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DIARRÉIA E DISTÚRBIOS
HIDROELETROLÍTICOS
Dra Beatriz Soffe
Disciplina de Pediatria – UGF
Serviço de Pediatria - HMP
DEFINIÇÃO DE DIARRÉIA
 Caracteriza-se

pela perda anormal de
água e eletrólitos, com conseqüente ↑ do
volume e freqüência das evacuações e ↓
da consistência das fezes.
DIARRÉIA
→ Quadro auto-limitado com
duração máxima de até 14 dias, tendo
como
principais
complicações
a
desidratação e os distúrbios eletrolíticos.

 AGUDA

→ quadro diarréico que
se prolonga por mais de 14 dias, podendo
levar à desnutrição, com > risco de
complicações e ↑ mortalidade.

 PERSISTENTE
Fatores de Risco para o
Desenvolvimento da Diarréia Persistente
⇒Condições sócio-econômicas desfavoráveis
⇒Capacidade de compreensão inadequada do responsável
⇒Diarréia aguda recente
⇒Diarréia persistente previa
⇒Desmame precoce
⇒Baixo peso ao nascer
⇒Desnutrição
⇒Baixa idade
⇒Estado imunológico deficiente
⇒Manejo dietético inadequado do episódio de diarréia aguda
⇒Agente etiológico
FISIOPATOLOGIA


Fatores de proteção:



Fatores de agressão:

⇒

Ph gástrico
Flora bacteriana normal
Mucinas
Movimentos peristálticos
Lisozimas e lactoferrina
Tecido linfóide intestinal

⇒

Aderência à mucosa intestinal
e lesão da borda em escova
Adesão à mucosa intestinal e
produção de enterotoxinas

⇒
⇒
⇒
⇒
⇒

⇒
⇒
⇒

Invasão da mucosa
Vírus (invasão das cels. do
ápice das vilosidades levando
a um desiquilíbrio entre
absorção e secreção)
ETIOLOGIA E CLASSIFICACÃO
VIRUS – 80 % ROTAVIRUS
VIBRIO COLERA
SECRETORAS
ENTEROTOXIGENICA
E.COLI
ENTEROPATOGENICA
INFECCIOSAS

BACTERIAS

INVASIVAS

PROTOZOARIOS

SALMONELA
SHIGUELLA
E.COLI INVASIVA
YERSINIA ENTEROCOLITICA
CAMPILOBACTER

ENTAMOEBA HYSTOLITICA
GIARDIA LAMBLIA
CRYPTOSPORIDIUM SP
AVALIAÇÃO CLÍNICA


Anamnese

⇒

Caracterizar a diarréia
História alimentar
Episódios anteriores de
diarréia
Presença de outras doenças
associadas

⇒
⇒
⇒



Exame Físico

⇒

Pesquisar sinais de
desidratação
Pesquisar sinais compatíveis
c/ disseminação da infecção

⇒

(após expansão)
TRATAMENTO
Objetivos → manutenção do equilíbrio
hidroeletrolítico e aporte calórico protéico
adequado, pelos seguintes planos de ação:
⇒ Diarréia sem desidratação –

Plano A

⇒ Diarréia com desidratação –

Plano B

⇒ Diarréia com desidratação grave -

Plano C
CRIANÇA SEM DESIDRATAÇÃO
Plano A
⇒↑ a ingesta hídrica com ingredientes domiciliares (soro
caseiro, chás, cozimento de cereais como arroz e milho,
sopas, sucos). Oferecer a intervalos freqüentes,
principalmente após cada evacuação:
- ate 12 meses – 50 a 100 ml (1/4 a 1/2 copo)
- 1 a 10 anos – 100 a 200 ml (1/2 a 1 copo)
- > 10 anos - livre demanda
⇒Orientar sobre os sinais de desidratação e explicar a
evolução da doença
Soro Caseiro
Preparo Correto do Soro Oral
CRIANÇA DESIDRATADA


Conceito de desidratação → Consiste na
diminuição de água e eletrólitos (sódio, cloro e
potássio) no organismo



