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O Paradigma da Educação Multicultural Amazônica1 
Hebert Balieiro Teixeira 
Universidade do Estado do Amazonas 
Elisângela Silva de Oliveira 
Universidade do Estado do Amazonas 
Evandro Ghedin 
Universidade Estadual de Roraima 
Introdução 
Na tentativa de estruturar um debate sobre a relação entre a educação e cultura, vem a tona algumas questões fundamentais, como por exemplo: o que é cultura? Qual o papel da cultura? Que relação há entre escola e cultura? Algumas delas bem atuais, outras vem se repetindo ao longo dos tempos no campo da educação e na sociedade como um todo. Contudo, tais questões, ao incorporar características do atual contexto globalizado e neoliberal passam a representar novos desafios que já não podem mais ser pensados a partir dos modelos utilizados até então. 
As tradições, os costumes, os valores, as crenças, a educação, enfim, tudo o que é criado pelo homem é cultura. Na perspectiva filosófica, a cultura é adquirida pela aprendizagem e não herdada pelos instintos transmitidos de geração a geração através da linguagem, é criação exclusiva dos seres humanos sendo, portanto, um traço distintivo da humanidade. Por sua vez, na perspectiva antropológica, a cultura de cada sociedade consiste numa realidade objetiva, de natureza coletiva e escapa ao controle dos indivíduos. 
Todos nós atribuímos significado ao mundo e às nossas ações, todos nós vivemos em sociedades e estabelecemos maneiras de relacionamento entre as pessoas, todos nós elaboramos formas de contar o tempo e de explicar o devir histórico no devido contexto social, isto é o que nos distingue dos outros animais. 
Concepção de cultura nas perspectivas: cognitivista, antropológica e sociológica 
Antes de estudar a sobre os processos cognitivos humanos pensávamos que a cultura não tinha nada a ver com o desenvolvimento cognitivo humano, mas ao pesquisar as obras de Gardner, Maturana, Morin, bem com, outros autores, começamos a entender que a cultura e os processos cognitivos estão intrincados, numa relação inseparável, pois somos seres humanos com intelecto e vivendo em um determinado contexto sociocultural, onde as relações culturais são formadas muitas das vezes através da subjetividade humana. Somos seres humanos que podemos transformar uma sociedade através do conhecimento que possuímos, ou sermos moldados pela cultura. Portanto a cultura forma o indivíduo, proporcionando, assim, uma relação contínua entre intelecto humano, a cultura e a educação produzida no transcorrer da vida. 
Nas perspectivas filosófica, antropológica e cognitivista a cultura é adquirida pela aprendizagem através da sociabilidade existente entre os pares (seres humanos) e não apenas herdada, simplesmente pelos instintos, sendo antes, transmitida de geração a geração através da linguagem, pois “não há descontinuidade entre o social, o humano e suas raízes biológicas” (MATURANA, 2010, p. 33). A cultura, neste caso, é criação exclusiva dos seres humanos, portanto, um traço distintivo da humanidade. 
A cultura, nesse caso, possui uma memória, construída ao longo dos milhares de anos, pois “[...] somos o que somos por obra daquilo que aprendemos e de que lembramos [...]” (KANDEL, 2009, p. 24) e isto se dá a partir da memória cultural de um povo. Ou seja, o ser humano é um ser cultural, vivendo em um determinado contexto cultural. Ele precisa resgatar a cultura de seus ancestrais para saber quem é, e, saber para onde vai. A educação entra aí, para consolidar o conhecimento de sua história, para isto ocorrer o intelecto necessitará evidentemente do estímulo do ambiente externo para trabalhar e desenvolver-se (MORIN, 2008). 
Para Gardner (1994) o ser humano possui algumas inteligências que são autônomas, e que podem ser moldadas por indivíduos e culturas. É a cultura que define o desenvolvimento do indivíduo, através de etapas, pois grande parte das informações está inserida na cultura mais do que no próprio indivíduo. Dependendo da 
1 Texto publicado nos Anais do VI Simpósio Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental: literatura e estudos culturais nas Amazônias. V Colóquio Internacional “As Amazônias, as Áfricas e as Áfricas na Pan-Amazônia”, 05 a 09 de novembro de 2012. Rio Branco: UFAC, 2012. (p. 505 a 513).
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moldagem ou exploração da cultura de um local, os padrões cognitivos serão diferentes, tendo em vista que nem toda cultura é igual, pois depende do local e dos indivíduos inseridos nela. 
Ainda de acordo com Gardner (1994) o ser humano sem cultura seria uma monstruosidade com alguns instintos relevantes, mas nenhuma inteligência. Nesta perspectiva, torna-se evidente que os modos nos quais a cultura interage com o cérebro não pode ser ignorada, pois de acordo com a nova e expandida concepção “a mente existe igualmente no crânio, nos objetos disseminados na cultura e nos comportamentos de outros indivíduos com quem alguém interage e de quem aprende” (GARDNER, 1994, p. 39), sendo nós criaturas de nossa cultura, tanto quanto somos de nosso cérebro. 
Porém, Gardner (2001) nos fala que nossas habilidades cognitivas podem ser reveladoramente encerrada em culturas que exibem papéis e sistemas de valores muito diferentes, por exemplo: a capacidade musical poderia ser encerrada em um indivíduo que viva em uma sociedade que enfatize majoritariamente as habilidades linguística e matemática, pois embora todos possuímos vários processos cognitivos como parte de nosso direito inato, a cultura de um povo é que molda o sujeito. 
Assim, os indivíduos conhecem, pensam e agem segundo paradigmas inscritos culturalmente neles. As sociedades domesticam os indivíduos por meio de mitos e ideias, que, por sua vez, domesticam as sociedades e os indivíduos, mas os indivíduos poderiam, reciprocamente, domesticar as ideias, ao mesmo tempo poderiam controlar a sociedade que os controla (MORIN, 2005, p. 29). 
Já numa perspectiva antropológica e ao mesmo tempo sociológico da cultura Tassinari (1995) entende cultura como um conjunto simbólico compartilhado pelos integrantes de determinado grupo social e que lhes permite atribuir sentido ao mundo em que vivem e as suas ações. Sobre esta capacidade, Tassinari citando K. Marx descreve: “uma aranha desempenha operações que se parecem com as de um tecelão, e a abelha envergonha muito arquiteto na construção de seu cortiço. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor das abelhas é que o arquiteto figura na mente sua construção antes de transformá-la em realidade” (MARX apud TASSINARI, 1995, p. 448). A cultura, por tanto, diz respeito a essa capacidade humana de “figurar na mente”, que é a base de nosso pensamento. 
Para enfatizar esta perspectiva Tassinari vai mais além ao definir três pontos importantes sobre a cultura: Em primeiro lugar, o código simbólico que chamamos de ‘cultura’ permeia todos os momentos da vida social não podendo nunca ser entendida isoladamente, mas somente em relação à totalidade cultural da qual faz parte. Em segundo lugar, a cultura diz respeito a uma capacidade comum a toda a comunidade. Por fim, cada cultura é compartilhada, formulada, e transformada por um determinado grupo social (TASSINARI, 1995, p. 448-449). Ou seja, todo ser humano vive e age a partir de um determinado código simbólico, e o fato de ser diferente do nosso não significa que não exista. 
Identidade cultural 
Compreendendo o que é cultura partimos para o reconhecimento da identidade cultura, que para alguns grupos, surge a partir de sua própria historia de seu próprio no sistema de símbolos, na possibilidade de estar entre seus iguais, sejam estes de mesma cor, os que utilizam a mesma língua, os que tenham as mesmas crenças, os mesmos gêneros e etc. Diferenciar não equivale a discriminar e nem diversidade equivale à desigualdade. Um grande desafio lançado à sociedade atualmente é o de articular, da melhor maneira possível, os valores da autonomia, liberdade, direito à diferença e os valores da solidariedade e da igualdade (CANDAU, 2002). 
