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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIA - FTC




             HUGO MENDES
   KLEBER MARCELO BRAZ CARVALHO
       TÂMARA ESTEVES BORGES




         TIJOLOS E ALVENARIA:
       no âmbito da construção civil




            ITABUNA - BAHIA
                   2012
LISTA DE FIGURAS



Figura 1: Olaria localizada em Itabuna – BA
Figura 2: Alvenaria de tijolo maciço como muro de arrimo
Figura 3: Residência com alvenaria de tijolo cerâmico
Figura 4: Paginação de alvenaria de tijolo maciço
Figura 5: Pilares com tijolos maciços
Figura 6: Formato das peças de concreto
SUMÁRIO


1. INTRODUÇÃO......................................................................................................04
    1.1Justificativa ......................................................................................................04
    1.2 Objetivos .........................................................................................................04
         1.2.1. Objetivo Geral ......................................................................................05
         1.2.2. Objetivos Específicos ...........................................................................05
2. TIJOLO DE ARGILA ............................................................................................05
    2.1 Fabricação de Tijolos de Argila .....................................................................06
    2.2 Extração da Matéria-prima ............................................................................06
    2.3 Processos de formação ................................................................................06
    2.4 Secagem .......................................................................................................08
    2.5 Queima ..........................................................................................................08
    2.6 Embalagem e distribuição .............................................................................11
3. ESPECIFICAÇÕES DE TIJOLO DE ARGILA ....................................................11
    3.1 Tipos de Tijolos ..............................................................................................12
    3.2 Características ...............................................................................................12
    3.3 Controle de qualidade ....................................................................................13
4. ALVENARIA COM TIJOLOS DE ARGILA .........................................................13
    4.1 Alvenaria decorativa .......................................................................................15
    4.2 Execução ........................................................................................................16
    4.3 Blocos sílico-calcáricos ..................................................................................16
   4.4 Tijolo de cimento .............................................................................................17
   4.5 Piso intertravado com tijolos de concreto .......................................................17
   4.6 Tijolo maciço de solo cimento .........................................................................18
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................19
6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................19
4




1.      INTRODUÇÃO


       Entre os sistemas construtivos, a alvenaria é um dos mais antigos. O tijolo por
sua vez, faz parte desse sistema. Utilizando o uso do solo, que facilmente
manipulada se presta a formação de blocos ou mesmo de aglomerado no sistema
de taipa, tornando a alvenaria uma solução econômica e rápida.
       Os blocos sólidos, também constituem as alvenarias, podendo ser simples
blocos de pedra, obtidos pela extração de pedreiras graníticas ou outro tipo de
rocha. Esse sistema milenar remonta desde a construção do Templo de Salomão.
       A alvenaria com tijolos foi difundida no Brasil pela colonização portuguesa, na
construção de casas e sobrados da época. Em paralelo, foi utilizado blocos de
pedra, principalmente, em Igrejas e obras militares e a alvenaria de taipa. Com a
evolução da construção civil foi se utilizando outros materiais como as rochas sílica-
cálcarica e o cimento na fabricação de tijolos. Ainda assim, o tijolo tem sido utilizado
na arquitetura como ornamento.
                           Os produtos cerâmicos, sob o ponto de vista dos materiais de
                           construção civil, são obtidos pela moldagem, secagem e
                           queima de argila ou de misturas contendo argila. A argila é um
                           material composto basicamente por silicatos de alumínio
                           hidratados, formando com a água uma pasta plástica,
                           susceptível de transformar-se nos diversos materiais cerâmicos
                           utilizados na construção civil. A indústria cerâmica é uma das
                           mais antigas do mundo, pela abundância da matéria-prima e
                           pela facilidade de moldagem. (RIBEIRO, 2002, p. 85)

1.1.    Justificativa


       Os sistemas construtivos apresentados neste trabalho são amplamente
utilizados e fazem parte da história da construção civil e estão presentes no nosso
dia-a-dia.


1.2.    Objetivos


       O estudo em questão apresenta dois tipos de objetivos: um geral e três
específicos.
5




       1.4.1. Objetivo geral


       O objetivo geral deste trabalho é apresentar os tijolos, seja de argila ou de
cimento, como material na construção civil.


       1.4.2. Objetivos específicos


       Para alcançar o objetivo geral proposto, enumeram-se os seguintes objetivos
específicos deste trabalho:
       a) Definir e apresentar a argila como matéria-prima, fabricação de tijolos e
sua utilização como alvenaria;
       b) Definir e apresentar blocos sílicos-calcáricos e sua utilização na
construção civil;
       c) Definir e apresentar o tijolo de cimento e seu uso na construção civil;


       2.     TIJOLOS DE ARGILA


       Existe uma ampla gama de argilas adequadas para fabricação de produtos
cerâmicos, dando diversidade para os produtos disponíveis.
       As argilas foram formadas na crosta terrestre pela desintegração de rochas
ígneas sob a ação contínua dos agentes atmosféricos. A argila, sendo o resultado
da ação variável desses fatores, apresenta-se em grande variedade de tipos, com
ampla gama de coloração, plasticidade e composição química, que determinam as
suas características e propriedades. (RIBEIRO, 2002)
       Os principais constituintes da fabricação de tijolos de argila são: a sílica
(areia) e a alumina, mas com diferentes quantidades de giz, cal, óxido de ferro e
outros constituintes de acordo com a fonte de extração. As argilas que contém alto
teor de ferro produzem tijolos com colorações avermelhadas e azuladas, e se o teor
de ferro for baixo, os tijolos produzidos são amarelados.
6




      2.1.    Fabricação de Tijolos de Argila


      De acordo com Ribeiro (2002), o processo de fabricação consta da extração
da argila, moldagem dos produtos, secagem ao ar ou em estufas e queima em
diferentes tipos de fornos, em variadas temperaturas que dependem da matéria-
prima e que vão definir a utilização do produto cerâmico.
      Além das etapas de extração da matéria-prima, o processo de fabricação, a
secagem e a queima, há a etapa final que é a embalagem e distribuição.


      2.2.    Extração da Matéria-Prima


              O processo começa com a extração da matéria-prima da jazida e seu
transporte para as indústrias de produtos cerâmicos Primeiro é removido a parte
superior do solo, pois é inadequado a fabricação dos tijolos, e após a remoção do
barro utilizável, o solo superior é utilizado para recuperação do local.
              A matéria-prima é peneirada para remover quaisquer rochas, em
seguida é moída em pó fino por uma série de trituradores e rolos, sendo removida
qualquer partícula de tamanho desproporcional. Pequenas quantidades de
pigmentos ou outras argilas podem ser misturadas nessa fase para produzir vários
efeitos de cor, por exemplo, dióxido de manganês irá produzir um tijolo refratário
quase preto e dá um efeito marrom escuro. Ocasionalmente, coque é adicionado na
argila como fonte de combustível para o processo de queima. Pode ser adicionado
até 25% de água para se obter a desejada plasticidade dependendo do tijolo a ser
processado.