Causas de desidratação →
• APORTE REDUZIDO

• AUMENTO DAS PERDAS:
 RENAIS
 PELE OU TRATO RESPIRATÓRIO
 GASTROINTESTINAIS
DESIDRATAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
• QUANTO AO GRAU:
 LEVE - até 5 % do peso
 MODERADA - 5 a 10 % do peso
 GRAVE - acima de 10 % do peso
• QUANTO AO TIPO:
 ISOTÔNICA - Na 135 - 150 mEq/l
 HIPOTÔNICA - Na < 130 mEq/l
 HIPERTÔNICA - Na > 150 mEq/l
DESIDRATAÇÃO - TIPOS


ISOTÔNICA

IV + INT
EC

IC

300 mOsm



HIPOTÔNICA

MC
IV + INT
EC
240 mOsm
IV + INT
EC



HIPERTÔNICA

300 mOsm

IC
300 mOsm

MC
IC

380 mOsm

300 mOsm
MC
MANIFESTAÇÕES CLINICAS CONFORME
O GRAU DE DESIDRATAÇÃO

SINAIS
Perda de Peso
Perda de Líquido
Tipo de Choque
Estado Geral
Boca
Turgor Cutâneo
Cor da Pele
Olhos
Fontanela
Lágrimas
Diurese
F.C.
P.A.
Pulsos
Enchimento Capilar
PH

I GRAU (LEVE)
Até 5 %
50 ml/ kg
Sem Choque
Irritada, com sede
Seca
Diminuído
Palidez Leve
Pouco Encovados
Normal
Presentes
Diminuida
Normal
Normal
Normal
Normal < 3”
7,40 - 7,22

II GRAU (MODERADA)
Até 10 %
50 - 100 ml/ kg
Compensado
Mais agitada, muita sede
Muito Seca
Pastoso
Palidez Intensa
Encovados
Deprimida
Ausentes
Oligúria
Aumentada
Discreta Diminuição
Discreta Diminuiçaõ
Lentificado > 3”
7,30 - 6,92

III GRAU (GRAVE)
Acima de 10 %
100 ml/ kg
Descompensado
Deprimida, comatosa
Lábios cianóticos
Pregas Persistentes
Cianose / Moteada
Muito Encovados
Muito Deprimida
Ausentes
Oligoanúria
Taquicardia / Bradicardia
Hipotensão
Débeis
Muito Lentificado > 10”
7,10 - 6,8
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS CONFORME
O TIPO DE DESIDRATAÇÃO
ISOTÔNICA (75% dos casos)
Sódio entre 130 e 150 mEq independente do tipo de líquido
perdido o organismo consegue
ajustar e compensar estas perdas mantendo o sódio sérico
próximo a normalidade
Perda de peso
Sinais clássicos de desidratação
Mucosas secas
Sede
Oligúria
Choque (casos graves)
Osmolari/ entre 280 e 310 mOsm

HIPERTÔNICA (5% dos casos)

HIPOTÔNICA (20% dos casos)

Sódio > 150 mEq - lactentes, < 6 meses, Sódio < 130 mEq - ocorre basicaeutróficos,, ou com diabetes insípidus, que mente em desnutridos. Desidratação
tiveram introdução precoce de dietas sal- do extracelular, com sinais precoces
gadas e/ou que vem fazendo uso errado e graves de hipovolemia
do soro oral. Desidratação do intracelular
Perda de peso
Sinais clássicos de desidratação pouco
evidentes
Mucosas muito secas. Sede intensa
Oligúria acentuada. Hipertermia
Hipertonia. Hiperreflexia
Iriitabilidade. Agitação psicomotora
Choque tardio. Convulsão, coma, HC.
Osmolaridade > 310 mOsm

