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Brasília-DF, maio de 2009.




                                                                          ARTIGO




Atividade antimicrobiana do extrato de Anacardium
occidentale



Antimicrobial activity of extract of Anacardium occidentale.



     JESUS, A.P.; SANTIAGO, C.A.; ALBERNAZ, I.N.; MONIQUE, I.;
SIMPLICIO, J.; RAFAEL, J.; SANTOS, M.O.N.; NASER, S.; ROSA, S.P.;



      Trabalho tutorial sob orientação do Dr. José de Souza Soares.




RESUMO




        A utilização de Plantas medicinais com propriedades terapêuticas tem
despertado grande interesse em todo o mundo. A planta Anacardium occidentale
Linn.(Cajueiro) é largamente usada na medicina popular, como antidiarréico,
antinflamatorio para amigdalite, bronquites, artrites. No presente estudo verificou-
se a ação antimicrobiana e antifúngica do extrato aquoso da entre-casca do caule
do cajueiro. A atividade antimicrobiana foi determinada pelo método de difusão em
meio sólido (Agar Müller Hington) para a determinação da Concentração Inibitória
Mínima do extrato, pela presença ou não do halo de inibição.
ABSTRACT

The use of medicinal plants with therapeutic properties have aroused great interest
worldwide. The plant Anacardium occidentale Linn. is widely used in traditional
medicine as anti for tonsillitis, bronchitis, arthritis, and antiiflamatório. In the present
study is antimicrobial and antifungal activity of aqueous extract of the stem-bark of the
cashew. The antimicrobial activity was determined by the method of diffusion in solid
medium (middle name) to determine the minimum inhibitory concentration of extract,
and was observed in total? samples for the presence or absence of the halo of
inhibition.


Keywords:

Anacardium occidentale, plantas medicinais, Cajueiro,




INTRODUÇÃO

       A administração de plantas medicinais no tratamento de enfermidades é tão
remota quanto à civilização humana, como base terapêutica [1;2].

       O Brasil possui a maior flora existente no planeta, sendo que a maioria é
desconhecida sob o ponto de vista científico, tornando-se um ponto relevante o estudo
da atividade contra doenças, tendo em vista que somente cerca de 5% têm sido
estudadas fitoquimicamente, e uma porcentagem ainda menor são avaliadas sob os
aspectos biológicos [3].

       As plantas medicinais são usadas em diferentes formas farmacêuticas, tais como
in natura (partes inteiras, ou rasuras), principalmente para o preparo de chás, bem como
preparações caseiras; drogas pulverizadas, extratos, tinturas, pós, comprimidos e
cápsulas; e também poderão passar por processos de extração e purificação para
isolamento do princípio ativo de interesse [2].

       Atualmente, tem-se observado a nivel mundial aumento expressivosde
conhecimentos técnicos científicos, sobre as características químico-físicas das plantas
medicinais, com o intuito da obtenção de novos compostos com propriedades
farmacológicas comprovadas [3].

       Fato este justificado segundo Rates , S.M.K., que este crescimento é decorrente a
vários fatores, dentre eles: “a decepção com tratamentos convencionais; os efeitos
indesejáveis e prejuízos causados pelo uso abusivo e/ou incorreto dos
medicamentos sintéticos; o fato de amplas camadas não terem acesso aos
medicamentos e à medicina institucionalizada; a consciência ecológica, a crença
popular de que o natural é inofensivo e os seus elevados custos”

       De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada n° 48/2004 da Agencia
Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA;

       “Fitoterápicos são medicamentos preparados exclusivamente com plantas ou
partes de plantas medicinais (raízes, cascas, folhas, flores, frutos ou sementes), que
possuem propriedades reconhecidas de cura, prevenção, diagnóstico ou tratamento
sintomático de doenças, validadas em estudos etnofarmacológicos, documentações
tecnocientíficas ou ensaios clínicos de fase 3.” [4]

       A fitoterapia foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), na
Conferência de Alma Ata em 1987. Hoje é utilizado como terapia no Programa Saúde
Para Todos, contribuindo como incentivo os estudos científicos com o objetivo de
aumentar os conhecimentos bem como diminuir os gastos com os programas de saúde
pública [5].