Neste processo de construção da identidade de um povo podemos entender a identidade cultural como o conjunto de crenças, valores e modos de agir e pensar de um grupo social ou sociedade, pois todas as sociedades, por mais simples que seja sua organização, possui uma cultura. Quando uma criança nasce, ela já é automaticamente inserida em algum contexto sociocultural, assim, quando crescer ela assumirá a identidade cultural do ambiente em que vive. 
A cultura de um povo tem sido um dos principais pilares de construção e afirmação de sua identidade. Tendo em vista que a identidade cultural estaria constituída por aqueles aspectos de nossas identidades que surgem das culturas étnicas, raciais e linguísticas, permitindo ao individuo ou grupo este se localize e seja localizado em um sistema social. 
A identidade cultural caracteriza as pessoas pelo modo de agir, de falar, é como se as “rotulasse” a partir dos modos específicos de sua cultura, movendo os sentimentos, os valores, o folclore e uma infinidade de itens impregnados nas mais variadas sociedades do mundo, e apresenta o reflexo da convivência humana. Esta identidade é vista como uma forma de identidade coletiva característica de um grupo social que partilha as
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mesmas atitudes e, está apoiada num passado com um ideal coletivo projetado. Ela se fixa como uma construção social estabelecida e faz os indivíduos se sentirem mais próximos e semelhantes. 
Em alguns casos, a aproximação de culturas pode proporcionar um processo de transculturação – hibridização cultural mundial – que significa um intercâmbio de valores culturais que não é necessariamente negativo ou nefasto, mas complexo e delicado, implicando em processos socioculturais nos quais estruturas ou práticas culturais, que existem de forma separada, ajustam-se para gerar novas estruturas, objetos e práticas. 
Cidadania e pluralidade cultural 
A busca da cidadania nos países de terceiro mundo esbarra na falta de cumprimento de direitos universais básicos, embora muitas vezes suas populações tenham esses direitos consagrados em lei. A cidadania, definida pelos princípios da democracia, constitui-se na criação de espaços sociais de luta, expressão política, significando cidadania passiva, outorgada pelo Estado, que por sua vez, se diferencia da cidadania ativa, na qual o cidadão, portador de direitos e deveres, é essencialmente criador de direitos para abrir novos espaços de participação política (CANDAU, 2002). 
A política econômica adotada na grande maioria dos países, tendo por base a cartilha neoliberal, provoca a elitização de vários aspectos de nossa vida cotidiana, inclusive à educação. Tais fatos, assim, como a extensão da escola homogeneizadora, faz parte da lógica que quer formar uma elite “consumidora” e “empreendedora” afinados com o mercado, querendo evitar a formação de cidadãos críticos, fundamentais para qualquer sociedade verdadeiramente democrática. 
Se, por um lado, há um processo de homogeneização, amalgamando culturas nacionais, consumos, desejos, de outro, ocorre um reforço das diferenças e das identidades culturais especificas. Como consequência desse processo, visibiliza-se ainda mais a pluralidade cultural, o que traz a necessidade de conviver com o outro, exigindo uma relação democrática entre os grupos existentes. O que exige construir uma democracia que permita não só a manifestação das expressões plurais, mas que possibilite e garanta os meios para o seu desenvolvimento (CANDAU, 2002) 
Pois pluralidade cultural é a existência de várias culturas. É a pluralidade cultural que faz do mundo um lugar rico. Um mundo rico em cultura. A pluralidade cultural indica, antes de tudo, um acúmulo de experiências humanas que é patrimônio de todos nós, pois pode enriquecer nossa vida ao nos ensinar diferentes maneiras de existir socialmente e de criar o futuro. Assim, a pluralidade cultural é também um foco constante de conflitos, pois traz consigo concepções que questionam profundamente nossas crenças e valores, sendo muito presente em nosso dia-a-dia. É a pluralidade que torna cada povo único e diferente. 
Cultura e desenvolvimento no contexto da globalização 
Através de eventos de grande alcance somados à participação e à pressão popular dos diferentes atores envolvidos, nos demos conta da importância essencial do fator humano e de sua atuação para um autêntico desenvolvimento (CANDAU, 2002). 
A consciência dessa realidade coloca a necessidade da busca de concepções mais abrangentes de desenvolvimento, que rejeitem abordagens meramente economicistas do mesmo, onde o desenvolvimento encerra em quatro aspectos elementares e inter-relacionados: o biólogo, o econômico, o político e o cultural, pois não faz sentido falar em desenvolvimento apenas a nível econômico, político, ou social, como se sua natureza e existência fossem parceladas e setorizadas. 
É clara a necessidade de repensar o desenvolvimento a partir de uma conceituação mais humana e mais dinâmica do mesmo, onde a dimensão sociocultural seja valorizada como uma prioridade e não apenas com mais um fator a ser considerado (CANDAU, 2002). Decorrendo daí a impossibilidade de se transferir planos e estratégias, ou mesmo de se copiar modelos de desenvolvimento de um país para o outro, como se fosse apenas uma simples questão de mimetismo, sem analisar, além da historia econômica, sua riqueza cultural, sua situação política e a própria história social que deu origem à situação econômica em que se encontram. 
Do mesmo modo, a implementação de modelos ou programa de desenvolvimento promove impactos socioculturais em nossa maneira de agir e atuar no mundo em função de um conjunto de metas a serem alcançadas. O fator-chave para o sucesso das políticas/programas de desenvolvimento é o diálogo, respeitando, reconhecendo a valorização dos diferentes grupos socioculturais presentes em um determinado contexto. 
O atual modelo de desenvolvimento, ou melhor, de um “mal-desenvolvimento”, objetiva apenas o crescimento econômico a qualquer preço, independentemente do lugar onde se efetiva. Em tempos onde “pensar
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globalmente e agir localmente” parece ser mais uma imposição da globalização do que um convite, torna-se difícil articular as especificidades culturais locais e simultaneamente valorizar dinâmicas globalizastes. 
O desafio implícito nessa aproximação e a concepção de modelos de desenvolvimentos mais amplos, que levam em consideração não apenas os processos relativos à sustentabilidade econômica de uma localidade, mas também os processos de sustentabilidade sociocultural tais como: o estilo de vida, diferença de gênero, de visão de trabalho, hierarquias sociais, sistemas de valores, mecanismo de participação política e possibilidade real de decisão em projetos de desenvolvimento em termos de conscientização e participação local são fundamentais para um verdadeiro desenvolvimento (CANDAU, 2002). 
Esse desenvolvimento na Amazônia não deve ocorrer como no passado onde os povos indígenas foram os grandes injustiçados e vítimas dessa Amazônia construída pelo capital (HÉBETTE, 2000). E, ainda no tempo da borracha aonde as informações entre a Amazônia e a Europa iam e viam, mas que hoje em dia, com os satélites, as informações saem mais daqui para lá do que devolvem para cá. Esta concepção de globalização capitalista deve mudar, para que haja uma reciprocidade de informação entre o mundo industrializado e a Amazônia tradicional. 
A pluralidade cultural Amazônica 
Uma sociedade dividida em classes apresenta diferentes interesses ligados a cada classe. Tratando-se das sociedades complexas em que vivemos, multiplicam-se os grupos dentro da sociedade, cada um deles com seus interesses e universos culturais distintos. Quanto mais diversificada for a sociedade, maior a pluralidade cultural. 
