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Os Valores
Filosofia 10º Ano
Índice
 O que são os valores? (Slide 3-4)
 Juízos de Facto e Juízos de Valor (Slide 5-8)
 Juízos de Facto (Slide 6)
 Juízos de Valor (Slide 7)
 Juízos de Facto vs. Juízos de Valor (Slide 8)
 Qual a natureza dos juízos de valor? (Slide 9-28)
 Subjetivismo Axiológico (Slide 12-15)
 Argumentos (Slide 13)
 Objeções (Slide 14-15)
 Objetivismo Axiológico (Slide 16-18)
 Argumentos (Slide 17)
 Objeções (Slide 18)
 Relativismo Cultural – ligação com o desafio da diversidade cultural (Slide 19-28)
 Etnocentrismo e Interculturalismo (Slide 20)
 Relativismo Cultura (Slide 21)
 Argumentos e Objeções (Slide 22-28)
 Síntese (Slide 29-30)
2
O que são os valores?
Os valores são qualidades potenciais que resultam da
apreciação que um indivíduo ou sociedade faz acerca de
um objeto, de uma ação ou de um ser real ou ideal em
função da presença ou ausência de algo que é desejável ou
digno de estima.
Quando, por exemplo, olhamos para
algo e pensamos que é bonito/feio,
agradável/desagradável, alegre/triste,
etc., estamos a atribuir um valor sobre o
objeto/ação/ser em causa.
3
O que são os valores?
Assim, pode-se concluir que os valores fazem parte do nosso quotidiano.
A forma como nos alimentamos, vestimos ou até como nós vivemos em
sociedade reflete os valores que nos são mais ou menos importantes. Por isso,
os valores podem ser considerados como guias da ação.
Assim, qualquer decisão racional ou escolha é guiada por preferências
valorativas.
4
Juízos de Facto e Juízos de Valor
Porém, nem tudo o que nós dizemos apresenta um valor.
Existem dois tipos de juízos (afirmações) que nós podemos fazer:
Juízos de Facto e Juízos de Valor
5
Juízos de Facto
Quando descrevemos o que aconteceu, sem qualquer interpretação ou
apreciação por parte do sujeito, estamos a emitir um juízo de facto.
Exemplos de juízos de facto:
• O Mosteiro dos Jerónimos foi construído no século XVI;
• A violência doméstica em Portugal é considerada crime;
• Muitas pessoas valorizam a liberdade;
• A Guernica foi pintada por Picasso.
6
Juízos de Valor
Quando colocamos as nossas apreciações ou preferências nos comentários
que enunciamos estamos, então, a emitir um juízo de valor.
Exemplos de juízos de valor:
• O Mosteiro dos Jerónimos é uma obra arquitetónica bela;
• A violência doméstica deve ser punida;
• A liberdade deve ser valorizada;
• A Guernica é uma obra confusa.
7
Juízos de Facto vs. Juízos de Valor
Juízos de Facto Juízos de Valor
São descritivos São normativos
Têm valor de verdade
independente do sujeito
Não é claro que tenham
valor de verdade
independente do sujeito
A verdade é objetiva Exprimem uma verdade
que resulta de uma
avaliação do sujeito
Tem como função fornecer
informação acerca do
mundo
Tem como função indicar
como deve ser o mundo
8
Qual é a natureza dos juízos de
valor?
Perante o que foi dito anteriormente, facilmente concluímos que os juízos de facto surgem
com base na realidade e são sempre iguais, independentemente do sujeito.
Porém, o mesmo já não acontece com os juízos de valor. Perante, por exemplo, a mesma ação,
duas pessoas podem emitir juízos de valor completamente diferentes!
Que
gesto
tão
bonito!
Não, credo! São
os dois rapazes...
Não pode ser!
9
Qual é a natureza dos juízos de
valor?
Coloca-se, então, uma questão:
Qual é a natureza dos juízos de valor?
Será que os valores que se dá a uma ação têm uma natureza subjetiva?
(dependem de gostos pessoais, preferências de cada um)
Ou será que há algum critério objetivo?
(são ideais que nada dependem da perspetiva de cada um)
Que natureza devem ter os critérios aplicados na resolução de problemas éticos:
subjetiva ou objetiva?
10
Qual é a natureza dos juízos de
valor?
Qual é a natureza dos juízos de valor?
Existem três respostas distintas a esta questão:
• Subjetivismo Axiológico
• Objetivismo Axiológico
• Relativismo Cultural
Relembrar...