      2.3.    Processo de Formação


      Os processos de formação dos tijolos são os seguintes:
      •       Tijolos feito à mão.
      •       Tijolos moldados com argila fresca.
      •       Tijolos prensados.
      •       Tijolos extrudados.
7




      2.3.1. Tijolos feito à mão


      O processo é artesanal, sendo que consiste em arremessar uma porção de
argila úmida em um molde de madeira em um banco. A argila excedente é retirada
com a ajuda de um arame, com a matéria do tijolo ainda fresca.          Os tijolos
produzidos são de forma irregular com arestas suaves e superfícies dobradas.


      2.3.2. Tijolos moldados com argila fresca.


      O processo artesanal já foi em grande parte automatizado, com a argila sendo
mecanicamente lançada nos pré-moldes; a argila em excesso é em seguida
removida e os tijolos são libertados do molde. Esse processo apesar de se
assemelhar com a individualidade de produção associada com os verdadeiros tijolos
feitos à mão possui um custo menor.


      2.3.3. Tijolos prensados.


      No processo semi-seco usado para tijolos Fletton, a quantidade apropriada de
argila é submetida a uma sequência de quatro prensagens dentro de moldes de aço
para produzir o tijolo verde. Para produzir os tijolos, é feita uma texturização
aplicando uma série de rolos. Um spray de água para umedecer a superfície,
seguido por uma explosão de uma mistura de areia e pigmento, produzindo o
acabamento com areia. Com argilas que requerem uma água ligeiramente com
conteúdo superior para moldagem, o processo de endurecimento é utilizado, sendo
forçados a moldes. Uma única pressão é então necessária para formar o tijolo. Em
todos os casos, o tamanho do molde é calculado para permitir a antecipada
secagem e retração de queima.
8




      2.3.4. Tijolos extrudados.


      Neste processo, a argila com um teor de água de até 25% é alimentado em
um extrusor que consolida a argila e extrai o ar. A argila é forçada através de um
molde e forma uma coluna continua com dimensões iguais para o comprimento e a
largura de um tijolo verde. A superfície pode então ser texturizada ou polida, antes
da coluna de argila ser cortada em unidades de tijolo por uma série de fios. São
feitas perfurações pela incorporação de hastes para permitir uma uniformidade de
secagem e queima dos tijolos sem perda significativa de força. Desempenho térmico
não é significativamente melhorado pela incorporação de vazios.


      2.4.   Secagem


             Para evitar rachaduras e distorção durante o processo, tijolos verdes
produzidos a partir de argilas molhadas devem ser autorizados a secar e encolher.
Encolhimento é tipicamente 10% em cada dimensão dependendo do teor de
umidade. Os tijolos verdes, definindo um padrão são verificados para assegurar uma
perda uniforme da umidade, sendo empilhados e passados através de câmaras de
secagem que são aquecidos com o calor residual do processo de queima.
Temperaturas de secagem e níveis de umidade são cuidadosamente controladas
para garantir o encolhimento sem distorção.


      2.5.   Queima


             Os fornos intermitentes e contínuos são utilizados para queimar tijolos.
O primeiro é um processo em lotes em que o forno único é carregado, disparado,
arrefecido e descarregado. Em fornos contínuos, o processo de queima é sempre
ativo; os tijolos verdes são movidos através de um disparo fixo, o fogo é
gradualmente transferido em torno de uma série das câmaras de interligação com os
tijolos não queimados. Os sistemas contínuos são mais eficientes do que os
processos intermitentes. Geralmente, para produção em larga escala, o forno de
túnel contínuo e do forno Hoffman são os utilizados. Fornos baixo, grampos e forno
9




à gás intermitente são utilizados para os produtos mais especializados. Dependendo
da composição da argila e da natureza do produto desejado, as temperaturas de
queima são definidas para sinterizar ou vitrificar a argila. Variações de cor ocorrem
onde os tijolos estavam em contato um com outro dentro do forno e são
particularmente notável em Flettons.


      2.5.1. Queima em Túnel.


      No processo de forno túnel, os tijolos são carregados para alto forno em
carros que são movidos progressivamente através de pré-aquecimento, de queima e
zonas de arrefecimento. O perfil de temperatura é cuidadosamente controlado
dentro do forno e uma velocidade apropriada do carro forno assegura que os tijolos
verdes estão corretamente acionados com o uso mínimo de gás combustível,
geralmente natural. A temperatura máxima de queima dentro da faixa de 940o C e
1200o C dependendo da argila, mas é normalmente cerca de 1050o C, com um
tempo de forno médio de três dias. O teor de oxigênio dentro da atmosfera do forno
vai afetar a cor dos produtos de tijolo. Tipicamente a temperatura elevada e baixo
teor de oxigênio são utilizados na produção de tijolos azuis. O maior teor de oxigênio
transformará qualquer óxido de ferro existente dentro do barro em vermelho.


      2.5.2. Queima em forno Hoffman.


      Introduzido em 1858, o forno Hoffman é um processo contínuo, no qual o fogo
é transferido em torno de uma série de câmaras, que pode ser interligado com a
abertura de amortecedores. Pode haver 12, 16 ou 24 câmaras, embora 16 é a mais
usual. As câmaras são cheias, com tipicamente 100 mil tijolos verdes. As câmaras
em frente ao fogo, uma vez que se move em torno, são pré-aquecido e, em seguida
expostos a temperaturas em torno de 960o – 1000o C, seguido por arrefecimento,
descarga e reposição da carga seguinte. A sequência se move sobre uma câmara
por dia, com três dias de queima. O combustível habitual é o gás natural, apesar de
carvão de baixa qualidade e metano de aterros sanitários serem usados por alguns
fabricantes.
10




      2.5.3. Queima em forno à gás intermitente.


      Fornos intermitente à gás são frequentemente usados para fazer cargas
menores, particularmente especiais. Em um sistema, tijolos verdes são empilhados
em uma base de concreto e um forno móvel é abaixado sobre os tijolos para o
processo de queima. As condições podem ser precisamente controladas para
coincidir com aquelas dentro de fornos contínuos.


      2.5.4. Grampos


      A base do processo é a inclusão de coque na argila, que atua então como
fonte principal de energia durante o processo de queima. No processo tradicional
camadas alternadas de tijolos crus e coque adicional são empilhados e depois
selados com mais resíduos de tijolos e barro. O grampo é então incendiado com
gravetos e permite queimar por duas a cinco semanas. Após a queima, os tijolos são
escolhidos a dedo por causa de sua variabilidade a partir de sob ou sobre o fogo.
Mais recentemente, os grampos movidos à gás tem sido desenvolvidos, pois dá um
processo de queima totalmente controlado, mas ainda produzem tijolos com as
manchas escuras, características em suas superfícies devido ao conteúdo brisa
queimada.


