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República Federativa do Brasil
             Ministério de Minas e Energia
    Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
      Diretoria de Geologia e Recursos Minerais
         Departamento de Recursos Minerais




    SÍNTESE DAS NECESSIDADES DE
CALCÁRIO PARA OS SOLOS DOS ESTADOS
         DA BAHIA E SERGIPE

           Paulo Roberto Soares Corrêa
                Odon Moraes Filho




       Superintendência Regional de Salvador
                       2001
EQUIPE TÉCNICA

Geól. Roberto Campelo de Melo                           Geól. Odon Moraes Filho
Gerente de Recursos Minerais                            Engº Agron. Paulo Roberto Soares Corrêa
                                                        Geól. Luiz Carlos de Moraes
Euvaldo Carvalhal Britto                                Execução
Gerente de Rel. Institucionais e Desenvolvimento
                                                        Jurailda Castro Sacramento
Geól. Luiz Carlos de Moraes                             Jackson Fernandes de Oliveira
Supervisor de Recursos Minerais                         Neuza de A. Souza
                                                        Digitalização e Editoração
Geól. Odon Moraes Filho
Chefe do Projeto                                        Itamar R. de Farias França
                                                        Digitação do Texto

                                                        Neuza de A. Souza
                                                        Diagramação e Montagem




                  Editoração Final e Impressão pela Superintendência Regional de Porto Alegre
                                    Coordenação: Geól. Luís Edmundo Giffoni

                                 Informe de Recursos Minerais
                         Série Insumos Minerais para Agricultura, nº 06

         C845 Corrêa, Paulo Roberto Soares
                 Síntese das necessidades de calcário para os solos dos estados da
              Bahia e Sergipe / Paulo Roberto Soares Corrêa, Odon Moraes Filho. –
              Salvador : CPRM, 2001.

                    11 p. : il + 1 mapa color. – (Informe de Recursos Minerais, Série In-
                  sumos Minerais para Agricultura, nº.06)

                  1. Calcário – Bahia. 2. Calcário – Sergipe. 3. Corretivo agrícola. I. Mo-
                  raes Filho, Odon. II. Título. III. Série.

                                                                                          CDD 631.8




                                                                                                      i
Apresentação

         O Informe de Recursos Minerais objetiva sistematizar e divulgar os resultados das ativi-
dades técnicas da CPRM nos campos da geologia econômica, prospecção, pesquisa e econo-
mia mineral. Tais resultados são apresentados em diversos tipos de mapas, artigos bibliográfi-
cos, relatórios e estudos.

        Em função dos temas abordados são distinguidas oito séries de publicações, abaixo re-
lacionadas:

            1) Série Metais do Grupo da Platina e Associados;

            2) Série Mapas Temáticos do Ouro, escala 1:250.000;

            3) Série Ouro - Informes Gerais;

            4) Série Insumos Minerais para Agricultura;

            5) Série Pedras Preciosas;

            6) Série Economia Mineral;

            7) Série Oportunidades Minerais - Exame Atualizado de Projetos;

            8) Série Diversos.


       A aquisição de exemplares deste informe poderá ser efetuada diretamente na Superin-
tendência Regional de Salvador ou na Divisão de Documentação Técnica, no Rio de Janeiro.




                                                                                                i
Resumo

       O Programa de Avaliação Geológico-Econômica de Insumos Minerais para Agricultura
no Brasil – PIMA, em desenvolvimento pela CPRM, objetiva o suprimento de informações bási-
cas para a iniciativa privada e para ações governamentais, com vistas à expansão da indústria
desses insumos minerais e, conseqüentemente, do setor agrícola, a níveis regional e nacional.

        Como parte integrante desse programa nos estados da Bahia e Sergipe, área de juris-
dição da Superintendência Regional de Salvador, foi elaborado o mapa em apreço, na escala
1:2.000.000, objeto do presente informe.

        Este mapa foi obtido a partir da interpretação dos resultados de análises e mapeamen-
tos de solos na escala ao milionésimo, executados pelo projeto RADAMBRASIL, abrangendo a
                                                                          2
área total dos estados da Bahia e Sergipe (aproximadamente 582.970 km ).

         Adotando-se como parâmetros básicos dos solos, os níveis de saturação por bases
(caráter eutrófico e distrófico) e a saturação por alumínio trocável (caráter álico), além do per-
centual de argila, se maior ou menor que 20%, foram individualizadas no mapa, cinco classes
de terras quanto às necessidades de calcário, a saber: a) Classe 1 – Terras que não necessi-
tam de calagem; b) Classe 2 – Terras que necessitam de pequenas quantidades de calcário
(menos de 1 t/ha); c) Classe 3 – Terras que necessitam de médias quantidades de calcário (1 a
3 t/ha); d) Classe 4 – Terras que necessitam de grandes quantidades de calcário (mais de 3
t/ha); e) Classe 5 – Terras que podem ou não necessitar de calagem, contudo apresentam uma
ou mais restrições muito fortes, de natureza diversa, que as tornam não recomendáveis à ativi-
dade agrícola (solo com exígua profundidade, pedregosidade e/ou rochosidade, textura grossei-
ra, salinidade e/ou alcalinidade, etc; topografia com serras, escarpas rochosas, etc; drenagem
com risco de inundação ou encharcamento), razão porque não foram objeto de análise quanto à
recomendação de calagem, podendo, no entanto, ter outras destinações, tais como, pecuária,
florestamento ou reflorestamento, preservação permanente, proteção ambiental, etc.

        Saliente-se que o presente trabalho faz uma análise global das necessidades de calcá-
rio em cada tipo de solo, para a maioria das culturas, sem particularizar as especificidades de
cada uma. Serve, portanto, como uma diretriz para se avaliar as necessidades de calcário para
a agricultura em geral, nos dois estados.

         A partir do mapa elaborado é apresentado um quadro-resumo com a estimativa das ne-
cessidades de calcário nos estados da Bahia e Sergipe, contendo, para cada estado: a) a área
total e a área para cada uma das cinco classes de terras mapeadas; b) as necessidades mé-
dias (em t/ha), a cada quatro anos, por classe mapeada e para todo o estado; c) as necessida-
des totais (em t), a cada quatro anos, também por classe de terras e para todo o estado.

        Assim, foram obtidas, para o Estado da Bahia, necessidades médias totais, a cada
quatro anos, de 1,08 t/ha (classes 1 a 5) e 1,65 t/ha (classes 1 a 4), significando uma necessi-
dade total para esse estado de 60.522.300 t de calcário, a cada quatro anos. Da mesma forma,
foram obtidas para o Estado de Sergipe, necessidades médias totais, a cada quatro anos, de
0,57 t/ha (classes 1 a 5) e 1,22 t/ha (classes 1 a 3), significando uma necessidade total para
esse estado, de 1.253.700 t de calcário, a cada quatro anos.




                                                                                                 i
Abstract

        Economic-Geologic Evaluation of Mineral Commodities for Agriculture in Brazil Program,
called PIMA, that has been developed by CPRM, aims to supply basic information to private
enterprises and governmental actions, providing regional and national industry increase of these
mineral commodities and consequently the development of the agricultural sector.

         Integrating this program in the States of Bahia and Sergipe, jurisdictional area of The
Salvador Regional Superintendence, the 1:2,000,000 scale map in addition, scope of this work,
was elaborated. This map resulted from 1:1,000,000 scale soil mapping and analyses interpreta-
tion performed by the RADAM BRASIL project, including the Bahia and Sergipe States total area
                    2
(about 582.970 km ).

         Adopting as soil basic parameters, the base saturation level (eutrophic and dystrophic
character) and the changeable aluminum saturation (“alico” character) besides mud percentile, if
upper or lower than 20%, five classes of lands were individualized in the map related to lime-
stone necessity: a) Class 1-Lands that do not need limestone; b) Class 2-Lands that need low
quantities of limestone (less than 1 t/ha); c) Class 3-Lands that need medium quantities of lime-
stone (1 to 3 t/ha); d) Class 4-Lands that can or can not need limestone however present one or
more different nature restriction, not recommended to agricultural activity (scanty depth soils,
rocky, coarse texture, salty or alkalinity, etc; mountain topography, rocky steep slope, etc, inun-
dation risk drainage or drenched terranes). For this reason they were not analyzed for limestone
recommendation, although they can be destinated to cattle raising, forestation, permanent
preservation, environmental protection, etc.

        This work makes a global analysis of limestone necessities in each type of soil, for the
majority of the cultures, without particularizing the specificity of each one. So it serves in general
as an orientation to evaluate limestone necessities for agriculture in both States.

         From the elaborated map is presented an abstract schedule with the estimated lime-
stone necessities in the States of Bahia and Sergipe, comprising for each one: a) total area and
each class mapped land area; b) the total State and each class mapped average necessities (in
t/ha), in every four years; c) the total necessities (in t), in every four years, also for lands class
and all of the State.

        Thus, for the Bahia State were obtained total average necessity, in every four years, of
1.08 t/ha (classes 1 to 5) and 1.65 t/ha (classes 1 to 4), meaning a total necessity for this State
of 60,522,300 t of limestone, in every four years. In the same manner, were obtained for the
Sergipe State, total average necessities, in every four years of 0.57 t/ha (classes 1 to 5) and
1.22 t/h (classes 1 to 3), meaning a total necessity for this State of 1,253,700 t of limestone, in
every four years.




