O documento descreve o Período Regencial no Brasil Imperial entre 1831 e 1840. Durante esse período, o Brasil foi governado por regentes em nome do imperador Pedro II, que era menor de idade. Esse período foi marcado por intensas disputas políticas entre liberais e conservadores e por grandes revoltas como a Cabanagem, Sabinada e Revolução Farroupilha.
1. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
BRASIL IMPÉRIO 1822-1889
PRIMEIRO SEGUNDO
REINADO PERÍODO
1822-1831 REGENCIAL REINADO
1831-1840 1840- 1889
Quando D. Pedro I abdicou ao trono do Brasil, seu filho, e herdeiro da
Coroa, tinha 5 anos de idade. Durante a menoridade do futuro
Imperador, o Brasil foi governado por regentes. Esse período foi
marcado por grandes agitações que ficaram conhecidas como
Revoltas regenciais. Na tentativa de contê-las, liberais e
conservadores alternaram-se no poder. Esses dois grupos políticos
marcaram as duas principais fases da Regência: o “avanço liberal” e
o “regresso conservador”.
2. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
PERÍODO REGENCIAL
Período posterior à abdicação de Dom Pedro I (1831), quando figuras políticas
(regentes) governaram o Brasil em nome do imperador, de acordo com a
Constituição da época, até o golpe da maioridade.
Regências:
Regência Trina Provisória (2 meses de duração - 1831)
AVANÇO
Regência Trina Permanente (4 anos de duração – 1883 a LIBERAL
1835)
Regência Una de Feijó (2 anos de duração – 1835 a 1837)
Regência Una de Araujo Lima (2 anos de duração – 1838 a
REGRESSO
Regência: Ato ou efeito de reger.
1840)
Reger: Exercer o poder (rei, soberano) ou a
CONSERVADOR
regência.
Aspectos do período:
• Intensas disputas políticas, já que não havia clareza sobre como
organizar o país politicamente – uns defendiam mais autonomia
para as províncias outros não;
• Instabilidade política (agitações internas).
• Muitas revoltas armadas;
• Formação de partidos políticos;
• Formação da Guarda.
• Transição até a maioridade de D. Pedro II.
3. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
Grupos políticas do período:
• Restauradores ou Caramurus:
•Portugueses, descendentes de portugueses e burocratas ligados ao antigo
governo de D. Pedro I.
•Contrários a qualquer reforma política (conservadores).
•Absolutistas.
•Objetivo: volta de D. Pedro I.
•Liberais Moderados ou Chimangos:
•Proprietários rurais especialmente do Sudeste.
•Monarquistas e escravistas.
•Federalismo com forte controle do RJ (centralizadores).
•Principal força política que controlava o governo na época.
•Liberais Exaltados ou Farroupilhas ou Jurujubas:
•Proprietários rurais de regiões periféricas sem influência do RJ, classe média
urbana e setores do exército.
•Fim da monarquia e proclamação da República.
•Federalismo (grande autonomia provincial).
•Alguns pregavam ideais democráticos inspirados na Revolução Francesa.
•Foco de revoltas.
4. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
DESENVOLVIMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS:
5. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
Regência Provisória (Abr/Jun 1831):
Reflete os interesses dos grupos mais importantes
Francisco de Lima (exército), Carneiro Campos (Conservador) e Nicolau Pereira
(Liberais).
Buscou estabelecer paz interna
Anistia aos revoltosos
Suspensão provisória do Poder Moderador.
Proibição de criar novos impostos.
Proibição de dissolver a Câmara de Deputados.
Eleição de uma Regência Permanente.
6. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
Regência Trina Permanente (1831 – 1835):
1- Composição Francisco de Lima, Bráulio Muniz ( Norte) e Costa Carvalho (Sul).
Caráter mais liberal e menos conservador.
Objetivo manter o status - combater as revoltas.
2- Grupos políticos são redesenhados.
Os Exaltados( Liberais radicais)- defendiam o federalismo e a democratização
da sociedade.
Os Moderados(PB)- queriam conservar a estrutura política do Império e o fim
da vitaliciedade do senado.
Os Restauradores( PP+PB)- manter o Império do Brasil ligado a Portugal.
7. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
Regência Trina Permanente
Ministro da Justiça- Padre Feijó( Moderado).
