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Universidade Federal de Alagoas - UFAL

                              Centro de Tecnologia - CTEC

                                    Engenharia Ambiental




                          BIOMA: Recifes de Coral (Abrolhos)

                                                     Trabalho apresentado à disciplina de Ecologia

                                                      Sob orientação do Professor Roberto Caffaro.




Equipe: Gláucia dos S. Nascimento

       Henrique Macêdo




                             Maceió - AL, Setembro de 2009
OS RECIFES DE CORAL

        Os recifes de coral são ambientes compostos por formações rochosas de origem
biológica, principalmente formada por certos Cnidários coloniais: entre eles destacam-se os
corais, hidrocorais, algas calcárias e moluscos. Estes animais apresentam uma relação
mutualística com algas microscópicas – Ao passo que as algas ofertam alimento e oxigênio
aos corais, os mesmos, por sua vez, fornecem nutrientes e abrigo. Esta associação é muito
importante para o crescimento dos corais e como as algas dependem da luz para realizar a
fotossíntese, os recifes tornam-se dependentes das regiões de águas rasas, onde ocorre
penetração da luz. Além da luminosidade, as águas devem possuir baixa turbidez e
temperatura entre 23-29°C; tal ambiente propício ao crescimento dos recifes é encontrado
entre os trópicos de Câncer e Capricórnio ao longo do litoral de mais de 100 países tropicais,
entre eles o Brasil, compreendidos entre 32° de latitude norte e sul. No Brasil , estes
ambientes apresentam maior distribuição entre os estados do Maranhão e da Bahia. Sua vasta
biodiversidade permite que os recifes sejam conhecidos por “florestas tropicais do mar”. Eles
fornecem uma variedade de bens e serviços à humanidade, destacando-se: a proteção do
litoral contra a ação das ondas, potencialidade para a descoberta de compostos medicinais,
berçário para espécies marinhas e benefícios provenientes do uso recreativo e turístico Esse
ecossistema é considerado área vital para atividades de conservação, pois os corais são
altamente sensíveis aos distúrbios ambientais.
        Os recifes de corais são as maiores estruturas já construída por animais. A deposição
de grandes quantidades de carbonato de cálcio por uma colônia de muitos pólipos pequenos
(indivíduos geralmente sésseis do filo Cnidaria, que inclui os corais) depende da presença de
algas verdes, que vivem no interior das células dos pólipos de corais. Nos corais, cada pólipo
constrói uma estrutura calcária onde se aloja e vive em conjunto com uma alga que se chama
zooxantela. Esta alga simbiótica é responsável pelas cores que observamos nos corais como
verde, amarelo, azul, lilás, castanho e outras. Quando os pólipos morrem, novos pólipos
crescem por cima dos esqueletos de calcário que ficam. Assim, quando vemos um recife de
coral, apenas a fina camada superficial é que é constituida por pólipos vivos. A fotossíntese
das algas fornece ao coral uma parte de seu alimento e as algas ajudam na captação de nitratos
e fosfatos, porém sua maior importância parece residir no fato de que a fotossíntese facilita a
calcificação através da remoção de dióxido de carbono. Isto promove a dissociação do
bicarbonato de cálcio presente na água marinha, com precipitação e formação do carbonato de
cálcio.




                             Anatomia de um pólipo de coral



                                                                                             2
A temperatura ideal e a zona eufótica locais são os dois fatores principais de
determinação da profundidade dos recifes. Freqüentemente, esta profundidade é o topo dos
esqueletos de seus precursores mortos, por causa de mudanças mo nível do mar. Os
esqueletos dos corais podem se estender por quase 1,5 Km de profundidade, fornecendo-nos
um registro nas mudanças do nível do mar desde a era cretácea. As mudanças no nível do mar
permitiram a formação de recifes em franja, recifes em barreira e atóis (ilhas de corais).




