2. PSICOSES
DEFINIÇÃO:
• PERDA DE CONTATO COM A
REALIDADE
As síndromes psicóticas caracterizam-se por
sintomas típicos como alucinações e
delírios, pensamento desorganizado e
comportamento claramente bizarro
(Janzarik, 2003).
3. ESQUIZOFRENIA - Epidemiologia
Prevalência: 1%.
Incidência entre 1 e 7 casos novos para 10.000 habitantes por ano, dependendo do
critério diagnóstico adotado na estimativa.
Os estudos epidemiológicos realizados no Brasil originam estimativas de incidência
e prevalência compatíveis com as observadas em outros países.
Não há consistência de possíveis diferenças na prevalência da esquizofrenia entre
sexos.
O começo da doença é mais precoce no homem do que na mulher.
Casos novos são raros antes da puberdade e depois dos 50 anos.
As mulheres apresentam um curso mais brando da esquizofrenia e, portanto, um
melhor prognóstico e uma melhor possibilidade de adaptação social.
Dados de estudos multicêntricos sugerem que os pacientes de países menos
desenvolvidos apresentam um prognóstico melhor na esquizofrenia.
4. ESQUIZOFRENIA - Psicopatologia
Sintomas positivos: alucinações, delírios, comportamento
bizarro, transtorno positivo do pensamento formal
(descarrilhamento, tangencialidade, incoerência, etc)
Sintomas negativos: embotamento afetivo, alogia, abulia,
anedonia, desatenção.
Desorganização: fala desorganizada, comportamento
desarranjado ou bizarro e afeto incongruente.
Comprometimento cognitivo: redução da capacidade de
abstração e insight, prejuízo das memórias episódica e de
trabalho, da fluência verbal e das funções executivas.
5. ESQUIZOFRENIA - Etiologia
A esquizofrenia apresenta etiologia multifatorial, envolvendo fatores
genéticos e ambientais ainda não muito conhecidos.
Modelo de estresse-diátese: uma pessoa somente desenvolveria a
esquizofrenia se houver vulnerabilidade genética associada a
estressores ambientais.
Hiperfunção dopaminérgica central
Distúrbio do neurodesenvolvimento: eventos durante a vida intra-
uterina ou logo após o nascimento interfeririam no desenvolvimento
normal de determinadas estruturas cerebrais.
Alterações estruturais: dilatação do sistema ventricular, com perda de
tecido periventricular, menor peso cerebral, atrofia cerebral,
hipofrontalidade, alterações temporais.
6. ESQUIZOFRENIA – Critérios do DSM IV
A. Sintomas Característicos: Pelo menos dois dos seguintes,
cada um presente por um espaço significativo de tempo
durante um período de um mês (ou menos, caso tratado com
êxito): (1) delírios (2) alucinações (3) fala desorganizada
(ex., descarrilhamento freqüente ou incoerência) (4)
comportamento totalmente desorganizado ou
catatônico (5) sintomas negativos, ou seja, embotamento
afetivo, alogia ou avolição
(Nota: apenas um sintoma A é necessário se os delírios
são bizarros ou as alucinações consistem de uma voz
mantendo um comentário sobre o comportamento ou
pensamentos da pessoa ou duas ou mais vozes conversando
entre si).
7. ESQUIZOFRENIA -Tipos
PARANÓIDE: delírios ou alucinações auditivas proeminentes
com relativa preservação do funcionamento cognitivo e do
afeto.
DESORGANIZADO: discurso desorganizado,
comportamento desorganizado e afeto embotado ou
inadequado.
CATATÔNICO: perturbação psicomotora, como imobilidade
motora, atividade motora excessiva, extremo negativismo,
mutismo, peculiaridades dos movimentos voluntários,
ecolalia ou ecopraxia.
8. ESQUIZOFRENIA -Tipos
INDIFERENCIADO: não satisfazem os critérios para osTipos
Paranóide, Desorganizado ou Catatônico.
RESIDUAL: evidências contínuas de perturbação
esquizofrênica, na ausência de um conjunto completo de
sintomas ativos ou de sintomas suficientes pra a classificação
como um outro tipo de esquizofrenia. O embotamento
emocional, retraimento social, comportamento excêntrico,
pensamento ilógico, e leve afrouxamento das associações
são comuns. Os delírios e alucinações, se presentes, não são
proeminentes.
