIAS (TIPOS) DE RESÍDUOS
EXISTEM?
Veículos em fim de vida;
Óleos Alimentares Usados (OAU);
Resíduos de equipamentos eléctricos e
electrónicos;
Resíduos agrícolas;
Resíduos florestais.
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6. RESÍDUOS ORGÂNICOS
Situação actual / Produção;
Problemas associados associados á sua gestão;
Soluções de tratamento e valorização;
Potencialidades;
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Resíduos alimentares
Verdes
Lamas de ETAR urbanas e industriais
Resíduos agrícolas
Resíduos florestais
Papel e cartão
Óleos alimentares usados
7. SITUAÇÃO ACTUAL
CAPITAÇÃO EM RESÍDUOS
Diz respeito à quantidade de resíduos produzida
por determinada população sendo o resultado
apresentado em kg/habitante/ano.
A capitação varia em função da população (inc.
sectores de actividade), dimensão do agregado
populacional, área geográfica, etc.
Através deste valor são estimadas as produções
de diversas tipologias de resíduos, incluíndo os
orgânicos.
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8. SITUAÇÃO ACTUAL
A produção de RSU no Continente atingiu, no ano
de 2005, cerca de 1,7 milhões de toneladas,
correspondente a uma capitação média diária de
1,3 kg por habitante por dia.
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9. COMPOSIÇÃO E CAPITAÇÃO
RESÍDUOS ORGÂNICOS
Tipologia
Composição
(%)
Capitação
(g por habitante por dia)
ERSUC LIPOR ERSUC LIPOR
Resíduos
alimentares
29,7 33,2 362,2 443,0
Resíduos de
jardim
5,6 6,2 68,4 82,7
Embalagens de
papel
1,1 0,7 13,7 9,3
Jornais,
revistas e
folhetos
5,3 6,2 65,2 82,7
Papel de
escritório
0,7 0,8 7,9 10,7
Embalagens de
cartão
5,8 6,4 71,2 85,4
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10. ESTIMATIVAS
RESÍDUOS ALIMENTARES
ERSUC:
Produção de resíduos orgânicos:
362,2 g por habitante por dia;
Produção anual: 362,2 g x 365 dias
132,2 kg por habitante por ano
Produção anual (Portugal)
132,2 kg x 10.000.000
1 322 000 toneladas de resíduos alimentares
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11. PROBLEMAS ASSOCIADOS À INCORRECTA
GESTÃO DOS RESÍDUOS ORGÂNICOS
Ineficiente gestão dos
recursos existentes;
Utilização indevida de
adubos e pesticidas –
poluição e contaminação
do solo e cursos de água.
Redução dos níveis de
matéria orgânica do solo;
Sobre-lotação dos
Aterros Sanitários;
Qualidade duvidosa dos
produtos hortícolas e
frutícolas.
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12. SOLUÇÕES PARA O
TRATAMENTO E
VALORIZAÇÃO DOS
RESÍDUOS ORGÂNICOS
VERMICOMPOSTAGEM
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Lourenço, 2010
13. SOLUÇÕES PARA TRATAMENTO E
VALORIZAÇÃO
VERMICOMPOSTAGEM - DEFINIÇÃO
Degradação controlada pelo Homem, na presença de
oxigénio e a temperaturas moderadas, dos resíduos
orgânicos utilizando-se a minhoca como agente
biológico;
Desta degradação resultam produtos como o
vermicomposto, o chá de vermicomposto e minhocas
recém-nascidas;
A vermicompostagem pode ser realizada em
pequena, média ou grande-escala.
14. OBJECTIVOS DA VERMICOMPOSTAGEM
Redução e eliminação da perigosidade associada
aos resíduos;
Tratamento e valorização controlada dos resíduos;
Aumento dos teores de matéria orgânica nos solos
Poupança de recursos naturais;
Aumento da fertilidade e produtividade do solo;
Diminuição da poluição.
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15. QUAIS OS BENEFÍCIOS
Aumento do tempo de vida útil dos Aterros
Sanitários;
Produção de fertilizantes orgânicos e
supressivos a baixo custo;
Redução da poluição resultante da aplicação de
adubos minerais;
Autonomia e independêndia por parte do
produtor;
Cumprimento de estratégias comunitárias.
17. QUE RESÍDUOS PODEM SER VALORIZADOS
Fracção orgânica dos RSU
– resíduos alimentares;
Papel e cartão;
Lamas de ETAR e industriais;
Resíduos verdes;
Resíduos florestais;
Estrumes;
Óleos alimentares usados.
Todos os
de natureza
orgânica
18. TIPOS/ESCALAS DE VERMICOMPOSTAGEM
VERMICOMPOSTAGEM DOMÉSTICA
Pequena escala - na varanda, no escritório, no
jardim.
VERMICOMPOSTAGEM EM ESPAÇO RURAL
Média escala - na quinta, na exploração ou
espaço agrícola.
