2. Miomas uterinos
Definição
Tumor benigno originado de uma única célula de músculo
liso do miométrio que sofreu mutação no seu fator de
crescimento
Uptodate2013
3. Miomas uterinos
Prevalência
Tumor benigno mais comum em mulheres
Assintomáticos: 40 a 50% das mulheres com mais de 35
anos
Aos 50 anos: achado maior que 80% de negras e quase
70% em brancas
Causa isolada mais frequente de histerectomia
Ginecologia ambulatorial baseada em evidências; 239-253. Medbook. Rio de janeiro -
Berek & Novak. Tratado de Ginecologia. 14 edição, 352-
354
4. Miomas uterinos
Diagnóstico
Menos da metade são sintomáticos
Achados ultrassonográficos
Ginecologia ambulatorial baseada em evidências; 239-253. Medbook. Rio de janeiro -
Uptodate2013
7. Tratamento
Conduta expectante
Não mostrou mudanças nos sintomas ou na qualidade
de vida
Não há indicação de “terapia profilática” para evitar
futuras complicações
Ultrassonografia
Uptodate2013
8. Tratamento
Terapia Medicamentosa
Dificuldade de avaliar os efeitos isolados das drogas
Mulheres somente com sangramento melhoram com
TH, alto índice de falha a longo prazo
Revisões sistemáticas :60% histerectomia em 2 anos
Uptodate2013
9. Terapia Hormonal
Evidência de melhora do sangramento uterino anormal,
com limitada eficácia no tratamento dos miomas
Prática clínica: significativa melhora do sintoma de
hipermenorréia
ACO
Nuvaring
Mirena
Implante de progesterona, injeção e pílula
Uptodate2013
Medical management of uterine fibroids with medroxiprogesterone acetate(Depo Provera): a
pilot study. J Obstet Gynaecol 2004; 24:798
10. Terapia Hormonal
Agonistas do GnRh
Terapia medicamentosa mais efetiva no tratamento da
miomatose uterina
35 a 60% de redução do tamanho do útero em 3 meses
de início da terapia
Permite a realização de operações por via
vaginal, laparoscópicas e incisões mais estéticas.
Perda óssea em 12 meses de tratamento
Efeitos colaterais – pré-op / criteriosa seleção / associar
ACO
Ginecologia ambulatorial baseada em evidências; 239-253. Medbook. Rio de janeiro -
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11. Terapia Hormonal
Antagonista do GnRh
Resultados clínicos semelhantes, sem estudos de longo
prazo
Moduladores dos receptores de progesterona
Progesterona : estimula o crescimento do mioma-sem
estudos que comprovem associação com
hiperplasia, atipia ou câncer
Elevação transitória de transaminases em regimes de
alta dose
Uptodate2013
12. Terapia Hormonal
Mifepristone
Reduz volume uterino 26 – 74% comparando GnRh
Melhora sintomática da dor e da qualidade de vida
Não aprovado pelo FDA
Ulipristal
Estudo randomizado: 242 mulheres com menorragia
, anemia associada a miomatose e útero com tamanho
de 16 semanas. reduz 20% volume do mioma
comparado ao placebo
Uptodate2013
13. Terapia Hormonal
242 mulheres com menorragia , anemia associada a
miomatose e útero com tamanho de 16 semanas
Ulipristal 5 ou 10mg em 13 semanas
Resolução da menorragia - 5mg:91% ; 10mg:92% ; placebo:
19%
Aumento da hemoglobina - 5mg: 4.3g/dl ; 10mg: 4.2g/dl ;
placebo: 3.1g/dl
Redução volume do mioma - 5mg: 21% ; 10mg: 12% ;
placebo: 3%
Não houve casos de hiprplasia ou câncer
Metade das pacientes de cada grupo optaram por tratamento
14. Terapia Hormonal
Raloxifeno
Modulador seletivo do receptor de estrogênio
Efeito incerto / Dados ainda conflitantes
Uptodate2013
15. Terapia Hormonal
Inibidores da Aromatase
Pequenas séries e um estudo randomizado: diminuição
dos sintomas da miomatose
Menos efeitos colaterais
Necessários mais estudos
Uptodate2013
16. Tratamento Clínico
Agentes Antifibrinolíticos
Ácido tranexâmico – FDA
Não estudado sua ação na menorragia relacionada ao
mioma
Tranexamic acid treatment for heavy menstrual bleeding: a randomized controlled trial. Obstet Gynecol 2010;
116:865
18. Terapia Hormonal
Danazol e Gestrinona
Esteróides androgenicos
Danazol: amenorreia , implantes endometrióticos
, controla a anemia, não diminui o volume
uterino, efeitos colaterais
Gestrinona: diminui volume do mioma e induz
amenorreia. Vantagem do efeito continuado após sua
interrupção. Não está disponível nos EUA
Uptodate2013
19. Tratamento Clínico
Estudos
Biologia do leiomioma uterino
Regulação do fator de crescimento dos miomas
Interferon: Reverter os efeitos proliferativos do
fibroblasto
Remarkable and persistent shrinkage of uterine leiomyoma associated with interferon alfa for hepatitis.
