Orientações curriculares para o ensino médio - história
Apostiila cursinho primeiro_semestre
1. Apresentação
O Cursinho Preparatório para o Enem – 2012 tem como objetivo
preparar alunos e egressos do Ensino Médio para a realização do Exame
Nacional de Ensino Médio, no ano de 2012. Pretende, ainda, preparar jovens e
adultos, com idade igual ou superior a 18 anos, para a realização desse exame
com vistas à Certificação de Conclusão do Ensino Médio conforme legislação
vigente.
A partir de 2012, a Pró-Reitoria de Extensão propôs o realinhamento das
atividades do Cursinho, incluindo a participação de docentes da UNIFAL-MG, a
fim de redimensiona-lo tendo como eixo as matrizes de referência, propostas
pelo Inep, bem como as competências e habilidades de cada matriz de
referência, as quais são avaliadas pelo Exame Nacional do Ensino Médio.
Justifica-se essa reorganização pelo fato de a UNIFAL-MG, desde 2010,
a exemplo de outras instituições de ensino superior, ter adotado o Enem como
exame de ingresso para os cursos de graduação nos três campi (Alfenas,
Poços de Caldas e Varginha). Assim, a reorganização objetiva adequar o
cursinho a fim de que possa estar condizente com a estrutura do atual Enem.
Dito isso, ressalte-se o fato de serem incluídos, entre os cursistas do Prévestibular, o jovem ou o adulto, que não tendo concluído o Ensino Médio,
poderão, por meio do Enem, obter também a Certificação de Conclusão do
Ensino Médio.
Pretende-se, já em 2012, introduzir atividades extracurriculares como
plantão de dúvidas e Curso de Redação a Distância, incluindo, gradativamente,
objetos de conhecimento que antes não eram abordados no cursinho,
vinculados às áreas do conhecimento Filosofia, Sociologia, Tecnologias da
Informação e da Comunicação, Educação Física e Arte. Tais objetos, ainda que
incipientemente, serão abordados durante os seminários e painéis integrados,
na realização de redações e mesmo durante as aulas com temáticas afins.
Em linhas gerais, o Cursinho Preparatório para o Enem – 2012 está
organizado em consonância com as quatro Matrizes de Referência para o
Enem, associadas aos objetos de conhecimentos de cada Matriz, além dos
Eixos Cognitivos, comuns a todas as áreas do conhecimento:
a)
Matriz de Referência de Linguagens, códigos e suas tecnologias;
b) Matriz de Referência de Matemática e suas tecnologias;
c)
Matriz de Referência de Ciências da Natureza e suas tecnologias;
d) Matriz de Referência de Ciências Humanas e suas tecnologias;
Com a adoção das Matrizes de Referência, tornou-se contraproducente
manter a distribuição de disciplinas de forma compartimentalizada, seguindo
uma estrutura mais tradicional de cursinho pré-vestibular.
Dessa forma, os eixos cognitivos (comuns a todas as áreas do
conhecimento), matrizes de referência e objetos de conhecimento associados a
cada uma das quatro matrizes já citadas, são abordados pelos professores, de
forma interdisciplinar, tendo como critério as competências e habilidades
avaliadas no Enem. Além das competências e habilidades indicadas em cada
matriz de referência, o Cursinho trabalha com os eixos cognitivos, listados a
seguir, comuns a todas as áreas do conhecimento.
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2. I. Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua
Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica e das
línguas espanhola e inglesa.
II. Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das
várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de
processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações
artísticas.
III. Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar,
relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas,
para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV.
Construir argumentação (CA):
relacionar informações,
representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em
situações concretas, para construir argumentação consistente.
V. Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos
na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade,
respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
Sabemos que a proposta de redimensionamento nos trará novos
desafios, mas acreditamos que, juntos e, colaborativamente, as equipes
técnica, administrativa e pedagógica, professores e cursistas, esse processo se
dará de forma dinâmica na medida em que cada se sentir parte importante de
todo o processo.
Agradecemos a todos aqueles que contribuíram (e ainda contribuem)
com este trabalho que busca, em especial, promover o diálogo entre
universidade e comunidade.
É nosso desejo que cada cursista possa ingressar numa instituição de
ensino superior. Para isso, contamos com a participação, com a colaboração e
o esforço de todos, pois o sucesso de um é o sucesso de todos nós.
Bom trabalho e sejam todos bem-vindos!
Marcelo Pacheco
Coordenador técnico-administrativo
Profª Rosângela Rodrigues Borges
Coordenadora pedagógica
Maria de Fátima Sant’Anna
Pró-Reitora de Extensão – UNIFAL-MG
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3. Sumário
Linguagens e tecnologias I
Profª Lívia Moreira da Silva....................................................................
04
Linguagens e tecnologias II
Prof. Gabriel Teodoro Gomes.................................................................
55
Linguagens e tecnologias III – Espanhol
Prof. Bruno Franciel da Silva..................................................................
92
Linguagens e tecnologias III – Inglês
Prof. Bruno Franciel da Silva..................................................................
114
Ciências Humanas e suas tecnologias I
Prof. Bruno de Oliveira Souza ...............................................................
130
Ciências Humanas e suas tecnologias II
Lincoln Lara Cardoso..............................................................................
170
Ciências da Natureza e suas tecnologias I
Profª. Dayane Jenny Tavares Jacon………………………………………
359
Ciências da Natureza e suas tecnologias II
Profª. Glenda Pessoa Lacerda................................................................
397
Ciências da Natureza e suas tecnologias III
Prof. Délcio de Paula Júnior...................................................................
489
Ciências da Matemática e suas tecnologias I
Prof. Augusto Duarte Alvarenga............................................................
596
Ciências da Matemática e suas tecnologias I
Profª. Estela Costa Ferreira....................................................................
614
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4. Linguagens e tecnologias I
Profª. Lívia Moreira da Silva
Aula 01
QUINHENTISMO (1500-1601)
Homem tapuia, de Albert Eckhout
Quinhentismo: século XVI
Contexto histórico: a) na Europa
Ascensão da burguesia
Invenções
Progresso científico
Reforma
Contrarreforma
Grandes navegações
b) no Brasil
1500 - descobrimento do Brasil.
- exploração do pau-brasil.
1530 - início das expedições de exploração e povoamento.
1534 - criação das capitanias hereditárias.
1549 - vinda dos jesuítas.
catequese dos índios e fundação dos primeiros colégios.
Características:
-- literatura documental sobre o Brasil escrita por portugueses (que acompanhavam
as expedições) e por viajantes estrangeiros.
-- literatura pedagógica dos jesuítas visando à catequese dos índios e a orientação
moral e espiritual dos colonos.
A literatura do século XVI foi uma literatura sobre o Brasil, porém escrita sobre
o olhar dos portugueses, isto é, dos estrangeiros e não dos nativos (índios).
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5. Refletindo ideias do Renascimento e da Contrarreforma, traduziu o espírito de
aventura, a sedução do exótico, o expansionismo geográfico e a propagação da
cristandade.
Padre Anchieta
Contexto Histórico
A Europa do século XVI assistiu à desestruturação da sociedade feudal. Os
florescentes centros urbanos atraíam a população rural e neles se desenvolveu o
comércio que propiciou o aparecimento da burguesia mercantil. Por sua vez, esta
financiou as Grandes Navegações, cujo objetivo era a procura de novos mercados
produtores e consumidores.
Portugal gozava de uma situação privilegiada: a precoce centralização política
na figura do rei, a posição geográfica estratégica, a rápida formação de uma
burguesia mercantil, a Escola de Sagres (o mais completo e inovador centro de
estudos náuticos da época) propiciaram a expansão de Portugal na procura por
novas rotas comerciais, uma vez que o comércio no Mediterrâneo era monopólio
das cidades italianas. Essa expansão iniciou-se com a tomada de Ceuta, em 1415,
e estendeu-se da conquista e colonização da África e Ásia até a descoberta do
Brasil.
No entanto, o Feudalismo não foi minado somente pelo aparecimento da
burguesia mercantil, mas também pela Reforma Protestante, que atraiu essa mesma
burguesia. A reação da Igreja não se fez esperar e a Contrarreforma, sustentada
pela companhia de Jesus, iniciou um movimento de reconquista espiritual.
As Grandes navegações e a Contrarreforma determinaram as duas
tendências da produção literária do século XVI:
a)
Preocupação com a conquista material: literatura informativa que descreve
as riquezas da terra;
b)
Preocupação com a conquista espiritual: literaturas dos jesuítas, voltada
para a catequese do índio e para a orientação moral e espiritual.
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6. A literatura informativa
Nessa literatura os cronistas portugueses e estrangeiros escreveram textos que
revelam seu deslumbramento frente à nova terra tropical, exótica, misteriosa. Não
são textos propriamente literários, mas tem um valor documental inestimável para a
história de nossos primeiros tempos e já contêm um sentimento nativista que
encontrará sua expressão máxima no Romantismo.
Expoentes da literatura de informação:
Pero Vaz de Caminha
Pero de Magalhães Gândavo
Gabriel Soares de Sousa
Hans Staden
A literatura Jesuítica
Essa literatura foi elaborada pelos jesuítas que se incumbiram de catequizar
os indígenas, educar e dar orientação moral e espiritual aos colonizadores.
Escreveram poesias, teatros pedagógicos, sermões e cartas, nas quais informavam
os superiores da Companhia de Jesus sobre o desenvolvimento de seus trabalhos
na Colônia.
Quem mais se destacou entre os jesuítas foi Padre José de Anchieta (15341597), pela relevância literária de sua obra e por ter sido o primeiro a escrever para
brasileiros. Devido á intenção didática de seus textos, usa linguagem de fácil
assimilação e imagens claras. Anchieta escreveu em latim, tupi e português e foi o
autor da primeira gramática em língua tupi: Arte da gramática da língua mais usada
na costa do Brasil.
Exercícios
1(UF-PA) Caetano Veloso em Língua usa expressões como “Lusamérica”,
chegando mesmo a confessar:
“Gosto de sentir minha língua roçar
A Língua de Luís de Camões”
Através destes versos, percebe-se:
a)
Um protesto exposto contra o colonialismo português.
b)
A atitude extasiada com que o autor se coloca ante o elemento europeu.
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7. c)
As origens portuguesas renascentistas das nossas manifestações culturais,
em especial, da nossa literatura.
d)
Que funcionam apenas como figuras de retórica, dispensáveis, pois, no texto
como um todo.
e)
O registro da presença da tirania na cultura brasileira.
