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Gás Natural na industria
A diminuição dos consumos de energia dependerá fundamentalmente das medidas de
correcção dos parâmetros ambientais, em particular das emissões gasosas. Tendo em conta as
principais fontes de emissões gasosas, as que decorrem das instalações de queima e as dos
processos de fabrico, pode fazer-se uma análise das consequencias da optimização dos
consumos de energia por correcção de parâmetros ambientais.

        Sob o ponto de vista da economia de energia, uma boa queima deve processar-se com
excesso de ar mínimo, sendo o rendimento térmico óptimo conseguido com teores de
monóxido de carbono e particulas nos gases de combustão superiores ao máximo permitido
pela legislação actualmente em vigor.

Medidas preventivas que devem ser tomadas para manter os queimadores em perfeito estado
de limpeza e afinação:

       Revestimentos e cones de queima em material refractário com geometria original e
        sem fissuras ou esboroamentos visíveis, pois qualquer falha neste ponto provoca
        correntes de ar secundárias e distorção da direcção de cone de chama com queima
        deficiente e excesso de partículas de carbono mesmo na queima de combustíveis
        gasosos;
       Difusores metálicos dos queimadores limpos e com geometria original;
       Bicos de queima com desenho adequado, sem marcas, estrias ou deformações
        decorrentes de má manutenção e limpos com frequência;
       Parâmetros de exploração mantidos conforme recomendação do fabricante (pressão
        do combustível e viscosidade do combustível à saida do queimador), para
        combustíveis liquidos uma temperatura elevada à entrada dos queimadores origina
        uma queda de eficiência e um perigo para a segurança pois existe libertação de
        voláteis;
       No caso de combustíveis sólidos, devem ser removidos os corpos estranhos ou
        inqueimáveis e garantida a sua correcta calibração, de acordo com o especificado
        pelos construtores dos geradores de vapor;
       No caso de combustíveis líquidos não se deve prescindir da sua filtração devendo ser
        utilizada malha adquada a cada tipo de combustível, sendo que a limpeza dos filtros
        deve ser feita frequentemente. Para os combustíveis líquidos podeser necessária a
        utilização de aditivos com poder dispersante acom o preposito de evitar a formação
        de partículas carbonosas que não irão queimar completamente e originar excesso de
        emissões de sólidos pela chaminé;
       No caso de combustíveis gasosos, é imprescindivel a correcta exploração dos
        depósitos de gás, sobretudo se o combustível for armazenado com fases líquida e
        gasosa em equilíbrio, e o respeito pelas gamas de pressões de alimentação
        recomendadas pelo construtor dos queimadores;
       As zonas de bombagem e aquecimento de combustíveis líquidos devem ser
        confinadas a fim da recolha de derrames possa ser facilitada;
   As fornalhas ou câmaras de combustão deverão ser regularmente limpas e escovadas,
        se estiverem sujas ou repletas de resíduos carbonosos, o rendimento do gerador
        diminui e o arraste de partículas sólidas pela chaminé aumenta rapidamente;
       Deve ser prestada especial atenção à zona das caldeiras imediatamente antes da
        chaminé, pois é ai que se encontram preferencialmente os resíduos carbonosos e os
        cristais de enxofre habitualmente saturados de humidade, sendo que uma limpeza
        frequente elimina essa fonte de corrasão e de emissão desnecessária de partículas
        sólidas.

A escolha dos combustíveis desde que estejam disponíveis é normalmente assumida por
razões económicas, no entanto, a eficiência energética e o enorme impacte ambiental ligado à
sua utilização, têm sido nos últimos anos fonte de diversas correntes de opinião e de políticas
energéticas. Ao longo dos anos passou-se do consumo energético desregrado para a sucessão
de diversas correntes, tais como, a opção pelo carvão como alternativa abundante e mais
barata, a opção pelo gás natural devido a ser menos poluente e o optimismo relativo ao
aumento das energias renováveis.

Comparação das emissões de gases de combustão de alguns combustíveis

 Combustível         Ar          O2         CO2+SO2     H2O      O2      N2         Teor de
                  tomado     consumido                                             particulas
Carvão              429          83           98         23      17     330      Muito elevado
Fuelóleo            396          77           80         22      15     300         Elevado
Gás Natural         335          69           49         42      10     258       Improvável
Biocombustivel      366          72           72         27      12     279        reduzido
                                                                                   Unidade: Kg

                                                                                    Base: 106KJ

O gás natural é o combustível menos poluente, sendo o único que emite menos CO2+SO2 do
que a quantidade de oxigénio que consome para efectuar a queima. Sobre esta vantagem
acresce ainda o facto de enquanto a queima de combustíveis com enxofre obrigar a emissões
de fumos a temperatura superior a 150°C, a queima de combustíveis sem enxofre permite
emissões de fumos a temperaturas inferiores a 100°C.