9. ESQUIZOFRENIA - CIAP
P72 ESQUIZOFRENIA F20 a F25,F28,F29
incl: todos os tipos de esquizofrenia, paranoia
critérios: distorções fundamentais e características do pensamento,
percepção e afetos que são inadequados ou enevoados (por
exemplo, pensamento-eco, inserção, retirada, percepções
delirantes, vozes alucinatórias, delírios de controle), mas com
perfeita consciência e sem alteração da capacidade intelectual.
considerar: psicose não-especificada P98
P98 OUTRAS PSICOSES NE F23,F53.1
incl: psicose reativa, psicose puerperal
10. ESQUIZOFRENIA
Diagnóstico Diferencial
Anamnese e exame do estado mental
Excluir psicoses com causas médicas conhecidas: abuso de
substâncias, efeitos colaterais de medicações, transtornos
infecciosos, metabólicos, endócrinos, tumores e epilepsia do
lobo temporal.
Exames: hemograma completo, EAS, enzimas hepáticas,
ureia, creatinina, testes da função tireoidiana, exames
sorológicos para sífilis e HIV, ceruloplasmina sérica (doença
deWilson), EEG,TC e RNM de crânio.
11. ESQUIZOFRENIA -Tratamento
Tratamento farmacológico
Intervenções psicossociais: psicoterapia individual, terapia
em grupo, intervenções familiares, psicoeducação,
reabilitação psicossocial, treinamento de habilidades sociais,
etc.
Dispositivos de tratamento: ESF, CAPS, CAPSi, CAPS-AD,
ambulatórios de saúde mental, serviços residenciais
terapêuticos, hospitais psiquiátricos e hospitais gerais.
12. ANTIPSICÓTICOS
Ação principal: bloqueio de receptores dopaminérgicos D2 no
sistema nervoso central.
Iniciar tratamento com antipsicótico de primeira (haloperidol 5 a
20 mg/dia) ou de segunda geração (risperidona 2 a 8 mg/dia) por
3 a 8 semanas. Se não houver resposta adequada, novo
antipsicótico deve ser tentado por até 8 semanas. Se o paciente
for considerado refratário, avaliar introdução de clozapina (dose
máxima de 900 mg/dia), que requer realização de hemogramas
regulares devido ao risco de agranulocitose.
Em caso de dificuldade de adesão, avaliar tratamento de
manutenção com Haldol decanoato.
13. ANTIPSICÓTICOS
Efeitos Colaterais
Neurológicos: neurotoxicidade (geralmente por desidratação e
associação com lítio), discinesia tardia, distonia aguda e tardia,
tremor tardio, síndrome neuroléptica maligna, parkinsonismo,
convulsões, sedação, blefaroespasmo, hipotermia, acatisia.
Hematológicos: eosinofilia, neutropenia, agranulocitose.
Endócrinos: ganho de peso, hiperglicemia, hiperprolactinemia,
amenorreia, ginecomastia.
Cardiovasculares: hipotensão postural, alterações no ECG (ex:
aumento do intervalo Q-T)
- Geralmente é necessário trocar o antipsicótico ou reduzir sua dose.
Na distonia e no parkinsonismo, podemos associar prometazina ou
biperideno.
14. ESQUIZOFRENIA – Manejo Clínico
Contactar profissionais do CAPS ou do NASF para definir os papéis
de cada dispositivo no acompanhamento de cada paciente, levando
em conta a gravidade e as particularidades de cada caso. Elaborar o
projeto terapêutico.
A frequência das consultas com o médico da equipe deve ser
individualizada de acordo com a gravidade do quadro, o suporte
familiar e o nível de entendimento do transtorno por parte do
doente e seus cuidadores.
Avaliar a adesão ao tratamento medicamentoso, educar quanto à
necessidade de seguir tomando a medicação de forma correta,
identificar possíveis efeitos adversos das medicações e fazer
pequenos ajustes nas prescrições, caso sejam necessários.
Promover a reinserção na comunidade dos pacientes com
transtornos mentais graves.
15. ESQUIZOFRENIA - Emergências
Se o paciente estiver em agitação psicomotora, apresentando
riscos de auto e heteroagressão, precisa ser imobilizado. Depois
disso, inicia-se a sedação do paciente, que pode ser feita com duas
ampolas de Prometazina associadas a uma ampola de Haloperidol
IM. Posteriormente, uma ampola de Haloperidol poderá ser
administrada a cada 30 minutos até que haja sedação do paciente
ou seja atingido um total de seis ampolas. Fazer contato com o
serviço de emergência psiquiátrica de referência e encaminhar o
paciente assim que possível.
Se o paciente precisar de internação e não for uma emergência,
pode-se fazer contato com seu médico psiquiatra ou o serviço de
internação psiquiátrica de referência, para que seja providenciada a
internação.
16. ESQUIZOFRENIA - Emergências
Nas situações em que não é necessária a internação, quando
o paciente está mais agitado ou irritado mas não apresenta
maiores riscos, pode-se fazer um ajuste da dose da
medicação antipsicótica. Reforça-se com os familiares a
necessidade de verificar se o paciente de fato a está
ingerindo. Deve-se ainda orientar os familiares quanto ao
surgimento de sinais de piora clínica e, caso ocorram, que
façam contato imediato com a equipe de ESF para o paciente
ser reavaliado.
