SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  21
Télécharger pour lire hors ligne
Antropologia Filosófica e Educação – ED 325
Prof. Dr. Jonas Bach Jr
Departamento de História e Filosofia da Educação - FE-Unicamp (PNPD/Capes) - Setembro de 2015
Filosofia da Liberdade (1894) – Rudolf Steiner
Fundamentos para uma filosofia moderna
Resultados com base na observação pensante, segundo o método das ciências naturais
Prefácio
1 – é possível encontrar no ser humano
um firme ponto de apoio para a certeza do
conhecimento
As duas perguntas:
2 – o ser humano como ser de vontade
pode atribuir a si mesmo a liberdade
Prefácio
- resposta para a segunda pergunta depende do ponto de vista
adotado frente à primeira
- existe um método de observação do ser humano capaz de lhe
dar segurança em relação aos seus conhecimentos
- esse método de observação leva à descoberta do âmbito
mental no qual o livre querer efetivamente desponta
Prefácio
O método que usaremos para tratar das duas perguntas mencionadas é tão
peculiar que, uma vez conquistado, pode se tornar uma competência real da
vida interna.
Não nos contentaremos, pois, em fornecer apenas uma resposta teórica e
abstrata que, depois de ouvida, pode ser guardada na memória.
Para o método expresso neste livro, uma tal resposta seria apenas uma ilusão.
Com efeito, não nos interessa dar uma resposta definitiva e hermética,
queremos antes de mais nada indicar um campo de atuação da mente humana
no qual a pergunta se coloca e se resolve sempre de novo por sua atividade
própria.
Prefácio
Quem conseguir encontrar esse campo interno, no qual se desenvolvem
as perguntas citadas, elaborará, a partir de sua própria observação, o
que necessita para chegar às respostas dessas duas questões tão deci-
sivas da vida humana.
Continuará, então, caminhando, com o que assim conquistou, pelas
extensões e profundezas da vida, segundo a medida que sua própria
vontade e seu destino estabelecerem. —
Parece-me assim justificado um método cognitivo validado através de
sua vivacidade e de sua afinidade com toda a vida interior do homem.
Capítulo 1
A idéia da liberdade do querer humano encontrou,
em grande número, tanto calorosos adeptos
como persistentes adversários.
Liberdade do querer:
uma das questões mais importantes da vida
Capítulo 1
os principais ataques dos adversários da liberdade
dirigem-se somente contra a liberdade da livre escolha
Spinoza e todos os que pensam como ele não levam em
consideração que o homem não tem apenas consciência de suas
ações, mas sim também das causas que o impelem.
Capítulo 1
Porém é realmente lícito confundir ações desse gênero com
outras nas quais o homem não é somente consciente de seu agir,
mas também sabe das causas que o movem?
Será que as ações dos homens são todas do mesmo gênero?
Será que é válido equiparar, cientificamente, as ações do
guerreiro no campo de batalha às do pesquisador científico no
laboratório ou, enfim, as do político em complicados assuntos
diplomáticos, à da criança que quer o leite?
Capítulo 1
Os adversários da liberdade, porém,
quase nunca perguntam se a causa de uma ação
que reconheço e discrimino em sua origem,
significa uma coação no mesmo sentido
que o processo orgânico
que leva a criança a desejar o leite.
Capítulo 1
Ainda que sejamos nós que transformemos as representações em motivos de ação, não o
fazemos livremente, mas sim segundo as peculiaridades de nossas disposições caracte-
rológicas, por conseguinte, de modo não-livre (HARTMANN)
Tampouco nesse caso não é levada devidamente em consideração a
diferença existente entre as forças motrizes que me influenciam somente
após terem sido permeadas por minha consciência e aquelas que me
determinam sem que eu tenha uma noção clara delas
Esse argumento nos conduz diretamente ao ponto de vista a ser
adotado neste trabalho. Será que é lícito levantar a questão da
liberdade isoladamente, por si mesma? E se não, com que outra
pergunta ela deveria ser vinculada?
Capítulo 1
Se realmente existir uma diferença entre uma causa motora consciente
e um impulso inconsciente de meu agir, então o primeiro caso
acarretará uma ação que precisa ser avaliada diferentemente do caso
de uma ação perpetrada em virtude de um impulso cego. A
investigação dessa diferença constituirá, pois, o primeiro passo, e o
resultado dela determinará o nosso posicionamento diante da questão
da liberdade propriamente dita.
Capítulo 1
Strauss: livre escolha
Spencer: ninguém quer sem motivo
Spinoza: não conhecimento da causa, só do desejo
Hartmann: caráter transforma representação em ação
Hamerling: ninguém quer o que não quer, já tem motivos
Rée: não percebemos causas
Consciência dos motivos?
Capítulo 1
Não generalizar as diferentes qualidades do querer
Pergunta: diferença entre causa consciente e inconsciente
Não importa se posso realizar decisão, importa como a decisão
surge em mim
Capítulo 1
Hegel:
pensar transforma
a alma em espírito
Steiner:
pensar proporciona
ao querer sua peculiaridade
Capítulo 1
O amor faz ver
O pensamento é pai do sentimento
Diz-se: o amor produz cegueira acerca das deficiências do ser amado. A coisa
também pode ser invertida e, então, dir-se-á: o amor abre justamente os
olhos para as suas qualidades; muitos passam por elas sem ver nada. Alguém
vê as qualidades e, por isso, o amor acorda em sua alma. O que ele fez, senão
formar um pensamento de algo que centenas de pessoas não percebem? Elas
não sentem o amor porque lhes falta a representação mental adequada.
Capítulo 2
Desejamos mais do que o mundo oferece
Insatisfação produtiva
O homem não é um ser homogêneo.
Sempre deseja mais do que o mundo lhe oferece.
Cada fenômeno é um problema
Cada olhar paira a natureza suscita inúmeras perguntas em nós.
Cada fenômeno observado é ao mesmo tempo um problema.
As coisas que vivenciamos se convertem assim em enigmas ou tarefas.
Capítulo 2
O excedente que procuramos nas coisas, em virtude de nosso
descontentamento com o que é oferecido imediatamente aos sentidos, divide
o nosso ser em duas partes. Tornamo-nos conscientes da diferença entre nós
e o mundo, posicionando-nos como um ente distinto diante do mundo. O
universo apresenta-se assim na contraposição Eu e Mundo.
descontentamento divide o ser em duas partes
Eu Mundo
Capítulo 2
descontentamento divide o ser em duas partes
Eu Mundo
ciência
Cultura: busca por unidade em arte
religião
Capítulo 2
Contraposição na própria consciência
Diante de todos esses posicionamentos, é preciso ressaltar que
encontramos a contraposição primordial e básica primeiro em nossa
própria consciência. Somos nós próprios que nos afastamos da terra-
mãe, da natureza, e nos contrapomos como ‘eu’ ao ‘mundo’.
Uma reflexão simples nos poderá indicar o caminho: nós nos desligamos
da natureza, mas devemos ter levado alguma coisa para o interior do
nosso próprio ser. Precisamos procurar esse vestígio da natureza em nós
e então encontraremos de novo o nexo entre o eu e o mundo.
Capítulo 2
Consciência: não pesquisa o passado, mas o aqui e agora
A volta: achar a natureza em nós (lemniscata)
Investigar o próprio ser
Ponto onde não sou mais eu, algo transcende
Reconciliação entre consciência e mundo

