2. A PRÁTICA FUNDAMENTADA NA TEORIA
ELABORAR QUESTÕES/ATIVIDADES PARA DIFERENTES ETAPAS DE
UMA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM COM FOCO EM LEITURA, A PARTIR
DAS SEGUINTES ESTRATÉGIAS:
Ativação de conhecimentos de mundo; antecipação ou
predição; checagem de hipóteses.
Localização de informações; comparação de
informações; generalizações.
Produção de inferências locais; produção de inferências
globais.
3. Recuperação do contexto de produção;
definição de finalidades e metas da
atividade de leitura.
Percepção das relações de
intertextualidade; percepção das relações
de interdiscursividade.
Percepção de outras linguagens;
elaboração de apreciações estéticas e/ou
afetivas; elaboração de apreciações
relativas a valores éticos e/ou políticos.
4. 5ª série/ 6ºano
• Objetivo: compreender o conceito do gênero textual
“crônica”,reconhecendo nessa tipologia textual características de
uma narrativa.
• conteúdos e temas: traços característicos de “crônica
narrativa”; leitura oral.
• Competências e habilidades: reconhecer traços
característicos do gênero “crônica narrativa”; fazer distinção entre o
gênero “crônica”, “poema” e “letra de música”.
• Estratégias: sondagem inicial; comparação entre gêneros
distintos.
• Recursos: textos selecionados: crônica e poema.
• Avaliação: debate sobre a apreciação e entendimento do tema.
5. AVESTRUZ
MÁRIO PRATA
• O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos
seus 10 anos, um avestruz. Cismou, fazer o quê?
Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo.
E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era
minha. Sim, porque foi aqui ao lado da casa, em
Floripa, que o menino conheceu os avestruzes. Tem
uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou
o garoto. Culpado, fui até o local saber se eles vendiam
filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio. E
fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar
aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, Deus
devia estar muito cansado e cometeu alguns erros.
Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em
tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz?
6. • Entre 100 a 160 quilos. Fui logo avisando à minha
amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros --
2,70, para ser mais exato. Mas eu estava falando da sua
criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem
absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais
ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas
atrofiadas. Talvez até sabiamente, para evitar que
saíssem voando em bandos por aí, assustando as
demais aves normais. Outra coisa que faltou foram
dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada
pé. Sacanagem, Senhor! Depois olhou para sua obra e
não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é
que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que
via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e
disse: *Struthio camelus australis*. Que é o nome oficial
da coisa.
7. • Acho que o struthio deve ser aquele pescoço
fino em forma de salsicha. Pois um animal
daquele tamanho, deveria botar ovos
proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É
grande, mas nem tanto. E me explicava o
criador que os avestruzes vivem até os 70 anos
e se reproduzem plenamente até os
40, entrando depois na menopausa. Não
têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz
com TPM é perigosíssima! Podem gerar de dez
a trinta crias por ano, expliquei ao garoto, filho
da minha amiga. Pois ele ficou mais animado
ainda, imaginando aquele bando de avestruzes
correndo pela sala do apartamento. Ele insiste;
quer que eu leve um avestruz para ele de
avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
8. • Foi quando descobri que eles comem o que
encontram pela frente, inclusive pedaços de
ferro e madeira. Joguinhos eletrônicos, por
exemplo. Máquina digital de fotografia, times
inteiros de futebol de botão
e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um
mouse de vez em quando cai bem. Parece que
convenci o garoto. Me telefonou e disse que
troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto a um
psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que
ser gigolô de avestruz.
• PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/6° ano vol. 2.
Caderno aluno p. 9 Caderno do professor p.18
9. Mario Prata
biografia
•
Mario Alberto Campos de Morais Prata é natural de Uberaba (MG), onde nasceu no
dia 11 de fevereiro de 1946. Foi criado em Lins, interior de São Paulo. Com 10 anos
de idade já escrevia "numa velha Remington no laboratório de meu pai (...) crônicas
horríveis, geralmente pregando a liberdade e duvidando da existência de Deus".