Criação da Guarda Nacional- Composta membros da elite e cidadãos com direito ao
voto.
Extinguiu as revoltas liberais.
Fortalecimento de Feijó.
Tenta derrubar José Bonifácio (restaurador) Responsável por D. Pedro II.
Organizou o golpe + moderador (Assembléia não deu apoio).
Com o poder esvaziado Feijó abdicou o cargo de Ministro da Justiça.
Comando:
“coronéis”
(patente
vendida ou
eleita entre os
chamados
“cidadãos
ativos” –
eleitores).
Defesa de
interesses
pessoais dos
grandes
fazendeiros.
8. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
Regência Trina Permanente
O golpe fracassou mais as reformas foram implementadas- Avanço Liberal.
Código de Processo Criminal (1832)–Habeas Corpus
Ato Adicional 1834- Reforma a Constituição 1824.
Objetivo: conciliação entre moderados e exaltados.
Institui o federalismo ( Assembleias Legislativa Provinciais).
Capital nomeava os Presidentes de Província
RJ = Município Neutro.
Substitui a Regência Trina pela Regência Una
Com a morte de D. Pedro I é redesenhado novamente os partidos políticos.
Fim dos restauradores.
Progressista- concorda com o Ato Adicional e descentralização política.
Regressista- contra o Ato adicional e defendia o centralismo
9. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
Regência de Feijó (1835-1837)
árias revoltas pelo país (Cabanagem, Sabinada e Revolução Farroupilha).
ivisão nos Liberais Moderados:
rogressistas (posteriormente liberais): classe média urbana, alguns proprietários
rurais e alguns membros do clero. Favoráveis a Feijó e ao Ato Adicional.
egressistas (posteriormente conservadores): maioria dos grandes proprietários,
grandes comerciantes e burocratas. Centralizadores e contrários ao Ato Adicional.
eijó renuncia em 1837 (oposição crescente).
10. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
Regência de Araújo Lima (1837 –
Regressistas no poder. 1840)
Retorno da centralização monárquica.
Criação do Colégio Pedro II, Arquivo Público Nacional e Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro (“Ministério das Capacidades” – Bernardo Pereira de
Vasconcelos, ministro da Justiça).
Lei Interpretativa do Ato Adicional (Mai /1840): anulação prática do Ato
Adicional.
Capital (RJ) com poderes para nomear funcionários públicos, controlar órgãos da
polícia e da justiça nos Estados.
Aumento de disputas entre Regressistas X Progressistas.
11. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
Fundação do “Clube da Maioridade” (1840):
Grupo Progressista (ou Liberais).
Antecipação da maioridade de D. Pedro II.
Imperador = paz interna.
“Golpe da Maioridade” – vitória do grupo liberal.
Fim do período regencial.
13. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
O Golpe da Maioridade
• Desde 1835, a ideia de
antecipar a maioridade
já havia surgido no
cenário político da Corte.
Proprietários de
escravos e de terras
estavam assustados com
a experiência de
descentralização
ocorrida durante o
Período Regencial, que
resultara em tantas
revoltas sociais. O
restabelecimento da
autoridade monárquica
era visto como a solução
para a crise política.
• O movimento, liderado por Antônio Carlos de Andrada, transformou-se num
golpe palaciano, que terminou com a queda dos conservadores e a volta dos
liberais.
14. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
PRINCIPAIS REVOLTAS DO PERÍODO REGENCIAL
15. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
CABANAGEM - PARÁ (1835-1840)
16. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
•CAUSAS: Isolamento da província, discordância dos participantes com o governo
de D. Pedro I
•OBJETIVOS: Independência da Província e Proclamação de uma república
•LÍDERES: Antônio e Franscisco Vinagre
•TERMINOU: Reação violenta do governo houve entre 30 ou 40 mil mortos
CARACTERÍSTICAS
Ampla participação popular (índios, negros, mestiços, escravos ou livres,
porém, todos sem posses).
Luta contra desigualdades.
Sem programa político definido.
Chegaram a tomar o poder mas foram traídos (Antônio Malcher, Francisco
Vinagre e Eduardo Angelim).
Por ser a mais popular das revoltas, foi a mais severamente reprimida (30 mil
mortos ou 25% da população total da Província).