                                                                                                     ii
1 - Introdução
         A elaboração de um mapa de Clas-      Sergipe está inteiramente contido na folha
ses de Terras Quanto à Necessidade de          SC.24-Aracaju.
Calcário, dos estados da Bahia e Sergipe,
                                         2             Existem vários métodos para se
com uma área de cerca de 582.970km e
diversificada quanto aos solos, relevo e       determinar a necessidade de calcário no
clima, é uma tarefa difícil, seja pela com-    solo, sendo que, para os estados da Bahia
plexidade que o tema sugere ou seja pela       e Sergipe foram utilizadas duas fórmulas:
indefinição de um método capaz de dar          uma que considera o duplo teor de alumí-
uma resposta única e segura para todas as      nio do solo e os valores de cálcio e magné-
espécies e cultivares, com diferentes exi-     sio quando inferiores a 2 meq/100g de solo,
gências e distintas tolerâncias.               e outra, que leva em consideração a capa-
                                               cidade de troca catiônica e dois níveis de
        O mapa que ora se apresenta, na        saturação de bases: o atual e o adequado
escala 1:2.000.000, resulta da análise de      a cada cultura. No cálculo final considera-
centenas de unidades de mapeamento de          se também a qualidade do corretivo, avali-
solos, para cada folha ao milionésimo, for-    ada pelo poder de neutralização (CaCO3
madas por associações de duas ou mais          equivalente) e pela reatividade (granulome-
classes de solos, as quais, discriminadas      tria) do material, que expressa o PRNT
pela saturação de bases ou alumínio, ativi-    (Poder Relativo de Neutralização Total).
dade de argila, textura, profundidade, rele-           As quantidades de calcário a serem
vo etc, perfazem mais de mil unidades de       aplicadas variam com a cultura e depen-
mapeamento, considerando todas as folhas       dem do poder tampão do solo, da textura e
que compõem os Estados da Bahia e Ser-         dos teores de cálcio, magnésio e alumínio
gipe.                                          presentes no solo. Para cada cultura há um
                                               ótimo de pH, o que, em geral, está entre
        Pelo corte cartográfico internacio-    5,8 e 6,8; contudo, há plantas acidófilas,
nal, o Estado da Bahia participa de cinco      que encontram sua melhor condição em
folhas, ao milionésimo, codificadas e de-      solos bem mais ácidos, enquanto outras só
nominadas: SC.23-São Francisco; SC.24-         se desenvolvem plenamente na ausência
Aracaju; SD.23-Brasília; SD.24-Salvador e      total de elementos acidificantes ou tóxicos,
SE.24-Rio Doce, enquanto que o Estado de       como o alumínio e o manganês.




                                                                                          1
2 - Justificativa
        Nos estados da Bahia e Sergipe        ácidos ou ligeiramente alcalinos e para o
                                                        +
predominam solos de baixa fertilidade, cujo   sódio (Na ), responsável pela forte eleva-
aproveitamento racional, com médios a         ção do pH e degradação da estrutura e
altos rendimentos, só será conseguido com     porosidade dos solos, com reflexos na
o emprego de fertilizantes e corretivos, em   permeabilidade.
quantidades adequadas e variáveis con-
forme as exigências específicas de cada               A presente abordagem se aterá
cultura e tipo de solo.                       apenas aos solos ácidos, portanto, que
                                              necessitam de calagem, em quantidades
         A correção da acidez dos solos a-    variadas, a fim de alcançar as condições
través da calagem é considerada uma prá-      propícias para o pleno desenvolvimento
tica fundamental para o aproveitamento        das culturas, com produções elevadas.
eficiente dos fertilizantes pelas plantas,
especialmente das culturas mais sensíveis
aos efeitos da acidez. A calagem, além de              O cálcio e o magnésio representam
elevar o pH do solo, neutraliza ou reduz os   cerca de 70 a 80 % das bases trocáveis do
efeitos tóxicos do alumínio e manganês,       solo e são responsáveis pela redução ou
fornece os nutrientes cálcio e magnésio       neutralização dos efeitos nocivos da aci-
para as plantas, e ainda, propicia melhor     dez. É o cálcio que condiciona a saturação
estruturação dos solos e maior desenvol-      do complexo sortivo e, portanto, o pH do
vimento radicular, o que favorece a dispo-    solo. O magnésio, em média, preenche
nibilidade e absorção dos outros nutrientes   entre 5 e 20 % das bases trocáveis, exce-
e a maior resistência ao estresse hídrico.    tuando-se alguns casos particulares como
                                              nos Vertissolos, Rendzinas e Cambissolos
        O pH do solo, que expressa sua a-     derivados de rochas carbonatadas calco-
cidez ou alcalinidade, está intimamente       magnesianas, onde pode alcançar maior
relacionado à presença ou ausência de         representação. São ainda necessários
cátions trocáveis, com ênfase para o hidro-   como nutrientes essenciais para as plantas
         +                +++
gênio (H ) e alumínio (Al ), predominan-      e como coadjuvantes para um melhor a-
                                       ++
tes nos solos ácidos; para o cálcio (Ca ) e   proveitamento dos demais fertilizantes,
              ++
magnésio (Mg ), cuja ocorrência significa-    principalmente em culturas menos toleran-
tiva se dá nos solos neutros, ligeiramente    tes à acidez do solo.




2
3 - Metodologia
        Os procedimentos adotados para         Estado da Bahia e todo o Estado de Sergi-
se obter as unidades que representam as        pe.
Classes de Terras Quanto à Necessidade                  Para alcançar este objetivo foram
de Calcário, obedeceram às seguintes           estabelecidas 5 classes de terras quanto às
etapas:                                        necessidades de calcário, identificadas e
                                               separadas por faixas de valores bem defi-
         Análise dos diversos métodos para     nidos (em tonelada/hectare), adotando-se
se determinar as necessidades de calcário      como parâmetros básicos dos solos, os
para correção dos solos, a saber: solução      níveis de saturação por bases (caráter
tamponada SMP, utilizada no Rio Grande         distrófico e eutrófico) e saturação por alu-
do Sul e Santa Catarina; capacidade de         mínio trocável (caráter álico), no horizonte
troca catiônica e saturação de bases em        superficial, até uma profundidade em torno
dois níveis (atual e projetado), adotado em    de 20 cm, considerando-se também, o per-
São Paulo; soma dos teores de cálcio e         centual de argila, se maior ou menor que
magnésio (maior ou menor que 2), adotan-       20%. Estes parâmetros são distintivos en-
do-se o duplo valor do alumínio trocável,      tre classes de solos, foram obtidos através
como em Minas Gerais e Goiás e,                de análises físico-químicas de perfis repre-
finalmente, análise dos dois métodos           sentativos das unidades taxonômicas e
adotados na Bahia, quais sejam, o da           estão contidos nos levantamentos de solos
neutralização do alumínio trocável relativo    supracitados.
aos teores de cálcio e magnésio, e o da
capacidade de troca e saturação de bases,               O relevo, a profundidade, pedrego-
considerando, em ambos, o percentual de        sidade e rochosidade, a textura, a salinida-
argila no solo (se maior ou menor que          de e/ou alcalinidade, também foram consi-
20%).                                          derados como fatores restritivos importan-
         Para se definir a metodologia a ser   tes para distinguir terras aptas para o uso
adotada neste trabalho, foram analisados,      agrícola, de terras não recomendadas à
para confronto de resultados, mais de trinta   utilização com agricultura, em razão das
perfis de solos e calculados os valores para   severas limitações que apresentam. Assim,
a Necessidade de Calcário, por ambos os        as classes de terras (de 1 a 4) definidas
métodos, para cada perfil. Os valores en-      neste trabalho, apresentam relevo que
contrados apresentaram discrepâncias entre     varia de plano a ondulado; solos mediana-
métodos, indicando que não são tão uni-        mente profundos a muito profundos, sem
formes e precisos quanto se deseja, o que      pedras ou afloramentos significativos; tex-
condicionou a que se procurasse outro          tura média (mais de 15% de argila) a muito
caminho mais prático e objetivo, a partir      argilosa; com drenagem adequada, sem
das informações disponíveis, abrangentes       hidromorfismo ou risco de inundação; teor
para ambos os Estados e publicadas na          de sais solúveis abaixo de 4 mmhos/cm a
                                                  0
mesma escala, qual seja, o Levantamento        25 C e sódio trocável menor que 6%. Ape-
e Classificação dos Solos elaborados pelo      nas a classe 5 é que admite estas restri-
Projeto RADAMBRASIL.                           ções e, por isto mesmo, não foi considera-
                                               da potencialmente agricultável, razão por
         Os métodos atualmente em uso          que não foi objeto de análise para a deter-
especificam as culturas que serão benefici-    minação da necessidade de calcário.
adas e por isto têm maior precisão, pois
distintas espécies vegetais têm diferentes             Um solo ou um horizonte é distrófi-
exigências quanto a pH, teor de cálcio e       co quando a proporção entre a soma dos
magnésio, saturação de bases, teor de          cátions básicos trocáveis (S) em relação à
argila e matéria orgânica, umidade etc. No     capacidade de troca de cátions (CTC) é
presente estudo, a recomendação é única,       menor que 50% da saturação por bases. E,
servindo apenas como uma diretriz para se      é considerado eutrófico, quando este valor
avaliar a necessidade de calcário para a       é igual ou superior a 50%. O caráter álico
agricultura em geral, abrangendo todo o        diz respeito ao estado do solo ou do hori-

                                                                                          3
Informe de Recursos Minerais


zonte quanto à saturação da CTC por alu-       Classe 3 – Terras que necessitam de mé-
mínio trocável e denota a proporção de                    dias quantidades de calcário
alumínio maior que 50%, em relação à                      (entre 1 e 3 toneladas/ha)
soma das demais bases trocáveis.
                                               Classe 4 – Terras que necessitam de
         Para este trabalho foram utilizadas             grandes quantidades de calcá-
as cartas temáticas de Solos, das folhas a               rio (mais de 3 toneladas/ha)
seguir     discriminadas,     na      escala
1:1.000.000, elaboradas pelo Projeto RA-       Classe 5 – Terras que podem ou não ne-
DAMBRASIL, nas quais, após análise e                      cessitar de calagem, contudo
interpretação, foram delimitadas as Classes               apresentam, no mínimo, um
de Terras Quanto às Necessidades de                       impedimento muito forte, de
Calcário, de conformidade com os concei-                  outra natureza, que as tornam
tos abaixo. O Estado da Bahia está contido,               não recomendadas à atividade
parcialmente, em cinco folhas cartográfi-                 agrícola.
cas, ao milionésimo, segundo o corte inter-
nacional, denominadas: São Francisco                   Após interpretação e delimitação
(SC.23); Aracaju (SC.24); Brasília (SD.23);    das classes em overlays, as folhas ao mili-
Salvador (SD.24) e Rio Doce (SE.24), en-       onésimo foram reduzidas para a escala
quanto que o Estado de Sergipe insere-se       1:2.000.000 e pintadas, constituindo as
totalmente na folha SC.24.                     “bonecas de cores”. Estas foram transcritas
                                               para uma base única, transparente, em
       Classes de Terras Quanto à Ne-          poliester, na escala 1:2.000.000, que foi
cessidade de Calcário:                         entregue para digitalização e planimetria.

