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ISSN - 1519-0501
Plano de Tratamento em Odontologia: Análise dos Planos Propostos
por Alunos de Graduação
Wilson Roberto POII
Sônia Regina PANZARINII
Denise PEDRINII
Thais Mara MANFRINII
Lívia Guimarães ZINAIII
Elizane Ferreira HAMANAKAIV
ABSTRACTRESUMO
DESCRIPTORSDESCRITORES
Planejamento de assistência ao paciente; Assistência odontológica
integral; Prática geral de odontologia; Educação em odontologia;
Diretrizes para a prática clínica.
Patient care planning; Comprehensive dental care; Dental general
practice; Dental education; Practice guidelines.
Treatment Plan in Dentistry: Analysis of the Plans Proposed by Undergraduate
Students
Objective: To evaluate the ability last-year undergraduate dental
students from the School of Dentistry of Araçatuba/UNESP in
elaborating treatment plans for the same case.
Method: For the present study, a case involving several specialties
was selected. After clinical examination, the findings were recorded
in the patient file used by the discipline of the Integrated Clinic.
Photographs, periapical radiographs and photographs of study
casts were included to allow an adequate illustration of the case.
The full documentation was given to last-year undergraduate dental
students. In the form of a curricular assessment, the students
were asked to elaborate treatment plans and enumerate which
factors were considered for planning. The same evaluation was
performed in the beginning and end of the school year, during 2004
and 2005, with a sample of 200 individuals. Data were collected
and submitted to descriptive statistics, including frequency
distribution calculated using Epi Info software version 3.2.
Results: The most commonly cited factors for elaboration of
treatment plans were: socioeconomic status, patients’ needs and
expectations, systemic factors, hygiene and occlusion. Presentation
of the plan by specialty was the choice of 90.61% of the students
and over 78% of them elaborated more than one plan.
Conclusion: The undergraduate dental students were able to
elaborate different treatment plans for the same case,
demonstrating capacity to offer different treatment options to the
patient.
Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 7(3):297-301, set./dez. 2007 297
Objetivo: Avaliar a habilidade dos alunos do último ano de
graduação da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP
para a elaboração de planos de tratamento para um mesmo caso
clínico.
Método: Para a realização do presente estudo foi selecionado um
caso clínico envolvendo várias especialidades. Após a realização
do exame do paciente os achados foram anotados na ficha utilizada
pela disciplina de Clínica Integrada. Acrescentaram-se, também,
fotografias, radiografias periapicais e fotografias dos modelos de
estudo de maneira a permitir uma ilustração adequada do caso
clínico. A documentação obtida foi entregue aos alunos do último
ano do curso de Odontologia. Foi solicitado, sob a forma de avaliação
curricular, que elaborassem planos de tratamento e enumerassem
quais os fatores considerados para a elaboração dos mesmos. A
mesma avaliação foi aplicada no início e final do ano letivo, durante
os anos de 2004 e 2005, com amostra de 200 indivíduos. Os dados
foram coletados e submetidos à análise descritiva, incluindo a
distribuição de freqüências calculadas pelo software Epi Info
versão 3.2.
Resultados: Os fatores mais citados para a elaboração dos planos
foram: condição sócio-econômica, necessidades e expectativas
dos pacientes, fatores sistêmicos, higiene e oclusão. A forma de
apresentação do plano por especialidade foi escolhida por 90,61%
dos alunos e mais de 78% deles elaboraram mais de um plano.
Conclusão: Os alunos foram capazes de elaborar vários planos
de tratamento para um mesmo caso clínico, demonstrando
capacidade para oferecer diferentes opções de tratamento ao
paciente.
I
Professores da Disciplina de Clínica Integrada, Departamento de Cirurgia e Clínica Integrada, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Araçatuba/SP, Brasil.
II
Doutora em Odontologia, Área de Clínica Integrada, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Araçatuba/SP, Brasil.
III
Aluna da Pós-Graduação (Doutorado em Odontologia Preventiva e Social), Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Araçatuba/SP, Brasil.
IV
Aluna da Pós-Graduação (Mestrado em Odontologia, Área de Clínica Integrada), Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Araçatuba/SP, Brasil.
DOI: 10.4034/1519.0501.2007.0073.0017
INTRODUÇÃO
O clínico geral é, de fato, aquele que faz o primeiro
diagnóstico odontológico, e a saúde (ou doença) do sistema
estomatognático irá depender, em grande parte, do
conhecimento deste profissional1,2
. Desde a faculdade,
estudantes de Odontologia realizam um ou mais
diagnósticos de acordo com as várias especialidades, para
então no último ano direcionar o tratamento do paciente de
uma maneira completa e objetiva visando à resolução
integral do caso3-5
.
O sucesso do tratamento odontológico depende
do desenvolvimento e execução do melhor plano de
tratamento possível para cada caso6,7
. Diversos fatores
influenciam a confecção do plano de tratamento: estado da
doença do paciente, capacidade para pagar os custos do
tratamento, longevidade e índice de sucesso do tratamento,
possíveis complicações, tempo ou número total de
consultas para conclusão do trabalho, influência na
qualidade de vida e as reais necessidades e expectativas
do paciente8
.
