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CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA
Mestre Em Gestão Empresarial – Jaime Maeda
A Possibilidade de Uso da Elasticidade-Preço Para Aproveitar a
Capacidade Ociosa do Processo Produtivo Fabril
Trabalho realizado para avaliação parcial na
disciplina de “Gestão de Marketing”, sob orientação
do Prof. Dr. Delane Botelho, durante o curso de
Mestrado em Gestão Empresarial.
Curitiba
Outubro 2007
1
A Possibilidade de Uso da Elasticidade-Preço Para Aproveitar a Capacidade Ociosa
do Processo Produtivo Fabril.
Resumo
Apresentaremos nesse artigo uma proposta sobre a possibilidade do uso da elasticidade-
preço aproveitando a disponibilidade da capacidade ociosa do processo de manufatura. E
para fins de ensaios usaremos como referência os dados de um grande fabricante de
computadores nacional. Portanto, pretende-se oferecer uma estratégia de adequação de
preços e descontos. Primeiramente será analisada a eventual existência de capacidade
ociosa média mensal nas instalações da indústria. Na seqüência seguinte, com base na
teoria da alavancagem financeira, será analisada a demonstração de resultado de
exercício da empresa (DRE), para determinar quanto será a variação percentual do lucro
líquido da empresa devido a uma dada variação percentual nas vendas. Como o mercado
de computadores está dividido em três, varejo, corporativo e governamental, será
necessário aplicarmos métodos qualitativos por meio de entrevistas e análises
quantitativas para interpretação e análises dos dados. Com a conclusão desse artigo
pretendemos disponibilizar mais uma possibilidade estrutural como opção para a
estratégia de desconto em produtos manufaturados.
Palavras-Chave: Marketing, Elasticidade-Preço e Capacidade Ociosa.
1. Introdução
Ao refletir sobre o ambiente econômico cada vez mais competitivo, Rosenwald (2005)
escreve que, o mundo comercial no qual as empresas estão intensificando a busca por
eficiência em todas as suas atividades e o marketing, anteriormente imune, em grande parte,
à exigente disciplina da mensurabilidade, está sendo julgado por novas regras.
Ainda Rosenwald (2005), reconhecendo que o desperdício no marketing, como em todas as
demais atividades, é o inimigo do lucro, força as empresas a buscar maneiras possíveis de
reduzi-los ou eliminá-los, utilizando novos parâmetros para avaliar aquilo que fazem,
exigindo mensurabilidade em seu marketing para servir como base de comparação a fim de
melhorar o desempenho. Para Perreault e McCarthy (1997) discorrem que além do que
2
pensa a maioria das pessoas, dirigentes de empresas, o Marketing atua além das atividades
de venda e de promoção de bens e serviços.
Conforme Kotler (2000) um dos fatores que caracteriza o Marketing é o dinamismo dos
mercados e nesse contexto duas poderosas forças estão atuantes: tecnologia e globalização.
Tecnologia referindo-se aos novos produtos/serviços que surgem no mercado
continuamente e globalização com a expansão dos mercados emergentes com custos
menores. Diante de tantas pressões faz-se necessário estabelecer estratégias alternativas de
defesa.
Sendo assim, apresentaremos nesse artigo uma proposta sobre a possibilidade do uso da
elasticidade-preço aproveitando a disponibilidade da capacidade ociosa do processo de
manufatura. E para fins de ensaios usaremos como referência os dados de um grande
fabricante de computadores nacional. Portanto, pretende-se oferecer uma estratégia de
adequação de preços e descontos.
Como o mercado de computadores está dividido em três, varejo, corporativo e
governamental, será necessário aplicarmos métodos qualitativos por meio de entrevistas e
análises quantitativas para interpretação e análises dos dados.
2. Referenciais Teóricos
Para sustentação dessa proposta é necessário o entendimento das teorias que seguem
abaixo.
Estratégias de Adequação de Preços
De acordo com Kotler (1999) as empresas geralmente adéquam seus preços levando em
conta as várias diferenças entre os consumidores e as mudanças de situações de venda. E
para tal cenário resumiria em sete estratégias de adequação de preço que seriam: fixação de
preços com descontos e abatimentos, fixação de preços segmentada, fixação de preços
psicológica, fixação de preços promocional, fixação de preços por valor, fixação de preços
geográfica e fixação de preços internacional.
3
Para o artigo em questão iremos usar como base a estratégia por fixação de preços com
descontos e abatimentos. Que trata a redução do preço para compensar a atitude do cliente,
como pagar adiantado ou promover o produto.
Elasticidade-preço
Segundo Boone e Kurtz (1998) elasticidade é a medida da receptividade de compradores e
fornecedores a mudanças de preço. Para Botelho (2006) a sensibilidade do consumidor em
relação ao preço de um produto pode ser avaliada através da medição da variação da
quantidade vendida, para uma dada variação no preço do produto, sendo esta relação
chamada de elasticidade-preço da demanda conforme equação a baixo.
P%Δ
Q%Δ
Eqpp = (1)
Na equação acima há a variação percentual da quantidade (Q) pela variação percentual do
preço (P). Sendo assim se o preço varia, dependendo do produto, há também uma variação
na quantidade.
Análise de Balanço
De acordo com Ludícibus (1998) a necessidade de analisar demonstrações contábeis é pelo
menos tão antiga quanto à própria origem de tais peças. Nos primórdios da contabilidade
esta se resumia apenas à realização de inventários. Nos dias atuais é de suma importância a
análise de balanços na gestão empresarial e na avaliação de tendências por parte dos
usuários. Mais recentemente, a importância da moderna análise de balanços é notada desde
a segunda metade do século passado. E é prática relativamente comum o banqueiro analisar
o relacionamento entre valores a receber e os a pagar de cada empreendimento a fim de
determinar com mais base o risco envolvido em conceder empréstimos. Se uma boa análise
de balanços é importante para os credores, investidores, agências governamentais e
acionistas, ela não é menos importante para a gerência. Para este caso a análise de balanço
serve como um painel geral de controle da administração, com isso construir uma série de
indicadores financeiros e avaliar sua evolução em espaços de tempo mais curtos, digamos,
4
mensalmente. Por exemplo, a porcentagem de disponibilidade sobre o ativo global, se
existir um indicador prévio do porcentual ideal ou adequado, este pode ser monitorado até
diariamente. No entanto não é muito comum obter uma composição diária do ativo total. É
mais provável que controlemos diariamente o nível absoluto de disponibilidades.
Basicamente, o anseio de analisar os demonstrativos contábeis, e de seus relacionamentos
numéricos é extrair indicações de importância para determinado interesse decisório de
ordem econômica, que por fim busca a maximização dos resultados para a organização.
Alavancagem
A alavancagem de uma empresa nos indica o quanto o lucro líquido varia com a variação
das vendas, e segundo Gitman (2004) seu sua mensuração pode ser feita através do grau de
alavancagem total (GAT) através da seguinte fórmula:
vendasdepercentualVariação
líquidolucrodopercentualVariação
GAT =
O grau de alavancagem total é de grande importância neste trabalho, porque irá permitir
uma estimativa da variação do lucro líquido em função de um aumento de vendas pelo
aproveitamento da capacidade ociosa da instalação.