       A planta Anacardium occidentale Linn., é da família Anacardiaceae, onde é
conhecida popularmente como cajueiro. É originária do Brasil, utilizada para aliviar a
dor de dente, antiinflamatório para gengiva e garganta, bronquites, artrites, cólicas
intestinais, icterícia, contra diabetes, asma e até mesmo usado como afrodisíaco [6].

       Encontra-se     na   literatura   atividades    antiinflamatórias   farmacológicas
comprovadas, (Olajide et al., 2004; Falcão et al., 2005), antidiabética (Oliveira; Salto,
1987/1989; Kamtchouing et al., 1998; Barbosa-Filho et al., 2005); inibidor da enzima
acetilcolinesterase (Barbosa-Filho et al., 2006) e substâncias isoladas do fruto
demonstraram ser inibidora de tirosinase (Kubo et al., 1994).
MATERIAL E MÉTODOS

   a- Amostras vegetais

       Amostra vegetal da Anacardium occidentale foi identificada botanicamente no
Herbário do Departamento de Botânica da Universidade de Brasília, sob o número da
eciclata 73232.

       Amostras vegetal (folhas, talos e entre-cascas) frescas foram coletadas no mês
de março de 2009 e encaminhadas ao laboratório de Farmacognosia das Faculdades
Integradas do Planalto Central (FACIPLAC).

       a.1- Anarcadium occidentallis:

       Cerca de 148g da entrecasca foram hachuradas e incubadas a estufa à 37°C para
secagem, após 48h obteve-se 39,6g de peso seco.

       A matéria seca (39,6g) foi incubada, em 120ml de álcool etílico P.A. por 10 dias
para a extração. Após este período, realizou-se a filtragem e incubou-se à estufa a 37°C
por quatro dias, até a obtenção do extrato seco(11,2g).

       Este foi ressuspendido em água destilada autoclavada quantidade suficiente para
12mL, obtendo o o extrato aquoso a 10%.

       O extrato foi acondicionado em frasco âmbar, limpo e sanitizado, o qual
foiarmazenado a temperatura de 4 a 8°C. Até a sensibilização dos discos.

   b- Amostras bacterianas:

   As amostras bacterianas foram isoladas em caldo BHI, onde foram semeadas e
deixadas em estufa por 48 horas. Uma vez identificadas foram replicadas e cultivadas
em Agar Müller-Hilnton.

       As espécies de Candidas a serem utilizadas juntamente com a cepa de
Cryptococcus neoformans foram isoladas em Ágar micosel e microbiótico, incubadas a
temperatura ambiente por 7 dias. Posteriormente foram identificadas pela técnica de
tubo germinativo e por automação no sistema COBAS.

       As espécies devidamente identificadas foram replicadas e cultivadas em tubo
contendo ágar dextrosado Sabouraud e mantidas a temperatura ambiente até momento
do experimento.
Foram utilizados microorganismos de cepas padrão American Type Colection
Culture (ATCC) de Cryptococcus neoformans (ATCC 90112), Microsporum canis
(ATCC 11621), Escherichia coli (ATCC 8739), Pseudomonas aeruginosa (ATCC
9027), Staphylococcus aureus (ATCC 28923), Klebsiella pneumoniae (ATCC), S.
aureus; E. coli;Klebsiella; Pseudomonas aeruginosa; T. rubrum; M. canis.

        Todo o processo foi realizado em ambiente asséptico e os instrumentos
utilizados quando possível foram submetidos à autoclave.

        b.1- Preparação do inoculo

   Os microorganismos foram incubados a temperatura de 35°C, por 24 horas
(bactérias) e de uma semana (fungos). Os inócuos foram preparados utilizando-se de 3 a
4 colônias, das cepas de bactérias isoladas em ágar Müller-Hinton, que foram diluídas
em solução salina estéril a 0,85%. A turbidez da suspensão foi ajustada e comparada ao
tubo 0,5 da escala Mc Farland.

   Foram isoladas também de 3 a 4 colônias das cepas fúngicas que foram
antecipadamente cultivadas em Agar Dextrosado Sabouraud, e posteriormente foram
diluídas em solução salina 0,85% ajustando-se a turbidez à escala Mc Farland.

   c-   Método de disco difusão em ágar (Kirby-Bauer).