2...“ De ponta a ponta é toda praia rasa, muito plana e bem formosa. Pelo
sertão pareceu-nos do mar muito grande, porque a estender a vista não podíamos
ver se não terra e arvoredos, parecendo-nos terra muito longa. Nela, até agora, não
pudemos saber que haja ouro nem prata , nem nenhuma coisa de metal, nem de
ferro; nem as vimos. Mas, a terra em si é muito boa de ares, tão frios e temperados,
como os de Entre-Douro e Minho, porque, neste tempo de agora, assim os
achávamos como os de lá. Águas são muitas e infindas. De tal maneira é graciosa
que, querendo aproveitá-la dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem. Mas o
melhor fruto que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente; e esta
deve ser a principal semente que Vossa alteza nela deve lançar.”...
Trecho da carta de Caminha.
Com base no trecho apresentado da carta de Pero Vaz de Caminha, assinale a
alternativa correta:
a)
Relata o primeiro contato dos portugueses com populações não europeias.
b)
Expõe a atitude compreensiva dos portugueses diante da barbárie dos índios.
c)
Descreve as habitações indígenas, a organização social tribal e os
mecanismos de comando dela.
d)
Revela a extensão e fertilidade da terra, seus produtos naturais como ouro,
prata e especiarias.
e)
Mostra o indígena brasileiro como uma gente necessitada da fé crista
portuguesa.
3O sentimento nativista e a exaltação da figura do índio não são temas que se
esgotam na literatura informativa. São retomados em vários estilos de época,
principalmente no Romantismo e no Modernismo.
Carta de Pero Vaz
A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quantos aos bichos, tem-nos muitos,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais.
Diamantes tem à vontade,
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
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8. Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui.
Analise como Murilo Mendes, poeta modernista, reescreveu em 1932 a Carta de
Caminha.
a)
O autor demonstra em seus versos o amor pelo Brasil, homenageando-o com
um poema.
b)
Há uma exaltação as riquezas naturais do Brasil, com o objetivo de promovêlo para o mundo na década de 30.
c)
A releitura do poema de Caminha trata a visão do paraíso encontrado pelos
portugueses de maneira bastante irônica.
d)
Mendes tinha a intenção de levar seu leitor à época do descobrimento por
meio da releitura fidedigna de seu poema.
e)
Caminha e sua carta influenciaram gerações de artistas brasileiros, sendo
latente em todos o espírito antinacionalista.
4-
(ENEM-2009, questão 112)
ECKHOUT, A. “Índio Tapuia” (1610-1666). Disponível em:
http://www.diaadia.pr.gov.br.
Acesso em: 9 jul. 2009.
A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons
narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam
nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com
tanta inocência como têm em mostrar o rosto.
CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.
Acesso em: 12 ago. 2009.
Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de
Caminha, conclui-se que:
a) Ambos se identificam pelas características estéticas marcantes, como
tristeza e melancolia, do movimento romântico das artes plásticas.
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9. b) O artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, representando-o de maneira
realista, ao passo que o texto é apenas fantasioso.
c) A pintura e o texto têm uma característica em comum, que é representar o
habitante das terras que sofreriam processo colonizador.
d) O texto e a pintura são baseados no contraste entre a cultura europeia e a
cultura indígena.
e) Há forte direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio
representado é objeto da catequização jesuítica.
5-
(ENEM- 2009, questão 111)
Cuitelinho
Cheguei na bera do porto
Onde as onda se espaia.
As garça dá meia volta,
Senta na bera da praia.
E o cuitelinho não gosta
Que o botão da rosa caia.
Quando eu vim da minha terra,
Despedi da parentaia.
Eu entrei em Mato Grosso,
Dei em terras paraguaia.
Lá tinha revolução,
Enfrentei fortes bataia.
A tua saudade corta
Como o aço de navaia.
O coração fica aflito,
Bate uma e outra faia.
E os oio se enche d´água
Que até a vista se atrapaia.
Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó.
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola,
2004.
Transmitida por gerações, a canção Cuitelinho manifesta aspectos culturais de
um povo, nos quais se inclui sua forma de falar, além de registrar um momento
histórico. Depreende-se disso que a importância em preservar a produção
cultural de uma nação consiste no fato de que produções como a canção
Cuitelinho evidenciam a:
a) Recriação da realidade brasileira de forma ficcional.
b) Criação neológica na língua portuguesa.
c) Formação da identidade nacional por meio da tradição oral.
d) Incorreção da língua portuguesa que é falada por pessoas do interior do
Brasil.
e) Padronização de palavras que variam regionalmente, mas possuem mesmo
significado.
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10. 6(ENEM- 2010, questão 115)
Resta saber o que ficou das línguas indígenas no português do Brasil. Serafim
da Silva Neto afirma: “No português brasileiro não há, positivamente, influência
das línguas africanas ou ameríndias”. Todavia, é difícil de aceitar que um longo
período de bilinguismo de dois séculos não deixasse marcas no português do
Brasil.
ELIA, S. Fundamentos Histórico-Linguísticos do Português do Brasil. Rio
de Janeiro:
Lucerna, 2003 (adaptado).
No final do século XVII, no norte do Egito, foi descoberta a Pedra de Roseta,
que continha um texto escrito em egípcio antigo, uma versão desse texto
chamada “demótico”, e o mesmo texto escrito em grego. Até então, a antiga
escrita egípcia não estava decifrada. O inglês Thomas Young estudou o objeto
e fez algumas descobertas como, por exemplo, a direção em que a leitura
deveria ser feita. Mais tarde, o francês Jean-François Champollion voltou a
estudá-la e conseguiu decifrar a antiga escrita egípcia a partir do grego,
provando que, na verdade, o grego era a língua original do texto e que o
egípcio era uma tradução.
Com base na leitura dos textos conclui-se, sobre as línguas, que
a)
Cada língua é única e intraduzível.
b)
Elementos de uma língua são preservados, ainda que não haja mais
falantes dessa língua.
c)
A língua escrita de determinado grupo desaparece quando a sociedade
que a produzia é extinta.
d)
O egípcio antigo e o grego apresentam a mesma estrutura gramatical,
assim como as línguas indígenas brasileiras e o português do Brasil.
e)
O egípcio e o grego apresentavam letras e palavras similares, o que
possibilitou a comparação linguística, o mesmo que aconteceu com as línguas
indígenas brasileiras e o português do Brasil.
7- (UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:
Dos vícios já desligados
nos pajés não crendo mais,
nem suas danças rituais,
nem seus mágicos cuidados.
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de
Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110)
Considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão
analise:
a)
A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e
acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa.
b)
Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese
trazida pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão logo seja possível.
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11. c)
Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção como
personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista.
d)
Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao
mencionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés.
e)
Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua
concretude mais visível, como produto final de todo um empreendimento do
qual participaram com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de
Jesus.
8(UNISA) A “literatura Jesuítica” nos primórdios de nossa história:
a) tem grande valor informativo;
b) merca nossa maturação clássica;
c) visa à catequese do índio, à instrução do colono e sua assistência religiosa e
moral;
d) está a serviço do poder real;
e) tem fortes doses nacionalistas.
AULA 02
BARROCO (1601-1768)
Detalhe da vista do Itamaracá, de Franz Post.
Barroco: séculos XVII e XVIII
Contexto histórico:
a) na Europa
Estado absolutista
Contrarreforma (Companhia de Jesus e Concílio de Treno)
Desaparecimento de D. Sebastião em Alcácer-Quibir
Domínio espanhol sobre Portugal (1580-1640)
b) no Brasil
Ciclo da cana-de-açúcar
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12.
Bahia e Pernambuco: centros econômicos e culturais
Bandeiras
Invasões
Características:
O Barroco reflete a crise do homem entre o mundo material e o espiritual.
O homem, dividido entre os chamados do corpo e da alma.
Teocentrismo x Antropocentrismo
O homem vive uma constante luta para conciliar os opostos: o claro e o
escuro, a matéria e o espírito, a luz e as trevas.
Concepções antagônicas
A procura do ponto do espírito em que os diferentes se anulem e deem
sossego ao espírito cansado.
Nessa busca de conciliação de polos opostos, surgem dois modos de
aproximar da realidade as quais dão origem as duas tendências estilísticas do
Barroco: o Cultismo e o Conceptismo.
Cultismo ou gongorismo consiste no jogo de palavras, ao emprego abusivo
de figuras de estilo como a metáfora e a hipérbole. Corresponde ao excesso de
detalhes das artes plásticas.
Ex.: “ Se choras por ser duro, isso é ser brando,
Se choras por ser brando, isso é ser duro.” (Gregório de Matos)
Conceptismo, que principalmente ocorre na prosa, corresponde ao jogo de
ideias. A organização da frase obedece a uma ordem rigorosa com o intuito de
convencer e ensinar.
Ex.: “Para um homem se ver a si mesmo, são necessárias res coisas: olhos,
espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem
espelhos e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo há mister luz,
há mister espelhos e há mister olhos.” (Pe. Antônio Vieira)
há mister = ser necessário
Recurso linguístico: metáfora, antítese, paradoxo, hipérbole, hipérbato,
sinestesia, aliteração, assonância.
Autores:
Gregório de Matos Guerra ou Boca do Inferno -1633 a 1696 (Poesias amorosas,
religiosas, satíricas e filosóficas)
Padre Antônio Vieira -1608 a 1697 (Sermões e teatros)
Manuel Botelho de Oliveira
Bento Teixeira
Contexto Histórico
O final do século XVI assistiu ao término do ciclo das Grandes Navegações e
à derrocada política e econômica de Portugal que, em 1580, depois da morte D. 12
Sebastião na batalha de Alcácer-Quibir, cai sob o domínio espanhol. A dominação,
que durou 60 anos, terminou em 1640.
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13. A unificação da Península Ibérica deu força a Contrarreforma, que procurava não só
recuperar os fiéis perdidos para a Reforma Protestante, mas também conquistar
novos seguidores. O vigilante Tribunal do Santo Ofício da Inquisição não deixou que
os avanços científicos e culturais do resto da Europa chegassem à Península
Ibérica, impondo severa censura a toda produção. Judeus e muçulmanos foram
convertidos pela força ao catolicismo. Com a fundação da Companhia de Jesus, em
1534, por Santo Inácio de Loyola, os jesuítas dominaram o ensino tanto em Portugal
quanto no Brasil.