         Outra caracteristica relevante do gás natural prende-se com o seu elevado poder calor
inferior, superior no minimo em cerca de 5% relativamente aos outros combustíveis, o que lhe
confere uma vantagem qualitativa e ambiental.

Emissão de gases de efeito de estufa associados à queima de combustíveis

    Combustível            CO2 (ton/109J)             CH4 (Kg/109J)           NO2 (Kg/109J)
GPL                            62,44                      1,40                    1,40
Gás Natural                    55,82                      1,40                    1,40
Gasóleo                        73,33                      4,99                    0,60
Fuelóleo                       76,59                      2,90                    0,60
Carvão                         96,30                      2,40                    0,70
Mais uma vez se repara nas vantagem da queima de gás natural em detrimento de outros
combustíveis, agora relativamente à libertação de gases de efeito de estufa. Da observação da
tabela anterior constata-se uma percentagem de cerca de 10% menor na libertação de dioxido
de carbono, juntamente com o GPL o gás natural tem emissões de metano de cerca de metade
dos outos combustíveis, perdendo somente nas emissões de dioxido de azoto.

Relação ar-combustível

Para numa caldeia se coseguir um alto rendimento térmico, e assim minimizar os custos de
combustível, a quantidade de ar admitido para a combustão deve ser apenas a necessária para
assegurar a combustão completa do gás em todas as ocasiões (com uma margem de segurança
adequada a cada conjunto queimador-caldeira).

Se na relação ar-combustível a quantidade de ar for elevada, as perdas nos gases de exaustão
são grandes e o custo operacional aumenta. De um modo semelhante, se a quantidade de ar
for muito baixa, parte do gás deixará d equeimar e o custo operacional também aumentará.

O tipo de queimador e controlos, bem como o ajuste, determinarão o resultado que se pode
obter. Os fornecedores da caldeira e do queimador devem ser consultados para determinação
do ajuste ideal.

Para comprovar se essa relação ar-combustivel está correcta, o método usual é fazer ensaios
com o gás de exaustão ao sair da caldeira. A partir da temperatura e composição desse gás, é
possivel obter-se a perda de calor na exaustão.
Gás natural Vs Combustível liquido

Fazendo um pequeno exercico relativamente à alteração do excesso de ar na queima dos dois
combustíveis, alteração de resultados da passagem de 40 para cerca de 20% de excesso de ar
para uma mesma temperatura dos gases de 220°C.




                          Gráfico 1 – Resultados da queima de gás natural
Gráfico 2 - Resultados da queima de combustível liquido

Comparando os dois gráficos, observa-se que a passagem de um excesso de ar de 40 para 20%
não trás diferenças significativas relativamente à redução de perdas de calor nos gases de
exaustão pois ambos os combustíveis apresentaram uma redução de 1,5%. As diferenças
significativas relativamente às perdas de calor nota-se sim mas em valor absoluto, pois, com
um excesso de ar de 40% os combustíveis liquidos apresentam 16% de perdas e o gás natural
de 20%, com a passagem para 20% de excesso de ar os combustíveis liquidos passaram a
apresentar perdas de 14,5% enquanto o gás natural de 18,5%.

A emissão de dioxido de carbono por seu lado faz-se sentir em maior numero na queima dos
combustíveis liquidos, 13,5% volume dos produtos secos nos gases de exaustão para um
excesso de ar de 20% e 11% de emissões de dioxido de carbono em volume de produtos secos
nos gases de exaustão para 40% de excesso de ar, o que mostra que com a diminuição de
excesso de ar aumenta a percentagem de produtos secos nos gases de exaustão.

Na queima de gás natural como já foi referido a percentagem de dioxido de carbono em
volume de produtos secos nos gases de exaustão é menor, cerca de 10% para 20% de excesso
de ar e de 8% para 40% de excesso de ar.

Fazendo uma análise de resultados observa-se que as perdas de calor nos gases de exaustão
são maiores na combustão do gás natural e que o combustível mais poluente é o combustível
líquido.

