SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  7
Télécharger pour lire hors ligne
Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1


FAMENE
NETTO, Arlindo Ugulino.
BIOQUÍMICA (PRÁTICAS DE LABORATÓRIO)

                                  ELETROFORESE E PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
                                          (Profª. Maria Auxiliadora)

        O plasma humano contém mais de 500 proteínas identificáveis. Entre essas, estão presentes proteínas
carreadoras, anticorpos, enzimas, inibidores enzimáticos, fatores da coagulação e proteínas com outras funções. A
avaliação das concentrações de proteínas séricas e as proporções das diferentes frações de proteína têm considerável
valor no diagnóstico em desordens agudas e crônicas.
        A eletroforese de proteínas (EFP) no soro é uma técnica simples para separar as proteínas do soro. É o teste de
triagem mais utilizado para investigação de anormalidades das proteínas séricas. Em condições normais, são separadas
cinco bandas do soro: albumina, alfa-1, alfa-2, beta e gamaglobulinas. Eventualmente, pode ser observada a
presença da pré-albumina. O reconhecimento de paraproteínas, normalmente encontradas nas gamopatias benignas ou
malignas é o uso diagnóstico mais importante para a EFP. Quando alteradas, as bandas apresentam-se com padrões
conhecidos para importantes patologias.
        A banda da albumina é relativamente homogênea, porém as demais são compostas por uma mistura de
diferentes proteínas. Informações adicionais podem ser encontradas nos títulos referentes às diferentes proteínas que
compõem as bandas identificadas pela eletoforese como: albumina, alfa-1-antitripsina, alfa-1-glicoproteína ácida,
haptoglobina, ceruroplasmina, entre outras.


METODOLOGIA
MATERIAL E REAGENTES
   • Fonte de Energia: pode ser a mesma cuba, sendo dotada de dois eletrodos: um positivo e outro negativo. As
      proteínas vão correr no sentido NEGATIVO        POSITIVO
   • Cuba e ponte para eletroforese: aparelho onde será depositada parte da solução tampão e sobre ela, põe-se a
      ponte com a fita de acetato celulose sobre ela.
   • Fitas de acetato de celulose: inicialmente, passa 15min numa solução tampão (pH 9,5 ± 0,2) e depois
      conservada em metanol à 40% para não ressecar. O tratamento em fita de acetato serve para retirar a condição
      de isoeletricidade entre as proteínas, para que elas obtenham cargas para que seja possível a sua migração na
      fita.
   • Aplicador: aparelho especialmente elaborado para colher pequena parte da amostra do soro para ser aplicada
      na fita.
   • Espectrofotômetro ou Densitômetro
   • Tampão veronal (pH 8,5)
   • Corante: Ponceau´S
   • Descorante: ácido acético 5%
   • Eluente: ácido acético 80%
   • Desidatrante: metanol
   • Solução Transparentizadora: 84 mL de metano
                                      1 mL de Glicerol
                                      15 mL de ácido acético glacial

TÉCNICA
   1. Colocar cerca de 100 mL do tampão em cada compartimento da cuba.
   2. Retirar as fitas de acetato de celulose da solução conservante (metanol 40%) e colocar na solução tampão por
      cerca de 20 minutos.
   3. Retirar o excesso do tampão, enxugando-a entre duas folhas de papel de filtro e adaptá-la na ponte de
      eletroforese.
   4. Aplicar a amostra na fita e aguardar 5 minutos, para completa absorção da amostra. Ligar a fonte na corrente
      elétrica durante 45 minutos.
   5. Desligar a fonte e colocar em solução corante (Ponceau´S) durante 5 minutos.
   6. Transferir a fita para a solução descorante (ácido acético a 5%), lavando várias vezes, para tirar o excesso do
      corante.
   7. A quantificação das frações pode ser feito pelo método da eluição (espectrofotômetro) ou transparentização
      (densitometria).
   8. Eluição:
           a) Identificar 6 tubos : Branco, albumina, alfa-1-globulina, alfa-2-globulina, β-globulina e gama-globulinas.


                                                                                                                            1
Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1


           b)   Colocar 2,0 mL de solução eluente (ácido acético 80%), em cada tubo, com exceção do tubo
                correspondente a albumina que será 4,0 mL (após a leitura da absorbância, multiplicar por 2).
           c)   Cortar as frações separadamente e colocar nos tubos correspondentes. Agitar até a completa
                dissolução. Para o branco, cortar uma parte da fita onde não haja fração protéica.
           d)   Efetuar a leitura no filtro verde (520nm).


CÁLCULO DO TEOR DAS FRAÇÕES PROTÉICAS (ELUIÇÃO)
   1. Determinar o teor de proteínas totais da amostra em estudo (biureto).
   2. Determinar os valores relativos (percentual de cada fração), dividindo a D.O de cada fração pela soma das D.O
      de todas as frações e multiplicar por 100.
             ∑ D.O →         100
             D.O      →        X

                Ex: Cálculo da albumina
                0,780 →        100
                0,400     → X= 51,3%

   3. Determinar o valor absoluto, usando uma regra de três:
      PT: proteína total (biureto) = 7,0 g/dL
              PT → 100
              X       →        % da fração

                Ex: Cálculo da albumina
                7,0    →       100
                 X     →      51,3%
                       X = 3,59 g/dL
                                       Quantificação das Frações Protéicas
                                  Fração      ABSORBÂNCIA Valor Relativo           g/dL
                             Albumina
                             Alfa-1-globulina
                             Alfa-2-globulina
                             Beta-globulina
                             Gama-globulina
                             ∑ D.O


   4.   Concentração da amostra:
        Concentração da Amostra (g /dL) = Absorbância do Teste x [PADRÃO]
                                          Absorbância do Padrão




                                                                                                                         2
Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1



PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
   • Albumina: sintetizada pelo fígado
   • Imunoglobulinas: produzidas pelos plasmócitos da medula óssea como parte de uma resposta imune.
   • Valor de Referência:
              Proteína total: 6,0 a 8,0 g/dL
              Albumina: 3,5 a 5,5 g/dL
              Globulinas: 1,5 a 2,5 g/dL
   • Posições dos valores na fita de acetato de celulose com relação aos pólos dos eletrodos:
           FITA DE ACETATO DE CELULOSE: (POLO -) Gama              β α2       α1 albumina (POLO +)




    1
OBS : O aumento das gamaglobulinas significa
uma gamopatia, que pode ser do tipo policlonal
(aumento relacionado à vários tipos de
imunoglobulinas, apresenta um pico difuso) ou
monoclonal (aumento relacionado a um tipo de
imunoglobulina,   característica   do     mieloma
múltiplo e do calazar, e apresenta um pico fino na
eletroforese).
OBS²: Na cirrose hepática, devido ao aumento
de gama-β-imunoglobulinas, não há uma
separação nítida dessas duas frações (banda β
larga).
OBS³: Na síndrome nefrótica há uma diminuição
nas taxas de albumina (devido a sua perda nos
glomérulos) e aumento de alfa-globulinas.
OBS4: Quando α1 e α2 estão aumentadas, tem-se uma fase aguda de uma doença. Quando α1 e α2 estão elevadas
associadas ao aumento das gamaglobulinas, tem-se uma fase de cronicidade.