      2.5.5. Forno baixo


      Os projetos de baixo forno são utilizados para altas temperaturas de
cozedura, especialmente de tijolos de engenharia, em um processo intermitente. O
combustível é queimado em torno do perímetro do forno, que é empilhado com
tijolos verdes. Os gases quentes sobem em direção ao teto, forçando para baixo os
gases frescos através de um piso perfurado e para fora da chaminé. Assim, o calor é
retido e a temperatura é elevada de forma que os tijolos alcancem altas
temperaturas.
11




      2.6.   Embalagem e Distribuição


             Tijolos danificados ou rachados são removidos antes da embalagem. A
maioria dos tijolos são agora organizados em embalagens lacradas com filme
plástico com 300 a 500 unidades, para facilitar o transporte por empilhadeira ao
caminhão.


      3.     ESPECIFICAÇÕES DE TIJOLOS DE ARGILA


      Também conhecido como tijolo de barro cozido, são produzidos através da
argila - material proveniente da decomposição de rochas feldspáticas como o granito
e o gnaisse. Os solos de natureza argilosa apresentam características de
plasticidade, ou seja, ao ser misturado à água adquirem a forma desejada, a qual se
mantém após secagem e cozimento (CAPUTO, 1988). Fator fundamental para ser
moldado e fabricar os tijolos com o formato desejado.
       Pela facilidade de se encontrar solos argilosos, é comum encontrar olarias,
local que produzem objetos de barro em pequeno escala, principalmente próximo a
mananciais de água, produzindo de forma artesanal os tijolos de argila.




      Figura 1: Olaria localizada em Itabuna/BA
12




      3.1.   Tipos de tijolos


      Em geral os tijolos de argila são utilizados como alvenaria auto-portante,
muros, encunhamento, ornamentos e formas de vergas ou cintas amarrações
(AZEREDO, 2009). Os principais tipos são:
      Tijolo comum – fabricado em fôrmas de ferro ou madeira, com barro
queimado, em fornos de alta temperatura, na ordem de 950 a 1100ºC. São blocos de
barro comum, moldados com arestas vivas e retilíneas. Tem uma resistência que
varia de 1,5 a 4,0 Mpa, e o peso aproximado de 2,50 kg e medidas: 5,7x9,0x19,0
cm.
      Tijolo refratário – fabricado segundo as normas vigentes, resistente a altas
temperaturas – 1200°C (fornos, fornalhas, lareiras, churrasqueiras), mais resistente
à compressão que tijolo comum.
      Tijolos laminados – considerados uma evolução do tijolo comum, tendo maior
resistência mecânica e menos porosidade, com menor absorção de água. São
indicados para alvenaria aparente.


      3.2.   Características


      As principais características do tijolo de argila que podem ser consideradas
como vantagens para uso deste material são:
      •      Uniformidade de cor;
      •      Homogeneidade da massa com cozimento uniforme e completo;
      •      Regularidade de forma e igualdade de dimensões;
      •      Arestas vivas e centros resistentes;
      •      Ausência de fendas, trincas ou materiais estranhos;
      •      Fratura homogênea;
      •      Resistência à compressão compatível com a aplicação;
      •      Absorção de água entre 10 e 18%.
13




      3.3.   Controle de qualidade


      Os tijolos de argila possuem normas que padronizam as suas formas e
dimensões (NBR 8041), sua resistência (NBR 6460) e recebimento de tijolos em
obras de alvenaria (NBR 7170).
      Segundo Ribeiro (2002), a qualificação dos produtos cerâmicos é feita em
função da sua resistência ao desgaste ou abrasão, da resistência de agentes
químicos e da resistência a manchas. São estipulados alguns índices que são
utilizados por fabricantes e usuários para adequar os produtos ao emprego a que se
destinam.


      4.     ALVENARIA COM TIJOLOS DE ARGILA


      Alvenaria é toda obra constituída de elementos como pedras naturais, tijolos
ou blocos de concreto, ligados ou não por argamassa. As alvenarias de tijolos de
argila são utilizadas basicamente em paredes de vedação ou como paredes
portantes em pequenas estruturas, além de blocos de fundação, muros de arrimo e
colunas, além de obras estruturais como arcos e abóbadas, como se utilizava na
antiguidade. Neste tópico vamos enfatizar o tijolo maciço de argila que o tipo mais
utilizado em nossa região.




      Figura 2: Alvenaria de tijolo maciço como muro de arrimo
14




      O uso de alvenaria com bloco de argila, mais conhecido com tijolo maciço,
está em desuso. Ele tem perdido espaço para alvenarias como o bloco cerâmico e o
de cimento. Essa situação decorre devido às suas dimensões, causa da baixa
produtividade da mão-de-obra na execução dos serviços. Fato de consumirem mais
blocos por m2, mais argamassa de assentamento e mais mão-de-obra de execução.




      Figura 3: residência com alvenaria de tijolo cerâmico


      As paredes feitas com tijolo maciço se diferenciam pela espessura e pela
maneira com que os tijolos são assentados. Assim, temos as espessuras de ½ tijolo,
1 tijolo, 1 ½ tijolo e até de 2 tijolos ou mais. Para cada largura de parede é feito um
tipo de amarração dos tijolos. A intenção é desencontrar as juntas, com isto atingir
maior resistência ao cisalhamento e melhorar o comportamento geral da alvenaria
quando recebe as cargas. Desta forma, a parede fica mais resistente com as juntas
devidamente amarradas.
      O tijolo maciço pode ser assentado da seguinte forma:
15




       Figura 4: Paginação de alvenaria de tijolo maciço (RODRIGUES, 1999)


4.1.   Alvenaria decorativa


       A aplicação para alvenaria de argila tem sido adotada por arquitetos como
detalhe arquitetônico para decoração de interiores, fachadas e muros. Uma
utilização que não demanda produtividade e prevalece a estética. Como exemplo,
citamos a execução de pilares decorativos ou mesmo com função estrutural sendo
comuns em varandas.




Figura 5: pilares com tijolos maciços
16




4.2.   Execução


       Para executar com qualidade uma alvenaria de tijolo maciço pode se utilizar o
mesmo fundamento de execução de outros tipos de alvenaria como de bloco
cerâmico e de cimento. As ferramentas básicas são o escantilhão, o prumo de
pedreiro e da linha. A argamassa de assentamento tem seu traço composto por
cimento, cal e areia no traço 1: 2: 8. A sua função básica é solidarizar a alvenaria,
transmitindo e uniformizando a tensões entre os tijolos, absorvendo pequenas
deformações e manter a estanqueidade da edificação.