VERMICOMPOSTAGEM INDUSTRIAL
Grande escala - em grandes unidades
centralizadas para tratamento de resíduos.
19. VERMICOMPOSTAGEM DOMÉSTICA
Vermicompostor doméstico de 3 a 4
compartimentos;
Método simples e prático podendo
ser realizado no jardim, cozinha ou
varanda;
Resíduos que deverão ser
valorizados: resíduos alimentares e
de cozinha;
Quantidade de resíduos valorizados:
100 kg por ano.
20. VERMICOMPOSTAGEM EM ESPAÇO RURAL
1 a 2 canteiros de 10,0 m
de comprimento, 1,0 a 2,0
m de largura e altura até 0,4
m;
Canteiros reutilizando
materiais (ex: pneus
usados);
Utilização de fertilizantes
orgânicos a partir dos
resíduos produzidos na
própria exploração:
estrumes, resíduos das
culturas e biomassa
florestal – apoio à própria
exploração.
22. VERMICOMPOSTAGEM INDUSTRIAL
Grandes quantidades
de resíduos
recolhidos,
armazenados e
valorizados;
Tratamento e
valorização da fracção
orgânica dos resíduos
sólidos urbanos,
lamas de ETAR,
verdes.
Parceria entre
empresas do sector e
Sistemas Municipais
de Gestão de
Resíduos.
24. UNIDADE DE VERMICOMPOSTAGEM
MÉDIA E LARGA-ESCALA
Tratamento de
elevadas quantidades
de resíduos;
Quantidade tratada
superior a 250 kg de
resíduos por semana.
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25. A MINHOCA DOS RESÍDUOS ORGÂNICOS
Eisenia foetida
Ingerem por dia o equivalente a metade e até ao total
do seu peso em resíduos;
São hermafroditas incompletos – necessitam do
parceiro para acasalarem;
São uma espécie animal fotofóbica – sensíveis à luz
natural ou artificial;
O peso no estado adulto é variável dependendo da
espécie e do tipo de resíduos.
26. BENEFÍCIOS DOS PRODUTOS OBTIDOS
VERMICOMPOSTO + CHÁ DE VERMICOMPOSTO
Maior resistência e sanidade das plantas fruto da
supressão de pragas e doenças;
Melhoria da estrutura, porosidade e densidade
aparente do solo com melhores condições para as
raízes;
Aumento da fertilidade do solo;
Solos leves e pouco densos: aumenta a capacidade de
retenção de água
- Menor perda de água e lixiviação de nutrientes.
Solos pesados e mais densos: aumenta a taxa de
infiltração e a permeabilidade.
- Melhor drenagem
- Menor escorrência superficial (redução da erosão).
32. CASO PARTICULAR
LAMAS DE ETAR
CARACTERÍSTICAS
PROBLEMAS
SOLUÇÕES DE
TRATAMENTO
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Lamas de ETAR em processo de desidratação (secagem).
Lourenço, (2010)
33. LAMAS DE ETAR
CARACTERIZAÇÃO
As lamas de Estações de Tratamento de Águas Residuais
(ETAR) domésticas, urbanas ou industriais são caracterizadas
pela presença de:
◦ Materiais orgânicos;
◦ Nutrientes;
◦ Microrganismos patogénicos;
◦ Metais pesados;
◦ Outros contaminantes.
• Na presença de elevada humidade muitos dos compostos
solúveis presentes têm tendência a sofrer evaporação
originando maus odores;
• Processos pouco eficientes também poderão originar maus
odores;
• Lamas desidratadas não possuem maus odores.
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34. LAMAS
CARACTERIZAÇÃO
Os maus odores das
lamas são igualmente
caracterizados pelos
processos de tratamento
associados, na sua
maioria na ausência de
oxigénio;
A vermicompostagem
aumenta o arejamento e
porosidade da lama,
oxigenando o meio e
eliminando a produção
de maus odores.
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35. LAMAS DE ETAR
SEQUÊNCIA DE TRATAMENTO
• Lamas de ETAR
• Matéria orgânica, sais
minerais, água
Tratamento
anaeróbio
• Libertação de compostos
resultantes da ausência
de oxigénio por
organismos específicos;
• Lama não desidratada.
Maus odores
• Arejamento
• Resolvimento do material
por acção da minhoca
Vermicompostagem
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AUSÊNCIA DE MAUS
ODORES
36. VERMICOMPOSTAGEM
TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE LAMAS E ETAR
Ausência de maus odores;
Eliminação de organismos
patogénicos, causadores
de infecções e doenças;
Eliminação da sua
perigosidade – aplicação
em solo agrícola;
Produção de
vermicomposto.
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40. BENEFÍCIOS
CHÁ DE VERMICOMPOSTO
É um bionutriente ou também chamado de solução
nutritiva produzido a partir do vermicomposto;
Possui elevada concentração em fauna microbiana e
nutrientes em solução;
A sua propriedade é a capacidade supressiva de pragas
e doenças nas plantas;
Pode ser aplicado em fertirrega ou em hidroponia.