Comparativo Gás natural vs GPL na Industria

        Combustíveis                    Gás Natural                     GPL
Investimento                  Menor                         Maior
Custo de utilização           Menor                         Maior
Cuto de manutenção            Menor                         Maior
Necessidade de stock          Não                           Necessário
Condição de pagamento         Após uso                      Antecipado
Área necessária               Menor                         Maior
Espaço de recepção            Não                           Necessário
Condicionamento para uso      Nenhum                        Vaporização
Controle das emissões         Simples                       Simples
Controle da combustão         Simples                       Simples
Limpeza do local de uso       Fácil                         Remoção do condensado
Caso de fuga                  Fácil dispersão               Remoção difícil
Agressividade das emissões    Muito baixa                   Muito baixa

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Gás Natural na industria: vantagens ambientais e económicas

  • 1. Gás Natural na industria A diminuição dos consumos de energia dependerá fundamentalmente das medidas de correcção dos parâmetros ambientais, em particular das emissões gasosas. Tendo em conta as principais fontes de emissões gasosas, as que decorrem das instalações de queima e as dos processos de fabrico, pode fazer-se uma análise das consequencias da optimização dos consumos de energia por correcção de parâmetros ambientais. Sob o ponto de vista da economia de energia, uma boa queima deve processar-se com excesso de ar mínimo, sendo o rendimento térmico óptimo conseguido com teores de monóxido de carbono e particulas nos gases de combustão superiores ao máximo permitido pela legislação actualmente em vigor. Medidas preventivas que devem ser tomadas para manter os queimadores em perfeito estado de limpeza e afinação:  Revestimentos e cones de queima em material refractário com geometria original e sem fissuras ou esboroamentos visíveis, pois qualquer falha neste ponto provoca correntes de ar secundárias e distorção da direcção de cone de chama com queima deficiente e excesso de partículas de carbono mesmo na queima de combustíveis gasosos;  Difusores metálicos dos queimadores limpos e com geometria original;  Bicos de queima com desenho adequado, sem marcas, estrias ou deformações decorrentes de má manutenção e limpos com frequência;  Parâmetros de exploração mantidos conforme recomendação do fabricante (pressão do combustível e viscosidade do combustível à saida do queimador), para combustíveis liquidos uma temperatura elevada à entrada dos queimadores origina uma queda de eficiência e um perigo para a segurança pois existe libertação de voláteis;  No caso de combustíveis sólidos, devem ser removidos os corpos estranhos ou inqueimáveis e garantida a sua correcta calibração, de acordo com o especificado pelos construtores dos geradores de vapor;  No caso de combustíveis líquidos não se deve prescindir da sua filtração devendo ser utilizada malha adquada a cada tipo de combustível, sendo que a limpeza dos filtros deve ser feita frequentemente. Para os combustíveis líquidos podeser necessária a utilização de aditivos com poder dispersante acom o preposito de evitar a formação de partículas carbonosas que não irão queimar completamente e originar excesso de emissões de sólidos pela chaminé;  No caso de combustíveis gasosos, é imprescindivel a correcta exploração dos depósitos de gás, sobretudo se o combustível for armazenado com fases líquida e gasosa em equilíbrio, e o respeito pelas gamas de pressões de alimentação recomendadas pelo construtor dos queimadores;  As zonas de bombagem e aquecimento de combustíveis líquidos devem ser confinadas a fim da recolha de derrames possa ser facilitada;
  • 2. As fornalhas ou câmaras de combustão deverão ser regularmente limpas e escovadas, se estiverem sujas ou repletas de resíduos carbonosos, o rendimento do gerador diminui e o arraste de partículas sólidas pela chaminé aumenta rapidamente;  Deve ser prestada especial atenção à zona das caldeiras imediatamente antes da chaminé, pois é ai que se encontram preferencialmente os resíduos carbonosos e os cristais de enxofre habitualmente saturados de humidade, sendo que uma limpeza frequente elimina essa fonte de corrasão e de emissão desnecessária de partículas sólidas. A escolha dos combustíveis desde que estejam disponíveis é normalmente assumida por razões económicas, no entanto, a eficiência energética e o enorme impacte ambiental ligado à sua utilização, têm sido nos últimos anos fonte de diversas correntes de opinião e de políticas energéticas. Ao longo dos anos passou-se do consumo energético desregrado para a sucessão de diversas correntes, tais como, a opção pelo carvão como alternativa abundante e mais barata, a opção pelo gás natural devido a ser menos poluente e o optimismo relativo ao aumento das energias renováveis. Comparação