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 O Cangaço foi um fenômeno ocorrido no
nordeste brasileiro em meados do século 19
ao início do século 20. O cangaço tem suas
raízes em questões sociais do Nordeste
brasileiro, caracterizando-se por ações
violentas de grupos ou indivíduos isolados
que assaltavam fazendas, sequestravam
coronéis (grandes fazendeiros) e saqueavam
comboios e armazéns. Não tinham moradia
fixa pois eles viviam vagando pelo sertão
brasileiro, como nômades, praticando crimes,
fugindo e se escondendo.
 O primeiro bando de cangaceiros que se
tem conhecimento foi o de Jesuíno Alves de
Melo Calado, o "Jesuíno Brilhante", que agiu
por volta de 1870, embora alguns
historiadores atribuam a Lucas Evangelista o
feito de ser o primeiro a agregar um grupo
característico de cangaço, nos arredores de
Feira de Santana (em 1828), sendo ele preso
junto com a sua quadrilha em 28 de Janeiro
de 1848 por provocar durante vinte anos
assaltos contra a população da Feira. O
último grupo cangaceiro foi o de "Corisco"
(Cristino Gomes da Silva Cleto), que foi
assassinado em 25 de maio de 1940.
 Após a morte de Corisco destacou-se o líder
de uma quadrilha de cangaceiros que atuou
por quase duas décadas no nordeste
brasileiro, Virgulino Ferreira da Silva o
Lampião.
 Lampião fez um reinado de violências e
ousadias o que levou ele e seu bando a
fazerem ataques à grandes cidades do
sertão, como em Limoeiro do Norte (CE) e
em Queimadas (BA), onde o bando ficou por
ali, matando, saqueando e impondo a sua
vontade pelo tempo que ali permaneceu.
 Lampião tornou-se um personagem
imaginário nacional, onde era caracterizado
como uma espécie de Robin Hood, pois
roubava dos ricos para dar aos pobres e era
caracterizado como uma figura pré-
revolucionária, que questionava e advertia a
ordem social de sua época e região.
 Por parte das autoridades, Lampião
simbolizava a brutalidade, o mal e até
mesmo uma doença que precisava ser
cortada. Para uma parte da população do
sertão, ele encarnou valores como a bravura,
o heroísmo e o senso da honra.
 O agravamento do problema do cangaço
levou as polícias estaduais a criarem forças
especiais para combatê-lo, as chamadas
"volantes", comandadas por policiais de
carreira, mas formadas por "soldados"
temporários e cujos métodos de atuação
(em especial à população pobre) não era
muito diferente daqueles dos próprios
cangaceiros. Quanto ao governo federal,
seu descaso pelo cangaço foi sempre o
mesmo manifestado pelo semi-árido de um
modo geral.
 Os cangaceiros conheciam bem a Caatinga,
e por isso, era fácil fugir das autoridades,
conheciam plantas medicinais, fontes de
água, locais com alimento, rotas de fuga e
lugares de difícil acesso. Mas em 1938, o
governo de Alagoas se empenhou na
captura de Lampião. Uma volante
comandada por João Bezerra conseguiu
cercá-lo na fazenda de Angicos, um refúgio
no Estado de Sergipe. Depois de vinte
minutos de tiroteio, cerca de 40 cangaceiros
conseguiram escapar, mas onze foram
mortos, entre eles o líder do bando e sua
mulher, conhecida como Maria Bonita.
 Os cangaceiros foram degolados e suas
cabeças colocadas em latas contendo
aguardente e cal, para conservá-las. Foram
expostas por todo o Nordeste e por onde
eram levadas atraiam multidões, suas
cabeças ficaram expostas no museu Nina
Rodrigues até 1968, quando finalmente foram
sepultadas.
 Este acontecimento veio a marcar o final do
cangaço, pois, a partir da repercussão da
morte de Lampião, os chefes dos outros
bandos existentes na Bahia vieram a se
entregar às autoridades policiais para não
serem mortos.