Contenu connexe

Tendances

Slide antropologia filosofica
Slide antropologia filosoficaSlide antropologia filosofica
Slide antropologia filosoficaPsicoemfoco
 
Slides Antropologia
Slides AntropologiaSlides Antropologia
Slides AntropologiaMisterios10
 
Apostila do 1º ano 3º e 4º bimestre
Apostila do 1º ano   3º e 4º bimestreApostila do 1º ano   3º e 4º bimestre
Apostila do 1º ano 3º e 4º bimestreDuzg
 
Apontamentos de Filosofia
Apontamentos de FilosofiaApontamentos de Filosofia
Apontamentos de FilosofiaLuci Bonini
 
Filosofia e o surgimento da epistemologia ou teoria do conhecimento
Filosofia e o surgimento da epistemologia ou teoria do conhecimentoFilosofia e o surgimento da epistemologia ou teoria do conhecimento
Filosofia e o surgimento da epistemologia ou teoria do conhecimentoDiego Ventura
 
Trabalho de filosofia ensino médio
Trabalho de filosofia ensino médioTrabalho de filosofia ensino médio
Trabalho de filosofia ensino médioWANDERSON JONER
 
Cap 9 A Cristianização de Aristóteles
Cap 9   A Cristianização de AristótelesCap 9   A Cristianização de Aristóteles
Cap 9 A Cristianização de AristótelesJosé Ferreira Júnior
 