4.3.   Blocos Sílico-calcáricos


       De acordo com a norma NBR 14974, os blocos sílico-calcários são blocos
prismáticos para alvenaria, fabricados com cal e agregados finos, de natureza
predominantemente quartzo, que depois da mistura íntima são moldados em peças,
por pressão e compactação, sofrendo posteriormente endurecimento sob ação de
calor e pressão de vapor.
       Na construção civil, pode ser utilizada como elemento de alvenaria de
vedação e estrutural. Os blocos podem ser maciços, furados, perfurados ou
vazados.
       Sua utilização pode substituir os blocos convencionais, devido algumas
vantagens, como relativa simplicidade no processo de manufatura, excelente
uniformidade geométrica e aparência, resultando em elevada qualidade técnica.
Podem ser usados em todas as formas e tamanhos de conformidade com o
mercado e com os padrões específicos (ANDRADE, 2009). Outra vantagem que
influencia na redução de custos é a dispensa de chapisco e emboço no revestimento
e pode ficar aparente ou receber uma fina camada de revestimento.
       Uma desvantagem é que a matéria prima, rocha calcária, não se encontra em
qualquer região.   Caso o local para aplicar este bloco fique distante de uma jazida
de rocha calcária e pontos de britagem e manufatura, com certeza os custos serão
maiores frente as outras alternativas de blocos. Assim, tornando inviável
economicamente a sua utilização.
17




4.4.   Tijolo de Cimento


       Também chamado bloco de concreto pré-moldado é bastante utilizado como
pisos para pavimento que compõe os pavimentos intertravados. A combinação de
solo e cimento está surgindo como alternativa para alvenaria. Estas duas aplicações
serão destacadas abaixo.


4.5.   Piso intertravado com tijolos de concreto


       Os tijolos de concreto para pavimentos são confeccionados individualmente,
sem armaduras, não podem ter deformações e nem fendas. As peças são
assentadas sobre camada de areia ou pó de pedra. O intertravamento do pavimento
é a capacidade que os blocos adquirem de resistir a movimentos de deslocamento
individual, seja ele vertical, horizontal ou de rotação em relação a seus vizinhos. O
intertravamento é fundamental para o desempenho e a durabilidade do pavimento.
Este tipo de pavimento possui grande facilidade de colocação, tanto manual quanto
mecânica, e reduz o tempo global de execução, se comparado com os pavimentos
asfálticos e de concreto.
       Os blocos intertravados apresentam várias possibilidades de ordem estética e
de dimensões, conforme figura abaixo.




       Figura 6: Formato das peças de concreto (MARCHIONI, 2011)
18




       As peças de concreto são produzidas industrialmente em vibroprensas que
proporcionam elevada compactação às peças, aumentando sua resistência
mecânica e durabilidade. Após a moldagem nas vibroprensas, as peças são curadas
em câmaras que mantém constante a umidade relativa acima dos 95%.
       O período de cura na câmara gira em torno de 24 horas e a cura final no pátio
depende de algumas condições industriais, ficando entre 7 e 28 dias. Portanto, as
peças já chegam prontas à obra e o processo industrializado garante ainda a
uniformidade de cor, textura e das dimensões das peças.


4.6.   Tijolo maciço de solo cimento


       O solo cimento é técnica é o resultado da mistura homogênea de solo,
cimento e água em proporções previamente determinadas, depois compactadas na
forma de tijolos, blocos ou paredes monolíticas. Desde que bem executado, o
componente apresenta boa durabilidade e resistência à compressão.
       As paredes monolíticas são construídas usando-se guias. As guias são peças
de madeira ou aço (recuperáveis) ou concreto (irrecuperável), onde uma de suas
dimensões deve ser da espessura desejada para a parede.
       As paredes executadas em blocos de solo-cimento prensados seguem a
mesma técnica construtiva dos blocos convencionais e possuem as mesmas
características de resistência à compressão simples e à absorção, dos blocos.
       As vantagens desse sistema são a dispensa de revestimento, argamassa de
assentamento, além de não necessitar de queima de madeira ou óleo combustível
para sua produção, o que barateia o processo construtivo. Assim como a parede
monolítica, os blocos de solo-cimento são fabricados, normalmente, com o próprio
solo do local, o que reduz custos com relação à matéria-prima de construção e o seu
transporte.
       Apesar das vantagens ecológicas, esse sistema não se encaixa no ritmo de
produção industrializada que a construção determina. Não há como competir com a
alvenaria estrutural e parede de concreto, por exemplo, quando o enfoque é
produtividade. Acreditamos que esse sistema se encaixa em comunidades isoladas,
19




necessitando apenas de uma prensa hidráulica para fabricar os blocos e as
matérias-primas já elencadas.


5.      CONSIDERAÇÕES FINAIS

      A discussão sobre os tijolos e seu uso como alvenaria é bastante ampla.
Sobretudo quando se verifica que a sua presença na história da humanidade como
um dos principais sistemas construtivos. Dessa forma coube a este trabalho uma
sucinta apresentação sobre: Tijolos e Alvenaria, mostrando suas especificações e
aplicabilidade no âmbito da construção civil.
      Notamos que apesar de sua versatilidade, as dimensões dos tijolos não
favorecem a produtividade na execução de alvenarias, perdendo espaço para os
blocos cerâmicos e de cimento. Esses sistemas estão mais próximos a nova
realidade da construção civil, que busca maior produtividade e industrialização de
seus processos construtivos.
      Apesar da redução de seu uso, alternativas foram apresentadas, como o
bloco de sílica e calcário; piso com tijolos de cimento para pavimentação; o uso de
tijolos de solo-cimento para pequenas habitações isoladas e a utilização de tijolos
como elementos de decoração.



6.     REFERÊNCIAS


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Manual de Pavimento
Intertravado: Passeio Público. Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP,
São Paulo, 2010. 36p.


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14974. Bloco sílico-
calcário para alvenaria. Parte 1: Requisitos, dimensões e métodos de ensaio. Rio de
Janeiro, Ago/2003.


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6460 - Tijolo maciço
cerâmico para alvenaria - Verificação da resistência à compressão - Método de
ensaio. Rio de Janeiro, Jun/1983.
20




ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7170. Tijolo maciço
cerâmico para alvenaria. Rio de Janeiro, Jun/1983.


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8041 - Tijolo maciço
cerâmico para alvenaria – Formas e dimensões. Rio de Janeiro, Jun/1983.


AZEREDO, H. A. O Edifício Até Sua Cobertura. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher,
1977.


CAPUTO, H.P. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6ª. Edição. Rio de janeiro:
Editora LTC. 1988.


FIQUEROLA, V. Alvenaria de solo-cimento.        Matéria de Capa. Disponível em: <
http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/85/artigo32709-1.asp>. Acesso em:
28 maio.12


LYONS, A. Materials for architects and builders. 3. ed. Oxford: Elsevier, 2007.