Deve-se, diante da piora clínica, reduzir o espaçamento entre
as consultas ambulatoriais e as visitas domiciliares até que
ocorra a reestabilização clínica do paciente.
17. TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR
Epidemiologia
Prevalência: ao redor de 1%, para transtorno
bipolar tipo I e II.
Incidência: taxa anual de incidência de 0,5%.
Idade de início: 18 anos para bipolar tipo I e de
22 anos para bipolar tipo II.
Sexos: não há diferenças significativas.
18. TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR
Psicopatologia
Na Mania:
(1) auto-estima inflada ou grandiosidade (2)
necessidade de sono diminuída
(3) mais loquaz do que o habitual ou pressão por falar
(4) fuga de idéias ou experiência subjetiva de que os
pensamentos estão correndo (5) distratibilidade
(6) aumento da atividade dirigida a objetivos ou
agitação psicomotora (7) envolvimento excessivo em
atividades prazerosas com um alto potencial para
conseqüências dolorosas
19. TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR
Etiologia
Os estudos apresentam achados não-conclusivos. O
fator mais significativamente associado ao
desenvolvimento deTB é história familiar positiva,
o que remete aos fatores genéticos sugerindo a
interação gene–ambiente, necessária para a
expressão de um fenótipo comportamental.
Fatores biológicos: alterações de diversos
neurotransmissores vem sendo implicadas noTB,
bem como anormalidades no eixo hipotalâmico-
pituitário-tireoidiano.
20. TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR
Critérios do DSM IV
Transtorno Bipolar I: é caracterizado por um ou mais Episódios
Maníacos ou Mistos, geralmente acompanhados por Episódios
Depressivos Maiores.
Transtorno Bipolar II: caracteriza-se por um ou mais Episódios
Depressivos Maiores, acompanhado por pelo menos um Episódio
Hipomaníaco.
- Episódio Maníaco: período de humor anormal e persistentemente
elevado, expansivo ou irritável, que deve durar pelo menos 1 semana.
- Episódio Hipomaníaco: período de humor persistentemente elevado,
expansivo ou irritável, ao longo de pelo menos 4 dias.
21. TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR
CIAP
P73 PSICOSE AFETIVA F30,F31,F34.0
incl: distúrbio bipolar, hipomania, mania, depressão maníaca
excl: depressão P76
critérios: distúrbio fundamental dos afetos e do humor,
alternadamente excitado e deprimido (associado ou não a
ansiedade). Na perturbação maníaca, a energia e a atividade
estão simultaneamente estimuladas. Na doença bipolar,
observam-se pelo menos dois períodos de perturbação do
humor variando do excitado ao deprimido
considerar: psicose não-especificada P98
22. TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR
Tratamento
Tratamento farmacológico com estabilizadores do humor.
Abordagens psicoeducativas, individuais ou em grupo,
incluindo os familiares, com informações sobre a doença,
sobre as drogas utilizadas, sobre aspectos
nutricionais, exercícios físicos, impactos sociais são de grand
e utilidade.
Desenvolver no paciente a capacidade de identificar os sinais
precoces do início de um novo episódio de mania ou
depressão e de lidar com os fatores desencadeantes, é uma
estratégia de grande valor para a prevenção de recaídas.
24. ESTABILIZADORES DO HUMOR
Efeitos colaterais
Lítio: acne, aumento do apetite, edema, diarréia, ganho de
peso, gosto
metálico, leucocitose, náuseas, polidipsia, poliúria, tremores
finos. Intoxicação: vômitos, dor abdominal, ataxia, tonturas,
tremores grosseiros, disartria, nistagmo, letargia, fraqueza
muscular, que podem evoluir para o óbito.
Exames: litemia (o sangue deve ser coletado 12 horas após a
última dose de lítio) no início do tratamento e a cada 3 ou 6
meses; antes de começar o tratamento, solicitar teste de
gravidez, ECG se mais de 40 anos ou risco de cardiopatia,
uréia, creatinina,TSH, hemograma completo e eletrólitos
(repetir os 5 últimos a cada 6 meses).
25. ESTABILIZADORES DO HUMOR
Efeitos colaterais
Ácido valpróico: ataxia, aumento do apetite, ganho
de peso, desatenção, fadiga,
náuseas, sonolência, sedação, diminuição dos reflexos,
tremores, tonturas.
Exames: teste de gravidez no início do tratamento,
hemograma completo,TGO eTGP a cada 6 meses.
