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Caminhada Mariana
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Nota Introdutória

Em Outubro de 2002 o Bem-Aventurado João Paulo II escrevia a Carta Apostólica Rosarium Virginis
Mariae. Nesse texto, que nos acompanhará nesta jornada, diz o Bem-Aventurado Pontífice, citando a
Exortação Apostólica Marialis cultus de Paulo VI: "a repetição litânica do “Avé Maria”– torna-se também ele louvor incessante a Cristo, objectivo último do anúncio do Anjo e da saudação da mãe do
Baptista: “Bendito o fruto do teu ventre” (Lc 1, 42). Diremos mais ainda: a repetição da Avé Maria
constitui a urdidura sobre a qual se desenrola a contemplação dos mistérios; aquele Jesus que cada
Avé Maria relembra é o mesmo que a sucessão dos mistérios propõe, uma e outra vez, como Filho de
Deus e da Virgem Santíssima." (RVM 18). Animados, então, neste encontro com Jesus por Maria é-no
proposta uma meditação, tomando como fonte base o antiquíssimo hino do Akathistos (Ἀκαθίστος),
muito caro aos nossos irmãos orientais e que nos narra, de forma tão bela e poética, uma visão
Mariológica da história da Salvação. Nele vemos Maria, arrebatada por todos os acontecimentos fulcrais da história (desde a Anunciação até à Parúsia), louvada pela sua grandeza paradoxalmente simples e tida como medianeira da Graça e de todas as graças de Deus. Neste hino não há uma divinização de Maria, sendo, isso sim, louvores mais do que devidos àquela que trouxe à realidade humana o
nosso Redentor.
1. Esquema da Caminhada
Findo, então, este preâmbulo, olhemos um pouco para o esquema que vai ser seguido: mensalmente
(desde Maio de 2013 a Maio de 2014, sempre no encontro mais próximo do dia 13 de cada mês) iremos rezar uma das doze partes do hino bizântino e relacioná-lo com a acima referida carta do Pontífice Máximo João Paulo II, de modo a, ao recolher da tradição bizântina este hino, o meditarmos
conforme o ensinamento da Igreja Romana.
Assim, a Caminhada obedecerá ao seguinte esquema:
1. Cântico Inicial: Mãe de Deus (previsto no próprio Hino);
2. Parte do hino (Constituída por Antífona, Litânia, Narração,Aleluia);
3. Excerto da Rosarium Virginis Mariae;
4. Meditação;
5. Oração Final.
3
CÂNTICO DE ENTRADA