Custo de Produção
Conforme Dutra (2003) é os que ocorrem nos setores de produção e necessários apenas à
fabricação dos produtos e à execução dos serviços, que são: matérias-primas, mão-de-obra
e outros custos indispensáveis à elaboração.
Custo Fabril
É o total de recursos colocados à disposição da área de elaboração de bens e serviços e se
constitui da soma dos três grupos, matéria-prima ou custo básico, mão-de-obra e custos
gerais de fabricação, soma dos custos básicos e de transformação, ou da soma dos custos
diretos ou primário geral ou indireto, Dutra (2003).
Capacidade Instalada
5
Conforme Souza (2005) outra forma de obter o desempenho da indústria, é na sua
capacidade produtiva instalada que tem efeito direto sobre a sua lucratividade. Ao
considerar que a capacidade de gerar produto na empresa está correlacionada com o nível
de lucratividade industrial, participando assim no processo de acumulação do capital da
empresa. De acordo com Correa e Correa (2005), existem quatro arranjos físicos de
produção: por produto, por processo, por posição e por células. A capacidade instalada de
uma empresa pode ser avaliada por suas instalações ou pelo seu consumo de insumos,
conforme Moreira (2006). Para o desenvolvimento desse artigo iremos avaliar a capacidade
instalada pelas instalações da empresa, a qual utiliza o sistema de células de produção,
então a capacidade instalada da fábrica pode ser encontrada através da seguinte fórmula:
célulasdeQuantidade
ciclodeTempo
disponívelTempo
instaladaCapacidade ×= (2)
onde: Tempo disponível = tempo total disponível para produção por período de tempo;
Tempo de ciclo = tempo de ciclo de uma célula de produção;
Quantidade de células = quantidade de células que trabalham em paralelo.
Capacidade Disponível
Conforme Souza (2005) a produção ideal ou disponível é aquela que foi efetivamente
conseguida, dadas às condições de produção em que o sistema está submetido, incluindo a
competição desleal e espúria que alguns poucos utilizam na competição moderna. Diante
disso, como veremos as células não operam com eficiência de 100%, então nem toda a
capacidade instalada estará disponível para produzir. A capacidade disponível para a
produção é encontrada multiplicando-se a capacidade instalada pela eficiência operacional
da fábrica. O aumento da eficiência operacional da planta é uma atribuição da engenharia
de manufatura, e não faz parte do escopo deste trabalho a melhora desta eficiência. Por isso,
no decorrer deste trabalho será utilizada a capacidade disponível para a determinação da
capacidade ociosa.
6
Capacidade Ociosa
Para Souza (2005) os custos industriais estão em função direta ao excesso de capacidade,
que gera uma produção diferente, caracterizando-se em real, ou efetiva que não coincide
com a produção ideal, visto que todos os fatores de produção não estão plenamente
utilizados em um sistema imperfeito de produção e comercialização do produto gerado.
Assim sendo, não se está no sistema que se chama de equilíbrio walraseano da harmonia
total de uma economia. Entretanto, numa economia imperfeita, não se tem um sistema de
mercado que viva numa estrutura bem organizada, onde tudo se ajusta de acordo com a
mão invisível (invisible hand) de Smith, ao considerar que o equilíbrio de longo prazo não
se dá, com uma demanda perfeitamente elástica, com a igualdade de preço e custos médios
de longo prazo. Desta maneira, é preciso compreender o porquê deste fato, isto significa
dizer o diferencial entre produção real e a ideal e as causas da formação do excesso de
capacidade, própria de uma economia industrial imperfeita.
Portanto o excesso de capacidade exerce e participa como folga administrativa no processo
de decisão empresarial para que proporcione força a um processo competitivo mais forte e
mais estratégico diante daqueles que querem dominar o mercado a todo custo.
Análise Quantitativa
Segundo Pindyck & Rubinfeld (2004) existem três classes gerais de modelos que podem
ser construídos com a finalidade de previsão ou análise. O primeiro modelo é o de série
temporal. Nesta classe de modelos não supomos não saber algo sobre casualidade que
afeta a variável que estamos tentando prever. Examina-se o comportamento passado de
uma série temporal a fim de inferir algo sobre o seu comportamento futuro. Um exemplo de
uso de uma análise de série temporal seria o movimento das taxas de juros de curto prazo,
ou outras variáveis econômicas. Já o segundo modelo é o de regressão de uma única
equação, para essa classe de modelos a variável que queremos estudar é explicada por uma
única função, que pode ser linear ou não linear de certa quantidade de variáveis
explanatórias. Como exemplo de um modelo de regressão de uma única equação seria uma
7
equação que relacionasse uma taxa de juros particular, tal como a taxa de letras do tesouro
de três meses, a um conjunto de variáveis como a oferta de moeda, a taxa de inflação e a
taxa de mudanças do produto nacional bruto. Para o terceiro caso, teríamos os modelos de
equações múltiplas, nesta classe de modelos a variável a ser estudada pode ser uma função
de diversas variáveis explanatórias, que agora estão relacionadas entre si e também
relacionadas com a variável em estudo através de um conjunto de equações. A construção
de um modelo de equações múltiplas começa com a especificação de um conjunto de
relações individuais, cada uma das quais ajustadas aos dados disponíveis. É por um
processo de simulação que tratamos de resolver essas equações simultaneamente em algum
intervalo de tempo. Um exemplo para este modelo de equações múltiplas seria um modelo
completo da indústria de computadores no Brasil que contivesse equações para explicar
variáveis como a demanda por computadores, produção dos mesmos, emprego direto na
indústria de computadores nacional, investimento no setor e preços dos componentes
necessários para sua manufatura. Essas variáveis se relacionariam umas às outras através de
um conjunto de equações lineares e não lineares. Dadas às hipóteses sobre o
comportamento futuro de algumas variáveis como, renda nacional, taxas de juros, etc., seria
possível simular este modelo para o futuro e obter uma previsão para cada uma das
variáveis do modelo. Uma vez construído poderia ser usado para analisar o impacto, sobre a
indústria em função das mundaças em variáveis econômicas externas.
Análise Qualitativa
Quando se deseja obter informação com maior profundidade e a partir de um número
reduzido de fontes, utiliza-se a análise qualitativa. De acordo com Silva et al. (2000), “Na
pesquisa qualitativa, onde o pesquisador ocupa-se mais da profundidade do objeto de
estudo, a entrevista é um instrumento indispensável, pois pode facilitar a compreensão
detalhada das crenças, sentimentos, atitudes e valores.”
Então para este trabalho, optou-se por entrevistas realizadas pessoalmente, seguindo um
roteiro pré-estabelecido com as mesmas perguntas para todos os entrevistados, visando
obter uniformidade nas respostas, mas deixando certo grau de liberdade para que o
8
entrevistado expusesse a sua opinião sobre o assunto em questão. Esta técnica de acordo
com Silva (2000) pode ser classificada como entrevista estruturada.
De acordo com Camargo (1999), as principais vantagens desta técnica são manter o foco
em determinado assunto e fornecer informações detalhadas e relações estruturadas entre os
conceitos e as principais desvantagens são a ausência de abordagem a tópicos não relatados
na entrevista e fornecer uma compreensão fraca sobre regras e estratégias para solucionar
problemas.
