Língua estrangeira na escola pública – é possível ensiná la...
1. Língua Estrangeira na
Escola Pública –
é possível ensiná-la, como
em escolas de idiomas?
(Palestra e Oficina realizada no Instituto
Federal de Pernambuco – IFPE)
2012.1
2. Língua Estrangeira na Escola Pública – é possível
ensiná-la, como em escolas de idiomas?
Marcos Fernando dos Santos – Consultor em RH / Consultor em Idiomas / Coach
Graduado em Psicologia pela Fafire, com Especialização em Gestão de Pessoas, pela Maurício de
Nassau Business School (Faculdade Maurício de Nassau).
Professor dos idiomas inglês e alemão, também fala francês e italiano, com vivência de 6 (seis)
anos na Alemanha, onde trabalhou e estudou.
Diretor e consultor da Santos Consultoria e Gestão, com experiência em oferecer suporte a
empresas na área de Gestão Estratégica de Pessoas, implantação de novas tecnologias de ensino e
estratégias de mudança organizacional, desenvolvimento organizacional, desenvolvimento de
líderes, desenvolvimento de equipes, recrutamento e seleção, treinamento e liderança de pessoal,
e em outras ferramentas de recursos humanos.
Aprendeu a conviver com pessoas no Brasil e no exterior.
Antes de fundar a Santos Consultoria e Gestão, trabalhou 12 anos em franquia de idiomas
multinacional, onde iniciou como professor e chegou à função de administrador, passando por
responsabilidades equivalentes aos níveis de coordenador pedagógico, gestor e diretor.
3. Língua Estrangeira na Escola Pública – é possível
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O PROBLEMA
Educação Precária
Alunos “Desmotivados”
Professores Sobrecarregados
4. Língua Estrangeira na Escola Pública – é possível
ensiná-la, como em escolas de idiomas?
CRENÇAS
1. “O curso livre é o lugar para se aprender LE.” (Paiva,
1997, p. 13)
2. “Sem equipamento audiovisual é impossível
desenvolver um bom curso.” (Paiva,1997, p.14)
3. “Eles não aprendem português quanto mais inglês.”
(Moita Lopes, 1996, p. 63).
4. “Não é possível ensinar na escola pública porque os
alunos não têm condições de aprender.” (Félix, 1999)
(apud COELHO, 2005)
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ensiná-la, como em escolas de idiomas?
EDUCAÇÃO NO BRASIL
(1500 – 1889)
1800 – cerca de 3 milhões de habitantes
“Era uma população analfabeta, pobre e carente de tudo.
Na cidade de São Paulo de 1818, já no governo de D. João
VI, apenas 2,5% dos homens livres em idade escolar eram
alfabetizados.” (GOMES, 2007).
1886 – População Escolarizada em 1886 era 1,8% -
Argentina, 6% -. (ALMEIDA, 2000, apud MEC. INEP. 2003)
6. Língua Estrangeira na Escola Pública – é possível
ensiná-la, como em escolas de idiomas?
EDUCAÇÃO NO BRASIL
(1900 – 2000)
7. Língua Estrangeira na Escola Pública – é possível
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EDUCAÇÃO NO BRASIL
(1900 – 2000)
8. Língua Estrangeira na Escola Pública – é possível
ensiná-la, como em escolas de idiomas?
MOTIVAÇÃO
(Para a Psicologia)
Motivo, Motivação – Estado interno que resulta de
uma necessidade e incita comportamento, usualmente
dirigido à satisfação da necessidade ativadora.
(DAVIDOFF, 2001)
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REALIDADE ATUAL DO PROFESSOR PÚBLICO?
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ENSINO DE LE NO MUNDO
CONTEXTO HISTÓRICO
Abordagem da Gramática e de Tradução – L2 por L1
Séc. XVI – Método Direto (MD) L1 por L1
Séc. XX – Skinner, Chomsky
Séc. XXI – Internet
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ENSINO DE LE NO BRASIL
CONTEXTO HISTÓRICO
Pós-II Guerra Mundial – anos 40 a 60
Behaviorismo – Inglês Prático – Escolas Públicas e Privadas eram
concorrentes em grau de igualdade
Ditadura Militar – Inglês Técnico – boom das Escolas de
Idiomas
LDB (1996) e PCNs (1998) – ”O ensino de línguas passou a ser
obrigatório no ensino Fundamental e Médio, e eleger a língua a
ser estudada deveria ser tarefa da comunidade local. Vale
lembrar que, infelizmente poucas vezes este direito de escolha
se realiza efetivamente. “ (TREVISAN, 2008).