Os recifes coralinos são a base de todo um ecossistema, uma vez que são habitados por uma
grande variedade de peixes, crustáceos, equinodermos e muitos outros invertebrados. Estes
ambientes fornecem uma variedade de bens e serviços à humanidade, destacando-se: a
proteção do litoral contra a ação das ondas, potencialidade para a descoberta de compostos
medicinais, berçário para espécies marinhas e benefícios provenientes do uso recreativo e
turístico Esse ecossistema é considerado área vital para atividades de conservação, pois os
corais são altamente sensíveis aos distúrbios ambientais. Estima-se que os bens e serviços
ecológicos providos pelos ambientes recifais ao homem estejam na ordem de U$ 375 bilhões.
Os recifes são ecossistemas abertos e complexos, sua estrutura, funcionamento,
biodiversidade e resiliência estão propensas à influências antrópicas na qualidade da água, nos
fluxos biogeoquímicos e hidrológicos. A maior parte dos bens e serviços providos pelos
ambientes recifais é dependente de inter-relações dinâmicas e complexas entre redes de
espécies dentro e entre ecossistemas (Moberg and Folke, 1999). No entanto, o nível atual de
utilização dos ambientes recifais no mundo vem interferindo de maneira predatória nos
processos ecológicos destes ambientes. Entre essas interferências destacam-se: o
desenvolvimento costeiro desordenado, a poluição marinha, as mudanças climáticas, a pesca
predatória , a sedimentação, a atividade turística, a mineração, e os derramamentos de óleo.
Tais ações aliados ao desmatamento nas margens litorâneas faz com que camadas de
sedimentos sejam transportados até os recifes, fragmentando os pólipos e provocando um
fenômeno conhecido por branqueamento dos corais.
         O branqueamento ocorre quando as algas são expelidas em resposta ao estresse
causado principalmente por poluição, sedimentação ou ciclos de aquecimento natural, a
ausência das algas provoca um declínio na relação simbiótica dos seres formadores de recifes
e provoca, portanto a morte dos pólipos que deixam seu esqueleto de carbonato de cálcio
dando uma aparência esbranquiçada ao recife.
        O branqueamento dos corais é, portanto, um resultado da morte dos pólipos
constituintes do recife e é acarretado por fatores ambientais naturais como o ciclo natural das


                                                                                             3
marés e a sazonalidade de variações nas temperaturas marinhas, ou por ações humanas
indiretas como o aquecimento global.




Bioerosão(danos no coral), isto pode                                                      ser
causado por descoramento do coral.




       A extinção completa ou parcial do bioma recifal resulta num declínio exponencial da
base do ecossistema marinho geral, sendo o recife, responsável por grande concentração da
biota marítima. Estudos sobre a capacidade regenerativa dos recifes datam que é necessária
grande quantidade de tempo para a restauração de pequenas porções degradadas, ainda que
em condições ideais; daí a importância da sua preservação.

COMPLEXO RECIFAL DE ABROLHOS

        O complexo recifal de Abrolhos abrange a mais extensa área de recifes de coral do
Brasil e do todo o oceano Atlântico Sul, o qual possui menos de um por cento dos
ecossistemas recifais do planeta Terra. Assim, além de serem raros no Mundo e os mais
exuberantes do Brasil, os recifes de Abrolhos apresentam uma incontestável importância
científica. Por apresentarem características distintivas com respeito à sua forma de
crescimento e morfologia, à fauna coralina construtora e ao cenário deposicional, eles diferem
em alguns aspectos dos sistemas recifais do Caribe. Os recifes de Abrolhos crescem à partir
de uma estrutura característica o chapeirão, pináculo coralino com forma de cogumelo, com 5
a 25 m de altura e 5 a 50 m de diâmetro, o qual é construído por uma fauna coralina rica em
espécies endêmicas que florescem em um ambiente lamoso considerado inóspito. As
características dos depósitos sedimentares da área de Abrolhos, um exemplo de associação de
sedimentos siliciclásticos e carbonáticos, a presença de uma interação dinâmica que permite a
coexistência de um sistema recifal com uma sedimentação terrígena ativa, e o fato do
primeiro Parque Nacional Marinho do Brasil oferecer abrigo a uma comunidade de seres
marinhos únicos, levou a designação de Abrolhos como um Sítio Geobiológico.
        A região de Abrolhos abrange recifes de corais, ilhas vulcânicas, bancos rasos e
canais, que na parte norte do banco de Abrolhos (entre as coordenadas de 17o20-18o10’S e
38o35’-39o20’W). O banco de Abrolhos é um alargamento da plataforma continental leste
brasileira, a qual é irregular e de um modo geral bastante estreita (largura média 50km). Costa
afora na altura da cidade de Caravelas ela apresenta uma largura excepcional de cerca de 200
km. Onde estão localizados os recifes a plataforma continental é bastante rasa. As
profundidades são inferiores a 30 m e na sua borda elas não excedem os 70 m. O ângulo de
inclinação do talude é da ordem de 0o 08’. As profundidades entre os recifes do arco costeiro


