O documento descreve a história e situação atual do Haiti, país localizado na América Central. Detalha os conflitos envolvendo escravidão, independência e intervenções estrangeiras ao longo dos séculos. Também aborda os desastres naturais recentes, como o terremoto devastador de 2010, que agravou ainda mais os problemas sociais e econômicos enfrentados pela nação.
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História, Conflitos e Desastres no Haiti
1. EEB DR. THEODURETO CARLOS DE FARIA SOUTO
HAITI
Aluno: Cleiton Willirich Schefer.
Série: 3ª4.
Disciplina: Geografia.
Professor: Flavio Dalabrida.
Dionísio Cerqueira/SC, 01 de Setembro de 2014.
2. 2
SUMÁRIO
Introdução........................................................................................................................03
Localização e história......................................................................................................04
Conflitos antigos e contemporâneos................................................................................06
Terremoto e doenças devastadoras..................................................................................07
Conclusão........................................................................................................................10
Referências......................................................................................................................07
3. 3
INTRODUÇÃO
Esse trabalho tem como objetivo falar sobre o Haiti, país localizado na América
Central. O Haiti é conhecido como um dos países mais pobres do mundo, mas, o que
poucos conhecem é sua história de lutas e vitórias. Conhecer um pouco mais deste país
é conhecer um povo que continua sua busca por liberdade e soberania e não abaixa a
cabeça diante do imperialismo.
4. O Haiti localiza-se na América Central e sua capital é Porto Príncipe. Tem como
moeda local o Gourd. De maioria católica, a população tem presente em suas raízes à
etnia africana, com forte influência da prática do vodu. Sua história é a história de lutas
de seu povo contra a opressão, pela soberania e pela liberdade.
Os haitianos constituem o povo negro que conseguiu realizar a primeira e única
revolução de escravos vitoriosa da história do mundo. Eles derrotaram os exércitos das
principais potências coloniais da época, como Inglaterra, Espanha e França.
Ainda no século 16, a ilha chegou a ser a principal colônia mundial em produção
de açúcar, mercadoria mais cobiçada da época. A renda alimentava a burguesia
mercantil francesa. Para isso, 500 mil africanos foram escravizados sob métodos brutais.
Depois de chegar à ilha, a expectativa de vida era de três anos em média.
Os haitianos foram os primeiros escravos a conquistar a libertação e a
independência de seu país no século 18 e, desde o século 20, enfrentam ditaduras e
intervenções imperialistas com resistência exemplar. Há cinco anos eles vêm travando
uma batalha contra a ocupação de seu país pelas tropas da Minustah (Missão das Nações
Unidas para a Estabilização no Haiti). Sob o discurso de que estão lá como “Força de
Paz”, as tropas internacionais da ONU (Organizações das Nações Unidas), comandadas
pelo governo Lula, são um braço do domínio imperialista na América Latina.
O discurso oficial é da necessidade da presença militar no Haiti, sem a qual o
país se tornaria um caos. Entretanto, nesses cinco anos de ocupação a situação haitiana
piorou. O salário mínimo diário é o mais baixo da América Latina. Está por volta de 1,7
dólares, provocando uma miséria impressionante. Além disso, as tropas impõem
violenta repressão às lutas, sejam por aumento salarial, contra a fome ou por
congelamento dos preços dos alimentos.
Com o argumento de que estão no país para garantir a paz, as tropas mantém sob
opressão o povo haitiano, ajudando a impor a exploração de grandes empresas têxteis
multinacionais naquele país.
Desde 2005 delegações brasileiras visitam o Haiti para conhecer aquela
realidade e delegações haitianas vêm ao Brasil para divulgar em nosso país as
atrocidades cometidas pelas tropas e o seu real objetivo com a ocupação.
Segundo Jofre Teófilo Vieira e Victor Fialho de Assunção, quando se busca
analisar a história do Haiti, dois períodos se sobressaem: o primeiro está compreendido
entre o final do século XVIII e o início do XIX, que é a Revolução do Haiti e o segundo
no início do século XX em diante, iniciada com a invasão americana da Ilha. Estes dois
períodos estão bem estudados e pode-se encontrar um bom número de trabalhos. Mas,
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5. ao passarmos para o século XIX, um período em que a escravidão no Novo Mundo
perde sua força e no qual as grandes potências irão intensificar a colonização da África.