As formas de apresentação do plano para o
paciente podem ser: por escrito; discussão verbal; narrativa
do plano escrito; vídeos, fotografias, entre outros. Durante
a apresentação do plano de tratamento é importante a
discussão dos riscos inerentes aos procedimentos
propostos que nem sempre são comentados pelos
profissionais 6
.
Um dos objetivos da disciplina de Clínica Integrada
é fazer com que o estudante aprenda a examinar,
diagnosticar, planejar atitudes e elaborar planos de
tratamento, transcrever os dados para a ficha e apresentar
esses planos aos pacientes5,9,10
.
Faz parte da elaboração do plano, o entendimento
dos fatores científicos, clínicos, comportamentais, sociais
e éticos, além das perspectivas do paciente6
.
Um mesmo caso clínico pode apresentar várias
soluções. Se forem considerados vários profissionais,
essas soluções são ainda mais diversificadas.
Comprovando esta afirmação, Frantz11
encontrou 96
variações no desenho de uma prótese parcial removível
num mesmo caso que foi submetido a vários cirurgiões-
dentistas. Muitos eram excelentes, mas muitos não
respeitavam os princípios biológicos e mecânicos.
Com base na importância desta etapa do
tratamento odontológico é objetivo deste trabalho avaliar a
habilidade dos alunos do último ano de graduação do curso
de Odontologia para a elaboração de planos de tratamento
para um mesmo caso clínico.
METODOLOGIA
Quadro 1. Distribuição dos alunos do último ano do curso
de Odontologia da FOA – UNESP.
Integral
2004
Noturno
2004
Integral
2005
Noturno
2005
TOTAL
Alunos 78 15 78 29 200
Para a realização do presente estudo foi
selecionado um caso clínico envolvendo várias
RESULTADOS
Os dados relativos aos fatores levados em
consideração para a elaboração do plano de tratamento
estão ilustrados na Tabela 1. O item “outros” da referida
tabela engloba: colaboração do paciente, aspecto cultural,
vícios (fumo), hábitos parafuncionais, condições
psicológicas do paciente, habilidade do profissional,
estética, sexo, idade, dieta. Os números correspondem à
quantidade de alunos que citaram o fator. Dessa forma,
como cada aluno citou mais de um fator, o somatório será
maior que a amostra.
Com relação à descrição do plano de tratamento
para o caso apresentado, verificou-se uma grande
diversidade de planos, sendo que nenhum foi exatamente
igual ao outro. Didaticamente, foram divididos da seguinte
maneira:
- por especialidade (dentística (41, 42, 31 ,32), cirurgia
(15, 14), endodontia (11), etc);
- por elemento (por exemplo: 15 - tratamento
endodôntico e prótese parcial fixa, 14 - exodontia, 13 - resina
composta, etc);
- planos genéricos (por exemplo: restaurações em
todos os elementos com necessidade).
Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 7(3):297-301, set./dez. 2007298
POI et al. - Plano de Tratamento em Odontologia
especialidades. Após a realização do exame do paciente,
os achados foram anotados na ficha utilizada pela disciplina
de Clínica Integrada. Acrescentaram-se, também,
fotografias do caso clínico, radiografias periapicais e
fotografias dos modelos de estudo de maneira a permitir
uma ilustração adequada.
Participaram da pesquisa alunos do último ano
dos cursos integral e noturno da Faculdade de Odontologia
de Araçatuba (FOA – UNESP), durante os anos de 2004 e
2005, com amostra de 200 indivíduos (Quadro 1).
Foi solicitado, sob a forma de avaliação curricular,
que elaborassem planos de tratamento e enumerassem
quais os fatores considerados para a elaboração dos
mesmos. A mesma avaliação foi aplicada no início e final
do ano letivo.
Após a aplicação da avaliação os dados foram
coletados e submetidos à análise descritiva, incluindo a
distribuição de freqüências calculadas pelo software Epi
Info versão 3.2.
As características dos planos de tratamento
elaborados, bem como a quantidade de planos
apresentados, estão descritas na Tabela 2. Com relação à
característica dos planos, o somatório foi maior que a
Fatores Prova 1 % Prova 2 %
Sócio-econômico 186 93 193 96,5
Necessidades e Expectativas 142 71 141 70,5
Fatores Sistêmicos 130 65 145 72,5
Oclusão 72 36 60 30
Higiene 116 58 111 55,5
Tempo 74 37 59 29,5
Urgência 73 36,5 24 12
Outros 135 67,5 131 65,5
Tabela 1. Fatores considerados para a elaboração do Plano de Tratamento.
DISCUSSÃO
A elaboração do plano de tratamento requer um
exame detalhado e cuidadoso do paciente para se chegar
a um diagnóstico correto e uma série de fatores deve ser
levada em consideração5
. Os resultados desse estudo
mostram que os fatores mais destacados foram: a condição
sócio-econômica, as necessidades e expectativas do
paciente, fatores sistêmicos, higiene e oclusão.
Essas são realmente condições muito
importantes na elaboração de um plano de tratamento,
porque não adianta realizar um plano ideal se este não se
enquadra na condição econômica do paciente e não atende
as suas necessidades e seus anseios9
. As condições
sistêmicas também interferem diretamente na proposta
de tratamento uma vez que podem contra-indicar
determinados procedimentos.