                                                                                                4
e a costa são inferiores a 15 m. Um canal com profundidades entre 20 e 30 m (canal de
Abrolhos) separa os recifes do arco costeiro dos recifes do arquipélago e do arco externo.
Bancos arenosos e pináculos coralinos isolados circundam os recifes e as ilhas. Na
proximidades da foz dos rios ocorrem bancos rasos e barras arenosas




        Corais, mileporas e algas coralinas são os principais organismos construtores dos
recifes. O números de espécies de corais é quatro vezes menor que o número de espécies
descritas para os recifes do Atlântico Norte, e muitas delas são espécies endêmicas, arcaicas,
isoladas de uma fauna de idade Terciária a qual tornou-se resistente ao estresse provocado
pela turbidez periódica das águas brasileiras.
        Em contraste com a predominância de sedimentação carbonática na maioria dos
recifes dos mares tropicais, os recifes costeiros de Abrolhos estão circundados por sedimentos
lamosos com 40 a 70% de areias quatzosas e minerais de argilas. Segundo Melo et al. (1975),
os sedimentos siliciclásticos predominam ao longo de uma faixa relativamente estreita e
paralela à linha de costa, alargando-se nas circunvizinhanças da desembocadura dos rios. Essa
predominância decresce rapidamente no sentido costa – afora, de forma a representar menos
que 10% dos sedimentos nas áreas onde estão os recifes de alto mar que bordejam as ilhas do
arquipélago de Abrolhos (Leão & Kikuchi, 1995) De acordo com esses autores, essa
sedimentação siliciclástica tem duas fontes principais: (i) os sedimentos relíquias resultantes
da erosão dos depósitos terciários do Grupo Barreiras, acumulados na plataforma durante a
regressão pré-holocênica, e (ii) os sedimentos provenientes de aportes fluviais, transportados
ao longo da costa.




                                                                                             5
A sedimentação carbonática, constituída de sedimentos biodetríticos com teores de
carbonato de cálcio em geral superiores a 50%, apresenta suas maiores concentrações nas
zonas mais próximas aos recifes, a exemplo dos recifes de coral do arco externo de Abrolhos
aonde, de acordo com Leão (1982), a concentração de carbonato de cálcio chega a 100%.
Estes sedimentos carbonáticos cobrem também grande parte das plataformas média e externa,
e parte da plataforma interna. Diversos Trabalhos atribuem a este material carbonático uma
origem detrítica ou através de grãos formados in situ por vários organismos associados à
fauna e flora recifais.
        O clima nessa parte do litoral brasileiro é do tipo tropical úmido com uma média de
temperatura do ar variando entre 24°C no inverno e 27°C no verão. A temperatura no mês
mais frio (julho) atinge, em média, 22°C; os verões são longos e quentes, com temperatura
média acima de 24ºC. A precipitação nesta área varia entre 1.500 e 3.000 mm/ano, sendo a
média anual na região costeira em frente à área de Abrolhos, de 1.750mm. Os meses mais
chuvosos são: março, abril e maio, concentrando 37% de toda a precipitação anual (612mm).
        Este trecho da costa do Brasil recebe influência dos ventos alísios procedentes de duas
direções principais: Nordeste e Leste, durante a Primavera e o verão (outubro a março) e de
Sudeste, durante o outono e inverno. Ventos fortes do sul podem ocorrer durante as chegadas
de frentes frias de outono e inverno, entre os meses de maio a agosto.