Lancet 1999
20. Tratamento Cirúrgico
Histerectomia
Indicações:
1. Hemorragia aguda que não responde a outras terapias
2. Mulher com prole constituída e risco aumentado de
outras patologias:
endometriose, adenomiose, hiperplasia
endometrial, risco aumentado de câncer uterino ou
ovariano que poderia ser eliminado pela histerectomia
3. Falha da terapia minimamente invasiva
4. Prole constituida e sintomas significativos, multiplos
miomas e desejo definitivo de término dos sintomas
Uptodate2013
21. Histerectomia
Miomatose uterina
- 30% das histerectomias mulheres brancas
- 50% das histerectomias em mulheres negras
Elimina o risco de recorrência dos miomas e da
sintomatologia a eles relacionada
Avaliação da morbidade
Agency for Healthcare Research and Quality, Rockville, MD.
Uptodate2013
22. Miomectomia
Indicações
Prole não constituída e desejo de manutenção do útero
Terapia efetiva
Desvantagem
Histeroscopia + Laparoscopia
A indicação específica de MIOMECTOMIA se baseia na
idade da paciente, ausência de lesões
endometriais, normalidade do colo do útero e desejo de
conservar o útero
Uptodate2013
23. Miomectomia
Miomectomias
Abdominal : miomas múltiplos, intersticiais volumosos e
profundos
Laparoscópica ou vídeo assistidas: subserosos
Vaginal: paridos ou situados no fundo de saco de Douglas
Histeroscópica: submucosos
Togas Tulandi; Uterine Fibroids; Cambridge
University; 2003
28. Miomectomia Abdominal
Padrão-ouro para miomas intramurais e
subserosos e relacionados à infertilidade
Incisão abdominal,tempo
operatório, sangramento intra-operatório, tempo
de hospitalização semelhantes à histerectomia
Togas Tulandi; Uterine Fibroids; Cambridge
University; 2003
29. Técnica Miomectomia
Incisão central e anterior
Redução da formação de aderências: 55%
Incisão posterior: 93,7%
Excisão do maior número de miomas
Redução do risco de recorrência
Nova intervenção em 15-18% dos casos em 10 anos
Cuidados na sutura
Barreiras anti-aderentes
(Seprafilm,Dextran,Interceed, Gore-Tex) : caras mas
eficientes
Togas Tulandi; Uterine Fibroids; Cambridge
University; 2003
30. Tratamento Cirúrgico
Ablação endometrial
Prole constituída
Ressecção com eletrodo cirúrgico em alça para raspar o
endométrio e a superfície do endométrio
Poucos dados avaliando efeitos da ablação e mioma. Age no
controle do sangramento
Uptodate2013
31. Tratamento Cirúrgico
Miólise
Utiliza bipolar, laser, crioterapia para reduzir o tamanho
dos miomas
Não recomendada em mulheres que desejam gestar
Ginecologia ambulatorial baseada em evidências; 239-253. Medbook. Rio de janeiro -
Uptodate2013
32. Embolização das artérias
uterinas
1º. relato de Dawbarn, 1904; a partir de 1970, usado no
tratamento de hemorragias gástricas, urinárias e genitais.
O primeiro trabalho mostrando o tratamento de hemorragia pós-
parto data de 1980 (Pais et cols).
A dificuldade na disseminação do uso do método é atribuída à
falta de profissionais especializados disponíveis nos Serviços de
Emergência.
Em 1995, Ravina publica o 1º. relato do uso da embolização das
artérias uterinas no tratamento de pacientes portadoras de
miomas.