   A metodologia empregada é a Kirby-Bauer que foi adotada pelo National
Committee for Clinical Laboratory Standards (NCCLS), 1999: documento M100-S9,
Vol.19, como sendo metodologia referência. O método de disco difusão em ágar foi
baseado na técnica descrita por Bauer et al. (1996) e visa monitorar a presença de
substâncias antimicrobianas que possam estar presentes em extratos vegetais.

   Cada uma das suspensões de microorganismos previamente preparadas foi semeada
em triplicata, após agitação, com o auxílio de um swab descartável sobre toda a
superfície do meio de cultura. Posteriormente os discos de papel usados como
reservatório para o extrato nas concentrações de 100, 300 e 500 mg/mL, foram
depositados sobre o meio com o auxílio de uma pinça mantendo-se uma distância
mínima de 24 mm de um disco para o outro. Foram depositados também os discos
contendo o controle positivo e o controle negativo para que se pudesse comparar os
efeitos do extrato. Sobre todos os discos foi feito leve pressão com o auxílio da pinça
para melhorar a aderência.
Após a incubação das placas a 35 °C por 24 horas é realizada a leitura dos halos de
inibição formados ao redor dos discos contendo o extrato e os controles, incluindo o
diâmetro do disco. A leitura é feita com o auxílio de projetor ótico, régua milimetrada
ou paquímetro para os discos que apresentaram halo de inibição e, para os discos que
não apresentaram halo de inibição as colônias foram consideradas como sendo
resistentes ao extrato testado.

   d- Análise Estatística

   Os experimentos foram realizados em triplicata e para calcular a porcentagem de
efetividade foi aplicada média aritmética para cada triplicata.
RESULTADOS

Tabela referente aos resultados da ação do extrato aquoso da Anacardium
Occidentalis em fungos.

Nome          do Água           10µ         30µ          50µ         Fluconazol
Fungo                                                                (150mg)
                                9,3 mg/ml   27,9         46,5
                                            mg/ml        mg/ml
                                -           -            -
Cryptococos      -                                                   8 mm
neoformans                      -           -            -
                 -                                                   2 cm
                                -           -            -
                 -                                                   8 mm
                                -           -            -
T. rubrum        -                                                   2,5 cm
                                -           -            -
                 -                                                   Não      houve
                                                                     crescimento
                                -           -            -
                 -                                                   Não      houve
                                                                     crescimento
                                -           -            -
M.canis          -                                                   2,3 cm
                                -           -            -
                 -                                                   2,5 cm
                                -           -            -
                 -                                                   2,3 cm




Tabela referente aos resultados da ação do extrato aquoso da Anacardium
Occidentalis em bactérias.

Nome da bactéria             água     10µ          30µ         50µ      Gentamicina
9,3 mg/ml   27,9   mg/ 46,5   mg/ (10mg)
                              ml         ml

E. coli       -   -           -          -          2,4 cm

              -   -           -          -          2,1 cm

              -   -           -          -          2,3 cm

S. aureus     -   0,6 mm      0,9 mm     0,8 mm     2,8 cm

              -   0,7 mm      0,9 mm     1,0 mm     2,6 cm

              -   0,6 mm      0,9 mm     0,9 mm     2,7 cm

Klebsiella    -   -           -          -          2,5 cm

              -   -           -          -          2,3 cm

              -   -           -          -          2,4 cm

Pseudômonas   -   -           -          -          Não      houve
                                                    crescimento

              -   -           -          -          Não      houve
                                                    crescimento

              -   -           -          -          Não      houve
                                                    crescimento
DISCUSSÃO

       De acordo com ensaios realizados, as amostras com Staphylococcus aureus
foram sensíveis ao extrato de A. occidentale. A Figura 4, expressa a ação antimicrobiana
in vitro do extrato aquoso de A. occidentale frente a uma amostra de S. aureus
multiressistente.

       Ainda que as concentrações utilizadas tenham sido pequenas, o extrato aquoso
da A. occidentale se mostrou eficaz contra as sepas de Staphylococcus aureus, porém
não teve ação nenhuma contra os outros microorganismos testados.

