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Pós-Graduação em Gestão de Bibliotecas Escolares
A Biblioteca Escolar e as Novas Tecnologias

José António Flambó Afonso Batista
5 de dezembro de 2013
RELATÓRIO – TEMA 2
Num mundo em constante e vertiginosa mutação, onde é cada vez mais fácil aceder à
informação, que cresce de forma exponencial, e dominado pelos avanços das tecnologias digitais,
torna-se premente (re)pensar o papel da Biblioteca Escolar, enquanto centro de recursos e serviços
(físicos e virtuais) propícios à pesquisa, aprendizagem, conhecimento e formação de valores/ atitudes,
à luz das novas teorias de aprendizagem e do novo paradigma educativo, de forma a poder cumprir
eficazmente a sua missão e objetivos.
De facto, cabe à Biblioteca Escolar, em articulação com todas a estruturas da Escola, preparar
os alunos, denominados de “nativos digitais” (Marc Prensky, 2001) e “homo zappiens” (Wim Veen,
2005), para o presente e para o futuro, fornecendo-lhes as ferramentas indispensáveis não só para a
melhoria do sucesso educativo, mas também para a formação ao longo da vida, numa perspetiva de
constante adaptação a uma sociedade cada vez mais complexa, globalizada e competitiva.
Ao longo dos tempos, foram surgindo vários modelos educativos e teorias de aprendizagem.
Assim, do paradigma da era industrial, onde o aluno se limita a ser um mero recetor passivo de
saberes transmitidos pelo professor, passando pelas teorias Empirismo e Apriorismo, emerge um
novo paradigma da educação (modelo humanista da pós-modernidade), influenciado pela teoria do
Construtivismo defendida por Jean Piaget e Vigotsky, em que o aluno passa a ser visto como sujeito
ativo e central na construção de conhecimento e media, resultando a aprendizagem significativa por
meio da descoberta, da interação entre o sujeito, o objeto e outros elementos, bem como do trabalho
cooperativo, colaborativo e interativo.
Mais tarde, Georges Siemens, apologista do Conetivismo, “salienta que as teorias de
aprendizagem, como behaviorismo, cognitivismo e construtivismo, não exploram o impacto das
tecnologias e das redes na aprendizagem (…)” (Carvalho, 2007, p. 29).
O Conetivismo é, pois, uma teoria que visa responder ao contexto atual dominado por
aprendentes conetados, interativos e multitarefa, dado que (con)vivem diariamente rodeados de
dispositivos móveis, e a uma nova realidade decorrente da (r)evolução tecnológica; daí o seu
precursor advogar que se trata de uma teoria para a era digital. De acordo com esta teoria, potenciar
conexões, partilhando ideias e opiniões entre comunidades de prática, e também com fontes de
informação, revela-se essencial para a aprendizagem permanente, uma vez que a informação tornase obsoleta facilmente, exigindo, por isso, uma constante atualização.
No sentido de a Biblioteca Escolar também acompanhar a mudança, deve saber aproveitar os
pressupostos teóricos do Conetivismo para a área das Tecnologias da Informação e Comunicação na
educação, na medida em que as TIC e os vários aplicativos da Web 2.0/ Web 3.0 têm vindo a exigir
um novo paradigma de biblioteca1 que integre as tecnologias digitais no processo de ensinoaprendizagem dos alunos, pois, além de pertencerem à chamada “Geração Net”, precisam de ser
ensinados e orientados pelo professor, “imigrante digital” (Marc Prensky, 2001), a utilizá-las,
eficazmente, como preciosas ferramentas pedagógicas conducentes ao fomento do pensamento
crítico, espírito criativo, resolução de problemas, tomada de decisões e cidadania digital, em contextos
formais e também em contextos informais de aprendizagem.
As tecnologias vieram, pois, proporcionar novas formas de comunicar, interagir, ensinar,
aprender e trabalhar, assim como possibilitar novas formas de aceder à informação e produção
coletiva de conhecimento em que o aluno passa a ser um prosumer (conceito criado por Alvin Toffler),
ou seja, produtor (producer) e, simultaneamente, consumidor (consumer) de informação. Além disso,
“introduziram ainda novos desafios formativos e pedagógicos que a escola tem que responder e que
decorrem do alargamento das literacias inerentes à aprendizagem e à vida no contexto da Sociedade
do Conhecimento” (Rede de Bibliotecas Escolares, 2012, p. 9).
Segundo Ross Todd (2011), “As bibliotecas escolares devem fornecer as melhores
oportunidades de informação para que as pessoas possam tirar o maior partido das suas vidas como
cidadãos inteligentes, construtivos e independentes. Pessoas que saibam como conectar-se, interagir
e utilizar o ambiente rico em informação em que vivem, para conseguir compreender o mundo à sua
volta, para pensar através de problemas e para tomar decisões que apoiem e enriqueçam as suas
próprias vidas” (p. 2).
Nesta ótica, a Biblioteca Escolar deve potenciar um trabalho em rede com a Biblioteca
Municipal, outras Bibliotecas Escolares e diversas entidades, assim como desenvolver iniciativas
estimulantes e significativas com os alunos que visem a partilha de ideias, opiniões e experiências,
usando, por exemplo, o fórum e o chat da plataforma Moodle; a troca de recursos, através do Google
Drive, Dropbox e SkyDrive, entre outros; o trabalho colaborativo e a construção de conhecimento
coletivo, em ambientes virtuais de aprendizagem e em comunidades de prática e aprendizagem, a
saber: blogs, Wikis, redes sociais (Facebook, Twitter, TeachAde, Diipo, edu Clipper, Twiducate…),
espaços virtuais tridimensionais (Second Life), Personal Learning Environments (PLE), Learning
Management System (LMS), Massive Open Online Courses (MOOC).
Em suma, a Biblioteca Escolar deve funcionar como um centro aglutinador de aprendizagens
estimulantes e significativas, nas quais os alunos – “homo sapiens digital” – são os atores de saberes
em ação, rentabilizando as Tecnologias de Informação e Comunicação e ferramentas open source da
Web 2.0/ Web 3.0 para reforçar as suas competências de leitores críticos, competentes e criativos,
promover as multiliteracias (e também a transliteracia2), constituir-se como um prolongamento da sala
1