4
I PARTE
1. ANTÍFONA

LITANIA

5
2. NARRAÇÃO

6
DA CARTA APOSTÓLICA ROSARIUM VIRGINIS MARIAE DO BEATO JOÃO PAULO II, PAPA
RVM 20
O primeiro ciclo, o dos “mistérios gozosos”, caracteriza-se de facto pela alegria que irradia do acontecimento da Encarnação. Isto é evidente desde a Anunciação, quando a saudação de Gabriel à Virgem de
Nazaré se liga ao convite da alegria messiânica: « Alegra-te, Maria ». Para este anúncio se encaminha a
história da salvação, e até, de certo modo, a história do mundo. De facto, se o desígnio do Pai é recapitular em Cristo todas as coisas (cf. Ef 1, 10), então todo o universo de algum modo é alcançado pelo
favor divino, com o qual o Pai Se inclina sobre Maria para torná-La Mãe do seu Filho. Por sua vez, toda
a humanidade está como que incluída no fiat com que Ela corresponde prontamente à vontade de
Deus.
Sob o signo da exultação, aparece depois a cena do encontro com Isabel, onde a mesma voz de Maria e
a presença de Cristo no seu ventre fazem « saltar de alegria » João (cf. Lc 1, 44). Inundada de alegria é a
cena de Belém, onde o nascimento do Deus-Menino, o Salvador do mundo, é cantado pelos anjos e
anunciado aos pastores precisamente como « uma grande alegria » (Lc 2, 10).
Os dois últimos mistérios, porém, mesmo conservando o sabor da alegria antecipam já os sinais do
drama. A apresentação no templo, de facto, enquanto exprime a alegria da consagração e extasia o
velho Simeão, regista também a profecia do « sinal de contradição » que o Menino será para Israel e
da espada que trespassará a alma da Mãe (cf. Lc 2, 34-35). Gozoso e ao mesmo tempo dramático é também o episódio de Jesus, aos doze anos, no templo. Vemo-Lo aqui na sua divina sabedoria, enquanto
escuta e interroga, e substancialmente no papel d'Aquele que “ensina”. A revelação do seu mistério de
Filho totalmente dedicado às coisas do Pai é anúncio daquela radicalidade evangélica que põe inclusive em crise os laços mais caros do homem, diante das exigências absolutas do Reino. Até José e Maria,
aflitos e angustiados, « não entenderam » as suas palavras (Lc 2, 50).
MEDITAÇÃO
Eis o ponto de partida: a Anunciação. Este belíssimo momento em que a Virgem, que segunda uma
antiga tradição bordava o véu do Templo, já como uma antecipação da sua vocação de Trono da Graça
e Primeiro Sacrário, é surpreendida pelo Mensageiro Celeste, Gabriel.
Este saúda-a com uma expressão invulgar: "Avé, ó cheia de Graça. O Senhor está contigo." Este "Avé",
que, na cultura romana, era uma saudação ao imperador, denota claramente a proximidade da Virgem
com o Divino, a predilecção de Deus para com aquela Mulher que O leva a confiar-lhe o nascimento
do Seu Filho.
O Anjo continua: "cheia de Graça". No texto original Grego podemos ler kekaritomenê (κεχαριτωµένη ),
isto é, cheia de Amor. Cheia do Amor de Deus, plena de bênçãos e de graças, qual Mulher predilecta
que Deus preservou de toda a mancha.
Para nós, humildes espectadores deste quadro, fica o desafio de prolongar, ao longo de toda a nossa
vida, os louvores cantados pelo Anjo à Virgem Maria, com o mesmo amor, o mesmo encanto, a mesma
devoção. Que dos nossos lábios brote, a cada "Avé Maria", um canto de louvor, que cada Terço seja
uma ladainha que nós, humildemente, entoamos à primeira de todas as mulheres.
Avé Maria...
ORAÇÃO
Infundi, Senhor, a vossa graça em nossas almas, para que nós, que pela anunciação do Anjo conhecemos a
encarnação de Cristo vosso Filho, pela sua paixão e morte na cruz alcancemos a glória da ressurreição.
Por Nosso Senhor.
7
8
II PARTE
3. ANTÍFONA

LITANIA

9
4. NARRAÇÃO

10
DA CARTA APOSTÓLICA ROSARIUM VIRGINIS MARIAE DO BEATO JOÃO PAULO II, PAPA
RVM 10
A contemplação de Cristo tem em Maria o seu modelo insuperável. O rosto do Filho pertence-lhe sob
um título especial. Foi no seu ventre que Se plasmou, recebendo d'Ela também uma semelhança
humana que evoca uma intimidade espiritual certamente ainda maior. À contemplação do rosto de
Cristo, ninguém se dedicou com a mesma assiduidade de Maria. Os olhos do seu coração concentramse de algum modo sobre Ele já na Anunciação, quando O concebe por obra do Espírito Santo; nos
meses seguintes, começa a sentir sua presença e a pressagiar os contornos. Quando finalmente O dá à
luz em Belém, também os seus olhos de carne podem fixar-se com ternura no rosto do Filho, que
envolveu em panos e recostou numa manjedoura (cf. Lc 2, 7).
Desde então o seu olhar, cheio sempre de reverente estupor, não se separará mais d'Ele. Algumas
vezes será um olhar interrogativo, como no episódio da perda no templo: « Filho, porque nos fizeste
isto? » (Lc 2, 48); em todo o caso será um olhar penetrante, capaz de ler no íntimo de Jesus, a ponto de
perceber os seus sentimentos escondidos e adivinhar suas decisões, como em Caná (cf. Jo 2, 5); outras
vezes, será um olhar doloroso, sobretudo aos pés da cruz, onde haverá ainda, de certa forma, o olhar
da parturiente, pois Maria não se limitará a compartilhar a paixão e a morte do Unigénito, mas acolherá o novo filho a Ela entregue na pessoa do discípulo predilecto (cf. Jo 19, 26-27); na manhã da Páscoa,
será um olhar radioso pela alegria da ressurreição e, enfim, um olhar ardoroso pela efusão do Espírito
no dia de Pentecostes (cf. Act 1,14).

