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MARIA DA PAZ FERREIRA DO NASCIMENTO




PROJETO OFICINA DE INICIAÇÃO
  AO DESENHO COM CARVÃO




                        Projeto da Oficina de Iniciação ao
                        Desenho com carvão, apresentado para
                        ser executado no ano de 2011.




           Rio de Janeiro-RJ
                  2011
1. ÁREA/LINGUAGEM

Este projeto representa a área de Artes Visuais na linguagem do Desenho.

2. NOME DO PROJETO

     O projeto aqui apresentado tem como título OFICINA DE INICIAÇÃO AO
DESENHO COM CARVÃO e será descrito nos itens a seguir.

3. INTRODUÇÃO:

       Durante este projeto, pretendemos despertar nos alunos a aptidão de desenho de
observação, fazendo com que os mesmos percebam pontos como proporção e
sombreamento. Pretende-se utilizar modelos simples como natureza morta, flores e
objetos coloridos sob luz.

       É preciso mergulhar no modelo para poder desenhar. Primeiro observa-se o
modelo como um todo, daí surge o esboço, para em seguida penetrar em grande
concentração para poder expressar os detalhes. Um desenho não deve ser uma cópia do
observado, mas sim o modelo na visão do artista. No desenho deve estar representada a
forma e o estilo do artista, algo que vai além de transcrição ou cópia.

       É importante ressaltar que um artista deve buscar técnica e estudo na sua arte,
mas nunca deve deixar seu trabalho ter traços exatos e seguir avanços da teoria artística,
sem valorizar o talento. Daí a importância de despertar este talento para apurá-los em
estudos técnicos futuros. As escolas de artes têm recursos de grande valor para
transformar a obra de um artista, mas este deve valorizar o emocional e sensorial,
fundamentais para o equilíbrio de seu trabalho.

        Quando iniciar? Para responder esta questão e entender melhor a relação da arte
com a faixa etária, vamos comentar alguns pontos. Dos 2 aos 4 anos a criança rabisca
traços e círculos desordenados numa fase chamada garaturjas. Aos 4 anos já consegue
expressar suas idéias e conhece formas, onde uma cabeça é um círculo e os membros
são linhas longas. Nesta fase, desenham coisas de valor afetivo como a família e os
brinquedos preferidos. Esta é a chamada fase pré-esquemática. Aos 7 anos inicia-se a
fase esquemática, onde a criança define um conceito de forma. É a fase dos símbolos,
onde a cor já representa o objeto. Nessa idade, a motivação para o desenho vai depender
da oportunidade de “ação” que se desenvolverá em algum lugar, onde ele é o
personagem. Aos 9 anos, inicia-se a fase do realismo, ele não coopera muito com
adultos, mas entrosa-se com grupos, em seus desenhos aparecem sobreposições e
preenchimento do espaço. Dos 11 aos 13 anos, inicia-se a fase pseudo-realista, na pré-
adolescência, desenvolve a inteligência sem ter consciência disto. Nesta fase busca
identidade social e critica valores. Seus desenhos podem se tornar exageradamente
detalhados. São hiper-realistas ou impressionistas e surrealistas.

       Independente da faixa etária, dom ou tendência para artes, todos podem
desenhar. O desenho já faz parte do estágio de desenvolvimento humano quando todos
nós na infância desenhamos. O natural seria continuarmos a nos expressar através do
desenho. Por isto, concluímos que já estamos iniciados de certa forma desde os 2 anos,
mas dos 7 anos em diante estamos preparados para receber conceitos externos sobre
desenho.

4. OBJETIVO:

       O trabalho com carvão exige cuidados com a obra durante e depois da execução
quanto ao manuseio dos bastões, estimulando outras habilidades da criança além da
capacidade de memorização das formas, proporções, volumes e sombras. O cuidado
com os detalhes estimula a concentração e coordenação. Desta forma, esperamos ao fim
do curso que algumas destas habilidades sejam reveladas na execução de um desenho
simples, mas que tenha perceptível volume representado em seus traços.