Mercados
Para Boone e Kurtz (1998) o ponto de partida é entender o que significa o termo mercado,
que não pode ser definido apenas como um conjunto de pessoas e instituições com a
disposição de comprar. Para constituir um mercado, as pessoas ou instituições devem ter
poder aquisitivo, autoridade e disposição para comprar.
Mercado Varejo
De acordo com Churchill e Peter (2007) esse mercado consiste de empresas que se
especializaram em intermediar os bens de consumo e servem de elo entre os produtores e os
consumidores e tornam mais eficientes as trocas entre ambos. Após comprar a mercadoria
de fabricantes ou atacadistas, os varejistas dedicam-se a vendas individuais, quer operem ou
não em lojas. Os mesmos proporcionam benefícios tanto aos fornecedores produtores e
atacadistas quanto aos compradores. Aos primeiros porque lhes oferecem um modo
eficiente de disponibilizar os produtos aos consumidores e ao mesmo tempo com sua infra-
estrutura tecnológicas modernas acumulam informações com as quais podem proporcionar
aos fornecedores dados úteis de pesquisa de mercado. E ainda ajudam a prever as vendas e
assumem riscos ao comprar produtos perecíveis ou que se tornam obsoletos rapidamente.
Alguns varejistas também participam da distribuição física dos produtos.
9
Mercado Organizacional (Corporativo)
Segundo Kotler e Armstrong (1999) este mercado consiste em todas as organizações que
compram bens e serviços a serem usados na produção de outros produtos e serviços que são
revendidos, alugados ou fornecidos para outros a um dado lucro. Esse mercado inclui como
clientes atacadistas e varejistas. O processo de compra organizacional é o processo de
decisão pelo qual os compradores organizacionais estabelecem a necessidade de compra de
produtos e serviços e identificam, avaliam e escolhem as marcas e os fornecedores. As
empresas que vendem para outras organizações comerciais devem tentar ao máximo
compreender os mercados organizacionais e o comportamento do comprador
organizacional.
Mercados Institucionais e Governamentais
De acordo com Kotler e Armstrong (1999) mercados institucionais caracterizam-se por
baixos orçamentos e níveis de serviço correspondentemente restritos. Ainda segundo os
mesmos, o mercado governamental oferece grandes oportunidades para as empresas. De
certa forma o modo de operar deste segmento é em muitos aspectos similar ao institucional
e essas diferenças devem ser compreendidas pelas empresas que desejem efetuar negócios
com o governo. Para obter-se sucesso no mercado governamental, os vendedores devem
saber quem toma as principais decisões, identificar os fatores que afetam o comportamento
do comprador e compreender o processo de decisão de compra. A singularidade da compra
governamental é que ela é cuidadosamente controlada externamente, desde o Congresso até
uma variedade de grupos privados interessados em saber como o governo utiliza os
recursos provenientes dos contribuintes.
10
3. Metodologia - Oferecendo Desconto ao Produto
Primeiramente será analisada a eventual existência de capacidade ociosa nas instalações da
indústria. Para isto será utilizada análise de regressão de uma única variável, seguindo
classificação de modelos de previsão de Pindyck e Rubinfeld (2004). Caso esta análise não
apresente correlação suficiente para a construção do modelo, será então utilizado o modelo
multivariado.
Então, será coletada uma série histórica de dados dos últimos três anos de produção para o
mercado de Varejo, Governamental e Corporativo. Desejamos obter os dados referentes à
capacidade disponível da instalação e da produção faturada pela empresa. Os resultados
determinarão a capacidade ociosa percentual média mensal. Um modelo com dados
simulados encontra-se no anexo II.
Na seqüência, com base na teoria da alavancagem financeira, será analisada a demonstração
de resultado de exercício da empresa (DRE), conforme metodologia apresentada por
Gitman (2004) e Ludícibus (1998). A alavancagem permitirá que seja calculada quanto será
a variação percentual do lucro líquido da empresa devido a uma dada variação percentual
nas vendas, conforme simulação disponível no anexo III.
Portanto, utilizando-se a capacidade ociosa média obtida na regressão e o índice de
alavancagem obtido a partir das demonstrações financeiras, será calculado o incremento no
lucro líquido decorrente do aproveitamento desta capacidade ociosa. Como toda empresa
apresenta um grau de alavancagem superior a um devido à existência de custos e despesas
fixos, o incremento do lucro deverá ser superior ao incremento da produção se mantido o
mesmo preço de venda. Esta variação do lucro acima da variação da produção abre espaço
para a utilização de uma estratégia de elasticidade-preço para aumentar as vendas da
empresa.
Em seguida, para determinar qual o segmento de mercado mais adequado para aplicação da
estratégia de elasticidade-preço, será utilizada análise qualitativa através da realização de
entrevistas estruturadas, que permitem a realização de uma entrevista com maior foco, de
acordo com Camargo (1999). O roteiro para estas entrevistas encontra-se no anexo I.
11
Combinando as informações obtidas com estas duas técnicas de pesquisa (quantitativa e
qualitativa), a empresa terá condição de avaliar o potencial de lucro que ela pode obter
explorando o aproveitamento da sua capacidade ociosa e saber para qual segmento de
mercado devem ser direcionados os esforços de promoção de vendas.
4. Considerações finais
Como descrito no decorrer desse projeto o que foi possível observar até o momento, foi o
obtido através de simulação com uso das teorias e ainda não é possível tecer ou direcionar
qualquer conclusão sobre o estudo. As simulações minimizaram os problemas e ruídos no
modelo, porém não são suficientes para validação.
Com a conclusão desse artigo pretendemos disponibilizar mais uma possibilidade estrutural
como opção para a estratégia de desconto em produtos manufaturados.
Referências
ALMEIDA Alda Rosana Pesquisa Quantitativa em administração. São Paulo: Atlas,
2006
BOONE & KURTZ Marketing Contemporâneo. São Paulo: JC, 1998.
BOTELHO, Delane Uso de Dados Escaneados na Estimação da Elasticidade-Preço. In.
BOTELHO, Delane; ZOUAIN, Deborah M. Pesquisa Quantitativa em Administração.
São Paulo: Atlas, 2006.
CAMARGO, Kátia Gavranich. Inteligência Artificial Aplicada à Nutrição na Prescrição
de Planos. Florianópolis: PPGEP/UFSC, 1999.
CHURCHILL, Gilberta Jr. Marketing Criando valor para os clientes. São Paulo:
Saraiva, 2007.
CORREA, Henrique L. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Atlas,
2005.
DAVID M. Levine. Estatística Teoria e Aplicações, Santuário: São Paulo 2002.
12
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Pearson
Addison Wesley, 2004.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. São Paulo: Atlas, 1998.
KOTLER, Philip Marketing para o Século XXI. São Paulo: Futura, 1999.
KOTLER, Philip Princípios de Marketing. São Paulo: JC, 1995.
MARCELO Milano Falcão Vieira Pesquisa Qualitativa em Administração, FGV: Rio de
Janeiro, 2006.
MARCELO Milano Falcão Vieira Pesquisa Qualitativa em Administração, FGV: Rio de
Janeiro, 2005.
