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Eis aqui um grande poeta . Muitos
gostariam de fazer suas as suas
palavras, ter vivido do mesmo jeito
que ele viveu, mas estará sempre
fraseando , seus poemas e sonetos,
lindos e imortais, que foram feitos
na hora certa para a pessoa certa
no momento não mais do que certo,
pois você meu caro poeta foi um
grande curtidor neste mundo de
meu Deus. O sujeito que mais
soube amar na vida. viveu muitos
amores, carioca da gema, poeta
essencialmente lírico que
notabilizou-se pela poesia com
característica própria associada ao
seu nome, autor de mais de 400
poesias e cerca de 400 letras de
musicas, homem da noite, de
muitos amigos e muitos amores,
poeta e diplomata, também
conhecido com grande conquistador
(foi casado nove vezes)
transcendental, materialista, boêmio
CLIQUE AQUI
MARCUS VINICIUS DE MELLO
MORAES
Nasceu a 19 de outubro de 1913, no
bairro da Gávea, Rio de Janeiro, filho
de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes
e Lydia Cruz de Moraes.
Fez o curso primário na Escola
Afrânio Peixoto, na Rua da Matriz.
Curso secundário no Colégio Santo
Ignácio.
Em 1930 ingressou na Faculdade de
Direito do Catete
1938 com dois livros publicados,
recebeu do British Council uma bolsa
de estudos de dois anos para estudar
Literatura Inglesa em Oxford.
Em 1939 foi obrigado a abandonar o
curso e voltar ao Brasil, devido à
eclosão da guerra.

CLIQUE AQUI
Em 1943, é aprovado no concurso
para o Itamarati. Designado em 1946
para servir no Consulado do Brasil
em Los Angeles, lá permanecendo
por cinco anos. Serviu também em
Paris (duas vezes) e Montevidéu.
Foi cronista e crítico de cinema, foi
delegado do Brasil nos festivais
internacionais de cinema de Cannes,
Berlim, Locarno, Veneza e Punta del
Leste e, em 1966, membro do Júri
Internacional de Cannes.
Escreveu seu primeiro poema aos 7
anos.
É de 1953 o seu primeiro samba –
música e letra – intitulado QUANDO
TU PASSAS POR MIM. No ano
seguinte lança uma peça musical –
ORFEU DA CONCEIÇÃO – recebendo
o primeiro prêmio no concurso de

teatro do IV Centenário do Estado de
São Paulo, foi encenada no Teatro
Municipal com música de Antônio
Carlos Jobim.. Iniciava-se aí a
parceria que, pouco depois, com
contribuição do cantor e violonista
João Gilberto, daria início à Bossa
Nova. O drama ORFEU DA CONCEIÇÃO,
foi transposto para o cinema por
Marcel Camus, em 1959 e recebeu
nesse ano a Palma de Ouro no
Festival de Cannes e o Oscar da
Academia de Hollywood, como o
melhor filme estrangeiro. Teve várias
parcerias musicais, a saber: Carlos
Lyra, Edu Lobo, Pixinguinha, Baden
Powell, Ary Barroso, Francis Hime e
Toquinho, entre outros. Casou-se
várias vezes e teve cinco filhos.
Faleceu no Rio de Janeiro, a 09 de
julho de 1980.

CLIQUE AQUI
Vinícius aos dois
anos de idade

Vinícius aos sete
anos de idade
Aos 14 anos,
1927

Formatura do
curso de Direito Catete, Rio de
Janeiro, RJ - 1933
Vinicius de
Moraes com
20 anos 1933
Vinicius de
Moraes, 1º
posto
diplomático
como viceconsul em
1946, em
Hollywood.
Manuel Bandeira e
Vinicius.
Vinicius
com
Fernando
Sabino.
Vinicius
de
Moraes e
Tom
Jobim
Vinicius de
Moraes com
Gilberto Gil
e Caetano
Veloso.
Vinicius de Moraes e Pablo
Neruda
Vinicius de Moraes e Maria Bethânia Rio de Janeiro, apto Nelita
Com Pixinguinha
"São demais os perigos desta vida
Pra quem tem paixão
principalmente
Quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma
mulher..."
Soneto de Separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama
De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente
CLIQUE AQUI
AMIGOS
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta
necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros
afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que
não admite a rivalidade.