Classe 1 – Terras que não necessitam de                Finalmente, foi feita a elaboração
          calagem.                             do relatório técnico e de uma nota explica-
                                               tiva que deverá compor o mapa de Classes
Classe 2 – Terras que necessitam de pe-        de Terras Quanto à Necessidade de Calcá-
           quenas quantidades de calcá-        rio dos Estados da Bahia e Sergipe, a fim
           rio (menos de 1 tonelada/ha)        de torná-lo mais explícito.




4
4 - Considerações sobre Calagem e Calcário Agrícola

4.1 – Calagem                                   4.2 – Calcário Agrícola

         Calagem é o processo de aplicação               A Secretaria de Fiscalização Agro-
de corretivos cálcicos ou calcomagnesia-        pecuária (SEFIS) publicou no Diário Oficial
                                                                                    o.
nos aos solos ácidos, com a finalidade de       da União, em 16.06.86, a portaria n .3, que
elevar o pH e fornecer os elementos cálcio      estabelece os níveis de MgO para os calcá-
e magnésio. Além disto a calagem propor-        rios, e que foi complementada pela Comis-
ciona melhores condições físicas e quími-       são Estadual de Fertilidade dos Solos da
cas aos solos, explicitadas pelas seguintes     Bahia, adotando também níveis de CaO,
vantagens: melhora a estruturação dos           conforme tabela abaixo:
solos, favorecendo a aeração e a circula-
ção da água; beneficia o desenvolvimento
das raízes que atingem maiores profundi-          Tipo de        Teor de       Teor de
dades; aumenta a atividade microbiana;
                                                  Calcário       CaO (%)       MgO (%)
neutraliza a ação do alumínio trocável e
                                                 Calcítico        40 - 45        <5
insolubiliza o manganês, considerados
tóxicos; aumenta a assimilabilidade do           Magnesiano       31 - 39       5 - 12
fósforo e nitrogênio; retém melhor o potás-      Dolomítico       25 - 30        > 12
sio dos adubos; etc.

        A correção da acidez implica no                  O PODER DE NEUTRALIZAÇÃO
aporte de calcário ao solo, em quantidade       (PN) de um calcário é a sua capacidade em
que depende das propriedades dos solos,         neutralizar um ácido e é dado pelo teor de
das exigências e tolerâncias das culturas e     CaCO3 equivalente, sendo que a legisla-
da qualidade do material corretivo. Em          ção pertinente exige que seja superior a
geral os solos com maiores teores de alu-       67%. Também, a soma CaO + MgO, deve
mínio, matéria orgânica e argila, requerem      ser maior que 38%.
maiores quantidades de calcário, uma vez
que representam as principais fontes da                 O poder neutralizante pode ser de-
acidez dos solos.                               terminado em laboratório ou obtido pelo
                                                cálculo a partir da composição química do
        O efeito da calagem na correção da      calcário, considerando o peso equivalente
acidez do solo começa, em geral, três me-       de CaCO3 = 100. Quando os valores são
ses após a aplicação, para as gramíneas, e      dados em óxidos de cálcio e magnésio, a
seis meses, para as leguminosas. Atinge o       conversão para carbonato de cálcio é a
ponto máximo antes de um ano, quando            seguinte: E CaCO3 = (% CaO x 1,79) + (%
começam as perdas por lixiviação, absor-        MgO x 2,48)
ção pelas plantas e retirada pelas colheitas.

         O efeito residual da calagem,                   A REATIVIDADE (RE) de um corre-
quando utilizada a dose integral recomen-       tivo é a sua capacidade de reagir no solo e
dada, é igual ou superior a quatro anos,        depende essencialmente do diâmetro de
sendo que, para os climas tropicais de          suas partículas. Assim, quanto mais fino for
elevada pluviosidade e solos de textura         o material calcário maior será a superfície
leve, este período pode diminuir para três      de contato com o solo e mais rápida sua
anos. Isto significa que novas aplicações       ação.
de calcário deverão ser feitas após este
período, mediante análises atualizadas de               A portaria que regulamenta o co-
solos. É evidente que a granulometria, a        mércio do calcário agrícola, determina que
concentração de óxidos de cálcio e magné-       o diâmetro máximo dos grânulos seja infe-
sio, o índice pluviométrico, a distribuição/    rior a 2 mm, sendo que 70% deles deve
incorporação e a conservação dos solos,         passar em peneira com abertura de 0,84
interferem nestes prazos.                       mm e 50%, em peneira com 0,30 mm.

                                                                                           5
Informe de Recursos Minerais


        A portaria 03/86 – SEFIS adota os               Pela legislação em vigor (portaria
seguintes limites:                             03/86 – SEFIS), os calcários agrícolas são
                                               classificados em quatro classes de quali-
        o
      N         Diâmetro das Percenta-         dade, em relação ao PODER RELATIVO
    Peneira      Partículas  gem Reati-        DE NEUTRALIZAÇÃO TOTAL – PRNT,
    (ABNT)         (mm)      vidade (RE)       conforme tabela abaixo:
     < 10           > 2,00         0
    10 – 20      2,00 – 0,84      20
    20 – 50      0,84 – 0,30      60               Classes de          Valor do PRNT
     > 50           < 0,30        100              Qualidade               (%) (*)
                                                 A – baixa                 45 a 60
                                                 B – média                60,1 a 75
         O PODER RELATIVO DE NEU-                C – boa                  75,1 a 90
TRALIZAÇÃO TOTAL (PRNT) é resultante             D – excelente              > 90
da interação dos fatores já analisados, isto
                                                (*) Os calcários com PRNT abaixo de
é, da riqueza em óxidos de cálcio e mag-
nésio e da granulometria do material, os             45% estão fora de especificação e
quais, isoladamente, não permitem uma                não podem ser comercializados.
avaliação correta da ação do corretivo. O
PRNT é determinado pela expressão: PN x
RE / 100, onde PN representa o poder neu-               Além do valor do PRNT do material
tralizante expresso em carbonato de cálcio     corretivo, é importante também saber-se o
e RE a reatividade.                            teor de magnésio contido, uma vez que os
                                               solos ácidos têm baixos valores deste ele-
       Como as recomendações de cala-          mento essencial como nutriente das plan-
gem são baseadas em PRNT de 100%, é            tas. É, por isto, recomendado, que se utili-
necessário aplicar-se sempre um fator de       zem os calcários dolomíticos ou magnesia-
                                                                                 +2     +2
correção ao cálculo da quantidade a apli-      nos, a fim de que os elementos Ca e Mg
car, determinado pela expressão: f =           fiquem em equilíbrio nos solos, isto é, em
100/PRNT.                                      uma proporção ideal de 4:1.




6
5 - Classes de Terras quanto à Necessidade de Calcário
        De conformidade com a metodolo-        rem classificados como eutróficos, devido à
gia adotada foram individualizadas cinco       saturação de bases ser pouco maior que
classes de terras quanto às necessidades       50%, apresentam pH moderadamente áci-
de aplicação de calcário, sendo que as         do (entre 5,5 e 6,5) e valores de cálcio e
quatro primeiras referem-se às terras po-      magnésio menores que 4,0 meq/100 g de
tencialmente agricultáveis e a última, às      solo. A aplicação de calcário visa, em
terras com muito fortes limitações, não        grande parte, não somente elevar o pH
recomendadas para o uso agrícola, con-         para níveis mais próximos da neutralidade,
forme explicitadas a seguir:                   como também repor parte do déficit de
                                               cálcio e magnésio retirados pelas culturas,
Classe 1 – Terras que não necessitam de        em cada safra.
          calagem.
                                                        As unidades de solos compreendi-
         Abrange os solos desenvolvidos a      das nesta classe são: Podzólicos Verme-
partir de rochas ou materiais carbonatados     lho-Amarelos Eutróficos, em geral com
ou ainda, afetados por estes materiais,        argila de atividade baixa; Latossolos Ver-
rochas básicas, ultrabásicas e algumas         melho-Amarelos Eutróficos; alguns Latos-
rochas do embasamento cristalino ricas em      solos Vermelho-Escuros Eutróficos, de
minerais ferromagnesianos, tendo como          textura média, derivados de materiais não
resultado solos com alta saturação de ba-      carbonatados e alguns Solos Aluviais Eu-
ses e teores de cálcio e magnésio muito        tróficos (não solódicos nem salinos).
altos; o pH é praticamente neutro a ligeira-
mente alcalino (entre 6,5 e 7,5). Como         Classe 3 – Terras que necessitam de
exemplos, pode-se citar os Cambissolos                   quantidades médias de calcá-
Eutróficos, Vertissolos, Brunos Não Cálci-               rio, com valores, em geral, en-
cos, Brunizéns, Rendzinas e alguns Latos-                tre 1 e 3 toneladas por hecta-
solos Vermelho-Escuros Eutróficos e Pod-                 re.
zólicos Vermelho-Escuros e Vermelho-
Amarelos Eutróficos.                                     Esta classe abrange os solos dis-
                                               tróficos de textura média e argilosa, e, e-
        Estes solos têm, em geral, elevado     ventualmente, alguns solos álicos de textu-
teor de argila, que pode ser bem distribuída   ra arenosa/média ou integralmente média.
ao longo de todo o perfil, como nos Cam-       Está implícito na definição destes caracte-
bissolos, Latossolos e Vertissolos ou com      res que a saturação por bases é menor que
acentuada diferenciação textural ao nível      50%, podendo, nos solos de textura mais
dos horizontes superficial/subsuperficial,     leve, haver adição do caráter álico, que
como nos solos Brunos Não Cálcicos, Bru-       representa presença de alumínio trocável
nizéns e Podzólicos. Com exceção dos           no complexo sortivo em proporção maior
Latossolos, todos os demais solos aqui         que 50% da soma das demais bases. O
mencionados possuem argila de atividade        pH, em geral, está entre 4,5 e 5,5 e a soma
                                                      +2      +2
alta, medida pela capacidade de troca de       de Ca + Mg fica abaixo de 2 meq/100g
cátions da fração mineral menor que 0.002      de solo.
mm, cujo valor é superior a 24 meq/100 g
de argila.                                             As classes de solos pertencentes a
                                               esta unidade são: Latossolos e Podzólicos
Classe 2 – Terras que necessitam de pe-        Amarelos; Latossolos e Podzólicos Verme-
           quenas quantidades de calcá-        lho-Amarelos; e Latossolos e Podzólicos
           rio, com valores menores que        Vermelho-Escuros, todos distróficos, de
           1 tonelada por hectare.             textura média e argilosa e parte dos álicos
                                               de textura mais leve, com menor capacida-
       Esta classe de terras compreende        de de retenção de água e nutrientes.
grande parte dos solos que apesar de se-