ALBUMINA
         É a proteína mais abundante no plasma, respondendo por cerca de 60% da concentração total de proteínas. É
sintetizada exclusivamente pelo fígado, aparecendo primeiro no citoplasma dos hepatócitos como um precursor
chamado pró-albumina. Possui um papel muito importante em diversas funções do organismo, como o transporte de
diferentes substâncias e em especial a manutenção da pressão oncótica.
         Foram descritas mais de 20 variantes genéticas de albumina. O tipo mais comum é chamado albumina A. Essas
albuminas variantes podem resultar em uma faixa de albumina larga na eletroforese de proteína de soro ou podem dar
origem a duas faixas distintas (bisalbuminemia). Nenhuma dessas variantes foi ainda associada a manifestações
patológicas. Na rara síndrome de ausência congênita de albumina, os pacientes podem apresentar edema moderado,
mas podem poupar as conseqüências hemodinâmicas com a utilização de mecanismos compensatórios, como o
aumento das globulinas do plasma, que assumem algumas das funções da albumina. O problema bioquímico principal
nesses pacientes é uma alteração no metabolismo lipídico, com aumento de colesterol, fosfolipídios e outras
lipoproteínas.

                                                                                                                         3
Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1


        A albumina tem carga elétrica negativa. Ao ser colocada no eletrodo
negativo da cuba de eletroforese, ela é a proteína que mais corre, afastando-
se do polo negativo para chegar ao positivo.

FUNÇÕES DA ALBUMINA
        Manutenção da pressão osmótica. Transporte de hormônios
tireoideas. Transporte de hormônios lipossolúveis. Transporte de ácidos
graxos livres. Transporte de bilirrubina não conjugada. Transporte de
fármacos e drogas. Aumento da libido. União competitiva com ions de cálcio.
Controle do pH. Seu excesso ocasiona diversas doenças, como problemas
renais e hepáticos. Além disso, o consumo excessivo de albumina provoca
ganho de peso, sendo que um aumento em massa muscular sem acúmulo
de gorduras e também é responsável pelo fator anti-catabólico ou seja
bloqueia a perda de músculos.

CORRELAÇÕES CLÍNICAS
  • Hipoalbuminemia: níveis de albumina abaixo de 3,5 mg/dL    resulta na formação de edema.
  • Hiperalbuminemia:
            Condição rara, podendo ocorrer na desidratação
            Uso prolongado do torniquete na coleta de sangue venoso
  • Analbuninemia: edema moderado, acredita-se que as concentrações das outras proteínas plasmáticas
     aumentam e compensam a deficiência relativa da albumina.

CAUSAS DA DEFICIÊNCIA DA ALBUMINA
     Síntese diminuída: Desnutrição, má absorção ou hepatopatia crônica.
     Distribuição anormal ou diluição: A hipoabuminemia pode ser induzida pela superidratação ou pelo aumento da
     permeabilidade capilar (septicemia).
     Excreção anormal ou degradação: Síndrome nefrótica, enteropatias, queimaduras hemorragias.

PRÉ-ALBUMINA (20-45 mg/dL)
         Sintetizada pelo fígado, tem como função conhecida ser carreadora da tiroxina e desempenhar um papel
significativo no metabolismo da vitamina A. Forma um complexo com o retinol, que se liga posteriormente à vitamina A.
Devido à sua baixa concentração no soro, com freqüência deixa-se de observá-la na eletroforese de proteínas séricas.
Entretanto, consegue ultrapassar a barreira hematoencefálica e pode também ser sintetizada por células do plexo
coróide, o que explica seu aparecimento freqüente na eletroforese do liquor cefalorraquidiano.
         Os níveis de pré-albumina estão significativamente diminuídos em diversas patologias hepáticas e aumentados
em pacientes em uso de esteróides, como também na falência renal e durante a gravidez.
         Por apresentar uma meia-vida muito curta e ser bastante sensível às variações do aporte alimentar e ao estado
funcional hepático, é considerada um bom marcador do estado nutricional.
    • Função: transporte de hormônio tiroxina (T4)
    • Significado clínico: Reduzido processos inflamatórios agudos e nas hepatopatias


ALFA-1-GLOBULINAS
          A alfa-1-antitripsina responde por cerca de 90% das proteínas que correm na faixa das alfa-1-globulinas. A
deficiência da alfa-1-antitripsina está associada ao enfisema pulmonar e à cirrose hepática. Só é detectável pela
eletroforese quando homozigótica; os estados heterozigóticos só podem ser identificados por técnicas imunoenzimáticas
que também são utilizadas para confirmação das deficiências homozigóticas.
          É uma das proteínas de fase aguda e pode ser encontrada em outros fluidos orgânicos, como lágrimas, sêmen,
bile e líquido amniótico. Nos 10% restantes, estão a alfa-1-glicoproteína ácida, a alfafetoproteína e outras proteínas. Os
níveis se elevam nas doenças inflamatórias agudas e crônicas, neoplasias, após traumas ou cirurgias e durante a
gravidez ou estrogenioterapia. Nos hepatocarcinomas, a elevação pode acontecer pelo aumento da alfafetoproteína.
          Alfa-1-glicoproteína ácida (65%): elevada nos processos inflamatórios agudos. Nunca chega ao pico que a
          albumina chega pois não tem afinidade a corantes protéicos.
          Alfa Lipoproteína (HDL)
          Alfa-fetoproteína: origem placentária e fetal.


ALFA-2-GLOBULINAS
        Incluem a haptoglobina, a alfa-2-macroglobulina e a ceruloplasmina. Raramente encontram-se alterações nessa
banda eletroforética, já que a diminuição de um componente é compensada pelos demais mesmo dentro da faixa de
referência.
                                                                                                                             4
Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1


        Níveis elevados de alfa-2-macroglobulina associados à diminuição da albumina acontecem na síndrome
nefrótica. Os níveis de haptoglobina e de ceruloplasmina podem apresentar-se elevados em numerosas situações que
levam à reação de fase aguda. Os níveis de haptoglobina apresentam-se diminuídos nas hepatopatias graves, na
anemia megaloblástica, nas situações de aumento da hemoglobina livre, como na hemólise de eritrócitos ou na
reabsorção de grandes hematomas e na terapia com estrogênios e corticóides. Os níveis de ceruloplasmina aumen-tam
na estrogenioterapia e se encontram diminuídos na doença de Wilson, na desnutrição, na síndrome nefrótica e nas
enteropatias com perda de proteína.
         Alfa-2-macroglobulina
                 Função: transporte hormonal e inibidor das enzimas proteolíticas
                 Siginificado clínico: Aumenta na síndrome nefrótica
          Haptoglobina (50%)
          Alfa-1-antiquimiotripsina (elevada nos processos inflamatórios agudos)
         Alfa-2-macroglubulina
                 Função:transporte hormonal e inibidor das enzimas proteolíticas
                 Significado clínico: aumentado na síndrome nefrótica, hemólises, hepatite, neoplasias e cirrose.
         Haptoglobina
                 Função:formar complexo protéico com a hemoglobina livre plasmática.
                 Significado clínico: aumentado nos processos inflamatórios agudos e diminuído nas doenças
                 hemolíticas.

BETA-GLOBULINAS
          Composta pelas beta-lipoproteínas (LDL), transferrina, C3 e outros componentes do complemento, beta-2-
microglobulina e antitrombina III. A redução dessa banda não é freqüente. A anemia por deficiência de ferro leva ao
aumento da transferrina. O hipotireoidismo, a cirrose biliar, as nefroses e alguns casos de diabetes mellitus podem se
evidenciar pelo aumento de colesterol e conseqüente aumento das beta-lipoproteínas (LDL). A beta-globulina está
freqüentemente elevada nos casos de icterícia obstrutiva e menos freqüentemente em alguns casos de hepatite. Quase
sempre, está elevada nos casos de cirrose hepática. Nesses casos, pode aparecer junto com sobreposição ou fusão das
bandas beta e gama pelo aumento de IgA, que ocorre nas cirroses hepáticas, infecções de pele ou trato respiratório e na
artrite reumatóide. Elevações causadas provavelmente pelo aumento dos componentes do complemento podem ocorrer
em hipertensão maligna, doença de Cushing, poliarterite nodosa e carcinomas.
     • Transferrina:
             o Função: transporte de ferro plasmático
             o Significado clínico: aumentado na deficiência de ferro e reduzido nas hepatopatias crônicas
     • Complemento C3:
             o Significado clínico: aumentado nos processos inflamatórios agudos
     • Beta-lipoproteína (LDL)
             o Função: transporte do colesterol


GAMAGLOBULINAS
        Composta pelas imunoglobulinas, predominantemente pela IgG. As imunoglobulinas A,M,D,E e proteína C
reativa encontram-se na área de junção beta-gama. A ausência ou a diminuição da banda gama indica
imunodeficiências congênitas ou adquiridas. O aumento dessa banda sugere o aumento policlonal das gamaglobulinas
associadas a doenças inflamatórias crônicas, reações imunes, doenças hepáticas ou neoplasias disseminadas.
        As principais características das gamaglobulinas são:
        Migram desde a zona beta;
        Deficiência no uso da quimioterapia;
        Aumentado nos processos crônicos, doenças hepáticas e mieloma.