MOREIRA, Daniel A. Administração da Produção e Operações. São Paulo:
Pioneira/Thomson Learning, 2006.
ROSENWALD, J. Peter, 2005. Accountable Marketing. São Paulo: Palas Athena, 2005.
SILVA, Grazielle Roberta Freitas et al. Entrevista como técnica de pesquisa qualitativa.
Niterói: Online Brazilian Journal of Nursing, 2006.
SOUSA, Luiz Gonzaga. Economia Industrial, Edição digital a texto completo acessível
em www.eumed.net/libros/2005/lgs-ei/
SYLVIA Constant Vergara Métodos de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas,
2006.
Anexo I - Roteiro para entrevista
Apresentação
Informar ao entrevistado a origem do trabalho, o seu objetivo e o tempo esperado para
duração da entrevista (1 hora). Deixar o entrevistado ciente que você tem tempo disponível
e informou o tempo apenas para o caso de ele ter compromisso posterior.
Dados pessoais
Nome do entrevistado
Posição na organização
Experiência profissional do entrevistado na área
13
Roteiro específico
Como é a segmentação de mercado dotada na sua empresa?
(Caso não tenha sido comentado) Perguntar sobre a participação de cada segmento no
mercado.
Quais destes segmentos estão sob sua responsabilidade?
Quais os fatores propulsores do consumo com maior peso nestes segmentos de mercado?
Como a elasticidade-preço pode aumentar a participação da empresa nestes segmentos
(caso seja necessário esclarecer o significado de elasticidade-preço).
Na opinião do entrevistado, em qual dos segmentos de mercado em que a empresa atua a
elasticidade-preço teria maior influência na participação de mercado da empresa?
Opcionais
Solicitar opinião do entrevistado sobre a evolução do mercado da empresa.
Quais as maiores oportunidades e ameaças a participação de mercado da sua empresa?
Encerramento
Comentários adicionais do entrevistado.
Agradecimento pelo tempo que o entrevistado dedicou a esta pesquisa.
14
Anexo II
Hipótese 1
Máquinas
Faturadas
Capacidade
disponível
Ociosidade
(%)
16.680 20.400 18,24%
11.821 20.400 42,05%
22.668 26.400 14,14%
23.421 26.400 11,28%
31.371 40.800 23,11%
32.379 40.800 20,64%
34.977 40.800 14,27%
42.399 40.800 3,92%
22.837 40.800 44,03%
37.739 40.800 7,50%
40.291 60.000 32,85%
59.114 60.000 1,48%
56.318 84.000 32,95%
44.299 84.000 47,26%
66.081 84.000 21,33%
71.129 84.000 15,32%
70.829 96.000 26,22%
62.216 96.000 35,19%
56.689 96.000 40,95%
46.848 96.000 51,20%
69.418 96.000 27,69%
91.693 120.000 23,59%
115.975 120.000 3,35%
104.480 120.000 12,93%
74.592 120.000 37,84%
73.831 120.000 38,47%
125.187 132.000 5,16%
118.296 132.000 10,38%
132.757 132.000 0,57%
126.375 132.000 4,26%
105.038 132.000 20,43%
Mediana 20,64%
Média 22,21%
Desvio Padrão 14,84%
Intervalo de confiança - -7,46%
Intervalo de confiança + 51,89%
15
A ociosidade apresenta fraca correlação com a quantidade de máquinas faturadas
mensalmente. Neste caso, a ociosidade disponível terá que ser determinada mensalmente e
a alternativa seria a aplicação de descontos progressivos durantes o mês para a utilização da
capacidade ociosa.
y	=	3E-05x	
R²	=	1	
y	=	-2E-06x	+	0.335	
R²	=	0.17787	
Ociosidade	(%)	
Máquinas	Faturadas	
Regressão	Simples
16
Hipótese 2
Máquinas
Faturadas
Capacidade
disponível
Ociosidade
(%)
16.680 20.400 18,24%
15.821 20.400 22,45%
20.668 26.400 21,71%
20.421 26.400 22,65%
32.371 40.800 20,66%
31.569 40.800 22,63%
32.977 40.800 19,17%
33.699 40.800 17,40%
35.837 40.800 12,16%
34.739 40.800 14,86%
50.291 60.000 16,18%
51.114 60.000 14,81%
72.318 84.000 13,91%
74.299 84.000 11,55%
72.081 84.000 14,19%
75.129 84.000 10,56%
80.829 96.000 15,80%
82.216 96.000 14,36%
81.689 96.000 14,91%
80.848 96.000 15,78%
80.418 96.000 16,23%
101.693 120.000 15,26%
100.975 120.000 15,85%
102.480 120.000 14,60%
101.592 120.000 15,34%
99.831 120.000 16,81%
105.187 132.000 20,31%
108.296 132.000 17,96%
112.757 132.000 14,58%
111.375 132.000 15,63%
109.038 132.000 17,40%
Mediana 15,80%
Média 16,58%
Desvio Padrão 3,16%
Intervalo de confiança - 10,26%
Intervalo de confiança + 22,90%
17
Nesta hipótese é possivel determinar-se uma ociosidade média para a instalação da
indústria. Neste caso, esta ociosidade média poderia ser ocupada antecipadamente, com um
plano de longo prazo.
y	=	1E-05x	
R²	=	1	
y	=	-4E-07x	+	0.1956	
R²	=	0.206	
Ociosidade	(%)	
Máquinas	Faturadas	
Regressão	Simples
18
Anexo III
Simulação do efeito de alavancagem
Real 2ºT
2007 Estimativa Variação
3.01 Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 598.117 639.985 7,0%
3.02 Deduções da Receita Bruta -152.118 -162.766 7,0%
3.03 Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 445.999 477.219 7,0%
3.04 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -342.831 -366.829 7,0%
3.05 Resultado Bruto 103.168 110.390 7,0%
3.06 Despesas/Receitas Operacionais -67.973 -69.206 1,8%
3.06.01 Com Vendas -63.625 -64.898 2,0%
3.06.02 Gerais e Administrativas -7.247 -7.283 0,5%
3.06.03 Financeiras 2.510 2.585 3,0%
3.06.03.01 Receitas Financeiras 8.069 8.311 3,0%
3.06.03.02 Despesas Financeiras -5.559 -5.726 3,0%
3.06.04 Outras Receitas Operacionais 389 389 0,0%
3.06.05 Outras Despesas Operacionais 0 0
3.06.06 Resultado da Equivalência Patrimonial 0 0
3.07 Resultado Operacional 35.195 41.183 17,0%
3.08 Resultado Não Operacional 0 0
3.08.01 Receitas 0 0
3.08.02 Despesas 0 0
3.09 Resultado Antes Tributação/Participações 35.195 41.183 17,0%
3.10 Provisão para IR e Contribuição Social -9.377 -10.972 17,0%
3.11 IR Diferido -2.422 -2.834 17,0%
3.12 Participações/Contribuições Estatutárias 0 0
3.12.01 Participações 0 0
3.12.02 Contribuições 0 0
3.13 Reversão dos Juros sobre Capital Próprio 0 0
3.15 Lucro/Prejuízo do Período 23.396 27.377 17,0%
Grau de Alavancagem Total (GAT) 2,4
Variação estimada da receita bruta 7,0%
Variação estimada da despesa com vendas 2,0%
Variação estimada das despesas gerais e administrativas 0,5%
Variação estimada da receita e despesa financeira 3,0%
OBS: Outros itens estão com variação igual à variação da receita bruta.