“Psicologia, uma (nova) introdução” resumo
“Psicologia, uma (nova) introdução”   resumo“Psicologia, uma (nova) introdução”   resumo
“Psicologia, uma (nova) introdução” resumoNicolas Pelicioni
 
A crise da razão
A crise da razãoA crise da razão
A crise da razãoIndiens
 
filosofia da educação r2
 filosofia da educação r2 filosofia da educação r2
filosofia da educação r2Silvana Mara
 
Filosofia da educação
Filosofia da educaçãoFilosofia da educação
Filosofia da educaçãoCarlos Tesch
 
TRABALHO SOBRE A ORIGEM DA PSICOLOGIA - SÓCRATES
TRABALHO SOBRE A ORIGEM DA PSICOLOGIA - SÓCRATESTRABALHO SOBRE A ORIGEM DA PSICOLOGIA - SÓCRATES
TRABALHO SOBRE A ORIGEM DA PSICOLOGIA - SÓCRATESClodomir Araújo
 

Tendances (20)

1 apostila-filosofia go ok
1 apostila-filosofia go ok1 apostila-filosofia go ok
1 apostila-filosofia go ok
 
Slide antropologia filosofica
Slide antropologia filosoficaSlide antropologia filosofica
Slide antropologia filosofica
 
Slides Antropologia
Slides AntropologiaSlides Antropologia
Slides Antropologia
 
Apostila do 1º ano 3º e 4º bimestre
Apostila do 1º ano   3º e 4º bimestreApostila do 1º ano   3º e 4º bimestre
Apostila do 1º ano 3º e 4º bimestre
 
Trabalho de filosofia
Trabalho de filosofiaTrabalho de filosofia
Trabalho de filosofia
 
Apontamentos de Filosofia
Apontamentos de FilosofiaApontamentos de Filosofia
Apontamentos de Filosofia
 
Filosofia e o surgimento da epistemologia ou teoria do conhecimento
Filosofia e o surgimento da epistemologia ou teoria do conhecimentoFilosofia e o surgimento da epistemologia ou teoria do conhecimento
Filosofia e o surgimento da epistemologia ou teoria do conhecimento
 
Trabalho de filosofia ensino médio
Trabalho de filosofia ensino médioTrabalho de filosofia ensino médio
Trabalho de filosofia ensino médio
 
filosofia
filosofiafilosofia
filosofia
 
Cap 9 A Cristianização de Aristóteles
Cap 9   A Cristianização de AristótelesCap 9   A Cristianização de Aristóteles
Cap 9 A Cristianização de Aristóteles
 
Conteúdos filosofia
Conteúdos filosofiaConteúdos filosofia
Conteúdos filosofia
 
Slide filosofia
Slide filosofiaSlide filosofia
Slide filosofia
 
Introdução à filosofia
Introdução à filosofiaIntrodução à filosofia
Introdução à filosofia
 
“Psicologia, uma (nova) introdução” resumo
“Psicologia, uma (nova) introdução”   resumo“Psicologia, uma (nova) introdução”   resumo
“Psicologia, uma (nova) introdução” resumo
 
Epistemologia
Epistemologia Epistemologia
Epistemologia
 
A crise da razão
A crise da razãoA crise da razão
A crise da razão
 
filosofia da educação r2
 filosofia da educação r2 filosofia da educação r2
filosofia da educação r2
 
Filosofia
FilosofiaFilosofia
Filosofia
 
Filosofia da educação
Filosofia da educaçãoFilosofia da educação
Filosofia da educação
 
TRABALHO SOBRE A ORIGEM DA PSICOLOGIA - SÓCRATES
TRABALHO SOBRE A ORIGEM DA PSICOLOGIA - SÓCRATESTRABALHO SOBRE A ORIGEM DA PSICOLOGIA - SÓCRATES
TRABALHO SOBRE A ORIGEM DA PSICOLOGIA - SÓCRATES
 

Similaire à Antropologia Filosófica e Educação

Questões de psicologia - Livro psicologias uma nova introdução
Questões de psicologia - Livro psicologias uma nova introduçãoQuestões de psicologia - Livro psicologias uma nova introdução
Questões de psicologia - Livro psicologias uma nova introduçãoStefanie Rodrigues
 