Fungos:


                                                                     27,9mg/ml
                   46,5mg/ml




  27,9mg/ml
                                                                        C+       9,3mg/ml
                   C+                             46,5mg/ml
                                       C-


Fig. 1         9,3mg/ml                          Fig. 2                C-




                                             27,9mg/ml



                          46,5mg/ml
                                            C+
                                                          9,3mg/ml



                      Fig. 3          C-




Bactérias:
27,9mg/ml
                                                                                             27,9mg/ml
                                                                   46,5mg/ml
         46,5mg/ml

                           C+
                                          9,3mg/ml
                                                                                   C+


                                                                      C-                   9,3mg/ml
                      C-
Fig. 4




                      46,5mg/ml
                                                                               46,5mg/ml



                        C+             27,9mg/ml       27,9mg/ml
     9,3mg/ml                                                              C+

                                                                                           9,3mg/ml



Fig. 5
                             C-                      Fig. 6
                                                                    C-




CONCLUSÃO

            Todas as amostras ensaiadas com Staphylococcus aureus mostraram-se sensíveis
à ação do extrato do cajueiro, com diâmetros dos halos de inibição variando de 0,6 a 1,0
mm, demonstrando que a bactéria é sensível ao extrato do cajueiro.

            Devido o Staphylococcus aureus ser resistentes à penicilina e estar presente nas
linhagens multiresistentes (MRSA), o cajueiro torna-se um importante fitofármaco para
a inibição da ação desta bactéria. Sendo que S. aureus meticilina resistente, é o maior
patógeno nosocomial em infecções hospitalares e é responsável por inativar a ação de
vários antibióticos, tornando a multiresistência, um grande problema de saúde pública
(Stratton, 2000).

            Assim, o uso desta planta na nossa região pode inferir uma alternativa
terapêutica eficiente e de baixo custo, contra infecções bacterianas causadas por
Staphylococcus aureus.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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       <http://www.sbfgnosia.org.br/admin/pages/revista/artigo/arquivos/120-2005_373_380.pdf>
       Acesso em: 06/05/2009.
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Atividade antimicrobiana do extrato de Anacardium occidentale

