SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  6
1                                                    Fotografia

 2Contactos: telefone, correio electrónico

 3

  Enviado dia               Cor/formatação                                       lido
                                                            Profissional   STC   CLC    CP




 4

 5

 6

 7Nome: Hermenegildo Baltazar

 8Profissão: Carpinteiro de limpos

 9Data de nascimento: 14 de Abril de 1912

10Local de Nascimento: Algures ao largo da Islândia

11

12

13

14

15



 1                                                                                       1

 2
16        Na noite de 14 de Abril de 1912, no meio do oceano atlântico, nasci. Possivelmente
17esta data não vos faz recordar nada em especial mas se vos disser Titanic, possivelmente já
18poderão associar esta data. Foi nesse dia que o maior navio jamais construído à data se
19afundou.

20        Adalberta Fátima Baltazar e Giocondo Carneiro Baltazar, os meus pais, estavam
21embarcados a caminho dos Estados Unidos à procura de uma nova oportunidade no país das
22oportunidades. Agricultores de profissão na aldeia do interior de Portugal, Vale de Cabra.

23        Nada nessa noite previa o meu nascimento. Tudo estava programado para que esse
24acontecimento se desse já no novo continente. Quis o destino que um icebergue se cruzasse
25no meu caminho, na aflição deste acontecimento nasci.

26        Segundo o relato da minha mãe foi graças à pronta e eficiente assistência do médico
27Dr. Trolli, que se deu o parto. Convenhamos que a minha chegada foi um tanto ou quanto
28atribulada. Os conhecimentos técnicos do profissional de saúde permitiram que tudo corresse
29pelo melhor, sem complicações nem infecções. Esta situação, hoje em dia, é perfeitamente
30normal. Já todos os meus trinetos nasceram em maternidades.

31        Claro, esta aventura não foram só rosas. O meu pai não conseguiu sobreviver,
32entrando para a lista dos desaparecidos.

33        Passados dez anos, a minha mãe levou-me para a Liberty Island e contou-me detalhes
34que lhe estavam na memória do meu nascimento. Foi assim que soube que o Dr. Trolli não era
35o meu verdadeiro pai, mas sim o meu parteiro e companheiro da minha mãe desde o resgate
36no navio “Carpathia”, para mim será sempre o meu pai. Durante os primeiros anos, os meus
37pais tiveram a ajuda e apoio do American Seamen's Friend Society Sailors' Home and Institute.

38        Entre diversas mudanças de local de residência, estabelecemos residência em Newark.
39Actualmente é um local onde a cultura portuguesa está bem presente. Confesso que a minha
40mãe não era uma grande cozinheira, pois trabalhar com os fogões eléctricos, equipamentos
41ultramodernos, não era o seu forte. Muitas vezes recorria a ovos mexidos e “steak and chips”.

42        A minha educação foi apenas a obrigatória na altura. Em casa falávamos um misto de
43português e inglês, pois o meu padrasto era inglês, e na escola tinha obrigatoriamente de
44arranhar o inglês. Naquele tempo ninguém se preocupava com a integração dos imigrantes… A
45minha mãe nunca aprendeu a língua, apenas o essencial para se desenrascar no dia-a-dia.


 3                                                                                                2

 4
46        Neste tempo era costume entrar-se no mercado de trabalho muito novo. Assim
47aconteceu comigo. Aos 14 anos ingressei numa carpintaria como aprendiz.

48        A carpintaria era de um irlandês, O’Hara, vizinho dos meus pais, que precisava de
49alguém para o ajudar no seu negócio em expansão. Nesse sentido comecei na O’Hara inc.
50como aprendiz durante três anos, depois como carpinteiro de terceira mais três anos, de
51seguida como carpinteiro de segunda.

52        Na década de 20, as classes trabalhadoras começavam a reivindicar direitos,
53principalmente as mulheres, que substituíram os homens na indústria devido à guerra. Viviam-
54se os “loucos anos 20” e a mulher assumia novos papéis.

55        Graças a esta progressão na carreira e respectivo aumento salarial tive possibilidades
56económicas para propor casamento à minha amada Julieta Pimpinela.

57        Foi desde a chegada a Newark que notei que havia na minha rua, uma siciliana de
58longos cabelos negros de nome Julieta. Por muitas tentativas que fizesse, os costumes e
59valores incutidos pelos meus pais, impediam-me de ter uma abordagem directa com esta
60beldade. Diversos factores se interpunham entre nós. Ela católica apostólica romana
61praticante e eu filho de uma viúva casada pela segunda vez, tema complicado para os devotos
62pais da Julieta. Foi preciso demonstrar que nós, e principalmente eu, éramos uma família
63respeitadora, trabalhadora e com princípios, para que fôssemos aceites nesta família de
64Italianos.