O que é metafísica_Heidegger.pdf
O que é metafísica_Heidegger.pdfO que é metafísica_Heidegger.pdf
O que é metafísica_Heidegger.pdfyurihatgivagiannis
 
Davidson condições do pensamento
Davidson condições do pensamentoDavidson condições do pensamento
Davidson condições do pensamentorodrigokun
 
Humanismo x Behaviorismo
Humanismo x BehaviorismoHumanismo x Behaviorismo
Humanismo x Behaviorismomairamatoscosta
 
Humanismo x Behaviorismo
Humanismo x BehaviorismoHumanismo x Behaviorismo
Humanismo x Behaviorismomairamatoscosta
 
A filosofia da_liberdade_rudolf_steiner
A filosofia da_liberdade_rudolf_steinerA filosofia da_liberdade_rudolf_steiner
A filosofia da_liberdade_rudolf_steinerjcteixeira79
 
Rudolf steiner a eterização do sangue
Rudolf steiner   a eterização do sangueRudolf steiner   a eterização do sangue
Rudolf steiner a eterização do sangueLukas Vidal
 
Objetivos de filosofia 2ºteste 1º período tomás
Objetivos de filosofia 2ºteste   1º período tomásObjetivos de filosofia 2ºteste   1º período tomás
Objetivos de filosofia 2ºteste 1º período tomásFátima Teixeira Kika
 
Uma QuestãO De Escolha
Uma QuestãO De EscolhaUma QuestãO De Escolha
Uma QuestãO De EscolhaBre_msmd
 
Jiddu Krishnamurti -Sobre o Medo.pdf
Jiddu Krishnamurti -Sobre o Medo.pdfJiddu Krishnamurti -Sobre o Medo.pdf
Jiddu Krishnamurti -Sobre o Medo.pdfHubertoRohden2
 
IDENTIDADE DAS ENTIDADES.pptx
IDENTIDADE DAS ENTIDADES.pptxIDENTIDADE DAS ENTIDADES.pptx
IDENTIDADE DAS ENTIDADES.pptxRafaelAudibert2
 
Osho - Psicologia do Esotérico.pdf
Osho - Psicologia do Esotérico.pdfOsho - Psicologia do Esotérico.pdf
Osho - Psicologia do Esotérico.pdfHubertoRohden2
 
O vôo da águia - J. Krishanamurti
O vôo da águia - J. KrishanamurtiO vôo da águia - J. Krishanamurti
O vôo da águia - J. KrishanamurtiFabio Pedrazzi
 
Ficha trab. 10º ano
Ficha trab. 10º anoFicha trab. 10º ano
Ficha trab. 10º anomluisavalente
 
Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...
Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...
Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...Cristiano Flecha
 
Introdução ao pensamento complexo (capitulo 6)
Introdução ao pensamento complexo (capitulo 6)Introdução ao pensamento complexo (capitulo 6)
Introdução ao pensamento complexo (capitulo 6)Kyllyson Afonso
 
Krishnamurti - Palestras com Estudantes Americanos.docx.pdf
Krishnamurti - Palestras com Estudantes Americanos.docx.pdfKrishnamurti - Palestras com Estudantes Americanos.docx.pdf
Krishnamurti - Palestras com Estudantes Americanos.docx.pdfHubertoRohden2
 

Similaire à Antropologia Filosófica e Educação (20)

Questões de psicologia - Livro psicologias uma nova introdução
Questões de psicologia - Livro psicologias uma nova introduçãoQuestões de psicologia - Livro psicologias uma nova introdução
Questões de psicologia - Livro psicologias uma nova introdução
 
O que é metafísica_Heidegger.pdf
O que é metafísica_Heidegger.pdfO que é metafísica_Heidegger.pdf
O que é metafísica_Heidegger.pdf
 
Davidson condições do pensamento
Davidson condições do pensamentoDavidson condições do pensamento
Davidson condições do pensamento
 
Humanismo x Behaviorismo
Humanismo x BehaviorismoHumanismo x Behaviorismo
Humanismo x Behaviorismo
 
Humanismo x Behaviorismo
Humanismo x BehaviorismoHumanismo x Behaviorismo
Humanismo x Behaviorismo
 
A filosofia da_liberdade_rudolf_steiner
A filosofia da_liberdade_rudolf_steinerA filosofia da_liberdade_rudolf_steiner
A filosofia da_liberdade_rudolf_steiner
 
