A Cidade do Cabo é um destino em alta na África do Sul, com uma cultura inter-racial e lifestyle cosmopolita. O documento descreve atrações como a Table Mountain, praias de Muizenberg, bairros como Long Street e Woodstock com suas feiras orgânicas. A cidade também se destaca pela arquitetura moderna em bairros emergentes e por ser cercada de vinhedos com ótimos vinhos.
1. No extremo sul do continente africano, entre as monta-
nhas e o mar, a Cidade do Cabo une localização privilegiada
com uma cultura inter-racial e um lifestyle descontraído e
cosmopolita, que fazem dela um destino em alta. Quem
chega pode logo querer visitar o Cabo da Boa Esperança,
as famosas praias de Muizenberg e a Table Mountain. Mas
a cidade também prima pela constante renovação urbana e pela
aposta em eventos como o Design Indaba – vitrine do melhor
que se produz, ali e em outras partes do mundo, nos campos da
arquitetura, decoração de interiores, artesanato, moda, design
gráfico e joalheria, que, de 23 a 27 de fevereiro, realiza sua 14a
edição. No mês em que a Cidade do Cabo vira a capital do
design, vale a pena (re)descobri-la.
Long Street, no Centro, parece ser boa opção para começar.
Famosa por suas fachadas vitorianas, essa longa artéria
co-mercial tem bares, brechós, cafés e restaurantes para todos
os gostos. Ali há até um hotel inusitado, The Grand Daddy,
A multicultural cidade da África do Sul impressiona não só pelo
visual entre as montanhas e o mar. É um lugar em ebulição que,
entre endereços tradicionais e prédios recentes de arquitetura
arrojada, abre-se, este mês, para o 2011 Design Indaba
por João Miguel Simões fotos Adriano Brusaferri
aCidade
doCabo
émúltipla
O showroom da loja Casamento, em The
Old Biscuit Mill, tem uma variedade de
peças para casa. Na outra pág., no alto, o
prédio dessa área de compras, no bairro
de Woodstock; abaixo, à esq., vista da
cidade, que mistura montanha e praia; à
dir., lobby do hotel design 15 On Orange,
no bairro de Gardens
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2. Em sentido horário, a partir do alto, à esq., a iArt Gallery,
no bairro de Gardens; Long Street, com suas fachadas
vitorianas, restaurantes e lojas vintage; muffin à venda
no Neighbour Goods Market, a feira orgânica em
Woodstock, que tem, entre outras atrações, uma
pâtisserie. Na pág. ao lado, acima, a loja Plush Props,
em The Old Biscuit Mill; abaixo, à esq., The Taal,
monumento concebido pelo arquiteto Jan van Wijk;
à dir., Babylonstoren, a uma hora da Cidade do Cabo,
é uma antiga fazenda que funciona como hotel
e restaurante rural
conhecido por seus trailers estilizados para quem
não se contenta com acomodações convencionais.
Já o bairro de Gardens, que abriga o Company
Gardens — maior parque no coração da cidade —,
acabadeganharonovohotel-design15OnOrange,
projetadopeloescritóriolocalDhkArchitects,que
virou ícone pelo seu arrojo. Seguem-se os elegantes
bairros de Higgovale e Tamboerskloof, aos pés da
Table Mountain. Neste último, uma sensação é o
pequeno hotel-boutique Manolo, idealizado pelo
casal holandês Peter Zeeuw e Leen Filius, com sua
flamejante piscina vermelha.
Adiante, Bo-Kaap é o bairro malaio e ponto
turístico pelo colorido do seu casario art déco.
Quase colado, Waterkant é gay friendly, animado,
apostando em galerias de arte. Fica bem próximo
do Victoria & Albert Waterfront. Nessa zona
portuária há lojas de grife, além de bons cafés,
restaurantes e hotéis. Um recente é o One &
Only, dos arquitetos baseados na cidade Dennis
Fabian & Berman e Ruben Reddy, espécie de
resort urbano que tem, entre seus restaurantes, o
internacionalmente célebre Nobu.
É hora de rumar à zona leste, já fora do centro,
e de conhecer uma das grandes atrações deWood-
stock. Habitado por imigrantes de toda a África,
esse bairro, com sua arquitetura vitoriana domi-
nada pelo grande Pico do Diabo, organiza todos
os sábados de manhã, na área de comprasThe Old
Biscuit Mill, uma concorrida feira de produtos
orgânicos, a Neighbour Goods Market. O evento
atrai uma clientela bonita e descolada, que vai a
lojas como o outlet de homeware Abode ou à loja-
-estúdio dedicada à culinária Plush Props. Pausa
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3. 10 programas imperdíveis na
Cidade do Cabo
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4.
Subir de teleférico à Table Mountain.
Ir de ferry até a ilha-penitenciária de Robben, onde
esteve preso Nelson Mandela.
Reservar três dias para fazer a trilha de Hoerikwaggo
através da cordilheira dos 12 Apostles.
Ir à praia de Muizenberg, frequentada por surfistas, que
é também um bairro vibrante.
Reservar a manhã de sábado para ir ao Neighbour Goods
Market, a feira orgânica em Albert Rd., Woodstock.
Ir às compras e fazer um lanche em The Old Biscuit Mill,
no bairro de Woodstock.
Apreciar a nova arquitetura urbana dos bairros
emergentes de Century City, Sea Point e Campus Bay.
Ir ao Cabo da Boa Esperança, no extremo sul do
continente africano, onde o oceano Atlântico se
encontra com o Índico.
Admirar as mais de 700 espécies de flores do
Kirstenbosch National Botanical Garden, no setor
oriental da Table Mountain, criado em 1913.
Visitar as adegas e fazendas das Cape Winelands.
O restaurante Test Kitchen, a cargo do
chef Dale-Roberts, no Lower Woodstock;
na pág. ao lado, os interiores e o exterior
de trailers que compõem o hotel The
Grand Daddy, em Long Street
para um café? Ótima pedida é a Karoo Moon Country Store,
delicatessen que vende também mobiliário vintage. Pode-se
ainda almoçar, em grande estilo, noTest Kitchen, o restaurante
sensação do LowerWoodstock, a cargo do chef Dale-Roberts.
Os subúrbios da Cidade do Cabo estão em transformação.
Century City, na área de Milnerton, é um bairro emergente,
assumidamenteartificialefuturista.Láficaomaiorshoppingda
África, o Canal Walk. Entre as novidades arquitetônicas estão
as Crystal Towers, complexo ultramoderno que inclui hotel
de luxo, com projeto do Vivid Architects — mesmo escritório
local que assina uma ponte para pedestres de traçado elíptico.
Há ainda Knightsbrigde, dois blocos de apartamentos liga-
dos por uma ponte que abriga as coberturas, criação do grupo
sul-africano Rabie Property.
Mas esta é também uma cidade rodeada de vinhas, onde
se produzem alguns dos melhores néctares sul-africanos. Para
prová-los, basta uma curta viagem e, em pouco mais de uma
hora, então se pode admirar o encanto bucólico da região conhe-
cida por CapeWinelands. É aqui, no vale de Drakenstein, a meio
caminho entre Franschhoek e Paarl, que, com montanhas a toda
volta, encontramos a Babylonstoren. A antiga werf – nome dado
às fazendas exploradas por colonos holandeses – hoje é um hotel
rural, mas com decoração atualíssima. Onde quer que se vá, a
Cidade do Cabo não para.
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