O documento relata uma pesquisa de campo sobre como oito pessoas de diferentes idades em Ouro Preto, MG usam diferentes métodos para lembrar, esquecer e viver com suas memórias, incluindo anotações, fotos, música, cheiros, conversas com familiares e tempo para distrair a mente.
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Modos de lembrar e esquecer
1. Modos de lembrar, esquecer e viver: oficina de memória e diversidade cultural Observação e registro Leonardo Oliveira – Ouro Preto, MG(MG) Raquel de Souza – Ouro Preto, MG Suellen Amorim – Ouro Preto, MG Ouro Preto – Julho, 2011
2. “O esforço para lembrar é a vontade de esquecer”.(LosHermanos – O Vento)
3. A nossa pesquisa de campo abrangeu oito entrevistados, dos quais apenas cinco permitiram o uso de suas imagens. A pesquisa foi realizada na manhã de 20 de julho de 2011, no bairro Pilar, em Ouro Preto.
4. Quem? Rone dos Santos, 40 anos, técnico agropecuário. Natural de Ouro Preto e mora no Pilar.
5. Para não esquecer: Rone nos disse que usa apenas a memória e a agenda do telefone celular para se lembrar de compromissos. Para lembrar: Em relação à memória sensitiva, ele usa a música para se lembrar do pai: o relojoeiro Geraldo dos Santos. Geraldo gostava de bandas de música instrumental (sociedades musicais). Ainda para recordar do pai, ele coleciona fotos. Para esquecer: Quando prefere esquecer algum acontecimento, ele caminha e ouve músicas.
6. Quem? Yasmin Cubas, de 19 anos, é vendedora em uma loja localizada no bairro de nossa pesquisa, mas reside no centro. Para se lembrar de compromissos, ela anota em papeizinhos que guarda na bolsa. Também utiliza uma caderneta:
7. Para lembrar: Tem um mural de fotos em casa e outras tantas no computador. Também se reúne com os entes queridos para contar “casos”. Para esquecer: sai de casa para se divertir com as amigas.
8. Quem? Adriana Teixeira, de 26 anos. Balconista, mora no Morro Santana. Para lembrar: Adriana guarda muitas cartas e fotos que a ajudam a lembrar de pessoas e fatos, além de guardarem experiências, criando uma memória que chamamos de “anticorpo”, ou seja, que a protege de futuras Decepções. Para esquecer: Adriana apenas usa o silêncio.
9. Mel Marins, 21 anos. Estudante de Engenharia Ambiental, moradora do Pilar.
10. Para não esquecer: Mel escreve na agenda e em papéis, que pendura em um mural do quarto ou deixa na mesa.
11. Para lembrar: Mel tem muitas memórias sensitivas, como: cheiro de maresia lembra a cidade natal, Vitória. Cheiro de lasanha lembra a amiga Alice. A música “Bom Conselho”, de Chico Buarque lembra a mãe. Para esquecer: Segundo ela, só o tempo ajuda a esquecer. Mas procura mudar de ambiente.
12. Quem? Ricardo Maizatto, 45 anos, geólogo. Mora no Rio de Janeiro. Para não esquecer: Ricardo anota compromissos na agenda ou no seu calendário. Ainda usa os lembretes no celular.
13. Para lembrar: Ricardo tem uma estante de fotos em casa e várias outras no computador. Para ele é o melhor meio de lembrar. Para esquecer: Ricardo lê, caminha ou sai para tomar um café em um lugar interessante.
15. Para não esquecer: Adair disse que ainda tem a memória muito boa: sempre guardou tudo “de cabeça”. Para lembrar: Gosta de ver álbuns de família para recordar. Para esquecer: Escuta rádio, músicas para se distrair.
17. Para não esquecer: O menino disse que às vezes “enrola” para fazer as coisas que precisaria lembrar. Mas a mãe sempre o relembra. Para lembrar: Pedro gosta de ver fotos e escutar músicas para lembrar de coisas legais. E ainda: “cheiro de linguiça lembra praia”. Para esquecer: Pedro relatou que, para esquecer coisas ruins,
19. Conclusões: * a família como base das memórias. * a memória e as idades. * o tempo de esquecer. * eu nas lembranças dos outros ou na minha própria.