                                                                                         7
Informe de Recursos Minerais


Classe 4 – Terras que necessitam de            licos Amarelos; Latossolos e Podzólicos
         quantidades elevadas de calcá-        Vermelho-Amarelos; e, Latossolo variação
         rio, com valores acima de 3 to-       Una, todos com elevado teor de argila,
         neladas por hectare.                  baixa capacidade de troca de cátions e alta
                                               saturação por alumínio trocável.
         Nesta classe estão os solos álicos
(saturação por alumínio trocável superior a    Classe 5 – Terras que embora possam
50%), de textura argilosa e muito argilosa,               necessitar       de      calagem,
que ocorrem preferencialmente nos tabulei-                apresentam uma ou mais
ros costeiros, sob clima úmido, onde as                   restrições fortes, de natureza
elevadas precipitações favorecem as per-                  diversa, que as limitam para o
das de cálcio e magnésio por lixiviação,                  uso com a atividade agrícola, de
provocando a acidificação dos solos. O                    forma econômica e racional. Por
material de origem completamente dessa-                   este     motivo     não     foram
turado em bases é proveniente dos sedi-                   analisadas         quanto       à
mentos da Formação Barreiras ou das                       necessidade de calcário e
Coberturas Detríticas Tércio-Quaternárias.                constituem uma classe a parte,
A saturação por bases nos solos desta                     com diferentes vocações con-
classe é comumente inferior a 30% e não                   forme o fator limitante.
                                   +2     +2
raras vezes menor que 10%. O Ca + Mg
é, em geral, bem menor que 1meq/100g de                Estas limitações podem ser devi-
solo e, paralelamente, o alumínio é alto.      das à pequena profundidade dos solos;
                                               intensa pedregosidade ou rochosidade;
        Em decorrência disto, a quantidade     textura extremamente arenosa; relevo for-
de calcário a aplicar por hectare varia, co-   temente ondulado, montanhoso ou escar-
mo nas demais classes, com o tipo de solo      pado; níveis de salinidade e/ou alcalinidade
e com a cultura a ser desenvolvida, mas        inadequados; alto risco de inundação ou
pode haver recomendações específicas           encharcamento etc.
para algumas espécies, de quantidades
bem acima de 3 toneladas/ha. Neste caso                Os solos desta classe são os mais
é conveniente parcelar a aplicação em          variados, predominando extensas áreas
duas etapas, uma antes do período chuvo-       com Litólicos, associados a afloramentos
so e outra próximo ao final deste período,     de rochas, Areias Quartzosas, Areias
considerando-se também a antecipação           Quartzosas Marinhas, Planossolos Solódi-
prevista para o plantio, conforme mencio-      cos, Solonetz Solodizados, Aluviais Solódi-
nado no item Calagem.                          cos e Salinos, Podzol Hidromórfico, Solos
                                               Halomórficos de Mangues, Solos Hidromór-
      As principais classes de solos aqui      ficos e Orgânicos, além de outras unidades
compreendidas são os Latossolos e Podzó-       associadas ao relevo supracitado.




8
6 - Considerações Finais e Demanda Total de Calcário
         Da interpretação dos resultados        por bases (distróficos), pH geralmente en-
                                                                  +2      +2
das análises físico-químicas de solos, da       tre 4,5 e 5,5 e Ca + Mg , em geral, abai-
correlação destes dados com o material de       xo de 2 meq/100g de solo. A área total
                                                                                        2
origem e da distribuição geográfica das         desta classe é de cerca de 203.079 km ,
unidades de solos representadas nas di-         sendo estimado, pela média, ser necessá-
versas cartas que compõem os Estados da         rio 40.615.800 toneladas de calcário para
Bahia e Sergipe, obtiveram-se 5 classes de      atender às necessidades desta unidade, a
terras quanto à necessidade de calcário         cada 4 anos.
para a agricultura, que estão a seguir expli-
citadas:                                                As terras da Classe 4 estão situa-
                                                das preferencialmente nos Tabuleiros Lito-
        As terras da Classe 1 estão referi-     râneos, estendendo-se da cidade de Alago-
das a solos de alta fertilidade, com pH en-     inhas até o extremo sul do Estado da Bahi-
tre 6,5 e 7,5 e elevada saturação por ba-       a, e mais para o sudoeste englobando o
ses, predominando o cálcio e o magnésio,        Planalto de Vitória da Conquista. O material
portanto, não necessitam de aplicações de       de origem dos solos é completamente des-
corretivos da acidez. São derivadas, princi-    saturado e distribui-se numa faixa de preci-
palmente, de rochas calcárias ou materiais      pitação elevada, o que favorece as perdas
carbonatados, rochas básicas e rochas do        de cálcio e magnésio por lixiviação, advin-
embasamento cristalino ricas em minerais        do solos de baixa fertilidade, definida pelos
ferromagnesianos. Localizam-se em exten-        parâmetros: baixos teores de cálcio e mag-
sas áreas representadas pelo Baixio de          nésio, em geral bem inferiores a 1
Irecê; Baixada do rio Salitre; borda oriental   meq/100g de solo; pH entre 4,0 e 5,5; satu-
do Chapadão do Oeste Baiano; sul de Jua-        ração por bases normalmente inferior a
zeiro; Depressão de Itapetinga; Recôncavo       30% e alumínio alto. A área total desta
                                                                                            2
Baiano; sudeste de Curaçá; e Canindé do         classe é de aproximadamente 45.746 km ,
São Francisco-SE. Ocupam uma área de,           sendo necessário, pela média, 18.298.400
                               2
aproximadamente, 70.690 km .                    toneladas de calcário para atender a de-
                                                manda desta área, a cada 4 anos.
        As terras da Classe 2 distribuem-se
esparsamente por todo o Estado da Bahia                 A Classe 5 constitui-se em uma u-
e Sergipe, sem uma notória concentração         nidade à parte, uma vez que não participa
em área. São representadas por solos de         das áreas com recomendação de calagem,
mediana fertilidade, com caráter eutrófico      devido ser inadequada para utilização agrí-
(saturação por bases ligeiramente maior         cola, em razão das fortes restrições que
                                   +2     +2
que 50%), pH entre 5,5 e 6,5 e Ca + Mg          manifestam. Estas limitações podem ser
em geral abaixo de 4 meq/100g de solo, ou       devidas ao solo (exígua profundidade; pe-
                                           2
pouco mais. Totalizam cerca de 57.235 km        dregosidade e/ou rochosidade; textura
de área, calculando-se, pela média, ser         grosseira; salinidade e/ou alcalinidade etc),
necessário 2.861.800 toneladas de calcário      à topografia (serras, escarpas rochosas
para atender às necessidades desta clas-        etc) ou à drenagem (risco de inundação ou
se, a cada 4 anos.                              encharcamento). Estas áreas podem ter
                                                outra destinação, entre elas: pecuária, flo-
        As terras da Classe 3 ocupam á-         restamento ou reflorestamento, preserva-
reas significativas nos Estados da Bahia e      ção permanente, proteção ambiental etc.
Sergipe, podendo-se individualizar como         Aqui estão englobados, como principais, os
mais representativas: o Chapadão do Oes-        Solos Litólicos, Areias Quartzosas, Planos-
te Baiano; os Planaltos situados no sudoes-     solos Solódicos, Solonetz Solodizados,
te baiano e os Tabuleiros Litorâneos e Pré-     Solos de Mangues, Hidromórficos e Orgâ-
litorâneos, principalmente no extremo sul       nicos. Ocorrem em regiões específicas dos
da Bahia e ao norte de Salvador, adentran-      Estados da Bahia e Sergipe e ocupam
                                                                        2
do para o Estado de Sergipe. Os solos são       cerca de 206.220 km , o que eqüivale a
de baixa fertilidade, com baixa saturação       35,4 % da área total.

                                                                                            9
Informe de Recursos Minerais


        O quadro a seguir resume a neces-             médio para cada classe, nos Estados da
sidade total de calcário para a agricultura, a        Bahia e Sergipe.
cada quatro anos, considerando-se o valor




                           Classe de             Área      Necessidade Necessidade
         Estado
                             Terra               (km2)     média (t/ha)  total (t)
                               1                    68.967            0            0
                                2                  54.161            0,5      2.708.100
          Bahia                 3                 197.579              2     39.515.800
                                4                  45.746              4     18.298.400
                                5                 194.573              -              -
                               1a5                561.026           1,08     60.522.300
      Total Bahia
                               1a4                366.453           1,65     60.522.300
                                1                   1.723              0              0
                                2                   3.074            0,5        153.700
         Sergipe                3                   5.500              2      1.100.000
                                4                       0              -              -
                                5                  11.647              -              -
                               1a5                 21.944           0,57      1.253.700
     Total Sergipe
                               1a3                 10.297           1,22      1.253.700




10
7 - Bibliografia


ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA DIFUSÃO DE ADUBOS E CORRETIVOS AGRÍCOLAS -
  ANDA. Manual de adubação. 2.ed. São Paulo, 1975. 346p.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA DIFUSÃO DE ADUBOS E CORRETIVOS AGRÍCOLAS -
  ANDA. Acidez do solo e calagem. 2.ed. São Paulo, 1988. 16p. (Boletim Técnico, 1).

ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA DIFUSÃO DE ADUBOS E CORRETIVOS AGRÍCOLAS -
  ANDA. Manual de fertilidade do solo. São Paulo, 1989. 153p.

BOYER, J. L. Propriedades dos solos e fertilidade. Salvador : Universidade Federal da Bahia,
  1971. 196p.

BOYER, J. L. Dinâmica dos elementos químicos e fertilidade dos solos. Salvador : Universida-
  de Federal da Bahia/Instituto de Geociências/ Departamento de Geoquímica, 1985. 328p.

COMISSÃO ESTADUAL DE FERTILIDADE DO SOLO. Manual de adubação e calagem para o
  Estado da Bahia. 2.ed. Salvador, 1989. 176p.

COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO RS/SC. Recomendação de adubação e calagem
  para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 2.ed. Rio Grande do Sul :
  SBCS/EMBRAPA-CNPT, 1989. 128p.

COMPANHIA BAIANA DE PESQUISA MINERAL. Calcário agrícola : diagnóstico da oferta e da
  demanda no Estado da Bahia. Salvador : EBDA : CBPM, 1998. 73p. (Documentos, 8).

RAIJ, Bernardo Van. Avaliação da fertilidade do solo. Piracicaba, 1981. 142p.

RAIJ, Bernardo Van. Acidez e calagem no Brasil. Campinas : Sociedade Brasileira de Ciência
  do Solo : Instituto Agronômico de Campinas, 1983. 361p.