  • 1. Brasília-DF, maio de 2009. ARTIGO Atividade antimicrobiana do extrato de Anacardium occidentale Antimicrobial activity of extract of Anacardium occidentale. JESUS, A.P.; SANTIAGO, C.A.; ALBERNAZ, I.N.; MONIQUE, I.; SIMPLICIO, J.; RAFAEL, J.; SANTOS, M.O.N.; NASER, S.; ROSA, S.P.; Trabalho tutorial sob orientação do Dr. José de Souza Soares. RESUMO A utilização de Plantas medicinais com propriedades terapêuticas tem despertado grande interesse em todo o mundo. A planta Anacardium occidentale Linn.(Cajueiro) é largamente usada na medicina popular, como antidiarréico, antinflamatorio para amigdalite, bronquites, artrites. No presente estudo verificou- se a ação antimicrobiana e antifúngica do extrato aquoso da entre-casca do caule do cajueiro. A atividade antimicrobiana foi determinada pelo método de difusão em meio sólido (Agar Müller Hington) para a determinação da Concentração Inibitória Mínima do extrato, pela presença ou não do halo de inibição.
  • 2. ABSTRACT The use of medicinal plants with therapeutic properties have aroused great interest worldwide. The plant Anacardium occidentale Linn. is widely used in traditional medicine as anti for tonsillitis, bronchitis, arthritis, and antiiflamatório. In the present study is antimicrobial and antifungal activity of aqueous extract of the stem-bark of the cashew. The antimicrobial activity was determined by the method of diffusion in solid medium (middle name) to determine the minimum inhibitory concentration of extract, and was observed in total? samples for the presence or absence of the halo of inhibition. Keywords: Anacardium occidentale, plantas medicinais, Cajueiro, INTRODUÇÃO A administração de plantas medicinais no tratamento de enfermidades é tão remota quanto à civilização humana, como base terapêutica [1;2]. O Brasil possui a maior flora existente no planeta, sendo que a maioria é desconhecida sob o ponto de vista científico, tornando-se um ponto relevante o estudo da atividade contra doenças, tendo em vista que somente cerca de 5% têm sido estudadas fitoquimicamente, e uma porcentagem ainda menor são avaliadas sob os aspectos biológicos [3]. As plantas medicinais são usadas em diferentes formas farmacêuticas, tais como in natura (partes inteiras, ou rasuras), principalmente para o preparo de chás, bem como preparações caseiras; drogas pulverizadas, extratos, tinturas, pós, comprimidos e cápsulas; e também poderão passar por processos de extração e purificação para isolamento do princípio ativo de interesse [2]. Atualmente, tem-se observado a nivel mundial aumento expressivosde conhecimentos técnicos científicos, sobre as características químico-físicas das plantas medicinais, com o intuito da obtenção de novos compostos com propriedades farmacológicas comprovadas [3]. Fato este justificado segundo Rates , S.M.K., que este crescimento é decorrente a vários fatores, dentre eles: “a decepção com tratamentos convencionais; os efeitos indesejáveis e prejuízos causados pelo uso abusivo e/ou incorreto dos medicamentos sintéticos; o fato de amplas camadas não terem acesso aos
  • 3. medicamentos e à medicina institucionalizada; a consciência ecológica, a crença popular de que o natural é inofensivo e os seus elevados custos” De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada n° 48/2004 da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA; “Fitoterápicos são medicamentos preparados exclusivamente com plantas ou partes de plantas medicinais (raízes, cascas, folhas, flores, frutos ou sementes), que possuem propriedades reconhecidas de cura, prevenção, diagnóstico ou tratamento sintomático de doenças, validadas em estudos etnofarmacológicos, documentações tecnocientíficas ou ensaios clínicos de fase 3.” [4] A fitoterapia foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), na Conferência de Alma Ata em 1987. Hoje é utilizado como terapia no Programa Saúde Para Todos, contribuindo como incentivo os estudos científicos com o objetivo de aumentar os conhecimentos bem como diminuir os gastos com os programas de saúde pública [5]. A planta Anacardium occidentale Linn., é da família Anacardiaceae, onde é conhecida popularmente como cajueiro. É originária do Brasil, utilizada para aliviar a dor de dente, antiinflamatório para gengiva e garganta, bronquites, artrites, cólicas intestinais, icterícia, contra diabetes, asma e até mesmo usado como afrodisíaco [6]. Encontra-se na literatura atividades antiinflamatórias farmacológicas comprovadas, (Olajide et al., 2004; Falcão et al., 2005), antidiabética (Oliveira; Salto, 1987/1989; Kamtchouing et al., 1998; Barbosa-Filho et al., 2005); inibidor da enzima acetilcolinesterase (Barbosa-Filho et al., 2006) e substâncias isoladas do fruto demonstraram ser inibidora de tirosinase (Kubo et al., 1994).