A Amazônia é composta por uma vasta pluralidade cultural, pois existem várias culturas em uma mesma região, numa área tão imensa a ponto de cada povo se distinguir através da sua diversidade “a Amazônia é feita de diversas sociedades, muito diferentes: as sociedades indígenas (são muitas), as sociedades ribeirinhas (‘caboclas’), as sociedades em formação nas áreas de colonização, para citar apenas alguns grandes agrupamentos” (HÉBETTE, 2000, p. 04), a ponto de cada povo se distinguir através da sua diversidade. 
Quando a pluralidade cultural é abordada em debates educacionais, questões são apresentadas sobre como trabalhar esse tema em uma sociedade que não valoriza a cultura do outro. Nossa sociedade possui traços marcantes das diversas culturas indígenas, ribeirinhas caboclas que ao invés de serem valorizadas são discriminadas como culturas inferiores. No olhar etnocêntrico do branco, o nativo ainda está em vias de aperfeiçoamento e evolução, só pelo fato do mesmo ser estigmatizado embora viva em uma sociedade complexa e industrializada que a do branco. 
Esta visão precisa ser mudada, de modo que este pensamento de ser superior desenraize, pois não há superioridade ou inferioridade cultural, o que há, são, as diferentes culturas que correspondem aos interesses particulares próprios de cada sociedade. Essa diferença é definida como identidade cultural, ou seja, as particularidades que cada sociedade possui em relação à outra cultura. Mas, como as sociedades amazônidas são conhecidas? 
Os povos amazônidas possuem sua própria maneira de representar o mundo sobrenatural, ou seja, aquilo que não pode ser explicado de forma racional e lógica, uma delas é através das narrativas de conteúdo altamente simbólico que tratam das origens do mundo, de tempos ancestrais diferentes do nosso, dos seres que nele habitavam e que foram responsáveis pela criação da atual humanidade, pelas demais espécies e por suas capacidades. 
As várias esferas da vida social encontram-se imbricadas de tal forma que nunca podemos analisá-las isoladamente. Não podemos atingir a dimensão de totalidade que caracteriza a vida social dos povos da Amazônia a partir da nossa forma linear de escrita que divide os fenômenos em suas várias partes para descrevê- lo, tendo em vista que, a sociedade é dinâmica e se autoconstrói no seu processo socioeconômico, político e cultural. 
A escola reprodutora ou libertadora 
A escola ainda tem o pensamento elitista reprodutora impondo os valores e os conceitos da classe dominante à camada popular. Não se conseguiu unir a “cultura elaborada” com a “cultura popular”, e por isso a questão de uma educação de qualidade e igualitária para todos é um problema a se resolver, pois segundo Gadotti (1992, p. 20), 
Apesar de muitas pesquisas e estudos, os nossos currículos não conseguiram equacionar adequadamente a relação entre a identidade cultural e o itinerário educativo dos alunos provenientes das camadas populares.
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Os nossos currículos ainda apresentam aos alunos um pacote de conhecimentos que eles devem aprender, tenham ou não significados para eles. Eles são avaliados – aprovados ou reprovados – em função da assimilação ou não desse pacote de conhecimentos. 
Todo o tipo de desigualdade é maléfico no que concerne ao convívio entre os seres humanos, pois analisando a situação das desigualdades: social, cultural e econômica observa-se que há um enorme preconceito com pessoas que não pertencem ao mesmo ciclo de convivência de um determinado grupo, e é a partir daí que surgiu o termo “preconceito etnocêntrico”, ou seja, olhar a cultura do outro com base em nossa própria cultura desmerecendo a do outro, sendo esta ação corrente nas próprias escolas, lugar que deveria não existir. 
Consideramos que todos devem ter o direito à oportunidade a educação de qualidade, independente de qual classe social pertença, para que o estudante possa ter a oportunidade de ser competitivo no mundo globalizado como o nosso, mas infelizmente observa-se que esta “escola justa” que sonhamos real, não é o que vemos, sendo que as escolas na sua maioria são reprodutoras dos pensamentos elitistas oprimindo o estudante através de uma legitimada “violência simbólica”, proporcionando, desta feita, uma desigualdade e segregação racial na própria escola, devido à realidade sócio-econômica presente de muitos estudantes. 
O IBGE em sua última pesquisa sobre a educação relata que 15% dos adolescentes do Estado do Amazonas estão fora da sala de aula. A isto surge uma pergunta, porque eles estão fora da escola? (MAGNENTI, 2009). 
Muitas das vezes os estudantes não sentem prazer em estar na sala de aula, pelo motivo de a escola não lhes proporcionar uma educação justa para todos, mas sim, uma educação diferenciada, em que aos estudantes da elite, lhes é proporcionado todo o aparato educacional para o seu desenvolvimento cognitivo, enquanto que aos demais lhes é cedido uma educação fragmentada, as escolas publicas onde estudam não lhes estimulam a continuarem os seus estudos, e assim vencerem nesta sociedade desumana, mas sim, reproduz o pensamento tradicional elitista, em que, a classe operária não deve ascender socialmente, e que a causa do fracasso deles, são eles mesmos, pois não estudam o suficiente, mas como estudarão se a escola não lhes proporciona o espaço adequado e os instrumentos para uma boa educação? 
A escola parece não estar cumprindo com o seu papel a que fora criada, no qual trazia “[...] promessas de justiça a um mundo social fundamentalmente desigual” (DUBET, 2008, p. 23). A escola para resolver os problemas educacionais precisa atuar de modo que transforme a mente dos alunos, sabendo que vivem, em um mundo desigual e muitas vezes de risco, esta escola deve motivar os estudantes, de modo que possam ser atores da melhoria de suas vidas através de uma escola justa e igualitária, motivando aos alunos e fazendo com que os mesmos sintam prazer em estar em sala de aula. 
Não cumprindo com o seu papel, a escola prejudica o aluno que, desta feita, se sente desestimulado, não querendo mais estudar, e consequentemente abandonando o estudo, tudo isto por causa das desigualdades que existem na escola e ainda mais, quando a escola prega uma educação meritocrática, onde os alunos que tenham mérito é que serão bem sucedidos, pondo a culpa sobre o estudante e tirando a responsabilidade da escola, pois para elas as desigualdades procedem unicamente do mérito e das performances pessoais. 
Analisando as verdadeiras causas das desigualdades, observamos que é por causa de que eles abandonam a escola, é pelo fato de muitos deles precisarem trabalhar para manter-se e ainda ajudar a família, e ainda têm outros que por não trabalharem não tem condições de chegar à escola, sendo esta uma realidade de uma grande parte dos estudantes do Estado do Amazonas, causando uma grande desigualdade social, que “[...] se manifestam desde o início da escolaridade” (DUBET, 2008, p. 25). Pois, vemos uma brutal diferença educacional entre o estudante da classe alta e o da classe baixa, onde um tem tudo e o outro não tem quase nada, precisando trabalhar para se manter e ainda arranjar tempo para estudar, uma violência que não se percebe, mas que proporciona esta desigualdade existente hoje. 
A escola configura-se como o principal agente educacional da sociedade pós-moderna. E lamentavelmente, ao invés do que se espera, a escola não vem educando para formar cidadãos e sim para legitimar o poder simbólico da classe dominante. A autoridade pedagógica que visasse destruir a violência simbólica destruiria a si própria, pois se trata do poder que legitima a violência simbólica. 
Quanto maior a proximidade entre o discurso simbólico do ambiente familiar com o ambiente escolar, o sucesso e a inserção escolar estarão mais garantidos. A educação escolar, assim, além de reproduzir a cultura dominante, contribui para a perpetuação da desigualdade social, funcionando como um selecionador dos alunos adaptados a esta cultura.