                                                                                          11
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  • 1. República Federativa do Brasil Ministério de Minas e Energia Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais Diretoria de Geologia e Recursos Minerais Departamento de Recursos Minerais SÍNTESE DAS NECESSIDADES DE CALCÁRIO PARA OS SOLOS DOS ESTADOS DA BAHIA E SERGIPE Paulo Roberto Soares Corrêa Odon Moraes Filho Superintendência Regional de Salvador 2001
  • 2. EQUIPE TÉCNICA Geól. Roberto Campelo de Melo Geól. Odon Moraes Filho Gerente de Recursos Minerais Engº Agron. Paulo Roberto Soares Corrêa Geól. Luiz Carlos de Moraes Euvaldo Carvalhal Britto Execução Gerente de Rel. Institucionais e Desenvolvimento Jurailda Castro Sacramento Geól. Luiz Carlos de Moraes Jackson Fernandes de Oliveira Supervisor de Recursos Minerais Neuza de A. Souza Digitalização e Editoração Geól. Odon Moraes Filho Chefe do Projeto Itamar R. de Farias França Digitação do Texto Neuza de A. Souza Diagramação e Montagem Editoração Final e Impressão pela Superintendência Regional de Porto Alegre Coordenação: Geól. Luís Edmundo Giffoni Informe de Recursos Minerais Série Insumos Minerais para Agricultura, nº 06 C845 Corrêa, Paulo Roberto Soares Síntese das necessidades de calcário para os solos dos estados da Bahia e Sergipe / Paulo Roberto Soares Corrêa, Odon Moraes Filho. – Salvador : CPRM, 2001. 11 p. : il + 1 mapa color. – (Informe de Recursos Minerais, Série In- sumos Minerais para Agricultura, nº.06) 1. Calcário – Bahia. 2. Calcário – Sergipe. 3. Corretivo agrícola. I. Mo- raes Filho, Odon. II. Título. III. Série. CDD 631.8 i
  • 3. Apresentação O Informe de Recursos Minerais objetiva sistematizar e divulgar os resultados das ativi- dades técnicas da CPRM nos campos da geologia econômica, prospecção, pesquisa e econo- mia mineral. Tais resultados são apresentados em diversos tipos de mapas, artigos bibliográfi- cos, relatórios e estudos. Em função dos temas abordados são distinguidas oito séries de publicações, abaixo re- lacionadas: 1) Série Metais do Grupo da Platina e Associados; 2) Série Mapas Temáticos do Ouro, escala 1:250.000; 3) Série Ouro - Informes Gerais; 4) Série Insumos Minerais para Agricultura; 5) Série Pedras Preciosas; 6) Série Economia Mineral; 7) Série Oportunidades Minerais - Exame Atualizado de Projetos; 8) Série Diversos. A aquisição de exemplares deste informe poderá ser efetuada diretamente na Superin- tendência Regional de Salvador ou na Divisão de Documentação Técnica, no Rio de Janeiro. i
  • 4. Resumo O Programa de Avaliação Geológico-Econômica de Insumos Minerais para Agricultura no Brasil – PIMA, em desenvolvimento pela CPRM, objetiva o suprimento de informações bási- cas para a iniciativa privada e para ações governamentais, com vistas à expansão da indústria desses insumos minerais e, conseqüentemente, do setor agrícola, a níveis regional e nacional. Como parte integrante desse programa nos estados da Bahia e Sergipe, área de juris- dição da Superintendência Regional de Salvador, foi elaborado o mapa em apreço, na escala 1:2.000.000, objeto do presente informe. Este mapa foi obtido a partir da interpretação dos resultados de análises e mapeamen- tos de solos na escala ao milionésimo, executados pelo projeto RADAMBRASIL, abrangendo a 2 área total dos estados da Bahia e Sergipe (aproximadamente 582.970 km ). Adotando-se como parâmetros básicos dos solos, os níveis de saturação por bases (caráter eutrófico e distrófico) e a saturação por alumínio trocável (caráter álico), além do per- centual de argila, se maior ou menor que 20%, foram individualizadas no mapa, cinco classes de terras quanto às necessidades de calcário, a saber: a) Classe 1 – Terras que não necessi- tam de calagem; b) Classe 2 – Terras que necessitam de pequenas quantidades de calcário (menos de 1 t/ha); c) Classe 3 – Terras que necessitam de médias quantidades de calcário (1 a 3 t/ha); d) Classe 4 – Terras que necessitam de grandes quantidades de calcário (mais de 3 t/ha); e) Classe 5 – Terras que podem ou não necessitar de calagem, contudo apresentam uma ou mais restrições muito fortes, de natureza diversa, que as tornam não recomendáveis à ativi- dade agrícola (solo com exígua profundidade, pedregosidade e/ou rochosidade, textura grossei- ra, salinidade e/ou alcalinidade, etc; topografia com serras, escarpas rochosas, etc; drenagem com risco de inundação ou encharcamento), razão porque não foram objeto de análise quanto à recomendação de calagem, podendo, no entanto, ter outras destinações, tais como, pecuária, florestamento ou reflorestamento, preservação permanente, proteção ambiental, etc. Saliente-se que o presente trabalho faz uma análise global das necessidades de calcá- rio em cada tipo de solo, para a maioria das culturas, sem particularizar as especificidades de cada uma. Serve, portanto, como uma diretriz para se avaliar as necessidades de calcário para a agricultura em geral, nos dois estados. A partir do mapa elaborado é apresentado um quadro-resumo com a estimativa das ne- cessidades de calcário nos estados da Bahia e Sergipe, contendo, para cada estado: a) a área total e a área para cada uma das cinco classes de terras mapeadas; b) as necessidades mé- dias (em t/ha), a cada quatro anos, por classe mapeada e para todo o estado; c) as necessida- des totais (em t), a cada quatro anos, também por classe de terras e para todo o estado. Assim, foram obtidas, para o Estado da Bahia, necessidades médias totais, a cada quatro anos, de 1,08 t/ha (classes 1 a 5) e 1,65 t/ha (classes 1 a 4), significando uma necessi- dade total para esse estado de 60.522.300 t de calcário, a cada quatro anos. Da mesma forma, foram obtidas para o Estado de Sergipe, necessidades médias totais, a cada quatro anos, de 0,57 t/ha (classes 1 a 5) e 1,22 t/ha (classes 1 a 3), significando uma necessidade total para esse estado, de 1.253.700 t de calcário, a cada quatro anos. i
  • 5. Abstract Economic-Geologic Evaluation of Mineral Commodities for Agriculture in Brazil Program, called PIMA, that has been developed by CPRM, aims to supply basic information to private enterprises and governmental actions, providing regional and national industry increase of these mineral commodities and consequently the development of the agricultural sector. Integrating this program in the States of Bahia and Sergipe, jurisdictional area of The Salvador Regional Superintendence, the 1:2,000,000 scale map in addition, scope of this work, was elaborated. This map resulted from 1:1,000,000 scale soil mapping and analyses interpreta- tion performed by the RADAM BRASIL project, including the Bahia and Sergipe States total area 2 (about 582.970 km ). Adopting as soil basic parameters, the base saturation level (eutrophic and dystrophic character) and the changeable aluminum saturation (“alico” character) besides mud percentile, if upper or lower than 20%, five classes of lands were individualized in the map related to lime- stone necessity: a) Class 1-Lands that do not need limestone; b) Class 2-Lands that need low quantities of limestone (less than 1 t/ha); c) Class 3-Lands that need medium quantities of lime- stone (1 to 3 t/ha); d) Class 4-Lands that can or can not need limestone however present one or more different nature restriction, not recommended to agricultural activity (scanty depth soils, rocky, coarse texture, salty or alkalinity, etc; mountain topography, rocky steep slope, etc, inun- dation risk drainage or drenched terranes). For this reason they were not analyzed for limestone recommendation, although they can be destinated to cattle raising, forestation, permanent preservation, environmental protection, etc. This work makes a global analysis of limestone necessities in each type of soil, for the majority of the cultures, without particularizing the specificity of each one. So it serves in general as an orientation to evaluate limestone necessities for agriculture in both States. From the elaborated map is presented an abstract schedule with the estimated lime- stone necessities in the States of Bahia and Sergipe, comprising for each one: a) total area and each class mapped land area; b) the total State and each class mapped average necessities (in t/ha), in every four years; c) the total necessities (in t), in every four years, also for lands class and all of the State. Thus, for the Bahia State were obtained total average necessity, in every four years, of 1.08 t/ha (classes 1 to 5) and 1.65 t/ha (classes 1 to 4), meaning a total necessity for this State of 60,522,300 t of limestone, in every four years. In the same manner, were obtained for the Sergipe State, total average necessities, in every four years of 0.57 t/ha (classes 1 to 5) and 1.22 t/h (classes 1 to 3), meaning a total necessity for this State of 1,253,700 t of limestone, in every four years. ii
  • 6. 1 - Introdução A elaboração de um mapa de Clas- Sergipe está inteiramente contido na folha ses de Terras Quanto à Necessidade de SC.24-Aracaju. Calcário, dos estados da Bahia e Sergipe, 2 Existem vários métodos para se com uma área de cerca de 582.970km e diversificada quanto aos solos, relevo e determinar a necessidade de calcário no clima, é uma tarefa difícil, seja pela com- solo, sendo que, para os estados da Bahia plexidade que o tema sugere ou seja pela e Sergipe foram utilizadas duas fórmulas: indefinição de um método capaz de dar uma que considera o duplo teor de alumí- uma resposta única e segura para todas as nio do solo e os valores de cálcio e magné- espécies e cultivares, com diferentes exi- sio quando inferiores a 2 meq/100g de solo, gências e distintas tolerâncias. e outra, que leva em consideração a capa- cidade de troca catiônica e dois níveis de O mapa que ora se apresenta, na saturação de bases: o atual e o adequado escala 1:2.000.000, resulta da análise de a cada cultura. No cálculo final considera- centenas de unidades de mapeamento de se também a qualidade do corretivo, avali- solos, para cada folha ao milionésimo, for- ada pelo poder de neutralização (CaCO3 madas por associações de duas ou mais equivalente) e pela reatividade (granulome- classes de solos, as quais, discriminadas tria) do material, que expressa o PRNT pela saturação de bases ou alumínio, ativi- (Poder Relativo de Neutralização Total). dade de argila, textura, profundidade, rele- As quantidades de calcário a serem vo etc, perfazem mais de mil unidades de aplicadas variam com a cultura e depen- mapeamento, considerando todas as folhas dem do poder tampão do solo, da textura e que compõem os Estados da Bahia e Ser- dos teores de cálcio, magnésio e alumínio gipe. presentes no solo. Para cada cultura há um ótimo de pH, o que, em geral, está entre Pelo corte cartográfico internacio- 5,8 e 6,8; contudo, há plantas acidófilas, nal, o Estado da Bahia participa de cinco que encontram sua melhor condição em folhas, ao milionésimo, codificadas e de- solos bem mais ácidos, enquanto outras só nominadas: SC.23-São Francisco; SC.24- se desenvolvem plenamente na ausência Aracaju; SD.23-Brasília; SD.24-Salvador e total de elementos acidificantes ou tóxicos, SE.24-Rio Doce, enquanto que o Estado de como o alumínio e o manganês. 1