Um outro ponto crítico é a cooperação do paciente
quanto a sua higienização e, mais ainda, a sua
conscientização sobre a importância dessa medida
promotora de saúde. A qualidade da higiene pode ser
influenciada por problemas motores ou pela falta de
motivação que pode levar o paciente a concluir que,
analisando custo benefício, pode ser mais vantajosa a sua
opção por procedimentos mais simples e, talvez, mais
mutiladores.
A oclusão também é um fator que pode limitar a
indicação de alguns procedimentos ou requerer cuidados
adicionais como placa de mordida e, por isso, deve ser
considerada com atenção quando da elaboração do plano.
Quando comparados com os resultados do estudo
realizado com profissionais12
o fator sócio-econômico foi
menos citado, talvez em razão do perfil dos pacientes
atendidos na Faculdade e das suas limitações quanto ao
pagamento dos trabalhos protéticos realizados em
laboratórios particulares.
Todos os fatores citados como relevantes no
momento da elaboração dos planos de tratamento tiveram
uma freqüência muito similar nas duas avaliações. Essa
estabilidade é positiva, pois reforça a importância da visão
mais ampla do ser que vai receber o tratamento
odontológico. Não bastam profundos conhecimentos
técnicos para se chegar a um bom termo. É imprescindível
essa visão geral para evitar erros significativos5
.
Em contrapartida, um achado preocupante foi a
drástica redução na citação do número de urgências,
Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 7(3):297-301, set./dez. 2007 299
POI et al. - Plano de Tratamento em Odontologia
amostra porque em alguns casos houve planos nos quais
foi verificado mais de um tipo, por exemplo, genérico e
especialidade.
Tabela 2. Característica dos Planos de Tratamento elaborados.
Características
Genérico
Especialidade
Elemento
Citação de 01 plano
Citação de 02 planos
Citação de 03 planos ou mais
Prova 1
26
192
12
86
72
42
%
11,30
83,48
5,22
43,0
36,0
21,0
Prova 2
16
193
04
44
81
75
%
7,51
90,61
1,87
22,0
40,5
37,5
CONCLUSÃO
Os alunos são capazes de elaborar vários planos
de tratamento para um mesmo caso clínico, demonstrando
capacidade para oferecer diferentes opções de tratamento
ao paciente.
encontrada na segunda avaliação (de 73 para 24). Observa-
se uma falha na fundamentação dos conceitos que, na
prática, certamente trará prejuízos para a qualidade do
atendimento. As urgências devem ser observadas, pois
alteram o cronograma de execução e interferem na previsão
de honorários. Enfim, é um importante fator para o
planejamento global e deve ser considerado no momento
do atendimento para dar conforto ao paciente, muito embora
essa alteração na ordem do plano em decorrência da dor
não deva interferir no plano de tratamento objetivando a
resolução integral do caso.
Com relação à característica dos planos de
tratamento, verifica-se, na avaliação final, que 90,61% deles
são elaborados por especialidade, o que pode ser
considerado um resultado muito bom, demonstrando
melhor capacidade de organização, pois permite maior
clareza e entendimento, além de facilitar a previsão de
honorários e permitir um planejamento quanto ao tempo
de duração do tratamento10
. Esse número se manteve muito
próximo àquele obtido na primeira avaliação (83,48%), fato
que evidencia a boa base trazida pelos alunos mesmo
antes de ingressarem no último ano, a despeito do projeto
pedagógico do curso de Araçatuba respeitar a apresentação
do conteúdo primeiro por disciplinas especializadas e, no
último ano, serem organizadas e integradas na clínica geral.
Com isso, nota-se que a formação generalista não é
oferecida exclusivamente pela Clínica Integrada, também
visível quando se compara a estabilidade dos dois períodos
quanto à realização de dois planos de tratamento, ou seja,
de 72 na primeira avaliação para 81 na segunda.
Foi significativo o número de alunos (78%) que
elaborou mais de um plano, demonstrando capacidade
para oferecer diferentes opções de tratamento ao paciente.
A elaboração de apenas um plano de tratamento teve o seu
número reduzido quase à metade (de 86 para 44), fato
muito positivo que pode ter a sua explicação fundamentada
pelo entendimento da proposta didática da Clínica
Integrada. Reforçando essa idéia, a elaboração de três ou
mais planos foi aumentada, significativamente (de 42 para
75), talvez em razão da experiência adquirida durante o
ano pela prática da clínica geral.
O caso clínico utilizado neste estudo dá margens
para a realização de mais de três planos de tratamento em
razão das suas variáveis. A situação ideal talvez esteja
longe de ser alcançada por alunos de graduação. Com o
passar do tempo a experiência clínica ganha corpo e a
gama de opções aumenta. No entanto, o estado atual de
desenvolvimento desses alunos gera a expectativa de
profissionais capazes de promover saúde e oferecer
tratamentos com boa qualidade, preocupação também
relatada por Greenwood et al.13
, questionando a segurança
demonstrada pelos graduandos na execução de
procedimentos operatórios.