Colônias do coral endêmico Mussismilia braziliensis, principal construtor dos recifes de
Abrolhos.

PROBLEMAS AMBIENTAIS ENCONTRADOS NA REGIÃO

        Os recifes de Abrolhos estão fora da trajetória de furacões e estão assentados sobre
uma plataforma continental do tipo passiva. Assim, os distúrbios naturais que deixaram
registros nesta região estão relacionados, apenas, às oscilações do nível do mar que ocorreram


                                                                                             6
durante os últimos 5 ka, e um evento recente de branqueamento de corais ocorrido em
conseqüência do aumento da temperatura das águas oceânicas superficiais. Impactos por
influência antrópica, entretanto, têm ameaçado os recifes devido a combinação de diferentes
agentes de estresse ambiental. Os agentes antropogênicos que mais têm ameaçado os recifes
de Abrolhos estão diretamente relacionados com o desenvolvimento urbano da zona costeira,
o turismo marinho, a exploração de recursos naturais, a poluição em decorrência da instalação
de projetos industriais e a exploração de petróleo.
        Embora os recifes de Abrolhos tenham coexistido com um alto influxo de sedimento
de origem terrígena, atualmente esse tipo de estresse ambiental tem aumentado com o
crescente escoamento das águas superficiais costeiras em virtude, sobretudo, do
desmatamento das zonas continentais adjacentes, inicialmente para a agricultura e nestas
últimas décadas, para o crescimento de centros urbanos e para o plantio de eucalipto com fins
industriais. O crescimento desordenado de centros urbanos, principalmente dos municípios
que já oferecem infra-estrutura para o turismo, como por exemplo as cidades de Prado,
Alcobaça, Caravelas e Nova Viçosa, onde algumas delas tiveram suas áreas urbanas
multiplicadas por mais de dez vezes, além de provocar um aumento na erosão do solo, o lixo
urbano, se não devidamente tratado, ao chegar até as áreas recifais pode causar um aumento
anormal de nutrientes para a biota do recife, com conseqüências drásticas para o balanço
ecológico do ecossistema, como por exemplo o crescimento exagerado das algas foliares em
detrimento dos corais construtores. Aliado ao crescimento desordenado das cidades costeiras
e representando, em muitos casos, a principal razão para sua expansão, o turismo marinho no
Brasil tem apresentado nos tempos atuais um progresso expressivo, sobretudo nas áreas
protegidas. Esta atividade se não for adequadamente controlada poderá causar sérios prejuízos
ao ecossistema, particularmente no que diz respeito à ancoragem dos barcos, ao lixo
descarregado pelos visitantes, ao vazamento de óleo dos motores, à extração de organismos
recifais, aos impactos causados por mergulhadores não cautelosos e até ocasionais naufrágios
em virtude da presença de inesperados chapeirões. Devido a sua proximidade da costa os
recifes doarco interno de Abrolhos têm sido altamente explorados pelas pescas artesanal e
comercial. Também, em várias cidades costeiras, particularmente nos centros históricos do sul
da Bahia, por mais de séculos os corais têm sido explorados como matéria prima para a
construção civil, quer para a fabricação da cal, quer como bloco de construção como pode ser
visto nos monumentos históricos do século 17, e em hospedagens rústicas atuais. O
desenvolvimento de projetos industriais constitui uma ameaça constante aos recifes, se os
seus rejeitos finais não forem adequadamente administrados. A exploração de petróleo em
áreas onde existem recifes pode causar sérios riscos ao ecossistema. A exploração marinha na
área de Abrolhos põe em risco os recifes do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, não
somente pelos impactos causados pela própria atividade exploratória, como por exemplo
colisão de barcos com os recifes, aumento da turbidez das águas como até inesperados
acidentes com vazamento de óleo.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

http://www.anp.gov.br/brnd/round6/guias/SISMICA/SISMICA_R6/biblio/Biblio2004/Le
%E3o%20ZMA%20Abrolhos.pdf

http://pt.wikipedia.org/wiki/Recife_de_coral

O turismo em ambientes recifais: em busca da transição para a sustentabilidade
RS Melo, MC Crispim, ERV de Lima - Caderno Virtual de Turismo, 2005 -
ivt.coppe.ufrj.br