“A biblioteca escolar tem vindo a evoluir para um centro de recursos onde coexiste uma pluralidade de fontes

de informação, um espaço aberto ao conhecimento, que oferece serviços diversificados aos utilizadores”
(Natividade, Monteiro e Carqueja, 2012, p. 63).
2

Vide a definição deste conceito em http://en.wikipedia.org/wiki/Transliteracy.
de aula, rentabilizar recursos online, através da realização da Caça ao Tesouro, WebQuests,
exercícios interativos (Hot Potatoes, JClic, QuizFaber, Edilim, eXe, Reload Editor, Ardora, Mobile
Study…), criar ambientes virtuais de prática e de aprendizagem (e-learning, b-learning e m-learning3).
Neste sentido, a Biblioteca Escolar do século XXI consegue aproximar-se de um modelo de Biblioteca
2.0 e da conceção da m-biblioteca, mantendo uma interação constante com os seus utilizadores.
A este propósito, Madalena Pinto dos Santos (2012, p. 4) refere que “A ligação da BE à sala de
aula em atividades diversas, como a promoção dos recursos tecnológicos e de informação, a
promoção da leitura e das literacias, o desenvolvimento de atividades cívicas e culturais, a avaliação
dos serviços da BE, os projectos com outras institutições (…) representam áreas de trabalho em torno
das quais se podem desenvolver Comunidades de Prática (CoP) em que o papel da BE ganha
relevância”.

Referências bibliográficas
Carvalho, Ana Amélia (2007). “Rentabilizar a Internet no Ensino Básico e Secundário: Dos
Recursos e Ferramentas Online aos LMS”. In: Sísifo n.º 3. Braga: Universidade do Minho.

Rede de Bibliotecas Escolares (2012). Aprender com a biblioteca escolar: enquadramento e
conceção. Lisboa: RBE. Retirado de http://www.rbe.mec.pt/np4/697 .html.

Prensky, Marc (2001): “Digital Natives, Digital Immigrants”. In: On the Horizon. Vol. 9. n.º 5:
MCB

University

Press.

Retirado

de

http://www.marcprensky.com/writing/Prensky%20-

%20Digital%20Natives,%20Digital%20Immigrants%20-%20Part1.pdf.

Santos, Madalena Pinto dos (2012). Comunidades de prática e bibliotecas escolares. Lisboa:
Rede de Bibliotecas Escolares.

Santos, Natividade, Monteiro, Angélica e Carqueja, Paula (2012): “A integração da Web 2.0 nas
Bibliotecas Escolares”. In: Ensinar e Aprender Online com Tecnologias Digitais (Orgs. José António
Moreira e Angélica Monteiro). Porto: Porto Editora.

Tood, Ross (2011). O que queremos para o futuro das bibliotecas escolares. Lisboa: Rede de
Bibliotecas Escolares. Retirado de http://www.rbe.min-edu.pt/np4/file/396/01_bibliotecarbe.pdf.

3

Sobre este assunto, veja-se a apresentação A BE na era da mobilidade digital, de Adelina Moura (2011), disponível em

http://www.slideshare.net/linade/painelbarcelos-b-emob.