Esses resultados valorizam a Clínica Integrada,
cujo objetivo final é a formação do Clínico Geral, profissional
tão necessário dentro da realidade sócio-econômica
brasileira, que será capaz de visualizar o paciente como
um todo e dessa maneira elaborar planos de tratamento
inteligentes visando um tratamento integral de boa
qualidade e custo acessível6,14,15
, além de ocupar papel de
destaque como coordenador da equipe odontológica que
trabalha no mesmo caso clínico1
. Ao sair da Universidade
o aluno deve estar preparado para o mercado de trabalho.
Em pesquisa com ex-alunos do curso de Odontologia, os
profissionais relataram que a disciplina de Clínica
Integrada simulou a realidade da rotina da profissão
(94,8%) e teve importante papel para a sua adaptação ao
exercício da profissão9
, o que também pode ser inferido a
partir dos resultados do presente estudo.
Guardadas as diferenças com relação à amostra
do estudo e forma de aplicação do questionário, este
trabalho apresenta resultados interessantes quando
comparado àquele realizado com 55 cirurgiões-dentistas12
.
Verifica-se que os alunos apresentaram uma gama maior
de fatores considerados para a elaboração do plano de
tratamento e melhor organização na apresentação dos
planos. Pode-se atribuir este fato ao recente conteúdo
teórico recebido, mas não se pode esquecer que esse
conhecimento deve ser levado para a vida prática. Ainda,
no estudo com profissionais12
, há que se levar em
consideração que são formados em várias escolas e cada
uma delas elege a melhor maneira de elaborar e apresentar
o plano de tratamento.
Outra informação importante é a forma de
apresentação das provas: capricho, letra legível e
organização. Inicialmente, é uma forma de comunicação
com os professores, mas na vida profissional os planos
de tratamento deverão servir como guias, legíveis pelo
paciente e pelo dentista, pois se trata de um documento
legal.
A qualidade de ensino é uma questão pertinente a
todos que estão envolvidos no processo de formação do
profissional, culminando com uma reavaliação constante
dos objetivos a serem alcançados. Espírito crítico,
aprendizado constante, caráter humanístico, curiosidade
científica são princípios que devem ser praticados durante
toda a vida.
Assim, acertar é mais do que mostrar
conhecimento teórico nas avaliações ou executar um
tratamento com alto índice de sucesso técnico. É
necessário chegar ao entendimento dos problemas e
queixas dos pacientes12
para aumentar o seu grau de
satisfação.
Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 7(3):297-301, set./dez. 2007300
POI et al. - Plano de Tratamento em Odontologia
REFERÊNCIAS
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team. Am J Orthod 1969; 56(2):107-13.
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comprehensive care curriculum. J Dent Educ 2002; 66(3):414-20.
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ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1994.
p. 3-6.
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and treatment. Chicago: Quintessence Publishing Co, 1999. p. 97-
102.
5. Poi WR, Trevisan CL, Lucas LVM, Pinheiro LMG. Considerações
sobre o exame clínico integrado. Rev Assoc Paul Cir Dent 2003;
57(1):19-22.
6. Wood NK. Diagnóstico e plano de tratamento em clínica
odontológica. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1983. 347p.
7. Arruda WB. Variáveis intercorrentes que influenciam a
produtividade clínica no curso de graduação na disciplina de clínica
integrada (terapêutica clínica) da Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo: contribuição ao estudo. [Dissertação].
São Paulo: Faculdade de Odontologia. Universidade de São Paulo,
1997.
8. Hook CR, Comer RW, Trombly RM, Guinn JW, Shrout MK. Treatment
planning processes in Dental Schools. J Dent Educ 2002; 66(1):68-
74.
9. Poi WR, Trevisan CL, Lucas LVM, Panzarini SR, Santos CLV. A
opinião do Cirurgião-Dentista sobre a clínica integrada. Pesq Bras
Odontoped Clin Integr 2003; 3(2):47-52.
10. Poi WR, Lawall MA, Simonato LE, Giovanini EG, Panzarini SR,
Pedrini D. Onze anos de avaliação dos planos de tratamento e
tratamentos realizados pela disciplina de clínica integrada,
Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Pesq Bras
Odontoped Clin Integr 2006; 6(3):237-42.
11. Frantz WR. Variability in dentists’ designs of a removable
maxillary partial denture. J Prosthet Dent 1973; 29(2):172-82.
12. Poi WR, Manfrin TM, Zina LG, Panzarini SR, Pedrini D, Mori GG et
al. Diversidade dos planos de tratamento propostos por vários
cirurgiões-dentistas para um mesmo caso clínico. Pesq Bras
Odontoped Clin Integr 2005; 5(2):111-8.
13. Greewood LF, Lewis DW, Burgess RC. How competent do our
graduates feel? J Dent Educ 1998; 62(4):307-13.
14. Gomes GS, Borges SR. Clínica integrada. Rev ALAFO 1978;
13(2):129-38.
15. Padilha WWN, Medeiros EPG, Tortamano N, Rocha RG. O
desenvolvimento da disciplina de Clínica Integrada nas Instituições
de ensino odontológico no Brasil. RPG 1995; 2(4):193-9.