                                                                                           7

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abrolhos

  • 1. Universidade Federal de Alagoas - UFAL Centro de Tecnologia - CTEC Engenharia Ambiental BIOMA: Recifes de Coral (Abrolhos) Trabalho apresentado à disciplina de Ecologia Sob orientação do Professor Roberto Caffaro. Equipe: Gláucia dos S. Nascimento Henrique Macêdo Maceió - AL, Setembro de 2009
  • 2. OS RECIFES DE CORAL Os recifes de coral são ambientes compostos por formações rochosas de origem biológica, principalmente formada por certos Cnidários coloniais: entre eles destacam-se os corais, hidrocorais, algas calcárias e moluscos. Estes animais apresentam uma relação mutualística com algas microscópicas – Ao passo que as algas ofertam alimento e oxigênio aos corais, os mesmos, por sua vez, fornecem nutrientes e abrigo. Esta associação é muito importante para o crescimento dos corais e como as algas dependem da luz para realizar a fotossíntese, os recifes tornam-se dependentes das regiões de águas rasas, onde ocorre penetração da luz. Além da luminosidade, as águas devem possuir baixa turbidez e temperatura entre 23-29°C; tal ambiente propício ao crescimento dos recifes é encontrado entre os trópicos de Câncer e Capricórnio ao longo do litoral de mais de 100 países tropicais, entre eles o Brasil, compreendidos entre 32° de latitude norte e sul. No Brasil , estes ambientes apresentam maior distribuição entre os estados do Maranhão e da Bahia. Sua vasta biodiversidade permite que os recifes sejam conhecidos por “florestas tropicais do mar”. Eles fornecem uma variedade de bens e serviços à humanidade, destacando-se: a proteção do litoral contra a ação das ondas, potencialidade para a descoberta de compostos medicinais, berçário para espécies marinhas e benefícios provenientes do uso recreativo e turístico Esse ecossistema é considerado área vital para atividades de conservação, pois os corais são altamente sensíveis aos distúrbios ambientais. Os recifes de corais são as maiores estruturas já construída por animais. A deposição de grandes quantidades de carbonato de cálcio por uma colônia de muitos pólipos pequenos (indivíduos geralmente sésseis do filo Cnidaria, que inclui os corais) depende da presença de algas verdes, que vivem no interior das células dos pólipos de corais. Nos corais, cada pólipo constrói uma estrutura calcária onde se aloja e vive em conjunto com uma alga que se chama zooxantela. Esta alga simbiótica é responsável pelas cores que observamos nos corais como verde, amarelo, azul, lilás, castanho e outras. Quando os pólipos morrem, novos pólipos crescem por cima dos esqueletos de calcário que ficam. Assim, quando vemos um recife de coral, apenas a fina camada superficial é que é constituida por pólipos vivos. A fotossíntese das algas fornece ao coral uma parte de seu alimento e as algas ajudam na captação de nitratos e fosfatos, porém sua maior importância parece residir no fato de que a fotossíntese facilita a calcificação através da remoção de dióxido de carbono. Isto promove a dissociação do bicarbonato de cálcio presente na água marinha, com precipitação e formação do carbonato de cálcio. Anatomia de um pólipo de coral 2
  • 3. A temperatura ideal e a zona eufótica locais são os dois fatores principais de determinação da profundidade dos recifes. Freqüentemente, esta profundidade é o topo dos esqueletos de seus precursores mortos, por causa de mudanças mo nível do mar. Os esqueletos dos corais podem se estender por quase 1,5 Km de profundidade, fornecendo-nos um registro nas mudanças do nível do mar desde a era cretácea. As mudanças no nível do mar permitiram a formação de recifes em franja, recifes em barreira e atóis (ilhas de corais). Os recifes coralinos são a base de todo um ecossistema, uma vez que são habitados por uma grande variedade de peixes, crustáceos, equinodermos e muitos outros invertebrados. Estes ambientes fornecem uma variedade de bens e serviços à humanidade, destacando-se: a proteção do litoral contra a ação das ondas, potencialidade para a descoberta de compostos medicinais, berçário para espécies marinhas e benefícios provenientes do uso recreativo e turístico Esse ecossistema é considerado área vital para atividades de conservação, pois os corais são altamente sensíveis aos distúrbios ambientais. Estima-se que os bens e serviços ecológicos providos pelos ambientes recifais ao homem estejam na ordem de U$ 375 bilhões. Os recifes são ecossistemas abertos e complexos, sua estrutura, funcionamento, biodiversidade e resiliência estão propensas à influências antrópicas na qualidade da água, nos fluxos biogeoquímicos e hidrológicos. A maior parte dos bens e serviços providos pelos ambientes recifais é dependente de inter-relações dinâmicas e complexas entre redes de espécies dentro e entre ecossistemas (Moberg and Folke, 1999). No entanto, o nível atual de utilização dos ambientes recifais no mundo vem interferindo de maneira predatória nos processos ecológicos destes ambientes. Entre essas interferências destacam-se: o desenvolvimento costeiro desordenado, a poluição marinha, as mudanças climáticas, a pesca predatória , a sedimentação, a atividade turística, a mineração, e os derramamentos de óleo. Tais ações aliados ao desmatamento nas margens litorâneas faz com que camadas de sedimentos sejam transportados até os recifes, fragmentando os pólipos e provocando um fenômeno conhecido por branqueamento dos corais. O branqueamento ocorre quando as algas são expelidas em resposta ao estresse causado principalmente por poluição, sedimentação ou ciclos de aquecimento natural, a ausência das algas provoca um declínio na relação simbiótica dos seres formadores de recifes e provoca, portanto a morte dos pólipos que deixam seu esqueleto de carbonato de cálcio dando uma aparência esbranquiçada ao recife. O branqueamento dos corais é, portanto, um resultado da morte dos pólipos constituintes do recife e é acarretado por fatores ambientais naturais como o ciclo natural das 3
  • 4. marés e a sazonalidade de variações nas temperaturas marinhas, ou por ações humanas indiretas como o aquecimento global. Bioerosão(danos no coral), isto pode ser causado por descoramento do coral. A extinção completa ou parcial do bioma recifal resulta num declínio exponencial da base do ecossistema marinho geral, sendo o recife, responsável por grande concentração da biota marítima. Estudos sobre a capacidade regenerativa dos recifes datam que é necessária grande quantidade de tempo para a restauração de pequenas porções degradadas, ainda que em condições ideais; daí a importância da sua preservação. COMPLEXO RECIFAL DE ABROLHOS O complexo recifal de Abrolhos abrange a mais extensa área de recifes de coral do Brasil e do todo o oceano Atlântico Sul, o qual possui menos de um por cento dos ecossistemas recifais do planeta Terra. Assim, além de serem raros no Mundo e os mais exuberantes do Brasil, os recifes de Abrolhos apresentam uma incontestável importância científica. Por apresentarem características distintivas com respeito à sua forma de crescimento e morfologia, à fauna coralina construtora e ao cenário deposicional, eles diferem em alguns aspectos dos sistemas recifais do Caribe. Os recifes de Abrolhos crescem à partir de uma estrutura característica o chapeirão, pináculo coralino com forma de cogumelo, com 5 a 25 m de altura e 5 a 50 m de diâmetro, o qual é construído por uma fauna coralina rica em espécies endêmicas que florescem em um ambiente lamoso considerado inóspito. As características dos depósitos sedimentares da área de Abrolhos, um exemplo de associação de sedimentos siliciclásticos e carbonáticos, a presença de uma interação dinâmica que permite a coexistência de um sistema recifal com uma sedimentação terrígena ativa, e o fato do primeiro Parque Nacional Marinho do Brasil oferecer abrigo a uma comunidade de seres marinhos únicos, levou a designação de Abrolhos como um Sítio Geobiológico. A região de Abrolhos abrange recifes de corais, ilhas