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Somente quando o estudante deixar de ser um emissor passivo, tornando-se um agente crítico frente às informações bombardeadas incessantemente pela mídia, a escola poderá finalmente cumprir sua função de formar cidadãos preparados para transcender o determinismo social e cultural do processo de violência simbólica, construindo uma sociedade cada vez mais livre e igualitária. No entanto, Bordieu vem colocar por terra essa ideia, pois ele observa que a educação não é para todos, a educação é privilegiada, por que enquanto a classe dominante investe no preparo de seus filhos na escolarização em escolas particulares a popular se conforma com as públicas por falta de recurso. 
A educação multicultural Amazônica 
A teoria de uma educação multicultural vem de contraponto ao nosso currículo atual valorizando a capacidade de pensar com autonomia do estudante, essa teoria prega o pluralismo e o respeito à cultura do estudante, propondo-se instaurar a equidade e o respeito mútuo superando preconceitos. Nesse sentido, “A educação multicultural pretende enfrentar o desafio de manter o equilíbrio entre a cultura local, regional, própria de cada grupo social ou minoria étnica, e uma cultura universal, patrimônio hoje da humanidade” (GADOTTI, 1992, p. 21), porém, o acesso à educação ainda é de difícil a alguns grupos, por várias razões questionáveis, como por exemplo, os grupos indígenas que vivem nas cidades, que por terem uma cultura diferente do branco são discriminados por professores mal qualificados, sendo excluídos mesmo estando em sala de aula. 
A educação multicultural pretende analisar os currículos atuais procurando formar professores críticos, para que estes possam se despojar dos seus preconceitos culturais e elaborarem novas metodologias para os estudantes das camadas populares, compreendendo-as na totalidade da sua cultura e visão de mundo. 
A educação multicultural procura resolver os problemas criados pelas diversas culturas em sala de aula e ao mesmo tempo procura apontar estratégias para superação desses problemas. Por isso a escola tem que ser local no seu ponto de partida e sendo internacional e intercultural como ponto de chegada. 
A autonomia de uma escola não significa que esteja isolada, fechada para outras culturas. Escola autônoma significa escola ousada, curiosa, procurando dialogar com outras culturas e concepções de mundo. 
O pluralismo significa o diálogo com as outras culturas a partir de uma cultura que se abre às demais como afirma Moacir Gadotti, 
Mas a escola sozinha não pode dar conta dessa tarefa. Por isso, ela, numa perspectiva intercultural da educação, alia-se a outras instituições culturais. Daí a necessidade de ser autônoma sem autonomia não poderá ser multicultural. Ela deve possibilitar a seus alunos o contato com alunos de outras escolas, possibilitar viagens, encontro de toda sorte de projetos, próprios de cada escola, que a constituam num organismo vivo e atuante no seio da própria sociedade (GADOTTI, 1992, p. 23/24). 
A escola isolada não pode participar do diálogo com as outras por se manter fechada. Daí a necessidade da interculturalidade com as outras instituições e por isto a escola deve ser autônoma possibilitando aos alunos o conhecimento das outras culturas. 
Considerações finais 
Somos o encontro de três raças que marcaram a historiografia brasileira e dessa mistura étnica entre brancos, negros e “índios” surge o ser brasileiro. Vale ressaltar que no surgimento do povo amazônida, esta miscigenação se deu mais fortemente através dos índios e dos nordestinos do que dos negros, já que pelas obras lidas, até então, fica evidente a pouca participação do negro nesta miscigenação, mas não deixa de ser relevante em nossa formação cultural. 
Por tudo isso é que somos um povo mestiço, com traços múltiplos formado por inúmeras etnias que com o convívio durante três séculos destas três etnias permitiu que tivéssemos além dessa formação impar, uma diversidade cultural invejável. O misticismo, a lenda, o folclore, do imaginário surgem dessa mistura. 
A Amazônia possui populações indígenas e ribeirinhas e urbanas que vivem em seus contextos de forma contrastantes, da vida artesanal e lúdicas no seu interior à complexidade da vida urbana. 
É importante frisar que há comunidades caboclas ribeirinhas que estão na intermediação entre os povos indígenas e a busca de uma identidade cultural que afirme a sua auto-imagem frente à cultura hegemônica sem desarraigar de sua vida tradicional. Também é necessário conhecer que nos meios culturais e educativos as comunidades amazônidas preservaram a continuidade de suas diferenças; bem como elas exercem a compreensão das relações entre educação, comunidade e cultura. 
Ao conhecer essas relações culturais e educativas, entende-se que todo ser humano tem potencialidade para aprender alguma coisa, pois todos nós estamos aptos a conhecer o mundo através das múltiplas habilidades
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que possuímos, para resolver problemas, para criar coisas, bem como, de uma compreensão de nós mesmos. Com esse pressuposto é indispensável uma boa a formação dos professores, pois cada ano surgem novas ideias e técnicas para que estes possam fazer da sua prática educativa um prazer, sendo criativo e envolvente, fazendo de sua aula algo interessante e prazerosa para quem ensina e aprende. 
A diversidade cultural amazônica torna-se evidente devido o fato da multiplicidade de povos indígenas que interagem com comunidades ribeirinhas que se formaram no decorrer da história da Amazônia e seu fluxo constante, de um ir e vir, entre capital e interior do estado do Amazonas. 
O elemento fundamental para o conhecimento e a interação das crianças e sua relação com a natureza é de fundamental importância. Desta maneira, no processo de ensino-aprendizagem, rompendo com o modelo de uma escola centrada unicamente numa educação homogeneizante. 
Referências 
CANDAU, Vera Maria (org.), Sociedade, Educação e Cultura: questões e propostas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002. 
CANGLÍNE, Nestor Garcia. Culturas híbridas: Estratégias para entrar e sair da modernidade. 4. ed. São Paulo: EDUESP, 2006. 
DUBET, François. O que é escola justa?: A escola das oportunidades. São Paulo: Cortez, 2008. 
GADOTTI, Moacir. Diversidade Cultural e Educação para Todos. Rio de Janeiro: Graal, 1992, p. 19-23. 
GARDNER, Howard. Estruturas da Mente: A Teoria das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994. 
GARDNER, Howard. Inteligência: Um Conceito Reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 
HÉBETTE, Jean. Que Amazônia foi construída nos últimos 25 anos? In: OLIVEIRA, José Aldemir e Pe. Humberto Guidotti. A Igreja arma sua tenda na Amazônia. Manaus: Universidade do Amazonas, 2000. 
KANDEL, Eric R. Em busca da memória: o nascimento de uma nova ciência da mente; tradução Rejane Rubino. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. 
MAGNENTI, Renata. Pesquisa mostra que 30 mil estão fora da escola no Amazonas. Manaus, AM: Diário do Amazonas, 26 de abril de 2009. 
MATURANA, Humberto R; VARELA, Francisco J. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 2010. 
MORIN, Edgar. Educação e complexidade: Os sete saberes e outros ensaios. / Maria da Conceição de Almeida; Edgard de Assis Carvalho (org.). São Paulo: Cortez, 2002. 
MORIN, Edgar. O método 3: o conhecimento do conhecimento; tradução: Juremir Machado da Silva. 4. ed. Porto Alegre: Sulina, 2008. 
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 10. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2005. 
STERNBERG, R. J. Psicologia Cognitiva. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010. 
TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. Sociedades Indígenas: Introdução ao tema da diversidade cultural. In: SILVA, Aracy Lopes da. & GRUPIONI, Luís Donisete Bensi. A temática indígena na Escola: Novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. Brasília: MEC/Mari/Unesco, 1995.

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O paradigma da educação multicultural amazônica

  • 1. 507 O Paradigma da Educação Multicultural Amazônica1 Hebert Balieiro Teixeira Universidade do Estado do Amazonas Elisângela Silva de Oliveira Universidade do Estado do Amazonas Evandro Ghedin Universidade Estadual de Roraima Introdução Na tentativa de estruturar um debate sobre a relação entre a educação e cultura, vem a tona algumas questões fundamentais, como por exemplo: o que é cultura? Qual o papel da cultura? Que relação há entre escola e cultura? Algumas delas bem atuais, outras vem se repetindo ao longo dos tempos no campo da educação e na sociedade como um todo. Contudo, tais questões, ao incorporar características do atual contexto globalizado e neoliberal passam a representar novos desafios que já não podem mais ser pensados a partir dos modelos utilizados até então. As tradições, os costumes, os valores, as crenças, a educação, enfim, tudo o que é criado pelo homem é cultura. Na perspectiva filosófica, a cultura é adquirida pela aprendizagem e não herdada pelos instintos transmitidos de geração a geração através da linguagem, é criação exclusiva dos seres humanos sendo, portanto, um traço distintivo da humanidade. Por sua vez, na perspectiva antropológica, a cultura de cada sociedade consiste numa realidade objetiva, de natureza coletiva e escapa ao controle dos indivíduos. Todos nós atribuímos significado ao mundo e às nossas ações, todos nós vivemos em sociedades e estabelecemos maneiras de relacionamento entre as pessoas, todos nós elaboramos formas de contar o tempo e de explicar o devir histórico no devido contexto social, isto é o que nos distingue dos outros animais. Concepção de cultura nas perspectivas: cognitivista, antropológica e sociológica Antes de estudar a sobre os processos cognitivos humanos pensávamos que a cultura não tinha nada a ver com o desenvolvimento cognitivo humano, mas ao pesquisar as obras de Gardner, Maturana, Morin, bem com, outros autores, começamos a entender que a cultura e os processos cognitivos estão intrincados, numa relação inseparável, pois somos seres humanos com intelecto e vivendo em um determinado contexto sociocultural, onde as relações culturais são formadas muitas das vezes através da subjetividade humana. Somos seres humanos que podemos transformar uma sociedade através do conhecimento que possuímos, ou sermos moldados pela cultura. Portanto a cultura forma o indivíduo, proporcionando, assim, uma relação contínua entre intelecto humano, a cultura e a educação produzida no transcorrer da vida. Nas perspectivas filosófica, antropológica e cognitivista a cultura é adquirida pela aprendizagem através da sociabilidade existente entre os pares (seres humanos) e não apenas herdada, simplesmente pelos instintos, sendo antes, transmitida de geração a geração através da linguagem, pois “não há descontinuidade entre o social, o humano e suas raízes biológicas” (MATURANA, 2010, p. 33). A cultura, neste caso, é criação exclusiva dos seres humanos, portanto, um traço distintivo da humanidade. A cultura, nesse caso, possui uma memória, construída ao longo dos milhares de anos, pois “[...] somos o que somos por obra daquilo que aprendemos e de que lembramos [...]” (KANDEL, 2009, p. 24) e isto se dá a partir da memória cultural de um povo. Ou seja, o ser humano é um ser cultural, vivendo em um determinado contexto cultural. Ele precisa resgatar a cultura de seus ancestrais para saber quem é, e, saber para onde vai. A educação entra aí, para consolidar o conhecimento de sua história, para isto ocorrer o intelecto necessitará evidentemente do estímulo do ambiente externo para trabalhar e desenvolver-se (MORIN, 2008). Para Gardner (1994) o ser humano possui algumas inteligências que são autônomas, e que podem ser moldadas por indivíduos e culturas. É a cultura que define o desenvolvimento do indivíduo, através de etapas, pois grande parte das informações está inserida na cultura mais do que no próprio indivíduo. Dependendo da 1 Texto publicado nos Anais do VI Simpósio Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental: literatura e estudos culturais nas Amazônias. V Colóquio Internacional “As Amazônias, as Áfricas e as Áfricas na Pan-Amazônia”, 05 a 09 de novembro de 2012. Rio Branco: UFAC, 2012. (p. 505 a 513).
  • 2. 508 moldagem ou exploração da cultura de um local, os padrões cognitivos serão diferentes, tendo em vista que nem toda cultura é igual, pois depende do local e dos indivíduos inseridos nela. Ainda de acordo com Gardner (1994) o ser humano sem cultura seria uma monstruosidade com alguns instintos relevantes, mas nenhuma inteligência. Nesta perspectiva, torna-se evidente que os modos nos quais a cultura interage com o cérebro não pode ser ignorada, pois de acordo com a nova e expandida concepção “a mente existe igualmente no crânio, nos objetos disseminados na cultura e nos comportamentos de outros indivíduos com quem alguém interage e de quem aprende” (GARDNER, 1994, p. 39), sendo nós criaturas de nossa cultura, tanto quanto somos de nosso cérebro. Porém, Gardner (2001) nos fala que nossas habilidades cognitivas podem ser reveladoramente encerrada em culturas que exibem papéis e sistemas de valores muito diferentes, por exemplo: a capacidade musical poderia ser encerrada em um indivíduo que viva em uma sociedade que enfatize majoritariamente as habilidades linguística e matemática, pois embora todos possuímos vários processos cognitivos como parte de nosso direito inato, a cultura de um povo é que molda o sujeito. Assim, os indivíduos conhecem, pensam e agem segundo paradigmas inscritos culturalmente neles. As sociedades domesticam os indivíduos por meio de mitos e ideias, que, por sua vez, domesticam as sociedades e os indivíduos, mas os indivíduos poderiam, reciprocamente, domesticar as ideias, ao mesmo tempo poderiam controlar a sociedade que os controla (MORIN, 2005, p. 29). Já numa perspectiva antropológica e ao mesmo tempo sociológico da cultura Tassinari (1995) entende cultura como um conjunto simbólico compartilhado pelos integrantes de determinado grupo social e que lhes permite atribuir sentido ao mundo em que vivem e as suas ações. Sobre esta capacidade, Tassinari citando K. Marx descreve: “uma aranha desempenha operações que se parecem com as de um tecelão, e a abelha envergonha muito arquiteto na construção de seu cortiço. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor das abelhas é que o arquiteto figura na mente sua construção antes de transformá-la em realidade” (MARX apud TASSINARI, 1995, p. 448). A cultura, por tanto, diz respeito a essa capacidade humana de “figurar na mente”, que é a base de nosso pensamento. Para enfatizar esta perspectiva Tassinari vai mais além ao definir três pontos importantes sobre a cultura: Em primeiro lugar, o código simbólico que chamamos de ‘cultura’ permeia todos os momentos da vida social não podendo nunca ser entendida isoladamente, mas somente em relação à totalidade cultural da qual faz parte. Em segundo lugar, a cultura diz respeito a uma capacidade comum a toda a comunidade. Por fim, cada cultura é compartilhada, formulada, e transformada por um determinado grupo social (TASSINARI, 1995, p. 448-449). Ou seja, todo ser humano vive e age a partir de um determinado código simbólico, e o fato de ser diferente do nosso não significa que não exista. Identidade cultural Compreendendo o que é cultura partimos para o reconhecimento da identidade cultura, que para alguns grupos, surge a partir de sua própria historia de seu próprio no sistema de símbolos, na possibilidade de estar entre seus iguais, sejam estes de mesma cor, os que utilizam a mesma língua, os que tenham as mesmas