MARCHIONI, M.; SILVA, C. O. Pavimento Intertravado Permeável - Melhores
Práticas.                    Disponível                     em:                    <
http://www.blocobrasil.com.br/uploads/downloads/Cartilha_Pav_Intertravado_Perme
avel.pdf>. Acesso em: 01jun.12


RIBEIRO, C. C. Materiais de construção civil. 2. Ed. Belo Horizonte: Editora UFMG,
2002.


RODRIGUES,        E.     Execução      de     Alvenarias.     Disponível     em:   <
http://www.ufrrj.br/institutos/it/dau/profs/edmundo/Cap%EDtulo4-Alvenaria.pdf>.
Acesso em: 28 maio.12


YAZIGI, WALID. A Técnica de Edificar. 7. ed. São Paulo: Pini, 2006

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Tijolos e alvenaria na construção civil

  • 1. FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIA - FTC HUGO MENDES KLEBER MARCELO BRAZ CARVALHO TÂMARA ESTEVES BORGES TIJOLOS E ALVENARIA: no âmbito da construção civil ITABUNA - BAHIA 2012
  • 2. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Olaria localizada em Itabuna – BA Figura 2: Alvenaria de tijolo maciço como muro de arrimo Figura 3: Residência com alvenaria de tijolo cerâmico Figura 4: Paginação de alvenaria de tijolo maciço Figura 5: Pilares com tijolos maciços Figura 6: Formato das peças de concreto
  • 3. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO......................................................................................................04 1.1Justificativa ......................................................................................................04 1.2 Objetivos .........................................................................................................04 1.2.1. Objetivo Geral ......................................................................................05 1.2.2. Objetivos Específicos ...........................................................................05 2. TIJOLO DE ARGILA ............................................................................................05 2.1 Fabricação de Tijolos de Argila .....................................................................06 2.2 Extração da Matéria-prima ............................................................................06 2.3 Processos de formação ................................................................................06 2.4 Secagem .......................................................................................................08 2.5 Queima ..........................................................................................................08 2.6 Embalagem e distribuição .............................................................................11 3. ESPECIFICAÇÕES DE TIJOLO DE ARGILA ....................................................11 3.1 Tipos de Tijolos ..............................................................................................12 3.2 Características ...............................................................................................12 3.3 Controle de qualidade ....................................................................................13 4. ALVENARIA COM TIJOLOS DE ARGILA .........................................................13 4.1 Alvenaria decorativa .......................................................................................15 4.2 Execução ........................................................................................................16 4.3 Blocos sílico-calcáricos ..................................................................................16 4.4 Tijolo de cimento .............................................................................................17 4.5 Piso intertravado com tijolos de concreto .......................................................17 4.6 Tijolo maciço de solo cimento .........................................................................18 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................19 6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................19
  • 4. 4 1. INTRODUÇÃO Entre os sistemas construtivos, a alvenaria é um dos mais antigos. O tijolo por sua vez, faz parte desse sistema. Utilizando o uso do solo, que facilmente manipulada se presta a formação de blocos ou mesmo de aglomerado no sistema de taipa, tornando a alvenaria uma solução econômica e rápida. Os blocos sólidos, também constituem as alvenarias, podendo ser simples blocos de pedra, obtidos pela extração de pedreiras graníticas ou outro tipo de rocha. Esse sistema milenar remonta desde a construção do Templo de Salomão. A alvenaria com tijolos foi difundida no Brasil pela colonização portuguesa, na construção de casas e sobrados da época. Em paralelo, foi utilizado blocos de pedra, principalmente, em Igrejas e obras militares e a alvenaria de taipa. Com a evolução da construção civil foi se utilizando outros materiais como as rochas sílica- cálcarica e o cimento na fabricação de tijolos. Ainda assim, o tijolo tem sido utilizado na arquitetura como ornamento. Os produtos cerâmicos, sob o ponto de vista dos materiais de construção civil, são obtidos pela moldagem, secagem e queima de argila ou de misturas contendo argila. A argila é um material composto basicamente por silicatos de alumínio hidratados, formando com a água uma pasta plástica, susceptível de transformar-se nos diversos materiais cerâmicos utilizados na construção civil. A indústria cerâmica é uma das mais antigas do mundo, pela abundância da matéria-prima e pela facilidade de moldagem. (RIBEIRO, 2002, p. 85) 1.1. Justificativa Os sistemas construtivos apresentados neste trabalho são amplamente utilizados e fazem parte da história da construção civil e estão presentes no nosso dia-a-dia. 1.2. Objetivos O estudo em questão apresenta dois tipos de objetivos: um geral e três específicos.
  • 5. 5 1.4.1. Objetivo geral O objetivo geral deste trabalho é apresentar os tijolos, seja de argila ou de cimento, como material na construção civil. 1.4.2. Objetivos específicos Para alcançar o objetivo geral proposto, enumeram-se os seguintes objetivos específicos deste trabalho: a) Definir e apresentar a argila como matéria-prima, fabricação de tijolos e sua utilização como alvenaria; b) Definir e apresentar blocos sílicos-calcáricos e sua utilização na construção civil; c) Definir e apresentar o tijolo de cimento e seu uso na construção civil; 2. TIJOLOS DE ARGILA Existe uma ampla gama de argilas adequadas para fabricação de produtos cerâmicos, dando diversidade para os produtos disponíveis. As argilas foram formadas na crosta terrestre pela desintegração de rochas ígneas sob a ação contínua dos agentes atmosféricos. A argila, sendo o resultado da ação variável desses fatores, apresenta-se em grande variedade de tipos, com ampla gama de coloração, plasticidade e composição química, que determinam as suas características e propriedades. (RIBEIRO, 2002) Os principais constituintes da fabricação de tijolos de argila são: a sílica (areia) e a alumina, mas com diferentes quantidades de giz, cal, óxido de ferro e outros constituintes de acordo com a fonte de extração. As argilas que contém alto teor de ferro produzem tijolos com colorações avermelhadas e azuladas, e se o teor de ferro for baixo, os tijolos produzidos são amarelados.