Rudolf steiner a eterização do sangue
Rudolf steiner   a eterização do sangueRudolf steiner   a eterização do sangue
Rudolf steiner a eterização do sangue
 
Objetivos de filosofia 2ºteste 1º período tomás
Objetivos de filosofia 2ºteste   1º período tomásObjetivos de filosofia 2ºteste   1º período tomás
Objetivos de filosofia 2ºteste 1º período tomás
 
Consciência e verdade
Consciência e verdadeConsciência e verdade
Consciência e verdade
 
Uma QuestãO De Escolha
Uma QuestãO De EscolhaUma QuestãO De Escolha
Uma QuestãO De Escolha
 
Kant (1) copia
Kant (1)   copiaKant (1)   copia
Kant (1) copia
 
Jiddu Krishnamurti -Sobre o Medo.pdf
Jiddu Krishnamurti -Sobre o Medo.pdfJiddu Krishnamurti -Sobre o Medo.pdf
Jiddu Krishnamurti -Sobre o Medo.pdf
 
IDENTIDADE DAS ENTIDADES.pptx
IDENTIDADE DAS ENTIDADES.pptxIDENTIDADE DAS ENTIDADES.pptx
IDENTIDADE DAS ENTIDADES.pptx
 
Osho - Psicologia do Esotérico.pdf
Osho - Psicologia do Esotérico.pdfOsho - Psicologia do Esotérico.pdf
Osho - Psicologia do Esotérico.pdf
 
O vôo da águia - J. Krishanamurti
O vôo da águia - J. KrishanamurtiO vôo da águia - J. Krishanamurti
O vôo da águia - J. Krishanamurti
 
Ficha trab. 10º ano
Ficha trab. 10º anoFicha trab. 10º ano
Ficha trab. 10º ano
 
Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...
Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...
Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...
 
O problema da motivacao moral em kant
O problema da motivacao moral em kantO problema da motivacao moral em kant
O problema da motivacao moral em kant
 
Introdução ao pensamento complexo (capitulo 6)
Introdução ao pensamento complexo (capitulo 6)Introdução ao pensamento complexo (capitulo 6)
Introdução ao pensamento complexo (capitulo 6)
 
Krishnamurti - Palestras com Estudantes Americanos.docx.pdf
Krishnamurti - Palestras com Estudantes Americanos.docx.pdfKrishnamurti - Palestras com Estudantes Americanos.docx.pdf
Krishnamurti - Palestras com Estudantes Americanos.docx.pdf
 

Plus de Jonas Bach Jr.

Antropologia Filosófica e Educação - Cap 3 a 5 (FL)
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 3 a 5 (FL)Antropologia Filosófica e Educação - Cap 3 a 5 (FL)
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 3 a 5 (FL)Jonas Bach Jr.
 
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 6 e 7 (FL)
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 6 e 7 (FL)Antropologia Filosófica e Educação - Cap 6 e 7 (FL)
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 6 e 7 (FL)Jonas Bach Jr.
 
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 8 e 9 (FL)
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 8 e 9 (FL)Antropologia Filosófica e Educação - Cap 8 e 9 (FL)
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 8 e 9 (FL)Jonas Bach Jr.
 
Diálogo Freire e Steiner : a educação para a liberdade
Diálogo Freire e Steiner : a educação para a liberdadeDiálogo Freire e Steiner : a educação para a liberdade
Diálogo Freire e Steiner : a educação para a liberdadeJonas Bach Jr.
 
Ecosofia: apresentação do projeto (Ökosophie: Projektsvorstellung
Ecosofia: apresentação do projeto (Ökosophie: ProjektsvorstellungEcosofia: apresentação do projeto (Ökosophie: Projektsvorstellung
Ecosofia: apresentação do projeto (Ökosophie: ProjektsvorstellungJonas Bach Jr.
 
Antropologia Filosófica e Educação - Prof. Dr. Jonas Bach Jr.
Antropologia Filosófica e Educação - Prof. Dr. Jonas Bach Jr.Antropologia Filosófica e Educação - Prof. Dr. Jonas Bach Jr.
Antropologia Filosófica e Educação - Prof. Dr. Jonas Bach Jr.Jonas Bach Jr.
 

