Proteção do complexo dentino-pulpar para restaurações
1. PROTEÇÃO DO COMPLEXO
DENTINO-PULPAR
PROF. MS. GUILHERME TERRA
DENTÍSTICA RESTAURADORA
2. Esmalte/Dentina
O conjunto esmalte/dentina é a estrutura
responsável pela proteção biológica da polpa.
Ao mesmo tempo estes tecidos se protegem
mutuamente.
3. Esmalte/Dentina
O esmalte é um tecido duro (98% mineral), resistente ao
desgaste, impermeável e bom isolante elétrico.
O esmalte protege a dentina que é permeável, pouco
resistente ao desgaste e boa condutora de eletricidade.
A dentina, graças à sua resiliência, protege o esmalte que
pela sua dureza e alto grau de mineralização, é
extremamente friável.
4. Estrutura da Dentina
A dentina apresenta um aspecto tubular.
Sua quantidade e diâmetro médios variam de acordo
com a proximidade com o tecido pulpar.
Mandarino F. Departamento de Odontologia Restauradora. Ribeirão Preto: Departamento de Odontologia Restauradora da FOUSP;
[atualizada em 2003 Jul 11; acesso em 2010 Apr 26]. Adesivos Odontológicos; [aprox 30 p]. Disponível em:
http://www.forp.usp.br/restauradora/dentistica/temas/adesivos/adesivos.htm.
Terra, G.
5. Próximo à junção amelodentinária
10.000 túbulos mm2
• O diâmetro próximo à junção amelodentinária gira em torno de
0,87 micrômetros.
Dentina superficial
Mandarino F. Departamento de Odontologia Restauradora. Ribeirão Preto: Departamento de Odontologia Restauradora da FOUSP; [atualizada em 2003 Jul
11; acesso em 2010 Apr 26]. Adesivos Odontológicos; [aprox 30 p]. Disponível em:
http://www.forp.usp.br/restauradora/dentistica/temas/adesivos/adesivos.htm.
Terra, G.
6. Próximo à polpa
50.000 túbulos mm2
• O diâmetro próximo à polpa gira em torno de 2,5
micrômetros.
Dentina profunda
Mandarino F. Departamento de Odontologia Restauradora. Ribeirão Preto: Departamento de Odontologia Restauradora da FOUSP; [atualizada em 2003 Jul 11; acesso em
2010 Apr 26]. Adesivos Odontológicos; [aprox 30 p]. Disponível em: http://www.forp.usp.br/restauradora/dentistica/temas/adesivos/adesivos.htm.
Terra, G.
8. Tecido pulpar
A polpa dentária é um tecido conjuntivo altamente
diferenciado, ricamente inervado, vascularizado e,
conseqüentemente, responsável pela vitalidade do
dente.
As características da polpa dentária são produzir
dentina e alertar, por meio da dor, qualquer injúria
ao elemento dentário.
9. Tecido pulpar
A polpa proporciona nutrição à dentina através dos
prolongamentos odontoblásticos.
Quando a polpa é sujeita a injuria ou irritações
mecânicas, térmicas, químicas ou bacterianas,
desencadeia uma reação efetiva de defesa.
Essa reação defensiva é caracterizada pela formação
de dentina reparadora (injúria menor), ou por uma
reação inflamatória (injúria maior).
10. Tecido pulpar
Sempre que um dente tenha necessidade de ser
restaurado é necessário que a vitalidade pulpar seja
preservada por meio de adequada proteção.
As proteções do complexo dentino/pulpar consistem
da aplicação de agentes protetores.
11. Proteção do complexo dentino-pulpar
Idade do paciente, condição pulpar e profundidade
da cavidade são aspectos que devem ser
considerados ao realizar a proteção.
Existem duas técnicas distintas que podem ser
utilizadas na proteção do complexo dentino/pulpar:
proteções indiretas e proteções diretas.
12. Proteção do complexo dentino-pulpar
Proteção indireta:
Aplicação de agentes seladores, forradores e/ou bases
protetoras nas paredes cavitárias.
manter a vitalidade pulpar;
inibir o processo carioso;
reduzir a microinfiltração;
estimular a formação de dentina reparadora.
13. Proteção do complexo dentino-pulpar
Proteção direta:
Aplicação de um agente protetor diretamente sobre o tecido
pulpar exposto.
