O documento discute o histórico do uso da maconha ao longo dos séculos para fins medicinais, religiosos e recreativos e como sua imagem foi associada aos pobres e marginalizados. Também aborda pesquisas recentes que indicam que o uso da maconha pode reduzir riscos de câncer e não causar danos pulmonares. Por fim, diferencia os conceitos de legalização, descriminalização e liberação das drogas.
1. ROTEIRO do trabalho Guerra às drogas e ética
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A marijuana ou maconha é uma droga produzida a partir da planta da
espécie Cannabis sativa. A substância psicoativa presente na maconha e no
haxixe é o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC).
A planta tem origem no Afeganistão e era também utilizada na Índia em rituais
religiosos ou como medicamento. Na mitologia, a Cannabis era a comida
preferida do deus Shiva, portanto, tomar bhang, uma bebida que contém
maconha, seria uma forma de se aproximar da divindade. Na tradição
Mahayana do budismo, fala-se queantes de Buda alcançar a iluminação, ficou
seis dias comendo apenas uma semente de maconha por dia e nada mais.
Como medicamento a planta era usada para curar prisão de ventre, cólicas
menstruais, malária, reumatismos e até dores de ouvido. Romanos e gregos
usavam-na para a fabricação de tecidos, papéis, cordas, palitos e óleo. No
século XX, a maconha ainda era uma droga lícita e economicamente positiva,
mas se tornou pouco aceita por representar as baixas classes sociais, pois a
erva representava as raízes culturais do continente africano. Vale destacar que
até então, colonizadores, senhores de engenho e Agentes do Império Lusitano
já estavam habituados com o cultivo e uso da erva, mas o preconceito foi mais
forte.
O primeiro documento proibindo o uso da maconha foi da Câmara Municipal
do Rio de Janeiro, em 1830. Este documento penalizava o uso da erva, mas não
houve repercussão sobre o assunto. Porém, no inicio do século XX, com a
industrialização e urbanização, o hábito de "puxar um" ganha adeptos, além de
ex-escravos, mestiços, índios e imigrantes rurais, os moradores do meios
urbanos passaram a utilizar a Cannabis, e é aí que autoridades começam a se
preocupar com a repercussão da droga. Apesar da planta ser utilizada como
matéria-prima para fibra textil principalmente da elite, sua imagem ficou
marcada e associada pelos pobres, negros e indígenas. No final do século XIX e
inicio do XX, o processo de urbanização fez com que a população imigrante
fosse vista como fonte de problema sanitário. Grupos higienistas e
médicos passaram a estudar e controlar a população através de instituições
específicas. Criaram-se delegacias, Inspetoria de Entorpecentes, Tóxicos e
Mistificações, que era responsável porreprimir práticas religiosas africanas ou
indígenas, em geral, consideradas como feitiçaria, candomblé ou magia
negra. A capital brasileira tinha que servir de modelo, e desta forma a
população pobre que vivia nos centros urbanos passaram e ser perseguidas,
tiveram suas casas e cortiços destruidos, passaram assim dos centros para as
margens da cidade, formando as famosas favelas do Rio de Janeiro.
2. Na antiguidade as drogas tinham três finalidades: recreativa, medicas, e
sagradas em rituais. Usado pela rainha Victória do Reino Unido, como
medicamento aliviador de cólicas.
A maconha é lipossolúvel, ou seja, se acumula em tecidos gordurosos isso faz
com que os cannabinóides permaneçam por longos períodos no consumidor,
por vezes meses, em concentrações pequenas, porém que mantém efeitos
sutis no cérebro, que é muito gorduroso. Isso faz com que o usuário frequente
experimente efeitos como a desatenção e a perda de capacidade da memória
de curto prazo por períodos mais prolongados, porém não a muitas pesquisas
que comprovem isso, devido ao proibicionismo atrapalhar seus andamentos.
Ingestão de qualquer conteúdo inalando a fumaça da sua queima provoca
irritação e danos nos órgãos e tecidos dos aparelhos digestivo e respiratório. As
folhas, por sua vez, têm grande quantidade de alcatrão e outras substâncias
nocivas, porém com 10 mil anos de uso não foi registrado nenhuma morte.
Revista Annals of the American Thoracic Society, pesquisadores da
Universidade Emory avaliaram os efeitos do fumo de um baseado de maconha
por dia durante 20 anos no volume expiratório do vigor do pulmão usando uma
grande amostra de participantes com idades entre 18 a 59 anos. O resultado foi
que não houveram piora na qualidade do pulmão, apenas alguns casos de
bronquite que foram resolvidos.