Perda de peso
Sinais clássicos de desidratação
muito acentuados
Mucosas secas. Sede discreta/ausente
Diurese presente
Hipotonia/hiporreflexia/ letargia/coma
Convulsões nos casos severos
Choque precoce, frequente
Osmolaridade < 280 mOsm
DESIDRATAÇÃO - TRATAMENTO
DESIDRATAÇÃO LEVE A MODERADA =
PLANO B → TRO
DESIDRATAÇÃO MODERADA A GRAVE
= PLANO C → HIDRATAÇÃO
PARENTERAL
TERAPIA DE REIDRATAÇÃO
ORAL (TRO) – PLANO B
TRO
Desidratação leve a moderada 50 a 100 ml/kg em
4 a 6 horas.
Solução de TRO Recomendada pela OMS
Grama/Envelope
Cloreto de sódio
3,5
Citrato trissódico diidratado
2,9
Cloreto de potássio
1,5
Glicose
20,0
Milimoles/litro de água
Sódio
90
Cloro
80
Citrato
10
Potássio
20
Glicose
111
Osmolaridade: 311mOsm.
CONTRA-INDICAÇÕES AO USO DA TRO

• Vômitos incoercíveis
• Perdas continuadas muito intensas
• Íleo paralítico
• Alteração de consciência (torpor ou
coma)
HIDRATAÇÃO VENOSA
PLANO C
• TERAPIA DE REIDRATAÇÃO ENDOVENOSA Consiste em três fases com objetivos terapêuticos
distintos:

fase de expansão
fase de manutenção
fase de reposição
ETAPA DE EXPANSÃO (ETAPA RÁPIDA)


Soluções usadas: SF 0,9%
Ringer Lactato



Vias de acesso: EV
IO



Volume: 20 a 40 ml/kg em 1 hora. Repetir até 3
vezes, se necessário, para restabelecer o meio
intravascular. Reavaliar a criança ao final de
cada etapa e medir diurese
ESTA FASE TERMINA QUANDO HOUVER
1. Restabelecimento das condições normais de circulação
periférica
2. Desaparecimento dos sinais de retração do espaço
extracelular
3. Restabelecimento da função renal com
níveis normais de filtração glomerular e
fluxo plasmático satisfatórios para que
a função reguladora renal possa se
exercer
ETAPA DE MANUTENÇÃO (NHD)
 Usar a regra de Holliday & Segar

• Até 10 kg =100 ml/kg
•A
•TDe 10 a 20 kg = 1000 ml + 50 ml /kg para cada kg acima de 10 kg
• Acima de 20 kg = 1500 ml + 20 ml/kg para cada kg acima de 20 kg
TIPO DE SOLUÇÃO
Soro glicosado a 5%
+
NaCl 20 %
+
KCl 10%
NECESSIDADE DE SÓDIO E POTÁSSIO


Sódio ⇒ 2 a 4 mEq/kg/dia ou 100 ml – 3 mEq
1 ml de NaCl 20% = 3,4 mEq



Potássio ⇒1 a 3 mEq/kg/dia ou 100 ml – 2 mEq
1 ml de KCl 10% = 1,3 mEq
(máx: 100 ml - 4 mEq)
ETAPA DE REPOSIÇÃO
 Reposição de perdas anormais

20 a 50 ml/kg/24 horas
CÁLCULO DA INFUSÃO
 BI = vol. total

nº de h
 Nº de gotas = vol. total
nº de h x 3
 Nº de microgotas = vol. total
nº de h
⇒ ml/hora = microgotas/minuto
⇒ 1 gota = 3 microgotas
⇒ 1 ml = 20 gotas = 60 microgotas
EXAMES LABORATORIAIS
⇒

somente após expansão:







Hemograma
Eletrólitos
Uréia, creatinina
Gasometria
EAS
Fezes (coprocultura, EAF, EPF, pesquisa
de rotavirus)
VALORES NORMAIS DO
EQUILÍBRIO ÁCIDO BÁSICO
Normal

Variação

Acidose

Alcalose

PH

7,4

7,35 - 7,45

< 7,35

> 7,45

pCO2

40

35 - 45

> 45

< 35

HCO3

24

20 - 24

< 20

> 24
ACIDOSE METABÓLICA
• Indicações de correção da acidose metabólica
( após expansão):
 PH < 7.1
 HCO3 < 10
• Fórmula para correção da acidose:
NaHCO3 = peso x 0,3 x BE
ACIDOSE METABÓLICA
• NaHCO3 8,4% ⇒ 1 ml = 1 mEq
• Solução 5:1 em 1 a 2 horas
(1 ml de bicarbonato para cada 5 ml de SG 5% ou
água destilada)
• Repor o déficit de bicarbonato com a metade do
volume encontrado, corrigido para zero.