  • 4. MATERIAL E MÉTODOS a- Amostras vegetais Amostra vegetal da Anacardium occidentale foi identificada botanicamente no Herbário do Departamento de Botânica da Universidade de Brasília, sob o número da eciclata 73232. Amostras vegetal (folhas, talos e entre-cascas) frescas foram coletadas no mês de março de 2009 e encaminhadas ao laboratório de Farmacognosia das Faculdades Integradas do Planalto Central (FACIPLAC). a.1- Anarcadium occidentallis: Cerca de 148g da entrecasca foram hachuradas e incubadas a estufa à 37°C para secagem, após 48h obteve-se 39,6g de peso seco. A matéria seca (39,6g) foi incubada, em 120ml de álcool etílico P.A. por 10 dias para a extração. Após este período, realizou-se a filtragem e incubou-se à estufa a 37°C por quatro dias, até a obtenção do extrato seco(11,2g). Este foi ressuspendido em água destilada autoclavada quantidade suficiente para 12mL, obtendo o o extrato aquoso a 10%. O extrato foi acondicionado em frasco âmbar, limpo e sanitizado, o qual foiarmazenado a temperatura de 4 a 8°C. Até a sensibilização dos discos. b- Amostras bacterianas: As amostras bacterianas foram isoladas em caldo BHI, onde foram semeadas e deixadas em estufa por 48 horas. Uma vez identificadas foram replicadas e cultivadas em Agar Müller-Hilnton. As espécies de Candidas a serem utilizadas juntamente com a cepa de Cryptococcus neoformans foram isoladas em Ágar micosel e microbiótico, incubadas a temperatura ambiente por 7 dias. Posteriormente foram identificadas pela técnica de tubo germinativo e por automação no sistema COBAS. As espécies devidamente identificadas foram replicadas e cultivadas em tubo contendo ágar dextrosado Sabouraud e mantidas a temperatura ambiente até momento do experimento.
  • 5. Foram utilizados microorganismos de cepas padrão American Type Colection Culture (ATCC) de Cryptococcus neoformans (ATCC 90112), Microsporum canis (ATCC 11621), Escherichia coli (ATCC 8739), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 9027), Staphylococcus aureus (ATCC 28923), Klebsiella pneumoniae (ATCC), S. aureus; E. coli;Klebsiella; Pseudomonas aeruginosa; T. rubrum; M. canis. Todo o processo foi realizado em ambiente asséptico e os instrumentos utilizados quando possível foram submetidos à autoclave. b.1- Preparação do inoculo Os microorganismos foram incubados a temperatura de 35°C, por 24 horas (bactérias) e de uma semana (fungos). Os inócuos foram preparados utilizando-se de 3 a 4 colônias, das cepas de bactérias isoladas em ágar Müller-Hinton, que foram diluídas em solução salina estéril a 0,85%. A turbidez da suspensão foi ajustada e comparada ao tubo 0,5 da escala Mc Farland. Foram isoladas também de 3 a 4 colônias das cepas fúngicas que foram antecipadamente cultivadas em Agar Dextrosado Sabouraud, e posteriormente foram diluídas em solução salina 0,85% ajustando-se a turbidez à escala Mc Farland. c- Método de disco difusão em ágar (Kirby-Bauer). A metodologia empregada é a Kirby-Bauer que foi adotada pelo National Committee for Clinical Laboratory Standards (NCCLS), 1999: documento M100-S9, Vol.19, como sendo metodologia referência. O método de disco difusão em ágar foi baseado na técnica descrita por Bauer et al. (1996) e visa monitorar a presença de substâncias antimicrobianas que possam estar presentes em extratos vegetais. Cada uma das suspensões de microorganismos previamente preparadas foi semeada em triplicata, após agitação, com o auxílio de um swab descartável sobre toda a superfície do meio de cultura. Posteriormente os discos de papel usados como reservatório para o extrato nas concentrações de 100, 300 e 500 mg/mL, foram depositados sobre o meio com o auxílio de uma pinça mantendo-se uma distância mínima de 24 mm de um disco para o outro. Foram depositados também os discos contendo o controle positivo e o controle negativo para que se pudesse comparar os efeitos do extrato. Sobre todos os discos foi feito leve pressão com o auxílio da pinça para melhorar a aderência.
