O documento descreve uma caminhada espiritual para o tempo pascal, com meditações semanais sobre os dons do Espírito Santo. A primeira semana após a Páscoa medita sobre a vitória da luz de Cristo sobre as trevas. As semanas subsequentes contemplam cada dom do Espírito até o Pentecostes. O círio pascal será adornado a cada semana e haverá orações relacionadas ao dom meditado.
1. Juventude Mariana Vicentina do Sobreiro - Sector Mariano
CAMINHADA PARA O TEMPO PASCAL
Vidit et Credidit (Jo 20, 8)
NOTA INTRODUTÓRIA
Eis que, agora, passadas as dores e os sofrimentos da Paixão do Senhor, chega a
hora de, cheios de alegria, meditarmos a luz da Páscoa gloriosa de Cristo, no
caminho da Galileia, ávidos da vinda do Espírito Santo.
Para isso, é-nos proposta esta caminhada, cujo lema é tomado do Evangelho de
João que iremos escutar na manhã gloriosa da Páscoa: “tunc ergo introivit et ille
discipulus qui venerat primus ad monumentum et vidit et credidit” – “Entrou
também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.”
(Jo 20, 8). Esta declaração de fé por parte do Autor Sagrado impele-nos a,
contemplado o túmulo vazio e atestada esta visão pela Igreja, proclamar a
Ressurreição de Cristo, Senhor da Vida e Vencedor da Morte, pela nossa vida e
testemunho, pela nossa devoção e oração.
Como textos fundantes vamos, novamente, tomar a Liturgia da Palavra dominical
e uma coletânea de textos do Papa Emérito Bento XVI e do Papa Francisco, de
modo a, mais uma vez, escutarmos a Voz do Filho muito amado pelas Sagradas
Letras e pela Tradição da Igreja Apostólica.
2. 1. SEMANA APÓS SEMANA
Começaremos por, na Semana da Oitava Pascal, meditar na beleza deste
momento: a Luz de Cristo que, definitivamente, vence as Trevas do Diabo, do
Tentador, do Pai de Mentira.
Nas subsequentes semanas iremos ter oportunidade de tomar e meditar cada um
dos dons do Espírito Santo, até à grande solenidade do Pentecostes.
Como símbolo desta caminhada, teremos o Círio Pascal que deverá ser adornado
a cada semana, segundo as indicações abaixo.
2. ORAÇÃO
A cada semana ser-nos-á proposto que a nossa oração diga respeito ao Dom do
Espírito que meditámos. Assim, à exceção das semanas das Solenidades da Páscoa
e do Pentecostes, será disponibilizada a oração de acordo com o dom meditado.
Nas duas semanas acima assinaladas propõe-se a oração da sequência prevista
para cada uma das Solenidades.
3. ATITUDE - COMPROMISSO
Nesta caminhada não existe nenhuma atitude concreta para além da tentativa
constante de, a cada semana, cultivar o dom do Espírito Santo que meditamos.
3. … PARA NAVEGAR AO SOPRO DO ESPÍRITO SANTO!
(DA PÁSCOA AO PENTECOSTES)
PÁSCOA DO Testemunhar alegremente a Sequência do
SENHOR Ressurreição do Senhor. Dia de Páscoa
ATIVIDADE Temática Breve explicação do dom do Oração
Espírito Santo Invocação do
Espírito Santo
“Sempre de novo a pequena barca da SABEDORIA (SAPIÊNCIA):
II SEMANA DA Igreja é abalada pelo vento das
PÁSCOA ideologias, que com as suas águas É o dom de experimentar o sabor, Invocar
penetram nela e parecem condená-la a o gosto “conatural” da vida de
Deus, da sua vontade (bondade) o dom
Colar afundar. E contudo, precisamente na
ou Inscrever Igreja sofredora Cristo é vitorioso. amorosa, das realidades divinas e a
da Sabedoria
na vela Apesar de tudo, a fé n'Ele retoma força alegria de servir o seu Espírito. A
a chama da sempre de novo. Também hoje o sabedoria das coisas vividas em
Sabedoria Senhor ordena às águas e demonstra-se Deus não resulta de nenhum
o Senhor dos elementos. Ele permanece esforço cerebral mas é dom do
na sua barca, na barca da Igreja” (Bento Espírito. Os simples «sabem» mais
XVI, Homilia, 29.6.2006) de Deus que os inteligentes...