Nesta simulação, para um aumento de 9% na receita com as vendas, haveria um aumento
no lucro líquido de 17%.

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Elasticidade-Preço-20015

  • 1. CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA Mestre Em Gestão Empresarial – Jaime Maeda A Possibilidade de Uso da Elasticidade-Preço Para Aproveitar a Capacidade Ociosa do Processo Produtivo Fabril Trabalho realizado para avaliação parcial na disciplina de “Gestão de Marketing”, sob orientação do Prof. Dr. Delane Botelho, durante o curso de Mestrado em Gestão Empresarial. Curitiba Outubro 2007
  • 2. 1 A Possibilidade de Uso da Elasticidade-Preço Para Aproveitar a Capacidade Ociosa do Processo Produtivo Fabril. Resumo Apresentaremos nesse artigo uma proposta sobre a possibilidade do uso da elasticidade- preço aproveitando a disponibilidade da capacidade ociosa do processo de manufatura. E para fins de ensaios usaremos como referência os dados de um grande fabricante de computadores nacional. Portanto, pretende-se oferecer uma estratégia de adequação de preços e descontos. Primeiramente será analisada a eventual existência de capacidade ociosa média mensal nas instalações da indústria. Na seqüência seguinte, com base na teoria da alavancagem financeira, será analisada a demonstração de resultado de exercício da empresa (DRE), para determinar quanto será a variação percentual do lucro líquido da empresa devido a uma dada variação percentual nas vendas. Como o mercado de computadores está dividido em três, varejo, corporativo e governamental, será necessário aplicarmos métodos qualitativos por meio de entrevistas e análises quantitativas para interpretação e análises dos dados. Com a conclusão desse artigo pretendemos disponibilizar mais uma possibilidade estrutural como opção para a estratégia de desconto em produtos manufaturados. Palavras-Chave: Marketing, Elasticidade-Preço e Capacidade Ociosa. 1. Introdução Ao refletir sobre o ambiente econômico cada vez mais competitivo, Rosenwald (2005) escreve que, o mundo comercial no qual as empresas estão intensificando a busca por eficiência em todas as suas atividades e o marketing, anteriormente imune, em grande parte, à exigente disciplina da mensurabilidade, está sendo julgado por novas regras. Ainda Rosenwald (2005), reconhecendo que o desperdício no marketing, como em todas as demais atividades, é o inimigo do lucro, força as empresas a buscar maneiras possíveis de reduzi-los ou eliminá-los, utilizando novos parâmetros para avaliar aquilo que fazem, exigindo mensurabilidade em seu marketing para servir como base de comparação a fim de melhorar o desempenho. Para Perreault e McCarthy (1997) discorrem que além do que
  • 3. 2 pensa a maioria das pessoas, dirigentes de empresas, o Marketing atua além das atividades de venda e de promoção de bens e serviços. Conforme Kotler (2000) um dos fatores que caracteriza o Marketing é o dinamismo dos mercados e nesse contexto duas poderosas forças estão atuantes: tecnologia e globalização. Tecnologia referindo-se aos novos produtos/serviços que surgem no mercado continuamente e globalização com a expansão dos mercados emergentes com custos menores. Diante de tantas pressões faz-se necessário estabelecer estratégias alternativas de defesa. Sendo assim, apresentaremos nesse artigo uma proposta sobre a possibilidade do uso da elasticidade-preço aproveitando a disponibilidade da capacidade ociosa do processo de manufatura. E para fins de ensaios usaremos como referência os dados de um grande fabricante de computadores nacional. Portanto, pretende-se oferecer uma estratégia de adequação de preços e descontos. Como o mercado de computadores está dividido em três, varejo, corporativo e governamental, será necessário aplicarmos métodos qualitativos por meio de entrevistas e análises quantitativas para interpretação e análises dos dados. 2. Referenciais Teóricos Para sustentação dessa proposta é necessário o entendimento das teorias que seguem abaixo. Estratégias de Adequação de Preços De acordo com Kotler (1999) as empresas geralmente adéquam seus preços levando em conta as várias diferenças entre os consumidores e as mudanças de situações de venda. E para tal cenário resumiria em sete estratégias de adequação de preço que seriam: fixação de preços com descontos e abatimentos, fixação de preços segmentada, fixação de preços psicológica, fixação de preços promocional, fixação de preços por valor, fixação de preços geográfica e fixação de preços internacional.
  • 4. 3 Para o artigo em questão iremos usar como base a estratégia por fixação de preços com descontos e abatimentos. Que trata a redução do preço para compensar a atitude do cliente, como pagar adiantado ou promover o produto. Elasticidade-preço Segundo Boone e Kurtz (1998) elasticidade é a medida da receptividade de compradores e fornecedores a mudanças de preço. Para Botelho (2006) a sensibilidade do consumidor em relação ao preço de um produto pode ser avaliada através da medição da variação da quantidade vendida, para uma dada variação no preço do produto, sendo esta relação chamada de elasticidade-preço da demanda conforme equação a baixo. P%Δ Q%Δ Eqpp = (1) Na equação acima há a variação percentual da quantidade (Q) pela variação percentual do preço (P). Sendo assim se o preço varia, dependendo do produto, há também uma variação na quantidade. Análise de Balanço De acordo com Ludícibus (1998) a necessidade de analisar demonstrações contábeis é pelo menos tão antiga quanto à própria origem de tais peças. Nos primórdios da contabilidade esta se resumia apenas à realização de inventários. Nos dias atuais é de suma importância a análise de balanços na gestão empresarial e na avaliação de tendências por parte dos usuários. Mais recentemente, a importância da moderna análise de balanços é notada desde a segunda metade do século passado. E é prática relativamente comum o banqueiro analisar o relacionamento entre valores a receber e os a pagar de cada empreendimento a fim de determinar com mais base o risco envolvido em conceder empréstimos. Se uma boa análise de balanços é importante para os credores, investidores, agências governamentais e acionistas, ela não é menos importante para a gerência. Para este caso a análise de balanço serve como um painel geral de controle da administração, com isso construir uma série de indicadores financeiros e avaliar sua evolução em espaços de tempo mais curtos, digamos,
  • 5. 4 mensalmente. Por exemplo, a porcentagem de disponibilidade sobre o ativo global, se existir um indicador prévio do porcentual ideal ou adequado, este pode ser monitorado até diariamente. No entanto não é muito comum obter uma composição diária do ativo total. É mais provável que controlemos diariamente o nível absoluto de disponibilidades. Basicamente, o anseio de analisar os demonstrativos contábeis, e de seus relacionamentos numéricos é extrair indicações de importância para determinado interesse decisório de ordem econômica, que por fim busca a maximização dos resultados para a organização. Alavancagem A alavancagem de uma empresa nos indica o quanto o lucro líquido varia com a variação das vendas, e segundo Gitman (2004) seu sua mensuração pode ser feita através do grau de alavancagem total (GAT) através da seguinte fórmula: vendasdepercentualVariação líquidolucrodopercentualVariação GAT = O grau de alavancagem total é de grande importância neste trabalho, porque irá permitir uma estimativa da variação do lucro líquido em função de um aumento de vendas pelo aproveitamento da capacidade ociosa da instalação. Custo de Produção Conforme Dutra (2003) é os que ocorrem nos setores de produção e necessários apenas à fabricação dos produtos e à execução dos serviços, que são: matérias-primas, mão-de-obra e outros custos indispensáveis à elaboração. Custo Fabril É o total de recursos colocados à disposição da área de elaboração de bens e serviços e se constitui da soma dos três grupos, matéria-prima ou custo básico, mão-de-obra e custos gerais de fabricação, soma dos custos básicos e de transformação, ou da soma dos custos diretos ou primário geral ou indireto, Dutra (2003). Capacidade Instalada