Manter a vitalidade pulpar;
Promover o restabelecimento da polpa;
Estimular a formação de dentina reparadora.
14. Agentes Protetores
Um material protetor será considerado ideal se tiver
as seguintes características:
Ser um bom isolante térmico e elétrico;
Ser bactericida e bacteriostático;
Ter adesão à estrutura dentária;
Estimular a formação de dentina reparadora;
Produzir analgesia e ser biocompatível;
16. Vernizes Cavitários
São compostos à base de resina dissolvida em
clorofórmio, éter ou acetona.
O solvente evapora-se rapidamente, deixando uma
película forradora que veda com eficiência a
superfície dentinária.
Verniz Caulk (Dentsply).
17. Hidróxido de Cálcio
Bastante difundidos e muito utilizados.
Comprovada propriedade de estimular a formação de
dentina reparadora.
Possui Ph alcalino, é biocompatível, bacteriostático.
18. Hidróxido de Cálcio
Pode ser utilizado nas seguintes formas de
apresentação:
Solução de Hidróxido de Cálcio;
Hidróxido de cálcio pró-análise (P.A.);
Cimentos de Hidróxido de Cálcio.
19. Solução de Hidróxido de Cálcio
Solução de hidróxido de cálcio P. A. em água
destilada, numa concentração de aproximadamente
0,2%.
Conhecido também como água de hidróxido de
cálcio.
Atua como hemostático nos casos de exposição
pulpar.
20. Hidróxido de cálcio pró-análise (P.A.)
Hidróxido de cálcio em pó.
Utilizado quando ocorre exposição pulpar
acidental.
21. Cimentos de Hidróxido de Cálcio
Apresentam relativa dureza e resistência mecânica.
A pasta base é constituída por dióxido de titânio
(56,7%) em glicol salicilato, com um pigmento (pH
8,6).
A pasta catalisadora é composta de hidróxido de
cálcio (53,5%), óxido de zinco (9,7%) em etiltolueno
sulfonamida, cujo pH é 11,3.
22. Cimentos de Hidróxido de Cálcio
Apresenta-se sob a forma de duas pastas, uma base e
outra catalisadora.
Não têm adesividade junto à estrutura dentária.
Deve ser protegido antes da aplicação do sistema
adesivo.
23. Cimentos de Hidróxido de Cálcio
Fotopolimerizáveis
Muito questionado em Proteção pulpar.
Contém matriz resinosa em sua composição.
Pode provocar danos pulpares devido ao monômero residual
não polimerizados da matriz resinosa.
24. Cimentos Dentários
Os cimentos dentários possuem as mais diferentes
composições e comportamentos físicos e biológicos.
Os mais utilizados em forramentos e proteção são:
fosfato de zinco, óxido de zinco e eugenol (OZE),
Ionômero de vidro (CIV).
25. Fosfato de zinco
Não apresenta adesão à estrutura dentária.
Altamente solúvel.
Pode promover irritação pulpar devido ao seu pH
ácido.
Bom isolante eletro-térmico.
26. Óxido de zinco e eugenol (OZE)
Apresenta efeito terapêutico sobre a polpa.
Baixa resistência mecânica.
Péssima adesividade à estrutura dental.
Inibe a polimerização das resinas compostas e
adesivos dentinários.
27. Material restaurador intermediário (IRM)
Apresenta efeito terapêutico sobre a polpa pela
presença do eugenol em sua composição.
Resistência mecânica melhorada em relação ao OZE.
Péssima adesividade à estrutura dental.
Inibe a polimerização das resinas compostas e
adesivos dentinários.
28. Ionômero de vidro (CIV)
Adesividade às estruturas dentárias por quelação.
Promove a remineralização pela liberação de flúor.
Coeficiente de expansão térmica-linear próximo ao da
dentina.
Biocompatível.
Excelente resistência como protetor e/ou forrador.
29. Adesivos Dentinários
Utilizados, em proteção pulpar, como selante
cavitário.
Excelente adesão à estrutura dental.
Seu monômero residual é irritante à polpa.
Deve ser utilizado após a aplicação de um ácido
fosfórico.
30. Profundidade real da cavidade
Determinada pela quantidade
de tecido removido.
Medido da ângulo cavo
superficial ao assoalho da
cavidade.