65        O casamento foi uma linda cerimónia. Toda a comunidade se juntou e ofereceu-nos
66um lindo rádio “Silverstone”, que foi a jóia da nossa sala. Foi durante algum tempo motivo de
67reuniões entre vizinhos e familiares para ouvirmos as notícias. Recordo-me de ouvir a notícia
68do início da 2.ª guerra em 1939, e do receio que muitos amigos nossos tiveram que os “States”
69entrassem na guerra. Esse receio veio a concretizar-se dois anos depois quando os japoneses
70atacaram Pearl Harbor.

71        Por esta altura já era pai de uma linda menina chamada Catheryn Rosa Pimpinela
72Baltazar, a minha Cathy. Tentamos incutir os hábitos e costumes dos nossos pais. Sempre
73fizemos questão que a Cathy Rosa dominasse o italiano, português e o inglês. No que foi
74fundamental para conviver com os avós e amigos. Passados dois anos do nascimento da nossa
75princesa, a Julieta engravidou. Infelizmente, no dia do parto, no St. James Hospital, fui
76informado que era pai de gémeos siameses. Quis o destino que os bebés não resistissem. A

 5                                                                                            3

 6
77minha bisneta há poucos anos foi mãe de gémeos, tive receio que a história se repetisse.
 78Graças ao avanço da medicina e da tecnologia, às 16 semanas de gravidez, já a família toda
 79sabia que as crianças estavam de boa saúde.

 80        Profissionalmente fui progredindo dentro da carpintaria. A empresa cresceu, contratou
 81mais funcionários, e fui convidado para director de produção. A O’Hara inc. sempre se
 82preocupou com a boa relação entre colaboradores, e aquando da minha ascensão a director,
 83implementei a obrigatoriedade do usos de alguns equipamentos de protecção. Claro que estas
 84novas políticas não foram inicialmente do agrado dos funcionários. Alguns mostravam alguma
 85resistência, pois segundo eles “Protection is for sissies!”. A atitude mudou quando se adquiriu
 86um equipamento novo e ocorreu um acidente grave, provocando a morte de um operário. Foi
 87um choque tremendo.

 88        Após várias melhorias implementadas na área fabril, o patrão, gostando dos resultados
 89apresentados, ofereceu-me sociedade, ao qual após discussão com a minha esposa, aceitei.

 90        Nessa altura, já com maior estabilidade financeira, convenci a Julieta a termos mais um
 91filho, pois até lá ela não tinha recuperado do trauma da perda dos gémeos.

 92        Foi com muita alegria minha que o Albert Andreia Pimpinela Baltazar, nasceu de
 93perfeita saúde.

 94        Quem diria que o nosso Albert, anos mais tarde nos viria a dar tantos problemas.
 95Estávamos em plena década de sessenta quando o nosso filho é preso por contestar a
 96participação dos States na guerra do Vietname. A Julieta e eu sempre promovemos a liberdade
 97de expressão, mas não estávamos preparados para os hippies, jovens sem futuro, sem
 98princípios, consumidores de substâncias estranhas, subvertendo os nossos valores. Muito
 99menos que o Albert fosse um deles.

100        Olhando hoje em dia para este movimento, reconheço que havia alguns princípios que
101não eram tão negativos como pensava. A preocupação ambiental, actualmente deveria estar
102na consciência de todos e deveríamos ter ouvido aquelas ideias. Se na altura tivesse
103conhecimento da poluição que a minha carpintaria fazia, teria tomado outras medidas.

104        Esta década também foi muito rica em acontecimentos: Woodstock, Guerra do
105Vietname, o assassinato do nosso querido presidente J.F. Kennedy e a ida do homem à lua.




  7                                                                                             4

  8
106        A minha mãe, já com uma idade avançada, sempre teve um sonho. Ter uma casa em
107Vale de Cabra. Como o negócio corria bem, deixei o negócio a cargo dos meus filhos e vim
108realizar o sonho da minha mãe, acompanhado da minha esposa.