CLIQUE AQUI
AMIGOS
“ Eu poderia suportar, embora não sem dor,
Que tivessem morrido todos os meus amores,
Mas enlouqueceria se morressem todos os meus
amigos!
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles
existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente
pela vida...
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não.
Declare e não os procure sempre...”
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A UMA MULHER
Quando a madrugada
entrou, eu estendi o meu
peito nu sobre o teu peito.
Estavas trêmula e teu rosto
pálido e tuas mãos frias.
E a angustia do regresso
morava já nos teus olhos.
Tive piedade do teu destino
que era morrer no meu
destino.
Quis afastar por um segundo de ti o fardo da carne.

Quis beijar-te num vago
carinho agradecido.
Mas quando meus lábios
tocaram teus lábios,
Eu compreendi que a
morte já estava no teu
corpo.
E que era preciso fugir
para não perder o único
instante,
Em que fostes realmente
a ausência de sofrimento
Em que realmente foste
a serenidade

CLIQUE AQUI
SONETO DE DEVOÇÃO
Essa mulher que se
arremesa, fria
E lúbrica aos meus braços,
e nos seios
Me arrebata e me beija e
balbucia
Versos, votos de amor e
nomes feios.
Essa mulher, flor de
melancolia
Que se ri dos meus pálidos
receios
A única entre todas a quem

dei os carinhos que nunca a
outra daria.
Essa mulher que a cada amor
proclama
A miséria e a grandeza de
quem ama
E guarda a marca dos meus
dentes nela
Essa mulher é um mundo !
- uma cadela.
Talvez … - mas na moldura
de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi
tão bela.

CLIQUE AQUI
Poética
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

De noite ardo
A oeste a morte

Nasço amanhã

Contra quem vivo

Ando onde há espaço

Do sul cativo

- Meu tempo é quando.
quando

O este é meu norte

CLIQUE AQUI
AGONIA
No teu grande corpo branco
depois eu fiquei.
Tinha os olhos lívidos e tive
medo.
Já não havia sombra em ti –
eras como um grande deserto
de areia

E teus seios eram dunas
desfeitas pelo vendaval que
passara.
Eu estremecia agonizando e
procurava me erguer
Mas teu ventre era como areia
movediça para os meus dedos.
Procurei ficar imóvel e orar, mas
fui me afogando em ti mesma.

Onde eu houvesse tombado
após uma longa caminhada
sem noites.

Desaparecendo no teu ser
disperso que se contraía como a
voragem.

Na minha angústia eu buscava
a paisagem calma

Depois foi o sono, escuro, a
morte. Quando despertei era
claro e eu tinha brotado
novamente. Vinha cheio do
pavor de tuas entranhas.

Que me havia dado tanto tempo
Mas tudo era estéril e
monstruoso e sem vida

CLIQUE AQUI
SONETO À LUA
Por que tens, por que tens
olhos escuros. E mãos
lânguidas, loucas, e sem
fim.
Quem és, que és tu, não
eu, e estás em mim.
Impuro, como o bem que
está nos puros ?
Que paixão fez-te os lábios
tão maduros. Num rosto
como o teu criança assim.
Quem te criou tão boa para
o ruim.

E tão fatal para os meus
versos duros ?
Fugaz, com que direito tensme presa
A alma, que por ti soluça
nua
E não és Tatiana e nem
Teresa:
E és tão pouco a mulher que
anda na rua.
Vagabunda, patética e
indefesa
Ó minha branca e
pequenina lua !

CLIQUE AQUI
Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor …
não cante
O humano coração com mais
verdade …
Amo-te como amigo e como
amante. Numa sempre
diversa realidade.

Dentro da eternidade e a
cada instante
Amo-te como um bicho,
simplesmente,
De um amor sem mistério e
sem virtude
Com um desejo maciço e
permanente.

Amo-te afim, de um calmo
amor prestante.

E de te amar assim muito e
amiúde,

Eu te amo além, presente na
saudade.