vulcânicas, bancos rasos e canais, que na parte norte do banco de Abrolhos (entre as coordenadas de 17o20-18o10’S e 38o35’-39o20’W). O banco de Abrolhos é um alargamento da plataforma continental leste brasileira, a qual é irregular e de um modo geral bastante estreita (largura média 50km). Costa afora na altura da cidade de Caravelas ela apresenta uma largura excepcional de cerca de 200 km. Onde estão localizados os recifes a plataforma continental é bastante rasa. As profundidades são inferiores a 30 m e na sua borda elas não excedem os 70 m. O ângulo de inclinação do talude é da ordem de 0o 08’. As profundidades entre os recifes do arco costeiro 4
  • 5. e a costa são inferiores a 15 m. Um canal com profundidades entre 20 e 30 m (canal de Abrolhos) separa os recifes do arco costeiro dos recifes do arquipélago e do arco externo. Bancos arenosos e pináculos coralinos isolados circundam os recifes e as ilhas. Na proximidades da foz dos rios ocorrem bancos rasos e barras arenosas Corais, mileporas e algas coralinas são os principais organismos construtores dos recifes. O números de espécies de corais é quatro vezes menor que o número de espécies descritas para os recifes do Atlântico Norte, e muitas delas são espécies endêmicas, arcaicas, isoladas de uma fauna de idade Terciária a qual tornou-se resistente ao estresse provocado pela turbidez periódica das águas brasileiras. Em contraste com a predominância de sedimentação carbonática na maioria dos recifes dos mares tropicais, os recifes costeiros de Abrolhos estão circundados por sedimentos lamosos com 40 a 70% de areias quatzosas e minerais de argilas. Segundo Melo et al. (1975), os sedimentos siliciclásticos predominam ao longo de uma faixa relativamente estreita e paralela à linha de costa, alargando-se nas circunvizinhanças da desembocadura dos rios. Essa predominância decresce rapidamente no sentido costa – afora, de forma a representar menos que 10% dos sedimentos nas áreas onde estão os recifes de alto mar que bordejam as ilhas do arquipélago de Abrolhos (Leão & Kikuchi, 1995) De acordo com esses autores, essa sedimentação siliciclástica tem duas fontes principais: (i) os sedimentos relíquias resultantes da erosão dos depósitos terciários do Grupo Barreiras, acumulados na plataforma durante a regressão pré-holocênica, e (ii) os sedimentos provenientes de aportes fluviais, transportados ao longo da costa. 5
  • 6. A sedimentação carbonática, constituída de sedimentos biodetríticos com teores de carbonato de cálcio em geral superiores a 50%, apresenta suas maiores concentrações nas zonas mais próximas aos recifes, a exemplo dos recifes de coral do arco externo de Abrolhos aonde, de acordo com Leão (1982), a concentração de carbonato de cálcio chega a 100%. Estes sedimentos carbonáticos cobrem também grande parte das plataformas média e externa, e parte da plataforma interna. Diversos Trabalhos atribuem a este material carbonático uma origem detrítica ou através de grãos formados in situ por vários organismos associados à fauna e flora recifais. O clima nessa parte do litoral brasileiro é do tipo tropical úmido com uma média de temperatura do ar variando entre 24°C no inverno e 27°C no verão. A temperatura no mês mais frio (julho) atinge, em média, 22°C; os verões são longos e quentes, com temperatura média acima de 24ºC. A precipitação nesta área varia entre 1.500 e 3.000 mm/ano, sendo a média anual na região costeira em frente à área de Abrolhos, de 1.750mm. Os meses mais chuvosos são: março, abril e maio, concentrando 37% de toda a precipitação anual (612mm). Este trecho da costa do Brasil recebe influência dos ventos alísios procedentes de duas direções principais: Nordeste e Leste, durante a Primavera e o verão (outubro a março) e de Sudeste, durante o outono e inverno. Ventos fortes do sul podem ocorrer durante as chegadas de frentes frias de outono e inverno, entre os meses de maio a agosto. Colônias do coral endêmico Mussismilia braziliensis, principal construtor dos recifes de Abrolhos. PROBLEMAS AMBIENTAIS ENCONTRADOS NA REGIÃO Os recifes de Abrolhos estão fora da trajetória de furacões e estão assentados sobre uma plataforma continental do tipo passiva. Assim, os distúrbios naturais que deixaram registros nesta região estão relacionados, apenas, às oscilações do nível do mar que ocorreram 6