As lideranças anônimas da Cabanagem: Domingos Onça, Mãe da Chuva, João
do Mato, Sapateiro, Remeiro, Gigante do Fumo, Piroca Cana, Chico Viado, Pepira,
Zefa de Cima, Zefa de Baixo, Maria da Bunda, etc.
17. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
SABINADA BAHIA (1837)
Bandeira da República Bahiense, proclamada durante
a rebelião.
18. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
CAUSAS: Oposição ao centralismo, renuncia de Feijó e eleição de Araújo Silva
OBJETIVO: Falta de propostas concretas, não tinha caráter separatista.
LÍDER: Francisco Sabino Álvares da Rocha
TERMINOU: prisão ou morte.
CARACTERÍSTICAS
Dificuldades econômicas da Província (causa principal) e recrutamento
forçado para lutar contra os Farrapos no sul (causa imediata).
Objetivo: República Provisória até a maioridade de D. Pedro II.
Adesão da classe média urbana.
Líderes presos ou mortos e expulsos da Bahia.
19. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
BALAIADA
MARANHÃO 1838-1841
20. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
• CAUSAS: crise econômica do algodão e divergências entre grupos locais
• OBJETIVO:F alta de propostas concretas e antilusitanas
• LÍDER: Balaios: Raimundo Gomes, Manuel Francisco dos Anjos e o preto
Cosme
Legalistas Barão de Caxias
• TERMINOU: prisão e condenação à morte.
CARACTERÍSTICAS
Manuel dos Anjos Ferreira (o “Balaio”), Raimundo Gomes (o “Cara Preta”) e
Negro Cosme Bento: principais líderes.
Causas: pobreza generalizada, concorrência com algodão dos EUA, privilégios de
latifundiários e comerciantes portugueses.
Vinganças pessoais (sem projeto político).
Desunião entre participantes.
Manipulados e traídos pelos liberais locais (“bem-te-vis”).
Reprimidos por Luís Alves de Lima e Silva (futuro Duque de Caxias).
21. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos (1835 a
1845)
• Batalha de
Farrapos.
José Wasth
Rodrigues,
PMSP.
• A república de Piratini que ocupou o espaço geográfico dos atuais
Estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul,contou com a
participação dos escravos nesse movimento separatista proclamada por
Bento Gonçalves.
22. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
• CAUSAS: impostos exigidos pela produção de charque; discordância dos
participantes com o centralismo administrativo e político.
• OBJETIVOS: Autonomia provincial,f ormação de uma República independente.
• LÍDER FARRAPOS: Bento Gonçalves, Canabarro e Garibaldi
LÍDER LEGALISTA: Duque de Caxias
• TERMINOU: após 10 anos de guerra, assinada a Paz de Ponche Verde; anistia os
culpados incorporando os farrapos às tropas do governo.
CARACTERÍSTICAS
A mais elitista e longa de todas as revoltas.
Altos impostos sobre o charque gaúcho;
Baixos impostos de importação sobre o charque platino (ARG e URU);
Nomeação do Presidente de Província (governador) pelo Rio de Janeiro, contrário
aos interesses gaúchos.
Proclamação da República do Piratini, ou República Rio-Grandense (RS, a partir
de 1835) e da República Juliana (SC, de jul-nov de 1839).
Experiência de combate (guerras fronteiriças) e recursos econômicos para manter
a guerra (elite provincial).
Não houve unanimidade: Porto Alegre apoiou o governo central, bem como
áreas de colonização germânica ou ligadas ao comércio com a capital.
23. Prof Breno Período Regencial História
Azevedo
Acordo encerra conflito em 1845: “Paz de Ponche Verde”
Anistia dos envolvidos gaúchos;
Incorporação dos farrapos no exército nacional;
Permissão para escolher o Presidente de Província;
Devolução de terras confiscadas na guerra;
Proteção ao charque gaúcho da concorrência externa;
Libertação dos escravos envolvidos (?);
“Surpresa de Porongos” (traição aos negros – 14/11/1844)
Bandeira dos Bandeira da República
farrapos Juliana
Brasão de Porto Alegre: o
termo “ leal e valerosa”
refere-se ao apoio prestado
pela cidade ao governo central
(RJ).