5. JUSTIFICATIVA:

        A proposta de iniciar alunos na expressão de artes através do desenho é algo
importante do meu ponto de vista e baseado na minha história. Acredito que todos nós
nascemos com habilidades artísticas e com alguma em especial. Esta habilidade pode
permanecer desconhecida se casualmente ou oportunamente não formos expostos a
situação que nos obrigue a usá-la. Cabe aos pais e educadores rastrear as habilidades
artísticas dos filhos e alunos, não importando a idade em que esta seja descoberta.
Revelar um dom artístico é algo que desenvolve o lado sensível e humano das pessoas,
porque exige percepção além dos olhos. É comum perceber-se fases de tormento nas
obras de um artista, pois nelas ele expressa sua alma, seus sentimentos e sua visão do
mundo. Nem sempre podemos nos expressar com palavras, mas certamente podemos
nos expressar com a arte, seja ela qual for.

        Aos dez anos a professora de educação artística solicitou um desenho e decidi
retratar meu pai, que posou por duas horas para que eu pudesse desenhá-lo. Surgia meu
primeiro retrato com grafite. Inesperadamente, o desenho ficou muito parecido ao rosto
dele e ao entrega-lo levei um zero porque a professora argumentou que só valeria algo
feito por mim. Após provar que fui eu, ela recomendou um curso de desenho e fiz
muitos retratos de artistas para a classe inteira colar em suas pastas. Assim, casualmente
descobri minha paixão e aptidão para o desenho. Desde então, sempre que estou feliz
comemoro desenhando e se estou triste mergulho no desenho para expressar meus
sentimentos. Tornou-se minha mais forte forma de expressão.

        Desenvolvo paralelamente uma profissão na área de exatas e consigo claramente
perceber a diferença de comportamento entre aqueles que têm alguma habilidade
artística na condução de sua carreira, seja ela qual for. Como já descrevi, acredito que
todos têm um dom a despertar e gostaria muito de ver despertado este dom nas pessoas.
Um dom artístico quando desperto, traz sensibilidade às nossas vidas.

      Assim, na verdade a proposta não é ensinar a desenhar, pois é um dom que
trazemos conosco, assim a idéia é dar corpo e técnica ao que está adormecido, ou
mesmo criar a vontade, o interesse e a paixão por alguma forma de expressão artística,
em nosso caso, o desenho.

       No desenho de observação com modelo deve-se utilizar outros sentidos além da
visão. O artista deve interagir com o modelo, observa-lo atentamente usando seu senso
perceptivo para expressa-lo melhor segundo sua visão. Identificar as formas presentes
na estrutura do desenho, observar os detalhes e em seguida apenas relaxar e desenhar.
Um ambiente sereno e com música adequada pode ajudar na concentração e
relaxamento.

6. DESENVOLVIMENTO E CRONOGRAMA:

       Inicialmente, será introduzido o conceito de desenho com modelo. Será utilizado
um objeto e todos os alunos devem tocá-la para sentir a textura, bem como perceber de
perto os detalhes e imperfeições. Será orientado a perceber a forma geométrica pela qual
o objeto pode ser identificado.. Nesta aula inicial, não haverá preocupação com sombra
e luz.

       Na segunda aula, utilizando um modelo com linhas retas, poderá ser explorada
alguma noção de perspectiva. Acumulando as informações da aula anterior, também se
iniciam a partir de agora conceitos de sombra e luz. O aluno vai aprender a aplicar o
método DO GERAL PARA O PARTICULAR, seguindo as etapas de observação,
esboço e finalização a cada desenho. Inicia-se o trabalho de desenhar com método.

       Na terceira aula, um jarro com 02 flores permite a evolução na percepção das
formas e requer mais atenção aos detalhes. Introduzindo o conceito de tons com recurso
monocromático para valorizar as diferenças de cor ou luminosidade. Será marcado o
uso de diferentes tipos de carvão e controle de tons para valorizar as sombras.

       Na quarta aula, um animal de pelúcia, permitirá ao aluno usar um pouco de
ficção no desenho de observação, na mistura do animal vivo conhecido visto em forma
inanimada. Serão valorizados pontos como formas, proporções, sombra e luz.