  • 7. durante os últimos 5 ka, e um evento recente de branqueamento de corais ocorrido em conseqüência do aumento da temperatura das águas oceânicas superficiais. Impactos por influência antrópica, entretanto, têm ameaçado os recifes devido a combinação de diferentes agentes de estresse ambiental. Os agentes antropogênicos que mais têm ameaçado os recifes de Abrolhos estão diretamente relacionados com o desenvolvimento urbano da zona costeira, o turismo marinho, a exploração de recursos naturais, a poluição em decorrência da instalação de projetos industriais e a exploração de petróleo. Embora os recifes de Abrolhos tenham coexistido com um alto influxo de sedimento de origem terrígena, atualmente esse tipo de estresse ambiental tem aumentado com o crescente escoamento das águas superficiais costeiras em virtude, sobretudo, do desmatamento das zonas continentais adjacentes, inicialmente para a agricultura e nestas últimas décadas, para o crescimento de centros urbanos e para o plantio de eucalipto com fins industriais. O crescimento desordenado de centros urbanos, principalmente dos municípios que já oferecem infra-estrutura para o turismo, como por exemplo as cidades de Prado, Alcobaça, Caravelas e Nova Viçosa, onde algumas delas tiveram suas áreas urbanas multiplicadas por mais de dez vezes, além de provocar um aumento na erosão do solo, o lixo urbano, se não devidamente tratado, ao chegar até as áreas recifais pode causar um aumento anormal de nutrientes para a biota do recife, com conseqüências drásticas para o balanço ecológico do ecossistema, como por exemplo o crescimento exagerado das algas foliares em detrimento dos corais construtores. Aliado ao crescimento desordenado das cidades costeiras e representando, em muitos casos, a principal razão para sua expansão, o turismo marinho no Brasil tem apresentado nos tempos atuais um progresso expressivo, sobretudo nas áreas protegidas. Esta atividade se não for adequadamente controlada poderá causar sérios prejuízos ao ecossistema, particularmente no que diz respeito à ancoragem dos barcos, ao lixo descarregado pelos visitantes, ao vazamento de óleo dos motores, à extração de organismos recifais, aos impactos causados por mergulhadores não cautelosos e até ocasionais naufrágios em virtude da presença de inesperados chapeirões. Devido a sua proximidade da costa os recifes doarco interno de Abrolhos têm sido altamente explorados pelas pescas artesanal e comercial. Também, em várias cidades costeiras, particularmente nos centros históricos do sul da Bahia, por mais de séculos os corais têm sido explorados como matéria prima para a construção civil, quer para a fabricação da cal, quer como bloco de construção como pode ser visto nos monumentos históricos do século 17, e em hospedagens rústicas atuais. O desenvolvimento de projetos industriais constitui uma ameaça constante aos recifes, se os seus rejeitos finais não forem adequadamente administrados. A exploração de petróleo em áreas onde existem recifes pode causar sérios riscos ao ecossistema. A exploração marinha na área de Abrolhos põe em risco os recifes do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, não somente pelos impactos causados pela própria atividade exploratória, como por exemplo colisão de barcos com os recifes, aumento da turbidez das águas como até inesperados acidentes com vazamento de óleo. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS: http://www.anp.gov.br/brnd/round6/guias/SISMICA/SISMICA_R6/biblio/Biblio2004/Le %E3o%20ZMA%20Abrolhos.pdf http://pt.wikipedia.org/wiki/Recife_de_coral O turismo em ambientes recifais: em busca da transição para a sustentabilidade RS Melo, MC Crispim, ERV de Lima - Caderno Virtual de Turismo, 2005 - ivt.coppe.ufrj.br 7