31. Profundidade biológica da cavidade
Determinada pela espessura da
dentina remanescente entre o
assoalho da cavidade e a polpa.
Classificadas em cavidades
superficiais, rasas, médias,
profundas e muito profundas.
Ela que irá determinar qual o tipo de
proteção que deverá ser utilizado.
34. Cavidades superficiais
Cavidades em esmalte ou ultrapassando
ligeiramente a junção amelodentinária.
Não se aplica nenhum tipo de Proteção pulpar,
apenas o material restaurador.
35. Cavidades rasas
Cavidades com mais de 2mm de estrutura
remanescente entre o assoalho e a polpa.
Não se aplica nenhum tipo de Proteção pulpar,
apenas o material restaurador.
36. Cavidades médias
Cavidades com mais de 1mm e menos de 2mm de
estrutura remanescente entre o assoalho e a polpa.
Restaurações em resina composta:
Adesivo dentinário.
Restaurações em amálgama:
Verniz cavitário.
37. Cavidades profundas
Cavidades com mais de 0,5mm e menos de 1mm de
estrutura remanescente entre o assoalho e a polpa.
Restaurações em resina composta:
CIV e adesivo dentinário.
Restaurações em amálgama:
IRM e verniz cavitário.
38. Cavidades muito profundas
Cavidades com menos de 0,5mm de estrutura
remanescente entre o assoalho e a polpa.
Restaurações em resina composta:
HCa, CIV e adesivo dentinário.
Restaurações em amálgama:
HCa, IRM e verniz cavitário.
40. Proteção Pulpar
A - DENTINA
REMANESCENTE
B – CIV
C – HIDRÓXIDO
DE CÁLCIO
41. Exposições acidentais
Capeamento pulpar direto
Parâmetros para indicação
Exposição acidental
Polpa não contaminada
Sangramento que não seja abundante
Isolamento absoluto
Idade do dente pós erupção
42. Capeamento pulpar direto
Cavidades muito profundas onde a polpa é exposta
no preparo em algum ponto.
Restaurações em resina composta:
Hca P.A, CIV e adesivo dentinário.
Restaurações em amálgama:
Hca P.A, IRM e verniz cavitário.
43. PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO PULPAR
AMÁLGAMA RESINA COMPOSTA
Cavidade Superficial ou Rasa Nenhuma proteção Adesivo dentinário
Cavidade Média Verniz Cavitário Adesivo dentinário
Cavidade Profunda IRM + Verniz Cavitário Adesivo dentinário + CIV
Hidróxido de cálcio + Adesivo
Hidróxido de cálcio + IRM +
Cavidade Muito Profunda dentinário + CIV
Verniz Cavitário
Hidróxido de cálcio PA + IRM Hidróxido de cálcio PA +
Exposição Pulpar
+ Verniz Cavitário Adesivo dentinário + CIV
44. Condicionamento Ácido em Polpa Exposta
O ácido fosfórico a 37%, pode causar danos às células
odontoblásticas.
Porém esse dano é superado pela capacidade de
recuperação de um tecido pulpar saudável.
Contudo, muitos dos componentes dos sistemas
adesivos são tóxicos para as células pulpares.
Brannstrom M, Nordervall KJ. Bacterial penetration, pulpal reaction and inner surface of concise enamel bond. Composite
fillings in etched and unetched cavities. J Dent Res. 1978;57(1):3-10.
Terra, G.
45. Tratamento expectante
Proteção indireta que consiste na aplicação de materiais
com propriedades de estimular a formação de dentina
reacional.
A dentina necrótica e a infectada devem ser removidas,
preservando a dentina afetada.
Cimento de Hca e CIV.
Evitar o uso de materiais que contenham eugenol, por
seu poder de irritação à polpa.
46. Tratamento expectante
O tratamento restaurador definitivo deverá ser
realizado entre 45 e 120 dias após o tratamento
expectante.
Remover o cimento temporário e a dentina que não
foi remineralizada.
Proceder como uma cavidade muito profunda.
47. Proteção X Base
Proteção ou forramento: Obliteração dos túbulos e
isolamento termo-químico-elétrico do complexo
dentino-pulpar.
Finas camadas.
Base: “Dentina artificial” em cavidades profundas.
Camadas mais espessas.