Axiologia: disciplina da filosofia que se ocupa do estudo dos valores, analisando a sua
natureza e definindo-os através da sua relação com o ser humano
11
Subjetivismo Axiológico
O subjetivismo axiológico afirma que:
 a verdade dos juízos morais depende da perspetiva do sujeito
 os juízos de valor dependem do sentimento de aprovação e reprovação do
sujeito
Assim, segundo o subjetivismo axiológico, não existem valores aceites
universalmente – na ética não existem verdades absolutas.
A pena de morte
devia ser
abolida. Afinal,
para mim, o
mais importante
é a vida.
Não concordo
nada. Para mim,
ainda mais
importante é a
justiça!
12
Argumentos do Subjetivismo
Axiológico
O subjetivismo possibilita que cada sujeito expressa a sua opinião com total
liberdade – reforça a liberdade de expressão.
Afinal, só agimos livremente apenas quando damos voz aos nossos sentimentos e agimos de acordo com
eles.
O subjetivismo promove também a tolerância (que é um valor positivo) entre as
pessoas com convicções morais diferentes, pois não há nenhuma verdade certa.
Quando percebemos simultaneamente que as distinções entre o certo e o errado dependem dos
sentimentos de cada pessoa, e que os sentimentos de uma não são melhores nem piores que os de outra,
tornamo-nos mais tolerantes, mais capazes de aceitar como legítimas as opiniões e as ações que vão contra
as nossas preferências.
13
Objeções ao Subjetivismo
Axiológico
O subjetivismo, ao defender que a veracidade ou falsidade dos juízos de
valor depende da opinião de cada sujeito, permite que qualquer juízo
moral seja verdadeiro.
Deste modo, o subjetivismo faz da ética um domínio completamente arbitrário (caótico). À
luz desta teoria, nenhum ponto de vista, por muito monstruoso ou absurdo que seja, pode ser
considerado realmente errado ou pelo menos pior do que outros pontos de vista alternativos.
Todas as
pessoas que
não sejam de
raça ariana
devem ser
mortas!
Bem, se é a
opinião dele,
que se pode
fazer?
14
Objeções ao Subjetivismo
Axiológico
O subjetivismo, ao defender que a veracidade ou falsidade dos juízos de
valor depende da opinião de cada sujeito, tira todo o sentido ao debate
racional sobre questões morais.
O objetivo dos debates racionais sobre questões morais é o progresso. O progresso implica a
passagem de um valor moral para outro ainda melhor, o que só é possível se houver valores
melhores que outros. Se todos os valores têm a mesma importância (variam é de pessoa para
pessoa), então os debates deixam de fazer sentido.
A vida é mais
importante que a
justiça!!
Nada disso! A
justiça é muito
mais importante!
Calma, gente!
Não sabem que,
segundo o
subjetivismo
axiológico,
ambos têm
razão?
15
Objetivismo Axiológico
O objetivismo axiológico afirma que:
 a verdade dos juízos morais não depende da perspetiva do sujeito
 os juízos de valor transcendem o sujeito.
Assim, segundo o objetivismo axiológico existem verdades absolutas.
A pena de morte
devia ser
abolida. Afinal, o
mais importante
é a vida.
Pois, é uma
verdade
universal... Tem
que se aceitar...
16
Argumentos do Objetivismo
Axiológico
Argumento da capacidade explicativa
O objetivismo explica melhor o facto de pensarmos que há opiniões e razões que pesam mais (a dos
especialistas), e outras, menos, na justificação dos nossos juízos de valor, pois os valores fazem de facto
parte do mundo, ainda que seja especialmente difícil encontrar o acordo e a verdade sobre eles.
Argumento de coincidência de valores
Apesar da enorme diversidade de pessoas, experiências, culturas e tempos, há uma imensa coincidência
em algumas verdades fundamentais acerca de valores, mesmo com exceções, atribuíveis a erros ou a falta
de informação.
Por exemplo, o homicídio é considerado moralmente errado e obras de arte como as de Homero, da Vinci,
Shakespeare ou Mozart são consideradas belas por, praticamente, todas as pessoas.
Argumento do Progresso
O progresso implica a passagem de um valor moral para outro ainda melhor, o que só é possível se houver
valores melhores que outros, tal como é dito pelo objetivismo
17
Objeções ao Objetivismo
Axiológico
Existe uma objeção contra o objetivismo axiológico muito importante!