O domínio espanhol, no entanto, não exerceu muita influência no plano
político brasileiro, uma vez que a Colônia continuou a ser administrada por
portugueses. Durante esse período, começou o processo de expansão territorial com
as bandeiras, que, penetrando o sertão, procuravam escravos, ouro e pedras
preciosas. Com a conquista do litoral do Norte e do Nordeste, os franceses foram
expulsos. Os holandeses, depois de uma tentativa frustrada de se estabelecerem na
Bahia entre 1624 e 1625, ocuparam a capitania de Pernambuco. Aí permaneceram
de 1630 a 1654, explorando a cana-de-açúcar. Expulsos, os holandeses começaram
a produzir açúcar nas Antilhas e forçaram a queda dos preços internacionais do
produto, por isso o ciclo da cana-de-açúcar entrou em declínio no Brasil.
Literatura
O Barroco brasileiro foi fruto de manifestações isoladas, visto que a Colônia
ainda não dispunha de um grupo intercomunicante de escritores, nem de um público
leitor influente, nem de vida cultural intensa, situação agravada pela proibição da
imprensa e pela falta de liberdade de expressão.
Reflexo da literatura escrita na Península Ibérica, a produção dessa época
também revela a crise do homem do século XVII, dividido entre os valores
antropocêntricos do Renascimento e as amarras do pensamento medieval
reabilitado pela Contrarreforma. Essa tensão manifesta-se no confronto
pecado/perdão, terreno/ celestial, vida/morte, amor platônico/ amor carnal, fé/razão,
céu/ inferno.
Seus principais autores são: Padre Antônio Vieira (prosa e teatro) e Boca do
Inferno (poesia lírica, satírica, sacra ou religiosa)
Manifestações Artísticas
O Barroco era a expressão artística da crise espiritual vivida pelo homem do
século XVII, dividido entre a racionalidade e o antropocentrismo do Renascimento e
a volta ao teocentrismo e à espiritualidade medievais. Caracterizou-se pela
ostentação, cujo objetivo era impressionar e influenciar o receptor: a fé deveria ser
atingida mais pelos sentimentos e pela emoção do que pelo raciocínio. A arquitetura,
a escultura e a pintura, frequentemente misturadas, perseguem esse fim usando de
recursos como:
a)
Assimetria: O estilo é retorcido, opondo-se à simetria e ao equilíbrio do 13
Renascimento, Colunas negras do Vaticano, obra de Benini, Basílica de São Pedro
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14. b)
Impressão de movimento: Opondo-se à estaticidade clássica, são
escolhidas as cenas de maior intensidade dramática (rostos contraídos pelo
sofrimento ou pelo êxtase) para serem representadas na escultura e na pintura.
Êxtase da Santa Teresa, autor Bernini.
c)
A técnica do claro-escuro, na pintura, dá a sensação de profundidade.
14
Descida da cruz, Pieter Paul Rubens.
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15. No Brasil, o Barroco engloba suas primeiras manifestações com a arquitetura
jesuítica do século XVI, porém sua forma amis exuberante, tanto nas artes plásticas
como na arquitetura, só ocorreu no sáculo XVIII, com as igrejas baianas e mineiras,
as esculturas de Aleijadinho, pinturas de Ataíde, e a música de Lobo Mesquita e
José Maurício Nunes Garcia.
Obra de Manuel da Costa Ataíde, Interior da Igreja de São Francisco de Assis,em
Ouro Preto (MG)
Recursos Linguísticos
METÁFORA: Substituição de uma palavra por outra a partir de uma semelhança
(comparação).
Ex.: “Sua boca é um Cadeado
E meu corpo é uma fogueira.”
(Chico Buarque de Hollanda)
ANTÍTESE: Figura de linguagem que consiste em justapor (colocar lado a lado) dois
contrários.
Ex.: “Eu preparo uma canção x
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.”
(Drummond)
PARADOXO: Reunião de ideias contraditórias num mesmo enunciado. Os termos,
além de fazerem um contraste, eles se contradizem, ou seja, negam-se
mutuamente.
EX.: “Pra se viver do amor
Há que esquecer o amor”.
(Chico Buarque de Hollanda)
No discurso, o sindicalista afirmou que o operário quanto mais trabalha mais tem
dificuldades econômicas.
HIPÉRBOLE: Afirmação exagerada.
Ex.: Ele possuía um mar de sonhos e aspirações.
HIPÉRBATO:
Ou inversão, é a alteração da ordem direta dos termos na
oração, ou das orações no período.
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16. Ex.: “Bendito o que, na terra, o fogo fez, e o teto.”
(Olavo Bilac)
(Bendito o que fez o fogo e o teto na terra.)
Viajam cansados os pescadores de ilusões.
(Os pescadores de ilusões viajam cansados)
SINESTESIA: Fusão de dois ou mais sentidos (tato, paladar, olfato, visão, audição)
na composição de uma única imagem.
Ex.: O cheiro doce e verde do capim trazia recordações da fazenda, para onde
nunca mais retornou. (cheiro = sensação olfativa; doce = sensação gustativa; verde
= sensação tátil)
ALITERAÇÃO: Repetição de fonema(s) no início, meio, ou fim de vocábulos
distantes em uma ou mais frases, em um ou mais versos.
Ex.: “São Paulo - metrópole
o metrô - bisturi que rasga
o ventre da noite...” (Clínio Jorge)
ASSONÂNCIA: Aproximação fonética entre vogais tônicas de palavras diferentes.
Ex.:
“Pássaro da lua
que queres cantar
nessa terra tua
sem flor e sem mar?”
(Cecília Meireles)
EXERCÍCIOS
1(ENEM- 2009, questão91)
Os melhores críticos da cultura brasileira trataram-na sempre no plural, isto é,
enfatizando a coexistência no Brasil de diversas culturas. Arthur Ramos
distingue as culturas não europeias (indígenas, negras) das europeias
(portuguesa, italiana, alemã etc.), e Darcy Ribeiro fala de diversos Brasis:
crioulo, caboclo, sertanejo, caipira e de Brasis sulinos, a cada um deles
correspondendo uma cultura específica.
MORAIS, F. O Brasil na visão do artista: o país e sua cultura.
São Paulo: Sudameris, 2003.
Considerando a hipótese de Darcy Ribeiro de que há vários Brasis, a opção em
que a obra mostrada representa a arte brasileira de origem negro-africana é:
a)
16
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18. 2- (DRHU-SP)
“Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tua a mi abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocado, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.”
Nestas estrofes, Boca do Inferno dirige-se à “cidade da Bahia” e considera os efeitos
da passagem do tempo na relação entre ambos. No trecho acima, tal relação é
expressa por uma:
a)
Identidade de estados, como consequência da exploração econômica sofrida
tanto no plano coletivo quanto no individual.
b)
Identidade de estados, como consequência de um processo de transações
econômicas que acabaram por beneficiar tanto a cidade quanto o poeta.
c)
Dessemelhança de estados, resultante da incompatibilidade de interesses
entre os negócios do poeta, no plano particular, e os da economia colonialista, no
plano geral.
d)
Dessemelhança de estados, resultante das trocas comerciais que degradam o
nível de vida da cidade sem ter afetado a condição social do poeta.
e)
Oposição de estados, já que os negócios levaram o poeta à abastança ao
mesmo tempo em que a vida empobrecia pela ação da “máquina mercante”.
3(UF-BA)
“Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os Pregadores, sois o sal da terra: e
chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra, o que fez o sal. O efeito do
sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa,
havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta
corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é
porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou
porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que
lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores 18
dizem uma coisa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes
querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem; ou é porque o sal não
salga, e os pregadores se pregam a si, e não a Cristo, ou porque a terra se não
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19. deixa salgar, e os ouvintes em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é
tudo isto verdade? Ainda mal.”
(Sermão de Santo Antônio aos Peixes (1654) - Pe. ANTONIO VIEIRA)
O autor aponta como causa da corrupção na terra:
a)
A doutrina pregada é fraca ou os homens não lhe são receptivos.
b)
Os pregadores pregaram uma falsa doutrina ou a doutrina é ineficiente.
c)
Os homens não são receptivos à doutrina, porque ela é verdadeira.
d)
A ação dos pregadores não testemunham oque eles pregam.
e)
Os homens tentam imitar os pregadores, seguindo-lhes a doutrina.
4-
(ENEM- 2010, questão 113)
A Herança Cultural da Inquisição
A Inquisição gerou uma série de comportamentos humanos defensivos
na população da época, especialmente por ter perdurado na Espanha e em
Portugal durante quase 300 anos, ou no mínimo quinze gerações.
Embora a Inquisição tenha terminado há mais de um século, a pergunta
que fiz a vários sociólogos, historiadores e psicólogos e psicólogos era se
alguns desses comportamentos culturais não poderiam ter-se perpetuado entre
nós.
Na maioria, as respostas foram negativas, ou seja, embora alterasse
sem dúvida o comportamento da época, nenhum comportamento permanece
tanto tempo depois, sem reforço ou estímulo continuado.
Não sou psicólogo nem sociólogo para discordar, mas tenho a
impressão de que existem alguns comportamentos estranhos na sociedade
brasileira, e que fazem sentido se você os considerar resquícios da era da
Inquisição. [...]
KANITZ, S. A Herança Cultural da Inquisição. In: Revista Veja. Ano 38, nº 5, 2 fev.
2005 (fragmento).
Considerando-se o posicionamento do autor do fragmento a respeito de
comportamentos humanos, o texto
a)
Enfatiza a herança da Inquisição em comportamentos culturais
observados em Portugal e na Espanha.
b)
Contesta sociólogos, psicólogos e historiadores sobre a manutenção de
comportamentos gerados pela Inquisição.
c)
Contrapõe argumentos de historiadores e sociólogos a respeito de
comportamentos culturais inquisidores.
d)
Relativiza comportamentos originados na Inquisição e observados na
sociedade brasileira.
e)
Questiona a existência de comportamentos culturais brasileiros
marcados pela herança da Inquisição.
5-
(ENEM- 2010, questão 134)
Fora da ordem
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20. Em 1588, o engenheiro militar italiano Agostinho Romelli publicou Le Diverse et
Artificiose Machine, no qual descrevia uma máquina de ler livros. Montada para
girar verticalmente, como uma roda de hamster, a invenção permitia que o leitor
fosse de um texto ao outro sem se levantar de sua cadeira.
Hoje podemos alternar entre documentos com muito mais facilidade - um clique
no mouse é suficiente para acessarmos imagens, textos, vídeos e sons
instantaneamente. Para isso, usamos o computador, e principalmente a internet
– tecnologias que não estavam disponíveis no Renascimento, época em que
Romelli viveu.
BERCITTO, D. Revista Língua Portuguesa. Ano II. N°14.