Aguardar pelo menos 4 horas para colher nova
gasometria
REPOSIÇÃO DE CÁLCIO
• Lembrar de repor Cálcio na hidratação de:





Desnutridos
Lactentes
Na correção da acidose
Corrigir com gluconato de cálcio 10% (0,5
mEq/kg/dia)
TERAPIA ANTIMICROBIANA
1- Cólera:
- > 8 anos - Tetraciclina 50mg/Kg/dia, 6/6 h, 3 dias
- < 8 anos - sulfametoxazol/trimetroprim 50mg/Kg/dia, 12/12 h, 3 dias
2- Diarreia com sangue associada a queda do estado geral após
reidratação:
- Sulfametoxazol/trimetroprim 40mg/Kg/dia, 12/12 h, 5 dias
OU
- Ácido Nalidíxico 55mg/Kg/dia, 6/6 h, 5 dias
OU
- Ceftriaxone 75mg/Kg/dia, 12/12 h EV ou IM, 7 a 10 dias nos casos graves
3- Clostridium difficile
- Vancomicina 60mg/Kg/dia, 6/6 h, 7 dias
OU
- Metronidazol 30 a 40mg/Kg/dia EV, 6/6 ou 8/8 h, 7 dias
4- Amebíase - Metronidazol 40mg/Kg/diaVO, 8/8 h, 10 dias
5- Giardíase - Metronidazol 20mg/Kg/dia, VO, 8/8 h, 7 dias
MEDIDAS PREVENTIVAS
DE IMPACTO







Aleitamento materno
Práticas adequadas de
desmame
Imunizações básicas
recomendadas pelo
Ministério da Saúde
Saneamento básico
Orientação quanto à
higiene, principalmente a
lavagem das mãos
“São rostos desiludidos
talhados pela fome dos vencidos
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é a marcha dos excluídos”

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Diarréia e distúrbios hidroeletrolíticos em pediatria