Quando um objetivista julga que aquilo que acredita é a verdade absoluta, gera em si uma
incompreensão e intolerância perante os que não acham o mesmo. Este tipo de
pensamento pode levar a conflitos dentro da sociedade.
É importante que ter sempre reservas sobre aquilo que nós acreditamos e o que os outros
acreditam!
A raça ariana é
melhor que
todas as outras!
Isso é o que tu
pensas!
Não concordas?
Prepara-te para
as
consequências..
.
18
Relativismo Cultural – Desafio da
diversidade cultural
O relativismo cultural, para além de responder ao problema da natureza dos
valores, também responde à questão relativa à diversidade cultural:
Qual a posição que devo tomar perante a diversidade cultural?
Que atitude nos poderá conduzir a um diálogo intercultural?
19
Relativismo Cultural – Desafio da
diversidade cultural
Qual a posição que devo tomar perante a diversidade cultural?
InterculturalismoEtnocentrismo
posição que defende que existe uma
cultura superior às outras – há
valores que se sobrepõem a outros
Posição que defende que existem valores
absolutos, mas que não se encontram
agrupados numa cultura. Assim, não
existem culturas superiores, mas valores
que não devem ser violados (ex:
dignidade humana).
Relativismo Cultural
20
Relativismo Cultural – Desafio da
diversidade cultural
Qual a posição que devo tomar perante a diversidade cultural?
Relativismo– posição que defende que aquilo que está correto é o que
é aprovado por cada cultura. Os valores são assim relativos.
21
Relativismo Cultural – Desafio da
diversidade cultural (Argumentos)
Argumento 1
Na ética é tudo uma questão de aprovação social. Logo, os valores (o
certo e o errado) são relativos a cada cultura.
Culturas diferentes têm códigos morais diferentes. Logo, nada está objetivamente
certo e errado. No que diz respeito à ética, os padrões de sociedade diferentes são
tudo o que existe. Assim, nós não podemos considerar que certos costumes estão
errados, apenas por não estarmos familiarizados com eles.
22
Relativismo Cultural – Desafio da
diversidade cultural (Objeções)
Objeção 1
Do simples facto de as pessoas discordarem quanto a um assunto,
não se segue que não haja uma verdade sobre esse assunto.
Aceitar que todas as práticas culturais são corretas impede o progresso moral, dado
que para que haja progresso, tem que se pressupor que existem valores ou práticas
culturais melhores do que outras.
23
Relativismo Cultural – Desafio da
diversidade cultural (Argumentos)
Argumento 2
O relativismo, ao aceitar que todas as práticas culturais devem ser
entendidas dentro do contexto de cada cultura, dado que todas as culturas
têm o mesmo valor, promove a tolerância entre sociedades diferentes.
Pressupondo que a tolerância é um valor positivo, devemos apoiar o
relativismo.
24
Relativismo Cultural – Desafio da
diversidade cultural (Objeções)
Objeção 2
A tolerância nem sempre é desejável.
Não há dúvida que a tolerância é um bem, mas isso não significa que qualquer
comportamento seja tolerável desde que beneficie da aprovação social.
O relativismo cultural conduz à aprovação da intolerância.
Se um grupo defender a intolerância, o que poderá fazer um relativista?
Um relativista não pode defender a tolerância como um valor universal, dado que
defende que todos os valores são relativos – contradição.
25
Relativismo Cultural – Desafio da
diversidade cultural (Argumentos)
Argumento 3
O relativismo defende que o certo e o errado são definidos por cada cultura
e cada cultura tem de ter o direito de o fazer. Esta decisão é uma decisão da
maioria da sociedade. Dado que, para que uma sociedade funcione, é
necessário que se aceite as decisões da maioria, o relativismo promove a
coesão social.
26
Relativismo Cultural – Desafio da
diversidade cultural (Objeções)
Objeção 3
O relativismo cultural conduz ao conformismo.
A maioria pode estar enganada.
Apoiar cegamente a maioria gera o desrespeito e a intolerância perante a
minoria.
27
Relativismo Cultural – Desafio da
diversidade cultural (Objeções)
Objeção 3
O relativismo cultural conduz ao conformismo.
A maioria pode estar enganada.
Apoiar cegamente a maioria gera o desrespeito e a intolerância perante a
minoria.