MEDITAÇÃO
Deparada com a Mensagem do Anjo, a gloriosa Virgem Maria apenas se sente capaz de balbuciar uma
pergunta, não por falta de fé mas por uma questão prática: como pode uma virgem conceber? Como é
possível a uma jovem mulher ser, simultaneamente, agraciada com o dom da Maternidade, conservando o grande tesouro da Virgindade?
Depois surge a resposta: a sombra do Omnipotente te cobrirá, ó Mãe, de modo a que, o que em ti
aconteceu, seja obra singular do Espírito. Sem macular o teu imaculado seio, será nele depositado o
Filho de Deus, ultrapassando toda a lógica humana, todos os limites do entendimento.
Eis, então a frase que todo o Universo, em suspenso, aguardava: “Ecce ancilla Domini.” - Eis a escrava
do Senhor. Eis o sim que abre a porta à Redenção! Eis o sim que abre as portas do Céu! Eis o sim que
nos trouxe o Salvador! Esta humilde disposição da Santíssima Virgem decide toda a história humana.
Graças a Ti, ó Mãe, podemos hoje viver seguros pela graça Baptismal! Graças a Ti chega-nos o conforto
da Eucarístia! Graças a Ti vem-nos o perdão da Penitência.
Por tudo isto e mais, te louvamos, Mãe…
Avé Maria...

ORAÇÃO
Deus, Pai santo, que na vossa benigna providência quisestes que o vosso Verbo assumisse verdadeira carne
humana no seio da Virgem Maria, concedei-nos que, celebrando o nosso Redentor como verdadeiro Deus e verdadeiro
ho m em ,
m ereçam o s
t a m bém
parti ci par
da
s ua
n at ur eza
div in a.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
11
12
III PARTE
5. ANTÍFONA

LITANIA

13
6. NARRAÇÃO

14
DA CARTA APOSTÓLICA ROSARIUM VIRGINIS MARIAE DO BEATO JOÃO PAULO II, PAPA
RVM 11
Maria vive com os olhos fixos em Cristo e guarda cada palavra sua: « Conservava todas estas coisas,
ponderando-as no seu coração » (Lc 2, 19; cf. 2, 51). As recordações de Jesus, estampadas na sua alma,
acompanharam-na em cada circunstância, levando-a a percorrer novamente com o pensamento os
vários momentos da sua vida junto com o Filho. Foram estas recordações que constituíram, de certo
modo, o “rosário” que Ela mesma recitou constantemente nos dias da sua vida terrena.
E mesmo agora, entre os cânticos de alegria da Jerusalém celestial, os motivos da sua gratidão e do seu
louvor permanecem imutáveis. São eles que inspiram o seu carinho materno pela Igreja peregrina, na
qual Ela continua a desenvolver a composição da sua “narração” de evangelizadora. Maria propõe continuamente aos crentes os “mistérios” do seu Filho, desejando que sejam contemplados, para que possam irradiar toda a sua força salvífica. Quando recita o Rosário, a comunidade cristã sintoniza-se com
a lembrança e com o olhar de Maria.

MEDITAÇÃO
Mesmo no momento em devia pôr sobre si própria todo o seu cuidado e atenção por estar a guardar
no seu seio o Filho do Altíssimo, Maria acorre solícita ao encontro de Isabel, cuja gravidez lhe foi
anunciada pelo Anjo.
Aquando da sua chegada dá-se um encontro singular: enquanto as mulheres se saúdam, também os
filhos o fazem. João reconhece o seu Senhor ainda no ventre materno e, perante a sua presença, exulta
de alegria.
Enquanto Maria visita Isabel, José, esposo da Santíssima Virgem, perante a notícia da gravidez da sua
esposa, incorre na dúvida e na desconfiança. Contudo, perante um sonho em que Anjo do Senhor lhe
revela os desígnios de Deus para a sua esposa, este aceita a sua missão de guarda do Redentor.
Maria, grande sacrário da humanidade, ensinai-nos a entregar a nossa existência na realização da
vontade divina, sobretudo no apoio aos nossos próximos.
Avé Maria...