  • 6. 5 Conforme Souza (2005) outra forma de obter o desempenho da indústria, é na sua capacidade produtiva instalada que tem efeito direto sobre a sua lucratividade. Ao considerar que a capacidade de gerar produto na empresa está correlacionada com o nível de lucratividade industrial, participando assim no processo de acumulação do capital da empresa. De acordo com Correa e Correa (2005), existem quatro arranjos físicos de produção: por produto, por processo, por posição e por células. A capacidade instalada de uma empresa pode ser avaliada por suas instalações ou pelo seu consumo de insumos, conforme Moreira (2006). Para o desenvolvimento desse artigo iremos avaliar a capacidade instalada pelas instalações da empresa, a qual utiliza o sistema de células de produção, então a capacidade instalada da fábrica pode ser encontrada através da seguinte fórmula: célulasdeQuantidade ciclodeTempo disponívelTempo instaladaCapacidade ×= (2) onde: Tempo disponível = tempo total disponível para produção por período de tempo; Tempo de ciclo = tempo de ciclo de uma célula de produção; Quantidade de células = quantidade de células que trabalham em paralelo. Capacidade Disponível Conforme Souza (2005) a produção ideal ou disponível é aquela que foi efetivamente conseguida, dadas às condições de produção em que o sistema está submetido, incluindo a competição desleal e espúria que alguns poucos utilizam na competição moderna. Diante disso, como veremos as células não operam com eficiência de 100%, então nem toda a capacidade instalada estará disponível para produzir. A capacidade disponível para a produção é encontrada multiplicando-se a capacidade instalada pela eficiência operacional da fábrica. O aumento da eficiência operacional da planta é uma atribuição da engenharia de manufatura, e não faz parte do escopo deste trabalho a melhora desta eficiência. Por isso, no decorrer deste trabalho será utilizada a capacidade disponível para a determinação da capacidade ociosa.
  • 7. 6 Capacidade Ociosa Para Souza (2005) os custos industriais estão em função direta ao excesso de capacidade, que gera uma produção diferente, caracterizando-se em real, ou efetiva que não coincide com a produção ideal, visto que todos os fatores de produção não estão plenamente utilizados em um sistema imperfeito de produção e comercialização do produto gerado. Assim sendo, não se está no sistema que se chama de equilíbrio walraseano da harmonia total de uma economia. Entretanto, numa economia imperfeita, não se tem um sistema de mercado que viva numa estrutura bem organizada, onde tudo se ajusta de acordo com a mão invisível (invisible hand) de Smith, ao considerar que o equilíbrio de longo prazo não se dá, com uma demanda perfeitamente elástica, com a igualdade de preço e custos médios de longo prazo. Desta maneira, é preciso compreender o porquê deste fato, isto significa dizer o diferencial entre produção real e a ideal e as causas da formação do excesso de capacidade, própria de uma economia industrial imperfeita. Portanto o excesso de capacidade exerce e participa como folga administrativa no processo de decisão empresarial para que proporcione força a um processo competitivo mais forte e mais estratégico diante daqueles que querem dominar o mercado a todo custo. Análise Quantitativa Segundo Pindyck & Rubinfeld (2004) existem três classes gerais de modelos que podem ser construídos com a finalidade de previsão ou análise. O primeiro modelo é o de série temporal. Nesta classe de modelos não supomos não saber algo sobre casualidade que afeta a variável que estamos tentando prever. Examina-se o comportamento passado de uma série temporal a fim de inferir algo sobre o seu comportamento futuro. Um exemplo de uso de uma análise de série temporal seria o movimento das taxas de juros de curto prazo, ou outras variáveis econômicas. Já o segundo modelo é o de regressão de uma única equação, para essa classe de modelos a variável que queremos estudar é explicada por uma única função, que pode ser linear ou não linear de certa quantidade de variáveis explanatórias. Como exemplo de um modelo de regressão de uma única equação seria uma
  • 8. 7 equação que relacionasse uma taxa de juros particular, tal como a taxa de letras do tesouro de três meses, a um conjunto de variáveis como a oferta de moeda, a taxa de inflação e a taxa de mudanças do produto nacional bruto. Para o terceiro caso, teríamos os modelos de equações múltiplas, nesta classe de modelos a variável a ser estudada pode ser uma função de diversas variáveis explanatórias, que agora estão relacionadas entre si e também relacionadas com a variável em estudo através de um conjunto de equações. A construção de um modelo de equações múltiplas começa com a especificação de um conjunto de relações individuais, cada uma das quais ajustadas aos dados disponíveis. É por um processo de simulação que tratamos de resolver essas equações simultaneamente em algum intervalo de tempo. Um exemplo para este modelo de equações múltiplas seria um modelo completo da indústria de computadores no Brasil que contivesse equações para explicar variáveis como a demanda por computadores, produção dos mesmos, emprego direto na indústria de computadores nacional, investimento no setor e preços dos componentes necessários para sua manufatura. Essas variáveis se relacionariam umas às outras através de um conjunto de equações lineares e não lineares. Dadas às hipóteses sobre o comportamento futuro de algumas variáveis como, renda nacional, taxas de juros, etc., seria possível simular este modelo para o futuro e obter uma previsão para cada uma das variáveis do modelo. Uma vez construído poderia ser usado para analisar o impacto, sobre a indústria em função das mundaças em variáveis econômicas externas. Análise Qualitativa Quando se deseja obter informação com maior profundidade e a partir de um número reduzido de fontes, utiliza-se a análise qualitativa. De acordo com Silva et al. (2000), “Na pesquisa qualitativa, onde o pesquisador ocupa-se mais da profundidade do objeto de estudo, a entrevista é um instrumento indispensável, pois pode facilitar a compreensão detalhada das crenças, sentimentos, atitudes e valores.” Então para este trabalho, optou-se por entrevistas realizadas pessoalmente, seguindo um roteiro pré-estabelecido com as mesmas perguntas para todos os entrevistados, visando obter uniformidade nas respostas, mas deixando certo grau de liberdade para que o
  • 9. 8 entrevistado expusesse a sua opinião sobre o assunto em questão. Esta técnica de acordo com Silva (2000) pode ser classificada como entrevista estruturada. De acordo com Camargo (1999), as principais vantagens desta técnica são manter o foco em determinado assunto e fornecer informações detalhadas e relações estruturadas entre os conceitos e as principais desvantagens são a ausência de abordagem a tópicos não relatados na entrevista e fornecer uma compreensão fraca sobre regras e estratégias para solucionar problemas. Mercados Para Boone e Kurtz (1998) o ponto de partida é entender o que significa o termo mercado, que não pode ser definido apenas como um conjunto de pessoas e instituições com a disposição de comprar. Para constituir um mercado, as pessoas ou instituições devem ter poder aquisitivo, autoridade e disposição para comprar. Mercado Varejo De acordo com Churchill e Peter (2007) esse mercado consiste de empresas que se especializaram em intermediar os bens de consumo e servem de elo entre os produtores e os consumidores e tornam mais eficientes as trocas entre ambos. Após comprar a mercadoria de fabricantes ou atacadistas, os varejistas dedicam-se a vendas individuais, quer operem ou não em lojas. Os mesmos proporcionam benefícios tanto aos fornecedores produtores e atacadistas quanto aos compradores. Aos primeiros porque lhes oferecem um modo eficiente de disponibilizar os produtos aos consumidores e ao mesmo tempo com sua infra- estrutura tecnológicas modernas acumulam informações com as quais podem proporcionar aos fornecedores dados úteis de pesquisa de mercado. E ainda ajudam a prever as vendas e assumem riscos ao comprar produtos perecíveis ou que se tornam obsoletos rapidamente. Alguns varejistas também participam da distribuição física dos produtos.