28
Síntese
Valores
qualidades que têm origem na
apreciação que um
indivíduo/sociedade faz acerca
de algo em função da ausência
ou presença de algo que é
desejável
Guias da ação
Diferem de sujeito
para sujeito
(preferências
valorativas)
Juízos
De Facto
De Valor
enunciados descritivos, valor de verdade
independente do sujeito (verdade é objetiva);
oferecem informação acerca do mundo
Geram enunciados normativos,
o valor de verdade depende do
sujeito, indicando como o
mundo deve ser de acordo com
o indivíduo
Os juízos de valor dependem dos gostos pessoais ou são ideais
independentes da perspetiva de cada um?
QUAL A NATUREZA DOS JUÍZOS DE VALOR?
Subjetivismo
Axiológico
Relativismo
Cultural
Objetivismo
Axiológico
QUAL A POSIÇÃO QUE DEVO TOMAR
PERANTE A DIVERSIDADE CULTURAL?
Etnocentrismo
Interculturalismo
29
Síntese
Os juízos de valor dependem dos gostos pessoais ou são ideais
independentes da perspetiva de cada um?
QUAL A NATUREZA DOS JUÍZOS DE VALOR?
Subjetivismo
Axiológico
Relativismo
Cultural
Objetivismo
Axiológico
QUAL A POSIÇÃO QUE DEVO TOMAR
PERANTE A DIVERSIDADE CULTURAL?
Etnocentrismo: posição que defende que existe uma cultura superior às
outras – há valores que se sobrepõem a outros
Interculturalismo: Posição que defende que
existem valores absolutos, mas que não se
encontram agrupados numa cultura. Assim, não
existem culturas superiores, mas valores que não
devem ser violados (ex: dignidade humana).
Argumentos:
• Reforça a liberdade de
expressão
• Promove a tolerância
Objeções:
• Permite que qualquer
juízo de moral seja
verdadeiro
•Tira todo o sentido ao
debate racional sobre
questões morais
Argumentos:
• Na ética, é tudo uma questão de
aprovação social
•Promove a tolerância
• Promove a coesão social
Objeções:
•Do facto de as pessoas discordarem,
não se segue que não haja uma
•A tolerância nem sempre é desejável
•O relativismo conduz à aprovação da
intolerância e desrespeito pela
minoria
• A maioria pode estar enganada
•Conduz ao conformismo
• Gera uma contradição
Argumentos:
• Argumento da
capacidade explicativa
• Argumento da
coincidência de valores
• Argumento do
Progresso
Objeções:
• Gera incompreensão e
intolerância
30

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Filosofia 10º Ano - Os Valores

  • 2. Índice  O que são os valores? (Slide 3-4)  Juízos de Facto e Juízos de Valor (Slide 5-8)  Juízos de Facto (Slide 6)  Juízos de Valor (Slide 7)  Juízos de Facto vs. Juízos de Valor (Slide 8)  Qual a natureza dos juízos de valor? (Slide 9-28)  Subjetivismo Axiológico (Slide 12-15)  Argumentos (Slide 13)  Objeções (Slide 14-15)  Objetivismo Axiológico (Slide 16-18)  Argumentos (Slide 17)  Objeções (Slide 18)  Relativismo Cultural – ligação com o desafio da diversidade cultural (Slide 19-28)  Etnocentrismo e Interculturalismo (Slide 20)  Relativismo Cultura (Slide 21)  Argumentos e Objeções (Slide 22-28)  Síntese (Slide 29-30) 2
  • 3. O que são os valores? Os valores são qualidades potenciais que resultam da apreciação que um indivíduo ou sociedade faz acerca de um objeto, de uma ação ou de um ser real ou ideal em função da presença ou ausência de algo que é desejável ou digno de estima. Quando, por exemplo, olhamos para algo e pensamos que é bonito/feio, agradável/desagradável, alegre/triste, etc., estamos a atribuir um valor sobre o objeto/ação/ser em causa. 3
  • 4. O que são os valores? Assim, pode-se concluir que os valores fazem parte do nosso quotidiano. A forma como nos alimentamos, vestimos ou até como nós vivemos em sociedade reflete os valores que nos são mais ou menos importantes. Por isso, os valores podem ser considerados como guias da ação. Assim, qualquer decisão racional ou escolha é guiada por preferências valorativas. 4
  • 5. Juízos de Facto e Juízos de Valor Porém, nem tudo o que nós dizemos apresenta um valor. Existem dois tipos de juízos (afirmações) que nós podemos fazer: Juízos de Facto e Juízos de Valor 5
  • 6. Juízos de Facto Quando descrevemos o que aconteceu, sem qualquer interpretação ou apreciação por parte do sujeito, estamos a emitir um juízo de facto. Exemplos de juízos de facto: • O Mosteiro dos Jerónimos foi construído no século XVI; • A violência doméstica em Portugal é considerada crime; • Muitas pessoas valorizam a liberdade; • A Guernica foi pintada por Picasso. 6