        Bandas oligoclonais podem eventualmente ser observadas em infecções virais crônicas, em algumas infecções
bacterianas como as pneumonias por pneumococos e as hepatites crônicas ativas.
        Tuberculose, sarcoidose, linfogranuloma venéreo e sífilis terciária são doenças crônicas que levam ao aumento
dessa banda. Artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico e outras colagenoses podem apresentar níveis normais a
acentuadamente aumentados, dependendo da fase de atividade da doença. Níveis aumentados também são
encontrados em linfomas malignos, doença de Hodgkin e leucemia linfocítica crônica. Tipicamente, a macroglobulinemia
de Waldenström e o mieloma múltiplo exibem um pico homogêneo, que pode ou não resultar do aumento total da área
gama.
        As hepatopatias cursam freqüentemente com aumento da banda das gamaglobulinas. Na hepatite, verifica-se
um aumento das beta e gamaglobulinas com redução da albumina. Nas cirroses, o padrão mais sugestivo consiste na
elevação da gamaglobulina de base ampla, juntamente com a fusão da beta e da gamaglobulina, sem a individualização
dos picos da chamada ponte beta-gama. Apenas cerca de 20% dos cirróticos apresentam a fusão completa, e cerca de
3% apresentam a fusão parcial.
                                                                                                                           5
Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1


       As características particulares de cada imunoglobulina são:

              IgG (75%)                                  IgA                                        IgM
      Peso      molecular:     155.000       Peso molecular: 170.000 Daltons            Peso      molecular:    950.000
      Daltons (155 KDa)                      (170 KDa)                                  Daltons (950 KDa)
      Concentração: 700-1450 mg/dL           Concentração: 90-450 mg/dL                 Concentração:
      Imunoglobulina              mais       Representa 7-15% das Ig                             H: 55-220 mg/dL
      abundante: representa 75% das          plamáticas                                          M: 45-180 mg/dL
      imunoglobulinas circulantes            Meia-vida: 6 dias                          Contribui com 5-10% das
      Protege os espaços teciduais e         Abundante nas secreções                      imunoglobulinas
      atravessa livremente a placenta        Barreira anti-séptica, protege as          Meia-vida de 5 dias
    vida-média de 22 dias.                   superfícies mucosas                        É a primeira imunoglobulina
      Entre a 18a e 20a de gestação,         Importante     componente      do            sintetizado em resposta a um
      a     IgG     é     transportada       colostro    (primeira     barreira           antígeno
      ativamente através da placenta,        imunológica)
      fornecendo deste modo, a               Promove a fagocitose
      imunidade humoral para o feto          Induz a degradação eosinófila
      e o recém-nascido, antes da            Valor de referência: 80-385
      maturação do sistema imune.            mg/dL
      Valor de referência: 700-1.500
      mg/dL




GAMOPATIAS
   • Tipo policlonal: forma não específica em uma grande variedade de infecções: aumento difuso das várias
      imunoglobulinas em toda região das gama globulinas observada na eletroforese de proteínas. Ex: Hepatopatia
      crônica, cirrose hepática (beta larga: fusão da beta-gamaglobulinas), hepatite crônica.

   •   Monoclonal:
             Denominada de Paraproteína
             Caracteriza-se pela elevação de uma determinada imunoglobulina, formando um pico estreito na fração
             gamaglobulinas.
             Proliferação de um só tipo de clone de plasmócitos que vão sintetizar um único tipo de imunoglobulina.
             Ex: mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenström, calazar.


MIELOMA MÚLTIPLO
      Redução da produção da série branca e da série vermelha e de formação de plaquetas
      Metastase óssea, apresentando dor óssea
      Diminuição da produção de imunoglobulinas normais
      Consequências:anemia e susceptibilidade à infecção
      Em 50% dos casos de mieloma as cadeias leves são produzidas em maior quantidade do que as pesadas
      Em 15% dos casos; apenas cadeias leves
      Tratamento:
              Drogas supressoras da medula óssea
              Plasmaférese (substituição do plasma do paciente por plasma normal, com retenção dos seus próprios
                     componentes celulares)




                                                                                                                            6
Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1


EXEMPLOS




           1, 3, 5, 8 - Padrão Normal
           2, 7 - Gamopatia Policlonal      1, 4, 5, 8 - Padrão Normal
           6 – Gamopatia Monoclonal (IgA)   2 - Gamopatia Policlonal
                                            3 - Gamopatia Monoclonal (IgA)
                                            6 - Gamopatia Monoclonal (IgG)




                                                                                                            7

Contenu connexe

Tendances

Tendances (20)

Aula métodos de identificação
Aula  métodos de identificaçãoAula  métodos de identificação
Aula métodos de identificação
 
Coagulação, Anticoagulação e Fibrinólise
Coagulação, Anticoagulação e FibrinóliseCoagulação, Anticoagulação e Fibrinólise
Coagulação, Anticoagulação e Fibrinólise
 
Agonista e antagonista colinérgico
Agonista e antagonista colinérgicoAgonista e antagonista colinérgico
Agonista e antagonista colinérgico
 
Aula de Farmacologia sobre Fármacos Antimicrobianos.
Aula de Farmacologia sobre Fármacos Antimicrobianos.Aula de Farmacologia sobre Fármacos Antimicrobianos.
Aula de Farmacologia sobre Fármacos Antimicrobianos.
 
Radioimunoensaio
RadioimunoensaioRadioimunoensaio
Radioimunoensaio
 
Leucemias
Leucemias Leucemias
Leucemias
 
Eletroforese de proteinas séricas
Eletroforese de proteinas séricasEletroforese de proteinas séricas
Eletroforese de proteinas séricas
 
Hemoglobinopatias
HemoglobinopatiasHemoglobinopatias
Hemoglobinopatias
 
Hemostasia e trombose
Hemostasia e tromboseHemostasia e trombose
Hemostasia e trombose
 
Aula de Pigmentações
Aula de PigmentaçõesAula de Pigmentações
Aula de Pigmentações
 
Imunodiagnóstico de doenças infecciosas
Imunodiagnóstico de doenças infecciosasImunodiagnóstico de doenças infecciosas
Imunodiagnóstico de doenças infecciosas
 
Imunodiagnóstico
ImunodiagnósticoImunodiagnóstico
Imunodiagnóstico
 
Aula 2 prm
Aula 2   prmAula 2   prm
Aula 2 prm
 
Hemostasia
HemostasiaHemostasia
Hemostasia
 
A.b aula 4 amostragem
A.b aula 4 amostragemA.b aula 4 amostragem
A.b aula 4 amostragem
 
Tabela de Tipos de Receitas Port-344/98
Tabela de Tipos de Receitas Port-344/98Tabela de Tipos de Receitas Port-344/98
Tabela de Tipos de Receitas Port-344/98
 
Exame quimico da urina
Exame quimico da urinaExame quimico da urina
Exame quimico da urina
 