Nesse período de sua vida era o redator do jornalzinho de sua classe na escola.
Sendo vizinho de frente do jornal A Gazeta de Lins, com 14 anos começou a
escrever a coluna social com o pseudônimo de Franco Abbiazzi. Passou, com o
tempo, a fazer de tudo no jornal, desde editoriais a reportagens esportivas e artigos
de peso. O escritor Sérgio Antunes, seu amigo nessa época, disse que Mário era um
molecote de "voz de taquara rachada e aparelho nos dentes ". Além de escrever
Mário se dedicava ao tênis e, defendendo o Clube Atlético Linense, acabou sendo
o campeão noroestino infantil na década de 60. Lia tudo o que lhe caia nas mãos,
em especial as famosas revistas da época "O Cruzeiro" e "Manchete", que traziam
em suas páginas os melhores cronistas da época como Fernando Sabino, Paulo
Mendes Campos, Henrique Pongetti, Rubem Braga, Millôr Fernandes e Stanislaw
Ponte Preta, uma vez que em Lins, naquela época, "não chegavam os grandes
clássicos", como disse o autor. Daí a forte influência que os citados cronistas tiveram
em seu estilo.
10. • Aos 16 anos recebe um convite de Roberto Filipelli, que foi depois diretor da Globo
em Londres, para fazer com ele o "Jornal do Lar ". Samuel Wainer, vislumbrando seu
grande talento, levou-o, nessa época, para escrever no jornal "Última Hora". Mário
comenta: "Meus pais chamavam aquilo que eu escrevia de bobageiras e me previam
um péssimo futuro. Medicina, Engenharia, Direito ou Banco do Brasil (eles queriam).
E nada de estudar filosofia ou letras: coisa de veado". O autor acabou trabalhando 8
anos no Banco do Brasil, a exemplo de Jaguar e Stanislaw Ponte Preta — dentre
outros, como auxiliar de escrita.
• Na década de 60, em plena revolução, inicia o curso de Economia na U.S.P. Desse
tempo relembra: "a gente se orgulhava: a gente era comunista! (...) um dia o DOPS
chegou lá e levou a gente. Todo mundo preso, orgulhoso ". Apesar da opinião
contrária dos familiares e dos amigos, e movido pela vontade cada vez maior de ser
escritor, resolveu pedir demissão do Banco do Brasil e abandonar a faculdade de
Economia.
• A partir de então vem obtendo sucesso com inúmeros livros, novelas, peças,
roteiros, etc., tendo sido agraciado com diversos prêmios nacionais e internacionais.
• Sua estadia em Portugal, onde morou por 2 anos, deu origem a um de seus grandes
sucessos no Brasil, o livro Schifaizfavoire — um tipo de dicionário do português
falado pelos portugueses. Lá, nesse período, realizou diversos trabalhos para a RTP
(Rádio e Televisão Portuguesa). Atualmente mora em São Paulo e diz que gosta
de escrever de manhã e "careta", uma herança adquirida nos tempos em que
trabalhou no Banco do Brasil.
• Escreveu, semanalmente, na revista "Época" e no jornal "O Estado de São Paulo"
por vários anos.
11. Ativação de conhecimento de mundo;
antecipação ou predição; checagem
de hipóteses
• Observando o título, o que você imagina
que irá ler?
• Você tem animal de estimação?
• Que animal?
• Qual foi seu critério de escolha?
• Você já viu um avestruz? Onde?
• O que você sabe sobre ele?
12. Localização de informações;
comparação de informações;
generalizações.
• Qual é a idade do personagem que pediu
um avestruz para ser um animal de
estimação?
• Onde a história se passa?
• Qual é o desejo do menino?
• Que situação despertou essa vontade
nele?
13. Produção de inferências locais;
produção de inferências globais.