  • 1. DIARRÉIA E DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS Dra Beatriz Soffe Disciplina de Pediatria – UGF Serviço de Pediatria - HMP
  • 2. DEFINIÇÃO DE DIARRÉIA  Caracteriza-se pela perda anormal de água e eletrólitos, com conseqüente ↑ do volume e freqüência das evacuações e ↓ da consistência das fezes.
  • 3. DIARRÉIA → Quadro auto-limitado com duração máxima de até 14 dias, tendo como principais complicações a desidratação e os distúrbios eletrolíticos.  AGUDA → quadro diarréico que se prolonga por mais de 14 dias, podendo levar à desnutrição, com > risco de complicações e ↑ mortalidade.  PERSISTENTE
  • 4. Fatores de Risco para o Desenvolvimento da Diarréia Persistente ⇒Condições sócio-econômicas desfavoráveis ⇒Capacidade de compreensão inadequada do responsável ⇒Diarréia aguda recente ⇒Diarréia persistente previa ⇒Desmame precoce ⇒Baixo peso ao nascer ⇒Desnutrição ⇒Baixa idade ⇒Estado imunológico deficiente ⇒Manejo dietético inadequado do episódio de diarréia aguda ⇒Agente etiológico
  • 5. FISIOPATOLOGIA  Fatores de proteção:  Fatores de agressão: ⇒ Ph gástrico Flora bacteriana normal Mucinas Movimentos peristálticos Lisozimas e lactoferrina Tecido linfóide intestinal ⇒ Aderência à mucosa intestinal e lesão da borda em escova Adesão à mucosa intestinal e produção de enterotoxinas ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ Invasão da mucosa Vírus (invasão das cels. do ápice das vilosidades levando a um desiquilíbrio entre absorção e secreção)
  • 6. ETIOLOGIA E CLASSIFICACÃO VIRUS – 80 % ROTAVIRUS VIBRIO COLERA SECRETORAS ENTEROTOXIGENICA E.COLI ENTEROPATOGENICA INFECCIOSAS BACTERIAS INVASIVAS PROTOZOARIOS SALMONELA SHIGUELLA E.COLI INVASIVA YERSINIA ENTEROCOLITICA CAMPILOBACTER ENTAMOEBA HYSTOLITICA GIARDIA LAMBLIA CRYPTOSPORIDIUM SP
  • 7. AVALIAÇÃO CLÍNICA  Anamnese ⇒ Caracterizar a diarréia História alimentar Episódios anteriores de diarréia Presença de outras doenças associadas ⇒ ⇒ ⇒  Exame Físico ⇒ Pesquisar sinais de desidratação Pesquisar sinais compatíveis c/ disseminação da infecção ⇒ (após expansão)
  • 8. TRATAMENTO Objetivos → manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e aporte calórico protéico adequado, pelos seguintes planos de ação: ⇒ Diarréia sem desidratação – Plano A ⇒ Diarréia com desidratação – Plano B ⇒ Diarréia com desidratação grave - Plano C
  • 9. CRIANÇA SEM DESIDRATAÇÃO Plano A ⇒↑ a ingesta hídrica com ingredientes domiciliares (soro caseiro, chás, cozimento de cereais como arroz e milho, sopas, sucos). Oferecer a intervalos freqüentes, principalmente após cada evacuação: - ate 12 meses – 50 a 100 ml (1/4 a 1/2 copo) - 1 a 10 anos – 100 a 200 ml (1/2 a 1 copo) - > 10 anos - livre demanda ⇒Orientar sobre os sinais de desidratação e explicar a evolução da doença
  • 11. Preparo Correto do Soro Oral
  • 12. CRIANÇA DESIDRATADA  Conceito de desidratação → Consiste na diminuição de água e eletrólitos (sódio, cloro e potássio) no organismo  Causas de desidratação → • APORTE REDUZIDO • AUMENTO DAS PERDAS:  RENAIS  PELE OU TRATO RESPIRATÓRIO  GASTROINTESTINAIS
  • 13. DESIDRATAÇÃO CLASSIFICAÇÃO • QUANTO AO GRAU:  LEVE - até 5 % do peso  MODERADA - 5 a 10 % do peso  GRAVE - acima de 10 % do peso • QUANTO AO TIPO:  ISOTÔNICA - Na 135 - 150 mEq/l  HIPOTÔNICA - Na < 130 mEq/l  HIPERTÔNICA - Na > 150 mEq/l