O inventor italiano antecipou, no século XVI, um dos princípios definidores
hipertexto: a quebra de linearidade na leitura e a possibilidade de acesso
texto conforme o interesse do leitor. Além de ser característica essencial
internet, do ponto de vista da produção do texto, a hipertextualidade
manifesta também em textos impressos, como
do
ao
da
se
a)
b)
c)
d)
e)
Dicionários, pois a forma do texto dá liberdade de acesso à informação.
Documentários, pois o autor faz uma seleção dos fatos e das imagens.
Relatos pessoais, pois o narrador apresenta sua percepção dos fatos.
Editoriais, pois o editorialista faz uma abordagem detalhada dos fatos.
Romances românticos, pois os eventos ocorrem em diversos cenários.
6-
(ENEM- 2011, questão 40)
Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio
sobre a natureza e sobre o espaço geográfico, através da pesquisa científica e
da invenção tecnológica, os cientistas também iriam se atirar nessa aventura,
tentando conquistar a forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a
expressão e o sentimento.
SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.
O texto apresenta um espírito de época que afetou também a produção
artística, marcada pela constante relação entre
a) fé e misticismo.
b) ciência e arte.
c) cultura e comércio.
d) política e economia.
e) astronomia e religião.
7-
(ENEM- 2011, questão 118)
Quando os portugueses se instalaram no Brasil, o país era povoado de índios.
Importaram, depois, da África, grande número de escravos. O Português, o Índio e o
Negro constituem, durante o período colonial, as três bases da população brasileira. 20
Mas no que se refere à cultura, a contribuição do Português foi de longe a mais
notada.
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21. Durante muito tempo o português e o tupi viveram lado a lado como
línguas de comunicação. Era o tupi que utilizavam os bandeirantes nas suas
expedições. Em 1694, dizia o Padre Antônio Vieira que “as famílias dos
portugueses e índios em São Paulo estão tão ligadas hoje umas com as outras,
que as mulheres e os filhos se criam mística e domesticamente, e a língua que
nas ditas famílias se fala é a dos Índios, e a portuguesa a vão os meninos
aprender à escola.” (TEYSSIER, P. História da língua portuguesa. Lisboa:
Livraria Sá da Costa, 1984 (adaptado))
A identidade de uma nação está diretamente ligada à cultura de seu povo. O
texto mostra que, no período colonial brasileiro, o Português, o Índio e o Negro
formaram a base da população e que o patrimônio linguístico brasileiro é
resultado da
a) Contribuição dos índios na escolarização dos brasileiros.
b) Diferença entre as línguas dos colonizadores e as dos indígenas.
c) Importância do padre Antônio Vieira para a literatura de língua portuguesa.
d) Origem das diferenças entre a língua portuguesa e a língua tupi.
e) Interação pacífica no uso da língua portuguesa e da língua tupi.
8-
Leia o poema e perceba:
À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em continuas tristezas a alegrias,
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto, da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria, sinta-se triste.
Começa o Mundo enfim pela ignorância
A firmeza somente na inconstância.
I- No texto predominaram as imagens:
a) olfativas;
b) gustativas;
c) auditivas;
d) táteis;
e) visuais.
II- A ideia central do texto é:
a) a duração efêmera de todas as realidades do mundo;
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22. b) a grandeza de Deus e a pequenez humana;
c) os contrastes da vida;
d) a falsidade das aparências;
e) a duração prolongada do sofrimento.
Aula 03
ARCADISMO (1768-1808)
Detalhe de leitura da sentença de Tiradentes, de Eduardo de Sá.
Arcadismo: séculos XVIII
Contexto histórico:
a) na Europa
Ascensão política da burguesia
Liberalismo econômico
Primeira Revolução Industrial
Despotismo esclarecido
Iluminismo
Revolução Francesa
b)
na América
Independência dos Estados Unidos
c) no Brasil
Ciclo da mineração
Mudança do eixo econômico e cultural para Minas Gerais e Rio de Janeiro
Inconfidência Mineira
22
Características:
Novo interesse pelos clássicos
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23.
Racionalismo
Equilíbrio
Simplicidade
Desprezo aos exageros barrocos (inutiliza truncat)
Aurea mediocritas
Fugere urbem
Poesia épico-nativista (prenúncio do Romantismo)
Autores:
Cláudio Manuel da Costa (Glauceste Satúrnio)
Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu)
Silva Alvarenga (Termindo Sipílio)
Basílio da Gama
Santa Rita Durão
Contexto Histórico
A Europa, no século XVIII, vivia uma época de transformações radicais. O
espírito científico - baseado na razão, na observação e na experimentaçãopropiciou o desenvolvimento do Iluminismo e marcou a produção científico-cultural:
a física de Newton, a filosofia de Locke, as ideias dos enciclopedistas.
O Iluminismo, uma visão de mundo da burguesia intelectual da época,
defendia a ideia de Voltaire de que, como Deus está na natureza, o homem pode
descobri-lo por meio da razão, sem necessidade da intervenção da Igreja. Defendia
também a ideia de Rousseau de que os homens são naturalmente bons e iguais
entre si, a sociedade é que os corrompe. Era preciso, pois, modificar a sociedade
para garantir a liberdade, a igualdade e a fraternidade (lema da Revolução
Francesa).
A Primeira Revolução Industrial, caracterizada pela aplicação da ciência na
indústria, registrou a mudança de uma economia agrária e manual para uma
economia dominada pela indústria e mecanização da manufatura e fortaleceu a
burguesia, cujo objetivo, agora, era ascender politicamente.
Os déspotas esclarecidos, soberanos absolutistas inspirados pelo
racionalismo iluminista, limitaram o poder da Igreja, reduziram os privilégios da
aristocracia e do clero, estimularam as artes e a pesquisa científica e protegeram os
interesses da burguesia.
Esse quadro preparou o terreno para a independência dos Estados Unidos
(1776) e para a Revolução Francesa (1789).
No Brasil, na passagem do século XVII para o XVII, a descoberta de jazidas
de ouro e diamante deslocou a atividade econômica e cultural do Nordeste para a
região de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, iniciando o ciclo da mineração.
Diferentemente da sociedade do ciclo da cana-de-açúcar rígida e patriarcal,
assentada na monocultura e na escravidão, os núcleos urbanos (que se
desenvolveram em função da atividade mineradora), com sua variedade de serviços 23
e funções, permitiram uma maior mobilidade social.
Nas últimas décadas do século XVIII, com o declínio da mineração, a
opressão fiscal da Coroa e a corrupção das autoridades, as vilas empobreceram. As
reações contra Portugal, aliada as ideias iluministas, que encontraram eco no
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24. crescente sentimento nativista, desembocaram na Inconfidência Mineira, da qual
participaram advogados, intelectuais e poetas.
Tiradentes Esquartejado, de Pedro Américo
(1843-1905)
Manifestações Artísticas
O Neoclassicismo (o novo Classicismo,
o
retorno
aos
ideais
clássicos
e
renascentistas), baseado na visão científica e
nas ideias racionalistas do Iluminismo, foi
uma reação ao estilo extravagante do Barroco
e representou um retorno à simplicidade,
sobriedade, simetria e equilíbrio clássico, que
se refletiram na arquitetura e na escultura.
A pintura inspirou-se em temas
históricos e na mitologia clássica.
No Brasil, curiosamente, embora fosse século XVIII e a produção
artística da época estivesse ligada aos ideais iluministas, assistiu-se ao desabrochar
exuberante do Barroco, também chamado de Barroco brasileiro ou ainda Barroco
mineiro. Em Ouro Preto (antiga Vila Rica) predominam esculturas em madeira e
pedra-sabão do Aleijadinho e pinturas de Manuel da Costa Ataíde. Na Bahia, Rio de
Janeiro e Pernambuco, destacam-se a arquitetura e a ornamentação de algumas
igrejas. Lobo de Mesquita e o padre José Maurício foram os principais compositores
de música barroca sacra. O Barroco literário não coincidiu, portanto, com as outras
manifestações culturais, esse Barroco presente no arcadismo é conhecido como
Rococó o Barroco que não quer morrer.
24
Mosteiro São Bento, R.J.
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25. Literatura
O Arcadismo insurgiu-se contra os exageros do Barroco, produzindo uma
poesia que retornou à simplicidade e equilíbrio clássicos e renascentistas. No Brasil,
ocorreu um entrosamento acentuado entre vida intelectual e preocupações políticosociais: o selvagem foi valorizado, houve uma invasão crítica da política colonial e
um crescente nativismo. Pela primeira vez, desde o “descobrimento”, o momento
histórico permitiu a existência de uma relação sistemática entre escritor, obra e
público, preparando o campo para a Era Nacional de nossa literatura.
Três foram os princípios básicos do Arcadismo:
1)
Fugere urbem (fugir da cidade) em busca do locus amoenus (lugar ameno,
aprazível) : o poeta voltava-se para a natureza, para o campo à procura de uma vida
simples, bucólica, longe dos centros urbanos (todos os nossos poetas árcades; no
entanto, foram urbanos, intelectuais e burgueses, daí falar-se em fingimento poético
que se concretiza no uso de pseudônimos pastoris);
2)
Carpe diem (aproveita o dia): máxima do poeta latino Horácio com a qual o
poeta convidava a aproveitar o momento presente (este foi também um dos temas
preferenciais do Barroco);
3)
Inutiliza truncat (cortem-se as inutilidades): os árcades queriam cortar todos
os excessos barrocos, por isso usavam palavras simples, períodos curtos e mais
comparações que metáforas.
O Arcadismo teve como expoentes: Tomas Antônio Gonzaga (Marília de
Dirceu e Cartas Chilenas); Basílio da Gama (O Uraguay) e Santa Rita Durão
(Caramuru) .
EXERCÍCIOS
1(FAU-SANTOS) No primeiro quarteto de um soneto de Cláudio Manuel da
Costa lê-se:
“Fatigado de calma se acolhia
Junto o rebanho à sombra dos salgueiros;
E o sol, queimando os ásperos oiteiros,
Com violência maior no campo ardia.”
Encontra-se no texto as seguintes características do eu-lírico:
a)
Artificialismo, uso da mitologia greco-romana, natureza adormecida.
b)
Contraste, bucolismo, existência de pastores.
c)
Simplicidade de forma, contato com a natureza, bucolismo.
d)
Natureza adormecida, liberdade formal, idealização da realidade.
e)
Simplicidade de forma, presença de pastores, mitologia greco-romana.
2(SANTA CASA)
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26. Texto I
“É a vaidade, Fábio, nessa vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada
Púrpuras mil, com ambição dourada
Airosa rompe, arrasta presumida.”
Texto II
“Depois de nos ferir a mão da morte,
ou seja, neste monte, ou noutra serra,
nossos corpos terão, terão a sorte
de consumir os dous a mesma terra.”