No Haiti, a partir do momento pós-independência sua história foi deixada a
“margem”, colocada somente como um apêndice das ações das grandes potências que
invadem o país, o que nos permitiu visualizar uma grande lacuna na historiografia sobre
o Haiti neste período. Um período muito importante na sua história, pois a partir deste
momento, como país independente e a necessidade de se criar um projeto nacional, no
qual ocorreram inúmeras disputas internas entre mulatos e negros, que acarretarão no
futuro, frequentes golpes de estados, corrupção, fome, miséria, massacres e intervenções
militares estrangeiras. Que assim, marcarão toda a sua história até os dias atuais.
Primeira e única grande vitória de escravos, da qual os haitianos se orgulham a
ponto de imobilizá-la no tempo, como para perpetuar esse momento único, invejado
pelos outros povos do caribe – hoje, no entanto, mais desenvolvidos. A Revolução do
Haiti se transformou no maior movimento negro contra a dominação colonial, na
América, pode-se colocá-la também em escala mundial. Pois, ao conseguir a libertação
nacional, este movimento colocou em xeque inúmeras teorias existentes no período
como, por exemplo, que os negros não poderiam autogovernar-se.
Logo após sua independência o Haiti saiu do mercado mundial do açúcar,
voltando-se para uma agricultura de subsistência. A economia baseada na produção de
açúcar para o mercado externo transformara a antiga colônia numa das mais ricas da
América, recebendo o nome de “Pérola das Antilhas”. Com a sua saída do mercado
internacional suas possibilidades de progredir economicamente ficaram muito
reduzidas. Saindo do cenário das relações econômicas mundiais, o Haiti procurou
preservar sua autonomia impondo sérias restrições a grupos estrangeiros que estavam
interessados em investimentos no país.
O Haiti acabou permitindo a França ter uma predominância na área comercial
controlando as produções de café e o pau-campeche e consequentemente na financeira
já que o Banco Nacional e o Banco Central no Haiti eram franceses. Assim esta
predominância francesa atingiu todos os setores, apesar da tentativa de isolamento,
política que fracassou em 1825, e que viu o país novamente sob o domínio francês.
Domínio este que seria ameaçado no final do século XIX, pois assim que se
tornou independente, o Haiti foi o objeto de rivalidade entre as seguintes potências:
França. Alemanha, Grã-Bretanha e Estados Unidos. Esta hegemonia durou até o ano de
1860 de forma ininterrupta, pois a Alemanha de Guilherme II também estava no jogo,
sendo uma compradora do café haitiano, e os EUA aparecem em cena de forma mais
preponderante no início do século XX.
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6. Os EUA que desde o final do século XIX mantinha relações comerciais com o
Haiti, veio ter uma hegemonia preponderante neste país no início do século XX com a
implantação econômica e financeira. Agindo diretamente no plano econômico e
financeiro, principalmente ao adquirir o controle do Banco Nacional do Haiti os
americanos puderam controlar todo o aparelho estatal, assim do controle dessa
instituição financeira, começou a americanização de todo o aparelho estatal. Depois
passaram ao controle das alfândegas e ao controle político do Estado.
Imbuídos por uma política de autoproteção frente ao conflito da I Guerra
Mundial os EUA ocupam a Ilha como ponto estratégico nas Antilhas e lá permanecem
por quinze longos anos, abrindo cada vez mais feridas profundas na sociedade haitiana.
O Haiti já participou de vários conflitos:
• 1492 - Cristóvão Colombo chega à ilha e hasteia a bandeira da Espanha na parte
ocidental, chamando-a de Hispaniola, conhecida hoje como o Haiti.
• 1697- Em meados desse ano, o tráfico de negros começou a se tornar rentável. Vindos
da África, cuidavam da terra e movimentavam a economia do País, por meio do plantio
de açúcar, cacau e café.
• 1789 - A revolução dos escravos acompanhou passo a passo os momentos da
Revolução Francesa. Naquele ano as massas francesas tomaram a Bastilha, abalando
profundamente a monarquia, e a crise se instalou entre as classes dominantes de Santo
Domingo.