 Lampião e Maria bonita se tornaram mitos
em todo o nordeste brasileiro ao misturar
riqueza, extravagância e barbaridade,
lançando no país o banditismo de
ostentação, onde o enfeite e o ornamento
eram destaques particulares aos crimes.
 Lampião estava sempre vestido de maneira
extravagante, com roupas de cores
berrantes, chapéus grandes, cintos
elaborados, lenços e etc... E ele sempre
estava enfeitado de medalhas e anéis,
colares e broches. Lampião e seu bando
criaram sua própria moda de forma
autentica.
 Naquele tempo as armas eram bacamartes
e espingardas de ante cargas, como por
exemplo:
 Bacamarte Turco: Possuía 68 cm e era
adaptada por um sistema de pederneira e
percussão. Posteriormente foi adaptada pela
introdução do cartucho metálico.
 Carabina Winchester de 1873: Era conhecida
como “Papo Amarelo” por ter o elevador de
munição amarelo, foi por muitos anos a arma
principal do cangaço. As mais usadas no
Nordeste tinham 20 polegadas com um cano
octogonal e suportavam até 12 tiros.
 Pistola Luguer 1908: Lampião usava uma
quando foi abatido. Esta arma é famosa até
hoje no nordeste, onde as história de sua
potência entraram para o imaginário
popular. Outras pistolas certamente de
diversas origens, podiam ser encontradas,
principalmente as belgas (muitas da marca
FN ) e espanholas (sendo mais comuns as do
tipo “Ruby” ). Eles carregavam armas de
bolso como Bulldog de calibre 5,5mm, pois
eram tremendamente populares e não há
motivo para não se pensar que um ou outro
as usasse como 3ª ou 4ª arma reserva.
 Adaga Paraibana: É um complemento das
armas de fogo que era usada por todos
cangaceiros. Era usada para “sangrar” como
eles diziam os “cabra safado” e “macacos
das volantes” (sangrar era enfiar a adaga no
pé da garganta ou clavícula, atingindo
coração e pulmões, como se faziam com os
porcos).
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resolvia as questões pessoais. E muitos dizem
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O cangaço

  • 1.
  • 2.  O Cangaço foi um fenômeno ocorrido no nordeste brasileiro em meados do século 19 ao início do século 20. O cangaço tem suas raízes em questões sociais do Nordeste brasileiro, caracterizando-se por ações violentas de grupos ou indivíduos isolados que assaltavam fazendas, sequestravam coronéis (grandes fazendeiros) e saqueavam comboios e armazéns. Não tinham moradia fixa pois eles viviam vagando pelo sertão brasileiro, como nômades, praticando crimes, fugindo e se escondendo.
  • 3.  O primeiro bando de cangaceiros que se tem conhecimento foi o de Jesuíno Alves de Melo Calado, o "Jesuíno Brilhante", que agiu por volta de 1870, embora alguns historiadores atribuam a Lucas Evangelista o feito de ser o primeiro a agregar um grupo característico de cangaço, nos arredores de Feira de Santana (em 1828), sendo ele preso junto com a sua quadrilha em 28 de Janeiro de 1848 por provocar durante vinte anos assaltos contra a população da Feira. O último grupo cangaceiro foi o de "Corisco" (Cristino Gomes da Silva Cleto), que foi assassinado em 25 de maio de 1940.
  • 4.  Após a morte de Corisco destacou-se o líder de uma quadrilha de cangaceiros que atuou por quase duas décadas no nordeste brasileiro, Virgulino Ferreira da Silva o Lampião.  Lampião fez um reinado de violências e ousadias o que levou ele e seu bando a fazerem ataques à grandes cidades do sertão, como em Limoeiro do Norte (CE) e em Queimadas (BA), onde o bando ficou por ali, matando, saqueando e impondo a sua vontade pelo tempo que ali permaneceu.
  • 5.  Lampião tornou-se um personagem imaginário nacional, onde era caracterizado como uma espécie de Robin Hood, pois roubava dos ricos para dar aos pobres e era caracterizado como uma figura pré- revolucionária, que questionava e advertia a ordem social de sua época e região.  Por parte das autoridades, Lampião simbolizava a brutalidade, o mal e até mesmo uma doença que precisava ser cortada. Para uma parte da população do sertão, ele encarnou valores como a bravura, o heroísmo e o senso da honra.