        Na quinta aula, uma fruteira com algumas frutas agregam todos os conceitos já
vistos a serem expressos devido as diferentes formas, cores e luminosidades geradas
pelo aglomerado de frutas. Além destes pontos será introduzido o conceito de
composição espacial. A reunião de objetos obedece a um critério pessoal que representa
o equilíbrio e o gosto estético do artista.

        Na sexta aula, uma boneca indígena com detalhes da forma humana, volumes e
sombras nas roupas, expressam um modelo mais complexo e permite ao aluno mostrar
sua visão individual do modelo.


7. CARGA HORÁRIA:

      O projeto será executado com a freqüência de uma vez ou duas vezes por
semana. A carga horária total da atividade será de 36 horas.

8. PÚBLICO-ALVO:
      O projeto está idealizado para iniciantes de 7 a 12 anos. Não será pré-requisito
nenhum conhecimento de desenho.

9. FORMA DE SELEÇÃO:

       Sugerimos a oferta de 20 vagas com critério de seleção por ordem de inscrição.
10. RECURSOS MATERIAIS:

     Será necessário um espaço onde possam ser dispostos 21 cavaletes individuais e
uma mesa central para expor o modelo.

       Para cada aluno serão necessários os seguintes materiais‫ 10 ׃‬cavalete, 01 bloco
de papel Paraná ou Canson (branco A2 ou A3 linha Escolar), 01 caixa de carvão vegetal
CORFIX contendo 05 unidades, 03 lápis de carvão (tipos‫ ׃‬HB, 4B e 6B), 01 lápis de
carvão branco, 01 borracha para carvão, 01 toalha pequena. Este material será utilizado
em todas as aulas.

       A cada aula será exposto um modelo a ser disponibilizado pela instituição
responsável pelo curso ou pelo professor: Jarro de flores, frutas, retratos. Os objetos
devem ser iluminados por luminária direcional.

11. AVALIAÇÃO:

       A captação artística do aluno será avaliada pelo estágio de finalização do
desenho atingido ao término de cada 03 horas de aula. Serão definidos como inicial,
médio e detalhado para os estágios de estudo, esboço e finalização (com detalhes)
respectivamente.

12. SINOPSE DO PROJETO

        A cada aula será exposto um modelo, a ser observado e captado pelos alunos.
Estes deverão a seu tempo e com seu estilo expressar o que observam do modelo. Para
isto terão um tempo máximo de 03 horas, onde serão orientados a dividir os estágios de
estudo, esboço e finalização seguindo seus instintos para concluir cada um deles.
Durante o projeto o aluno deverá ser capaz de observar, perceber as formas, captar o
efeito da luz, concentrar-se e expressar sua visão do modelo. Tudo será feito
naturalmente, sendo assim induzido a transpor as fases de desenvolvimento e evolução
do método em seus desenhos.

11. PROSPECTO DO CURSO

       Ao final do curso uma exposição será organizada para apresentar as obras
executadas pelos alunos.




                                                _______________________________
                                                 Maria da Paz Ferreira do Nascimento
                                                           Artista Plástica responsáve
                                                                         Abril de 2011
Obs. Seguem em anexo fotos de 03 dos meus desenhos.



                                      THE BOY (releitura). Quadro desenhado
                                     com carvão sob canson A3. Representa um
                                     dos 4 trabalhos que expus em Los Alamos
                                     New México, na New Mexico University em
                                     ocasião da Exposição Anual dos formandos
                                     de Artes. A convite do Dr. Carlos Brazil,
                                     Diretor do Centro de Ciências Humanas da
                                     New Mexico University. Este foi o trabalho
                                     fotografado pelo Jornal da cidade LOS
                                     ALAMOS MONITOR em ocasião da
                                     divulgação da exposição. Ficou exposto na
                                     entrada como destaque. A edição do jornal de
                                     22 de Abril de 2001 teve meu nome
                                     divulgado como autor do desenho (MARIA
                                     DA PAZ DO NASCIMENTO MORENO).
                                     Hoje pertence a Sra. Vera Cavalcante
                                     (Aracaju-SE).




                                     GIRASSOIS. Quadro desenhado com carvão
                                    sob Canson A2. Este trabalho foi o exposto
                                    no restaurante francês CHEZ MARCEL, São
                                    Carlos-SP e vendido no primeiro dia.