É que um dia em teu corpo
de repente

Amo-te emfim, com grande
liberdade

Hei de morrer de amar mais
do que pude.

CLIQUE AQUI
SONETO DE FIDELIDADE

E rir meu riso e derramar
meu pranto.

De tudo, ao meu amor
serei atento.

Ao seu pesar ou seu
contentamento.

Antes, e com tal zelo, e
sempre, e tanto.

E assim, quando mais tarde
me procure.

Que mesmo em face do
maior encanto.

Quem sabe a morte, angústia de quem vive.

Dele se encante mais
meu pensamento.

Quem sabe a solidão, fim
de quem ama.

Quero vivê-lo em cada
vão momento.

Eu possa me dizer do amor
(que tive): Que não seja
imortal, posto que é chama.

E em seu louvor hei de
espalhar meu canto.

Mas que seja infinito
enquanto dure.

CLIQUE AQUI
Para viver um grande amor,
preciso
é muita concentração
e muito siso,
muita seriedade
e pouco riso
- para viver um grande amor.
Para viver um grande amor,
mistério é ser um homem
de uma só mulher;
pois ser de muitas, poxa !
é prá quem quer
- não tem nenhum valor.
Para viver um grande amor,

primeiro,
é preciso sagrar-se cavalheiro
e ser de sua dama por inteiro
- seja lá como for.
Há que fazer do corpo uma morada
onde clausure-se a mulher amada
e postar-se de fora com uma espada
- para viver um grande amor.
Para viver um grande amor
direito ,
não basta apenas
ser um bom sujeito;
é preciso também
ter muito peito
- peito de remador.
E o que há de melhor
que ir pra cozinha
e preparar com amor
uma galinha com uma rica
e gostosa farofinha,
- para o seu grande amor ?
É sempre necessário ter em vista
um crédito de rosas no florista
- muito mais, muito mais
que na modista !
-- para viver um grande amor.

Conta ponto saber fazer coisinhas :
ovos mexidos, camarões, sopinhas,
molhos, filés com fritas,

comidinhas para depois do amor.
Para viver um grande amor é muito,
muito importante,
viver sempre junto e até ser, se possível,
um só defunto
- pra não morrer de dor.
É preciso um cuidado permanente
não só com o corpo
mas também com a mente,
pois qualquer "baixo" seu, a amada sente
- e esfria um pouco o amor.
Há que ser bem cortês sem cortesia;
doce e conciliador sem covardia;
saber ganhar dinheiro com poesia
- não ser um ganhador.
Mas tudo isso não adianta nada,
se nesta selva escura e desvairada

