Este documento apresenta informações sobre bovinocultura de corte, incluindo:
1) Custeio do gado de corte, com destaque para a alimentação como principal item de despesa;
2) Calendário de atividades para bovinos de corte, com ênfase na importância da estação de monta;
3) Análise da necessidade nutricional do rebanho de acordo com o período de gestação das vacas.
1. 5º Encontro do Ciclo de Treinamento Exagro – 07/02/09
BOVINOCULTURA DE CORTE
Marcelino Paulinelli
Jenner Missiagia
Nelson Araújo
Artur Santos
2.
3. Maranhão
Centro sul Pará
Amazonas
Acre Piauí
Tocantins
Rondônia Mato Bahia
Grosso
Goiás
Minas
M. G. Gerais
do Sul São
Paulo
Paraná
24/03/08
4. Custeio Gado de Corte
Nutrição mineral
2% 2% Mão de obra
4% 3%
3% 38%
7% Manutenção de pastagens e
benfeitorias
Vacinas e medicamentos
9%
Adubos e corretivos
Combustíveis e lubrificantes
Despesa com sede
15%
Irrigação
16%
Consultoria
Impostos
5. Calendário de Atividades
CALENDÁRIO DE ATIVIDADES EM BOVINOS DE CORTE
Atividade Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Distribuição de chuva (mm) 180 130 100 30 0 0 0 0 0 50 100 170
Capacitação dos funcionários X X
Exame andrológico X
Estação de monta X X X X
Diagnóstico de gestação intermediário X
Diagnóstico de gestação final X
Estação de nascimentos X X X X
Desmama X X X
Manutenção e distribuição de aguadas (limpeza de
bebedouros) X X
Manutenção de cercas X X X X
Manutenção de pastagens (roçadas) X X X X X
Manutenção de pastagens (reformas) X X X
Nutrição mineral nas águas X X X X X X
Nutrição mineral nas secas (proteinado) X X X X X X
Pesagem da recria X X
Acompanhamento da evolução de ganho de peso X X
Semi-confinamento X X X
Confinamento X X X X X X
Vacina aftosa X X
Vacina Brucelose X
Vacina Clostridioses X X X X X
Vacina Leptospirose X
Vermifugação de adultos X
Vermifugação de bezerros X X X X
Combate ectoparasitas*
*Neste caso, a administração dos produtos será feita de acordo com o nível de infestação
6. Por que fazer a Estação de Monta?
• Necessidade nutricional X produção de forragem
• Simplificar e otimizar o uso da mão-de-obra na fazenda
• Promover a homogeneização do rebanho de corte
• Comercialmente teremos uma melhor apresentação dos animais
• Promover uma seleção com mais eficiência.
7. Rebanho com Monta o ano todo
Número de
categorias animais
- bezerras e bezerros do nascimento à desmama: 3
- bezerras da desmama a 1 ano de idade: 3
- novilhas entre 1 e 2 anos de idade: 3
- novilhas não gestantes: 3
- novilhas gestantes: 3
- matrizes gestantes sem bezerro ao pé: 3
- matrizes vazias sem bezerro ao pé: 3
- matrizes paridas vazias: 3
- matrizes paridas gestantes: 3
- reprodutores (seca/águas): 2
- total de categorias animais: 29
8. Estação de Monta
Número de
categorias animais
- bezerras e bezerros do nascimento à desmama 1
- novilhas entre 14 e 15 meses de idade 1
- novilhas não gestantes entre 26 e 27 meses de idade 1
- matrizes paridas vazias 1
- reprodutores 1
- total de categorias animais 5
15. Necessidades nutricionais, em megacalorias de energia digestível
por dia, de uma vaca de 450 kg de P.V., que concebeu no dia 1o de
janeiro
Matriz Bezerro Total
Mês Necess. Necess. Necess. Necess Necessid % Que o Déficit da
para para para Total . total do leite para o necessidade
mantença gestação lactação bezerro satisfaz bezerro vaca + cria
1 15,80 - 7,60 23,40 8,08 44 4,52 27,92
2 15,80 - 6,80 22,60 8,98 36 5,75 28,35
3 15,80 - 6,70 22,50 11,86 27 8,66 31,16
4 15,80 - - 15,80 - - - 15,80
5 15,80 - - 15,80 - - - 15,80
6 15,80 - - 15,80 - - - 15,80
7 15,80 1,60 - 17,40 - - - 17,40
8 15,80 2,40 - 18,20 - - - 18,20
9 15,80 3,20 - 19,00 - - - 19,00
10 15,80 - 7,30 23,10 3,28 100 - 23,10
11 15,80 - 9,00 24,80 5,12 70 1,54 26,34
12 15,80 - 10,30 26,10 6,93 63 2,56 28,60
Fonte: GARCIA TOBAR, 1976.