  • 6. Após a incubação das placas a 35 °C por 24 horas é realizada a leitura dos halos de inibição formados ao redor dos discos contendo o extrato e os controles, incluindo o diâmetro do disco. A leitura é feita com o auxílio de projetor ótico, régua milimetrada ou paquímetro para os discos que apresentaram halo de inibição e, para os discos que não apresentaram halo de inibição as colônias foram consideradas como sendo resistentes ao extrato testado. d- Análise Estatística Os experimentos foram realizados em triplicata e para calcular a porcentagem de efetividade foi aplicada média aritmética para cada triplicata.
  • 7. RESULTADOS Tabela referente aos resultados da ação do extrato aquoso da Anacardium Occidentalis em fungos. Nome do Água 10µ 30µ 50µ Fluconazol Fungo (150mg) 9,3 mg/ml 27,9 46,5 mg/ml mg/ml - - - Cryptococos - 8 mm neoformans - - - - 2 cm - - - - 8 mm - - - T. rubrum - 2,5 cm - - - - Não houve crescimento - - - - Não houve crescimento - - - M.canis - 2,3 cm - - - - 2,5 cm - - - - 2,3 cm Tabela referente aos resultados da ação do extrato aquoso da Anacardium Occidentalis em bactérias. Nome da bactéria água 10µ 30µ 50µ Gentamicina
  • 8. 9,3 mg/ml 27,9 mg/ 46,5 mg/ (10mg) ml ml E. coli - - - - 2,4 cm - - - - 2,1 cm - - - - 2,3 cm S. aureus - 0,6 mm 0,9 mm 0,8 mm 2,8 cm - 0,7 mm 0,9 mm 1,0 mm 2,6 cm - 0,6 mm 0,9 mm 0,9 mm 2,7 cm Klebsiella - - - - 2,5 cm - - - - 2,3 cm - - - - 2,4 cm Pseudômonas - - - - Não houve crescimento - - - - Não houve crescimento - - - - Não houve crescimento
  • 9. DISCUSSÃO De acordo com ensaios realizados, as amostras com Staphylococcus aureus foram sensíveis ao extrato de A. occidentale. A Figura 4, expressa a ação antimicrobiana in vitro do extrato aquoso de A. occidentale frente a uma amostra de S. aureus multiressistente. Ainda que as concentrações utilizadas tenham sido pequenas, o extrato aquoso da A. occidentale se mostrou eficaz contra as sepas de Staphylococcus aureus, porém não teve ação nenhuma contra os outros microorganismos testados. Fungos: 27,9mg/ml 46,5mg/ml 27,9mg/ml C+ 9,3mg/ml C+ 46,5mg/ml C- Fig. 1 9,3mg/ml Fig. 2 C- 27,9mg/ml 46,5mg/ml C+ 9,3mg/ml Fig. 3 C- Bactérias:
  • 10. 27,9mg/ml 27,9mg/ml 46,5mg/ml 46,5mg/ml C+ 9,3mg/ml C+ C- 9,3mg/ml C- Fig. 4 46,5mg/ml 46,5mg/ml C+ 27,9mg/ml 27,9mg/ml 9,3mg/ml C+ 9,3mg/ml Fig. 5 C- Fig. 6 C- CONCLUSÃO Todas as amostras ensaiadas com Staphylococcus aureus mostraram-se sensíveis à ação do extrato do cajueiro, com diâmetros dos halos de inibição variando de 0,6 a 1,0 mm, demonstrando que a bactéria é sensível ao extrato do cajueiro. Devido o Staphylococcus aureus ser resistentes à penicilina e estar presente nas linhagens multiresistentes (MRSA), o cajueiro torna-se um importante fitofármaco para a inibição da ação desta bactéria. Sendo que S. aureus meticilina resistente, é o maior patógeno nosocomial em infecções hospitalares e é responsável por inativar a ação de vários antibióticos, tornando a multiresistência, um grande problema de saúde pública (Stratton, 2000). Assim, o uso desta planta na nossa região pode inferir uma alternativa terapêutica eficiente e de baixo custo, contra infecções bacterianas causadas por Staphylococcus aureus.
  • 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Rates, S.M.K. Promoção do uso racional de fitoterápicos: Uma abordagem de ensino de farmacognosia. Disponível em: <http://www.sbfgnosia.org.br/admin/pages/revista/artigo/arquivos/9-2001_57_70.pdf> Acesso em: 05/04/2009. 2. Rates, S.M.K.- Revista Brasileira de Farmacognosia V.11, n.2, p 57-69, 2001. 3. Filho,V.C.; Yunes, R. A. Estratégias para a Obtenção de Compostos Farmacologicamente Ativos a partir de Plantas Medicinais. Conceitos sobre Modificação Estrutural para Otimização da Atividade; Quím. Nova vol.21 no.1 São Paulo Jan./Feb. 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010040421998000100015&script=sci_ar ttext&tlng=pt> Acesso em: 05/04/2009. 4. Arnous, A.H, Santos A.S, Beinner, R.P.C- Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.6, n.2, p.1-6, jun.2005. Disponível em: <http://www.ccs.uel.br/espacoparasaude/v6n2/plantamedicinal.pdf> Acesso em: 06/05/2009. 5. A.R. Tôrres1, R.A.G. Oliveira1*, M.F.F.M Diniz2, E.C. Araújo3. Estudos sobre o uso de plantas medicinais em crianças hospitalizadas da cidade de João Pessoa: Riscos e benefícios. Disponível em: <http://www.sbfgnosia.org.br/admin/pages/revista/artigo/arquivos/120-2005_373_380.pdf> Acesso em: 06/05/2009. 6. Mota, 2004; Olumayokun et al., 2004; Morais et al., 2005; Agra et al., 2007.