Disfunções hematológicas - anemias - leucemia - homofilia
Disfunções hematológicas - anemias - leucemia - homofiliaDisfunções hematológicas - anemias - leucemia - homofilia
Disfunções hematológicas - anemias - leucemia - homofilia
 
Imunologia celular e molecular 9. ed. - Abbas.pdf
Imunologia celular e molecular 9. ed. - Abbas.pdfImunologia celular e molecular 9. ed. - Abbas.pdf
Imunologia celular e molecular 9. ed. - Abbas.pdf
 
Hipersensibilidade tipo I
Hipersensibilidade tipo IHipersensibilidade tipo I
Hipersensibilidade tipo I
 

En vedette

Bioquímica ii 07 peptídeos e proteínas (arlindo netto)
Bioquímica ii 07   peptídeos e proteínas (arlindo netto)Bioquímica ii 07   peptídeos e proteínas (arlindo netto)
Bioquímica ii 07 peptídeos e proteínas (arlindo netto)
Jucie Vasconcelos
 
Bioquímica ii 05 cadeia respiratória (arlindo netto)
Bioquímica ii 05   cadeia respiratória (arlindo netto)Bioquímica ii 05   cadeia respiratória (arlindo netto)
Bioquímica ii 05 cadeia respiratória (arlindo netto)
Jucie Vasconcelos
 
Bioquímica ii 09 ciclo da uréia (arlindo netto)
Bioquímica ii 09   ciclo da uréia (arlindo netto)Bioquímica ii 09   ciclo da uréia (arlindo netto)
Bioquímica ii 09 ciclo da uréia (arlindo netto)
Jucie Vasconcelos
 
Patologia 01 introdução - med resumos - arlindo netto
Patologia 01   introdução - med resumos - arlindo nettoPatologia 01   introdução - med resumos - arlindo netto
Patologia 01 introdução - med resumos - arlindo netto
Jucie Vasconcelos
 
Bioquímica ii 14 metabolismo do heme (arlindo netto)
Bioquímica ii 14   metabolismo do heme (arlindo netto)Bioquímica ii 14   metabolismo do heme (arlindo netto)
Bioquímica ii 14 metabolismo do heme (arlindo netto)
Jucie Vasconcelos
 
Bioquímica ii 11 lipolise (arlindo netto)
Bioquímica ii 11   lipolise (arlindo netto)Bioquímica ii 11   lipolise (arlindo netto)
Bioquímica ii 11 lipolise (arlindo netto)
Jucie Vasconcelos
 
Bioquímica ii 12 biossíntese do colesterol (arlindo netto)
Bioquímica ii 12   biossíntese do colesterol (arlindo netto)Bioquímica ii 12   biossíntese do colesterol (arlindo netto)
Bioquímica ii 12 biossíntese do colesterol (arlindo netto)
Jucie Vasconcelos
 
Bioquímica ii 10 lipogênese (arlindo netto)
Bioquímica ii 10   lipogênese (arlindo netto)Bioquímica ii 10   lipogênese (arlindo netto)
Bioquímica ii 10 lipogênese (arlindo netto)
Jucie Vasconcelos
 
Bioquímica ii 06 aminoácidos (arlindo netto)
Bioquímica ii 06   aminoácidos (arlindo netto)Bioquímica ii 06   aminoácidos (arlindo netto)
Bioquímica ii 06 aminoácidos (arlindo netto)
Jucie Vasconcelos
 
Patologia 09 pigmentação patológica
Patologia 09   pigmentação patológicaPatologia 09   pigmentação patológica
Patologia 09 pigmentação patológica
Jucie Vasconcelos
 
Patologia 05 reparo celular - med resumos - arlindo netto
Patologia 05   reparo celular - med resumos - arlindo nettoPatologia 05   reparo celular - med resumos - arlindo netto
Patologia 05 reparo celular - med resumos - arlindo netto
Jucie Vasconcelos
 
Bioquímica ii 13 metabolismo do etanol (arlindo netto)
Bioquímica ii 13   metabolismo do etanol (arlindo netto)Bioquímica ii 13   metabolismo do etanol (arlindo netto)
Bioquímica ii 13 metabolismo do etanol (arlindo netto)
Jucie Vasconcelos
 
Semiologia 10 dermatologia - semiologia dermatológica pdf
Semiologia 10   dermatologia - semiologia dermatológica pdfSemiologia 10   dermatologia - semiologia dermatológica pdf
Semiologia 10 dermatologia - semiologia dermatológica pdf
Jucie Vasconcelos
 
Patologia 07 doenças infecciosas - med resumos - arlindo netto
Patologia 07   doenças infecciosas - med resumos - arlindo nettoPatologia 07   doenças infecciosas - med resumos - arlindo netto
Patologia 07 doenças infecciosas - med resumos - arlindo netto
Jucie Vasconcelos
 
Semiologia 13 ginecologia e obstetrícia - semiologia da mulher pdf
Semiologia 13   ginecologia e obstetrícia - semiologia da mulher pdfSemiologia 13   ginecologia e obstetrícia - semiologia da mulher pdf
Semiologia 13 ginecologia e obstetrícia - semiologia da mulher pdf
Jucie Vasconcelos
 
Patologia 06 distúrbios hemodinâmicos - med resumos - arlindo netto
Patologia 06   distúrbios hemodinâmicos - med resumos - arlindo nettoPatologia 06   distúrbios hemodinâmicos - med resumos - arlindo netto
Patologia 06 distúrbios hemodinâmicos - med resumos - arlindo netto
Jucie Vasconcelos
 
Semiologia 01 anamnese e ectoscopia
Semiologia 01   anamnese e ectoscopiaSemiologia 01   anamnese e ectoscopia
Semiologia 01 anamnese e ectoscopia
Jucie Vasconcelos
 
Patologia 04 inflamação crônica - med resumos - arlindo netto
Patologia 04   inflamação crônica - med resumos - arlindo nettoPatologia 04   inflamação crônica - med resumos - arlindo netto
Patologia 04 inflamação crônica - med resumos - arlindo netto
Jucie Vasconcelos
 

En vedette (20)

ICSA29 - Proteínas plasmáticas
ICSA29 - Proteínas plasmáticasICSA29 - Proteínas plasmáticas
ICSA29 - Proteínas plasmáticas
 
Bioquímica ii 07 peptídeos e proteínas (arlindo netto)
Bioquímica ii 07   peptídeos e proteínas (arlindo netto)Bioquímica ii 07   peptídeos e proteínas (arlindo netto)
Bioquímica ii 07 peptídeos e proteínas (arlindo netto)
 
Bioquímica ii 05 cadeia respiratória (arlindo netto)
Bioquímica ii 05   cadeia respiratória (arlindo netto)Bioquímica ii 05   cadeia respiratória (arlindo netto)
Bioquímica ii 05 cadeia respiratória (arlindo netto)
 
Bioquímica ii 09 ciclo da uréia (arlindo netto)
Bioquímica ii 09   ciclo da uréia (arlindo netto)Bioquímica ii 09   ciclo da uréia (arlindo netto)
Bioquímica ii 09 ciclo da uréia (arlindo netto)
 
Patologia 01 introdução - med resumos - arlindo netto
Patologia 01   introdução - med resumos - arlindo nettoPatologia 01   introdução - med resumos - arlindo netto
Patologia 01 introdução - med resumos - arlindo netto
 
Bioquímica ii 14 metabolismo do heme (arlindo netto)
Bioquímica ii 14   metabolismo do heme (arlindo netto)Bioquímica ii 14   metabolismo do heme (arlindo netto)
Bioquímica ii 14 metabolismo do heme (arlindo netto)
 
Bioquímica ii 11 lipolise (arlindo netto)
Bioquímica ii 11   lipolise (arlindo netto)Bioquímica ii 11   lipolise (arlindo netto)
Bioquímica ii 11 lipolise (arlindo netto)
 