  • 10. 9 Mercado Organizacional (Corporativo) Segundo Kotler e Armstrong (1999) este mercado consiste em todas as organizações que compram bens e serviços a serem usados na produção de outros produtos e serviços que são revendidos, alugados ou fornecidos para outros a um dado lucro. Esse mercado inclui como clientes atacadistas e varejistas. O processo de compra organizacional é o processo de decisão pelo qual os compradores organizacionais estabelecem a necessidade de compra de produtos e serviços e identificam, avaliam e escolhem as marcas e os fornecedores. As empresas que vendem para outras organizações comerciais devem tentar ao máximo compreender os mercados organizacionais e o comportamento do comprador organizacional. Mercados Institucionais e Governamentais De acordo com Kotler e Armstrong (1999) mercados institucionais caracterizam-se por baixos orçamentos e níveis de serviço correspondentemente restritos. Ainda segundo os mesmos, o mercado governamental oferece grandes oportunidades para as empresas. De certa forma o modo de operar deste segmento é em muitos aspectos similar ao institucional e essas diferenças devem ser compreendidas pelas empresas que desejem efetuar negócios com o governo. Para obter-se sucesso no mercado governamental, os vendedores devem saber quem toma as principais decisões, identificar os fatores que afetam o comportamento do comprador e compreender o processo de decisão de compra. A singularidade da compra governamental é que ela é cuidadosamente controlada externamente, desde o Congresso até uma variedade de grupos privados interessados em saber como o governo utiliza os recursos provenientes dos contribuintes.
  • 11. 10 3. Metodologia - Oferecendo Desconto ao Produto Primeiramente será analisada a eventual existência de capacidade ociosa nas instalações da indústria. Para isto será utilizada análise de regressão de uma única variável, seguindo classificação de modelos de previsão de Pindyck e Rubinfeld (2004). Caso esta análise não apresente correlação suficiente para a construção do modelo, será então utilizado o modelo multivariado. Então, será coletada uma série histórica de dados dos últimos três anos de produção para o mercado de Varejo, Governamental e Corporativo. Desejamos obter os dados referentes à capacidade disponível da instalação e da produção faturada pela empresa. Os resultados determinarão a capacidade ociosa percentual média mensal. Um modelo com dados simulados encontra-se no anexo II. Na seqüência, com base na teoria da alavancagem financeira, será analisada a demonstração de resultado de exercício da empresa (DRE), conforme metodologia apresentada por Gitman (2004) e Ludícibus (1998). A alavancagem permitirá que seja calculada quanto será a variação percentual do lucro líquido da empresa devido a uma dada variação percentual nas vendas, conforme simulação disponível no anexo III. Portanto, utilizando-se a capacidade ociosa média obtida na regressão e o índice de alavancagem obtido a partir das demonstrações financeiras, será calculado o incremento no lucro líquido decorrente do aproveitamento desta capacidade ociosa. Como toda empresa apresenta um grau de alavancagem superior a um devido à existência de custos e despesas fixos, o incremento do lucro deverá ser superior ao incremento da produção se mantido o mesmo preço de venda. Esta variação do lucro acima da variação da produção abre espaço para a utilização de uma estratégia de elasticidade-preço para aumentar as vendas da empresa. Em seguida, para determinar qual o segmento de mercado mais adequado para aplicação da estratégia de elasticidade-preço, será utilizada análise qualitativa através da realização de entrevistas estruturadas, que permitem a realização de uma entrevista com maior foco, de acordo com Camargo (1999). O roteiro para estas entrevistas encontra-se no anexo I.
  • 12. 11 Combinando as informações obtidas com estas duas técnicas de pesquisa (quantitativa e qualitativa), a empresa terá condição de avaliar o potencial de lucro que ela pode obter explorando o aproveitamento da sua capacidade ociosa e saber para qual segmento de mercado devem ser direcionados os esforços de promoção de vendas. 4. Considerações finais Como descrito no decorrer desse projeto o que foi possível observar até o momento, foi o obtido através de simulação com uso das teorias e ainda não é possível tecer ou direcionar qualquer conclusão sobre o estudo. As simulações minimizaram os problemas e ruídos no modelo, porém não são suficientes para validação. Com a conclusão desse artigo pretendemos disponibilizar mais uma possibilidade estrutural como opção para a estratégia de desconto em produtos manufaturados. Referências ALMEIDA Alda Rosana Pesquisa Quantitativa em administração. São Paulo: Atlas, 2006 BOONE & KURTZ Marketing Contemporâneo. São Paulo: JC, 1998. BOTELHO, Delane Uso de Dados Escaneados na Estimação da Elasticidade-Preço. In. BOTELHO, Delane; ZOUAIN, Deborah M. Pesquisa Quantitativa em Administração. São Paulo: Atlas, 2006. CAMARGO, Kátia Gavranich. Inteligência Artificial Aplicada à Nutrição na Prescrição de Planos. Florianópolis: PPGEP/UFSC, 1999. CHURCHILL, Gilberta Jr. Marketing Criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2007. CORREA, Henrique L. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Atlas, 2005. DAVID M. Levine. Estatística Teoria e Aplicações, Santuário: São Paulo 2002.