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Relatório - Tema 2

  • 1. Pós-Graduação em Gestão de Bibliotecas Escolares A Biblioteca Escolar e as Novas Tecnologias José António Flambó Afonso Batista 5 de dezembro de 2013 RELATÓRIO – TEMA 2 Num mundo em constante e vertiginosa mutação, onde é cada vez mais fácil aceder à informação, que cresce de forma exponencial, e dominado pelos avanços das tecnologias digitais, torna-se premente (re)pensar o papel da Biblioteca Escolar, enquanto centro de recursos e serviços (físicos e virtuais) propícios à pesquisa, aprendizagem, conhecimento e formação de valores/ atitudes, à luz das novas teorias de aprendizagem e do novo paradigma educativo, de forma a poder cumprir eficazmente a sua missão e objetivos. De facto, cabe à Biblioteca Escolar, em articulação com todas a estruturas da Escola, preparar os alunos, denominados de “nativos digitais” (Marc Prensky, 2001) e “homo zappiens” (Wim Veen, 2005), para o presente e para o futuro, fornecendo-lhes as ferramentas indispensáveis não só para a melhoria do sucesso educativo, mas também para a formação ao longo da vida, numa perspetiva de constante adaptação a uma sociedade cada vez mais complexa, globalizada e competitiva. Ao longo dos tempos, foram surgindo vários modelos educativos e teorias de aprendizagem. Assim, do paradigma da era industrial, onde o aluno se limita a ser um mero recetor passivo de saberes transmitidos pelo professor, passando pelas teorias Empirismo e Apriorismo, emerge um novo paradigma da educação (modelo humanista da pós-modernidade), influenciado pela teoria do Construtivismo defendida por Jean Piaget e Vigotsky, em que o aluno passa a ser visto como sujeito ativo e central na construção de conhecimento e media, resultando a aprendizagem significativa por meio da descoberta, da interação entre o sujeito, o objeto e outros elementos, bem como do trabalho cooperativo, colaborativo e interativo. Mais tarde, Georges Siemens, apologista do Conetivismo, “salienta que as teorias de aprendizagem, como behaviorismo, cognitivismo e construtivismo, não exploram o impacto das tecnologias e das redes na aprendizagem (…)” (Carvalho, 2007, p. 29). O Conetivismo é, pois, uma teoria que visa responder ao contexto atual dominado por aprendentes conetados, interativos e multitarefa, dado que (con)vivem diariamente rodeados de dispositivos móveis, e a uma nova realidade decorrente da (r)evolução tecnológica; daí o seu precursor advogar que se trata de uma teoria para a era digital. De acordo com esta teoria, potenciar conexões, partilhando ideias e opiniões entre comunidades de prática, e também com fontes de informação, revela-se essencial para a aprendizagem permanente, uma vez que a informação tornase obsoleta facilmente, exigindo, por isso, uma constante atualização. No sentido de a Biblioteca Escolar também acompanhar a mudança, deve saber aproveitar os pressupostos teóricos do Conetivismo para a área das Tecnologias da Informação e Comunicação na educação, na medida em que as TIC e os vários aplicativos da Web 2.0/ Web 3.0 têm vindo a exigir
  • 2. um novo paradigma de biblioteca1 que integre as tecnologias digitais no processo de ensinoaprendizagem dos alunos, pois, além de pertencerem à chamada “Geração Net”, precisam de ser ensinados e orientados pelo professor, “imigrante digital” (Marc Prensky, 2001), a utilizá-las, eficazmente, como preciosas ferramentas pedagógicas conducentes ao fomento do pensamento crítico, espírito criativo, resolução de problemas, tomada de decisões e cidadania digital, em contextos formais e também em contextos informais de aprendizagem. As tecnologias vieram, pois, proporcionar novas formas de comunicar, interagir, ensinar, aprender e trabalhar, assim como possibilitar novas formas de aceder à informação e produção coletiva de conhecimento em que o aluno passa a ser um prosumer (conceito criado por Alvin Toffler), ou seja, produtor (producer) e, simultaneamente, consumidor (consumer) de informação. Além disso, “introduziram ainda novos desafios formativos e pedagógicos que a escola tem que responder e que decorrem do alargamento das literacias inerentes à aprendizagem e à vida no contexto da Sociedade do Conhecimento” (Rede de Bibliotecas Escolares, 2012, p. 9). Segundo Ross Todd (2011), “As bibliotecas escolares devem fornecer as melhores oportunidades