16. Necessidade nutricional relativa do rebanho de cria, quando as matrizes ficam prenhas
em 1o de jan., comparada com a necessidade nutricional de rebanhos de cria, que têm
monta o ano todo e que têm monta durante 4 meses do ano (Jan., Fev., Mar. e Abr.)
J J F M A M J J A S O N D
Necessidade Nutricional relativa do rebanho de cria, quando as matrizes ficam prenhas em 1o
de janeiro.
Necessidade Nutricional de um rebanho de cria, que tem monta o ano todo.
Necessidade Nutricional de um rebanho de cria, que tem monta durante quatro meses no ano
(Janeiro, Fevereiro, Março e Abril).
17. Estação de Monta com duração de 90 dias - Efeito da
alimentação
no pré e pós-parto sobre características reprodutivas
% de vacas em
Nível ED, (Mcal/dia) fornecida anestro (durante a % de vacas prenhas % concepção
Estação de Monta) ao 1o
No pré parto c/ Do pós-parto 1-20 1-40 1-90 1-20 1-40 1-90 serviço
duração de até o final da dias dias dias dias dias dias
140 dias monta
Alto-18 Alto-32 38 10 0 43 82 95 67
(1,14m) (2,02m)
Alto-18 Baixo-16 32 14 14 32 45 77 42
(1,14m) (1,01m)
Baixo-9 Alto-32 60 15 5 30 60 95 45
(0,57m) (2,02m)
Baixo-9 Baixo-16 75 70 70 10 15 20 33
(0,57m) (1,10m)
Fonte: WILTBANK et al., 1962.
Obs.: m = mantença
22. Seleção de Touros para EM
• Padrão Racial • Aprumos
• Temperamento • Libido
• Masculinidade • Capacidade de monta
• Conformação • Dominância social
25. Exame andrológico
• Identificação
– Procedência, idade, sistema de criação , regime de monta.
• Exame Clínico
– Anamnese
– Peso vivo, cobertura muscular, inspeção e palpação (anatomia genital,
simetria, tamanho e forma, consistência, elasticidade e circunferência
escrotal).
26. Espermiograma
• Características físicas
– Volume, coloração, turbilhonamento,
motilidade, vigor e concentração.
• Características morfológicas
– Principalmente defeitos de estrutura e forma.
• Maiores (GCP, defeitos de acrossoma, cauda
fortemente dobrada, decapitado, estreito na
base, piriforme, pequeno)
• Menores (GCD, cauda enrolada, cabeça delgada,
gigante, inserção abaxial ou oblíqua)
27.
28. Diagnóstico de gestação
• Toque Intermediário
– Identificação das vacas que irão parir primeiro.
– Objetivo é facilitar a coleta de bezerros ao nascimento.
• Toque Final
- Vacas vazias Descarte
30. Categoria Peso Inicial Peso Final
M F M F
Cria
35 30 190 180
31. Manejo Sanitário
• Aftosa – de acordo com a região, em MG, vacina-se
todo o rebanho em Maio e o rebanho abaixo de 24
meses em novembro.
• Clostridioses – 1ª dose acima de 3 meses e 2ª dose
na desmama.
• Brucelose – fêmeas entre 3 e 8 meses.
• Raiva – todo rebanho em março, fazer booster 45
dias após a primeira aplicação.
• Leptospirose nas vacas gestantes no início do terço
final da gestação.
32. Categoria Peso Inicial Peso Final
M F M F
Recria
190 180 350 300
33. Manejo Sanitário
• Controle estratégico de vermes
– Combate do verme no animal no período seco do ano.
– Aplicações de vermífugos nos meses 5, 7 e 9.
• Controle estratégico de moscas
– Aplicações de inseticidas “pour on”, associada à aplicação de
vermífugo de primeira linha.
• Controle estratégico de carrapatos
– Aplicações de inseticidas “pour on”, associada à aplicação de
vermífugo de primeira linha.