  • 6.  O agravamento do problema do cangaço levou as polícias estaduais a criarem forças especiais para combatê-lo, as chamadas "volantes", comandadas por policiais de carreira, mas formadas por "soldados" temporários e cujos métodos de atuação (em especial à população pobre) não era muito diferente daqueles dos próprios cangaceiros. Quanto ao governo federal, seu descaso pelo cangaço foi sempre o mesmo manifestado pelo semi-árido de um modo geral.
  • 7.  Os cangaceiros conheciam bem a Caatinga, e por isso, era fácil fugir das autoridades, conheciam plantas medicinais, fontes de água, locais com alimento, rotas de fuga e lugares de difícil acesso. Mas em 1938, o governo de Alagoas se empenhou na captura de Lampião. Uma volante comandada por João Bezerra conseguiu cercá-lo na fazenda de Angicos, um refúgio no Estado de Sergipe. Depois de vinte minutos de tiroteio, cerca de 40 cangaceiros conseguiram escapar, mas onze foram mortos, entre eles o líder do bando e sua mulher, conhecida como Maria Bonita.
  • 8.  Os cangaceiros foram degolados e suas cabeças colocadas em latas contendo aguardente e cal, para conservá-las. Foram expostas por todo o Nordeste e por onde eram levadas atraiam multidões, suas cabeças ficaram expostas no museu Nina Rodrigues até 1968, quando finalmente foram sepultadas.  Este acontecimento veio a marcar o final do cangaço, pois, a partir da repercussão da morte de Lampião, os chefes dos outros bandos existentes na Bahia vieram a se entregar às autoridades policiais para não serem mortos.
  • 9.  Lampião e Maria bonita se tornaram mitos em todo o nordeste brasileiro ao misturar riqueza, extravagância e barbaridade, lançando no país o banditismo de ostentação, onde o enfeite e o ornamento eram destaques particulares aos crimes.  Lampião estava sempre vestido de maneira extravagante, com roupas de cores berrantes, chapéus grandes, cintos elaborados, lenços e etc... E ele sempre estava enfeitado de medalhas e anéis, colares e broches. Lampião e seu bando criaram sua própria moda de forma autentica.
  • 10.  Naquele tempo as armas eram bacamartes e espingardas de ante cargas, como por exemplo:  Bacamarte Turco: Possuía 68 cm e era adaptada por um sistema de pederneira e percussão. Posteriormente foi adaptada pela introdução do cartucho metálico.  Carabina Winchester de 1873: Era conhecida como “Papo Amarelo” por ter o elevador de munição amarelo, foi por muitos anos a arma principal do cangaço. As mais usadas no Nordeste tinham 20 polegadas com um cano octogonal e suportavam até 12 tiros.
  • 11.  Pistola Luguer 1908: Lampião usava uma quando foi abatido. Esta arma é famosa até hoje no nordeste, onde as história de sua potência entraram para o imaginário popular. Outras pistolas certamente de diversas origens, podiam ser encontradas, principalmente as belgas (muitas da marca FN ) e espanholas (sendo mais comuns as do tipo “Ruby” ). Eles carregavam armas de bolso como Bulldog de calibre 5,5mm, pois eram tremendamente populares e não há motivo para não se pensar que um ou outro as usasse como 3ª ou 4ª arma reserva.
  • 12.  Adaga Paraibana: É um complemento das armas de fogo que era usada por todos cangaceiros. Era usada para “sangrar” como eles diziam os “cabra safado” e “macacos das volantes” (sangrar era enfiar a adaga no pé da garganta ou clavícula, atingindo coração e pulmões, como se faziam com os porcos).  Era a arma de combates corpo a corpo e resolvia as questões pessoais. E muitos dizem que no processo de fabricação, a lâmina em brasa era mergulhada em veneno não em água, recebendo uma têmpera mortal, que infeccionava os ferimentos.
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