• 1791 - Em maioria na ilha e cansados de serem humilhados e explorados, os negros se
uniram para fazer uma das maiores revoltas de escravos ocorridas no mundo. Na
França, no período de 1792 e 1794, a revolução atingia seu auge, com a tomada do
poder pelos jacobinos (ala esquerda da burguesia, dirigida por Robes Pierre), que,
dentre outras coisas, decretaram o fim da escravidão. Esse fato estimulou ainda mais os
haitianos que, dirigidos pelo articulador do exército negro, Toussaint Louverture,
impuseram seguidas derrotas às tropas coloniais. Os espanhóis forneceram armas contra
a dominação francesa.
• 1794 - Conquistam a abolição da escravatura e Louverture assume a bandeira francesa,
se tornando o primeiro comandante negro das Forças Armadas, em Santo Domingo
(hoje capital da República Dominicana) que, contudo, continuava sendo uma colônia
francesa. Nos sete anos seguintes, continua expulsando espanhóis e ingleses da ilha.
• 1801 - Louverture se transforma de fato, no único governo local, decretando uma nova
constituição, em 1801. Mesmo sem estabelecer a independência, não mantinha nenhum
poder real francês acima dele. Nos anos seguintes, a França comandada por Napoleão
Bonaparte, que pretende decretar a volta da escravidão e a retomada da ilha, impõe
derrotas iniciais ao líder negro, mas este reorganiza seu exército e, em batalhas
memoráveis, leva os franceses a pesadas perdas. Ao querer mostrar “boas intenções” a
Napoleão, Louverture, acabou sendo preso e levado à França, onde morreu de frio nas
masmorras de uma prisão nos Alpes.
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7. • 1804 - Uma nova rebelião negra pelos generais Jacques Dessalines e Alexandre Pétion
expulsou os franceses e proclamou a independência. Surgiu
então o Haiti. Era a primeira revolução negra da história, a primeira revolução
anticolonial na América Latina.
• 1806 - Jacques Dessalines proclamou-se imperador, porém foi assassinado e a parte
oriental da ilha (hoje, República Dominicana) foi retomada pela Espanha.
• 1825 - Para romper o bloqueio econômico, o Haiti concordou em pagar
150 milhões de francos a França pelas “perdas” decorrentes da independência. Essa
dívida externa acabou trazendo uma dependência econômica.
• 1844 - A ilha é definitivamente dividida. A Republica Dominicana separa-se
do Haiti.
• 1915 - Os EUA invadiram a ilha e ocuparam o país por cerca de vinte anos.
Como demonstração de seus “modernos” métodos, o novo imperialismo assassinou,
após um acordo de paz, Charlemagne Peralte, o principal líder da
resistência à invasão. E ainda roubou todo o ouro do Banco Central. Na segunda metade
do Século 19 ao começo do Século 20, pelo menos 20 governantes assumiram o poder,
porém a maioria foi deposta ou assassinada.
Com tantos anos de “existência”, como visto o país já sofreu por muitas coisas,
mas se há uma algo que chocou não apenas o Haiti, mas também todo o resto do planeta
Terra foi o terremoto que ocorreu 2010; Uma reportagem do jornal Estadão diz que
como se não bastasse a triste realidade do país mais pobre das Américas, da nação mais
miserável de todo o hemisfério ocidental, a cólera, a história de escravidão e
ditaduras, como se não bastasse tudo isso, o Haiti foi nocauteado por um devastador
terremoto em janeiro de 2010.
O tremor, de 7 pontos na escala que nunca passou de 9, foi causado por
uma falha até então desconhecida pelos cientistas. Matou mais de 200 mil pessoas e
deixou 1,5 milhão de desabrigados. Dois anos depois, a conclusão mais óbvia é a de que
nada ou pouca coisa mudou na vida dos haitianos. Pior: o país, além de
precisar enfrentar a tragédia e as consequências da destruição, e o crescimento da
cólera, está à mercê de outros terremotos, para os quais não está e não estará preparado.
Entre os feridos e mortos, estão alguns brasileiros, o Brasil é responsável pelo
processo de pacificação no Haiti, comanda mais de 7 mil soldados da força de paz da
Organização das Nações Unidas (ONU), e tem 1.266 militares no país. Uma semana
após o terremoto, foram confirmadas 21 mortes de brasileiros, sendo 18 militares e três
civis. Entre eles está à médica Zilda Arns Neumann, coordenadora internacional da
Pastoral da Criança, médica pediatra e sanitarista, Zilda tinha 73 anos.