ENTENDIMENTO
III SEMANA DA “A vida humana é um caminho. Rumo a (INTELIGÊNCIA):
PÁSCOA qual meta? Como achamos o itinerário Invocar
Colar ou Inscrever a seguir? A vida é como uma viagem no É o dom de compreender e
penetrar a Palavra de Deus e o dom
na vela mar da história, com frequência
a chama do enevoada e tempestuosa, uma viagem alcançar o mistério do amor
do
Entendimento na qual perscrutamos os astros que nos proclamado, que é Jesus Cristo, e
Entendimento
indicam a rota. As verdadeiras estrelas ainda o dom de o atualizar; Este
da nossa vida são as pessoas que dom permite o discernimento da
souberam viver com retidão. Elas são presença de Deus... Entender os
luzes de esperança” (Bento XVI, Spe Salvi, apelos de Deus não é uma questão
49) de superioridade intelectual, mas
dom do Espírito àqueles que
humildemente procuram a Deus...
4. CONSELHO:
IV SEMANA DA “Mantende viva a vossa fé em Cristo,
PÁSCOA amai a Igreja de que sois membros É o dom do discernimento da Invocar
ativos. À semelhança do que Cristo vontade amorosa de Deus na vida
concreta, dos seus apelos nas o dom
Colar ou Inscrever disse a Pedro, repito a todos: Sede
na vela pescadores de homens. Sobre a barca várias situações e acontecimentos
do Conselho
a chama do da Igreja todos nós devemos remar. da vida e do mundo, da descoberta
Conselho Ninguém se pode limitar a ser dos valores evangélicos, de modo a
espectador. «Toda a Igreja é chamada a viver uma vida santa e agradável a
evangelizar» (E.N.66) (Card. Ângelo
Deus. É o dom da lucidez da fé
Sodano, Homilia no Mosteiro dos para interpretar os
Jerónimos,28.061998) acontecimentos.
FORTALEZA:
V SEMANA DA “Vimos que a fragilidade humana está Invocar
PÁSCOA presente também na Igreja, que a barca Anima a nossa fidelidade
da Igreja continua a navegar inclusive quotidiana. Trata-se do dom da o dom
Colar ou Inscrever com vento contrário, com tempestades firmeza na opção por Cristo, da
na vela que ameaçam a barca, e às vezes fidelidade à identidade cristã, da da Fortaleza
a chama da pensamos: «O Senhor dorme e força para o “confessar” e anunciar,
Fortaleza esqueceu-nos»” (Bento XVI, Discurso, para crescer na comunhão com Ele
11.06.2012) e na esperança n’Ele. Trata-se
também de um dinamismo de
crescimento e de esperança em
Jesus Cristo. Perseverar no
caminho da fé não é uma questão
de temperamento forte mas um
dom àqueles que procuram e
encontram em Deus a sua força...
5. CIÊNCIA (CONHECIMENTO):
VI SEMANA Falando da Igreja disse Santo Trata-se do conhecimento da
DA PÁSCOA Ambrósio: “Ela é esse navio que navega verdade e do erro. O Espírito de
Invocar
Colar ou Inscrever bem neste mundo ao sopro do Espírito Deus dá-nos aquilo que a
na vela Santo, com as velas da Cruz do Senhor linguagem teológica se chama o dom
a chama da plenamente desfraldadas” (Catecismo da «sensus fidei», uma espécie de da Ciência
Ciência Igreja Católica, 845) «sexto sentido» da fé. Trata-se da
ciência comum da vida cristã em
ordem a «ler» a vida e a valorá-la à
luz da Palavra de Deus. Faz a
ligação entre a fé e a Vida.
Apesar de poder parecer às vezes, como PIEDADE:
VII SEMANA sucedeu no episódio evangélico da
(DEPOIS DA tempestade acalmada (cf. Mc 4, 35-41; Lc 8, É o dom da relação confidente e de Invocar
ASCENSÃO) 22-25), que Cristo dorme e deixa a sua confiança alegre com Deus e de
o dom
barca à mercê das ondas impetuosas, é uma relação fraterna com os
da Piedade
Colar ou Inscrever pedido à Igreja da Europa que cultive a irmãos. O Espírito é Aquele que
e
na vela a chama certeza de que o Senhor, através do dom reza em nós, Aquele que nos dá a
do Temor
do do seu Espírito, está sempre presente e experiência da filiação divina. Ele
de
testemunha interiormente em nós
Piedade ativo nela e na história da humanidade. Deus
Ele prolonga no tempo a sua missão, e cria em nós aquela
Temor de Deus
fazendo da Igreja uma corrente de vida «conaturalidade» (à vontade) da
nova que flui dentro da vida da relação filial com Deus e ao mesmo
humanidade como sinal de esperança tempo é Aquele que realiza a
para todos” (João Paulo II, Ecclesia in Europa comunhão entre nós.