  • 13. 12 GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. São Paulo: Atlas, 1998. KOTLER, Philip Marketing para o Século XXI. São Paulo: Futura, 1999. KOTLER, Philip Princípios de Marketing. São Paulo: JC, 1995. MARCELO Milano Falcão Vieira Pesquisa Qualitativa em Administração, FGV: Rio de Janeiro, 2006. MARCELO Milano Falcão Vieira Pesquisa Qualitativa em Administração, FGV: Rio de Janeiro, 2005. MOREIRA, Daniel A. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Pioneira/Thomson Learning, 2006. ROSENWALD, J. Peter, 2005. Accountable Marketing. São Paulo: Palas Athena, 2005. SILVA, Grazielle Roberta Freitas et al. Entrevista como técnica de pesquisa qualitativa. Niterói: Online Brazilian Journal of Nursing, 2006. SOUSA, Luiz Gonzaga. Economia Industrial, Edição digital a texto completo acessível em www.eumed.net/libros/2005/lgs-ei/ SYLVIA Constant Vergara Métodos de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2006. Anexo I - Roteiro para entrevista Apresentação Informar ao entrevistado a origem do trabalho, o seu objetivo e o tempo esperado para duração da entrevista (1 hora). Deixar o entrevistado ciente que você tem tempo disponível e informou o tempo apenas para o caso de ele ter compromisso posterior. Dados pessoais Nome do entrevistado Posição na organização Experiência profissional do entrevistado na área
  • 14. 13 Roteiro específico Como é a segmentação de mercado dotada na sua empresa? (Caso não tenha sido comentado) Perguntar sobre a participação de cada segmento no mercado. Quais destes segmentos estão sob sua responsabilidade? Quais os fatores propulsores do consumo com maior peso nestes segmentos de mercado? Como a elasticidade-preço pode aumentar a participação da empresa nestes segmentos (caso seja necessário esclarecer o significado de elasticidade-preço). Na opinião do entrevistado, em qual dos segmentos de mercado em que a empresa atua a elasticidade-preço teria maior influência na participação de mercado da empresa? Opcionais Solicitar opinião do entrevistado sobre a evolução do mercado da empresa. Quais as maiores oportunidades e ameaças a participação de mercado da sua empresa? Encerramento Comentários adicionais do entrevistado. Agradecimento pelo tempo que o entrevistado dedicou a esta pesquisa.
  • 15. 14 Anexo II Hipótese 1 Máquinas Faturadas Capacidade disponível Ociosidade (%) 16.680 20.400 18,24% 11.821 20.400 42,05% 22.668 26.400 14,14% 23.421 26.400 11,28% 31.371 40.800 23,11% 32.379 40.800 20,64% 34.977 40.800 14,27% 42.399 40.800 3,92% 22.837 40.800 44,03% 37.739 40.800 7,50% 40.291 60.000 32,85% 59.114 60.000 1,48% 56.318 84.000 32,95% 44.299 84.000 47,26% 66.081 84.000 21,33% 71.129 84.000 15,32% 70.829 96.000 26,22% 62.216 96.000 35,19% 56.689 96.000 40,95% 46.848 96.000 51,20% 69.418 96.000 27,69% 91.693 120.000 23,59% 115.975 120.000 3,35% 104.480 120.000 12,93% 74.592 120.000 37,84% 73.831 120.000 38,47% 125.187 132.000 5,16% 118.296 132.000 10,38% 132.757 132.000 0,57% 126.375 132.000 4,26% 105.038 132.000 20,43% Mediana 20,64% Média 22,21% Desvio Padrão 14,84% Intervalo de confiança - -7,46% Intervalo de confiança + 51,89%
  • 16. 15 A ociosidade apresenta fraca correlação com a quantidade de máquinas faturadas mensalmente. Neste caso, a ociosidade disponível terá que ser determinada mensalmente e a alternativa seria a aplicação de descontos progressivos durantes o mês para a utilização da capacidade ociosa. y = 3E-05x R² = 1 y = -2E-06x + 0.335 R² = 0.17787 Ociosidade (%) Máquinas Faturadas Regressão Simples
  • 17. 16 Hipótese 2 Máquinas Faturadas Capacidade disponível Ociosidade (%) 16.680 20.400 18,24% 15.821 20.400 22,45% 20.668 26.400 21,71% 20.421 26.400 22,65% 32.371 40.800 20,66% 31.569 40.800 22,63% 32.977 40.800 19,17% 33.699 40.800 17,40% 35.837 40.800 12,16% 34.739 40.800 14,86% 50.291 60.000 16,18% 51.114 60.000 14,81% 72.318 84.000 13,91% 74.299 84.000 11,55% 72.081 84.000 14,19% 75.129 84.000 10,56% 80.829 96.000 15,80% 82.216 96.000 14,36% 81.689 96.000 14,91% 80.848 96.000 15,78% 80.418 96.000 16,23% 101.693 120.000 15,26% 100.975 120.000 15,85% 102.480 120.000 14,60% 101.592 120.000 15,34% 99.831 120.000 16,81% 105.187 132.000 20,31% 108.296 132.000 17,96% 112.757 132.000 14,58% 111.375 132.000 15,63% 109.038 132.000 17,40% Mediana 15,80% Média 16,58% Desvio Padrão 3,16% Intervalo de confiança - 10,26% Intervalo de confiança + 22,90%
  • 18. 17 Nesta hipótese é possivel determinar-se uma ociosidade média para a instalação da indústria. Neste caso, esta ociosidade média poderia ser ocupada antecipadamente, com um plano de longo prazo. y = 1E-05x R² = 1 y = -4E-07x + 0.1956 R² = 0.206 Ociosidade (%) Máquinas Faturadas Regressão Simples
  • 19. 18 Anexo III Simulação do efeito de alavancagem Real 2ºT 2007 Estimativa Variação 3.01 Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 598.117 639.985 7,0% 3.02 Deduções da Receita Bruta -152.118 -162.766 7,0% 3.03 Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 445.999 477.219 7,0% 3.04 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -342.831 -366.829 7,0% 3.05 Resultado Bruto 103.168 110.390 7,0% 3.06 Despesas/Receitas Operacionais -67.973 -69.206 1,8% 3.06.01 Com Vendas -63.625 -64.898 2,0% 3.06.02 Gerais e Administrativas -7.247 -7.283 0,5% 3.06.03 Financeiras 2.510 2.585 3,0% 3.06.03.01 Receitas Financeiras 8.069 8.311 3,0% 3.06.03.02 Despesas Financeiras -5.559 -5.726 3,0% 3.06.04 Outras Receitas Operacionais 389 389 0,0% 3.06.05 Outras Despesas Operacionais 0 0 3.06.06 Resultado da Equivalência Patrimonial 0 0 3.07 Resultado Operacional 35.195 41.183 17,0% 3.08 Resultado Não Operacional 0 0 3.08.01 Receitas 0 0 3.08.02 Despesas 0 0 3.09 Resultado Antes Tributação/Participações 35.195 41.183 17,0% 3.10 Provisão para IR e Contribuição Social -9.377 -10.972 17,0% 3.11 IR Diferido -2.422 -2.834 17,0% 3.12 Participações/Contribuições Estatutárias 0 0 3.12.01 Participações 0 0 3.12.02 Contribuições 0 0 3.13 Reversão dos Juros sobre Capital Próprio 0 0 3.15 Lucro/Prejuízo do Período 23.396 27.377 17,0% Grau de Alavancagem Total (GAT) 2,4 Variação estimada da receita bruta 7,0% Variação estimada da despesa com vendas 2,0% Variação estimada das despesas gerais e administrativas 0,5% Variação estimada da receita e despesa financeira 3,0% OBS: Outros itens estão com variação igual à variação da receita bruta. Nesta simulação, para um aumento de 9% na receita com as vendas, haveria um aumento no lucro líquido de 17%.