  • 14. DESIDRATAÇÃO - TIPOS  ISOTÔNICA IV + INT EC IC 300 mOsm  HIPOTÔNICA MC IV + INT EC 240 mOsm IV + INT EC  HIPERTÔNICA 300 mOsm IC 300 mOsm MC IC 380 mOsm 300 mOsm MC
  • 15. MANIFESTAÇÕES CLINICAS CONFORME O GRAU DE DESIDRATAÇÃO SINAIS Perda de Peso Perda de Líquido Tipo de Choque Estado Geral Boca Turgor Cutâneo Cor da Pele Olhos Fontanela Lágrimas Diurese F.C. P.A. Pulsos Enchimento Capilar PH I GRAU (LEVE) Até 5 % 50 ml/ kg Sem Choque Irritada, com sede Seca Diminuído Palidez Leve Pouco Encovados Normal Presentes Diminuida Normal Normal Normal Normal < 3” 7,40 - 7,22 II GRAU (MODERADA) Até 10 % 50 - 100 ml/ kg Compensado Mais agitada, muita sede Muito Seca Pastoso Palidez Intensa Encovados Deprimida Ausentes Oligúria Aumentada Discreta Diminuição Discreta Diminuiçaõ Lentificado > 3” 7,30 - 6,92 III GRAU (GRAVE) Acima de 10 % 100 ml/ kg Descompensado Deprimida, comatosa Lábios cianóticos Pregas Persistentes Cianose / Moteada Muito Encovados Muito Deprimida Ausentes Oligoanúria Taquicardia / Bradicardia Hipotensão Débeis Muito Lentificado > 10” 7,10 - 6,8
  • 16. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS CONFORME O TIPO DE DESIDRATAÇÃO ISOTÔNICA (75% dos casos) Sódio entre 130 e 150 mEq independente do tipo de líquido perdido o organismo consegue ajustar e compensar estas perdas mantendo o sódio sérico próximo a normalidade Perda de peso Sinais clássicos de desidratação Mucosas secas Sede Oligúria Choque (casos graves) Osmolari/ entre 280 e 310 mOsm HIPERTÔNICA (5% dos casos) HIPOTÔNICA (20% dos casos) Sódio > 150 mEq - lactentes, < 6 meses, Sódio < 130 mEq - ocorre basicaeutróficos,, ou com diabetes insípidus, que mente em desnutridos. Desidratação tiveram introdução precoce de dietas sal- do extracelular, com sinais precoces gadas e/ou que vem fazendo uso errado e graves de hipovolemia do soro oral. Desidratação do intracelular Perda de peso Sinais clássicos de desidratação pouco evidentes Mucosas muito secas. Sede intensa Oligúria acentuada. Hipertermia Hipertonia. Hiperreflexia Iriitabilidade. Agitação psicomotora Choque tardio. Convulsão, coma, HC. Osmolaridade > 310 mOsm Perda de peso Sinais clássicos de desidratação muito acentuados Mucosas secas. Sede discreta/ausente Diurese presente Hipotonia/hiporreflexia/ letargia/coma Convulsões nos casos severos Choque precoce, frequente Osmolaridade < 280 mOsm
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  • 20. DESIDRATAÇÃO - TRATAMENTO DESIDRATAÇÃO LEVE A MODERADA = PLANO B → TRO DESIDRATAÇÃO MODERADA A GRAVE = PLANO C → HIDRATAÇÃO PARENTERAL
  • 21. TERAPIA DE REIDRATAÇÃO ORAL (TRO) – PLANO B TRO Desidratação leve a moderada 50 a 100 ml/kg em 4 a 6 horas. Solução de TRO Recomendada pela OMS Grama/Envelope Cloreto de sódio 3,5 Citrato trissódico diidratado 2,9 Cloreto de potássio 1,5 Glicose 20,0 Milimoles/litro de água Sódio 90 Cloro 80 Citrato 10 Potássio 20 Glicose 111 Osmolaridade: 311mOsm.
  • 22. CONTRA-INDICAÇÕES AO USO DA TRO • Vômitos incoercíveis • Perdas continuadas muito intensas • Íleo paralítico • Alteração de consciência (torpor ou coma)
  • 23. HIDRATAÇÃO VENOSA PLANO C • TERAPIA DE REIDRATAÇÃO ENDOVENOSA Consiste em três fases com objetivos terapêuticos distintos: fase de expansão fase de manutenção fase de reposição