  • 7. Juízos de Valor Quando colocamos as nossas apreciações ou preferências nos comentários que enunciamos estamos, então, a emitir um juízo de valor. Exemplos de juízos de valor: • O Mosteiro dos Jerónimos é uma obra arquitetónica bela; • A violência doméstica deve ser punida; • A liberdade deve ser valorizada; • A Guernica é uma obra confusa. 7
  • 8. Juízos de Facto vs. Juízos de Valor Juízos de Facto Juízos de Valor São descritivos São normativos Têm valor de verdade independente do sujeito Não é claro que tenham valor de verdade independente do sujeito A verdade é objetiva Exprimem uma verdade que resulta de uma avaliação do sujeito Tem como função fornecer informação acerca do mundo Tem como função indicar como deve ser o mundo 8
  • 9. Qual é a natureza dos juízos de valor? Perante o que foi dito anteriormente, facilmente concluímos que os juízos de facto surgem com base na realidade e são sempre iguais, independentemente do sujeito. Porém, o mesmo já não acontece com os juízos de valor. Perante, por exemplo, a mesma ação, duas pessoas podem emitir juízos de valor completamente diferentes! Que gesto tão bonito! Não, credo! São os dois rapazes... Não pode ser! 9
  • 10. Qual é a natureza dos juízos de valor? Coloca-se, então, uma questão: Qual é a natureza dos juízos de valor? Será que os valores que se dá a uma ação têm uma natureza subjetiva? (dependem de gostos pessoais, preferências de cada um) Ou será que há algum critério objetivo? (são ideais que nada dependem da perspetiva de cada um) Que natureza devem ter os critérios aplicados na resolução de problemas éticos: subjetiva ou objetiva? 10
  • 11. Qual é a natureza dos juízos de valor? Qual é a natureza dos juízos de valor? Existem três respostas distintas a esta questão: • Subjetivismo Axiológico • Objetivismo Axiológico • Relativismo Cultural Relembrar... Axiologia: disciplina da filosofia que se ocupa do estudo dos valores, analisando a sua natureza e definindo-os através da sua relação com o ser humano 11
  • 12. Subjetivismo Axiológico O subjetivismo axiológico afirma que:  a verdade dos juízos morais depende da perspetiva do sujeito  os juízos de valor dependem do sentimento de aprovação e reprovação do sujeito Assim, segundo o subjetivismo axiológico, não existem valores aceites universalmente – na ética não existem verdades absolutas. A pena de morte devia ser abolida. Afinal, para mim, o mais importante é a vida. Não concordo nada. Para mim, ainda mais importante é a justiça! 12
  • 13. Argumentos do Subjetivismo Axiológico O subjetivismo possibilita que cada sujeito expressa a sua opinião com total liberdade – reforça a liberdade de expressão. Afinal, só agimos livremente apenas quando damos voz aos nossos sentimentos e agimos de acordo com eles. O subjetivismo promove também a tolerância (que é um valor positivo) entre as pessoas com convicções morais diferentes, pois não há nenhuma verdade certa. Quando percebemos simultaneamente que as distinções entre o certo e o errado dependem dos sentimentos de cada pessoa, e que os sentimentos de uma não são melhores nem piores que os de outra, tornamo-nos mais tolerantes, mais capazes de aceitar como legítimas as opiniões e as ações que vão contra as nossas preferências. 13
  • 14. Objeções ao Subjetivismo Axiológico O subjetivismo, ao defender que a veracidade ou falsidade dos juízos de valor depende da opinião de cada sujeito, permite que qualquer juízo moral seja verdadeiro. Deste modo, o subjetivismo faz da ética um domínio completamente arbitrário (caótico). À luz desta teoria, nenhum ponto de vista, por muito monstruoso ou absurdo que seja, pode ser considerado realmente errado ou pelo menos pior do que outros pontos de vista alternativos. Todas as pessoas que não sejam de raça ariana devem ser mortas! Bem, se é a opinião dele, que se pode fazer? 14
