O documento discute a evolução da rádio e televisão no contexto digital, desde as origens analógicas até a convergência com a internet e dispositivos móveis. Apresenta desafios como a integração de conteúdo entre plataformas e a necessidade de adaptação dos modelos de negócio para acompanhar as mudanças no comportamento do público.
1. RÁDIO E TV
Cenários e desdobramentos
André Pierazoli | Camila Prazeres | Lanna Tonussi | Lucas Souto | Maria Carolina Caiafa
Fundação Getúlio Vargas – Belo Horizonte | Outubro 2013
2. Cenário pré digital
O rádio e a televisão foram meios de comunicação
cercados de muito luxo em suas origens. Famílias,
vizinhos e outros conhecidos se reuniam em torno
dos aparelhos para acompanhar notícias, partidas de
futebol, primeira ida do homem à lua, entre outros
acontecimentos.
A origem de toda nova tecnologia é sempre envolta
em muitas controvérsias.
Dois autores podem ter sido os pioneiros
responsáveis pelo desenvolvimento da transmissão
do som por ondas: o italiano Guglielmo Marconi, no
fim do século XIX, e Nikola Tesla, que nasceu no
leste europeu e viveu boa parte da vida nos EUA.
3.
4. Cenário pré digital
O desenvolvimento da televisão remete às pesquisas
realizadas pelo escocês John Logie Baird que reuniu
diversos componentes eletrônicos, com origens
distintas, para montar o primeiro protótipo de
televisão. Já o russo Vladimir Zworykin registrou a
patente do tubo iconoscópico para câmaras de
televisão em 1923, possibilitando a televisão
eletrônica.
Tanto o rádio como a TV foram importantes
ferramentas de ampliação do acesso à cultura, em
suas mais diversas esferas: música, literatura, artes
visuais, entre outras. Por mais que essas tenham
sido apresentadas de forma simplificadas, foi por
meio desses aparelhos que a maior parte da
população brasileira teve contato com
conhecimentos e entretenimentos que antes eram
restritos às camadas mais abastadas da sociedade
brasileira;
5. Novo paradigma tecnológico
Da década de 1990 em diante, o rádio e a TV
assumiram um formato multimídia.
Os internautas começaram a experimentar a
possibilidade de serem, ao mesmo tempo,
emissores e receptores de mensagens.
Qualquer um poderia manter, por exemplo, uma
estação na web sem autorização do governo.
6. Novo paradigma tecnológico
Pela convergência tecnológica, já podemos assistir programação televisão não só pelo
aparelho de TV, mas em outros lugares, tais como o computador pessoal e os aparelhos
celulares.
Com a TV digital, é possível, por exemplo, buscar um resumo do capítulo de uma novela ou
responder a perguntas sobre os personagens e a trama para testar os seus conhecimentos.
7. Core business - TV
A essência do negócio já se perdeu?
TV: informação e entretenimento por meio de imagens
Telespectadores continuam existindo e consumindo
Telas adicionadas e em interação
Liberdade de escolha
8. Core business - Rádio
Rádio: entrega de conteúdo
Sentimento de pertencimento
Credibilidade e fidelidade
Migração para as rádios digitais
Aproveitar as mídias sociais
Interação online
Assinatura de rádio via satélite (EUA)
9. Core business – Mantenha!
Adaptação
Gerenciamento do negócio
Aproveitamento das oportunidades
Não perder a referência inicial
10. Mudanças no mercado de televisão
Estudo do IBOPE Media, revelam que o internauta brasileiro chega a ficar, por mês, mais de
43 horas e 57 minutos conectado. Na sequência, vêm os franceses com 39 horas e 23
minutos e os alemães com 37 horas e 23 minutos.
Segundo pesquisas, os aplicativos mobile fazem com
que o telespectador se envolva e preste mais atenção
ainda ao conteúdo exibido na TV.
Importante refletir profundamente sobre a grande
oportunidade que a segunda tela proporciona aos
produtores de conteúdo audiovisual de unir as duas
pontas da famosa cauda longa, conceito criado pelo
editor chefe da revista Wired, Chris Anderson, no livro
The Long Tail, no qual discute novos posicionamentos
para as empresas em relação aos mercados de
consumo de massa e de nicho a partir da internet.
11. Mudanças no mercado de televisão
Será que vamos conseguir entender o consumo das duas pontas da curva e perceber que
elas podem não competir, mas cooperar, agregando mais valor para os negócios
De fato, o grande desafio hoje é enxergar como criar essa integração e fazer com que os
dois mercados fiquem ainda mais valiosos tirando proveito de toda diversidade de
plataformas, serviços, aplicações e ofertas.
12. Mudanças nos modelos de negócio das rádios
A Internet tem vindo a integrar o sistema
de comunicação da rádio, apresentando-se,
no momento, como um suporte
complementar para as emissões em FM.
Integrando às plataformas mobile, as rádios
reúnem música, informação e publicidade,
em paralelo com outros componentes como
animações, imagens estáticas ou em
movimento.
13. Televisão e web
Hulu é uma página web de vídeo online, onde os usuários podem escolher entre uma
grande variedade de shows, videoclipes e filmes. Hulu reuniu 260 vídeos de outras
empresas, que incluem: FOX, NBCUniversal, ABC, Networks A & E, Lionsgate, Endemol,
MGM, MTV Networks, Comedy Central, National Geographic, Digital Rights Group,
Paramount, Sony Pictures, Warner Bros, TED, entre outros.
YouTube quer se transformar numa “TV Online”
O principal executivo do Google para um de seus produtos mais populares, o indiano Shiva
Rajaraman, afirmou que o YouTube deve se aproximar de um modelo que o transforme em
uma espécie de televisão online, em que o usuário sintoniza o conteúdo que deseja e passa
a consumi-lo de forma ininterrupta.
Novela Cheias de Charme, Tv Globo
É tida como a primeira novela transmídia da TV brasileira.
14. A inversão do vetor de marketing
Os consumidores buscam informações na internet para complementar o que veem na TV. O
principal atrativo dos mecanismos de busca é matar a curiosidade do telespectador.
Ao assistir a uma novela ou série na TV, as pessoas sempre tiveram a curiosidade de saber
mais sobre os atores, a trama, trilha sonora e até onde comprar as roupas utilizadas pelos
protagonistas (o e-commerce aliás sempre foi umas das possibilidades que mais chamaram
a atenção na interatividade da TV Digital).
A importância está no usuário. É ele que definirá quem será o líder, onde vai buscar a
informação que precisa, qual é essa informação e como pretende compartilhá-la.
15. Estratégias e ferramentas
Com essa reconfiguração de papeis sociais, veículos tradicionais de distribuição de
informações e entretenimento como a televisão e o rádio perceberam que o modelo de
negócios focado na larga escala de distribuição, no financiamento por anúncios, na
hegemonia da criação hierarquizada e, principalmente, do conhecimento superficial do
público espectador é falho e fadado ao declínio.
Apesar do core business desses grandes veículos não ter sido modificado, as alterações
comportamentais do público consumidor e do tipo de conteúdo distribuído devem ser
levadas em conta. Não apenas os ouvidos devem estar abertos ao debate de novas
possibilidades e sim toda a cadeia de produção e criação de atrações, noticiários e shows a
serem concebidos e exibidos nesses veículos em adaptação.
• Aprofundamento e imersão em conteúdos
• Trabalhar níveis de conhecimento
• Curadorias de conteúdo
• Personalização, individualização e customização
• Nova cadeia de produção colaborativa
• Always beta - testes e revalidação