Anestesiologia Completa
Anestesiologia CompletaAnestesiologia Completa
Anestesiologia Completa
 
Bioquímica ii 12 biossíntese do colesterol (arlindo netto)
Bioquímica ii 12   biossíntese do colesterol (arlindo netto)Bioquímica ii 12   biossíntese do colesterol (arlindo netto)
Bioquímica ii 12 biossíntese do colesterol (arlindo netto)
 
Bioquímica ii 10 lipogênese (arlindo netto)
Bioquímica ii 10   lipogênese (arlindo netto)Bioquímica ii 10   lipogênese (arlindo netto)
Bioquímica ii 10 lipogênese (arlindo netto)
 
Bioquímica ii 06 aminoácidos (arlindo netto)
Bioquímica ii 06   aminoácidos (arlindo netto)Bioquímica ii 06   aminoácidos (arlindo netto)
Bioquímica ii 06 aminoácidos (arlindo netto)
 
Patologia 09 pigmentação patológica
Patologia 09   pigmentação patológicaPatologia 09   pigmentação patológica
Patologia 09 pigmentação patológica
 
Patologia 05 reparo celular - med resumos - arlindo netto
Patologia 05   reparo celular - med resumos - arlindo nettoPatologia 05   reparo celular - med resumos - arlindo netto
Patologia 05 reparo celular - med resumos - arlindo netto
 
Bioquímica ii 13 metabolismo do etanol (arlindo netto)
Bioquímica ii 13   metabolismo do etanol (arlindo netto)Bioquímica ii 13   metabolismo do etanol (arlindo netto)
Bioquímica ii 13 metabolismo do etanol (arlindo netto)
 
Semiologia 10 dermatologia - semiologia dermatológica pdf
Semiologia 10   dermatologia - semiologia dermatológica pdfSemiologia 10   dermatologia - semiologia dermatológica pdf
Semiologia 10 dermatologia - semiologia dermatológica pdf
 
Patologia 07 doenças infecciosas - med resumos - arlindo netto
Patologia 07   doenças infecciosas - med resumos - arlindo nettoPatologia 07   doenças infecciosas - med resumos - arlindo netto
Patologia 07 doenças infecciosas - med resumos - arlindo netto
 
Semiologia 13 ginecologia e obstetrícia - semiologia da mulher pdf
Semiologia 13   ginecologia e obstetrícia - semiologia da mulher pdfSemiologia 13   ginecologia e obstetrícia - semiologia da mulher pdf
Semiologia 13 ginecologia e obstetrícia - semiologia da mulher pdf
 
Patologia 06 distúrbios hemodinâmicos - med resumos - arlindo netto
Patologia 06   distúrbios hemodinâmicos - med resumos - arlindo nettoPatologia 06   distúrbios hemodinâmicos - med resumos - arlindo netto
Patologia 06 distúrbios hemodinâmicos - med resumos - arlindo netto
 
Semiologia 01 anamnese e ectoscopia
Semiologia 01   anamnese e ectoscopiaSemiologia 01   anamnese e ectoscopia
Semiologia 01 anamnese e ectoscopia
 
Patologia 04 inflamação crônica - med resumos - arlindo netto
Patologia 04   inflamação crônica - med resumos - arlindo nettoPatologia 04   inflamação crônica - med resumos - arlindo netto
Patologia 04 inflamação crônica - med resumos - arlindo netto
 

Similaire à Bioquímica ii 08 eletroforese e proteínas plasmáticas (arlindo netto)

Seminário Proteinograma
Seminário ProteinogramaSeminário Proteinograma
Seminário Proteinograma
Glenia Berlanda
 
Relatório Enzimas UEM por D.Petter.
Relatório Enzimas UEM por D.Petter.Relatório Enzimas UEM por D.Petter.
Relatório Enzimas UEM por D.Petter.
Deogracias Petter
 
Estrategias purificacao analises proteínas
Estrategias purificacao analises proteínasEstrategias purificacao analises proteínas
Estrategias purificacao analises proteínas
kantidio
 
Revista de biomedicina
Revista de biomedicinaRevista de biomedicina
Revista de biomedicina
johnatansi
 
Aula prática reações qualitativa par aminoácidos e proteínas
Aula prática   reações qualitativa par aminoácidos e proteínasAula prática   reações qualitativa par aminoácidos e proteínas
Aula prática reações qualitativa par aminoácidos e proteínas
Mauro Perez
 
Apresentação pos
Apresentação posApresentação pos
Apresentação pos
Ivone Costa
 

Similaire à Bioquímica ii 08 eletroforese e proteínas plasmáticas (arlindo netto) (20)

Bioquimica clinica roteiro
Bioquimica clinica   roteiroBioquimica clinica   roteiro
Bioquimica clinica roteiro
 
Ehrlichia
EhrlichiaEhrlichia
Ehrlichia
 
Seminário Proteinograma
Seminário ProteinogramaSeminário Proteinograma
Seminário Proteinograma
 
As proteinas-na-pratica-medica dosagens
As proteinas-na-pratica-medica dosagensAs proteinas-na-pratica-medica dosagens
As proteinas-na-pratica-medica dosagens
 
Enzimas no laboratorio clinico
Enzimas no laboratorio clinicoEnzimas no laboratorio clinico
Enzimas no laboratorio clinico
 
Ind albumina
Ind albuminaInd albumina
Ind albumina
 
Relatório Enzimas UEM por D.Petter.
Relatório Enzimas UEM por D.Petter.Relatório Enzimas UEM por D.Petter.
Relatório Enzimas UEM por D.Petter.
 
Estrategias purificacao analises proteínas
Estrategias purificacao analises proteínasEstrategias purificacao analises proteínas
Estrategias purificacao analises proteínas
 
Revista de biomedicina
Revista de biomedicinaRevista de biomedicina
Revista de biomedicina
 
Aula prática reações qualitativa par aminoácidos e proteínas
Aula prática   reações qualitativa par aminoácidos e proteínasAula prática   reações qualitativa par aminoácidos e proteínas
Aula prática reações qualitativa par aminoácidos e proteínas
 
Nutrição parenteral
Nutrição parenteralNutrição parenteral
Nutrição parenteral
 
aula 7. proteínas.ppt. conceitos de proteina
aula 7. proteínas.ppt. conceitos de proteinaaula 7. proteínas.ppt. conceitos de proteina
aula 7. proteínas.ppt. conceitos de proteina
 
7bioquimi 2e3
7bioquimi 2e37bioquimi 2e3
7bioquimi 2e3
 
7bioquimi 2e3
7bioquimi 2e37bioquimi 2e3
7bioquimi 2e3
 
7bioquimi 2e3
7bioquimi 2e37bioquimi 2e3
7bioquimi 2e3
 
Western blot apostila e protocolo
Western blot   apostila e protocoloWestern blot   apostila e protocolo
Western blot apostila e protocolo
 
Apresentação pos
Apresentação posApresentação pos
Apresentação pos
 
Proteínas - estrutura e funções gerais
Proteínas - estrutura e funções geraisProteínas - estrutura e funções gerais
Proteínas - estrutura e funções gerais
 
Prova bioquímica a3 2011 gabarito
Prova bioquímica a3 2011   gabaritoProva bioquímica a3 2011   gabarito
Prova bioquímica a3 2011 gabarito
 
aula antiasmáticos.pptx
aula antiasmáticos.pptxaula antiasmáticos.pptx
aula antiasmáticos.pptx
 

Plus de Jucie Vasconcelos

Plus de Jucie Vasconcelos (20)

Medresumos 2016 omf - digestório
Medresumos 2016   omf - digestórioMedresumos 2016   omf - digestório
Medresumos 2016 omf - digestório
 