  • 15. Objeções ao Subjetivismo Axiológico O subjetivismo, ao defender que a veracidade ou falsidade dos juízos de valor depende da opinião de cada sujeito, tira todo o sentido ao debate racional sobre questões morais. O objetivo dos debates racionais sobre questões morais é o progresso. O progresso implica a passagem de um valor moral para outro ainda melhor, o que só é possível se houver valores melhores que outros. Se todos os valores têm a mesma importância (variam é de pessoa para pessoa), então os debates deixam de fazer sentido. A vida é mais importante que a justiça!! Nada disso! A justiça é muito mais importante! Calma, gente! Não sabem que, segundo o subjetivismo axiológico, ambos têm razão? 15
  • 16. Objetivismo Axiológico O objetivismo axiológico afirma que:  a verdade dos juízos morais não depende da perspetiva do sujeito  os juízos de valor transcendem o sujeito. Assim, segundo o objetivismo axiológico existem verdades absolutas. A pena de morte devia ser abolida. Afinal, o mais importante é a vida. Pois, é uma verdade universal... Tem que se aceitar... 16
  • 17. Argumentos do Objetivismo Axiológico Argumento da capacidade explicativa O objetivismo explica melhor o facto de pensarmos que há opiniões e razões que pesam mais (a dos especialistas), e outras, menos, na justificação dos nossos juízos de valor, pois os valores fazem de facto parte do mundo, ainda que seja especialmente difícil encontrar o acordo e a verdade sobre eles. Argumento de coincidência de valores Apesar da enorme diversidade de pessoas, experiências, culturas e tempos, há uma imensa coincidência em algumas verdades fundamentais acerca de valores, mesmo com exceções, atribuíveis a erros ou a falta de informação. Por exemplo, o homicídio é considerado moralmente errado e obras de arte como as de Homero, da Vinci, Shakespeare ou Mozart são consideradas belas por, praticamente, todas as pessoas. Argumento do Progresso O progresso implica a passagem de um valor moral para outro ainda melhor, o que só é possível se houver valores melhores que outros, tal como é dito pelo objetivismo 17
  • 18. Objeções ao Objetivismo Axiológico Existe uma objeção contra o objetivismo axiológico muito importante! Quando um objetivista julga que aquilo que acredita é a verdade absoluta, gera em si uma incompreensão e intolerância perante os que não acham o mesmo. Este tipo de pensamento pode levar a conflitos dentro da sociedade. É importante que ter sempre reservas sobre aquilo que nós acreditamos e o que os outros acreditam! A raça ariana é melhor que todas as outras! Isso é o que tu pensas! Não concordas? Prepara-te para as consequências.. . 18
  • 19. Relativismo Cultural – Desafio da diversidade cultural O relativismo cultural, para além de responder ao problema da natureza dos valores, também responde à questão relativa à diversidade cultural: Qual a posição que devo tomar perante a diversidade cultural? Que atitude nos poderá conduzir a um diálogo intercultural? 19
  • 20. Relativismo Cultural – Desafio da diversidade cultural Qual a posição que devo tomar perante a diversidade cultural? InterculturalismoEtnocentrismo posição que defende que existe uma cultura superior às outras – há valores que se sobrepõem a outros Posição que defende que existem valores absolutos, mas que não se encontram agrupados numa cultura. Assim, não existem culturas superiores, mas valores que não devem ser violados (ex: dignidade humana). Relativismo Cultural 20
  • 21. Relativismo Cultural – Desafio da diversidade cultural Qual a posição que devo tomar perante a diversidade cultural? Relativismo– posição que defende que aquilo que está correto é o que é aprovado por cada cultura. Os valores são assim relativos. 21
  • 22. Relativismo Cultural – Desafio da diversidade cultural (Argumentos) Argumento 1 Na ética é tudo uma questão de aprovação social. Logo, os valores (o certo e o errado) são relativos a cada cultura. Culturas diferentes têm códigos morais diferentes. Logo, nada está objetivamente certo e errado. No que diz respeito à ética, os padrões de sociedade diferentes são tudo o que existe. Assim, nós não podemos considerar que certos costumes estão errados, apenas por não estarmos familiarizados com eles. 22
  • 23. Relativismo Cultural – Desafio da diversidade cultural (Objeções) Objeção 1 Do simples facto de as pessoas discordarem quanto a um assunto, não se segue que não haja uma verdade sobre esse assunto. Aceitar que todas as práticas culturais são corretas impede o progresso moral, dado que para que haja progresso, tem que se pressupor que existem valores ou práticas culturais melhores do que outras. 23