O texto I é Barroco; o II é arcádico. Comparando-os é possível afirmar que os
árcades optaram por uma expressão:
a)
Impessoal e, portanto, diferenciada do sentimentalismo barroco, em que o
mundo exterior era projeção do caos interior do poeta.
b)
Despojadas das ousadias sintáticas da estética anterior, com predomínio da
ordem direta e de vocábulos de uso corrente.
c)
Que aprofunda o naturalismo da expressão barroca, fazendo com que o poeta
assuma posição eminentemente impessoal.
d)
Em que predomina, diferentemente do barroco, a antítese, a hipérbole, a
conotação poderosa.
e)
Em que a quantidade de metáforas e de torneios de linguagem supera a
tendência denotativa do barroco.
3-
(ENEM- 2009, questão 123)
Se os tubarões fossem homens
Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentis com os peixes
pequenos?
Certamente, se os tubarões fossem homens, fariam construir resistentes
gaiolas no mar para os peixes pequenos, com todo o tipo de alimento, tanto
animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água
fresca e adotariam todas as providências sanitárias.
Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nas aulas, os
peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões. Eles
aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia para localizar os grandes
tubarões deitados preguiçosamente por aí. A aula principal seria, naturalmente,
a formação moral dos peixinhos. A eles seria ensinado que o ato mais
grandioso e mais sublime é o sacrifício alegre de um peixinho e que todos
deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando estes dissessem que
cuidavam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só
estaria garantido se aprendessem a obediência.
Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos seria
condecorado com uma pequena Ordem das Algas e receberia o título de herói.
BRECHT, B. Histórias do Sr. Keuner. São Paulo: Ed. 34, 2006 (adaptado).
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27. Como produção humana, a literatura veicula valores que nem sempre estão
representados diretamente no texto, mas são transfigurados pela linguagem
literária e podem até entrar em contradição com as convenções sociais e
revelar o quanto a sociedade perverteu os valores humanos que ela própria
criou. É o que ocorre na narrativa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht
mostrada. Por meio da hipótese apresentada, o autor
a) Demonstra o quanto a literatura pode ser alienadora ao retratar, de modo
positivo, as relações de opressão existentes na sociedade.
b) Revela a ação predatória do homem no mar, questionando a utilização dos
recursos naturais pelo homem ocidental.
c) Defende que a força colonizadora e civilizatória do homem ocidental
valorizou a organização das sociedades africanas e asiáticas, elevando-as ao
modo de organização cultural e social da sociedade moderna.
d) Questiona o modo de organização das sociedades ocidentais capitalistas,
que se desenvolveramfundamentadas nas relações de opressão em que os
mais fortes exploram os mais fracos.
e) Evidencia a dinâmica social do trabalho coletivo em que os mais fortes
colaboram com os mais
4-
(ENEM- 2010, questão 106)
O folclore é o retrato da cultura de um povo. A dança popular e folclórica é uma
forma de representar a cultura regional, pois retrata seus valores, crenças,
trabalho e significados. Dançar a cultura de outras regiões é conhecê-la, é de
alguma forma se apropriar dela, é enriquecer a própria cultura.
BREGOLATO, R. A. Cultura Corporal da Dança. São Paulo: Ícone, 2007.
As manifestações folclóricas perpetuam uma tradição cultural, é obra de um
povo que a cria, recria e a perpetua. Sob essa abordagem deixa-se de
identificar como dança folclórica brasileira
a)
O Bumba-meu-boi, que é uma dança teatral onde personagens contam
uma história envolvendo crítica social, morte e ressurreição.
b)
A Quadrilha das festas juninas, que associam festejos religiosos a
celebrações de origens pagãs envolvendo as colheitas e a fogueira.
c)
O Congado, que é uma representação de um reinado africano onde se
homenageia santos através de música, cantos e dança.
d)
O Balé, em que se utilizam músicos, bailarinos e vários outros
profissionais para contar uma história em forma de espetáculo.
e)
O Carnaval, em que o samba derivado do batuque africano é utilizado
com o objetivo de contar ou recriar uma história nos desfiles.
5 – (PUCCAMP)
Acaso são estes
os sítios formosos,
onde passava
os anos gostosos?
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27
28. São estes os prados,
aonde brincava,
enquanto pastava,
o manso rebanho
que Alceu me deixou?
Os versos acima, de Tomás Antônio Gonzaga, são expressão de um
momento estético em que o poeta:
a)
Buscava
expressão
para
o
sentimento
religioso
a s s o c i a d o à natureza, revestindo frequentemente o poema do tom solene
da meditação.
b)
Tentava exprimir a insatisfação do mundo contemporâneo, dava
grande ênfase à vida sentimental, tornando o coração a medida mais
exata da existência.
c)
Buscava a “naturalidade”. O que havia de mais simples,
m a i s “natural”, que a vida dos pastores e a contemplação direta da
natureza?
d)
Tinha predileção pelo soneto, exercitando a precisão descritiva
e dissertativa, o jogo intelectual, a famosa “chave de ouro”.
e)
Acentuava a busca da elegância e do requinte formal, perdendo-se na
minúcia descritiva de objetos raros: vasos, taças, leques.
6-Leia o texto atentamente:
“Com os anos, Marília, o gosto falta,
e se entorpece o corpo já cansado:
triste, o velho cordeiro está deitado,
e o leve filho, sempre alegre, salta.
A mesma formosura
é dote que só goza a mocidade:
rugam-se as faces, o cabelo alveja,
mal chega a longa idade.
Que havemos de esperar Marília bela?
que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde, já vêm frias,
e pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
aproveite-se o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças,
e ao semblante a graça!”
(Tomás Antônio Gonzaga)
8. Com base nestes versos, assinale a alternativa correta.
a) Apesar de sua idade já muito avançada, o eu lírico ainda se mostra disposto
ao amor.
b) Marília deve acompanhar o poeta em sua velhice, mesmo que isso traga
recordações inglórias da juventude.
c) O eu lírico faz um chamamento à sua musa para juntos viverem o tempo
presente de suas juventudes.
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29. d) O poema explora o motivo da mulher inacessível e misteriosa, desejada por
um homem cansado e doente.
e) Resta aos amantes a doçura da contemplação dos filhos, expressa em “o
velho cordeiro está deitado, /e o leve filho, sempre alegre, salta”.
Aula 4
ROMANTISMO (1836-1881)
Martin Johnson Heade, Floresta brasileira, 1864
Romantismo : séculos XIX
Contexto histórico:
a) na Europa
Triunfo da burguesia, liberalismo econômico
b) no Brasil
Independência
Primeiro Reinado
Abdicação
Regência
Segundo Reinado
Revoltas internas e guerras
Guerra do Paraguai
Abolição
Proclamação da República
Características:
Individualismo
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29
30.
Subjetivismo
Fuga da realidade através do sonho, da morte, da natureza (indianismo) e do
tempo
Poesia:
1ª geração (nacionalista ou indianista):
Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias
2ª geração (byroniana ou mal-do-século):
Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Fagundes Varela e Casimiro de Abreu.
3ª geração (condoreira)
Castro Alves e Sousândrade
Prosa:
Romance urbano, indianista, regionalista e histórico:
Joaquim Manuel da Macedo, José de Alencar, Bernardo
de Taunay, Franklin Távora, Manuel de Antônio de Almeida.
Guimarães, Visconde
Teatro: Martins Pena
Grito do Ipiranga, Pedro Américo
Contexto Histórico
A Europa do século XIX assistiu as transformações radicais, resultado da
Revolução Industrial (que fez surgir uma nova classe, o proletariado) e da Revolução
Francesa, que, com seu ideal de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, subverteu as
relações sociais. A burguesia, econômica e politicamente forte, impulsionou a livre
concorrência e foi responsável por uma sociedade materialista.
Independente desde 1822, o Brasil, no entanto, conservou a mesma estrutura
da sociedade colonial: patriarcal, assentada na mão-de-obra e nos latifúndios. Da 30
independência até a abdicação de D. Pedro I, em 1831, o país viveu um período
difícil. Cedo começaram os problemas resultantes da personalidade autoritária de D.
Pedro: dissolução da Assembleia Constituinte por ordem do imperador; outorga da
primeira Constituição em 1824; Confederação do Equador; Guerra Cisplatina (e a
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31. criação da República Independente do Uruguai). Nesse período, o Brasil pediu um
empréstimo de dois milhões de libras esterlinas à Inglaterra para pagar a
indenização por nossa independência a Portugal. Todo esse quadro levou à
abdicação de D. Pedro I em favor de seu filho de apenas cinco anos, em 1831.
Seguiu-se o período da Regência, quando o Brasil foi sacudido por algumas
revoltas: Cabanagem (1834, Guerra dos Farrapos -1835-, Sabinada -1837-, Balaiada
-1838-). Nesse quadro surgiu, em 1836, o Romantismo brasileiro.
O Segundo Reinado começou em 1840 quando D. Pedro II, com apenas 14
anos, foi declarado maior. Esse período estendeu-se até 1889 com a Proclamação
da República. Foi um período de consolidação das instituições nacionais e de
desenvolvimento econômico apoiado pela economia cafeeira e pela crescente
industrialização. Revoltas e guerras também ocorreram: Revolução Liberal em São
Paulo (1842); Revolução Praieira em Pernambuco (1848); inúmeros levantes
populares; guerras com o Uruguai e Argentina e, em 1865, a Guerra do Paraguai. O
Segundo Reinado ainda assistiu à campanha abolicionista e à libertação dos
escravos.
Manifestações Artísticas
Na Europa, o Romantismo representou uma revolução na concepção de vida
e de arte. Pregando a liberdade de criação, o predomínio do sentimento, o
individualismo, insurgiu-se contra os valores clássicos: o equilíbrio, a sobriedade, a
imitação da Antiguidade, o racionalismo, as convenções. A fascinação do exótico e
os temas nacionalistas são uma tônica na pintura, mas a arquitetura e a escultura
continuam sendo neoclássica.
A música, marcada pelo individualismo, aproveitou as canções populares e
refletiu preocupações coletivas e relacionadas aos movimentos de unificação, que
marcaram o período. Beethoven, Lizt, Chopin, Schumann e Schubert foram alguns
dos expoentes desse período.
No Brasil, a pintura e a arquitetura neoclássicas dominaram o Romantismo.
Debret retratou em seus quadros os costumes e personagens da época. Víctor
Meirelles, Almeida Júnior e Pedro Américo voltaram-se para temas históricos e
mitológicos.
Na música destacaram-se Carlos Gomes, que em 1860 tornara-se preparador
de óperas na Imperial Academia de Música e Ópera Nacional, e Elias Álvares Lobo.