não se souber achar
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  • 1. Eis aqui um grande poeta . Muitos gostariam de fazer suas as suas palavras, ter vivido do mesmo jeito que ele viveu, mas estará sempre fraseando , seus poemas e sonetos, lindos e imortais, que foram feitos na hora certa para a pessoa certa no momento não mais do que certo, pois você meu caro poeta foi um grande curtidor neste mundo de meu Deus. O sujeito que mais soube amar na vida. viveu muitos amores, carioca da gema, poeta essencialmente lírico que notabilizou-se pela poesia com característica própria associada ao seu nome, autor de mais de 400 poesias e cerca de 400 letras de musicas, homem da noite, de muitos amigos e muitos amores, poeta e diplomata, também conhecido com grande conquistador (foi casado nove vezes) transcendental, materialista, boêmio CLIQUE AQUI
  • 2. MARCUS VINICIUS DE MELLO MORAES Nasceu a 19 de outubro de 1913, no bairro da Gávea, Rio de Janeiro, filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes e Lydia Cruz de Moraes. Fez o curso primário na Escola Afrânio Peixoto, na Rua da Matriz. Curso secundário no Colégio Santo Ignácio. Em 1930 ingressou na Faculdade de Direito do Catete 1938 com dois livros publicados, recebeu do British Council uma bolsa de estudos de dois anos para estudar Literatura Inglesa em Oxford. Em 1939 foi obrigado a abandonar o curso e voltar ao Brasil, devido à eclosão da guerra. CLIQUE AQUI
  • 3. Em 1943, é aprovado no concurso para o Itamarati. Designado em 1946 para servir no Consulado do Brasil em Los Angeles, lá permanecendo por cinco anos. Serviu também em Paris (duas vezes) e Montevidéu. Foi cronista e crítico de cinema, foi delegado do Brasil nos festivais internacionais de cinema de Cannes, Berlim, Locarno, Veneza e Punta del Leste e, em 1966, membro do Júri Internacional de Cannes. Escreveu seu primeiro poema aos 7 anos. É de 1953 o seu primeiro samba – música e letra – intitulado QUANDO TU PASSAS POR MIM. No ano seguinte lança uma peça musical – ORFEU DA CONCEIÇÃO – recebendo o primeiro prêmio no concurso de teatro do IV Centenário do Estado de São Paulo, foi encenada no Teatro Municipal com música de Antônio Carlos Jobim.. Iniciava-se aí a parceria que, pouco depois, com contribuição do cantor e violonista João Gilberto, daria início à Bossa Nova. O drama ORFEU DA CONCEIÇÃO, foi transposto para o cinema por Marcel Camus, em 1959 e recebeu nesse ano a Palma de Ouro no Festival de Cannes e o Oscar da Academia de Hollywood, como o melhor filme estrangeiro. Teve várias parcerias musicais, a saber: Carlos Lyra, Edu Lobo, Pixinguinha, Baden Powell, Ary Barroso, Francis Hime e Toquinho, entre outros. Casou-se várias vezes e teve cinco filhos. Faleceu no Rio de Janeiro, a 09 de julho de 1980. CLIQUE AQUI
  • 4. Vinícius aos dois anos de idade Vinícius aos sete anos de idade
  • 5. Aos 14 anos, 1927 Formatura do curso de Direito Catete, Rio de Janeiro, RJ - 1933
  • 7. Vinicius de Moraes, 1º posto diplomático como viceconsul em 1946, em Hollywood.
  • 11. Vinicius de Moraes com Gilberto Gil e Caetano Veloso.
  • 12. Vinicius de Moraes e Pablo Neruda
  • 13. Vinicius de Moraes e Maria Bethânia Rio de Janeiro, apto Nelita
  • 14.
  • 16.
  • 17. "São demais os perigos desta vida Pra quem tem paixão principalmente Quando uma lua chega de repente E se deixa no céu, como esquecida E se ao luar que atua desvairado Vem se unir uma música qualquer Aí então é preciso ter cuidado Porque deve andar perto uma mulher..."
  • 18. Soneto de Separação De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama De repente não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente Fez-se do amigo próximo, distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente CLIQUE AQUI
  • 19. AMIGOS Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. CLIQUE AQUI
  • 20. AMIGOS “ Eu poderia suportar, embora não sem dor, Que tivessem morrido todos os meus amores, Mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida... Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não. Declare e não os procure sempre...” CLIQUE AQUI
  • 21. A UMA MULHER Quando a madrugada entrou, eu estendi o meu peito nu sobre o teu peito. Estavas trêmula e teu rosto pálido e tuas mãos frias. E a angustia do regresso morava já nos teus olhos. Tive piedade do teu destino que era morrer no meu destino. Quis afastar por um segundo de ti o fardo da carne. Quis beijar-te num vago carinho agradecido. Mas quando meus lábios tocaram teus lábios, Eu compreendi que a morte já estava no teu corpo. E que era preciso fugir para não perder o único instante, Em que fostes realmente a ausência de sofrimento Em que realmente foste a serenidade CLIQUE AQUI