  • 24. Relativismo Cultural – Desafio da diversidade cultural (Argumentos) Argumento 2 O relativismo, ao aceitar que todas as práticas culturais devem ser entendidas dentro do contexto de cada cultura, dado que todas as culturas têm o mesmo valor, promove a tolerância entre sociedades diferentes. Pressupondo que a tolerância é um valor positivo, devemos apoiar o relativismo. 24
  • 25. Relativismo Cultural – Desafio da diversidade cultural (Objeções) Objeção 2 A tolerância nem sempre é desejável. Não há dúvida que a tolerância é um bem, mas isso não significa que qualquer comportamento seja tolerável desde que beneficie da aprovação social. O relativismo cultural conduz à aprovação da intolerância. Se um grupo defender a intolerância, o que poderá fazer um relativista? Um relativista não pode defender a tolerância como um valor universal, dado que defende que todos os valores são relativos – contradição. 25
  • 26. Relativismo Cultural – Desafio da diversidade cultural (Argumentos) Argumento 3 O relativismo defende que o certo e o errado são definidos por cada cultura e cada cultura tem de ter o direito de o fazer. Esta decisão é uma decisão da maioria da sociedade. Dado que, para que uma sociedade funcione, é necessário que se aceite as decisões da maioria, o relativismo promove a coesão social. 26
  • 27. Relativismo Cultural – Desafio da diversidade cultural (Objeções) Objeção 3 O relativismo cultural conduz ao conformismo. A maioria pode estar enganada. Apoiar cegamente a maioria gera o desrespeito e a intolerância perante a minoria. 27
  • 28. Relativismo Cultural – Desafio da diversidade cultural (Objeções) Objeção 3 O relativismo cultural conduz ao conformismo. A maioria pode estar enganada. Apoiar cegamente a maioria gera o desrespeito e a intolerância perante a minoria. 28
  • 29. Síntese Valores qualidades que têm origem na apreciação que um indivíduo/sociedade faz acerca de algo em função da ausência ou presença de algo que é desejável Guias da ação Diferem de sujeito para sujeito (preferências valorativas) Juízos De Facto De Valor enunciados descritivos, valor de verdade independente do sujeito (verdade é objetiva); oferecem informação acerca do mundo Geram enunciados normativos, o valor de verdade depende do sujeito, indicando como o mundo deve ser de acordo com o indivíduo Os juízos de valor dependem dos gostos pessoais ou são ideais independentes da perspetiva de cada um? QUAL A NATUREZA DOS JUÍZOS DE VALOR? Subjetivismo Axiológico Relativismo Cultural Objetivismo Axiológico QUAL A POSIÇÃO QUE DEVO TOMAR PERANTE A DIVERSIDADE CULTURAL? Etnocentrismo Interculturalismo 29
  • 30. Síntese Os juízos de valor dependem dos gostos pessoais ou são ideais independentes da perspetiva de cada um? QUAL A NATUREZA DOS JUÍZOS DE VALOR? Subjetivismo Axiológico Relativismo Cultural Objetivismo Axiológico QUAL A POSIÇÃO QUE DEVO TOMAR PERANTE A DIVERSIDADE CULTURAL? Etnocentrismo: posição que defende que existe uma cultura superior às outras – há valores que se sobrepõem a outros Interculturalismo: Posição que defende que existem valores absolutos, mas que não se encontram agrupados numa cultura. Assim, não existem culturas superiores, mas valores que não devem ser violados (ex: dignidade humana). Argumentos: • Reforça a liberdade de expressão • Promove a tolerância Objeções: • Permite que qualquer juízo de moral seja verdadeiro •Tira todo o sentido ao debate racional sobre questões morais Argumentos: • Na ética, é tudo uma questão de aprovação social •Promove a tolerância • Promove a coesão social Objeções: •Do facto de as pessoas discordarem, não se segue que não haja uma •A tolerância nem sempre é desejável •O relativismo conduz à aprovação da intolerância e desrespeito pela minoria • A maioria pode estar enganada •Conduz ao conformismo • Gera uma contradição Argumentos: • Argumento da capacidade explicativa • Argumento da coincidência de valores • Argumento do Progresso Objeções: • Gera incompreensão e intolerância 30