• A personagem desistiu de ter um avestruz
como animal de estimação. Por que isso
aconteceu?
• Que fatores externos influenciaram nessa
decisão?
14. Recuperação do contexto de produção;
definição de finalidades e metas da
atividade da leitura
Apresente aos seus alunos a biografia do autor e também as
características do gênero “crônica”, em seguida faça uma discussão
oral sobre as seguintes informações:
Onde circulam esses textos ?
Quem será o provável público alvo?
Uma das características da crônica é a apresentação de um fato
cotidiano. Que elementos do texto confirmam isso?
15. PERCEPÇÃO DAS RELAÇÕES DE
INTERTEXTUALIDADE; PERCEPÇÃO DAS
RELAÇÕES DE INTERDISCURSIVIDADE
• Leia o poema a seguir e explique quais as
relações de semelhanças e diferenças
que você encontra entre esse texto e a
crônica “Avestruz”.
17. Palavras de um avestruz todo
gris
Arrancam-me as penas
E eu sofro sem dizer nada:
- Sou ave
Bem educada.
E, se quisesse,
Podia
Morder-lhes as mãos morenas,
A esses
Que sem piedade
Me roubam as penas que me cobrem;
E, no entanto,
Sem o mais breve gemido,
O meu corpo
Vai ficando
Desguarnecido ...
18. E elas,
Aquelas
Que se enfeitam, doidamente,
Com estas penas formosas
- Que são minhas!
Passam por mim, desdenhosas,
Em gargalhadas mesquinhas.
Sim; eu sofro sem dizer nada:
- Sou ave
Bem educada.
Mesmo que fosse pequena
E eu te visse pobre ou nua
- Ninguém ama a sua Pátria por ser grande,
Mas sim por ser sua!
(António Botto)
19. António Tomás Botto
• (Concavada, Abrantes, 17 de Agosto de 1897 — Rio de
Janeiro, 16 de Março de 1959) foi um poeta português.
• A sua obra mais conhecida, e também a mais
polêmica, é o livro de poesia Canções que, pelo seu
caráter abertamente homossexual, causou grande
agitação nos meios religiosamente conservadores da
época. Foi amigo pessoal de Fernando Pessoa que
traduziu em 1930 as suas Canções para o inglês, e com
quem colaborou numa Antologia de Poemas
Portugueses Modernos. Homossexual assumido (apesar
de ser
20. • casado com Carminda Silva), a sua obra reflete
muito da sua orientação sexual e no seu
conjunto será, provavelmente, o mais distinto
conjunto de poesia homoerótica de língua
portuguesa. Morreu atropelado em 1959 no
Brasil, para onde se tinha exilado para fugir às
perseguições homófobas de que foi vítima, na
mais dolorosa miséria. Os seus restos mortais
foram trasladados para o cemitério do Alto de
São João, em Lisboa, em 1966.
21. Percepção de outras linguagens;
elaboração de apreciações estéticas
e/ou afetivas; elaboração de
apreciações relativas a valores éticos
e/ou políticos.
Vamos refletir um pouco sobre a imposição de limites
pelos pais em casa.
22. O que podemos aprender com o
diferente, que é apresentado no avestruz?
Como podemos aceitar, respeitar e
conviver com as diferenças existentes no
mundo?
23. bibliografia
www.releituras.com
PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/6° ano vol. 2.
Caderno aluno p. 9 Caderno do professor p.18
QUADROGIZ.BLOGPOST.COM.BR
www.tododiaumtextonovo.blogspot.com
Infoescola.com
http://www.vagalume.com.br/de-di-paula-
ze-
henrique/avestruz.html#ixzz2Uc8mDo2Y
24. Grupo 4
integrantes
• Sonia Maria Galani
• Shirley Antonia Schmitz
• Maria de Fátima Molinari
• Silvana Vasconcelos
• Ivani Novaes de Moraes