  • 7. 2 - Justificativa Nos estados da Bahia e Sergipe ácidos ou ligeiramente alcalinos e para o + predominam solos de baixa fertilidade, cujo sódio (Na ), responsável pela forte eleva- aproveitamento racional, com médios a ção do pH e degradação da estrutura e altos rendimentos, só será conseguido com porosidade dos solos, com reflexos na o emprego de fertilizantes e corretivos, em permeabilidade. quantidades adequadas e variáveis con- forme as exigências específicas de cada A presente abordagem se aterá cultura e tipo de solo. apenas aos solos ácidos, portanto, que necessitam de calagem, em quantidades A correção da acidez dos solos a- variadas, a fim de alcançar as condições través da calagem é considerada uma prá- propícias para o pleno desenvolvimento tica fundamental para o aproveitamento das culturas, com produções elevadas. eficiente dos fertilizantes pelas plantas, especialmente das culturas mais sensíveis aos efeitos da acidez. A calagem, além de O cálcio e o magnésio representam elevar o pH do solo, neutraliza ou reduz os cerca de 70 a 80 % das bases trocáveis do efeitos tóxicos do alumínio e manganês, solo e são responsáveis pela redução ou fornece os nutrientes cálcio e magnésio neutralização dos efeitos nocivos da aci- para as plantas, e ainda, propicia melhor dez. É o cálcio que condiciona a saturação estruturação dos solos e maior desenvol- do complexo sortivo e, portanto, o pH do vimento radicular, o que favorece a dispo- solo. O magnésio, em média, preenche nibilidade e absorção dos outros nutrientes entre 5 e 20 % das bases trocáveis, exce- e a maior resistência ao estresse hídrico. tuando-se alguns casos particulares como nos Vertissolos, Rendzinas e Cambissolos O pH do solo, que expressa sua a- derivados de rochas carbonatadas calco- cidez ou alcalinidade, está intimamente magnesianas, onde pode alcançar maior relacionado à presença ou ausência de representação. São ainda necessários cátions trocáveis, com ênfase para o hidro- como nutrientes essenciais para as plantas + +++ gênio (H ) e alumínio (Al ), predominan- e como coadjuvantes para um melhor a- ++ tes nos solos ácidos; para o cálcio (Ca ) e proveitamento dos demais fertilizantes, ++ magnésio (Mg ), cuja ocorrência significa- principalmente em culturas menos toleran- tiva se dá nos solos neutros, ligeiramente tes à acidez do solo. 2
  • 8. 3 - Metodologia Os procedimentos adotados para Estado da Bahia e todo o Estado de Sergi- se obter as unidades que representam as pe. Classes de Terras Quanto à Necessidade Para alcançar este objetivo foram de Calcário, obedeceram às seguintes estabelecidas 5 classes de terras quanto às etapas: necessidades de calcário, identificadas e separadas por faixas de valores bem defi- Análise dos diversos métodos para nidos (em tonelada/hectare), adotando-se se determinar as necessidades de calcário como parâmetros básicos dos solos, os para correção dos solos, a saber: solução níveis de saturação por bases (caráter tamponada SMP, utilizada no Rio Grande distrófico e eutrófico) e saturação por alu- do Sul e Santa Catarina; capacidade de mínio trocável (caráter álico), no horizonte troca catiônica e saturação de bases em superficial, até uma profundidade em torno dois níveis (atual e projetado), adotado em de 20 cm, considerando-se também, o per- São Paulo; soma dos teores de cálcio e centual de argila, se maior ou menor que magnésio (maior ou menor que 2), adotan- 20%. Estes parâmetros são distintivos en- do-se o duplo valor do alumínio trocável, tre classes de solos, foram obtidos através como em Minas Gerais e Goiás e, de análises físico-químicas de perfis repre- finalmente, análise dos dois métodos sentativos das unidades taxonômicas e adotados na Bahia, quais sejam, o da estão contidos nos levantamentos de solos neutralização do alumínio trocável relativo supracitados. aos teores de cálcio e magnésio, e o da capacidade de troca e saturação de bases, O relevo, a profundidade, pedrego- considerando, em ambos, o percentual de sidade e rochosidade, a textura, a salinida- argila no solo (se maior ou menor que de e/ou alcalinidade, também foram consi- 20%). derados como fatores restritivos importan- Para se definir a metodologia a ser tes para distinguir terras aptas para o uso adotada neste trabalho, foram analisados, agrícola, de terras não recomendadas à para confronto de resultados, mais de trinta utilização com agricultura, em razão das perfis de solos e calculados os valores para severas limitações que apresentam. Assim, a Necessidade de Calcário, por ambos os as classes de terras (de 1 a 4) definidas métodos, para cada perfil. Os valores en- neste trabalho, apresentam relevo que contrados apresentaram discrepâncias entre varia de plano a ondulado; solos mediana- métodos, indicando que não são tão uni- mente profundos a muito profundos, sem formes e precisos quanto se deseja, o que pedras ou afloramentos significativos; tex- condicionou a que se procurasse outro tura média (mais de 15% de argila) a muito caminho mais prático e objetivo, a partir argilosa; com drenagem adequada, sem das informações disponíveis, abrangentes hidromorfismo ou risco de inundação; teor para ambos os Estados e publicadas na de sais solúveis abaixo de 4 mmhos/cm a 0 mesma escala, qual seja, o Levantamento 25 C e sódio trocável menor que 6%. Ape- e Classificação dos Solos elaborados pelo nas a classe 5 é que admite estas restri- Projeto RADAMBRASIL. ções e, por isto mesmo, não foi considera- da potencialmente agricultável, razão por Os métodos atualmente em uso que não foi objeto de análise para a deter- especificam as culturas que serão benefici- minação da necessidade de calcário. adas e por isto têm maior precisão, pois distintas espécies vegetais têm diferentes Um solo ou um horizonte é distrófi- exigências quanto a pH, teor de cálcio e co quando a proporção entre a soma dos magnésio, saturação de bases, teor de cátions básicos trocáveis (S) em relação à argila e matéria orgânica, umidade etc. No capacidade de troca de cátions (CTC) é presente estudo, a recomendação é única, menor que 50% da saturação por bases. E, servindo apenas como uma diretriz para se é considerado eutrófico, quando este valor avaliar a necessidade de calcário para a é igual ou superior a 50%. O caráter álico agricultura em geral, abrangendo todo o diz respeito ao estado do solo ou do hori- 3
  • 9. Informe de Recursos Minerais zonte quanto à saturação da CTC por alu- Classe 3 – Terras que necessitam de mé- mínio trocável e denota a proporção de dias quantidades de calcário alumínio maior que 50%, em relação à (entre 1 e 3 toneladas/ha) soma das demais bases trocáveis. Classe 4 – Terras que necessitam de Para este trabalho foram utilizadas grandes quantidades de calcá- as cartas temáticas de Solos, das folhas a rio (mais de 3 toneladas/ha) seguir discriminadas, na escala 1:1.000.000, elaboradas pelo Projeto RA- Classe 5 – Terras que podem ou não ne- DAMBRASIL, nas quais, após análise e cessitar de calagem, contudo interpretação, foram delimitadas as Classes apresentam, no mínimo, um de Terras Quanto às Necessidades de impedimento muito forte, de Calcário, de conformidade com os concei- outra natureza, que as tornam tos abaixo. O Estado da Bahia está contido, não recomendadas à atividade parcialmente, em cinco folhas cartográfi- agrícola. cas, ao milionésimo, segundo o corte inter- nacional, denominadas: São Francisco Após interpretação e delimitação (SC.23); Aracaju (SC.24); Brasília (SD.23); das classes em overlays, as folhas ao mili- Salvador (SD.24) e Rio Doce (SE.24), en- onésimo foram reduzidas para a escala quanto que o Estado de Sergipe insere-se 1:2.000.000 e pintadas, constituindo as totalmente na folha SC.24. “bonecas de cores”. Estas foram transcritas para uma base única, transparente, em Classes de Terras Quanto à Ne- poliester, na escala 1:2.000.000, que foi cessidade de Calcário: entregue para digitalização e planimetria. Classe 1 – Terras que não necessitam de Finalmente, foi feita a elaboração calagem. do relatório técnico e de uma nota explica- tiva que deverá compor o mapa de Classes Classe 2 – Terras que necessitam de pe- de Terras Quanto à Necessidade de Calcá- quenas quantidades de calcá- rio dos Estados da Bahia e Sergipe, a fim rio (menos de 1 tonelada/ha) de torná-lo mais explícito. 4
  • 10. 4 - Considerações sobre Calagem e Calcário Agrícola 4.1 – Calagem 4.2 – Calcário Agrícola Calagem é o processo de aplicação A Secretaria de Fiscalização Agro- de corretivos cálcicos ou calcomagnesia- pecuária (SEFIS) publicou no Diário Oficial o. nos aos solos ácidos, com a finalidade de da União, em 16.06.86, a portaria n .3, que elevar o pH e fornecer os elementos cálcio estabelece os níveis de MgO para os calcá- e magnésio. Além disto a calagem propor- rios, e que foi complementada pela Comis- ciona melhores condições físicas e quími- são Estadual de Fertilidade dos Solos da cas aos solos, explicitadas pelas seguintes Bahia, adotando também níveis de CaO, vantagens: melhora a estruturação dos conforme tabela abaixo: solos, favorecendo a aeração e a circula- ção da água; beneficia o desenvolvimento das raízes que atingem maiores profundi- Tipo de Teor de Teor de dades; aumenta a atividade microbiana; Calcário CaO (%) MgO (%) neutraliza a ação do alumínio trocável e Calcítico 40 - 45 <5 insolubiliza o manganês, considerados tóxicos; aumenta a assimilabilidade do Magnesiano 31 - 39 5 - 12 fósforo e nitrogênio; retém melhor o potás- Dolomítico 25 - 30 > 12 sio dos adubos; etc. A correção da acidez implica no O PODER DE NEUTRALIZAÇÃO aporte de calcário ao solo, em quantidade (PN) de um calcário é a sua capacidade em que depende das propriedades dos solos, neutralizar um ácido e é dado pelo teor de das exigências e tolerâncias das culturas e CaCO3 equivalente, sendo que a legisla- da qualidade do material corretivo. Em ção pertinente exige que seja superior a geral os solos com maiores teores de alu- 67%. Também, a soma CaO + MgO, deve mínio, matéria orgânica e argila, requerem ser maior que 38%. maiores quantidades de calcário, uma vez que representam as principais fontes da O poder neutralizante pode ser de- acidez dos solos. terminado em laboratório ou obtido pelo cálculo a partir da composição química do O efeito da calagem na correção da calcário, considerando o peso equivalente acidez do solo começa, em geral, três me- de CaCO3 = 100. Quando os valores são ses após a aplicação, para as gramíneas, e dados em óxidos de cálcio e magnésio, a seis meses, para as leguminosas. Atinge o conversão para carbonato de cálcio é a ponto máximo antes de um ano, quando seguinte: E CaCO3 = (% CaO x 1,79) + (% começam as perdas por lixiviação, absor- MgO x 2,48) ção pelas plantas e retirada pelas colheitas. O efeito residual da calagem, A REATIVIDADE (RE) de um corre- quando utilizada a dose integral recomen- tivo é a sua capacidade de reagir no solo e dada, é igual ou superior a quatro anos, depende essencialmente do diâmetro de sendo que, para os climas tropicais de suas partículas. Assim, quanto mais fino for elevada pluviosidade e solos de textura o material calcário maior será a superfície leve, este período pode diminuir para três de contato com o solo e mais rápida sua anos. Isto significa que novas aplicações ação. de calcário deverão ser feitas após este período, mediante análises atualizadas de A portaria que regulamenta o co- solos. É evidente que a granulometria, a mércio do calcário agrícola, determina que concentração de óxidos de cálcio e magné- o diâmetro máximo dos grânulos seja infe- sio, o índice pluviométrico, a distribuição/ rior a 2 mm, sendo que 70% deles deve incorporação e a conservação dos solos, passar em peneira com abertura de 0,84 interferem nestes prazos. mm e 50%, em peneira com 0,30 mm. 5
  • 11. Informe de Recursos Minerais A portaria 03/86 – SEFIS adota os Pela legislação em vigor (portaria seguintes limites: 03/86 – SEFIS), os calcários agrícolas são classificados em quatro classes de quali- o N Diâmetro das Percenta- dade, em relação ao PODER RELATIVO Peneira Partículas gem Reati- DE NEUTRALIZAÇÃO TOTAL – PRNT, (ABNT) (mm) vidade (RE) conforme tabela abaixo: < 10 > 2,00 0 10 – 20 2,00 – 0,84 20 20 – 50 0,84 – 0,30 60 Classes de Valor do PRNT > 50 < 0,30 100 Qualidade (%) (*) A – baixa 45 a 60 B – média 60,1 a 75 O PODER RELATIVO DE NEU- C – boa 75,1 a 90 TRALIZAÇÃO TOTAL (PRNT) é resultante D – excelente > 90 da interação dos fatores já analisados, isto (*) Os calcários com PRNT abaixo de é, da riqueza em óxidos de cálcio e mag- nésio e da granulometria do material, os 45% estão fora de especificação e quais, isoladamente, não permitem uma não podem ser comercializados. avaliação correta da ação do corretivo. O PRNT é determinado pela expressão: PN x RE / 100, onde PN representa o poder neu- Além do valor do PRNT do material tralizante expresso em carbonato de cálcio corretivo, é importante também saber-se o e RE a reatividade. teor de magnésio contido, uma vez que os solos ácidos têm baixos valores deste ele- Como as recomendações de cala- mento essencial como nutriente das plan- gem são baseadas em PRNT de 100%, é tas. É, por isto, recomendado, que se utili- necessário aplicar-se sempre um fator de zem os calcários dolomíticos ou magnesia- +2 +2 correção ao cálculo da quantidade a apli- nos, a fim de que os elementos Ca e Mg car, determinado pela expressão: f = fiquem em equilíbrio nos solos, isto é, em 100/PRNT. uma proporção ideal de 4:1. 6