31
Víctor Meirelles, Primeira missa no Brasil, 1860
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32. Produções Literárias
O Romantismo foi o primeiro movimento literário brasileiro da Era Nacional. A
estética romântica foi fértil em poesia e prosa e viu nascer o teatro nacional.
As gerações românticas:
1ª GERAÇÃO (NACIONALISTA OU INDIANISTA): caracterizou-se, sobretudo,
pela criação do herói nacional, pelo lirismo amoroso e pelo paisagismo. Os principais
autores são: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto-Alegre.
2ª GERAÇÃO (BYRONIANA OU MAL-DO-SÉCULO): caracterizou-se pela
obsessão à morte, sentimento de tédio, pessimismo, individualismo, melancolia e
morbidez. Os principais autores são: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu,
Fagundes Varela e Junqueira Freire.
3ª GERAÇÃO (CONDOEIRA): seu emblema foi uma poesia de caráter social patriótica, antiescravista, abolicionista. Seu mais importante poeta foi Castro Alves.
A presença do nacional nos motivos e na linguagem foi a característica
comum às três gerações românticas.
Almeida Júnior
Ficção
Floresceram no Romantismo vários tipos de romance, segundo a temática e o
ambiente:
1)
Urbano: focaliza situações da burguesia que habita a Corte (a cidade do Rio
de Janeiro), apresentando conflitos sentimentais;
2)
Indianista: descreve costumes e tradições do índio brasileiro e o contato com
o colonizador. Esse tipo de romance reflete o caráter nacionalista da literatura da
época (como o Brasil não teve Idade Média, o indianismo foi a saída para a criação
do herói nacional);
3)
Regionalista: espelha a realidade (sempre idealizada) de diferentes regiões
do Brasil;
4)
Histórico: Relata fatos de nosso passado colonial.
32
EXERCÍCIOS
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33. 1(U.F.BAHIA) Na poesia indianista de Gonçalves Dias encontram-se, em falas
atribuídas aos índios, expressões como “ação tão nobre vos honra”, “senhores em
gentileza”, “nobreza nos atos”, e outras que indicam:
a)
Preocupação do poeta em bem traduzir a naturalidade da fala de suas
personagens.
b)
A idealização de uma figura convencional do índio, em moldes que o
aproxima do cavaleiro medieval.
c)
O desejo do poeta em documentar a elevação dos costumes dos índios, já
aculturados pelas missões religiosas.
d)
A intenção satírica de contra por ao mundo inocente dos índios a falsidade e o
polimento da linguagem burguesa.
e)
O propósito do poeta em registrar a admiração que tinha os índios pela fala e
pelos hábitos dos nobres portugueses.
2(UE- LONDRINA)
“Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos
Treme a tua alma, como a lira ao vento,
Das teclas de teu seio que harmonias,
Que escalas de suspiros, bebo atento;”
A franqueza com que Castro Alves exprime seus desejos em relação à mulher
amada, como acima se vê, permite afirmar que:
a)
O seu sentimento amoroso é adulto, no sentido de que percorre a gama
completa da carne e do espírito.
b)
Seus poemas falam de amores não realizados, na medida em que a mulher é
idealizada ao extremo.
c)
O tédio existencial da segunda geração romântica, de que é típico
representante, explica a sua concepção do amor aliado à morte.
d)
A plenitude amorosa não é seu objetivo, pois preocupam-no unicamente
problemas sociais.
e)
O ressentimento que envolve seu espírito impregna de aspectos negativos
todo o que o rodeia, inclusive a mulher.
3-
(ENEM- 2009, questão 102)
Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária entre si e
o público a representação. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer
ação. A peça teatral é, pois, uma composição literária destinada à
apresentação por atores em um palco, atuando e dialogando entre si. O texto
dramático é complementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e
possui uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presença de
personagens que devem estar ligados com lógica uns
aos outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto
de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas à
unidade do efeito e segundo uma ordem composta de exposição, conflito,
complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o
conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que se situa a ação;
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34. 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua
interpretação real por meio da representação. C
COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1973 (adaptado).
Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um
espetáculo teatral, conclui-se que
a) A criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fenômeno de ordem
individual, pois não é possível sua concepção de forma coletiva.
b) O cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo
cenógrafo de modo
autônomo e independente do tema da peça e do trabalho interpretativo dos
atores.
c) O texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como
contos, lendas, romances,
poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, entre outros.
d) O corpo do ator na cena tem pouca importância na comunicação teatral,
visto que o mais importante é a expressão verbal, base da comunicação cênica
em toda a trajetória do teatro até os dias atuais.
e) A iluminação e o som de um espetáculo cênico independem do processo de
produção/recepção do espetáculo teatral, já que se trata de linguagens
artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral.
4-
(ENEM- 2009, questões 118)
Teatro do Oprimido é um método teatral que sistematiza exercícios, jogos e
técnicas teatrais elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal,
recentemente falecido, que visa à desmecanização física e intelectual de seus
praticantes. Partindo do princípio de que a linguagem teatral não deve ser
diferenciada da que é usada cotidianamente pelo cidadão comum (oprimido),
ele propõe condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios do
fazer teatral e, assim, amplie suas possibilidades de expressão. Nesse sentido,
todos podem desenvolver essa linguagem e, consequentemente, fazer teatro.
Trata-se de um teatro em que o espectador é convidado a substituir o
protagonista e mudar a condução ou mesmo o fim da história, conforme o olhar
interpretativo e contextualizado do receptor.
Companhia Teatro do Oprimido. Disponível em: www.ctorio.org.br.
Acesso em: 1 jul. 2009 (adaptado).
Considerando-se as características do Teatro do Oprimido apresentadas,
conclui-se que
a) Esse modelo teatral é um método tradicional de fazer teatro que usa, nas
suas ações cênicas, a linguagem rebuscada e hermética falada normalmente
pelo cidadão comum.
b) A forma de recepção desse modelo teatral se destaca pela separação entre
atores e público, na qual os atores representam seus personagens e a plateia
assiste passivamente ao espetáculo.
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35. c) Sua linguagem teatral pode ser democratizada e apropriada pelo cidadão
comum, no sentido de proporcionar-lhe autonomia crítica para compreensão e
interpretação do mundo em que vive.
d) O convite ao espectador para substituir o protagonista e mudar o fim da
história evidencia que a proposta de Boal se aproxima das regras do teatro
tradicional para a preparação de atores.
e) A metodologia teatral do Teatro do Oprimido segue a concepção do teatro
clássico aristotélico, que visa à desautomação física e intelectual de seus
praticantes.
5(ENEM- 2009, questão 115)
A dança é importante para o índio preparar o corpo e a garganta e significa
energia para o corpo, que fica robusto. Na aldeia, para preparo físico,
dançamos desde cinco horas da manhã até seis horas da tarde, passa-se o dia
inteiro dançando quando os padrinhos planejam a dança dos adolescentes. O
padrinho é como um professor, um preparador físico dos adolescentes. Por
exemplo, o padrinho sonha com um determinado canto e planeja para todos
entoarem. Todos os tipos de dança vêm dos primeiros xavantes:
Wamarĩdzadadzeiwawẽ, Butséwawẽ, Tseretomodzatsewawẽ, que foram
descobrindo através da sabedoria como iria ser a cultura Xavante. Até hoje
existe essa cultura, essa celebração. Quando o adolescente fura a orelha é
obrigatório ele dançar toda a noite, tem de acordar meia-noite para dançar e
cantar, é obrigatório, eles vão chamando um ao outro com um grito especial.
WÉRÉ' É TSI'RÓBÓ, E. A dança e o canto-celebração da existência xavante.
VIS-Revista do Programa de Pós-Graduação em Arte da UnB. V. 5, n. 2,
dez. 2006.
A partir das informações sobre a dança Xavante, conclui-se que o valor da
diversidade artística e da tradição cultural apresentados originam-se da
a) Iniciativa individual do indígena para a prática da dança e do canto.
b) Excelente forma física apresentada pelo povo Xavante.
c) Multiculturalidade presente na sua manifestação cênica.
d) Inexistência de um planejamento da estética da dança, caracterizada pelo
ineditismo.
e) Preservação de uma identidade entre a gestualidade ancestral e a novidade
dos cantos a serem entoados.
6-
(ENEM- 2010, questão 117)
Soneto
Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
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36. Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.
O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica,
porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico.
O fundamento desse lirismo é
a)
A angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.
b)
A melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda.
c)
O descontrole das emoções provocado pela autopiedade.
d)
O desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa.
e)
O gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.
7-
(ENEM- 2011, questão 27)
Foto de Militão, São
Paulo, 1879.
ALENCASTRO, L. F. (org). História da vida privada no Brasil.
Império: a corte e a modernidade nacional. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.
Que aspecto histórico da escravidão no Brasil do séc. XIX pode ser identificado
a partir da análise do vestuário do casal retratado acima?
a)
O uso de trajes simples indica a rápida incorporação dos ex-escravos ao
mundo do trabalho urbano.
b)
A presença de acessórios como chapéu e sombrinha aponta para a
manutenção de elementos culturais de origem africana.
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37. c)
O uso de sapatos é um importante elemento de diferenciação social
entre negros libertos ou em melhores condições na ordem escravocrata.
d)
A utilização do paletó e do vestido demonstra a tentativa de assimilação
de um estilo europeu como forma de distinção em relação aos brasileiros.
e)
A adoção de roupas próprias para o trabalho doméstico tinha como
finalidade demarcar as fronteiras da exclusão social naquele contexto.
Aula 05
REALISMO E NATURALISMO (1881-1893)
O Vagão de Terceira Classe Honoré Daumier.
Realismo e Naturalismo: séculos XIX
Contexto histórico:
a) na Europa
Segunda Revolução Industrial
Cientificismo: socialismo científico
Positivismo
Evolucionismo
Determinismo
b) no Brasil
Consequências da Guerra do Paraguai
Libertação dos escravos
Fim da Monarquia e proclamação da República
Imigração
Características:
Objetividade
Predomínio da razão
Observação, análise e denuncia dos males sociais
Criação do romance de análise (Realismo)
Aceitação de determinismos científicos (Naturalismo)
Autores:
Realismo: Machado de Assis/Raul Pompéia
Naturalismo: Aluísio Azevedo/ Inglês de Sousa/ Júlio Ribeiro/Adolfo Caminha
/Domingos Olímpio
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38. "Arrufos", de Belmiro de Almeida, 1887.