Medresumos 2016 omf - cardiovascular
Medresumos 2016   omf - cardiovascularMedresumos 2016   omf - cardiovascular
Medresumos 2016 omf - cardiovascular
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 22 - ossos do crânio
Medresumos 2016   neuroanatomia 22 - ossos do crânioMedresumos 2016   neuroanatomia 22 - ossos do crânio
Medresumos 2016 neuroanatomia 22 - ossos do crânio
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 21 - grandes vias eferentes
Medresumos 2016   neuroanatomia 21 - grandes vias eferentesMedresumos 2016   neuroanatomia 21 - grandes vias eferentes
Medresumos 2016 neuroanatomia 21 - grandes vias eferentes
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 20 - grandes vias aferentes
Medresumos 2016   neuroanatomia 20 - grandes vias aferentesMedresumos 2016   neuroanatomia 20 - grandes vias aferentes
Medresumos 2016 neuroanatomia 20 - grandes vias aferentes
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 19 - sistema nervoso autônomo
Medresumos 2016   neuroanatomia 19 - sistema nervoso autônomoMedresumos 2016   neuroanatomia 19 - sistema nervoso autônomo
Medresumos 2016 neuroanatomia 19 - sistema nervoso autônomo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 17 - formação reticular
Medresumos 2016   neuroanatomia 17 - formação reticularMedresumos 2016   neuroanatomia 17 - formação reticular
Medresumos 2016 neuroanatomia 17 - formação reticular
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...
Medresumos 2016   neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...Medresumos 2016   neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...
Medresumos 2016 neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medular
Medresumos 2016   neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medularMedresumos 2016   neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medular
Medresumos 2016 neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medular
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebral
Medresumos 2016   neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebralMedresumos 2016   neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebral
Medresumos 2016 neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebral
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfalo
Medresumos 2016   neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfaloMedresumos 2016   neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfalo
Medresumos 2016 neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfalo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 12 - hipotálamo
Medresumos 2016   neuroanatomia 12 - hipotálamoMedresumos 2016   neuroanatomia 12 - hipotálamo
Medresumos 2016 neuroanatomia 12 - hipotálamo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamo
Medresumos 2016   neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamoMedresumos 2016   neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamo
Medresumos 2016 neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfalo
Medresumos 2016   neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfaloMedresumos 2016   neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfalo
Medresumos 2016 neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfalo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 09 - estrutura e funções do cerebelo
Medresumos 2016   neuroanatomia 09 - estrutura e funções do cerebeloMedresumos 2016   neuroanatomia 09 - estrutura e funções do cerebelo
Medresumos 2016 neuroanatomia 09 - estrutura e funções do cerebelo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 08 - nervos cranianos
Medresumos 2016   neuroanatomia 08 - nervos cranianosMedresumos 2016   neuroanatomia 08 - nervos cranianos
Medresumos 2016 neuroanatomia 08 - nervos cranianos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfalo
Medresumos 2016   neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfaloMedresumos 2016   neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfalo
Medresumos 2016 neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfalo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 06 - microscopia da ponte
Medresumos 2016   neuroanatomia 06 - microscopia da ponteMedresumos 2016   neuroanatomia 06 - microscopia da ponte
Medresumos 2016 neuroanatomia 06 - microscopia da ponte
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 05 - microscopia do bulbo
Medresumos 2016   neuroanatomia 05 - microscopia do bulboMedresumos 2016   neuroanatomia 05 - microscopia do bulbo
Medresumos 2016 neuroanatomia 05 - microscopia do bulbo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálico
Medresumos 2016   neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálicoMedresumos 2016   neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálico
Medresumos 2016 neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálico
 

Bioquímica ii 08 eletroforese e proteínas plasmáticas (arlindo netto)