  • 12. 5 - Classes de Terras quanto à Necessidade de Calcário De conformidade com a metodolo- rem classificados como eutróficos, devido à gia adotada foram individualizadas cinco saturação de bases ser pouco maior que classes de terras quanto às necessidades 50%, apresentam pH moderadamente áci- de aplicação de calcário, sendo que as do (entre 5,5 e 6,5) e valores de cálcio e quatro primeiras referem-se às terras po- magnésio menores que 4,0 meq/100 g de tencialmente agricultáveis e a última, às solo. A aplicação de calcário visa, em terras com muito fortes limitações, não grande parte, não somente elevar o pH recomendadas para o uso agrícola, con- para níveis mais próximos da neutralidade, forme explicitadas a seguir: como também repor parte do déficit de cálcio e magnésio retirados pelas culturas, Classe 1 – Terras que não necessitam de em cada safra. calagem. As unidades de solos compreendi- Abrange os solos desenvolvidos a das nesta classe são: Podzólicos Verme- partir de rochas ou materiais carbonatados lho-Amarelos Eutróficos, em geral com ou ainda, afetados por estes materiais, argila de atividade baixa; Latossolos Ver- rochas básicas, ultrabásicas e algumas melho-Amarelos Eutróficos; alguns Latos- rochas do embasamento cristalino ricas em solos Vermelho-Escuros Eutróficos, de minerais ferromagnesianos, tendo como textura média, derivados de materiais não resultado solos com alta saturação de ba- carbonatados e alguns Solos Aluviais Eu- ses e teores de cálcio e magnésio muito tróficos (não solódicos nem salinos). altos; o pH é praticamente neutro a ligeira- mente alcalino (entre 6,5 e 7,5). Como Classe 3 – Terras que necessitam de exemplos, pode-se citar os Cambissolos quantidades médias de calcá- Eutróficos, Vertissolos, Brunos Não Cálci- rio, com valores, em geral, en- cos, Brunizéns, Rendzinas e alguns Latos- tre 1 e 3 toneladas por hecta- solos Vermelho-Escuros Eutróficos e Pod- re. zólicos Vermelho-Escuros e Vermelho- Amarelos Eutróficos. Esta classe abrange os solos dis- tróficos de textura média e argilosa, e, e- Estes solos têm, em geral, elevado ventualmente, alguns solos álicos de textu- teor de argila, que pode ser bem distribuída ra arenosa/média ou integralmente média. ao longo de todo o perfil, como nos Cam- Está implícito na definição destes caracte- bissolos, Latossolos e Vertissolos ou com res que a saturação por bases é menor que acentuada diferenciação textural ao nível 50%, podendo, nos solos de textura mais dos horizontes superficial/subsuperficial, leve, haver adição do caráter álico, que como nos solos Brunos Não Cálcicos, Bru- representa presença de alumínio trocável nizéns e Podzólicos. Com exceção dos no complexo sortivo em proporção maior Latossolos, todos os demais solos aqui que 50% da soma das demais bases. O mencionados possuem argila de atividade pH, em geral, está entre 4,5 e 5,5 e a soma +2 +2 alta, medida pela capacidade de troca de de Ca + Mg fica abaixo de 2 meq/100g cátions da fração mineral menor que 0.002 de solo. mm, cujo valor é superior a 24 meq/100 g de argila. As classes de solos pertencentes a esta unidade são: Latossolos e Podzólicos Classe 2 – Terras que necessitam de pe- Amarelos; Latossolos e Podzólicos Verme- quenas quantidades de calcá- lho-Amarelos; e Latossolos e Podzólicos rio, com valores menores que Vermelho-Escuros, todos distróficos, de 1 tonelada por hectare. textura média e argilosa e parte dos álicos de textura mais leve, com menor capacida- Esta classe de terras compreende de de retenção de água e nutrientes. grande parte dos solos que apesar de se- 7
  • 13. Informe de Recursos Minerais Classe 4 – Terras que necessitam de licos Amarelos; Latossolos e Podzólicos quantidades elevadas de calcá- Vermelho-Amarelos; e, Latossolo variação rio, com valores acima de 3 to- Una, todos com elevado teor de argila, neladas por hectare. baixa capacidade de troca de cátions e alta saturação por alumínio trocável. Nesta classe estão os solos álicos (saturação por alumínio trocável superior a Classe 5 – Terras que embora possam 50%), de textura argilosa e muito argilosa, necessitar de calagem, que ocorrem preferencialmente nos tabulei- apresentam uma ou mais ros costeiros, sob clima úmido, onde as restrições fortes, de natureza elevadas precipitações favorecem as per- diversa, que as limitam para o das de cálcio e magnésio por lixiviação, uso com a atividade agrícola, de provocando a acidificação dos solos. O forma econômica e racional. Por material de origem completamente dessa- este motivo não foram turado em bases é proveniente dos sedi- analisadas quanto à mentos da Formação Barreiras ou das necessidade de calcário e Coberturas Detríticas Tércio-Quaternárias. constituem uma classe a parte, A saturação por bases nos solos desta com diferentes vocações con- classe é comumente inferior a 30% e não forme o fator limitante. +2 +2 raras vezes menor que 10%. O Ca + Mg é, em geral, bem menor que 1meq/100g de Estas limitações podem ser devi- solo e, paralelamente, o alumínio é alto. das à pequena profundidade dos solos; intensa pedregosidade ou rochosidade; Em decorrência disto, a quantidade textura extremamente arenosa; relevo for- de calcário a aplicar por hectare varia, co- temente ondulado, montanhoso ou escar- mo nas demais classes, com o tipo de solo pado; níveis de salinidade e/ou alcalinidade e com a cultura a ser desenvolvida, mas inadequados; alto risco de inundação ou pode haver recomendações específicas encharcamento etc. para algumas espécies, de quantidades bem acima de 3 toneladas/ha. Neste caso Os solos desta classe são os mais é conveniente parcelar a aplicação em variados, predominando extensas áreas duas etapas, uma antes do período chuvo- com Litólicos, associados a afloramentos so e outra próximo ao final deste período, de rochas, Areias Quartzosas, Areias considerando-se também a antecipação Quartzosas Marinhas, Planossolos Solódi- prevista para o plantio, conforme mencio- cos, Solonetz Solodizados, Aluviais Solódi- nado no item Calagem. cos e Salinos, Podzol Hidromórfico, Solos Halomórficos de Mangues, Solos Hidromór- As principais classes de solos aqui ficos e Orgânicos, além de outras unidades compreendidas são os Latossolos e Podzó- associadas ao relevo supracitado. 8
  • 14. 6 - Considerações Finais e Demanda Total de Calcário Da interpretação dos resultados por bases (distróficos), pH geralmente en- +2 +2 das análises físico-químicas de solos, da tre 4,5 e 5,5 e Ca + Mg , em geral, abai- correlação destes dados com o material de xo de 2 meq/100g de solo. A área total 2 origem e da distribuição geográfica das desta classe é de cerca de 203.079 km , unidades de solos representadas nas di- sendo estimado, pela média, ser necessá- versas cartas que compõem os Estados da rio 40.615.800 toneladas de calcário para Bahia e Sergipe, obtiveram-se 5 classes de atender às necessidades desta unidade, a terras quanto à necessidade de calcário cada 4 anos. para a agricultura, que estão a seguir expli- citadas: As terras da Classe 4 estão situa- das preferencialmente nos Tabuleiros Lito- As terras da Classe 1 estão referi- râneos, estendendo-se da cidade de Alago- das a solos de alta fertilidade, com pH en- inhas até o extremo sul do Estado da Bahi- tre 6,5 e 7,5 e elevada saturação por ba- a, e mais para o sudoeste englobando o ses, predominando o cálcio e o magnésio, Planalto de Vitória da Conquista. O material portanto, não necessitam de aplicações de de origem dos solos é completamente des- corretivos da acidez. São derivadas, princi- saturado e distribui-se numa faixa de preci- palmente, de rochas calcárias ou materiais pitação elevada, o que favorece as perdas carbonatados, rochas básicas e rochas do de cálcio e magnésio por lixiviação, advin- embasamento cristalino ricas em minerais do solos de baixa fertilidade, definida pelos ferromagnesianos. Localizam-se em exten- parâmetros: baixos teores de cálcio e mag- sas áreas representadas pelo Baixio de nésio, em geral bem inferiores a 1 Irecê; Baixada do rio Salitre; borda oriental meq/100g de solo; pH entre 4,0 e 5,5; satu- do Chapadão do Oeste Baiano; sul de Jua- ração por bases normalmente inferior a zeiro; Depressão de Itapetinga; Recôncavo 30% e alumínio alto. A área total desta 2 Baiano; sudeste de Curaçá; e Canindé do classe é de aproximadamente 45.746 km , São Francisco-SE. Ocupam uma área de, sendo necessário, pela média, 18.298.400 2 aproximadamente, 70.690 km . toneladas de calcário para atender a de- manda desta área, a cada 4 anos. As terras da Classe 2 distribuem-se esparsamente por todo o Estado da Bahia A Classe 5 constitui-se em uma u- e Sergipe, sem uma notória concentração nidade à parte, uma vez que não participa em área. São representadas por solos de das áreas com recomendação de calagem, mediana fertilidade, com caráter eutrófico devido ser inadequada para utilização agrí- (saturação por bases ligeiramente maior cola, em razão das fortes restrições que +2 +2 que 50%), pH entre 5,5 e 6,5 e Ca + Mg manifestam. Estas limitações podem ser em geral abaixo de 4 meq/100g de solo, ou devidas ao solo (exígua profundidade; pe- 2 pouco mais. Totalizam cerca de 57.235 km dregosidade e/ou rochosidade; textura de área, calculando-se, pela média, ser grosseira; salinidade e/ou alcalinidade etc), necessário 2.861.800 toneladas de calcário à topografia (serras, escarpas rochosas para atender às necessidades desta clas- etc) ou à drenagem (risco de inundação ou se, a cada 4 anos. encharcamento). Estas áreas podem ter outra destinação, entre elas: pecuária, flo- As terras da Classe 3 ocupam á- restamento ou reflorestamento, preserva- reas significativas nos Estados da Bahia e ção permanente, proteção ambiental etc. Sergipe, podendo-se individualizar como Aqui estão englobados, como principais, os mais representativas: o Chapadão do Oes- Solos Litólicos, Areias Quartzosas, Planos- te Baiano; os Planaltos situados no sudoes- solos Solódicos, Solonetz Solodizados, te baiano e os Tabuleiros Litorâneos e Pré- Solos de Mangues, Hidromórficos e Orgâ- litorâneos, principalmente no extremo sul nicos. Ocorrem em regiões específicas dos da Bahia e ao norte de Salvador, adentran- Estados da Bahia e Sergipe e ocupam 2 do para o Estado de Sergipe. Os solos são cerca de 206.220 km , o que eqüivale a de baixa fertilidade, com baixa saturação 35,4 % da área total. 9
  • 15. Informe de Recursos Minerais O quadro a seguir resume a neces- médio para cada classe, nos Estados da sidade total de calcário para a agricultura, a Bahia e Sergipe. cada quatro anos, considerando-se o valor Classe de Área Necessidade Necessidade Estado Terra (km2) média (t/ha) total (t) 1 68.967 0 0 2 54.161 0,5 2.708.100 Bahia 3 197.579 2 39.515.800 4 45.746 4 18.298.400 5 194.573 - - 1a5 561.026 1,08 60.522.300 Total Bahia 1a4 366.453 1,65 60.522.300 1 1.723 0 0 2 3.074 0,5 153.700 Sergipe 3 5.500 2 1.100.000 4 0 - - 5 11.647 - - 1a5 21.944 0,57 1.253.700 Total Sergipe 1a3 10.297 1,22 1.253.700 10
  • 16. 7 - Bibliografia ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA DIFUSÃO DE ADUBOS E CORRETIVOS AGRÍCOLAS - ANDA. Manual de adubação. 2.ed. São Paulo, 1975. 346p. ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA DIFUSÃO DE ADUBOS E CORRETIVOS AGRÍCOLAS - ANDA. Acidez do solo e calagem. 2.ed. São Paulo, 1988. 16p. (Boletim Técnico, 1). ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA DIFUSÃO DE ADUBOS E CORRETIVOS AGRÍCOLAS - ANDA. Manual de fertilidade do solo. São Paulo, 1989. 153p. BOYER, J. L. Propriedades dos solos e fertilidade. Salvador : Universidade Federal da Bahia, 1971. 196p. BOYER, J. L. Dinâmica dos elementos químicos e fertilidade dos solos. Salvador : Universida- de Federal da Bahia/Instituto de Geociências/ Departamento de Geoquímica, 1985. 328p. COMISSÃO ESTADUAL DE FERTILIDADE DO SOLO. Manual de adubação e calagem para o Estado da Bahia. 2.ed. Salvador, 1989. 176p. COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO RS/SC. Recomendação de adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 2.ed. Rio Grande do Sul : SBCS/EMBRAPA-CNPT, 1989. 128p. COMPANHIA BAIANA DE PESQUISA MINERAL. Calcário agrícola : diagnóstico da oferta e da demanda no Estado da Bahia. Salvador : EBDA : CBPM, 1998. 73p. (Documentos, 8). RAIJ, Bernardo Van. Avaliação da fertilidade do solo. Piracicaba, 1981. 142p. RAIJ, Bernardo Van. Acidez e calagem no Brasil. Campinas : Sociedade Brasileira de Ciência do Solo : Instituto Agronômico de Campinas, 1983. 361p. 11