109        Que aventura fazer a viagem de regresso, iria pela primeira vez ver a terra da minha
110mãe. O receio de voar pela primeira vez estava bem presente na minha velhota. Durante a
111viagem, a minha mãe, ia em constante tormento, apenas perguntava quanto tempo faltava
112para chegar e contou por diversas vezes a sua ida atribulada para os Estados Unidos.

113        Se a viagem a Lisboa foi sem sobressaltos, não posso dizer o mesmo sobre a viagem de
114Lisboa a Vale de Cabra. Que saudades senti da Route 66.

115        Confesso que chegámos completamente cansados, mas familiares afastados, avisados
116da nossa chegada, tinham-nos arranjado um local para ficar durante um período. Fiquei
117surpreso pela hospitalidade com que nos receberam, uns estranhos para a maioria. A sorte
118esteve do nosso lado. Encontrámos a casa dos pais da minha mãe, em ruínas e à venda. A sua
119compra foi a opção mais correcta e lógica. O sonho da minha mãe estava prestes a tornar-se
120realidade. Era uma casa de pedra granítica de paredes grossas, sem tecto. Ainda se conseguia
121vislumbrar uma cozinha com forno a lenha, uma sala contígua, que servia de sala de jantar e
122dois quartos. O terreno circundante tinha ainda uma capoeira, um poço e um curral. As
123árvores de fruto estavam ao abandono, no entanto ainda consegui colher um pêro. Era uma
124alegria ver a felicidade da minha mãe.

125        Tratámos de contratar uns pedreiros e carpinteiros que procederam à recuperação da
126casa, num curto espaço de tempo, pois a minha mãe queria habitá-la. Conseguimos que os
127seus últimos dias fossem passados no alpendre da sua casa. Morreu feliz. Infelizmente, hoje
128em dia, muitos idosos não têm esta sorte.

129        Estava eu em viagem com a Julieta na Sicília, quando soubemos do golpe de Estado em
130Portugal. Apressamo-nos a regressar a Vale de Cabra com receio da ocupação do nosso lar. O
131país viveu durante largos meses uma situação periclitante.

132        Sendo um homem que não consegue estar parado muito tempo, optei por abrir uma
133pequena carpintaria na aldeia, agora vila. Graças aos “skills” adquiridos ao longo dos anos,
134consegui, novamente, ter sucesso neste negócio.

135        Os anos começavam a pesar e o receio de que pudesse acontecer algum problema, a
136minha filha, divorciada do seu terceiro marido, decide vir ter connosco, com os seus três filhos
  9                                                                                              5

 10
137mais novos, o Mike, o Johny e a Ruth. A casa encheu-se de alegria, ver os meus netos a brincar
138nos jardins onde já a minha mãe brincara. A adaptação dos netos foi muito boa, tendo ido para
139a escola local. A Cathy sofreu mais com a sua integração, era difícil para uma mulher habituada
140a Nova York viver em Vale de Cabra. Para além de ter saudades do movimento, da agitação
141nocturna, da descriminação sentida pela forma de ser, vestir e estar na vida e principalmente a
142ausência dos três filhos mais velhos e sobrinhos. Recordo-me dos primeiros tempos de casado
143onde a minha esposa escrevia com regularidade para os seus avós na Sicília, relatando a sua
144vida, enviando fotos, matando desta forma saudades dos seus entes queridos. Hoje as coisas
145mudaram “drasticilly”. É vermos o Mike e a sua mãe de volta do computador a falar com os
146filhos, irmão e sobrinho através de uma coisa chamada Skype. Tive algumas dificuldades a
147adaptar-me a esta nova realidade, mas pouco e pouco fui superando-as.

148        Actualmente a Cathy encontrou o homem da sua vida, o António Barrete, o
149encarregado da oficina de carpintaria. Estão os dois a prosseguir com o negócio.

150        Querendo dar o exemplo aos meus trinetos para a progressão dos estudos, iniciei-me
151neste processo de reconhecimento e validação de competências.

