2. A pulverização da atenção compreende-se
como um desafio e um fator gerador de
complexidades para a comunicação.
3. No ambiente digital atual existe uma
perspectiva que se refere ao ato das pessoas
estarem em um movimento de múltiplas
conexões, e da infinidade de mensagens que
transitam nos mais diversos ambientes e
plataformas.
4. A necessidade de estar conectado, de fazer
parte de um ambiente (ou de vários), acaba por
gerar um caos no cotidiano dos seres humanos
e até mesmo um problema de ordem social,
pois um conjunto de pessoas, expostas a uma
infinidade de mensagens e estímulos, acaba por
contribuir para uma maximização da cultura do
excesso.
5. Nesse ambiente, as pessoas anseiam por mais
informação, por mais conexão, por fazer parte
de um número cada vez maior de ambientes e
plataformas, e se relacionar com uma
diversidade de pessoas.
6. A questão é que, em muitos casos, pessoas e
entidades não sabem como se posicionar em
dados momentos, e isso acaba por gerar um
caos tanto virtual quanto real, se é que se pode
permitir tal divisão.
7. O limiar da pulverização da atenção tem uma
ótica tanto sociológica quanto psicológica, pois
se trata de um evento que tem implicações
muito profundas e que não é pontual, e sim se
apresenta de uma forma contínua e intensa.
8. Apesar de tal implicação existir, em função do
foco deste texto e da profundidade que o viés
sociológico/psicológico exige, a mesma não
será discutida neste momento.
9. Dentro desse contexto, cabe uma reflexão de
como as organizações percebem e
compreendem as características desse
ambiente.
10. Observa-se que, em um universo onde obter a
atenção das pessoas é uma iniciativa cada vez
mais complexa, a necessidade de se trabalhar
em pontos de contatos alternativos, diferentes,
de testar formatos de comunicação, é algo que
pode determinar o sucesso de um esforço
mercadológico.
11. Para que uma marca consiga trabalhar nesse
ambiente pulverizado, deve-se buscar
estabelecer uma abertura com os agentes de
relacionamento, leia-se aqui não somente os
clientes ou consumidores.
12. Essa abertura facilita a comunicação com as
pessoas, desenvolve um ambiente que
aproxima e que faz com que as pessoas falem,
conversem e troquem informações com a
marca e com outras pessoas.
13. As redes sociais, por meio de suas
plataformas/ambientes na internet,
contemplam essa lógica de interação.
14. Porém, para as marcas ou quaisquer entidades
entrarem ativamente nesse meio precisa-se
ouvir muito mais do que falar, precisa-se
testar, verificar em que pontos de contato ou
em quais espaços as pessoas se encontram.
15. Há casos, por exemplo, no B2B, que a entrada
de uma marca nesses espaços exige ainda
mais planejamento, critério e uma lógica de
atuação muito mais assertiva e coerente.
16. Deve-se ter todo um suporte que transforme
uma iniciativa de comunicação em algo que
possa ser útil para o público que se pretende
envolver.
17. A criação de conteúdo, a interatividade e todo o
seu potencial compreende um processo
delicado, que exige estrutura profissional,
exige parceiros de negócios e um
background/suporte de visão por parte dos
negócios e gestores envolvidos.
18. Quando uma marca quer entrar nessas
plataformas simplesmente para ter um espaço,
sem ter um objetivo concreto e um plano,
corre-se o risco de não se conseguir
desenvolver algo coerente, que chame a
atenção, que potencialize o relacionamento da
marca com as pessoas.
19. Dada a questão de pulverização da atenção das
pessoas, tal iniciativa não irá captar a atenção,
e a interatividade, tão buscada pelas empresas,
não irá ocorrer. Ou seja, corre-se o risco de ser
tornar apenas mais um espaço, em meio a
tantos outros existentes. Nesse ponto,
percebe-se que a lógica do posicionamento é
ainda mais pertinente e necessária.
20. Por fim (se é que se pode dizer que essa
discussão termina por aqui), as marcas devem
refletir sobre a sua atual ou futura atuação em
espaços digitais.
21. Deve-se ter em mente que o que se faz lá, o
que ocorre nas plataformas digitais, reflete e
tem repercussão no “off-line”.
22. Seguindo tal linha de pensamento, cabe-se
colocar que o uso da expressão off-line ou
online apresenta complexidade em um
momento onde a convergência entre meios/
plataformas/ambientes deve ser algo natural
e priorizado pelas organizações que ousem
se comunicar no contexto contemporâneo
atual.