Contexto Histórico
A Europa, na segunda metade do século XIX, foi marcada por novos inventos
(telefone, telégrafo, locomotiva a vapor), pela utilização de novas fontes de energia
(petróleo, eletricidade) e pelas novas descobertas científicas, que explicaram ao
homem o, até então inexplicável. No entanto, a acelerada industrialização, resultado
da Segunda Revolução Industrial e do capitalismo, determinaram o aparecimento de
uma nova classe, o proletariado, constituída por uma massa de trabalhadores
miseráveis, sem direito a nenhuma vantagem trazida por esse progresso.
Criticando o misticismo, a religião, o sentimentalismo e o subjetivismo, o
homem passou a basear-se na observação e na experimentação para estudar os
mais diversos fenômenos. Valeu-se para isso de algumas doutrinas:
1)
Positivismo: filosofia de Augusto Comte, segundo a qual só importava o que
podia ser medido e provado, isto é, todos os fenômenos deviam ser explicados pela
ciência;
2)
Evolucionismo: teoria de Charles Darwin, que colocava em xeque a origem
divina do homem, defendida pela Igreja, e explica a evolução das espécies pelo
processo de seleção natural, pela sobrevivência do mais forte e do mais apto,
3)
Determinismo: teoria de Hipólito Taine que explicava a obra de arte como a
consequência de três fatores: raça (hereditariedade), meio e momento histórico.
Segundo ele, o homem era produto do meio em que vivia;
4)
Socialismo científico: Engels e Karl Marx denunciaram a exploração do
proletariado;
5)
Experimentalismo: o médico Claude Bernard deu bases científicas à medicina
(observação, investigação) e demonstrou a importância da Fisiologia no
comportamento humano.
O Brasil viveu, nesse período, as consequências da Guerra do Paraguai, o
movimento abolicionista e a perspectiva da República. O surto modernizador 38
sustentado pela exportação cafeeira fez surgirem comerciantes e pequenos
empresários que aderiram às novas ideias. A economia fortalecida exigia trabalho
livre começaram, então, as primeiras imigrações. Essas transformações
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39. socioeconômicas apresentaram o fim da Monarquia: federalistas, abolicionistas e
positivistas opunham-se à centralização do poder e lutavam pela República. Em
1888, a escravatura foi abolida e, em 1889, proclamada a República.
Almeida Júnior, Caipira picando fumo, 1893.
Manifestações Artísticas
“A pintura, arte essencialmente objetiva, consiste na representação das coisas
reais existentes. A beleza não está no característico, mas na verdade”, afirmava o
pintor francês Courbet. Antiburguês convicto, deu espaço em seus quadros aos
trabalhadores, aos camponeses, retratando cenas da vida popular e cotidiana.
A arquitetura e a escultura insurgem-se contra o academicismo.
No Brasil o que se vê retratado é o cotidiano da burguesia: Arrufos de Belmiro
de Almeida mostra a briga de um casal. Almeida aproxima-se de um realismo mais
comprometido com as classes populares:
Mulheres Peneirando trigo, 1855, Courbet.
LITERATURA
Os escritores realistas e naturalistas, opondo-se aos românticos e
impulsionados pela filosofia e a ciência da época, pretendia reproduzir integralmente
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39
40. o real. Antimonárquicos, antiburgueses e anticlericais, em sua maioria republicanos
e até socialistas, ao sentimentalismo opunham o materialismo e o racionalismo; ao
subjetivismo, o objetivismo; à fantasia e à imaginação, a observação do real; ao
retorno ao passado, o comprometimento com o momento presente; ao nacionalismo,
o universalismo.
O romance realista, cujo maior representante é Machado de Assis,
preocupou-se com a análise psicológica das personagens, em função da qual critica
a sociedade. Trata-se de um romance documental, que pretende ser o retrato da
época. Já o romance naturalista valorizou o coletivo, a análise social, entendendo o
homem como um animal sujeito ao instinto, por isso a predileção temática pelas
taras e desvios sexuais. Numa confrontação entre as duas estéticas, temos:
Realismo
Análise psicológica
Romance documental
Expressão indireta
Interseção
Influenciados pelo
positivismo e
determinismo
Anticlericais
Antiburgueses
Antimonárquicos
Antirromânticos
Retrato do real
Naturalismo
Análise social
Romance científico,
experimental
Expressão direta
EXERCÍCIOS
1(UF-PR) Eça de Queirós, autor do realismo português, afirma:
“O Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a
nossos próprios olhos - para nos conhecermos, para que saibamos que somos
verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa sociedade.”
Para realizar esta proposta literária, quais os recursos utilizados no discurso
realista? Selecione-os na relação abaixo e depois assinale a alternativa que os
contém:
1Preocupação revolucionária, atitude de crítica e de combate;
2Imaginação criadora;
3Personagens frutos da observação; tipos concretos e vivos;
4Linguagem natural, sem rebuscamento;
5Preocupação com a mensagem que revela concepção materialista do
homem;
6Senso do mistério;
7Retorno ao passado;
8Determinismo biológico e social.
a) 1, 2, 3, 5, 7, 8.
b) 1, 3, 4, 5, 8.
c) 2, 3, 4, 6, 7.
d) 3, 4, 5, 6, 8.
e) 2, 3, 4, 5, 8.
2-
(ENEM 2009, questão 120)
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40
41. No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia
duas literaturas independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra
do Sul, regiões segundo ele muito diferentes por formação histórica,
composição étnica, costumes, modismos linguísticos etc. Por isso, deu aos
romances regionais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em
nossos dias, um escritor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante
engenho que no Brasil há, em verdade, literaturas setoriais diversas, refletindo
as características locais.
CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e outros ensaios. São
Paulo: Ática, 2003.
Com relação à valorização, no romance regionalista brasileiro, do homem e da
paisagem de determinadas regiões nacionais, sabe-se que
a) O romance do Sul do Brasil se caracteriza pela temática essencialmente
urbana, colocando em relevo a formação do homem por meio da mescla de
características locais e dos aspectos culturais trazidos de fora pela imigração
europeia.
b) José de Alencar, representante, sobretudo, do romance urbano, retrata a
temática da urbanização das cidades brasileiras e das relações conflituosas
entre as raças.
c) O romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado realismo no uso do
vocabulário, pelo temário local, expressando a vida do homem em face da
natureza agreste, e assume frequentemente o ponto de vista dos menos
favorecidos.
d) A literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis,
põe em relevo a formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as
raízes africanas e indígenas que caracterizam o nosso povo.
e) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são
romancistas das décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a
problemática do homem urbano em confronto com a modernização do país
promovida pelo Estado Novo.
3-
(ENEM- 2009, questão 130)
Nestes últimos anos, a situação mudou bastante e o Brasil, normalizado,
já não nos parece tão mítico, no bem e no mal. Houve um mútuo
reconhecimento entre os dois países de expressão portuguesa de um lado e do
outro do Atlântico: o Brasil descobriu Portugal e Portugal, em um retorno das
caravelas, voltou a descobrir o Brasil e a ser, por seu lado, colonizado por
expressões linguísticas, as telenovelas, os romances, a poesia, a comida e as
formas de tratamento brasileiros. O mesmo, embora em nível superficial, dele
excluído o plano da língua, aconteceu com a Europa, que, depois da diáspora
dos anos 70, depois da inserção na cultura da bossa-nova e da música popular
brasileira, da problemática ecológica centrada na Amazônia, ou da
problemática social emergente do fenômeno dos meninos de rua, e até do álibi
ocultista dos romances de Paulo Coelho, continua todos os dias a descobrir, no
bem e no mal, o novo Brasil. Se, no fim do século XIX, Sílvio Romero definia a
literatura brasileira como manifestação de um país mestiço, será fácil para nós
defini-la como expressão de um país polifônico: em que já não é determinante
o eixo Rio-São Paulo, mas que, em cada região, desenvolve originalmente a
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42. sua unitária e particular tradição cultural. É esse, para nós, no início do século
XXI, o novo estilo brasileiro.
STEGAGNO-PICCHIO, L. História da literatura brasileira.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004 (adaptado).
No texto, a autora mostra como o Brasil, ao longo de sua história, foi, aos
poucos, construindo uma identidade cultural e literária relativamente autônoma
frente à identidade europeia, em geral, e à portuguesa em particular. Sua
análise pressupõe, de modo especial, o papel do patrimônio literário e
linguístico, que favoreceu o surgimento daquilo que ela chama de “estilo
brasileiro”. Diante desse pressuposto, e levando em consideração o texto e as
diferentes etapas de consolidação da cultura brasileira, constata-se que
a) O Brasil redescobriu a cultura portuguesa no século XIX, o que o fez
assimilar novos gêneros artísticos e culturais, assim como usos originais do
idioma, conforme ilustra o caso do escritor Machado de Assis.
b) A Europa reconheceu a importância da língua portuguesa no mundo, a partir
da projeção que poetas brasileiros ganharam naqueles países, a partir do
século XX.
c) Ocorre, no início do século XXI, promovido pela solidificação da cultura
nacional, maior reconhecimento do Brasil por ele mesmo, tanto nos aspectos
positivos quanto nos negativos.
d) O Brasil continua sendo, como no século XIX, uma nação culturalmente
mestiça, embora a expressão dominante seja aquela produzida no eixo RioSão Paulo, em especial aquela ligada às telenovelas.
e)O novo estilo cultural brasileiro se caracteriza por uma união bastante
significativa entre as diversas matrizes culturais advindas das várias regiões do
país, como se pode comprovar na obra de Paulo Coelho.
4-
(ENEM- 2009, questão 134)
Nunca se falou e se preocupou tanto com o corpo como nos dias atuais.
É comum ouvirmos anúncios de uma nova academia de ginástica, de uma
nova forma de dieta, de uma nova técnica de autoconhecimento e outras
práticas de saúde alternativa, em síntese, vivemos nos últimos anos a
redescoberta do prazer, voltando nossas atenções ao nosso próprio corpo.
Essa valorização do prazer individualizante se estrutura em um verdadeiro
culto ao corpo, em analogia a uma religião, assistimos hoje ao surgimento de
novo universo: a corpolatria.
CODO, W.; SENNE, W. O que é corpo(latria). Coleção
Primeiros Passos. Brasiliense, 1985 (adaptado).
Sobre esse fenômeno do homem contemporâneo presente nas classes sociais
brasileiras, principalmente, na classe média, a corpolatria
a) É uma religião pelo avesso, por isso outra religião; inverteram-se os sinais, a
busca da felicidade eterna antes carregava em si a destruição do prazer, hoje
implica o seu culto.
b) Criou outro ópio do povo, levando as pessoas a buscarem cada vez mais
grupos igualitários de integração social.