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ensiná-la, como em escolas de idiomas?
ENSINO DE LE NO BRASIL
CONTEXTO EDUCACIONAL
“[...] Por volta dos anos 70, a elite brasileira percebe a
importância de se aprender inglês e começaram a aparecer
os cursos de idiomas e as viagens educativas e de
intercâmbio para os EUA. [...] O exterior era o foco da elite
e, talvez, aqui me parece, seria o início da ênfase de se
aprender inglês para a comunicação com nativos do
idioma.” (COELHO, 2006, p. 126-127, apud TREVISAN 2008)
13. Língua Estrangeira na Escola Pública – é possível
ensiná-la, como em escolas de idiomas?
ENSINO DE LE NO BRASIL
“No entanto, essa alta qualidade de ensino público era
para poucos, pois havia no país um índice elevado de
analfabetismo. Neste período, o ensino era inspirado no
modelo europeu humanístico, com forte influência
francesa. Os alunos eram expostos a três idiomas (francês,
inglês e espanhol, latim era compulsório) e começava a
partir dos 11-12 anos com o ensino de francês. Uma
segunda língua estrangeira era então apresentada aos
alunos de 15-16 anos e se estendia ao longo dos três
últimos anos do ensino escolar.” (COELHO, 2005)
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ensiná-la, como em escolas de idiomas?
ENSINO DE LE NA ESCOLA PÚBLICA
POSSÍVEIS CAMINHOS
Reflexão Inicial sobre Empréstimos Linguísticos em Geral
Reflexão Sobre o Uso de Palavras de línguas latinas em LE
“É claro que a formação linguística deve também fazer
parte dos objetivos, caso contrário a aula torna-se apenas
discussão de temas polêmicos ou aproxima-se das tarefas
filosóficas.” (TREVISAN, 2008)
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ensiná-la, como em escolas de idiomas?
ENSINO DE LE NA ESCOLA PÚBLICA
POSSÍVEIS CAMINHOS
Descontruir crenças nucleares sobre a Educação no Brasil
e o Ensino de LE em Escolas Públicas (COELHO, 2005);
Ajudar os alunos a compreenderem que a LE pode ser um
instrumento de libertação e de inclusão, baseando-se na
filosofia de Paulo Freire (FREIRE, 1987);
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ENSINO DE LE NA ESCOLA PÚBLICA
POSSÍVEIS CAMINHOS
por SANTOS (2001)
A leitura e interpretação de textos atuais (retirados
de revistas e jornais escritos na língua);
Utilizar a internet para navegar em paginas da língua;
Utilizar vídeos legendados na língua inglesa;
Utilizar toca-fitas (músicas, diálogos e fragmentos de
textos) para reforçar a prática oral;
17. Língua Estrangeira na Escola Pública – é possível
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ENSINO DE LE NA ESCOLA PÚBLICA
POSSÍVEIS CAMINHOS
por SANTOS (2001)
Sempre que possível utilizar o próprio contexto
escolar e social como forma de incentivar a oralidade e
a escrita;
Formar grupos de alunos para praticar a língua;
Proceder a correção no momento em que está sendo
executada atividade sem expor o aluno (de preferência
fale de modo geral);
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ENSINO DE LE NA ESCOLA PÚBLICA
POSSÍVEIS CAMINHOS
por SANTOS (2001)
Enaltecer o desenvolvimento do aluno sempre que o
mesmo desenvolver uma atividade;
Procurar também trabalhar o aspecto lúdico da
disciplina;
Procurar fugir um pouco do livro didático, introduzindo
conteúdos novos através de textos e transparências;
Procurar textos na língua inglesa relacionada às outras
disciplinas.
