O documento discute tumores anexiais, incluindo epidemiologia, fatores de risco, sintomas, rastreamento, exames de imagem e marcadores tumorais. É importante avaliar cuidadosamente pacientes com massas anexiais devido à alta taxa de diagnósticos tardios de câncer de ovário.
3. Fatores de risco
• Mutações nos genes BRCA 1 e 2:
- Duas ou mais familiares com câncer de ovário e/ou
mama
- História pessoal de câncer de mama bilateral
- História familiar:
a) familiar ou pessoal de câncer de mama antes dos 40
anos
b) familiar ou pessoal de câncer de mama e ovário
c) familiar de câncer de mama em homem
• Mulheres descendentes de judeus Ashkenazi com um
ou mais familiares de primeiro grau com câncer de
ovário
Rastreamento e diagnóstico das neoplasias de ovário: papel dos marcadores tumorais - Rev Bras
Ginecol Obstet. 2005; 27(4): 222-7
5. Fatores de proteção
• Multiparidade
• Uso ACO por 5 anos ou mais
• Cirurgia profilática (salpingooforectomia
bilateral) *
The Role of the Obstetrician–Gynecologist in the Early Detection of Epithelial Ovarian Cancer - The
American College of Obstetricians and Gynecologists, Committ ee Opinion Number 477 • March 2011
7. Rastreamento
• População geral: nenhum
• População com alto risco:
Exame físico + USG TV + CA 125 semestral
(National Comprehensive Cancer Network)*
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8. Sinais de malignidade na USG*
• Cistos > 8 cm
• Cistos complexos com superfície irregular,
projeções papilares internas e externas,
septações, componente sólido e paredes
espessas (risco de malignidade de 1 a 45%)
• Volume maior que 100 cm3
• Ascite
• Aumento no fluxo sanguíneo central
Abordagem das massas anexiais com suspeita de câncer de ovário - FEMINA | Junho 2010 | vol 38 | nº 6
9. USG - Ovários normais
Ultrassonografia nas massas anexiais: aspectos de imagem - Radiol Bras. 2011 Jan/Fev;44(1):59–67
10. USG - Cisto funcional
Cisto simples, com conteúdo líquido anecoico, de contornos definidos, paredes delgadas
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11. USG - Corpo lúteo
A: Ovário direito com formação cística em seu interior, de parede delgada e conteúdo
ecogênico, característico do corpo lúteo (seta).
B: Doppler colorido – o halo de vascularização em torno do corpo lúteo (CL) caracteriza o
aspecto de imagem em “anel-de-fogo”
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12. USG - Endometrioma
A: Endometrioma em ovário esquerdo – massa cística preenchida por ecos de baixa intensidade,
de aspecto mais homogêneo que os cistos hemorrágicos e de parede bem delimitada.
B: Mesmo endometrioma, com visualização ao Doppler colorido mostrando ausência de vasos no
seu interior, descartando tratar-se de massa sólida
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13. USG - Cistoadenocarcinoma
A: USTV evidenciando imagem tipicamente suspeita de malignidade – massa heterogênea em
região de fossa ilíaca esquerda (setas), de contornos irregulares, conteúdo ecogênico
heterogêneo, com Doppler evidenciando vascularização no componente sólido da massa.
B: USTV mostrando, também, massa ecogênica complexa, com Doppler colorido evidenciando
vascularização no componente sólido da massa (asterisco)
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14. CA 125
• Rastreamento de tumores anexiais*
• Tumores serosos e endometrióides
• Tumores mucinosos e de céls. claras
• Marcador de resposta a QT
• Acompanhamento de paciente já tratada
• Valores de referência:*
- Pós-menopausa: até 35 U/ml
- Pré-menopausa: até 200 U/ml.