Recebido/Received: 19/04/07
Revisado/Reviewed: 25/06/07
Aprovado/Approved: 10/07/07
Correspondência/Correspondence:
Wilson Roberto Poi
Disciplina de Clínica Integrada
Departamento de Cirurgia e Clínica Integrada
Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista –
UNESP
Rua José Bonifácio, 1193, Vila Mendonça
Araçatuba/SP CEP: 16015-050
Telefone: (18) 3636-3240
E-mail: poi@foa.unesp.br
Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 7(3):297-301, set./dez. 2007 301
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Plano de tratamento

  • 1. ISSN - 1519-0501 Plano de Tratamento em Odontologia: Análise dos Planos Propostos por Alunos de Graduação Wilson Roberto POII Sônia Regina PANZARINII Denise PEDRINII Thais Mara MANFRINII Lívia Guimarães ZINAIII Elizane Ferreira HAMANAKAIV ABSTRACTRESUMO DESCRIPTORSDESCRITORES Planejamento de assistência ao paciente; Assistência odontológica integral; Prática geral de odontologia; Educação em odontologia; Diretrizes para a prática clínica. Patient care planning; Comprehensive dental care; Dental general practice; Dental education; Practice guidelines. Treatment Plan in Dentistry: Analysis of the Plans Proposed by Undergraduate Students Objective: To evaluate the ability last-year undergraduate dental students from the School of Dentistry of Araçatuba/UNESP in elaborating treatment plans for the same case. Method: For the present study, a case involving several specialties was selected. After clinical examination, the findings were recorded in the patient file used by the discipline of the Integrated Clinic. Photographs, periapical radiographs and photographs of study casts were included to allow an adequate illustration of the case. The full documentation was given to last-year undergraduate dental students. In the form of a curricular assessment, the students were asked to elaborate treatment plans and enumerate which factors were considered for planning. The same evaluation was performed in the beginning and end of the school year, during 2004 and 2005, with a sample of 200 individuals. Data were collected and submitted to descriptive statistics, including frequency distribution calculated using Epi Info software version 3.2. Results: The most commonly cited factors for elaboration of treatment plans were: socioeconomic status, patients’ needs and expectations, systemic factors, hygiene and occlusion. Presentation of the plan by specialty was the choice of 90.61% of the students and over 78% of them elaborated more than one plan. Conclusion: The undergraduate dental students were able to elaborate different treatment plans for the same case, demonstrating capacity to offer different treatment options to the patient. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 7(3):297-301, set./dez. 2007 297 Objetivo: Avaliar a habilidade dos alunos do último ano de graduação da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP para a elaboração de planos de tratamento para um mesmo caso clínico. Método: Para a realização do presente estudo foi selecionado um caso clínico envolvendo várias especialidades. Após a realização do exame do paciente os achados foram anotados na ficha utilizada pela disciplina de Clínica Integrada. Acrescentaram-se, também, fotografias, radiografias periapicais e fotografias dos modelos de estudo de maneira a permitir uma ilustração adequada do caso clínico. A documentação obtida foi entregue aos alunos do último ano do curso de Odontologia. Foi solicitado, sob a forma de avaliação curricular, que elaborassem planos de tratamento e enumerassem quais os fatores considerados para a elaboração dos mesmos. A mesma avaliação foi aplicada no início e final do ano letivo, durante os anos de 2004 e 2005, com amostra de 200 indivíduos. Os dados foram coletados e submetidos à análise descritiva, incluindo a distribuição de freqüências calculadas pelo software Epi Info versão 3.2. Resultados: Os fatores mais citados para a elaboração dos planos foram: condição sócio-econômica, necessidades e expectativas dos pacientes, fatores sistêmicos, higiene e oclusão. A forma de apresentação do plano por especialidade foi escolhida por 90,61% dos alunos e mais de 78% deles elaboraram mais de um plano. Conclusão: Os alunos foram capazes de elaborar vários planos de tratamento para um mesmo caso clínico, demonstrando capacidade para oferecer diferentes opções de tratamento ao paciente. I Professores da Disciplina de Clínica Integrada, Departamento de Cirurgia e Clínica Integrada, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Araçatuba/SP, Brasil. II Doutora em Odontologia, Área de Clínica Integrada, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Araçatuba/SP, Brasil. III Aluna da Pós-Graduação (Doutorado em Odontologia Preventiva e Social), Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Araçatuba/SP, Brasil. IV Aluna da Pós-Graduação (Mestrado em Odontologia, Área de Clínica Integrada), Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Araçatuba/SP, Brasil. DOI: 10.4034/1519.0501.2007.0073.0017