  • 6. 6 2.1. Fabricação de Tijolos de Argila De acordo com Ribeiro (2002), o processo de fabricação consta da extração da argila, moldagem dos produtos, secagem ao ar ou em estufas e queima em diferentes tipos de fornos, em variadas temperaturas que dependem da matéria- prima e que vão definir a utilização do produto cerâmico. Além das etapas de extração da matéria-prima, o processo de fabricação, a secagem e a queima, há a etapa final que é a embalagem e distribuição. 2.2. Extração da Matéria-Prima O processo começa com a extração da matéria-prima da jazida e seu transporte para as indústrias de produtos cerâmicos Primeiro é removido a parte superior do solo, pois é inadequado a fabricação dos tijolos, e após a remoção do barro utilizável, o solo superior é utilizado para recuperação do local. A matéria-prima é peneirada para remover quaisquer rochas, em seguida é moída em pó fino por uma série de trituradores e rolos, sendo removida qualquer partícula de tamanho desproporcional. Pequenas quantidades de pigmentos ou outras argilas podem ser misturadas nessa fase para produzir vários efeitos de cor, por exemplo, dióxido de manganês irá produzir um tijolo refratário quase preto e dá um efeito marrom escuro. Ocasionalmente, coque é adicionado na argila como fonte de combustível para o processo de queima. Pode ser adicionado até 25% de água para se obter a desejada plasticidade dependendo do tijolo a ser processado. 2.3. Processo de Formação Os processos de formação dos tijolos são os seguintes: • Tijolos feito à mão. • Tijolos moldados com argila fresca. • Tijolos prensados. • Tijolos extrudados.
  • 7. 7 2.3.1. Tijolos feito à mão O processo é artesanal, sendo que consiste em arremessar uma porção de argila úmida em um molde de madeira em um banco. A argila excedente é retirada com a ajuda de um arame, com a matéria do tijolo ainda fresca. Os tijolos produzidos são de forma irregular com arestas suaves e superfícies dobradas. 2.3.2. Tijolos moldados com argila fresca. O processo artesanal já foi em grande parte automatizado, com a argila sendo mecanicamente lançada nos pré-moldes; a argila em excesso é em seguida removida e os tijolos são libertados do molde. Esse processo apesar de se assemelhar com a individualidade de produção associada com os verdadeiros tijolos feitos à mão possui um custo menor. 2.3.3. Tijolos prensados. No processo semi-seco usado para tijolos Fletton, a quantidade apropriada de argila é submetida a uma sequência de quatro prensagens dentro de moldes de aço para produzir o tijolo verde. Para produzir os tijolos, é feita uma texturização aplicando uma série de rolos. Um spray de água para umedecer a superfície, seguido por uma explosão de uma mistura de areia e pigmento, produzindo o acabamento com areia. Com argilas que requerem uma água ligeiramente com conteúdo superior para moldagem, o processo de endurecimento é utilizado, sendo forçados a moldes. Uma única pressão é então necessária para formar o tijolo. Em todos os casos, o tamanho do molde é calculado para permitir a antecipada secagem e retração de queima.
  • 8. 8 2.3.4. Tijolos extrudados. Neste processo, a argila com um teor de água de até 25% é alimentado em um extrusor que consolida a argila e extrai o ar. A argila é forçada através de um molde e forma uma coluna continua com dimensões iguais para o comprimento e a largura de um tijolo verde. A superfície pode então ser texturizada ou polida, antes da coluna de argila ser cortada em unidades de tijolo por uma série de fios. São feitas perfurações pela incorporação de hastes para permitir uma uniformidade de secagem e queima dos tijolos sem perda significativa de força. Desempenho térmico não é significativamente melhorado pela incorporação de vazios. 2.4. Secagem Para evitar rachaduras e distorção durante o processo, tijolos verdes produzidos a partir de argilas molhadas devem ser autorizados a secar e encolher. Encolhimento é tipicamente 10% em cada dimensão dependendo do teor de umidade. Os tijolos verdes, definindo um padrão são verificados para assegurar uma perda uniforme da umidade, sendo empilhados e passados através de câmaras de secagem que são aquecidos com o calor residual do processo de queima. Temperaturas de secagem e níveis de umidade são cuidadosamente controladas para garantir o encolhimento sem distorção. 2.5. Queima Os fornos intermitentes e contínuos são utilizados para queimar tijolos. O primeiro é um processo em lotes em que o forno único é carregado, disparado, arrefecido e descarregado. Em fornos contínuos, o processo de queima é sempre ativo; os tijolos verdes são movidos através de um disparo fixo, o fogo é gradualmente transferido em torno de uma série das câmaras de interligação com os tijolos não queimados. Os sistemas contínuos são mais eficientes do que os processos intermitentes. Geralmente, para produção em larga escala, o forno de túnel contínuo e do forno Hoffman são os utilizados. Fornos baixo, grampos e forno
  • 9. 9 à gás intermitente são utilizados para os produtos mais especializados. Dependendo da composição da argila e da natureza do produto desejado, as temperaturas de queima são definidas para sinterizar ou vitrificar a argila. Variações de cor ocorrem onde os tijolos estavam em contato um com outro dentro do forno e são particularmente notável em Flettons. 2.5.1. Queima em Túnel. No processo de forno túnel, os tijolos são carregados para alto forno em carros que são movidos progressivamente através de pré-aquecimento, de queima e zonas de arrefecimento. O perfil de temperatura é cuidadosamente controlado dentro do forno e uma velocidade apropriada do carro forno assegura que os tijolos verdes estão corretamente acionados com o uso mínimo de gás combustível, geralmente natural. A temperatura máxima de queima dentro da faixa de 940o C e 1200o C dependendo da argila, mas é normalmente cerca de 1050o C, com um tempo de forno médio de três dias. O teor de oxigênio dentro da atmosfera do forno vai afetar a cor dos produtos de tijolo. Tipicamente a temperatura elevada e baixo teor de oxigênio são utilizados na produção de tijolos azuis. O maior teor de oxigênio transformará qualquer óxido de ferro existente dentro do barro em vermelho. 2.5.2. Queima em forno Hoffman. Introduzido em 1858, o forno Hoffman é um processo contínuo, no qual o fogo é transferido em torno de uma série de câmaras, que pode ser interligado com a abertura de amortecedores. Pode haver 12, 16 ou 24 câmaras, embora 16 é a mais usual. As câmaras são cheias, com tipicamente 100 mil tijolos verdes. As câmaras em frente ao fogo, uma vez que se move em torno, são pré-aquecido e, em seguida expostos a temperaturas em torno de 960o – 1000o C, seguido por arrefecimento, descarga e reposição da carga seguinte. A sequência se move sobre uma câmara por dia, com três dias de queima. O combustível habitual é o gás natural, apesar de carvão de baixa qualidade e metano de aterros sanitários serem usados por alguns fabricantes.