ORAÇÃO
Deus eterno e omnipotente, que inspirastes à Virgem Santa Maria o desejo de visitar Santa Isabel, levando consigo o vosso Filho Unigénito, tornai-nos dóceis à inspiração do Espírito Santo, para podermos cantar sempre
com ela as vossas maravilhas.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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Maria, a contemplativa perfeita

  • 1. Ἀκαθίστος Maria, co-protagonista da história da Salvação e co-portadora da Redenção Meditações Marianas
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  • 3. Juventude Mariana Vicentina do Sobreiro - Sector Mariano Caminhada Mariana Maria, co-protagonista da história da Salvação e co-portadora da Redenção 0. Nota Introdutória Em Outubro de 2002 o Bem-Aventurado João Paulo II escrevia a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae. Nesse texto, que nos acompanhará nesta jornada, diz o Bem-Aventurado Pontífice, citando a Exortação Apostólica Marialis cultus de Paulo VI: "a repetição litânica do “Avé Maria”– torna-se também ele louvor incessante a Cristo, objectivo último do anúncio do Anjo e da saudação da mãe do Baptista: “Bendito o fruto do teu ventre” (Lc 1, 42). Diremos mais ainda: a repetição da Avé Maria constitui a urdidura sobre a qual se desenrola a contemplação dos mistérios; aquele Jesus que cada Avé Maria relembra é o mesmo que a sucessão dos mistérios propõe, uma e outra vez, como Filho de Deus e da Virgem Santíssima." (RVM 18). Animados, então, neste encontro com Jesus por Maria é-no proposta uma meditação, tomando como fonte base o antiquíssimo hino do Akathistos (Ἀκαθίστος), muito caro aos nossos irmãos orientais e que nos narra, de forma tão bela e poética, uma visão Mariológica da história da Salvação. Nele vemos Maria, arrebatada por todos os acontecimentos fulcrais da história (desde a Anunciação até à Parúsia), louvada pela sua grandeza paradoxalmente simples e tida como medianeira da Graça e de todas as graças de Deus. Neste hino não há uma divinização de Maria, sendo, isso sim, louvores mais do que devidos àquela que trouxe à realidade humana o nosso Redentor. 1. Esquema da Caminhada Findo, então, este preâmbulo, olhemos um pouco para o esquema que vai ser seguido: mensalmente (desde Maio de 2013 a Maio de 2014, sempre no encontro mais próximo do dia 13 de cada mês) iremos rezar uma das doze partes do hino bizântino e relacioná-lo com a acima referida carta do Pontífice Máximo João Paulo II, de modo a, ao recolher da tradição bizântina este hino, o meditarmos conforme o ensinamento da Igreja Romana. Assim, a Caminhada obedecerá ao seguinte esquema: 1. Cântico Inicial: Mãe de Deus (previsto no próprio Hino); 2. Parte do hino (Constituída por Antífona, Litânia, Narração,Aleluia); 3. Excerto da Rosarium Virginis Mariae; 4. Meditação; 5. Oração Final. 3
  • 7. DA CARTA APOSTÓLICA ROSARIUM VIRGINIS MARIAE DO BEATO JOÃO PAULO II, PAPA RVM 20 O primeiro ciclo, o dos “mistérios gozosos”, caracteriza-se de facto pela alegria que irradia do acontecimento da Encarnação. Isto é evidente desde a Anunciação, quando a saudação de Gabriel à Virgem de Nazaré se liga ao convite da alegria messiânica: « Alegra-te, Maria ». Para este anúncio se encaminha a história da salvação, e até, de certo modo, a história do mundo. De facto, se o desígnio do Pai é recapitular em Cristo todas as coisas (cf. Ef 1, 10), então todo o universo de algum modo é alcançado pelo favor divino, com o qual o Pai Se inclina sobre Maria para torná-La Mãe do seu Filho. Por sua vez, toda a humanidade está como que incluída no fiat com que Ela corresponde prontamente à vontade de Deus. Sob o signo da exultação, aparece depois a cena do encontro com Isabel, onde a mesma voz de Maria e a presença de Cristo no seu ventre fazem « saltar de alegria » João (cf. Lc 1, 44). Inundada de alegria é a cena de Belém, onde o nascimento do Deus-Menino, o Salvador do mundo, é cantado pelos anjos e anunciado aos pastores precisamente como « uma