  • 2. INTRODUÇÃO O clínico geral é, de fato, aquele que faz o primeiro diagnóstico odontológico, e a saúde (ou doença) do sistema estomatognático irá depender, em grande parte, do conhecimento deste profissional1,2 . Desde a faculdade, estudantes de Odontologia realizam um ou mais diagnósticos de acordo com as várias especialidades, para então no último ano direcionar o tratamento do paciente de uma maneira completa e objetiva visando à resolução integral do caso3-5 . O sucesso do tratamento odontológico depende do desenvolvimento e execução do melhor plano de tratamento possível para cada caso6,7 . Diversos fatores influenciam a confecção do plano de tratamento: estado da doença do paciente, capacidade para pagar os custos do tratamento, longevidade e índice de sucesso do tratamento, possíveis complicações, tempo ou número total de consultas para conclusão do trabalho, influência na qualidade de vida e as reais necessidades e expectativas do paciente8 . As formas de apresentação do plano para o paciente podem ser: por escrito; discussão verbal; narrativa do plano escrito; vídeos, fotografias, entre outros. Durante a apresentação do plano de tratamento é importante a discussão dos riscos inerentes aos procedimentos propostos que nem sempre são comentados pelos profissionais 6 . Um dos objetivos da disciplina de Clínica Integrada é fazer com que o estudante aprenda a examinar, diagnosticar, planejar atitudes e elaborar planos de tratamento, transcrever os dados para a ficha e apresentar esses planos aos pacientes5,9,10 . Faz parte da elaboração do plano, o entendimento dos fatores científicos, clínicos, comportamentais, sociais e éticos, além das perspectivas do paciente6 . Um mesmo caso clínico pode apresentar várias soluções. Se forem considerados vários profissionais, essas soluções são ainda mais diversificadas. Comprovando esta afirmação, Frantz11 encontrou 96 variações no desenho de uma prótese parcial removível num mesmo caso que foi submetido a vários cirurgiões- dentistas. Muitos eram excelentes, mas muitos não respeitavam os princípios biológicos e mecânicos. Com base na importância desta etapa do tratamento odontológico é objetivo deste trabalho avaliar a habilidade dos alunos do último ano de graduação do curso de Odontologia para a elaboração de planos de tratamento para um mesmo caso clínico. METODOLOGIA Quadro 1. Distribuição dos alunos do último ano do curso de Odontologia da FOA – UNESP. Integral 2004 Noturno 2004 Integral 2005 Noturno 2005 TOTAL Alunos 78 15 78 29 200 Para a realização do presente estudo foi selecionado um caso clínico envolvendo várias RESULTADOS Os dados relativos aos fatores levados em consideração para a elaboração do plano de tratamento estão ilustrados na Tabela 1. O item “outros” da referida tabela engloba: colaboração do paciente, aspecto cultural, vícios (fumo), hábitos parafuncionais, condições psicológicas do paciente, habilidade do profissional, estética, sexo, idade, dieta. Os números correspondem à quantidade de alunos que citaram o fator. Dessa forma, como cada aluno citou mais de um fator, o somatório será maior que a amostra. Com relação à descrição do plano de tratamento para o caso apresentado, verificou-se uma grande diversidade de planos, sendo que nenhum foi exatamente igual ao outro. Didaticamente, foram divididos da seguinte maneira: - por especialidade (dentística (41, 42, 31 ,32), cirurgia (15, 14), endodontia (11), etc); - por elemento (por exemplo: 15 - tratamento endodôntico e prótese parcial fixa, 14 - exodontia, 13 - resina composta, etc); - planos genéricos (por exemplo: restaurações em todos os elementos com necessidade). Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 7(3):297-301, set./dez. 2007298 POI et al. - Plano de Tratamento em Odontologia especialidades. Após a realização do exame do paciente, os achados foram anotados na ficha utilizada pela disciplina de Clínica Integrada. Acrescentaram-se, também, fotografias do caso clínico, radiografias periapicais e fotografias dos modelos de estudo de maneira a permitir uma ilustração adequada. Participaram da pesquisa alunos do último ano dos cursos integral e noturno da Faculdade de Odontologia de Araçatuba (FOA – UNESP), durante os anos de 2004 e 2005, com amostra de 200 indivíduos (Quadro 1). Foi solicitado, sob a forma de avaliação curricular, que elaborassem planos de tratamento e enumerassem quais os fatores considerados para a elaboração dos mesmos. A mesma avaliação foi aplicada no início e final do ano letivo. Após a aplicação da avaliação os dados foram coletados e submetidos à análise descritiva, incluindo a distribuição de freqüências calculadas pelo software Epi Info versão 3.2.