Plus de Jonas Bach Jr. (6)

Antropologia Filosófica e Educação - Cap 3 a 5 (FL)
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 3 a 5 (FL)Antropologia Filosófica e Educação - Cap 3 a 5 (FL)
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 3 a 5 (FL)
 
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 6 e 7 (FL)
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 6 e 7 (FL)Antropologia Filosófica e Educação - Cap 6 e 7 (FL)
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 6 e 7 (FL)
 
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 8 e 9 (FL)
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 8 e 9 (FL)Antropologia Filosófica e Educação - Cap 8 e 9 (FL)
Antropologia Filosófica e Educação - Cap 8 e 9 (FL)
 
Diálogo Freire e Steiner : a educação para a liberdade
Diálogo Freire e Steiner : a educação para a liberdadeDiálogo Freire e Steiner : a educação para a liberdade
Diálogo Freire e Steiner : a educação para a liberdade
 
Ecosofia: apresentação do projeto (Ökosophie: Projektsvorstellung
Ecosofia: apresentação do projeto (Ökosophie: ProjektsvorstellungEcosofia: apresentação do projeto (Ökosophie: Projektsvorstellung
Ecosofia: apresentação do projeto (Ökosophie: Projektsvorstellung
 
Antropologia Filosófica e Educação - Prof. Dr. Jonas Bach Jr.
Antropologia Filosófica e Educação - Prof. Dr. Jonas Bach Jr.Antropologia Filosófica e Educação - Prof. Dr. Jonas Bach Jr.
Antropologia Filosófica e Educação - Prof. Dr. Jonas Bach Jr.
 

Dernier

COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Dernier (20)

COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 

Antropologia Filosófica e Educação

  • 1. Antropologia Filosófica e Educação – ED 325 Prof. Dr. Jonas Bach Jr Departamento de História e Filosofia da Educação - FE-Unicamp (PNPD/Capes) - Setembro de 2015
  • 2. Filosofia da Liberdade (1894) – Rudolf Steiner Fundamentos para uma filosofia moderna Resultados com base na observação pensante, segundo o método das ciências naturais
  • 3. Prefácio 1 – é possível encontrar no ser humano um firme ponto de apoio para a certeza do conhecimento As duas perguntas: 2 – o ser humano como ser de vontade pode atribuir a si mesmo a liberdade
  • 4. Prefácio - resposta para a segunda pergunta depende do ponto de vista adotado frente à primeira - existe um método de observação do ser humano capaz de lhe dar segurança em relação aos seus conhecimentos - esse método de observação leva à descoberta do âmbito mental no qual o livre querer efetivamente desponta
  • 5. Prefácio O método que usaremos para tratar das duas perguntas mencionadas é tão peculiar que, uma vez conquistado, pode se tornar uma competência real da vida interna. Não nos contentaremos, pois, em fornecer apenas uma resposta teórica e abstrata que, depois de ouvida, pode ser guardada na memória. Para o método expresso neste livro, uma tal resposta seria apenas uma ilusão. Com efeito, não nos interessa dar uma resposta definitiva e hermética, queremos antes de mais nada indicar um campo de atuação da mente humana no qual a pergunta se coloca e se resolve sempre de novo por sua atividade própria.
  • 6. Prefácio Quem conseguir encontrar esse campo interno, no qual se desenvolvem as perguntas citadas, elaborará, a partir de sua própria observação, o que necessita para chegar às respostas dessas duas questões tão deci- sivas da vida humana. Continuará, então, caminhando, com o que assim conquistou, pelas extensões e profundezas da vida, segundo a medida que sua própria vontade e seu destino estabelecerem. — Parece-me assim justificado um método cognitivo validado através de sua vivacidade e de sua afinidade com toda a vida interior do homem.
  • 7. Capítulo 1 A idéia da liberdade do querer humano encontrou, em grande número, tanto calorosos adeptos como persistentes adversários. Liberdade do querer: uma das questões mais importantes da vida
  • 8. Capítulo 1 os principais ataques dos adversários da liberdade dirigem-se somente contra a liberdade da livre escolha Spinoza e todos os que pensam como ele não levam em consideração que o homem não tem apenas consciência de suas ações, mas sim também das causas que o impelem.
  • 9. Capítulo 1 Porém é realmente lícito confundir ações desse gênero com outras nas quais o homem não é somente consciente de seu agir, mas também sabe das causas que o movem? Será que as ações dos homens são todas do mesmo gênero? Será que é válido equiparar, cientificamente, as ações do guerreiro no campo de batalha às do pesquisador científico no laboratório ou, enfim, as do político em complicados assuntos diplomáticos, à da criança que quer o leite?
  • 10. Capítulo 1 Os adversários da liberdade, porém, quase nunca perguntam se a causa de uma ação que reconheço e discrimino em sua origem, significa uma coação no mesmo sentido que o processo orgânico que leva a criança a desejar o leite.
  • 11. Capítulo 1 Ainda que sejamos nós que transformemos as representações em motivos de ação, não o fazemos livremente, mas sim segundo as peculiaridades de nossas disposições caracte- rológicas, por conseguinte, de modo não-livre (HARTMANN) Tampouco nesse caso não é levada devidamente em consideração a diferença existente entre as forças motrizes que me influenciam somente após terem sido permeadas por minha consciência e aquelas que me determinam sem que eu tenha uma noção clara delas Esse argumento nos conduz diretamente ao ponto de vista a ser adotado neste trabalho. Será que é lícito levantar a questão da liberdade isoladamente, por si mesma? E se não, com que outra pergunta ela deveria ser vinculada?
  • 12. Capítulo 1 Se realmente existir uma diferença entre uma causa motora consciente e um impulso inconsciente de meu agir, então o primeiro caso acarretará uma ação que precisa ser avaliada diferentemente do caso de uma ação perpetrada em virtude de um impulso cego. A investigação dessa diferença constituirá, pois, o primeiro passo, e o resultado dela determinará o nosso posicionamento diante da questão da liberdade propriamente dita.
  • 13. Capítulo 1 Strauss: livre escolha Spencer: ninguém quer sem motivo Spinoza: não conhecimento da causa, só do desejo Hartmann: caráter transforma representação em ação Hamerling: ninguém quer o que não quer, já tem motivos Rée: não percebemos causas Consciência dos motivos?
  • 14. Capítulo 1 Não generalizar as diferentes qualidades do querer Pergunta: diferença entre causa consciente e inconsciente Não importa se posso realizar decisão, importa como a decisão surge em mim
  • 15. Capítulo 1 Hegel: pensar transforma a alma em espírito Steiner: pensar proporciona ao querer sua peculiaridade
  • 16. Capítulo 1 O amor faz ver O pensamento é pai do sentimento Diz-se: o amor produz cegueira acerca das deficiências do ser amado. A coisa também pode ser invertida e, então, dir-se-á: o amor abre justamente os olhos para as suas qualidades; muitos passam por elas sem ver nada. Alguém vê as qualidades e, por isso, o amor acorda em sua alma. O que ele fez, senão formar um pensamento de algo que centenas de pessoas não percebem? Elas não sentem o amor porque lhes falta a representação mental adequada.
  • 17. Capítulo 2 Desejamos mais do que o mundo oferece Insatisfação produtiva O homem não é um ser homogêneo. Sempre deseja mais do que o mundo lhe oferece. Cada fenômeno é um problema Cada olhar paira a natureza suscita inúmeras perguntas em nós. Cada fenômeno observado é ao mesmo tempo um problema. As coisas que vivenciamos se convertem assim em enigmas ou tarefas.
  • 18. Capítulo 2 O excedente que procuramos nas coisas, em virtude de nosso descontentamento com o que é oferecido imediatamente aos sentidos, divide o nosso ser em duas partes. Tornamo-nos conscientes da diferença entre nós e o mundo, posicionando-nos como um ente distinto diante do mundo. O universo apresenta-se assim na contraposição Eu e Mundo. descontentamento divide o ser em duas partes Eu Mundo
  • 19. Capítulo 2 descontentamento divide o ser em duas partes Eu Mundo ciência Cultura: busca por unidade em arte religião
  • 20. Capítulo 2 Contraposição na própria consciência Diante de todos esses posicionamentos, é preciso ressaltar que encontramos a contraposição primordial e básica primeiro em nossa própria consciência. Somos nós próprios que nos afastamos da terra- mãe, da natureza, e nos contrapomos como ‘eu’ ao ‘mundo’. Uma reflexão simples nos poderá indicar o caminho: nós nos desligamos da natureza, mas devemos ter levado alguma coisa para o interior do nosso próprio ser. Precisamos procurar esse vestígio da natureza em nós e então encontraremos de novo o nexo entre o eu e o mundo.
  • 21. Capítulo 2 Consciência: não pesquisa o passado, mas o aqui e agora A volta: achar a natureza em nós (lemniscata) Investigar o próprio ser Ponto onde não sou mais eu, algo transcende Reconciliação entre consciência e mundo