Hoje em dia estão disponíveis no mercado aparelhos que aquecem as flores de
cannabis a uma temperatura que varia entre 150ºC e 250ºC, o suficiente para
transformar em vapor toda a água e grande parte da resina, sem necessidade
de carburação. São os chamados vaporizadores. Esses aparelhos despejam
jatos de ar-quente através de um recipiente contendo a cannabis, conduzindo o
vapor resinado a ambientes em separado para serem inalados. Essas
tecnologias reduzem ao máximo os riscos do ato de inalar a resina, com uma
perda mínima dos princípios ativos.
A maconha causa pouca dependência, sendo mais uma dependência
psicológica que física, porem café causa muito mais.
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A maconha ela é usada em pessoas com tratamentos de câncer, por causa de a
quimioterapia tirar o apetite das pessoas. Explicar o porque disso como na aula
de anatomia e a perda de calor no corpo.
3. Embora tenha sido bem documentado que os compostos da cannabis têm a
capacidade de inibir e combater as células cancerosas ativas, a investigação
centrou-se sempre sobre o câncer que já está presente. Uma nova pesquisa do
Centro Médico Kaiser em Los Angeles, publicado na revista Urology, descobriu
que o uso regular de cannabis também reduz a probabilidade de vir a
desenvolver o câncer em primeiro lugar. Ao olhar para a associação do
consumo de cannabis e tabaco no aparecimento de câncer de bexiga em mais
de 80.000 homens, eles foram capazes de determinar que não é só o consumo
de cannabis não está associado ao câncer de bexiga, mas que também parece
reduzir o risco de desenvolve-lo. De acordo com os investigadores ", após o
ajuste para idade, raça ou etnia, e índice de massa corporal, o uso de tabaco só
foi associado com um risco aumentado de câncer da bexiga (regressão perigo
1,52), enquanto que o consumo de cannabis foi associado com uma redução de
45 por cento em incidência de câncer de bexiga (HR 0,55) " Para o estudo, os
pesquisadores "avaliaram os registros de 84.170 participantes em uma coorte
multiétnica de homens com idade entre 45-69 anos", e usou os dados para
investigar a associação do uso de maconha e tabagismo sobre o risco de câncer
de bexiga.
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Além disso, a maconha pode ser usada de diferentes formas, falar das feiras
que ocorrem no mundo, o papel dela é melhor pelas fibras da folha serem mais
endurecidas, produtos como sabonete, cosméticos.
isto é parar de falar do problema como segurança e passar a trata-lo de saúde,
porque o que as pessoas precisamentender As drogas intensificamestados que
já existem na natureza humana.
O PQ AS PESSOAS USAM DROGAS, ETC.
O termo liberação ainda é muito utilizado nos meios de comunicação. A expressão
está relacionada a uma proposta utópica de liberação das drogas sem nenhuma
regulamentação da produção e comercialização, algo que não ocorre nem mesmo com
os alimentos, que são produzidos e comercializados de acordo com determinadas
normas. É uma proposta que dificilmente seria aprovada por qualquer governo, nem
mesmo um muito liberal. Na verdade, um mercado de drogas sem regulamentação,
livre do controle da sociedade, já ocorre: o submundo do tráfico de drogas.
Legalizar é tirar do uso das drogas qualquer sanção. Pela proposta, as drogas poderiam
ser consumidas a céu aberto, comercializadas, distribuídas, repartidas, anunciadas,
4. exatamente como acontece com o álcool. A legalização propõe o fim da proibição,
mas com a criação de um mercado de produção, comercialização e consumo com
regras pré-determinadas, incluindo a tributação dos produtos e a restrição da venda.
Há quem defenda, inclusive, a aplicação do dinheiro a ser arrecadado com os impostos
no tratamento de usuários/dependentes no sistema público de saúde. É o que
pretende fazer o governo uruguaio em relação à maconha.
Descriminalizar significa apenas retirar do consumo de drogas o caráter criminoso, não
implicando, entretanto, em retirar-lhes a ilicitude; o fato continua sendo
ilícito (proibido), porém, exclui-se a incidência do Direito penal. Deixa de ser fato
punível (penal).
A proposta de descriminalização, portanto, limita-se a um avanço restrito à área
jurídica. Para muitos, este seria um importante passo no caminho da legalização. A
abordagem ao usuário/dependente ocorreria fora da esfera penal e a repressão ao
consumo de drogas passaria a ser tratada de forma administrativa, como ocorre nas
infrações de trânsito.
Descriminalizar, assim, é diferente de legalizar, pois o ato não deixa de ser contrário
ao Direito; apenas não constitui um ilícito penal, podendo ser cominada sanção civil ou
administrativa.