grande alegria » (Lc 2, 10). Os dois últimos mistérios, porém, mesmo conservando o sabor da alegria antecipam já os sinais do drama. A apresentação no templo, de facto, enquanto exprime a alegria da consagração e extasia o velho Simeão, regista também a profecia do « sinal de contradição » que o Menino será para Israel e da espada que trespassará a alma da Mãe (cf. Lc 2, 34-35). Gozoso e ao mesmo tempo dramático é também o episódio de Jesus, aos doze anos, no templo. Vemo-Lo aqui na sua divina sabedoria, enquanto escuta e interroga, e substancialmente no papel d'Aquele que “ensina”. A revelação do seu mistério de Filho totalmente dedicado às coisas do Pai é anúncio daquela radicalidade evangélica que põe inclusive em crise os laços mais caros do homem, diante das exigências absolutas do Reino. Até José e Maria, aflitos e angustiados, « não entenderam » as suas palavras (Lc 2, 50). MEDITAÇÃO Eis o ponto de partida: a Anunciação. Este belíssimo momento em que a Virgem, que segunda uma antiga tradição bordava o véu do Templo, já como uma antecipação da sua vocação de Trono da Graça e Primeiro Sacrário, é surpreendida pelo Mensageiro Celeste, Gabriel. Este saúda-a com uma expressão invulgar: "Avé, ó cheia de Graça. O Senhor está contigo." Este "Avé", que, na cultura romana, era uma saudação ao imperador, denota claramente a proximidade da Virgem com o Divino, a predilecção de Deus para com aquela Mulher que O leva a confiar-lhe o nascimento do Seu Filho. O Anjo continua: "cheia de Graça". No texto original Grego podemos ler kekaritomenê (κεχαριτωµένη ), isto é, cheia de Amor. Cheia do Amor de Deus, plena de bênçãos e de graças, qual Mulher predilecta que Deus preservou de toda a mancha. Para nós, humildes espectadores deste quadro, fica o desafio de prolongar, ao longo de toda a nossa vida, os louvores cantados pelo Anjo à Virgem Maria, com o mesmo amor, o mesmo encanto, a mesma devoção. Que dos nossos lábios brote, a cada "Avé Maria", um canto de louvor, que cada Terço seja uma ladainha que nós, humildemente, entoamos à primeira de todas as mulheres. Avé Maria... ORAÇÃO Infundi, Senhor, a vossa graça em nossas almas, para que nós, que pela anunciação do Anjo conhecemos a encarnação de Cristo vosso Filho, pela sua paixão e morte na cruz alcancemos a glória da ressurreição. Por Nosso Senhor. 7
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  • 11. DA CARTA APOSTÓLICA ROSARIUM VIRGINIS MARIAE DO BEATO JOÃO PAULO II, PAPA RVM 10 A contemplação de Cristo tem em Maria o seu modelo insuperável. O rosto do Filho pertence-lhe sob um título especial. Foi no seu ventre que Se plasmou, recebendo d'Ela também uma semelhança humana que evoca uma intimidade espiritual certamente ainda maior. À contemplação do rosto de Cristo, ninguém se dedicou com a mesma assiduidade de Maria. Os olhos do seu coração concentramse de algum modo sobre Ele já na Anunciação, quando O concebe por obra do Espírito Santo; nos meses seguintes, começa a sentir sua presença e a pressagiar os contornos. Quando finalmente O dá à luz em Belém, também os seus olhos de carne podem fixar-se com ternura no rosto do Filho, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura (cf. Lc 2, 7). Desde então o seu olhar, cheio sempre de reverente estupor, não se separará mais d'Ele. Algumas vezes será um olhar interrogativo, como no episódio da perda no templo: « Filho, porque nos fizeste isto? » (Lc 2, 48); em todo o caso será um olhar penetrante, capaz de ler no íntimo de Jesus, a ponto de perceber os seus sentimentos escondidos e adivinhar suas decisões, como em Caná (cf. Jo 2, 5); outras vezes, será um olhar doloroso, sobretudo aos pés da cruz, onde haverá ainda, de certa forma, o olhar da parturiente, pois Maria não se limitará a compartilhar a paixão e a morte do Unigénito, mas acolherá o novo filho a Ela entregue na pessoa do discípulo predilecto (cf. Jo 19, 26-27); na manhã da Páscoa, será um olhar radioso pela alegria da ressurreição e, enfim, um