Silva, Juraci Ghiaroni de Albuquerque e . Embolizacao intra-arterial de miomas com particulas esfericas de
polivinil-alcool e polivinil acetato como preparo da resseccao cirurgica. Rio de Janeiro: UFRJ/Faculdade de
Medicina 2010
33. Embolização das artérias
uterinas
Contra-Indicações / Seleção de pacientes
Infecção do trato genito-urinário
Malignidade do trato genito-urinário
Imunossupressão
Doença vascular grave; malformações A-V
Alergia ao meio de contraste
Insuficiência renal
Gestação
Togas Tulandi; Uterine Fibroids; Cambridge University; 2003
Uterine Fibroid Embolization,Clinical Practice Guidelines;JOGC; October,2004
34. Embolização das artérias
uterinas
Técnica
Inicialmente o objetivo era ocluir completamente o fluxo
da artéria uterina.
Atualmente a tendência é tentar a oclusão distal, somente
da vascularização do mioma, que é terminal.
O cuidado maior é não ocluir a circulação ovariana, que é
fonte de irrigação colateral para o miométrio.
Quando esta vascularização é muito importante na
irrigação uterina (1% dos casos), pode haver falha no uso
do método.
Togas Tulandi; Uterine Fibroids; Cambridge University; 200
36. MRgFUS
O calor gerado pela USG desnatura proteínas e causa morte
celular.
A RM dirige o foco e monitora o tratamento mostrando a
temperatura no tecido-alvo.
Baixa morbidade e recuperação rápida.
Várias restrições: número e tamanho de miomas, distância da
pele, cicatrizes anteriores.
Diminuição de 31% do volume, em média.
Melhora dos sintomas 71% em 6 meses e 50% em 1 ano
LeBlang SD, Hoctor K, Steinberg FL. Leiomyoma shrinkage after MRI-guided focused ultrasound
treatment: report of 80 patients. AJR Am J Roentgenol. 2010;194:274-280
37.
38. Conclusões
Na maior parte dos casos não há necessidade de
tratamento (50-80%)
A indicação cirúrgica é a etapa mais importante do
tratamento
Avaliar criteriosamente se os sintomas da paciente são
causados pelo mioma
A via não depende da preferência do cirurgião, mas sim
da localização, tamanho e número de miomas
Notas do Editor
Tumor benigno, que se origina de uma única célula do músculo liso do miométrio, que sofreu mutação no seu fator de crescimento, e contém grande quantidade matriz extracelular composto de fibronectina, proteoglicanos e colágeno, arranjo desordenado e formam nódulos bem delimitados
É o tumor benigno mais comum em mulheres.menos da metade causam sintomas. Parece ter um componente familiar de incidência, e também genético, mas ainda não sabemos uma etiologia definida. Mulheres negras apresentam 3x maior risco de desenvolver miomas que mulheres brancas, e que a cada10kg de aumento de peso corporal há um aumento de 21% no risco de desenvolver miomas.
Estima-se que menos da metade deles causem sintomas, logo é difícil especificar uma sintomatologia específica do mioma, porém as mulheres podem apresentar SUA, dismenorréia, dor pélvica, dispareunia, sintomas compressivos, infertilidade e abortamento.
Os fatores que vão determinar a indicação do tratamento, e sua modalidade estão aqui descritos. Isso nos faz identificar o perfil da paciente e o individualizar o tratamento.
Não tem indicação terapia profilática para evitar futuras complicações A EXCEÇÃO DA MIOMECTOMIA PRA INFERTILIDADE/ABORTAMENTO E MULHERES COM SINTOMAS COMPRESSIVOS. Recomenda-se o diagnóstico ultrassonográfico e acompanhamento anual. No acompanhamento clínico, utilizar também o hemograma para pacientes com hipermenorréia. Não esquecer de dosar função tireoidiana!!
Grande número de mulheres com SUA em uso ACO e irregularidade menstrual. A terapia medicamentosa é útil para distinguir na perimenopausa o mioma da oligoovulação que cursa com alteração menstrual. Os estudos casuais sugerem que a maioria das mulheres que só tem sangramento como sintoma, melhoram com TH; porém o índice de falha a longo prazo é grande. CUIDADO! Na pós menopausa a terapia medicamentosa elevam os níveis de esteróides, que tem evidência indireta a longo prazo de ajudar o crescimento dos miomas.