  • 3. As características dos planos de tratamento elaborados, bem como a quantidade de planos apresentados, estão descritas na Tabela 2. Com relação à característica dos planos, o somatório foi maior que a Fatores Prova 1 % Prova 2 % Sócio-econômico 186 93 193 96,5 Necessidades e Expectativas 142 71 141 70,5 Fatores Sistêmicos 130 65 145 72,5 Oclusão 72 36 60 30 Higiene 116 58 111 55,5 Tempo 74 37 59 29,5 Urgência 73 36,5 24 12 Outros 135 67,5 131 65,5 Tabela 1. Fatores considerados para a elaboração do Plano de Tratamento. DISCUSSÃO A elaboração do plano de tratamento requer um exame detalhado e cuidadoso do paciente para se chegar a um diagnóstico correto e uma série de fatores deve ser levada em consideração5 . Os resultados desse estudo mostram que os fatores mais destacados foram: a condição sócio-econômica, as necessidades e expectativas do paciente, fatores sistêmicos, higiene e oclusão. Essas são realmente condições muito importantes na elaboração de um plano de tratamento, porque não adianta realizar um plano ideal se este não se enquadra na condição econômica do paciente e não atende as suas necessidades e seus anseios9 . As condições sistêmicas também interferem diretamente na proposta de tratamento uma vez que podem contra-indicar determinados procedimentos. Um outro ponto crítico é a cooperação do paciente quanto a sua higienização e, mais ainda, a sua conscientização sobre a importância dessa medida promotora de saúde. A qualidade da higiene pode ser influenciada por problemas motores ou pela falta de motivação que pode levar o paciente a concluir que, analisando custo benefício, pode ser mais vantajosa a sua opção por procedimentos mais simples e, talvez, mais mutiladores. A oclusão também é um fator que pode limitar a indicação de alguns procedimentos ou requerer cuidados adicionais como placa de mordida e, por isso, deve ser considerada com atenção quando da elaboração do plano. Quando comparados com os resultados do estudo realizado com profissionais12 o fator sócio-econômico foi menos citado, talvez em razão do perfil dos pacientes atendidos na Faculdade e das suas limitações quanto ao pagamento dos trabalhos protéticos realizados em laboratórios particulares. Todos os fatores citados como relevantes no momento da elaboração dos planos de tratamento tiveram uma freqüência muito similar nas duas avaliações. Essa estabilidade é positiva, pois reforça a importância da visão mais ampla do ser que vai receber o tratamento odontológico. Não bastam profundos conhecimentos técnicos para se chegar a um bom termo. É imprescindível essa visão geral para evitar erros significativos5 . Em contrapartida, um achado preocupante foi a drástica redução na citação do número de urgências, Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 7(3):297-301, set./dez. 2007 299 POI et al. - Plano de Tratamento em Odontologia amostra porque em alguns casos houve planos nos quais foi verificado mais de um tipo, por exemplo, genérico e especialidade. Tabela 2. Característica dos Planos de Tratamento elaborados. Características Genérico Especialidade Elemento Citação de 01 plano Citação de 02 planos Citação de 03 planos ou mais Prova 1 26 192 12 86 72 42 % 11,30 83,48 5,22 43,0 36,0 21,0 Prova 2 16 193 04 44 81 75 % 7,51 90,61 1,87 22,0 40,5 37,5
  • 4. CONCLUSÃO Os alunos são capazes de elaborar vários planos de tratamento para um mesmo caso clínico, demonstrando capacidade para oferecer diferentes opções de tratamento ao paciente. encontrada na segunda avaliação (de 73 para 24). Observa- se uma falha na fundamentação dos conceitos que, na prática, certamente trará prejuízos para a qualidade do atendimento. As urgências devem ser observadas, pois alteram o cronograma de execução e interferem na previsão de honorários. Enfim, é um importante fator para o planejamento global e deve ser considerado no momento do atendimento para dar conforto ao paciente, muito embora essa alteração na ordem do plano em decorrência da dor não deva interferir no plano de tratamento objetivando a resolução integral do caso. Com relação à característica dos planos de tratamento, verifica-se, na avaliação final, que 90,61% deles são elaborados por especialidade, o que pode ser considerado um resultado muito bom, demonstrando melhor capacidade de organização, pois permite maior clareza e entendimento, além de facilitar a previsão de honorários e permitir um planejamento quanto ao tempo de duração do tratamento10 . Esse número se manteve muito próximo àquele obtido na primeira avaliação (83,48%), fato que evidencia a boa base trazida pelos alunos mesmo antes de ingressarem no último ano, a despeito do projeto pedagógico do curso de Araçatuba respeitar a apresentação do conteúdo primeiro por disciplinas especializadas e, no último ano, serem organizadas e integradas na clínica geral. Com isso, nota-se que a formação generalista não é oferecida exclusivamente pela Clínica Integrada, também visível quando se compara a estabilidade dos dois períodos quanto à realização de dois planos de tratamento, ou seja, de 72 na primeira avaliação para 81 na segunda. Foi significativo o número de alunos (78%) que elaborou mais de um plano, demonstrando capacidade para oferecer diferentes opções de tratamento ao paciente. A elaboração de apenas um plano de tratamento teve o seu número reduzido quase à metade (de 86 para 44), fato muito positivo que pode ter a sua explicação fundamentada pelo entendimento da proposta didática da Clínica Integrada. Reforçando essa idéia, a elaboração de três ou mais planos foi aumentada, significativamente (de 42 para 75), talvez em razão da experiência adquirida durante o ano pela prática da clínica geral. O caso clínico utilizado neste estudo dá margens para a realização de mais de três planos de tratamento em razão das suas variáveis. A situação ideal talvez esteja longe de ser alcançada por alunos de graduação. Com o passar do tempo a experiência clínica ganha