de informação para que as pessoas possam tirar o maior partido das suas vidas como cidadãos inteligentes, construtivos e independentes. Pessoas que saibam como conectar-se, interagir e utilizar o ambiente rico em informação em que vivem, para conseguir compreender o mundo à sua volta, para pensar através de problemas e para tomar decisões que apoiem e enriqueçam as suas próprias vidas” (p. 2). Nesta ótica, a Biblioteca Escolar deve potenciar um trabalho em rede com a Biblioteca Municipal, outras Bibliotecas Escolares e diversas entidades, assim como desenvolver iniciativas estimulantes e significativas com os alunos que visem a partilha de ideias, opiniões e experiências, usando, por exemplo, o fórum e o chat da plataforma Moodle; a troca de recursos, através do Google Drive, Dropbox e SkyDrive, entre outros; o trabalho colaborativo e a construção de conhecimento coletivo, em ambientes virtuais de aprendizagem e em comunidades de prática e aprendizagem, a saber: blogs, Wikis, redes sociais (Facebook, Twitter, TeachAde, Diipo, edu Clipper, Twiducate…), espaços virtuais tridimensionais (Second Life), Personal Learning Environments (PLE), Learning Management System (LMS), Massive Open Online Courses (MOOC). Em suma, a Biblioteca Escolar deve funcionar como um centro aglutinador de aprendizagens estimulantes e significativas, nas quais os alunos – “homo sapiens digital” – são os atores de saberes em ação, rentabilizando as Tecnologias de Informação e Comunicação e ferramentas open source da Web 2.0/ Web 3.0 para reforçar as suas competências de leitores críticos, competentes e criativos, promover as multiliteracias (e também a transliteracia2), constituir-se como um prolongamento da sala 1 “A biblioteca escolar tem vindo a evoluir para um centro de recursos onde coexiste uma pluralidade de fontes de informação, um espaço aberto ao conhecimento, que oferece serviços diversificados aos utilizadores” (Natividade, Monteiro e Carqueja, 2012, p. 63). 2 Vide a definição deste conceito em http://en.wikipedia.org/wiki/Transliteracy.
  • 3. de aula, rentabilizar recursos online, através da realização da Caça ao Tesouro, WebQuests, exercícios interativos (Hot Potatoes, JClic, QuizFaber, Edilim, eXe, Reload Editor, Ardora, Mobile Study…), criar ambientes virtuais de prática e de aprendizagem (e-learning, b-learning e m-learning3). Neste sentido, a Biblioteca Escolar do século XXI consegue aproximar-se de um modelo de Biblioteca 2.0 e da conceção da m-biblioteca, mantendo uma interação constante com os seus utilizadores. A este propósito, Madalena Pinto dos Santos (2012, p. 4) refere que “A ligação da BE à sala de aula em atividades diversas, como a promoção dos recursos tecnológicos e de informação, a promoção da leitura e das literacias, o desenvolvimento de atividades cívicas e culturais, a avaliação dos serviços da BE, os projectos com outras institutições (…) representam áreas de trabalho em torno das quais se podem desenvolver Comunidades de Prática (CoP) em que o papel da BE ganha relevância”. Referências bibliográficas Carvalho, Ana Amélia (2007). “Rentabilizar a Internet no Ensino Básico e Secundário: Dos Recursos e Ferramentas Online aos LMS”. In: Sísifo n.º 3. Braga: Universidade do Minho. Rede de Bibliotecas Escolares (2012). Aprender com a biblioteca escolar: enquadramento e conceção. Lisboa: RBE. Retirado de http://www.rbe.mec.pt/np4/697 .html. Prensky, Marc (2001): “Digital Natives, Digital Immigrants”. In: On the Horizon. Vol. 9. n.º 5: MCB University Press. Retirado de http://www.marcprensky.com/writing/Prensky%20- %20Digital%20Natives,%20Digital%20Immigrants%20-%20Part1.pdf. Santos, Madalena Pinto dos (2012). Comunidades de prática e bibliotecas escolares. Lisboa: Rede de Bibliotecas Escolares. Santos, Natividade, Monteiro, Angélica e Carqueja, Paula (2012): “A integração da Web 2.0 nas Bibliotecas Escolares”. In: Ensinar e Aprender Online com Tecnologias Digitais (Orgs. José António Moreira e Angélica Monteiro). Porto: Porto Editora. Tood, Ross (2011). O que queremos para o futuro das bibliotecas escolares. Lisboa: Rede de Bibliotecas Escolares. Retirado de http://www.rbe.min-edu.pt/np4/file/396/01_bibliotecarbe.pdf. 3 Sobre este assunto, veja-se a apresentação A BE na era da mobilidade digital, de Adelina Moura (2011), disponível em http://www.slideshare.net/linade/painelbarcelos-b-emob.