                                    CASULO DE BORBOLETA. Quadro
                                   desenhado com carvão sob Canson A3. Este
                                   trabalho foi o exposto no restaurante francês
                                   CHEZ MARCEL, São Carlos-SP e hoje faz
                                   parte de um trio que pertence à escola
                                   bilíngüe TIC TAC TOE, São Carlos-SP.

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Oficina de Desenho com Carvão

  • 1. MARIA DA PAZ FERREIRA DO NASCIMENTO PROJETO OFICINA DE INICIAÇÃO AO DESENHO COM CARVÃO Projeto da Oficina de Iniciação ao Desenho com carvão, apresentado para ser executado no ano de 2011. Rio de Janeiro-RJ 2011
  • 2. 1. ÁREA/LINGUAGEM Este projeto representa a área de Artes Visuais na linguagem do Desenho. 2. NOME DO PROJETO O projeto aqui apresentado tem como título OFICINA DE INICIAÇÃO AO DESENHO COM CARVÃO e será descrito nos itens a seguir. 3. INTRODUÇÃO: Durante este projeto, pretendemos despertar nos alunos a aptidão de desenho de observação, fazendo com que os mesmos percebam pontos como proporção e sombreamento. Pretende-se utilizar modelos simples como natureza morta, flores e objetos coloridos sob luz. É preciso mergulhar no modelo para poder desenhar. Primeiro observa-se o modelo como um todo, daí surge o esboço, para em seguida penetrar em grande concentração para poder expressar os detalhes. Um desenho não deve ser uma cópia do observado, mas sim o modelo na visão do artista. No desenho deve estar representada a forma e o estilo do artista, algo que vai além de transcrição ou cópia. É importante ressaltar que um artista deve buscar técnica e estudo na sua arte, mas nunca deve deixar seu trabalho ter traços exatos e seguir avanços da teoria artística, sem valorizar o talento. Daí a importância de despertar este talento para apurá-los em estudos técnicos futuros. As escolas de artes têm recursos de grande valor para transformar a obra de um artista, mas este deve valorizar o emocional e sensorial, fundamentais para o equilíbrio de seu trabalho. Quando iniciar? Para responder esta questão e entender melhor a relação da arte com a faixa etária, vamos comentar alguns pontos. Dos 2 aos 4 anos a criança rabisca traços e círculos desordenados numa fase chamada garaturjas. Aos 4 anos já consegue expressar suas idéias e conhece formas, onde uma cabeça é um círculo e os membros são linhas longas. Nesta fase, desenham coisas de valor afetivo como a família e os brinquedos preferidos. Esta é a chamada fase pré-esquemática. Aos 7 anos inicia-se a fase esquemática, onde a criança define um conceito de forma. É a fase dos símbolos, onde a cor já representa o objeto. Nessa idade, a motivação para o desenho vai depender da oportunidade de “ação” que se desenvolverá em algum lugar, onde ele é o personagem. Aos 9 anos, inicia-se a fase do realismo, ele não coopera muito com adultos, mas entrosa-se com grupos, em seus desenhos aparecem sobreposições e preenchimento do espaço. Dos 11 aos 13 anos, inicia-se a fase pseudo-realista, na pré- adolescência, desenvolve a inteligência sem ter consciência disto. Nesta fase busca identidade social e critica valores. Seus desenhos podem se tornar exageradamente detalhados. São hiper-realistas ou impressionistas e surrealistas. Independente da faixa etária, dom ou tendência para artes, todos podem desenhar. O desenho já faz parte do estágio de desenvolvimento humano quando todos nós na infância desenhamos. O natural seria continuarmos a nos expressar através do desenho. Por isto, concluímos que já estamos iniciados de certa forma desde os 2 anos,