  • 24. ETAPA DE EXPANSÃO (ETAPA RÁPIDA)  Soluções usadas: SF 0,9% Ringer Lactato  Vias de acesso: EV IO  Volume: 20 a 40 ml/kg em 1 hora. Repetir até 3 vezes, se necessário, para restabelecer o meio intravascular. Reavaliar a criança ao final de cada etapa e medir diurese
  • 25. ESTA FASE TERMINA QUANDO HOUVER 1. Restabelecimento das condições normais de circulação periférica 2. Desaparecimento dos sinais de retração do espaço extracelular 3. Restabelecimento da função renal com níveis normais de filtração glomerular e fluxo plasmático satisfatórios para que a função reguladora renal possa se exercer
  • 26. ETAPA DE MANUTENÇÃO (NHD)  Usar a regra de Holliday & Segar • Até 10 kg =100 ml/kg •A •TDe 10 a 20 kg = 1000 ml + 50 ml /kg para cada kg acima de 10 kg • Acima de 20 kg = 1500 ml + 20 ml/kg para cada kg acima de 20 kg
  • 27. TIPO DE SOLUÇÃO Soro glicosado a 5% + NaCl 20 % + KCl 10%
  • 28. NECESSIDADE DE SÓDIO E POTÁSSIO  Sódio ⇒ 2 a 4 mEq/kg/dia ou 100 ml – 3 mEq 1 ml de NaCl 20% = 3,4 mEq  Potássio ⇒1 a 3 mEq/kg/dia ou 100 ml – 2 mEq 1 ml de KCl 10% = 1,3 mEq (máx: 100 ml - 4 mEq)
  • 29. ETAPA DE REPOSIÇÃO  Reposição de perdas anormais 20 a 50 ml/kg/24 horas
  • 30. CÁLCULO DA INFUSÃO  BI = vol. total nº de h  Nº de gotas = vol. total nº de h x 3  Nº de microgotas = vol. total nº de h ⇒ ml/hora = microgotas/minuto ⇒ 1 gota = 3 microgotas ⇒ 1 ml = 20 gotas = 60 microgotas
  • 31. EXAMES LABORATORIAIS ⇒ somente após expansão:       Hemograma Eletrólitos Uréia, creatinina Gasometria EAS Fezes (coprocultura, EAF, EPF, pesquisa de rotavirus)
  • 32. VALORES NORMAIS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO BÁSICO Normal Variação Acidose Alcalose PH 7,4 7,35 - 7,45 < 7,35 > 7,45 pCO2 40 35 - 45 > 45 < 35 HCO3 24 20 - 24 < 20 > 24
  • 33. ACIDOSE METABÓLICA • Indicações de correção da acidose metabólica ( após expansão):  PH < 7.1  HCO3 < 10 • Fórmula para correção da acidose: NaHCO3 = peso x 0,3 x BE
  • 34. ACIDOSE METABÓLICA • NaHCO3 8,4% ⇒ 1 ml = 1 mEq • Solução 5:1 em 1 a 2 horas (1 ml de bicarbonato para cada 5 ml de SG 5% ou água destilada) • Repor o déficit de bicarbonato com a metade do volume encontrado, corrigido para zero.  Aguardar pelo menos 4 horas para colher nova gasometria
  • 35. REPOSIÇÃO DE CÁLCIO • Lembrar de repor Cálcio na hidratação de:     Desnutridos Lactentes Na correção da acidose Corrigir com gluconato de cálcio 10% (0,5 mEq/kg/dia)
  • 36. TERAPIA ANTIMICROBIANA 1- Cólera: - > 8 anos - Tetraciclina 50mg/Kg/dia, 6/6 h, 3 dias - < 8 anos - sulfametoxazol/trimetroprim 50mg/Kg/dia, 12/12 h, 3 dias 2- Diarreia com sangue associada a queda do estado geral após reidratação: - Sulfametoxazol/trimetroprim 40mg/Kg/dia, 12/12 h, 5 dias OU - Ácido Nalidíxico 55mg/Kg/dia, 6/6 h, 5 dias OU - Ceftriaxone 75mg/Kg/dia, 12/12 h EV ou IM, 7 a 10 dias nos casos graves 3- Clostridium difficile - Vancomicina 60mg/Kg/dia, 6/6 h, 7 dias OU - Metronidazol 30 a 40mg/Kg/dia EV, 6/6 ou 8/8 h, 7 dias 4- Amebíase - Metronidazol 40mg/Kg/diaVO, 8/8 h, 10 dias 5- Giardíase - Metronidazol 20mg/Kg/dia, VO, 8/8 h, 7 dias
  • 37. MEDIDAS PREVENTIVAS DE IMPACTO      Aleitamento materno Práticas adequadas de desmame Imunizações básicas recomendadas pelo Ministério da Saúde Saneamento básico Orientação quanto à higiene, principalmente a lavagem das mãos
  • 38. “São rostos desiludidos talhados pela fome dos vencidos e pela angústia dos oprimidos é a marcha dos excluídos”