crenças, os mesmos gêneros e etc. Diferenciar não equivale a discriminar e nem diversidade equivale à desigualdade. Um grande desafio lançado à sociedade atualmente é o de articular, da melhor maneira possível, os valores da autonomia, liberdade, direito à diferença e os valores da solidariedade e da igualdade (CANDAU, 2002). Neste processo de construção da identidade de um povo podemos entender a identidade cultural como o conjunto de crenças, valores e modos de agir e pensar de um grupo social ou sociedade, pois todas as sociedades, por mais simples que seja sua organização, possui uma cultura. Quando uma criança nasce, ela já é automaticamente inserida em algum contexto sociocultural, assim, quando crescer ela assumirá a identidade cultural do ambiente em que vive. A cultura de um povo tem sido um dos principais pilares de construção e afirmação de sua identidade. Tendo em vista que a identidade cultural estaria constituída por aqueles aspectos de nossas identidades que surgem das culturas étnicas, raciais e linguísticas, permitindo ao individuo ou grupo este se localize e seja localizado em um sistema social. A identidade cultural caracteriza as pessoas pelo modo de agir, de falar, é como se as “rotulasse” a partir dos modos específicos de sua cultura, movendo os sentimentos, os valores, o folclore e uma infinidade de itens impregnados nas mais variadas sociedades do mundo, e apresenta o reflexo da convivência humana. Esta identidade é vista como uma forma de identidade coletiva característica de um grupo social que partilha as
  • 3. 509 mesmas atitudes e, está apoiada num passado com um ideal coletivo projetado. Ela se fixa como uma construção social estabelecida e faz os indivíduos se sentirem mais próximos e semelhantes. Em alguns casos, a aproximação de culturas pode proporcionar um processo de transculturação – hibridização cultural mundial – que significa um intercâmbio de valores culturais que não é necessariamente negativo ou nefasto, mas complexo e delicado, implicando em processos socioculturais nos quais estruturas ou práticas culturais, que existem de forma separada, ajustam-se para gerar novas estruturas, objetos e práticas. Cidadania e pluralidade cultural A busca da cidadania nos países de terceiro mundo esbarra na falta de cumprimento de direitos universais básicos, embora muitas vezes suas populações tenham esses direitos consagrados em lei. A cidadania, definida pelos princípios da democracia, constitui-se na criação de espaços sociais de luta, expressão política, significando cidadania passiva, outorgada pelo Estado, que por sua vez, se diferencia da cidadania ativa, na qual o cidadão, portador de direitos e deveres, é essencialmente criador de direitos para abrir novos espaços de participação política (CANDAU, 2002). A política econômica adotada na grande maioria dos países, tendo por base a cartilha neoliberal, provoca a elitização de vários aspectos de nossa vida cotidiana, inclusive à educação. Tais fatos, assim, como a extensão da escola homogeneizadora, faz parte da lógica que quer formar uma elite “consumidora” e “empreendedora” afinados com o mercado, querendo evitar a formação de cidadãos críticos, fundamentais para qualquer sociedade verdadeiramente democrática. Se, por um lado, há um processo de homogeneização, amalgamando culturas nacionais, consumos, desejos, de outro, ocorre um reforço das diferenças e das identidades culturais especificas. Como consequência desse processo, visibiliza-se ainda mais a pluralidade cultural, o que traz a necessidade de conviver com o outro, exigindo uma relação democrática entre os grupos existentes. O que exige construir uma democracia que permita não só a manifestação das expressões plurais, mas que possibilite e garanta os meios para o seu desenvolvimento (CANDAU, 2002) Pois pluralidade cultural é a existência de várias culturas. É a pluralidade cultural que faz do mundo um lugar rico. Um mundo rico em cultura. A pluralidade cultural indica, antes de tudo, um acúmulo de experiências humanas que é patrimônio de todos nós, pois pode enriquecer nossa vida ao nos ensinar diferentes maneiras de existir socialmente e de criar o futuro. Assim, a pluralidade cultural é também um foco constante de conflitos, pois traz consigo concepções que questionam profundamente nossas crenças e valores, sendo muito presente em nosso dia-a-dia. É a pluralidade que torna cada povo único e diferente. Cultura e desenvolvimento no contexto da globalização Através de eventos de grande alcance somados à participação e à pressão popular dos diferentes atores envolvidos, nos demos conta da importância essencial do fator humano e de sua atuação para um autêntico desenvolvimento (CANDAU, 2002). A consciência dessa realidade coloca a necessidade da busca de concepções mais abrangentes de desenvolvimento, que rejeitem abordagens meramente economicistas do mesmo, onde o desenvolvimento encerra em quatro aspectos elementares e inter-relacionados: o biólogo, o econômico, o político e o cultural, pois não faz sentido falar em desenvolvimento apenas a nível econômico, político, ou social, como se sua natureza e existência fossem parceladas e setorizadas. É clara a necessidade de repensar o desenvolvimento a partir de uma conceituação mais humana e mais dinâmica do mesmo, onde a dimensão sociocultural seja valorizada como uma prioridade e não apenas com mais um fator a ser considerado (CANDAU, 2002). Decorrendo daí a impossibilidade de se transferir planos e estratégias, ou mesmo de se copiar modelos de desenvolvimento de um país para o outro, como se fosse apenas uma simples questão de mimetismo, sem analisar, além da historia econômica, sua riqueza cultural, sua situação política e a própria história social que deu origem à situação econômica em que se encontram. Do mesmo modo, a implementação de modelos ou programa de desenvolvimento promove impactos socioculturais em nossa maneira de agir e atuar no mundo em função de um conjunto de metas a serem alcançadas. O fator-chave para o sucesso das políticas/programas de desenvolvimento é o diálogo, respeitando, reconhecendo a valorização dos diferentes grupos socioculturais presentes em um determinado contexto. O atual modelo de desenvolvimento, ou melhor, de um “mal-desenvolvimento”, objetiva apenas o crescimento econômico a qualquer preço, independentemente do lugar onde se efetiva. Em tempos onde “pensar
  • 4. 510 globalmente e agir localmente” parece ser mais uma imposição da globalização do que um convite, torna-se difícil articular as especificidades culturais locais e simultaneamente valorizar dinâmicas globalizastes. O desafio implícito nessa aproximação e a concepção de modelos de desenvolvimentos mais amplos, que levam em consideração não apenas os processos relativos à sustentabilidade econômica de uma localidade, mas também os processos de sustentabilidade sociocultural tais como: o estilo de vida, diferença de gênero, de visão de trabalho, hierarquias sociais, sistemas de valores, mecanismo de participação política e possibilidade real de decisão em projetos de desenvolvimento em termos de conscientização e participação local são fundamentais para um verdadeiro desenvolvimento (CANDAU, 2002). Esse desenvolvimento na Amazônia não deve ocorrer como no passado onde os povos indígenas foram os grandes injustiçados e vítimas dessa Amazônia construída pelo capital (HÉBETTE, 2000). E, ainda no tempo da borracha aonde as informações entre a Amazônia e a Europa iam e viam, mas que hoje em dia, com os satélites, as informações saem mais daqui para lá do que devolvem para cá. Esta concepção de globalização capitalista deve mudar, para que haja uma reciprocidade de informação entre o mundo industrializado e a Amazônia tradicional. A pluralidade cultural Amazônica Uma sociedade dividida em classes apresenta diferentes interesses ligados a cada classe. Tratando-se das sociedades complexas em que vivemos, multiplicam-se os grupos dentro da sociedade, cada um deles com seus interesses e universos culturais distintos. Quanto