  • 3. mas dos 7 anos em diante estamos preparados para receber conceitos externos sobre desenho. 4. OBJETIVO: O trabalho com carvão exige cuidados com a obra durante e depois da execução quanto ao manuseio dos bastões, estimulando outras habilidades da criança além da capacidade de memorização das formas, proporções, volumes e sombras. O cuidado com os detalhes estimula a concentração e coordenação. Desta forma, esperamos ao fim do curso que algumas destas habilidades sejam reveladas na execução de um desenho simples, mas que tenha perceptível volume representado em seus traços. 5. JUSTIFICATIVA: A proposta de iniciar alunos na expressão de artes através do desenho é algo importante do meu ponto de vista e baseado na minha história. Acredito que todos nós nascemos com habilidades artísticas e com alguma em especial. Esta habilidade pode permanecer desconhecida se casualmente ou oportunamente não formos expostos a situação que nos obrigue a usá-la. Cabe aos pais e educadores rastrear as habilidades artísticas dos filhos e alunos, não importando a idade em que esta seja descoberta. Revelar um dom artístico é algo que desenvolve o lado sensível e humano das pessoas, porque exige percepção além dos olhos. É comum perceber-se fases de tormento nas obras de um artista, pois nelas ele expressa sua alma, seus sentimentos e sua visão do mundo. Nem sempre podemos nos expressar com palavras, mas certamente podemos nos expressar com a arte, seja ela qual for. Aos dez anos a professora de educação artística solicitou um desenho e decidi retratar meu pai, que posou por duas horas para que eu pudesse desenhá-lo. Surgia meu primeiro retrato com grafite. Inesperadamente, o desenho ficou muito parecido ao rosto dele e ao entrega-lo levei um zero porque a professora argumentou que só valeria algo feito por mim. Após provar que fui eu, ela recomendou um curso de desenho e fiz muitos retratos de artistas para a classe inteira colar em suas pastas. Assim, casualmente descobri minha paixão e aptidão para o desenho. Desde então, sempre que estou feliz comemoro desenhando e se estou triste mergulho no desenho para expressar meus sentimentos. Tornou-se minha mais forte forma de expressão. Desenvolvo paralelamente uma profissão na área de exatas e consigo claramente perceber a diferença de comportamento entre aqueles que têm alguma habilidade artística na condução de sua carreira, seja ela qual for. Como já descrevi, acredito que todos têm um dom a despertar e gostaria muito de ver despertado este dom nas pessoas. Um dom artístico quando desperto, traz sensibilidade às nossas vidas. Assim, na verdade a proposta não é ensinar a desenhar, pois é um dom que trazemos conosco, assim a idéia é dar corpo e técnica ao que está adormecido, ou mesmo criar a vontade, o interesse e a paixão por alguma forma de expressão artística, em nosso caso, o desenho. No desenho de observação com modelo deve-se utilizar outros sentidos além da visão. O artista deve interagir com o modelo, observa-lo atentamente usando seu senso perceptivo para expressa-lo melhor segundo sua visão. Identificar as formas presentes
  • 4. na estrutura do desenho, observar os detalhes e em seguida apenas relaxar e desenhar. Um ambiente sereno e com música adequada pode ajudar na concentração e relaxamento. 6. DESENVOLVIMENTO E CRONOGRAMA: Inicialmente, será introduzido o conceito de desenho com modelo. Será utilizado um objeto e todos os alunos devem tocá-la para sentir a textura, bem como perceber de perto os detalhes e imperfeições. Será orientado a perceber a forma geométrica pela qual o objeto pode ser identificado.. Nesta aula inicial, não haverá preocupação com sombra e luz. Na segunda aula, utilizando um modelo com linhas retas, poderá ser explorada alguma noção de perspectiva. Acumulando as informações da aula anterior, também se iniciam a partir de agora conceitos de sombra e luz. O aluno vai aprender a aplicar o método DO GERAL PARA O PARTICULAR, seguindo as etapas de observação, esboço e finalização a cada desenho. Inicia-se o trabalho de desenhar com método. Na terceira aula, um jarro com 02 flores permite a evolução na percepção das formas e requer mais atenção aos detalhes. Introduzindo o conceito de tons com recurso monocromático para valorizar as diferenças de cor ou luminosidade. Será marcado o uso de diferentes tipos de carvão e controle de tons para valorizar as sombras. Na quarta aula, um animal de pelúcia, permitirá