27)
TEMOR DE DEUS
Os documentos do Concílio Vaticano Trata-se da nossa dependência
II, sobre os quais é preciso meditar, são, criatural, da nossa adoração de
também para o nosso tempo, uma Deus e também das nossas
bússola que permite à barca da Igreja limitações e das nossas fraquezas
fazer-se ao largo, no meio de perante a santidade e a
tempestades ou de ondas calmas e transcendência de Deus. Isto
tranquilas, para navegar com segurança suscita no crente o desejo de uma
e chegar à meta (Bento XVI, Audiência, 10 de conversão constante e permanente.
Outubro 2012).
6. VIGÍLIA E DIA “O Espírito é como o vento que sopra a “Içar a própria vela e desfraldá-la
DE vela da grande barca da Igreja. Esta, com coragem” (J. Paulo II)! Rezar a
PENTECOSTES todavia, considerando bem, vale-se de Sequência do
outras inúmeras pequenas velas que "Chamam por mim as águas, Pentecostes
são os corações de cada um dos Chamam por mim os mares.
TRAZER O batizados. Cada um, caríssimos, é Chamam por mim,
BARCO convidado a içar a própria vela e a levantando uma voz corpórea,
PRONTO, COM desfraldá-la com coragem, para os longes,
O CÍRIO permitir ao Espírito agir com toda a Sua as épocas marítimas
(MASTRO) força santificadora. todas sentidas no passado,
E A (S) VELA (S) Consentindo ao Espírito agir na própria a chamar”.
= 7 DONS DO história pessoal, oferece-se também o
ESPÍRITO SANTO melhor contributo à missão da Álvaro de Campos,
Igreja. Não tenhais medo de Ode Marítima
desfraldar a vossa vela ao sopro do
Espírito! “Faz-te ao mar”!
Deixai que a Sua força da verdade e do (Lc.5,4)
amor anime cada dimensão da vossa
jovem existência” (João Paulo II, Discurso aos
seminaristas, 30-04.1998)
7. DOMINGO DE PÁSCOA
Passo Bíblico: Jo 20, 1-9
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao
sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão
Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus e disse-lhes:
«Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu
com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais
depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as
ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro,
que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha
estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e
acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual
Jesus devia ressuscitar dos mortos.
Da Mensagem Urbi et Orbi do Papa Emérito Bento XVI pela Páscoa de 2012:
«Surrexit Christus, spes mea – Ressuscitou Cristo, minha esperança»
(Sequência Pascal).
A todos vós chegue a voz jubilosa da Igreja, com as palavras que um antigo hino
coloca nos lábios de Maria Madalena, a primeira que encontrou Jesus
ressuscitado na manhã de Páscoa. Ela correu ao encontro dos outros discípulos e,
emocionada, anunciou-lhes: «Vi o Senhor!» (Jo 20, 18). Hoje também nós, depois
de termos atravessado o deserto da Quaresma e os dias dolorosos da Paixão,
damos largas ao brado de vitória: «Ressuscitou! Ressuscitou verdadeiramente!»
Reflexão:
Somos, então, convidados a entrar no Sepulcro. Lá dentro paira silêncio. Não um
silêncio de morte, de fim, mas um silêncio promissor, que deixa prever a
proximidade de algo maior.
A pedra rolada, a azáfama daquela mulher, as ligaduras e o sudário, tudo isto é
muito estranho. Não estava Ele morto? Não tínhamos vindo também depositá-l’O
neste nicho, neste lugar cavado na rocha, quando já brilhava a Lua de Sábado?
Então como pode isto ser?
Eis como: Ele Ressuscitou! Já não há morte, nem fim, nem choro. A luz vem
donde antes só vinha breu, a Vida surge donde antes só surgia morte.
Surrexit Christus, spes mea. De facto, a nossa Esperança não foi em vão. Cristo
venceu, quando já tudo parecia perdido. Acabou a vida finita para a qual
estávamos naturalmente guardados. Surge agora a Vida sem fim para os que a
quiserem abraçar.
Surrexit Dominus vere! Aleluia!
8. DOMINGO II DO TEMPO PASCAL
Passo Bíblico:
Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se
não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a
mão no seu lado, não acreditarei».
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio
Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja
convosco» Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos;
aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente».
Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!».
Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem
visto».