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43. c) É uma tradução dos valores das sociedades subdesenvolvidas, mas em
países considerados do primeiro mundo ela não consegue se manifestar
porque a população tem melhor educação e senso crítico.
d) Tem como um de seus dogmas o narcisismo, significando o “amar o próximo
como se ama a si mesmo”.
e) Existe desde a Idade Média, entretanto esse acontecimento se intensificou a
partir da Revolução Industrial no século XIX e se estendeu até os nossos dias.
5(ENEM- 2010, questão 21)
Luiz Gama fez da lei e das letras suas armas na luta pela liberdade. Foi
vendido ilegalmente como escravo pelo seu pai para cobrir dívidas de jogo.
Sabendo ler e escrever, aos 18 anos de idade conseguiu provas de que havia
nascido livre. Autodidata, advogado sem diploma, fez do direito o seu oficio e
transformou-se, em pouco tempo, em proeminente advogado da causa
abolicionista.
AZEVEDO, E. O Orfeu de carapinha. In: Revista de História. Ano1, nº 3. Rio
de Janeiro: Biblioteca Nacional, jan. 2004 (adaptado).
A conquista da liberdade pelos afro-brasileiros na segunda metade do séc. XIX
foi resultado de importantes lutas sociais condicionadas historicamente. A
biografia de Luiz da Gama exemplifica a
a)
Impossibilidade de ascensão social do negro forro em uma sociedade
escravocrata, mesmo sendo alfabetizado.
b)
Extrema dificuldade de projeção dos intelectuais negros nesse contexto
e a utilização do Direito como canal de luta pela liberdade.
c)
Rigidez de uma sociedade, assentada na escravidão, que inviabilizava
os mecanismos de ascensão social.
d)
Possibilidade de ascensão social, viabilizada pelo apoio das elites
dominantes, a um mestiço filho de pai português.
e)
Troca de favores entre um representante negro e a elite agrária
escravista que outorgara o direito advocatício ao mesmo.
6-
(ENEM- 2010, questão 100)
Na busca constante pela sua evolução, o ser humano vem alternando a
sua maneira de pensar, de sentir e de criar. Nas últimas décadas do século
XVIII e no início do século XIX, os artistas criaram obras em que predominam o
equilíbrio e a simetria de formas e cores, imprimindo um estilo caracterizado
pela imagem da respeitabilidade, da sobriedade, do concreto e do civismo.
Esses artistas misturaram o passado ao presente, retratando os personagens
da nobreza e da burguesia, além de cenas míticas e histórias cheias de vigor.
RAZOUK, J. J. (Org.). Histórias reais e belas nas telas. Posigraf: 2003.
Atualmente, os artistas apropriam-se de desenhos, charges, grafismos e
até ilustrações de livros para compor obras em que se misturam personagens
de diferentes épocas, como na seguinte imagem:
a)
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44. Romero Brito. “Gisele e Tom”.
b)
Andy Warhol. “Michael Jackson”.
c)
Funny Filez.“Monabean”.
d)
Andy Warhol. “Marlyn Monroe”.
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45. e)
Pablo Picasso. “Retrato de Jaqueline Roque com as Mãos
Cruzadas”.
7-
(ENEM- 2011, questão 100)
TEXTO I
Onde está a honestidade?
Você tem palacete reluzente
Tem jóias e criados à vontade
Sem ter nenhuma herança ou parente
Só anda de automóvel na cidade
E o povo pergunta com maldade:
Onde está a honestidade?
Onde está a honestidade?
O seu dinheiro nasce de repente
E embora não se saiba se é verdade
Você acha nas ruas diariamente
Anéis, dinheiro e felicidade...
Vassoura dos salões da sociedade
Que varre o que encontrar a sua frente
Promove festivais de caridade
Em nome de qualquer defunto ausente...
ROSA, N. Disponível em: http://www.mpbnet.com.br. Acesso em: abr. 2010
TEXTO II
Um vulto da história da música popular brasileira, reconhecido
nacionalmente, é Noel Rosa. Ele nasceu em 1910, no Rio de Janeiro; portanto,
se estivesse vivo, estaria completando 100 anos. Mas faleceu aos 26 anos de
idade, vítima de tuberculose, deixando um acervo de grande valor para o
patrimônio cultural brasileiro. Muitas de suas letras representam a sociedade
contemporânea, como se tivessem sido escritas no século XXI.
Disponível em: http://www.mpbnet.com.br. Acesso em: abr. 2010.
Um texto pertencente ao patrimônio literário-cultural brasileiro é atualizável, na
medida em que ele se refere a valores e situações de um povo. A atualidade da
canção Onde está a honestidade?, de Noel Rosa, evidencia-se por meio
a) da ironia, ao se referir ao enriquecimento de origem duvidosa de alguns.
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46. b) da crítica aos ricos que possuem joias, mas não têm herança.
c) da maldade do povo a perguntar sobre a honestidade.
d) do privilégio de alguns em clamar pela honestidade.
e) da insistência em promover eventos beneficentes.
8-
(ENEM- 2011, questão 119)
Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam
todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de
repente, o cavaquinho de Porfirio, acompanhado pelo violão do Firmo,
romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros
acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente
despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas.
E seguiram-se outras notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais
delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos gemidos
e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras em uma
floresta incendiada; eram ais convulsos, chorando em frenesi de amor: música
feita de beijos e soluços gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo
estalar de gozo.
AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo. Ática, 1983 (adaptado)
No romance O Cortiço (1890), de Aluízio Azevedo, as personagens são
observadas como elementos coletivos caracterizados por condicionantes de
origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre
brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois
a) Destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens
portuguesas.
b) Exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português
inexpressivo.
c) Mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português.
d) Destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza dos portugueses.
e) Atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instrumentos musicais.
Aula 06
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)
TIC é a abreviação de "Tecnologia da Informação e Comunicação".
Pesquisando nas várias definições existentes em livros, textos, Internet,
revistas, etc., podemos dizer que TIC é um conjunto de recursos tecnológicos
que, se estiverem integrados entre si, podem proporcionar a automação e/ou a
comunicação de vários tipos de processos existentes nos negócios, no ensino
e na pesquisa científica, na área bancária e financeira, etc. Ou seja, são
tecnologias usadas para reunir, distribuir e compartilhar informações, como
exemplo: sites da Web, equipamentos de informática (hardware e software),
telefonia, quiosques de informação e balcões de serviços automatizados.
Estamos presenciando, já há alguns anos, o uso intenso da Internet por
todos os segmentos da sociedade e isto esta fazendo com que inúmeras áreas
sofram mudanças radicais em termos como inovação, criatividade,
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47. produtividade e conhecimento, por exemplo, estão forçando a procura de novas
formas para aplicações tradicionais da área financeira, bancária, educação,
segurança, transportes, engenharia, comércio, etc.
Exercícios
1(ENEM- 2009, questão 106)
A partir da metade do século XX, ocorreu um conjunto de transformações
econômicas e sociais cuja dimensão é difícil de ser mensurada: a chamada
explosão da informação. Embora essa expressão tenha surgido no contexto da
informação científica e tecnológica, seu significado, hoje, em um contexto mais
geral, atinge proporções gigantescas.
Por estabelecerem novas formas de pensamento e mesmo de lógica, a
informática e a Internet vêm gerando impactos sociais e culturais importantes. A
disseminação do microcomputador e a expansão da Internet vêm acelerando o
processo de globalização tanto no sentido do mercado quanto no sentido das
trocas simbólicas possíveis entre sociedades e culturas diferentes, o que tem
provocado e acelerado o fenômeno de hibridização amplamente caracterizado
como próprio da pós modernidade.
FERNANDES, M. F.; PARÁ, T. A contribuição das novas tecnologias da
informação na geração de conhecimento. Disponível em:
http://www.coep.ufrj.br. Acesso em: 11 ago. 2009 (adaptado).
Considerando-se o novo contexto social e econômico aludido no texto
apresentado, as novas tecnologias de informação e comunicação:
a) Desempenham importante papel, porque sem elas não seria possível
registrar os acontecimentos históricos.
b) Facilitam os processos educacionais para ensino de tecnologia, mas não
exercem influência nas ciências humanas.
c) Limitam-se a dar suporte aos meios de comunicação, facilitando sobretudo
os trabalhos jornalísticos.
d) Contribuem para o desenvolvimento social, pois permitem o registro e a
disseminação do conhecimento de forma mais democrática e interativa.
e) Estão em estágio experimental, particularmente na educação, área em que
ainda não demonstraram potencial produtivo.
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48. 2-
(ENEM- 2009, questão 105)
La Vie en Rose
ITURRUSGARAI, A. La Vie en Rose. Folha de S.Paulo,
11 ago. 2007.
Os quadrinhos exemplificam que as Histórias em Quadrinhos constituem um
gênero textual
a) Em que a imagem pouco contribui para facilitar a interpretação da
mensagem contida no texto, como pode ser constatado no primeiro quadrinho.
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49. b) Cuja linguagem se caracteriza por ser rápida e clara, que facilita a
compreensão, como se percebe na fala do segundo quadrinho: “</DIV>
</SPAN> <BR CLEAR = ALL> < BR> <BR> <SCRIPT>”.
c) Em que o uso de letras com espessuras diversas está ligado a sentimentos
expressos pelos personagens, como pode ser percebido no último quadrinho.
d) Que possui em seu texto escrito características próximas a uma
conversação face a face, como pode ser percebido no segundo quadrinho.
e) Que a localização casual dos balões nos quadrinhos expressa com clareza a
sucessão cronológica da história, como pode ser percebido no segundo
quadrinho.
3-
(ENEM- 2009, questão 114)
Você sabia que as metrópoles são as grandes consumidoras dos
produtos feitos com recursos naturais da Amazônia? Você pode diminuir os
impactos à floresta adquirindo produtos com selos de certificação. Eles são
encontrados em itens que vão desde lápis e embalagens de papelão até
móveis, cosméticos e materiais de construção. Para receber os selos esses
produtos devem ser fabricados sob 10 princípios éticos, entre eles o respeito à
legislação ambiental e aos direitos de povos indígenas e populações que vivem
em nossas matas nativas.
Vida simples. Ed. 74, dez. 2008.
O texto e a imagem têm por finalidade induzir o leitor a uma mudança de
comportamento a partir do (a)
a) Consumo de produtos naturais provindos da Amazônia.
b) Cuidado na hora de comprar produtos alimentícios.
c) Verificação da existência do selo de padronização de produtos industriais.
d) Certificação de que o produto foi fabricado de acordo com os princípios
éticos.
e) Verificação da garantia de tratamento dos recursos naturais utilizados em
cada produto.
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