das emissões de gases de combustão de alguns combustíveis Combustível Ar O2 CO2+SO2 H2O O2 N2 Teor de tomado consumido particulas Carvão 429 83 98 23 17 330 Muito elevado Fuelóleo 396 77 80 22 15 300 Elevado Gás Natural 335 69 49 42 10 258 Improvável Biocombustivel 366 72 72 27 12 279 reduzido Unidade: Kg Base: 106KJ O gás natural é o combustível menos poluente, sendo o único que emite menos CO2+SO2 do que a quantidade de oxigénio que consome para efectuar a queima. Sobre esta vantagem acresce ainda o facto de enquanto a queima de combustíveis com enxofre obrigar a emissões de fumos a temperatura superior a 150°C, a queima de combustíveis sem enxofre permite emissões de fumos a temperaturas inferiores a 100°C. Outra caracteristica relevante do gás natural prende-se com o seu elevado poder calor inferior, superior no minimo em cerca de 5% relativamente aos outros combustíveis, o que lhe confere uma vantagem qualitativa e ambiental. Emissão de gases de efeito de estufa associados à queima de combustíveis Combustível CO2 (ton/109J) CH4 (Kg/109J) NO2 (Kg/109J) GPL 62,44 1,40 1,40 Gás Natural 55,82 1,40 1,40 Gasóleo 73,33 4,99 0,60 Fuelóleo 76,59 2,90 0,60 Carvão 96,30 2,40 0,70
  • 3. Mais uma vez se repara nas vantagem da queima de gás natural em detrimento de outros combustíveis, agora relativamente à libertação de gases de efeito de estufa. Da observação da tabela anterior constata-se uma percentagem de cerca de 10% menor na libertação de dioxido de carbono, juntamente com o GPL o gás natural tem emissões de metano de cerca de metade dos outos combustíveis, perdendo somente nas emissões de dioxido de azoto. Relação ar-combustível Para numa caldeia se coseguir um alto rendimento térmico, e assim minimizar os custos de combustível, a quantidade de ar admitido para a combustão deve ser apenas a necessária para assegurar a combustão completa do gás em todas as ocasiões (com uma margem de segurança adequada a cada conjunto queimador-caldeira). Se na relação ar-combustível a quantidade de ar for elevada, as perdas nos gases de exaustão são grandes e o custo operacional aumenta. De um modo semelhante, se a quantidade de ar for muito baixa, parte do gás deixará d equeimar e o custo operacional também aumentará. O tipo de queimador e controlos, bem como o ajuste, determinarão o resultado que se pode obter. Os fornecedores da caldeira e do queimador devem ser consultados para determinação do ajuste ideal. Para comprovar se essa relação ar-combustivel está correcta, o método usual é fazer ensaios com o gás de exaustão ao sair da caldeira. A partir da temperatura e composição desse gás, é possivel obter-se a perda de calor na exaustão.
  • 4. Gás natural Vs Combustível liquido Fazendo um pequeno exercico relativamente à alteração do excesso de ar na queima dos dois combustíveis, alteração de resultados da passagem de 40 para cerca de 20% de excesso de ar para uma mesma temperatura dos gases de 220°C. Gráfico 1 – Resultados da queima de gás natural
  • 5. Gráfico 2 - Resultados da queima de combustível liquido Comparando os dois gráficos, observa-se que a passagem de um excesso de ar de 40 para 20% não trás diferenças significativas relativamente à redução de perdas de calor nos gases de exaustão pois ambos os combustíveis apresentaram uma redução de 1,5%. As diferenças significativas relativamente às perdas de calor nota-se sim mas em valor absoluto, pois, com um excesso de ar de 40% os combustíveis liquidos apresentam 16% de perdas e o gás natural de 20%, com a passagem para 20% de excesso de ar os combustíveis liquidos passaram a apresentar perdas de 14,5% enquanto o gás natural de 18,5%. A emissão de dioxido de carbono por seu lado faz-se sentir em maior numero na queima dos combustíveis liquidos, 13,5% volume dos produtos secos nos gases de exaustão para um excesso de ar de 20% e 11% de emissões de dioxido de carbono em volume de produtos secos
  • 6. nos gases de exaustão para 40% de excesso de ar, o que mostra que com a diminuição de excesso de ar aumenta a percentagem de produtos secos nos gases de exaustão. Na queima de gás natural como já foi referido a percentagem de dioxido de carbono em volume de produtos secos nos gases de exaustão é menor, cerca de 10% para 20% de excesso de ar e de 8% para 40% de excesso de ar. Fazendo uma análise de resultados observa-se que as perdas de calor nos gases de exaustão são maiores na combustão do gás natural e que o combustível mais poluente é o combustível líquido. Comparativo Gás natural vs GPL na Industria Combustíveis Gás Natural GPL Investimento Menor Maior Custo de utilização Menor Maior Cuto de manutenção Menor Maior Necessidade de stock Não Necessário Condição de pagamento Após uso Antecipado Área necessária Menor Maior Espaço de recepção Não Necessário Condicionamento para uso Nenhum Vaporização Controle das emissões Simples Simples Controle da combustão Simples Simples Limpeza do local de uso Fácil Remoção do condensado Caso de fuga Fácil dispersão Remoção difícil Agressividade das emissões Muito baixa Muito baixa