mais diversificada for a sociedade, maior a pluralidade cultural. A Amazônia é composta por uma vasta pluralidade cultural, pois existem várias culturas em uma mesma região, numa área tão imensa a ponto de cada povo se distinguir através da sua diversidade “a Amazônia é feita de diversas sociedades, muito diferentes: as sociedades indígenas (são muitas), as sociedades ribeirinhas (‘caboclas’), as sociedades em formação nas áreas de colonização, para citar apenas alguns grandes agrupamentos” (HÉBETTE, 2000, p. 04), a ponto de cada povo se distinguir através da sua diversidade. Quando a pluralidade cultural é abordada em debates educacionais, questões são apresentadas sobre como trabalhar esse tema em uma sociedade que não valoriza a cultura do outro. Nossa sociedade possui traços marcantes das diversas culturas indígenas, ribeirinhas caboclas que ao invés de serem valorizadas são discriminadas como culturas inferiores. No olhar etnocêntrico do branco, o nativo ainda está em vias de aperfeiçoamento e evolução, só pelo fato do mesmo ser estigmatizado embora viva em uma sociedade complexa e industrializada que a do branco. Esta visão precisa ser mudada, de modo que este pensamento de ser superior desenraize, pois não há superioridade ou inferioridade cultural, o que há, são, as diferentes culturas que correspondem aos interesses particulares próprios de cada sociedade. Essa diferença é definida como identidade cultural, ou seja, as particularidades que cada sociedade possui em relação à outra cultura. Mas, como as sociedades amazônidas são conhecidas? Os povos amazônidas possuem sua própria maneira de representar o mundo sobrenatural, ou seja, aquilo que não pode ser explicado de forma racional e lógica, uma delas é através das narrativas de conteúdo altamente simbólico que tratam das origens do mundo, de tempos ancestrais diferentes do nosso, dos seres que nele habitavam e que foram responsáveis pela criação da atual humanidade, pelas demais espécies e por suas capacidades. As várias esferas da vida social encontram-se imbricadas de tal forma que nunca podemos analisá-las isoladamente. Não podemos atingir a dimensão de totalidade que caracteriza a vida social dos povos da Amazônia a partir da nossa forma linear de escrita que divide os fenômenos em suas várias partes para descrevê- lo, tendo em vista que, a sociedade é dinâmica e se autoconstrói no seu processo socioeconômico, político e cultural. A escola reprodutora ou libertadora A escola ainda tem o pensamento elitista reprodutora impondo os valores e os conceitos da classe dominante à camada popular. Não se conseguiu unir a “cultura elaborada” com a “cultura popular”, e por isso a questão de uma educação de qualidade e igualitária para todos é um problema a se resolver, pois segundo Gadotti (1992, p. 20), Apesar de muitas pesquisas e estudos, os nossos currículos não conseguiram equacionar adequadamente a relação entre a identidade cultural e o itinerário educativo dos alunos provenientes das camadas populares.
  • 5. 511 Os nossos currículos ainda apresentam aos alunos um pacote de conhecimentos que eles devem aprender, tenham ou não significados para eles. Eles são avaliados – aprovados ou reprovados – em função da assimilação ou não desse pacote de conhecimentos. Todo o tipo de desigualdade é maléfico no que concerne ao convívio entre os seres humanos, pois analisando a situação das desigualdades: social, cultural e econômica observa-se que há um enorme preconceito com pessoas que não pertencem ao mesmo ciclo de convivência de um determinado grupo, e é a partir daí que surgiu o termo “preconceito etnocêntrico”, ou seja, olhar a cultura do outro com base em nossa própria cultura desmerecendo a do outro, sendo esta ação corrente nas próprias escolas, lugar que deveria não existir. Consideramos que todos devem ter o direito à oportunidade a educação de qualidade, independente de qual classe social pertença, para que o estudante possa ter a oportunidade de ser competitivo no mundo globalizado como o nosso, mas infelizmente observa-se que esta “escola justa” que sonhamos real, não é o que vemos, sendo que as escolas na sua maioria são reprodutoras dos pensamentos elitistas oprimindo o estudante através de uma legitimada “violência simbólica”, proporcionando, desta feita, uma desigualdade e segregação racial na própria escola, devido à realidade sócio-econômica presente de muitos estudantes. O IBGE em sua última pesquisa sobre a educação relata que 15% dos adolescentes do Estado do Amazonas estão fora da sala de aula. A isto surge uma pergunta, porque eles estão fora da escola? (MAGNENTI, 2009). Muitas das vezes os estudantes não sentem prazer em estar na sala de aula, pelo motivo de a escola não lhes proporcionar uma educação justa para todos, mas sim, uma educação diferenciada, em que aos estudantes da elite, lhes é proporcionado todo o aparato educacional para o seu desenvolvimento cognitivo, enquanto que aos demais lhes é cedido uma educação fragmentada, as escolas publicas onde estudam não lhes estimulam a continuarem os seus estudos, e assim vencerem nesta sociedade desumana, mas sim, reproduz o pensamento tradicional elitista, em que, a classe operária não deve ascender socialmente, e que a causa do fracasso deles, são eles mesmos, pois não estudam o suficiente, mas como estudarão se a escola não lhes proporciona o espaço adequado e os instrumentos para uma boa educação? A escola parece não estar cumprindo com o seu papel a que fora criada, no qual trazia “[...] promessas de justiça a um mundo social fundamentalmente desigual” (DUBET, 2008, p. 23). A escola para resolver os problemas educacionais precisa atuar de modo que transforme a mente dos alunos, sabendo que vivem, em um mundo desigual e muitas vezes de risco, esta escola deve motivar os estudantes, de modo que possam ser atores da melhoria de suas vidas através de uma escola justa e igualitária, motivando aos alunos e fazendo com que os mesmos sintam prazer em estar em sala de aula. Não cumprindo com o seu papel, a escola prejudica o aluno que, desta feita, se sente desestimulado, não querendo mais estudar, e consequentemente abandonando o estudo, tudo isto por causa das desigualdades que existem na escola e ainda mais, quando a escola prega uma educação meritocrática, onde os alunos que tenham mérito é que serão bem sucedidos, pondo a culpa sobre o estudante e tirando a responsabilidade da escola, pois para elas as desigualdades procedem unicamente do mérito e das performances pessoais. Analisando as verdadeiras causas das desigualdades, observamos que é por causa de que eles abandonam a escola, é pelo fato de muitos deles precisarem trabalhar para manter-se e ainda ajudar a família, e ainda têm outros que por não trabalharem não tem condições de chegar à escola, sendo esta uma realidade de uma grande parte dos estudantes do Estado do Amazonas, causando uma grande desigualdade social, que “[...] se manifestam desde o início da escolaridade” (DUBET, 2008, p. 25). Pois, vemos uma brutal diferença educacional entre o estudante da classe alta e o da classe baixa, onde um tem tudo e o outro não tem quase nada, precisando trabalhar para se manter e ainda arranjar tempo para estudar, uma violência que não se percebe, mas que proporciona esta desigualdade existente hoje. A escola configura-se como o principal agente educacional da sociedade pós-moderna. E lamentavelmente, ao invés do que se espera, a escola não vem educando para formar cidadãos e sim para legitimar o poder simbólico da classe dominante. A autoridade pedagógica que visasse destruir a violência simbólica destruiria a si própria, pois se trata do poder que legitima a violência simbólica. Quanto maior a proximidade entre o discurso simbólico do ambiente familiar com o ambiente escolar, o sucesso e a inserção escolar estarão mais garantidos. A educação escolar, assim, além de reproduzir a cultura dominante, contribui para a perpetuação da desigualdade social, funcionando como um selecionador dos alunos adaptados a esta cultura.