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17. Outros marcadores tumorais
• LDH: disgerminomas
• AFP: tumores do saco vitelino e tumores
mistos de céls. germinativas
• CA 19.9: tumores mucinosos, cistos dermóides
benignos
• CEA: tumores mucinosos
• B-HCG: coriocarcinomas
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18. RNM
• Alto custo
• Só utilizado em caso de dúvidas após USG TV
• Sinais sugestivos de malignidade: presença de
vegetações em um tumor cístico, de necrose
em um tumor sólido, disseminação,
adenopatia
• Ajuda a diferenciar abscesso tubo-ovariano de
outros tumores anexiais
• Superior a TC*
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19. TC
• Útil na suspeita de cisto dermóide
• Estadiamento pré-operatório (?)*
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20. Laparotomia exploradora*
• Inspeção da cavidade
• Lavado peritoneal pré e pós-operatório
• Biópsia peritoneal das goteiras parieto-cólicas
• Análise histológica da peça no intra-operatório
(congelação)
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21. Laparotomia exploradora
• Tumores malignos:
- HTA + salpingooforectomia bilateral +
omentectomia infracólica + linfadenectomia
seletiva (pélvica bilateralmente e para-aórticas)
- Se tumor mucinoso: Apendicectomia
• Ruptura do tumor: IA IC (tratamento
adjuvante)
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22. Característica Alto risco Baixo risco
Idade >50 anos <50 anos
História familiar Presente Ausente
Sintomas Persistentes e múltiplos Ausentes
Achados ao exame Massa grande, fixa, Nenhum sugestivo de
físico irregular, evidência de alto risco
ascite ou metástases
Marcadores Elevados Normais
tumorais
Achados ≥10 cm, septação <10 cm, septação
ultrassonográficos espessa, multilocular, ausente ou fina (1-2
ecogenicidade mm), unilocular,
aumentada e/ou mista hipoecogênico
e/ou componente homogêneo,
sólido, excrescências excrescências papilares
papilares presentes ausentes
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* O que dificulta os exames de rastreamento, gerando grande números de falsos positivos
*CA colorretal não polipóide hereditário
Pode ser oferecida a partir dos 40 anos ou após prole constituida nas mulheres com mutação BRCA 1 e 2
- Apesar desta alta taxa de mortalidade, ainda não existem evidências de que o rastreamento do câncer de ovário em pacientesde baixo risco seja benéfico.- Rastreamento na população geral tem alta taxa de falso positivo, submetendo mais as paciente a exames invasivos e estresse emocionalMesmo com o rastreamento na população de risco, não se observou redução na taxa de mortalidade.- Acog recomenda salpingooforectomia bilateral a partir dos 40 anos
Que indicam necessidade de intervenção cirúrgica- O doppler é utilizado para diferenciar entre um tumor anexial suspeito de malignidade de um tumor com sinais de benignidade
O CA-125 encontra-se elevado em 50% dos casos de tumores epiteliais no estádio 1 e em 90% nos casos avançados.Muitos estudos relatam preocupação com o uso de cortes fixos para os valores de CA 125. Referem que o mais adequada seria fazer dosagens seriadas para avaliar elevações progressivas desses valores.Baixa sensibilidade e especificidade para detecção de tumores em fase inicial
- S. de Meigs: tumor benigno de ovário (fibroma) + ascite + derrame pleural
Esses marcadores são importantes para diferenciar os diversos tipos de tumores ovarianosSão solicitados em mulheres mais jovens, na pré-menopausa, para excluir tumores de céls. Germinativas.
- TC: fraca discriminação entre os tecidos moles + desvantagem da irradiação
* Existem alguns estudos que citam a possibilidade de realizar TC como estadiamento pré-operatório. No entanto, a maioria dos estudos reforçam a idéia de que os exames de imagem não devem ser utilizados como estadiamento e adoção de conduta, pois os critérios radiológicos de irressecabilidade cirúrgica apresentam baixa precisão. Apenas a radiografia de tórax deve ser utilizada rotineiramente para rastreamento de metástases pulmonares.
A laparotomia ainda é o padrão ouro, mas a laparoscopia também vem sendo utilizada.Deve-se selecionar bem as pacientes a serem submetidas a laparotomia exploradora visto que a maioria das mulheres estão em uma faixa etária em que as múltiplas comorbidades são frequentes, aumentando o risco cirúrgico.
- A ruptura inadvertida durante a cirurgia, evento não raro no procedimento laparoscópico, altera o estadiamento de uma paciente com tumor IA para IC