Esse terremoto agravou os problemas sociais do Haiti, várias pessoas estão
utilizando as ruas como moradia com receio de outro tremor e a consequente derrubada
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8. das casas. Fato que realmente aconteceu no dia 20 de janeiro. Esse novo terremoto
ocorreu no sudeste do país, a pouco menos de 60 quilômetros de Porto Príncipe, e
derrubou algumas construções que estavam com as estruturas abaladas em consequência
do terremoto.
A água potável, alimentação e remédios não são suficientes para suprir as
necessidades da população. Com esse cenário, uma onda de saques ocorreu no país,
além de confrontos pela aquisição de alimentos. A ONU anunciou que foram destinados
1,2 bilhão na ajuda ao Haiti.
No início do século XIX, o Haiti era a colônia mais produtiva das Américas e a
primeira a conquistar a Independência nacional, em 1804. Além de produzir café, anil,
cacau, algodão e outros gêneros, o Haiti produzia, sobretudo o açúcar, em condições
mais competitivas do que as outras colônias da época. Nessa produção, empenhava-se
meio milhão de escravos, a maioria africanos.
Como explicar então que não tenha tido uma trajetória progressista, mas, ao
contrário, se tornasse o país mais pobre do continente, talvez um dos mais pobres do
mundo? Talvez pelo falo de O Haiti ter sido a primeira república negra do mundo a
declarar sua independência. Ele é o país mais pobre do hemisfério ocidental, com 80%
de sua população vivendo na pobreza, com menos de US$ 2 por dia. Dois terços dos
haitianos dependem do setor agrícola e são vulneráveis aos danos ocasionados por
desastres naturais, agravados pelo desmatamento.
O setor de produção de roupas representa dois terços das exportações do Haiti
para os Estados Unidos. Além disso, o Haiti sofre com uma grande inflação, possui uma
infraestrutura limitada e um severo déficit comercial. O governo haitiano depende de
ajuda internacional para seu sustento fiscal
No ano de 2005, o Haiti pagou suas dívidas com o Banco Mundial, reforçando
assim a possibilidade de investimentos com a organização. Acredita-se que o Haiti
receba a liberação de sua dívida através da iniciativa para Países Pobres Altamente
Endividados (HIPC, na sigla em inglês).
Além disso, o governo enfrenta problemas com o tráfico de drogas. No Haiti, o
narcotráfico corrompeu o sistema judicial e as forças policiais. A miséria corrói o Haiti
de ponta a ponta. Se essa é uma cena comum na cidade que, teoricamente, deveria ser o
centro financeiro do país, como é a situação nas outras localidades mais distantes? Os
dois milhões de habitantes de Porto Príncipe vivem cercados por lixo. O órgão que
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9. deveria removê-lo faliu faz tempo. Água potável é artigo de luxo para os haitianos.
E fora os desastres naturais e da miséria o Haiti também sofre com a cólera, que
é uma doença gerada por uma forte desidratação gerada pela diarréia. O infectado sente
náuseas, fortes dores abdominais, hipotensão e taquicardia. Essa doença letal começou
no interior do país, mas logo chegou a capital.
A instabilidade política, os desastres naturais e as epidemias fizeram com que
muitos haitianos saíssem do país em busca de melhores condições de vida. Muitos deles
vieram tentar a sorte ilegalmente em São Paulo, pagando caro a pessoas que auxiliam
imigrantes ilegais nas fronteiras.
Em diversos lugares do Haiti há as chamadas Forças da Paz, que são compostas
por militares que tentam pacificar a região. Essas tropas estão presentes no país desde
2004, com objetivo combater guerrilheiros rebeldes, promover eleições e impulsionar o
desenvolvimento do país. Dentre os soldados que buscam estabilizar a região 2.500 são
brasileiros.
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CONCLUSÃO
O Haiti é um país que já foi um grande produtor de açúcar, que já passou por
diversos conflitos e sofre até hoje com a miséria, foi alvo de um forte terremoto que
“acabou” com o país que com ajuda de outros países e forças da paz, tenta se reconstruir
a cada dia.
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REFERÊNCIAS
Vieira, J e Assunção. A crise no Haiti pós-independência, de 1804-1915.
Gorender. O épico e o trágico na história do Haiti.
Almeira. Crônica de uma revolução negra.
Alejandro Iturbe e Jeferson Choma. Didier Dominique: “As tropas no Haiti reprimem
para defender o salário mais baixo das Américas”
http://topicos.estadao.com.br/terremoto-no-haiti.html