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ENSINO DE LE NA ESCOLA PÚBLICA
POSSÍVEIS CAMINHOS
(OCPEM, 2006)
OBJETIVOS
Retomar a reflexão sobre a função educacional do ensino
de LE no ensino médio e ressaltar a importâncias dessas;
Reafirmar a relevância da noção de cidadania e discutir a
prática dessa noção no ensino de LE;
Discutir o problema da exclusão no ensino em face de
valores “globalizantes” e o sentimento de inclusão
frequentemente aliado ao conhecimento de LEs;
20. Língua Estrangeira na Escola Pública – é possível
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ENSINO DE LE NA ESCOLA PÚBLICA
POSSÍVEIS CAMINHOS
(OCPEM, 2006)
Introduzir as teorias sobre a linguagem e as novas
tecnologias (letramentos, multiletramentos,
multimodalidade, hipertexto);
Dar sugestões sobre a prática do ensino de LEs por meio
dessas tecnologias.
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ENSINO DE LE NA ESCOLA PÚBLICA
POSSÍVEIS CAMINHOS
(OCPEM, 2006)
HABILIDADES EM LE A SEREM DESENVOLVIDAS
Leitura Contextualizada;
Prática Escrita Contextualizada;
Comunicação Oral Contextualizada.
22. Língua Estrangeira na Escola Pública – é possível
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ENSINO DE LE NA ESCOLA PÚBLICA
POSSÍVEIS CAMINHOS
(OCPEM, 2006)
ESCLARECIMENTOS
“Verifica-se que, em muitos casos, há falta de clareza sobre
o fato de que os objetivos do ensino de idiomas em escola
regular são diferentes dos objetivos dos cursos de idiomas.
Trata-se de instituições com finalidades diferenciadas.
Observa-se a citada falta de clareza quando a escola regular
tende a concentrar-se no ensino apenas linguístico ou
instrumental da Língua Estrangeira (desconsiderando
outros objetivos, como a os educacionais e os culturais).”
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ensiná-la, como em escolas de idiomas?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC). Secretaria de Educação Básica.
Orientações curriculares para o ensino médio. Linguagens, códigos e suas
tecnologias. CONHECIMENTOS DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS. Brasília: MEC, v.
1, p. 85-93, 2006.
COELHO, Hilda S. H. "É POSSÍVEL APRENDER INGLÊS NA ESCOLA ?” CRENÇAS
DE PROFESSORES E ALUNOS SOBRE O ENSINO DE INGLÊS EM ESCOLAS
PÚBLICAS. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte, 2005. Disponível na
Internet sob:
http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/1843/ALDR-6ACG69/1/diss
Acessado em 23.05.2012, às 10h.
DAVIDOFF, Linda L. Introdução à psicologia. São Paulo: Makron Books, 2001
24. Língua Estrangeira na Escola Pública – é possível
ensiná-la, como em escolas de idiomas?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 28 ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra,
1987.
GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e
uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal
e do Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007.
MEC. INEP. MAPA DO ANALFABETISMO NO BRASIL. Brasília, 2003.
SANTOS, André L. P. A REALIDADE DO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NAS
ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO COM BASE NOS NOVOS PCNs: UMA VISÃO
CRÍTICA COMPARATIVA. Trabalho de Graduação de Curso. Universidade da
Amazônia. Belém, 2001. Disponível na Internet sob:
http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/REALIDADE.PDF
Acessado em 23.05.2012, às 9h.
25. Língua Estrangeira na Escola Pública – é possível
ensiná-la, como em escolas de idiomas?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TREVISAN, Suzana. Reflexões sobre os objetivos das aulas de línguas
estrangeiras na escola regular. Anais da XII Semana de Letras UFRGS. Rio
Grande do Sul, 2006. Disponível na Internet sob:
http://www.linguaestrangeira.pro.br/artigos_papers/artigo_suzana_trevisan.pdf
. Acesso em 23.05.2012, às 10h.
WIKIPÉDIA – A enciclopédia livre. PSICOLOGIA COGNITIVA. Disponível na
Internet sob: http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_cognitiva. Acesso em
23.05.2012, às 19h.