ao aluno usar um pouco de ficção no desenho de observação, na mistura do animal vivo conhecido visto em forma inanimada. Serão valorizados pontos como formas, proporções, sombra e luz. Na quinta aula, uma fruteira com algumas frutas agregam todos os conceitos já vistos a serem expressos devido as diferentes formas, cores e luminosidades geradas pelo aglomerado de frutas. Além destes pontos será introduzido o conceito de composição espacial. A reunião de objetos obedece a um critério pessoal que representa o equilíbrio e o gosto estético do artista. Na sexta aula, uma boneca indígena com detalhes da forma humana, volumes e sombras nas roupas, expressam um modelo mais complexo e permite ao aluno mostrar sua visão individual do modelo. 7. CARGA HORÁRIA: O projeto será executado com a freqüência de uma vez ou duas vezes por semana. A carga horária total da atividade será de 36 horas. 8. PÚBLICO-ALVO: O projeto está idealizado para iniciantes de 7 a 12 anos. Não será pré-requisito nenhum conhecimento de desenho. 9. FORMA DE SELEÇÃO: Sugerimos a oferta de 20 vagas com critério de seleção por ordem de inscrição.
  • 5. 10. RECURSOS MATERIAIS: Será necessário um espaço onde possam ser dispostos 21 cavaletes individuais e uma mesa central para expor o modelo. Para cada aluno serão necessários os seguintes materiais‫ 10 ׃‬cavalete, 01 bloco de papel Paraná ou Canson (branco A2 ou A3 linha Escolar), 01 caixa de carvão vegetal CORFIX contendo 05 unidades, 03 lápis de carvão (tipos‫ ׃‬HB, 4B e 6B), 01 lápis de carvão branco, 01 borracha para carvão, 01 toalha pequena. Este material será utilizado em todas as aulas. A cada aula será exposto um modelo a ser disponibilizado pela instituição responsável pelo curso ou pelo professor: Jarro de flores, frutas, retratos. Os objetos devem ser iluminados por luminária direcional. 11. AVALIAÇÃO: A captação artística do aluno será avaliada pelo estágio de finalização do desenho atingido ao término de cada 03 horas de aula. Serão definidos como inicial, médio e detalhado para os estágios de estudo, esboço e finalização (com detalhes) respectivamente. 12. SINOPSE DO PROJETO A cada aula será exposto um modelo, a ser observado e captado pelos alunos. Estes deverão a seu tempo e com seu estilo expressar o que observam do modelo. Para isto terão um tempo máximo de 03 horas, onde serão orientados a dividir os estágios de estudo, esboço e finalização seguindo seus instintos para concluir cada um deles. Durante o projeto o aluno deverá ser capaz de observar, perceber as formas, captar o efeito da luz, concentrar-se e expressar sua visão do modelo. Tudo será feito naturalmente, sendo assim induzido a transpor as fases de desenvolvimento e evolução do método em seus desenhos. 11. PROSPECTO DO CURSO Ao final do curso uma exposição será organizada para apresentar as obras executadas pelos alunos. _______________________________ Maria da Paz Ferreira do Nascimento Artista Plástica responsáve Abril de 2011
  • 6. Obs. Seguem em anexo fotos de 03 dos meus desenhos. THE BOY (releitura). Quadro desenhado com carvão sob canson A3. Representa um dos 4 trabalhos que expus em Los Alamos New México, na New Mexico University em ocasião da Exposição Anual dos formandos de Artes. A convite do Dr. Carlos Brazil, Diretor do Centro de Ciências Humanas da New Mexico University. Este foi o trabalho fotografado pelo Jornal da cidade LOS ALAMOS MONITOR em ocasião da divulgação da exposição. Ficou exposto na entrada como destaque. A edição do jornal de 22 de Abril de 2001 teve meu nome divulgado como autor do desenho (MARIA DA PAZ DO NASCIMENTO MORENO). Hoje pertence a Sra. Vera Cavalcante (Aracaju-SE). GIRASSOIS. Quadro desenhado com carvão sob Canson A2. Este trabalho foi o exposto no restaurante francês CHEZ MARCEL, São Carlos-SP e vendido no primeiro dia. CASULO DE BORBOLETA. Quadro desenhado com carvão sob Canson A3. Este trabalho foi o exposto no restaurante francês CHEZ MARCEL, São Carlos-SP e hoje faz parte de um trio que pertence à escola bilíngüe TIC TAC TOE, São Carlos-SP.