  • 6. 512 Somente quando o estudante deixar de ser um emissor passivo, tornando-se um agente crítico frente às informações bombardeadas incessantemente pela mídia, a escola poderá finalmente cumprir sua função de formar cidadãos preparados para transcender o determinismo social e cultural do processo de violência simbólica, construindo uma sociedade cada vez mais livre e igualitária. No entanto, Bordieu vem colocar por terra essa ideia, pois ele observa que a educação não é para todos, a educação é privilegiada, por que enquanto a classe dominante investe no preparo de seus filhos na escolarização em escolas particulares a popular se conforma com as públicas por falta de recurso. A educação multicultural Amazônica A teoria de uma educação multicultural vem de contraponto ao nosso currículo atual valorizando a capacidade de pensar com autonomia do estudante, essa teoria prega o pluralismo e o respeito à cultura do estudante, propondo-se instaurar a equidade e o respeito mútuo superando preconceitos. Nesse sentido, “A educação multicultural pretende enfrentar o desafio de manter o equilíbrio entre a cultura local, regional, própria de cada grupo social ou minoria étnica, e uma cultura universal, patrimônio hoje da humanidade” (GADOTTI, 1992, p. 21), porém, o acesso à educação ainda é de difícil a alguns grupos, por várias razões questionáveis, como por exemplo, os grupos indígenas que vivem nas cidades, que por terem uma cultura diferente do branco são discriminados por professores mal qualificados, sendo excluídos mesmo estando em sala de aula. A educação multicultural pretende analisar os currículos atuais procurando formar professores críticos, para que estes possam se despojar dos seus preconceitos culturais e elaborarem novas metodologias para os estudantes das camadas populares, compreendendo-as na totalidade da sua cultura e visão de mundo. A educação multicultural procura resolver os problemas criados pelas diversas culturas em sala de aula e ao mesmo tempo procura apontar estratégias para superação desses problemas. Por isso a escola tem que ser local no seu ponto de partida e sendo internacional e intercultural como ponto de chegada. A autonomia de uma escola não significa que esteja isolada, fechada para outras culturas. Escola autônoma significa escola ousada, curiosa, procurando dialogar com outras culturas e concepções de mundo. O pluralismo significa o diálogo com as outras culturas a partir de uma cultura que se abre às demais como afirma Moacir Gadotti, Mas a escola sozinha não pode dar conta dessa tarefa. Por isso, ela, numa perspectiva intercultural da educação, alia-se a outras instituições culturais. Daí a necessidade de ser autônoma sem autonomia não poderá ser multicultural. Ela deve possibilitar a seus alunos o contato com alunos de outras escolas, possibilitar viagens, encontro de toda sorte de projetos, próprios de cada escola, que a constituam num organismo vivo e atuante no seio da própria sociedade (GADOTTI, 1992, p. 23/24). A escola isolada não pode participar do diálogo com as outras por se manter fechada. Daí a necessidade da interculturalidade com as outras instituições e por isto a escola deve ser autônoma possibilitando aos alunos o conhecimento das outras culturas. Considerações finais Somos o encontro de três raças que marcaram a historiografia brasileira e dessa mistura étnica entre brancos, negros e “índios” surge o ser brasileiro. Vale ressaltar que no surgimento do povo amazônida, esta miscigenação se deu mais fortemente através dos índios e dos nordestinos do que dos negros, já que pelas obras lidas, até então, fica evidente a pouca participação do negro nesta miscigenação, mas não deixa de ser relevante em nossa formação cultural. Por tudo isso é que somos um povo mestiço, com traços múltiplos formado por inúmeras etnias que com o convívio durante três séculos destas três etnias permitiu que tivéssemos além dessa formação impar, uma diversidade cultural invejável. O misticismo, a lenda, o folclore, do imaginário surgem dessa mistura. A Amazônia possui populações indígenas e ribeirinhas e urbanas que vivem em seus contextos de forma contrastantes, da vida artesanal e lúdicas no seu interior à complexidade da vida urbana. É importante frisar que há comunidades caboclas ribeirinhas que estão na intermediação entre os povos indígenas e a busca de uma identidade cultural que afirme a sua auto-imagem frente à cultura hegemônica sem desarraigar de sua vida tradicional. Também é necessário conhecer que nos meios culturais e educativos as comunidades amazônidas preservaram a continuidade de suas diferenças; bem como elas exercem a compreensão das relações entre educação, comunidade e cultura. Ao conhecer essas relações culturais e educativas, entende-se que todo ser humano tem potencialidade para aprender alguma coisa, pois todos nós estamos aptos a conhecer o mundo através das múltiplas habilidades
  • 7. 513 que possuímos, para resolver problemas, para criar coisas, bem como, de uma compreensão de nós mesmos. Com esse pressuposto é indispensável uma boa a formação dos professores, pois cada ano surgem novas ideias e técnicas para que estes possam fazer da sua prática educativa um prazer, sendo criativo e envolvente, fazendo de sua aula algo interessante e prazerosa para quem ensina e aprende. A diversidade cultural amazônica torna-se evidente devido o fato da multiplicidade de povos indígenas que interagem com comunidades ribeirinhas que se formaram no decorrer da história da Amazônia e seu fluxo constante, de um ir e vir, entre capital e interior do estado do Amazonas. O elemento fundamental para o conhecimento e a interação das crianças e sua relação com a natureza é de fundamental importância. Desta maneira, no processo de ensino-aprendizagem, rompendo com o modelo de uma escola centrada unicamente numa educação homogeneizante. Referências CANDAU, Vera Maria (org.), Sociedade, Educação e Cultura: questões e propostas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002. CANGLÍNE, Nestor Garcia. Culturas híbridas: Estratégias para entrar e sair da modernidade. 4. ed. São Paulo: EDUESP, 2006. DUBET, François. O que é escola justa?: A escola das oportunidades. São Paulo: Cortez, 2008. GADOTTI, Moacir. Diversidade Cultural e Educação para Todos. Rio de Janeiro: Graal, 1992, p. 19-23. GARDNER, Howard. Estruturas da Mente: A Teoria das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994. GARDNER, Howard. Inteligência: Um Conceito Reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. HÉBETTE, Jean. Que Amazônia foi construída nos últimos 25 anos? In: OLIVEIRA, José Aldemir e Pe. Humberto Guidotti. A Igreja arma sua tenda na Amazônia. Manaus: Universidade do Amazonas, 2000. KANDEL, Eric R. Em busca da memória: o nascimento de uma nova ciência da mente; tradução Rejane Rubino. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. MAGNENTI, Renata. Pesquisa mostra que 30 mil estão fora da escola no Amazonas. Manaus, AM: Diário do Amazonas, 26 de abril de 2009. MATURANA, Humberto R; VARELA, Francisco J. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 2010. MORIN, Edgar. Educação e complexidade: Os sete saberes e outros ensaios. / Maria da Conceição de Almeida; Edgard de Assis Carvalho (org.). São Paulo: Cortez, 2002. MORIN, Edgar. O método 3: o conhecimento do conhecimento; tradução: Juremir Machado da Silva. 4. ed. Porto Alegre: Sulina, 2008. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 10. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2005. STERNBERG, R. J. Psicologia Cognitiva. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010. TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. Sociedades Indígenas: Introdução ao tema da diversidade cultural. In: SILVA, Aracy Lopes da. & GRUPIONI, Luís Donisete Bensi. A temática indígena na Escola: Novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. Brasília: MEC/Mari/Unesco, 1995.