41. BENEFÍCIOS
MINHOCAS EPÍGEAS
Acumulam metais pesados no seu
organismo, funcionando como
biofiltros e bioacumuladores;
Funcionam ainda como
bioremediadores de solos
contaminados;
Através dos seus movimentos de
contracção e distenção revolvem e
arejam o solo;
Estabelecem relacões de simbiose
com os microrganismos aumentando
a biodiversidade do solo, reduzindo a
propagação de organismos
patogénicos.
42. BENEFÍCIOS
PRODUÇÃO DE PRODUTOS HORTÍCOLAS E FRUTÍCOLAS
Lucro e autonomia para o
produtor;
Aumento da fertilidade e
produtividade do solo;
Redução da poluição
provocada por adubos de
síntese e fitossanitários;
Produtos de melhor
qualidade.
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43. FERTILIDADE E PRODUTIVIDADE
Durante o seu crescimento e desenvolvimento, a planta
extrai os nutrientes do solo ou do substrato,
necessitando-se, para o primeiro caso, que estes sejam
repostos de forma a ser mantida a sua fertilidade;
O vermicomposto, por apresentar lenta mineralização,
fornece os nutrientes de forma controlada, de acordo
com as necessidades da planta.
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44. SEQUÊNCIA DO PROCESSO
(CICLO DOS NUTRIENTES)
Produção de
resíduos
Recolha
selectiva
Tratamento
Vermicomposto
Fertilização
Produtos
agrícolas
45. CHÁ DE VERMICOMPOSTO
PRODUÇÃO
Extração do vermicomposto
para um tanque contendo
um volume fixo de água;
A extracção é realizada na
presença de oxigénio e
nutrientes.
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Volume: 100 L
48. CHÁ DE VERMICOMPOSTO
APLICAÇÃO / BENEFÍCIOS
Fertirrega
◦ Solo ou pulverização
Hidroponia;
Combate a pragas e doenças em culturas;
Catalizador (acelerador) de decomposição de resíduos;
Aumento da fauna microbiana do solo.
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49. CHÁ DE VERMICOMPOSTO
PROCESSO
I
• Elevada presença de bactérias, fungos e outros
microrganismos
II
• Estes microrganismos irão utilizar os nutrientes
existentes que inicialmente seriam utilizados pelos
organismos patogénicos
III
• Deste processo resulta a redução/destruição dos
organismos patogénicos
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Sanidade vegetal
51. BENEFÍCIOS DOS PRODUTOS OBTIDOS
VERMICOMPOSTO + CHÁ DE VERMICOMPOSTO
Competição entre os nutrientes existentes, resultando
em redução das populações patogénicas;
Na aplicação foliar, existe a criação de um biofilme
por parte dos organismos benéficos, impedindo os
patogénicos de colonizarem a superfície das folhas.
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52. HIDROPONIA
DEFINIÇÃO
Hidroponia deriva do
grego, dos radicais hydro
= água e ponos =
trabalho;
As culturas são
cultivadas sem solo em
substratos inertes
sujeitos a uma solução
nutritiva – por ex. chá de
vermicomposto.
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53. VERMICOMPOSTAGEM
CONCLUSÃO
A vermicompostagem pode ser desenvolvida de forma fácil e
prática;
A vermicompostagem possibilita o aproveitamento e
valorização dos resíduos orgânicos produzindo-se
vermicomposto, chá de vermicomposto e minhocas;
Para realizar vermicompostagem doméstica necessita de
resíduos, minhocas, 1 vermicompostor e 5 minutos diários
de manutenção;
A vermicompostagem pode ser realizada em casa ou no
jardim (doméstica), numa exploração agrícola (rural) ou por
empresas ou Associações de Municípios (industrial).
55. FUTURAMB
ALGUNS PROJECTOS FUTUROS
Publicações;
◦ Guia do chá de vermicomposto
◦ Manual de vermicompostagem para a Agricultura Biológica / Orgânica
• Elaboração de um normativo para vermicomposto e chá de
vermicomposto;
• Métodos para a remoção de contaminantes do solo utilizando
minhocas.
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57. FUTURAMB
QUEM SOMOS
NELSON LOURENÇO
Mestre em Gestão Sustentável dos Espaços Rurais
Licenciado em Engenharia do Ambiente
Formador
Departamento Científico e de Engenharia Ambiental - DCEA
Centro de Pesquisa e Investigação em Vermicompostagem - CPIV
Telemóvel: 967359487
cientifico@futuramb.com
SÓNIA COELHO
Técnica Superior de Higiene e Segurança no Trabalho
Formadora
Licenciada em Educação Social
Departamento de Formação / Departamento Comercial
Telemóvel: 963851179
comercial@futuramb.com