  • 10. 10 2.5.3. Queima em forno à gás intermitente. Fornos intermitente à gás são frequentemente usados para fazer cargas menores, particularmente especiais. Em um sistema, tijolos verdes são empilhados em uma base de concreto e um forno móvel é abaixado sobre os tijolos para o processo de queima. As condições podem ser precisamente controladas para coincidir com aquelas dentro de fornos contínuos. 2.5.4. Grampos A base do processo é a inclusão de coque na argila, que atua então como fonte principal de energia durante o processo de queima. No processo tradicional camadas alternadas de tijolos crus e coque adicional são empilhados e depois selados com mais resíduos de tijolos e barro. O grampo é então incendiado com gravetos e permite queimar por duas a cinco semanas. Após a queima, os tijolos são escolhidos a dedo por causa de sua variabilidade a partir de sob ou sobre o fogo. Mais recentemente, os grampos movidos à gás tem sido desenvolvidos, pois dá um processo de queima totalmente controlado, mas ainda produzem tijolos com as manchas escuras, características em suas superfícies devido ao conteúdo brisa queimada. 2.5.5. Forno baixo Os projetos de baixo forno são utilizados para altas temperaturas de cozedura, especialmente de tijolos de engenharia, em um processo intermitente. O combustível é queimado em torno do perímetro do forno, que é empilhado com tijolos verdes. Os gases quentes sobem em direção ao teto, forçando para baixo os gases frescos através de um piso perfurado e para fora da chaminé. Assim, o calor é retido e a temperatura é elevada de forma que os tijolos alcancem altas temperaturas.
  • 11. 11 2.6. Embalagem e Distribuição Tijolos danificados ou rachados são removidos antes da embalagem. A maioria dos tijolos são agora organizados em embalagens lacradas com filme plástico com 300 a 500 unidades, para facilitar o transporte por empilhadeira ao caminhão. 3. ESPECIFICAÇÕES DE TIJOLOS DE ARGILA Também conhecido como tijolo de barro cozido, são produzidos através da argila - material proveniente da decomposição de rochas feldspáticas como o granito e o gnaisse. Os solos de natureza argilosa apresentam características de plasticidade, ou seja, ao ser misturado à água adquirem a forma desejada, a qual se mantém após secagem e cozimento (CAPUTO, 1988). Fator fundamental para ser moldado e fabricar os tijolos com o formato desejado. Pela facilidade de se encontrar solos argilosos, é comum encontrar olarias, local que produzem objetos de barro em pequeno escala, principalmente próximo a mananciais de água, produzindo de forma artesanal os tijolos de argila. Figura 1: Olaria localizada em Itabuna/BA
  • 12. 12 3.1. Tipos de tijolos Em geral os tijolos de argila são utilizados como alvenaria auto-portante, muros, encunhamento, ornamentos e formas de vergas ou cintas amarrações (AZEREDO, 2009). Os principais tipos são: Tijolo comum – fabricado em fôrmas de ferro ou madeira, com barro queimado, em fornos de alta temperatura, na ordem de 950 a 1100ºC. São blocos de barro comum, moldados com arestas vivas e retilíneas. Tem uma resistência que varia de 1,5 a 4,0 Mpa, e o peso aproximado de 2,50 kg e medidas: 5,7x9,0x19,0 cm. Tijolo refratário – fabricado segundo as normas vigentes, resistente a altas temperaturas – 1200°C (fornos, fornalhas, lareiras, churrasqueiras), mais resistente à compressão que tijolo comum. Tijolos laminados – considerados uma evolução do tijolo comum, tendo maior resistência mecânica e menos porosidade, com menor absorção de água. São indicados para alvenaria aparente. 3.2. Características As principais características do tijolo de argila que podem ser consideradas como vantagens para uso deste material são: • Uniformidade de cor; • Homogeneidade da massa com cozimento uniforme e completo; • Regularidade de forma e igualdade de dimensões; • Arestas vivas e centros resistentes; • Ausência de fendas, trincas ou materiais estranhos; • Fratura homogênea; • Resistência à compressão compatível com a aplicação; • Absorção de água entre 10 e 18%.
  • 13. 13 3.3. Controle de qualidade Os tijolos de argila possuem normas que padronizam as suas formas e dimensões (NBR 8041), sua resistência (NBR 6460) e recebimento de tijolos em obras de alvenaria (NBR 7170). Segundo Ribeiro (2002), a qualificação dos produtos cerâmicos é feita em função da sua resistência ao desgaste ou abrasão, da resistência de agentes químicos e da resistência a manchas. São estipulados alguns índices que são utilizados por fabricantes e usuários para adequar os produtos ao emprego a que se destinam. 4. ALVENARIA COM TIJOLOS DE ARGILA Alvenaria é toda obra constituída de elementos como pedras naturais, tijolos ou blocos de concreto, ligados ou não por argamassa. As alvenarias de tijolos de argila são utilizadas basicamente em paredes de vedação ou como paredes portantes em pequenas estruturas, além de blocos de fundação, muros de arrimo e colunas, além de obras estruturais como arcos e abóbadas, como se utilizava na antiguidade. Neste tópico vamos enfatizar o tijolo maciço de argila que o tipo mais utilizado em nossa região. Figura 2: Alvenaria de tijolo maciço como muro de arrimo
  • 14. 14 O uso de alvenaria com bloco de argila, mais conhecido com tijolo maciço, está em desuso. Ele tem perdido espaço para alvenarias como o bloco cerâmico e o de cimento. Essa situação decorre devido às suas dimensões, causa da baixa produtividade da mão-de-obra na execução dos serviços. Fato de consumirem mais blocos por m2, mais argamassa de assentamento e mais mão-de-obra de execução. Figura 3: residência com alvenaria de tijolo cerâmico As paredes feitas com tijolo maciço se diferenciam pela espessura e pela maneira com que os tijolos são assentados. Assim, temos as espessuras de ½ tijolo, 1 tijolo, 1 ½ tijolo e até de 2 tijolos ou mais. Para cada largura de parede é feito um tipo de amarração dos tijolos. A intenção é desencontrar as juntas, com isto atingir maior resistência ao cisalhamento e melhorar o comportamento geral da alvenaria quando recebe as cargas. Desta forma, a parede fica mais resistente com as juntas devidamente amarradas. O tijolo maciço pode ser assentado da seguinte forma:
  • 15. 15 Figura 4: Paginação de alvenaria de tijolo maciço (RODRIGUES, 1999) 4.1. Alvenaria decorativa A aplicação para alvenaria de argila tem sido adotada por arquitetos como detalhe arquitetônico para decoração de interiores, fachadas e muros. Uma utilização que não demanda produtividade e prevalece a estética. Como exemplo, citamos a execução de pilares decorativos ou mesmo com função estrutural sendo comuns em varandas. Figura 5: pilares com tijolos maciços