Carbamazepina: ataxia, diplopia, dor epigástrica, toxicicidade
hepática, náuseas, prurido, rash cutâneo, sedação,
sonolência, tonturas.
Exames: teste de gravidez no início do tratamento,
hemograma completo,TGO eTGP a cada 6 meses.
26. TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR
Manejo Clínico
No tratamento agudo e de
manutenção dos diferentes quadros maníacos, inicia-se
um dos estabilizadores do humor de primeira linha (lítio,
ácido valpróico). A resposta pode demorar de 2 a 4 semanas e
está associada a valores séricos que devem se situar, para o
lítio, entre 1,0 e 1,2 mEq/l na fase aguda, e entre 0,6 e 1,0
mEq/l na fase de manutenção.
Se há inquietude ou insônia intensas, podem-
se associar benzodiazepínicos potentes, como o clonazepam
.
Se ocorrerem sintomas psicóticos, agitação psicomotora ou
agressividade,
são utilizados antipsicóticos: haloperidol, risperidona, etc.
27. TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR
Manejo Clínico
Episódio depressivo: monoterapia com lítio ou outro estabilizador
do humor. Caso não haja resposta mesmo nas doses máximas
recomendadas, a alternativa é associar um antidepressivo:
bupropiona ou ISRS, que tendem a provocar menos viradas
maníacas do que os tricíclicos, mantendo-se o antidepressivo pelo
menor tempo possível. Uma alternativa é monoterapia com
lamotrigina.O lítio é o único medicamento que apresenta
propriedades anti-suicidas.
Em pacientes refratários, pode-se usar uma combinação de
estabilizadores de humor: usualmente lítio associado a um
anticonvulsivante; pode-se ainda acrescentar um antipsicótico.O
uso da ECT é considerado eficaz no tratamento de quadros de
mania, depressão e mistos.
28. TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR
Emergências
Avaliar risco para si e para terceiros e assim definir
necessidade de internação psiquiátrica.
Tentar tranquilizar o paciente. Se for preciso, realizar
contenção física e química com antipsicótico IM caso o
paciente não aceite a medicação oral indicada. Esta deve ser
iniciada, reiniciada ou reajustada assim que for possível.
Procurar discutir o caso com o psiquiatra que acompanha o
paciente, se houver, ou com o psiquiatra plantonista do
serviço de emergência de referência.
Orientar os familiares.
29. CASO CLÍNICO 1
“O caso de Fabrício foi levado à equipe da USF de Alto Alegre
por sua professora, que estranhou o fato de o rapaz de 16
anos, antes um silencioso e aplicado estudante, ter
abandonado as aulas há três meses. Entrando em contato
com a família, soube-se que Fabrício não tomava mais banho
espontaneamente nem se barbeava, recusava-se a sair de
casa, dormia muito pouco e ficava horas falando sozinho,
recusando contato verbal com qualquer pessoa. A família não
entendia o que estava acontecendo, mas como ele não
estava agressivo, resolveram não procurar tratamento
médico, e sim espiritual.” (Chiaverini, 2011)
30. CASO CLÍNICO 2
“Preocupado, o ACSVidal procurou a enfermeira de sua
equipe para relatar que sua prima Fátima, de 43 anos, estava
há três dias sem dormir, inquieta, irritada, falando muito e
dizendo que sua cabeça estava “como um gravador”. Fátima
é acompanhada pelo médico de sua equipe e tinha sido vista
duas vezes em matriciamento devido a um quadro recorrente
de depressão, tendo sido recentemente aumentada a dose
de seu antidepressivo tricíclico, de 100 para 150 mg por dia.
Parte da família entendia que ela deveria ser levada
imediatamente para um pronto-socorro com serviço de
psiquiatria, mas outros achavam que era melhor consultar a
equipe da Unidade de Saúde da Família.” (Chiaverini, 2011)
31. CASO CLÍNICO 3
A enfermeira da equipe solicitou à psiquiatra matriciadora
orientação quanto à conduta no caso de Márcio, que mora
sozinho em uma casa ao lado de seus familiares, porém não
conversa com eles, nem com ninguém, apenas com a filha de
13 anos eventualmente. Passa o dia fora de casa andando
pela cidade, e quando alguém tenta contato, mostra-se hostil
e até agressivo. Seu quadro teve início há 5 anos, após ter
sido traído pela mãe de sua filha e ter feito uso de drogas,
que já cessou há 4 anos. Chegou a fazer tratamento no
Instituto Philippe Pinel, mas o abandonou.A família já
acionou o SAMU, mas recusaram-se a levá-lo para a
internação. A enfermeira, a psiquiatra e o ACS fizeramVD,
mas Márcio mostrou-se muito irritado e saiu de sua casa sem
falar nada com a equipe.