  • 1. Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1 FAMENE NETTO, Arlindo Ugulino. BIOQUÍMICA (PRÁTICAS DE LABORATÓRIO) ELETROFORESE E PROTEÍNAS PLASMÁTICAS (Profª. Maria Auxiliadora) O plasma humano contém mais de 500 proteínas identificáveis. Entre essas, estão presentes proteínas carreadoras, anticorpos, enzimas, inibidores enzimáticos, fatores da coagulação e proteínas com outras funções. A avaliação das concentrações de proteínas séricas e as proporções das diferentes frações de proteína têm considerável valor no diagnóstico em desordens agudas e crônicas. A eletroforese de proteínas (EFP) no soro é uma técnica simples para separar as proteínas do soro. É o teste de triagem mais utilizado para investigação de anormalidades das proteínas séricas. Em condições normais, são separadas cinco bandas do soro: albumina, alfa-1, alfa-2, beta e gamaglobulinas. Eventualmente, pode ser observada a presença da pré-albumina. O reconhecimento de paraproteínas, normalmente encontradas nas gamopatias benignas ou malignas é o uso diagnóstico mais importante para a EFP. Quando alteradas, as bandas apresentam-se com padrões conhecidos para importantes patologias. A banda da albumina é relativamente homogênea, porém as demais são compostas por uma mistura de diferentes proteínas. Informações adicionais podem ser encontradas nos títulos referentes às diferentes proteínas que compõem as bandas identificadas pela eletoforese como: albumina, alfa-1-antitripsina, alfa-1-glicoproteína ácida, haptoglobina, ceruroplasmina, entre outras. METODOLOGIA MATERIAL E REAGENTES • Fonte de Energia: pode ser a mesma cuba, sendo dotada de dois eletrodos: um positivo e outro negativo. As proteínas vão correr no sentido NEGATIVO POSITIVO • Cuba e ponte para eletroforese: aparelho onde será depositada parte da solução tampão e sobre ela, põe-se a ponte com a fita de acetato celulose sobre ela. • Fitas de acetato de celulose: inicialmente, passa 15min numa solução tampão (pH 9,5 ± 0,2) e depois conservada em metanol à 40% para não ressecar. O tratamento em fita de acetato serve para retirar a condição de isoeletricidade entre as proteínas, para que elas obtenham cargas para que seja possível a sua migração na fita. • Aplicador: aparelho especialmente elaborado para colher pequena parte da amostra do soro para ser aplicada na fita. • Espectrofotômetro ou Densitômetro • Tampão veronal (pH 8,5) • Corante: Ponceau´S • Descorante: ácido acético 5% • Eluente: ácido acético 80% • Desidatrante: metanol • Solução Transparentizadora: 84 mL de metano 1 mL de Glicerol 15 mL de ácido acético glacial TÉCNICA 1. Colocar cerca de 100 mL do tampão em cada compartimento da cuba. 2. Retirar as fitas de acetato de celulose da solução conservante (metanol 40%) e colocar na solução tampão por cerca de 20 minutos. 3. Retirar o excesso do tampão, enxugando-a entre duas folhas de papel de filtro e adaptá-la na ponte de eletroforese. 4. Aplicar a amostra na fita e aguardar 5 minutos, para completa absorção da amostra. Ligar a fonte na corrente elétrica durante 45 minutos. 5. Desligar a fonte e colocar em solução corante (Ponceau´S) durante 5 minutos. 6. Transferir a fita para a solução descorante (ácido acético a 5%), lavando várias vezes, para tirar o excesso do corante. 7. A quantificação das frações pode ser feito pelo método da eluição (espectrofotômetro) ou transparentização (densitometria). 8. Eluição: a) Identificar 6 tubos : Branco, albumina, alfa-1-globulina, alfa-2-globulina, β-globulina e gama-globulinas. 1
  • 2. Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1 b) Colocar 2,0 mL de solução eluente (ácido acético 80%), em cada tubo, com exceção do tubo correspondente a albumina que será 4,0 mL (após a leitura da absorbância, multiplicar por 2). c) Cortar as frações separadamente e colocar nos tubos correspondentes. Agitar até a completa dissolução. Para o branco, cortar uma parte da fita onde não haja fração protéica. d) Efetuar a leitura no filtro verde (520nm). CÁLCULO DO TEOR DAS FRAÇÕES PROTÉICAS (ELUIÇÃO) 1. Determinar o teor de proteínas totais da amostra em estudo (biureto). 2. Determinar os valores relativos (percentual de cada fração), dividindo a D.O de cada fração pela soma das D.O de todas as frações e multiplicar por 100. ∑ D.O → 100 D.O → X Ex: Cálculo da albumina 0,780 → 100 0,400 → X= 51,3% 3. Determinar o valor absoluto, usando uma regra de três: PT: proteína total (biureto) = 7,0 g/dL PT → 100 X → % da fração Ex: Cálculo da albumina 7,0 → 100 X → 51,3% X = 3,59 g/dL Quantificação das Frações Protéicas Fração ABSORBÂNCIA Valor Relativo g/dL Albumina Alfa-1-globulina Alfa-2-globulina Beta-globulina Gama-globulina ∑ D.O 4. Concentração da amostra: Concentração da Amostra (g /dL) = Absorbância do Teste x [PADRÃO] Absorbância do Padrão 2
  • 3. Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1 PROTEÍNAS PLASMÁTICAS • Albumina: sintetizada pelo fígado • Imunoglobulinas: produzidas pelos plasmócitos da medula óssea como parte de uma resposta imune. • Valor de Referência: Proteína total: 6,0 a 8,0 g/dL Albumina: 3,5 a 5,5 g/dL Globulinas: 1,5 a 2,5 g/dL • Posições dos valores na fita de acetato de celulose com relação aos pólos dos eletrodos: FITA DE ACETATO DE CELULOSE: (POLO -) Gama β α2 α1 albumina (POLO +) 1 OBS : O aumento das gamaglobulinas significa uma gamopatia, que pode ser do tipo policlonal (aumento relacionado à vários tipos de imunoglobulinas, apresenta um pico difuso) ou monoclonal (aumento relacionado a um tipo de imunoglobulina, característica do mieloma múltiplo e do calazar, e apresenta um pico fino na eletroforese). OBS²: Na cirrose hepática, devido ao aumento de gama-β-imunoglobulinas, não há uma separação nítida dessas duas frações (banda β larga). OBS³: Na síndrome nefrótica há uma diminuição nas taxas de albumina (devido a sua perda nos glomérulos) e aumento de alfa-globulinas. OBS4: Quando α1 e α2 estão aumentadas, tem-se uma fase aguda de uma doença. Quando α1 e α2 estão elevadas associadas ao aumento das gamaglobulinas, tem-se uma fase de cronicidade. ALBUMINA É a proteína mais abundante no plasma, respondendo por cerca de 60% da concentração total de proteínas. É sintetizada exclusivamente pelo fígado, aparecendo primeiro no citoplasma dos hepatócitos como um precursor chamado pró-albumina. Possui um papel muito importante em diversas funções do organismo, como o transporte de diferentes substâncias e em especial a manutenção da pressão oncótica. Foram descritas mais de 20 variantes genéticas de albumina. O tipo mais comum é chamado albumina A. Essas albuminas variantes podem resultar em uma faixa de albumina larga na eletroforese de proteína de soro ou podem dar origem a duas faixas distintas (bisalbuminemia). Nenhuma dessas variantes foi ainda associada a manifestações patológicas. Na rara síndrome de ausência congênita de albumina, os pacientes podem apresentar edema moderado, mas podem poupar as conseqüências hemodinâmicas com a utilização de mecanismos compensatórios, como o aumento das globulinas do plasma, que assumem algumas das funções da albumina. O problema bioquímico principal nesses pacientes é uma alteração no metabolismo lipídico, com aumento de colesterol, fosfolipídios e outras lipoproteínas. 3
  • 4. Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1 A albumina tem carga elétrica negativa. Ao ser colocada no eletrodo negativo da cuba de eletroforese, ela é a proteína que mais corre, afastando- se do polo negativo para chegar ao positivo. FUNÇÕES DA ALBUMINA Manutenção da pressão osmótica. Transporte de hormônios tireoideas. Transporte de hormônios lipossolúveis. Transporte de ácidos graxos livres. Transporte de bilirrubina não conjugada. Transporte de fármacos e drogas. Aumento da libido. União competitiva com ions de cálcio. Controle do pH. Seu excesso ocasiona diversas doenças, como problemas renais e hepáticos. Além disso, o consumo excessivo de albumina provoca ganho de peso, sendo que um aumento em massa muscular sem acúmulo de gorduras e também é responsável pelo fator anti-catabólico ou seja bloqueia a perda de músculos. CORRELAÇÕES CLÍNICAS • Hipoalbuminemia: níveis de albumina abaixo de 3,5 mg/dL resulta na formação de edema. • Hiperalbuminemia: Condição rara, podendo ocorrer na desidratação Uso prolongado do torniquete na coleta de sangue venoso • Analbuninemia: edema moderado, acredita-se que as concentrações das outras proteínas plasmáticas aumentam e compensam a deficiência relativa da albumina. CAUSAS DA DEFICIÊNCIA DA ALBUMINA Síntese diminuída: Desnutrição, má absorção ou hepatopatia crônica. Distribuição anormal ou diluição: A hipoabuminemia pode ser induzida pela superidratação ou pelo aumento da permeabilidade capilar (septicemia). Excreção anormal ou degradação: Síndrome nefrótica, enteropatias, queimaduras hemorragias. PRÉ-ALBUMINA (20-45 mg/dL) Sintetizada pelo fígado, tem como função conhecida ser carreadora da tiroxina e desempenhar um papel significativo no metabolismo da vitamina A. Forma um complexo com o retinol, que se liga posteriormente à vitamina A. Devido à sua baixa concentração no soro, com freqüência deixa-se de observá-la na eletroforese de proteínas séricas. Entretanto, consegue