corpo e a gama de opções aumenta. No entanto, o estado atual de desenvolvimento desses alunos gera a expectativa de profissionais capazes de promover saúde e oferecer tratamentos com boa qualidade, preocupação também relatada por Greenwood et al.13 , questionando a segurança demonstrada pelos graduandos na execução de procedimentos operatórios. Esses resultados valorizam a Clínica Integrada, cujo objetivo final é a formação do Clínico Geral, profissional tão necessário dentro da realidade sócio-econômica brasileira, que será capaz de visualizar o paciente como um todo e dessa maneira elaborar planos de tratamento inteligentes visando um tratamento integral de boa qualidade e custo acessível6,14,15 , além de ocupar papel de destaque como coordenador da equipe odontológica que trabalha no mesmo caso clínico1 . Ao sair da Universidade o aluno deve estar preparado para o mercado de trabalho. Em pesquisa com ex-alunos do curso de Odontologia, os profissionais relataram que a disciplina de Clínica Integrada simulou a realidade da rotina da profissão (94,8%) e teve importante papel para a sua adaptação ao exercício da profissão9 , o que também pode ser inferido a partir dos resultados do presente estudo. Guardadas as diferenças com relação à amostra do estudo e forma de aplicação do questionário, este trabalho apresenta resultados interessantes quando comparado àquele realizado com 55 cirurgiões-dentistas12 . Verifica-se que os alunos apresentaram uma gama maior de fatores considerados para a elaboração do plano de tratamento e melhor organização na apresentação dos planos. Pode-se atribuir este fato ao recente conteúdo teórico recebido, mas não se pode esquecer que esse conhecimento deve ser levado para a vida prática. Ainda, no estudo com profissionais12 , há que se levar em consideração que são formados em várias escolas e cada uma delas elege a melhor maneira de elaborar e apresentar o plano de tratamento. Outra informação importante é a forma de apresentação das provas: capricho, letra legível e organização. Inicialmente, é uma forma de comunicação com os professores, mas na vida profissional os planos de tratamento deverão servir como guias, legíveis pelo paciente e pelo dentista, pois se trata de um documento legal. A qualidade de ensino é uma questão pertinente a todos que estão envolvidos no processo de formação do profissional, culminando com uma reavaliação constante dos objetivos a serem alcançados. Espírito crítico, aprendizado constante, caráter humanístico, curiosidade científica são princípios que devem ser praticados durante toda a vida. Assim, acertar é mais do que mostrar conhecimento teórico nas avaliações ou executar um tratamento com alto índice de sucesso técnico. É necessário chegar ao entendimento dos problemas e queixas dos pacientes12 para aumentar o seu grau de satisfação. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 7(3):297-301, set./dez. 2007300 POI et al. - Plano de Tratamento em Odontologia
  • 5. REFERÊNCIAS 1. Stevens FW. The generalist as the coordinator of the dental team. Am J Orthod 1969; 56(2):107-13. 2. Douglass GD. Making a comprehensive diagnosis in a comprehensive care curriculum. J Dent Educ 2002; 66(3):414-20. 3. Bricker SL, Langlais RP, Miller CS. Oral diagnosis, oral medicine, and treatment planning. 2.nd ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1994. p. 3-6. 4. Budtz-Jorgensen E. Prosthodontics for the elderly: diagnosis and treatment. Chicago: Quintessence Publishing Co, 1999. p. 97- 102. 5. Poi WR, Trevisan CL, Lucas LVM, Pinheiro LMG. Considerações sobre o exame clínico integrado. Rev Assoc Paul Cir Dent 2003; 57(1):19-22. 6. Wood NK. Diagnóstico e plano de tratamento em clínica odontológica. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1983. 347p. 7. Arruda WB. Variáveis intercorrentes que influenciam a produtividade clínica no curso de graduação na disciplina de clínica integrada (terapêutica clínica) da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo: contribuição ao estudo. [Dissertação]. São Paulo: Faculdade de Odontologia. Universidade de São Paulo, 1997. 8. Hook CR, Comer RW, Trombly RM, Guinn JW, Shrout MK. Treatment planning processes in Dental Schools. J Dent Educ 2002; 66(1):68- 74. 9. Poi WR, Trevisan CL, Lucas LVM, Panzarini SR, Santos CLV. A opinião do Cirurgião-Dentista sobre a clínica integrada. Pesq Bras Odontoped Clin Integr 2003; 3(2):47-52. 10. Poi WR, Lawall MA, Simonato LE, Giovanini EG, Panzarini SR, Pedrini D. Onze anos de avaliação dos planos de tratamento e tratamentos realizados pela disciplina de clínica integrada, Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Pesq Bras Odontoped Clin Integr 2006; 6(3):237-42. 11. Frantz WR. Variability in dentists’ designs of a removable maxillary partial denture. J Prosthet Dent 1973; 29(2):172-82. 12. Poi WR, Manfrin TM, Zina LG, Panzarini SR, Pedrini D, Mori GG et al. Diversidade dos planos de tratamento propostos por vários cirurgiões-dentistas para um mesmo caso clínico. Pesq Bras Odontoped Clin Integr 2005; 5(2):111-8. 13. Greewood LF, Lewis DW, Burgess RC. How competent do our graduates feel? J Dent Educ 1998; 62(4):307-13. 14. Gomes GS, Borges SR. Clínica integrada. Rev ALAFO 1978; 13(2):129-38. 15. Padilha WWN, Medeiros EPG, Tortamano N, Rocha RG. O desenvolvimento da disciplina de Clínica Integrada nas Instituições de ensino odontológico no Brasil. RPG 1995; 2(4):193-9. Recebido/Received: 19/04/07 Revisado/Reviewed: 25/06/07 Aprovado/Approved: 10/07/07 Correspondência/Correspondence: Wilson Roberto Poi Disciplina de Clínica Integrada Departamento de Cirurgia e Clínica Integrada Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista – UNESP Rua José Bonifácio, 1193, Vila Mendonça Araçatuba/SP CEP: 16015-050 Telefone: (18) 3636-3240 E-mail: poi@foa.unesp.br Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 7(3):297-301, set./dez. 2007 301 POI et al. - Plano de Tratamento em Odontologia