Da Audiência Geral do Papa Emérito Bento XVI de 27 de Setembro de 2006:
Depois, muito conhecida e até proverbial é a cena de Tomé incrédulo, que
aconteceu oito dias depois da Páscoa. Num primeiro momento, ele não tinha
acreditado em Jesus que apareceu na sua ausência, e dissera: "Se eu não vir o sinal
dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha
mão no seu peito, não acredito" (Jo 20, 25). No fundo, destas palavras sobressai a
convicção de que Jesus já é reconhecível não tanto pelo rosto quanto pelas chagas.
Tomé considera que os sinais qualificadores da identidade de Jesus são agora
sobretudo as chagas, nas quais se revela até que ponto Ele nos amou. Nisto o
Apóstolo não se engana. Como sabemos, oito dias depois Jesus aparece no meio dos
seus discípulos, e desta vez Tomé está presente. E Jesus interpela-o: "Põe teu dedo
aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo,
mas crê!" (Jo 20, 27). Tomé reage com a profissão de fé mais maravilhosa de todo o
Novo Testamento: "Meu Senhor e meu Deus!" (Jo 20, 28). A este propósito, Santo
Agostinho comenta: Tomé via e tocava o homem, mas confessava a sua fé em Deus,
que não via nem tocava. Mas o que via e tocava levava-o a crer naquilo de que até
àquele momento tinha duvidado" (In Iohann. 121, 5). O evangelista prossegue com
uma última palavra de Jesus a Tomé: "Porque me viste, acreditaste. Felizes os que,
sem terem visto, crerão" (cf. Jo 20, 29). Esta frase também se pode conjugar no
presente; "Bem-aventurados os que crêem sem terem visto".
Reflexão:
E eis que nos encontramos na Companhia dos Apóstolos. E eis que, no meio deles
surge o Senhor Jesus. Contudo o Cenáculo não está completo… Nele falta Tomé.
A sua ausência mostra-nos que não estava toda a Igreja reunida, não estava
assegurada a comunhão e, por isso, confrontado com a aparição de Jesus ao resto
dos discípulos, Tomé recusa-se a acreditar.
Na semana seguinte Jesus, condescendente e cheio de amor pelos seus, aparece
novamente aos discípulos e dá a Tomé a oportunidade experimentar a sua presença,
provando-a com as marcas da morte.
Tal como Tomé, também nós somos convidados a deixarmos de ter as provas físicas
como as únicas dignas de fé. Assim, aprendemos que só o Amor é digno de fé.
9. DOMINGO III DO TEMPO PASCAL
Passo Bíblico:
Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de
Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos de Jesus.
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar». Eles responderam-lhe: «Nós vamos
contigo». Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não
apanharam nada.
Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não
sabiam que era Ele. Disse-lhes Jesus: «Rapazes, tendes alguma coisa de comer?».
Eles responderam: «Não». Disse-lhes Jesus: «Lançai a rede para a direita do barco
e encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por causa da
abundância de peixes. O discípulo predilecto de Jesus disse a Pedro: «É o
Senhor».
Da Audiência Geral do Papa Emérito Bento XVI de 9 de Agosto de 2006:
Aquele texto áureo de espiritualidade que é o pequeno livro do final da Idade
Média intitulado Imitação de Cristo escreve a este propósito: "O nobre amor de
Jesus estimula-nos a realizar coisas grandes e a desejar coisas sempre mais
perfeitas. O amor quer estar no alto e não ser aprisionado por baixeza alguma. O
amor quer ser livre e separado de qualquer afecto mundano... de facto, o amor
nasceu de Deus, e só pode repousar em Deus acima de todas as coisas criadas.
Quem ama voa, corre e rejubila, é livre, e nada o retém. Dá tudo a todos e tem
tudo em todas as coisas, porque encontra repouso no Único grande que está
acima de todas as coisas, do qual brota e provém qualquer bem" (livro III, cap. 5).
Qual melhor comentário do que o "mandamento novo", enunciado por João?
Pedimos ao Pai que o possamos viver, mesmo se sempre de modo imperfeito, tão
intensamente que contagiemos a todos os que encontrarmos no nosso caminho.
Reflexão:
Mais uma vez se destaca a rapidez e destreza do “discípulo predilecto”: É o
primeiro a ter percepção da presença do Senhor ressuscitado. Mais uma vez, “viu
e acreditou”. “Viu” o que mais ninguém tinha visto e “acreditou” no que lhe fora
revelado.
De facto, o desafio que nos é deixado passa por sabermos ver aquilo que Deus nos
revela e entendermos essa mesma revelação.