  • 22. SONETO DE DEVOÇÃO Essa mulher que se arremesa, fria E lúbrica aos meus braços, e nos seios Me arrebata e me beija e balbucia Versos, votos de amor e nomes feios. Essa mulher, flor de melancolia Que se ri dos meus pálidos receios A única entre todas a quem dei os carinhos que nunca a outra daria. Essa mulher que a cada amor proclama A miséria e a grandeza de quem ama E guarda a marca dos meus dentes nela Essa mulher é um mundo ! - uma cadela. Talvez … - mas na moldura de uma cama Nunca mulher nenhuma foi tão bela. CLIQUE AQUI
  • 23. Poética De manhã escureço De dia tardo De tarde anoiteço Outros que contem Passo por passo: Eu morro ontem De noite ardo A oeste a morte Nasço amanhã Contra quem vivo Ando onde há espaço Do sul cativo - Meu tempo é quando. quando O este é meu norte CLIQUE AQUI
  • 24. AGONIA No teu grande corpo branco depois eu fiquei. Tinha os olhos lívidos e tive medo. Já não havia sombra em ti – eras como um grande deserto de areia E teus seios eram dunas desfeitas pelo vendaval que passara. Eu estremecia agonizando e procurava me erguer Mas teu ventre era como areia movediça para os meus dedos. Procurei ficar imóvel e orar, mas fui me afogando em ti mesma. Onde eu houvesse tombado após uma longa caminhada sem noites. Desaparecendo no teu ser disperso que se contraía como a voragem. Na minha angústia eu buscava a paisagem calma Depois foi o sono, escuro, a morte. Quando despertei era claro e eu tinha brotado novamente. Vinha cheio do pavor de tuas entranhas. Que me havia dado tanto tempo Mas tudo era estéril e monstruoso e sem vida CLIQUE AQUI
  • 25. SONETO À LUA Por que tens, por que tens olhos escuros. E mãos lânguidas, loucas, e sem fim. Quem és, que és tu, não eu, e estás em mim. Impuro, como o bem que está nos puros ? Que paixão fez-te os lábios tão maduros. Num rosto como o teu criança assim. Quem te criou tão boa para o ruim. E tão fatal para os meus versos duros ? Fugaz, com que direito tensme presa A alma, que por ti soluça nua E não és Tatiana e nem Teresa: E és tão pouco a mulher que anda na rua. Vagabunda, patética e indefesa Ó minha branca e pequenina lua ! CLIQUE AQUI
  • 26. Soneto do Amor Total Amo-te tanto, meu amor … não cante O humano coração com mais verdade … Amo-te como amigo e como amante. Numa sempre diversa realidade. Dentro da eternidade e a cada instante Amo-te como um bicho, simplesmente, De um amor sem mistério e sem virtude Com um desejo maciço e permanente. Amo-te afim, de um calmo amor prestante. E de te amar assim muito e amiúde, Eu te amo além, presente na saudade. É que um dia em teu corpo de repente Amo-te emfim, com grande liberdade Hei de morrer de amar mais do que pude. CLIQUE AQUI
  • 27. SONETO DE FIDELIDADE E rir meu riso e derramar meu pranto. De tudo, ao meu amor serei atento. Ao seu pesar ou seu contentamento. Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto. E assim, quando mais tarde me procure. Que mesmo em face do maior encanto. Quem sabe a morte, angústia de quem vive. Dele se encante mais meu pensamento. Quem sabe a solidão, fim de quem ama. Quero vivê-lo em cada vão momento. Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama. E em seu louvor hei de espalhar meu canto. Mas que seja infinito enquanto dure. CLIQUE AQUI
  • 28. Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso - para viver um grande amor.
  • 29. Para viver um grande amor, mistério é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa ! é prá quem quer - não tem nenhum valor.
  • 30. Para viver um grande amor, primeiro, é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro - seja lá como for.
  • 31. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada - para viver um grande amor.
  • 32. Para viver um grande amor direito , não basta apenas ser um bom sujeito; é preciso também ter muito peito - peito de remador.
  • 33. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, - para o seu grande amor ?
  • 34. É sempre necessário ter em vista um crédito de rosas no florista - muito mais, muito mais que na modista ! -- para viver um grande amor. Conta ponto saber fazer coisinhas : ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, filés com fritas, comidinhas para depois do amor.
  • 35. Para viver um grande amor é muito, muito importante, viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto - pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente - e esfria um pouco o amor.
  • 36. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia - não ser um ganhador. Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva escura e desvairada não se souber achar a grande amada para viver um grande amor. Receita  escrita e dita pelo grande  poeta  de  Ipanema Vinicius de Moraes