Quadras ao gosto popular de Fernando Pessoa, Ativ. 3 e 4 , Apresentação Prof....
O orvalho vem caindo
1. O OrvalhoVem Caindo
Noel Rosa
O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal
O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal
Meu cortinado é um vasto céu de anil
E o meu despertador é o guarda civil
(Que o dinheiro ainda não viu!)
O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal
A minha terra dá banana e aipim
Meu trabalho é achar quem descasque por mim
(Vivo triste mesmo assim!)
O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal
A minha sopa não tem osso e nem tem sal
Se um dia passo bem, dois e três passo mal
(Isso é muito natural!)
2. Juízo Final
Nelson Cavaquinho
O sol....há de brilhar mais uma vez
A luz....há de chegar aos corações
Do mal....será queimada a semente
O amor...será eterno novamente
É o Juízo Final, a história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver, a maldade desaparecer
Repete a música 2 vezes:
O amor...será eterno novamente
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Palpite Infeliz
Noel Rosa
Quem é você que não sabe o que diz?
Meu Deus do Céu, que palpite infeliz!
Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira,
Oswaldo Cruz e Matriz
Que sempre souberam muito bem
Que a Vila Não quer abafar ninguém,
Só quer mostrar que faz samba também
Fazer poema lá na Vila é um brinquedo
Ao som do samba dança até o arvoredo
Eu já chamei você pra ver
Você não viu porque não quis
Quem é você que não sabe o que diz?
A Vila é uma cidade independente
Que tira samba mas não quer tirar patente
Pra que ligar a quem não sabe
Aonde tem o seu nariz?
Quem é você que não sabe o que diz?
Spc
3. Zeca Pagodinho
Precisei de roupa nova
Mas sem prova de salário
Combinamos, eu pagava
Você fez o crediário
Nosso caso foi pra cova
E a roupa pro armário
Nosso caso foi pra cova
E a roupa pro armário...
E depois você quis
Manchar meu nome
Dentro do meu metiêr
Mexeu com a moral
De um homem
Vou me vingar de você
Porque!
Eu vou sujar!
Seu nome no seu SPC
Tu vai vê!
Eu vou sujar!
Seu nome no SPC...
Quis me fazer de otário
Mas o crediário
Já está pra vencer
Sei que eu não sou
Salafrário
Mas o numerário
Você não vai ver
Porque!
Eu vou sujar!
Seu nome no SPC
Eu vou sujar!
Seu nome no SPC...
Precisei de roupa nova
Mas sem prova de salário
Combinamos, eu pagava
Você fez o crediário
Nosso caso foi pra cova
E a roupa pro armário
Nosso caso foi pra cova
E a roupa pro armário...
E depois você quis
Manchar meu nome
Dentro do meu metiêr
4. Mexeu com a moral
De um homem
Vou me vingar de você
Porque!
Eu vou sujar!
Seu nome no seu SPC
Eu vou sujar!
Seu nome no SPC...
Tens um emprego de elite
Eu tenho um palpite
Que tu vais perder
É necessário estar quite
O patrão não permite
Que fique a dever
Porque!
Eu vou sujar!
Seu nome no SPC
Eu vou sujar!
Seu nome no SPC...
Precisei de roupa nova
Mas sem prova de salário
Combinamos, eu pagava
Você fez o crediário
Nosso caso foi pra cova
E a roupa pro armário
Nosso caso foi pra cova
E a roupa pro armário...
E depois você quis
Manchar meu nome
Dentro do meu metiêr
Mexeu com a moral
De um homem
Vou me vingar de você
Porque!
Eu vou sujar!
Seu nome no seu SPC
Eu vou sujar!
Seu nome no SPC...
Com o aumento dos juros
Você em apuro
Pra mim vai correr
Pra me vingar dos teus furos
Juro que tô duro
E não pago o carnê
Porque!
5. Eu vou sujar!
Seu nome no SPC
Eu vou sujar!
Seu nome no SPC...
Olha, eu já disse a você
Que vou sujar!
Seu nome no SPC
Tu vai vê!
Eu vou sujar!
Seu nome no SPC
(Eu vou sujar!)
Eu vou sujar!
Seu nome no SPC
(Eu vou sujar!)
Eu vou sujar!
Seu nome no SPC...
Comprei camisa de sêda
De cetim e de lamê
Eu vou sujar!
Seu nome no SPC
Já disse a você
Eu vou sujar!
Seu nome no SPC...
FitaAmarela
6. Noel Rosa
Quando eu morrer, não quero choro nem vela
Quero uma fita amarela gravada com o nome dela
Se existe alma, se há outra encarnação
Eu queria que a mulata sapateasse no meu caixão
Não quero flores nem coroa com espinho
Só quero choro de flauta, violão e cavaquinho
Estou contente, consolado por saber
Que as morenas tão formosas a terra um dia vai comer.
Não tenho herdeiros, não possuo um só vintém
Eu vivi devendo a todos mas não paguei a ninguém
Meus inimigos que hoje falam mal de mim
Vão dizer que nunca viram uma pessoa tão boa assim.
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Maiúsculo
Sérgio Sampaio
Como é maiúsculo
O artista e a sua canção
Relação entre Deus e o músculo
Que faz poderosa a sua criação
Pensando bem
É um mistério
Como é misterioso o coração
Como é minúsculo
O olhar de quem vive no escuro
Um sujeito malvado e burro
Alguém machucado como não ter um bem
Não tem porém
Mas tem um tédio
Não ser vítima do assédio de ninguém
Quase não dorme
Vive ao avesso
Medo conhece bem
Sem endereço
Como é que pode
Não fazer mal também
Tenho meus vícios
Vivem dentro de mim esses bichos
São o pai e a mãe dos meus lixos
7. E às vezes me levam de mal a pior
Pergunto quem
Não sabe disso
Os momentos em que a vida não tem dó
Solto meus bichos
Pelas músicas quando me aflijo
Mas um homem sem esse feitiço
E sem um carinho a que recorrer
Pode matar
Querer correr
Pois perdeu todo sentido de viver