olhar ardoroso pela efusão do Espírito no dia de Pentecostes (cf. Act 1,14). MEDITAÇÃO Deparada com a Mensagem do Anjo, a gloriosa Virgem Maria apenas se sente capaz de balbuciar uma pergunta, não por falta de fé mas por uma questão prática: como pode uma virgem conceber? Como é possível a uma jovem mulher ser, simultaneamente, agraciada com o dom da Maternidade, conservando o grande tesouro da Virgindade? Depois surge a resposta: a sombra do Omnipotente te cobrirá, ó Mãe, de modo a que, o que em ti aconteceu, seja obra singular do Espírito. Sem macular o teu imaculado seio, será nele depositado o Filho de Deus, ultrapassando toda a lógica humana, todos os limites do entendimento. Eis, então a frase que todo o Universo, em suspenso, aguardava: “Ecce ancilla Domini.” - Eis a escrava do Senhor. Eis o sim que abre a porta à Redenção! Eis o sim que abre as portas do Céu! Eis o sim que nos trouxe o Salvador! Esta humilde disposição da Santíssima Virgem decide toda a história humana. Graças a Ti, ó Mãe, podemos hoje viver seguros pela graça Baptismal! Graças a Ti chega-nos o conforto da Eucarístia! Graças a Ti vem-nos o perdão da Penitência. Por tudo isto e mais, te louvamos, Mãe… Avé Maria... ORAÇÃO Deus, Pai santo, que na vossa benigna providência quisestes que o vosso Verbo assumisse verdadeira carne humana no seio da Virgem Maria, concedei-nos que, celebrando o nosso Redentor como verdadeiro Deus e verdadeiro ho m em , m ereçam o s t a m bém parti ci par da s ua n at ur eza div in a. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 11
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  • 15. DA CARTA APOSTÓLICA ROSARIUM VIRGINIS MARIAE DO BEATO JOÃO PAULO II, PAPA RVM 11 Maria vive com os olhos fixos em Cristo e guarda cada palavra sua: « Conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração » (Lc 2, 19; cf. 2, 51). As recordações de Jesus, estampadas na sua alma, acompanharam-na em cada circunstância, levando-a a percorrer novamente com o pensamento os vários momentos da sua vida junto com o Filho. Foram estas recordações que constituíram, de certo modo, o “rosário” que Ela mesma recitou constantemente nos dias da sua vida terrena. E mesmo agora, entre os cânticos de alegria da Jerusalém celestial, os motivos da sua gratidão e do seu louvor permanecem imutáveis. São eles que inspiram o seu carinho materno pela Igreja peregrina, na qual Ela continua a desenvolver a composição da sua “narração” de evangelizadora. Maria propõe continuamente aos crentes os “mistérios” do seu Filho, desejando que sejam contemplados, para que possam irradiar toda a sua força salvífica. Quando recita o Rosário, a comunidade cristã sintoniza-se com a lembrança e com o olhar de Maria. MEDITAÇÃO Mesmo no momento em devia pôr sobre si própria todo o seu cuidado e atenção por estar a guardar no seu seio o Filho do Altíssimo, Maria acorre solícita ao encontro de Isabel, cuja gravidez lhe foi anunciada pelo Anjo. Aquando da sua chegada dá-se um encontro singular: enquanto as mulheres se saúdam, também os filhos o fazem. João reconhece o seu Senhor ainda no ventre materno e, perante a sua presença, exulta de alegria. Enquanto Maria visita Isabel, José, esposo da Santíssima Virgem, perante a notícia da gravidez da sua esposa, incorre na dúvida e na desconfiança. Contudo, perante um sonho em que Anjo do Senhor lhe revela os desígnios de Deus para a sua esposa, este aceita a sua missão de guarda do Redentor. Maria, grande sacrário da humanidade, ensinai-nos a entregar a nossa existência na realização da vontade divina, sobretudo no apoio aos nossos próximos. Avé Maria... ORAÇÃO Deus eterno e omnipotente, que inspirastes à Virgem Santa Maria o desejo de visitar Santa Isabel, levando consigo o vosso Filho Unigénito, tornai-nos dóceis à inspiração do Espírito Santo, para podermos cantar sempre com ela as vossas maravilhas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 15
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