40. Manejo do Rebanho
Apartação na Balança
Lotes homogeneizados pela pesagem
41. Histórico pluviométrico fazenda Santa Mônica - Cap. Enéias - MG
(1981 – 2005)
Mês jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Total
Média de
211 101 133 34 10 4 4 4 21 79 180 217 985
chuvas(1981/2005)
180
Ganho no mês(kg) 39 19 22 6 2 0 1 1 4 14 31 41 kg/
ano
Ganho no dia (kg) 1,26 0,69 0,70 0,20 0,06 0,01 0,02 0,02 0,13 0,45 1,05 1,33
42. Desempenho dos produtos
Machos Fêmeas
Peso inicial(kg) 35 30
Ganho anual(kg) 180 130
Peso final(kg) 495 300
Tempo de permanência(meses) 31 25
43. GRUPOS DE RISCO
• GRUPO DE RISCO 1
• ANIMAIS QUE ATINGEM O PESO DE
ABATE NO FINAL DO PERÍODO DAS
ÁGUAS
• GRUPO DE RISCO 2
• ANIMAIS QUE ATINGEM O PESO DE
ABATE NO MEIO DO PERÍODO DA
SECA
• GRUPO DE RISCO 3
• ANIMAIS QUE ATINGEM O PESO DE
ABATE NO FINAL DE DEZEMBRO –
PREÇO
44. Grupos de Risco
Grupo de Risco 1 Grupo de Risco 3 Grupo de Risco 2
Taxa de lotação Kg/PV/AEE nos meses do ano
T a x a d e lo t a ç ã o
600
K g /P V /A E E
400
Taxa de lotação Kg/PV/AEE
200
-
/0 7
fe v 7
/0 7
ju n 7
no 6
se 6
ab 7
ou 6
de 6
6
ma 7
/0 7
/0
i /0
r /0
t/0
t/0
o /0
v /0
z /0
r /0
ju l
ja n
ma
ag
Meses do ano
61. Acompanhamento de pastagens
Escore
Ectopa- Inva- Cocho de Bebe- Coluna e
Pastos A. T. do Carcaça Cercas Choque Obs.
rasitas soras Sal douros Prazo p/ solução
Gado
Nota 1- Nota 1-
Escore Nota 1-5 Sim/Não KV Nota 1-5 Nota 1-5 Col. Data solução
(un) (n) (ha) 5 5
Coluna
Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8
33 227 1
1 An 4
2 An 4
3 An 4
4 An 4
5 An 3
6 Tan 4,68
7 Tan 4,65
8 An 5
9 An 4
20 Br 8
21 Br 8
22 Br 8
23 Br 8
30 Br 8
31 Br 7
32 Br 9
33 Br 10
40 Br 13
41 Br 12
42 Br 13
43 Br 13
50 Br -
51 Br -
62. Projeção Gastos com roçadas
Resumo do Ano
Ago R$ 2.674
Set R$ 400
Out R$ 340
Nov R$ 8.280
Dez R$ 760
Jan R$ 7.390
Fev R$ 8.590
Mar R$ 0
Abr R$ 0
Mai R$ 0
Jun R$ 0
Jul R$ 0
TOTAL R$ 28.434
63. Planilha Campo
PROGRAMA DE MANUTENÇÃO DE PASTAGENS
Pasto Retiro Área(ha) Ca A.E.E. AEE (ha) MS/AEE Tipo Invasoras - nom es Porte % área Área Métodos Época Priori- Custo
241 pim (%) 204 T/Ha Perenes Anuais Praga invadida com bate com bate dade
D. Maria SE 8,8 Bra 95 8,4 10,0 lobeira, arranha fedegoso médio 20% 1,8 enxadão set 2 R$ 40,00
Braquiarão SE 2,7 Bra 100 2,7 12,0 lobeira, miroró malva alta 70% 1,9 foice out 3 R$ 34,02
Campo SE 53,7 And 85 45,6 6,0 miroró médio 80% 43,0 enxadão fev 7 R$ 859,20
Caiçaras SE 13,2 Bra 90 11,9 12,0 malva fedegoso baixo 80% 10,6 herbicida jan 6 R$ 739,20
Ponte SE 53,5 Bra 95 50,8 10,0 arranha gato alta 40% 21,4 trapizonga ago 1 R$ 267,35
Meio SE 36,8 Bra 70 25,7 9,0 miroró malva baixo 90% 33,1 roçadeira nov 4 R$ 827,55
Carapina SE 34,2 Bra 95 32,5 9,0 pau'dolinho alta 70% 23,9 correntão mar 8 R$ 836,92
Zé Grande SE 38,1 Dec 70 26,6 7,0 miroró, lobeira fedegoso médio 10% 3,8 enxadão dez 5 R$ 76,12
81. Obrigado
Quando se está comprometido a alcançar
algum resultado, deve-se ter um certo
número de modos que possibilitem alcançar
este resultado.
É o principio da flexibilidade.