ultrapassar a barreira hematoencefálica e pode também ser sintetizada por células do plexo coróide, o que explica seu aparecimento freqüente na eletroforese do liquor cefalorraquidiano. Os níveis de pré-albumina estão significativamente diminuídos em diversas patologias hepáticas e aumentados em pacientes em uso de esteróides, como também na falência renal e durante a gravidez. Por apresentar uma meia-vida muito curta e ser bastante sensível às variações do aporte alimentar e ao estado funcional hepático, é considerada um bom marcador do estado nutricional. • Função: transporte de hormônio tiroxina (T4) • Significado clínico: Reduzido processos inflamatórios agudos e nas hepatopatias ALFA-1-GLOBULINAS A alfa-1-antitripsina responde por cerca de 90% das proteínas que correm na faixa das alfa-1-globulinas. A deficiência da alfa-1-antitripsina está associada ao enfisema pulmonar e à cirrose hepática. Só é detectável pela eletroforese quando homozigótica; os estados heterozigóticos só podem ser identificados por técnicas imunoenzimáticas que também são utilizadas para confirmação das deficiências homozigóticas. É uma das proteínas de fase aguda e pode ser encontrada em outros fluidos orgânicos, como lágrimas, sêmen, bile e líquido amniótico. Nos 10% restantes, estão a alfa-1-glicoproteína ácida, a alfafetoproteína e outras proteínas. Os níveis se elevam nas doenças inflamatórias agudas e crônicas, neoplasias, após traumas ou cirurgias e durante a gravidez ou estrogenioterapia. Nos hepatocarcinomas, a elevação pode acontecer pelo aumento da alfafetoproteína. Alfa-1-glicoproteína ácida (65%): elevada nos processos inflamatórios agudos. Nunca chega ao pico que a albumina chega pois não tem afinidade a corantes protéicos. Alfa Lipoproteína (HDL) Alfa-fetoproteína: origem placentária e fetal. ALFA-2-GLOBULINAS Incluem a haptoglobina, a alfa-2-macroglobulina e a ceruloplasmina. Raramente encontram-se alterações nessa banda eletroforética, já que a diminuição de um componente é compensada pelos demais mesmo dentro da faixa de referência. 4
  • 5. Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1 Níveis elevados de alfa-2-macroglobulina associados à diminuição da albumina acontecem na síndrome nefrótica. Os níveis de haptoglobina e de ceruloplasmina podem apresentar-se elevados em numerosas situações que levam à reação de fase aguda. Os níveis de haptoglobina apresentam-se diminuídos nas hepatopatias graves, na anemia megaloblástica, nas situações de aumento da hemoglobina livre, como na hemólise de eritrócitos ou na reabsorção de grandes hematomas e na terapia com estrogênios e corticóides. Os níveis de ceruloplasmina aumen-tam na estrogenioterapia e se encontram diminuídos na doença de Wilson, na desnutrição, na síndrome nefrótica e nas enteropatias com perda de proteína. Alfa-2-macroglobulina Função: transporte hormonal e inibidor das enzimas proteolíticas Siginificado clínico: Aumenta na síndrome nefrótica Haptoglobina (50%) Alfa-1-antiquimiotripsina (elevada nos processos inflamatórios agudos) Alfa-2-macroglubulina Função:transporte hormonal e inibidor das enzimas proteolíticas Significado clínico: aumentado na síndrome nefrótica, hemólises, hepatite, neoplasias e cirrose. Haptoglobina Função:formar complexo protéico com a hemoglobina livre plasmática. Significado clínico: aumentado nos processos inflamatórios agudos e diminuído nas doenças hemolíticas. BETA-GLOBULINAS Composta pelas beta-lipoproteínas (LDL), transferrina, C3 e outros componentes do complemento, beta-2- microglobulina e antitrombina III. A redução dessa banda não é freqüente. A anemia por deficiência de ferro leva ao aumento da transferrina. O hipotireoidismo, a cirrose biliar, as nefroses e alguns casos de diabetes mellitus podem se evidenciar pelo aumento de colesterol e conseqüente aumento das beta-lipoproteínas (LDL). A beta-globulina está freqüentemente elevada nos casos de icterícia obstrutiva e menos freqüentemente em alguns casos de hepatite. Quase sempre, está elevada nos casos de cirrose hepática. Nesses casos, pode aparecer junto com sobreposição ou fusão das bandas beta e gama pelo aumento de IgA, que ocorre nas cirroses hepáticas, infecções de pele ou trato respiratório e na artrite reumatóide. Elevações causadas provavelmente pelo aumento dos componentes do complemento podem ocorrer em hipertensão maligna, doença de Cushing, poliarterite nodosa e carcinomas. • Transferrina: o Função: transporte de ferro plasmático o Significado clínico: aumentado na deficiência de ferro e reduzido nas hepatopatias crônicas • Complemento C3: o Significado clínico: aumentado nos processos inflamatórios agudos • Beta-lipoproteína (LDL) o Função: transporte do colesterol GAMAGLOBULINAS Composta pelas imunoglobulinas, predominantemente pela IgG. As imunoglobulinas A,M,D,E e proteína C reativa encontram-se na área de junção beta-gama. A ausência ou a diminuição da banda gama indica imunodeficiências congênitas ou adquiridas. O aumento dessa banda sugere o aumento policlonal das gamaglobulinas associadas a doenças inflamatórias crônicas, reações imunes, doenças hepáticas ou neoplasias disseminadas. As principais características das gamaglobulinas são: Migram desde a zona beta; Deficiência no uso da quimioterapia; Aumentado nos processos crônicos, doenças hepáticas e mieloma. Bandas oligoclonais podem eventualmente ser observadas em infecções virais crônicas, em algumas infecções bacterianas como as pneumonias por pneumococos e as hepatites crônicas ativas. Tuberculose, sarcoidose, linfogranuloma venéreo e sífilis terciária são doenças crônicas que levam ao aumento dessa banda. Artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico e outras colagenoses podem apresentar níveis normais a acentuadamente aumentados, dependendo da fase de atividade da doença. Níveis aumentados também são encontrados em linfomas malignos, doença de Hodgkin e leucemia linfocítica crônica. Tipicamente, a macroglobulinemia de Waldenström e o mieloma múltiplo exibem um pico homogêneo, que pode ou não resultar do aumento total da área gama. As hepatopatias cursam freqüentemente com aumento da banda das gamaglobulinas. Na hepatite, verifica-se um aumento das beta e gamaglobulinas com redução da albumina. Nas cirroses, o padrão mais sugestivo consiste na elevação da gamaglobulina de base ampla, juntamente com a fusão da beta e da gamaglobulina, sem a individualização dos picos da chamada ponte beta-gama. Apenas cerca de 20% dos cirróticos apresentam a fusão completa, e cerca de 3% apresentam a fusão parcial. 5
  • 6. Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1 As características particulares de cada imunoglobulina são: IgG (75%) IgA IgM Peso molecular: 155.000 Peso molecular: 170.000 Daltons Peso molecular: 950.000 Daltons (155 KDa) (170 KDa) Daltons (950 KDa) Concentração: 700-1450 mg/dL Concentração: 90-450 mg/dL Concentração: Imunoglobulina mais Representa 7-15% das Ig H: 55-220 mg/dL abundante: representa 75% das plamáticas M: 45-180 mg/dL imunoglobulinas circulantes Meia-vida: 6 dias Contribui com 5-10% das Protege os espaços teciduais e Abundante nas secreções imunoglobulinas atravessa livremente a placenta Barreira anti-séptica, protege as Meia-vida de 5 dias vida-média de 22 dias. superfícies mucosas É a primeira imunoglobulina Entre a 18a e 20a de gestação, Importante componente do sintetizado em resposta a um a IgG é transportada colostro (primeira barreira antígeno ativamente através da placenta, imunológica) fornecendo deste modo, a Promove a fagocitose imunidade humoral para o feto Induz a degradação eosinófila e o recém-nascido, antes da Valor de referência: 80-385 maturação do sistema imune. mg/dL Valor de referência: 700-1.500 mg/dL GAMOPATIAS • Tipo policlonal: forma não específica em uma grande variedade de infecções: aumento difuso das várias imunoglobulinas em toda região das gama globulinas observada na eletroforese de proteínas. Ex: Hepatopatia crônica, cirrose hepática (beta larga: fusão da beta-gamaglobulinas), hepatite crônica. • Monoclonal: Denominada de Paraproteína Caracteriza-se pela elevação de uma determinada imunoglobulina, formando um pico estreito na fração gamaglobulinas. Proliferação de um só tipo de clone de plasmócitos que vão sintetizar um único tipo de imunoglobulina. Ex: mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenström, calazar. MIELOMA MÚLTIPLO Redução da produção da série branca e da série vermelha e de formação de plaquetas Metastase óssea, apresentando dor óssea Diminuição da produção de imunoglobulinas normais Consequências:anemia e susceptibilidade à infecção Em 50% dos casos de mieloma as cadeias leves são produzidas em maior quantidade do que as pesadas Em 15% dos casos; apenas cadeias leves Tratamento: Drogas supressoras da medula óssea Plasmaférese (substituição do plasma do paciente por plasma normal, com retenção dos seus próprios componentes celulares) 6
  • 7. Arlindo Ugulino Netto – BIOQUÍMICA II – MEDICINA P2 – 2008.1 EXEMPLOS 1, 3, 5, 8 - Padrão Normal 2, 7 - Gamopatia Policlonal 1, 4, 5, 8 - Padrão Normal 6 – Gamopatia Monoclonal (IgA) 2 - Gamopatia Policlonal 3 - Gamopatia Monoclonal (IgA) 6 - Gamopatia Monoclonal (IgG) 7