  • 16. 16 4.2. Execução Para executar com qualidade uma alvenaria de tijolo maciço pode se utilizar o mesmo fundamento de execução de outros tipos de alvenaria como de bloco cerâmico e de cimento. As ferramentas básicas são o escantilhão, o prumo de pedreiro e da linha. A argamassa de assentamento tem seu traço composto por cimento, cal e areia no traço 1: 2: 8. A sua função básica é solidarizar a alvenaria, transmitindo e uniformizando a tensões entre os tijolos, absorvendo pequenas deformações e manter a estanqueidade da edificação. 4.3. Blocos Sílico-calcáricos De acordo com a norma NBR 14974, os blocos sílico-calcários são blocos prismáticos para alvenaria, fabricados com cal e agregados finos, de natureza predominantemente quartzo, que depois da mistura íntima são moldados em peças, por pressão e compactação, sofrendo posteriormente endurecimento sob ação de calor e pressão de vapor. Na construção civil, pode ser utilizada como elemento de alvenaria de vedação e estrutural. Os blocos podem ser maciços, furados, perfurados ou vazados. Sua utilização pode substituir os blocos convencionais, devido algumas vantagens, como relativa simplicidade no processo de manufatura, excelente uniformidade geométrica e aparência, resultando em elevada qualidade técnica. Podem ser usados em todas as formas e tamanhos de conformidade com o mercado e com os padrões específicos (ANDRADE, 2009). Outra vantagem que influencia na redução de custos é a dispensa de chapisco e emboço no revestimento e pode ficar aparente ou receber uma fina camada de revestimento. Uma desvantagem é que a matéria prima, rocha calcária, não se encontra em qualquer região. Caso o local para aplicar este bloco fique distante de uma jazida de rocha calcária e pontos de britagem e manufatura, com certeza os custos serão maiores frente as outras alternativas de blocos. Assim, tornando inviável economicamente a sua utilização.
  • 17. 17 4.4. Tijolo de Cimento Também chamado bloco de concreto pré-moldado é bastante utilizado como pisos para pavimento que compõe os pavimentos intertravados. A combinação de solo e cimento está surgindo como alternativa para alvenaria. Estas duas aplicações serão destacadas abaixo. 4.5. Piso intertravado com tijolos de concreto Os tijolos de concreto para pavimentos são confeccionados individualmente, sem armaduras, não podem ter deformações e nem fendas. As peças são assentadas sobre camada de areia ou pó de pedra. O intertravamento do pavimento é a capacidade que os blocos adquirem de resistir a movimentos de deslocamento individual, seja ele vertical, horizontal ou de rotação em relação a seus vizinhos. O intertravamento é fundamental para o desempenho e a durabilidade do pavimento. Este tipo de pavimento possui grande facilidade de colocação, tanto manual quanto mecânica, e reduz o tempo global de execução, se comparado com os pavimentos asfálticos e de concreto. Os blocos intertravados apresentam várias possibilidades de ordem estética e de dimensões, conforme figura abaixo. Figura 6: Formato das peças de concreto (MARCHIONI, 2011)
  • 18. 18 As peças de concreto são produzidas industrialmente em vibroprensas que proporcionam elevada compactação às peças, aumentando sua resistência mecânica e durabilidade. Após a moldagem nas vibroprensas, as peças são curadas em câmaras que mantém constante a umidade relativa acima dos 95%. O período de cura na câmara gira em torno de 24 horas e a cura final no pátio depende de algumas condições industriais, ficando entre 7 e 28 dias. Portanto, as peças já chegam prontas à obra e o processo industrializado garante ainda a uniformidade de cor, textura e das dimensões das peças. 4.6. Tijolo maciço de solo cimento O solo cimento é técnica é o resultado da mistura homogênea de solo, cimento e água em proporções previamente determinadas, depois compactadas na forma de tijolos, blocos ou paredes monolíticas. Desde que bem executado, o componente apresenta boa durabilidade e resistência à compressão. As paredes monolíticas são construídas usando-se guias. As guias são peças de madeira ou aço (recuperáveis) ou concreto (irrecuperável), onde uma de suas dimensões deve ser da espessura desejada para a parede. As paredes executadas em blocos de solo-cimento prensados seguem a mesma técnica construtiva dos blocos convencionais e possuem as mesmas características de resistência à compressão simples e à absorção, dos blocos. As vantagens desse sistema são a dispensa de revestimento, argamassa de assentamento, além de não necessitar de queima de madeira ou óleo combustível para sua produção, o que barateia o processo construtivo. Assim como a parede monolítica, os blocos de solo-cimento são fabricados, normalmente, com o próprio solo do local, o que reduz custos com relação à matéria-prima de construção e o seu transporte. Apesar das vantagens ecológicas, esse sistema não se encaixa no ritmo de produção industrializada que a construção determina. Não há como competir com a alvenaria estrutural e parede de concreto, por exemplo, quando o enfoque é produtividade. Acreditamos que esse sistema se encaixa em comunidades isoladas,
  • 19. 19 necessitando apenas de uma prensa hidráulica para fabricar os blocos e as matérias-primas já elencadas. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A discussão sobre os tijolos e seu uso como alvenaria é bastante ampla. Sobretudo quando se verifica que a sua presença na história da humanidade como um dos principais sistemas construtivos. Dessa forma coube a este trabalho uma sucinta apresentação sobre: Tijolos e Alvenaria, mostrando suas especificações e aplicabilidade no âmbito da construção civil. Notamos que apesar de sua versatilidade, as dimensões dos tijolos não favorecem a produtividade na execução de alvenarias, perdendo espaço para os blocos cerâmicos e de cimento. Esses sistemas estão mais próximos a nova realidade da construção civil, que busca maior produtividade e industrialização de seus processos construtivos. Apesar da redução de seu uso, alternativas foram apresentadas, como o bloco de sílica e calcário; piso com tijolos de cimento para pavimentação; o uso de tijolos de solo-cimento para pequenas habitações isoladas e a utilização de tijolos como elementos de decoração. 6. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Manual de Pavimento Intertravado: Passeio Público. Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, São Paulo, 2010. 36p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14974. Bloco sílico- calcário para alvenaria. Parte 1: Requisitos, dimensões e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, Ago/2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6460 - Tijolo maciço cerâmico para alvenaria - Verificação da resistência à compressão - Método de ensaio. Rio de Janeiro, Jun/1983.
  • 20. 20 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7170. Tijolo maciço cerâmico para alvenaria. Rio de Janeiro, Jun/1983. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8041 - Tijolo maciço cerâmico para alvenaria – Formas e dimensões. Rio de Janeiro, Jun/1983. AZEREDO, H. A. O Edifício Até Sua Cobertura. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1977. CAPUTO, H.P. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6ª. Edição. Rio de janeiro: Editora LTC. 1988. FIQUEROLA, V. Alvenaria de solo-cimento. Matéria de Capa. Disponível em: < http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/85/artigo32709-1.asp>. Acesso em: 28 maio.12 LYONS, A. Materials for architects and builders. 3. ed. Oxford: Elsevier, 2007. MARCHIONI, M.; SILVA, C. O. Pavimento Intertravado Permeável - Melhores Práticas. Disponível em: < http://www.blocobrasil.com.br/uploads/downloads/Cartilha_Pav_Intertravado_Perme avel.pdf>. Acesso em: 01jun.12 RIBEIRO, C. C. Materiais de construção civil. 2. Ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. RODRIGUES, E. Execução de Alvenarias. Disponível em: < http://www.ufrrj.br/institutos/it/dau/profs/edmundo/Cap%EDtulo4-Alvenaria.pdf>. Acesso em: 28 maio.12 YAZIGI, WALID. A Técnica de Edificar. 7. ed. São Paulo: Pini, 2006