152




 11                                                                                             6

 12

Contenu connexe

Tendances

Sete dias sem fim trecho
Sete dias sem fim trechoSete dias sem fim trecho
Sete dias sem fim trechoLuhFigueiredos
 
Mary wine a impostora - grh
Mary wine   a impostora - grhMary wine   a impostora - grh
Mary wine a impostora - grhKátia Monari
 
Memorial sebastiana maria de oliveira
Memorial sebastiana maria de oliveiraMemorial sebastiana maria de oliveira
Memorial sebastiana maria de oliveiraMarcos Lima
 
HISTÓRIAS SIMPLES PARA PESSOAS COMPLICADAS - Vol. I - Emanuel R. Marques
HISTÓRIAS SIMPLES PARA PESSOAS COMPLICADAS - Vol. I - Emanuel R. MarquesHISTÓRIAS SIMPLES PARA PESSOAS COMPLICADAS - Vol. I - Emanuel R. Marques
HISTÓRIAS SIMPLES PARA PESSOAS COMPLICADAS - Vol. I - Emanuel R. MarquesLuiz Carlos Barata Cichetto
 
Ana terra - Érico Veríssimo
Ana terra   -   Érico VeríssimoAna terra   -   Érico Veríssimo
Ana terra - Érico VeríssimoGiulio Benevides
 
Memorial sebastiana maria de oliveira
Memorial sebastiana maria de oliveiraMemorial sebastiana maria de oliveira
Memorial sebastiana maria de oliveiraMarcos Lima
 
[Casa das noivas] 05 - leandra logan - uma noiva para papai
[Casa das noivas]   05 - leandra logan - uma noiva para papai[Casa das noivas]   05 - leandra logan - uma noiva para papai
[Casa das noivas] 05 - leandra logan - uma noiva para papaigeicic
 
Arlene james -_preludio_de_amor
Arlene james -_preludio_de_amorArlene james -_preludio_de_amor
Arlene james -_preludio_de_amorMarcos Campanha
 
Cnl 2ºeliminatória
Cnl 2ºeliminatóriaCnl 2ºeliminatória
Cnl 2ºeliminatóriaJoana Barata
 
Boletim esperança 05
Boletim esperança 05Boletim esperança 05
Boletim esperança 05Robervaldu
 

Tendances (13)

Sete dias sem fim trecho
Sete dias sem fim trechoSete dias sem fim trecho
Sete dias sem fim trecho
 
Mary wine a impostora - grh
Mary wine   a impostora - grhMary wine   a impostora - grh
Mary wine a impostora - grh
 
Memorial sebastiana maria de oliveira
Memorial sebastiana maria de oliveiraMemorial sebastiana maria de oliveira
Memorial sebastiana maria de oliveira
 
HISTÓRIAS SIMPLES PARA PESSOAS COMPLICADAS - Vol. I - Emanuel R. Marques
HISTÓRIAS SIMPLES PARA PESSOAS COMPLICADAS - Vol. I - Emanuel R. MarquesHISTÓRIAS SIMPLES PARA PESSOAS COMPLICADAS - Vol. I - Emanuel R. Marques
HISTÓRIAS SIMPLES PARA PESSOAS COMPLICADAS - Vol. I - Emanuel R. Marques
 
Ana terra - Érico Veríssimo
Ana terra   -   Érico VeríssimoAna terra   -   Érico Veríssimo
Ana terra - Érico Veríssimo
 
Crônicas-Vidas secas
Crônicas-Vidas secasCrônicas-Vidas secas
Crônicas-Vidas secas
 
Memorial sebastiana maria de oliveira
Memorial sebastiana maria de oliveiraMemorial sebastiana maria de oliveira
Memorial sebastiana maria de oliveira
 
[Casa das noivas] 05 - leandra logan - uma noiva para papai
[Casa das noivas]   05 - leandra logan - uma noiva para papai[Casa das noivas]   05 - leandra logan - uma noiva para papai
[Casa das noivas] 05 - leandra logan - uma noiva para papai
 
A pequena-carlota
 A pequena-carlota A pequena-carlota
A pequena-carlota
 
21.12 - Trecho
21.12 - Trecho21.12 - Trecho
21.12 - Trecho
 
Arlene james -_preludio_de_amor
Arlene james -_preludio_de_amorArlene james -_preludio_de_amor
Arlene james -_preludio_de_amor
 
Cnl 2ºeliminatória
Cnl 2ºeliminatóriaCnl 2ºeliminatória
Cnl 2ºeliminatória
 
Boletim esperança 05
Boletim esperança 05Boletim esperança 05
Boletim esperança 05
 

Similaire à Autobiografia xpto

Nos que nascemos antes de 1945
Nos que nascemos antes de 1945Nos que nascemos antes de 1945
Nos que nascemos antes de 1945Amadeu Wolff
 
Nos que nascemos antes de 1945 iz n
Nos que nascemos antes de 1945 iz nNos que nascemos antes de 1945 iz n
Nos que nascemos antes de 1945 iz nEduardo Ellery
 
A vida dos que nasceram antes de 1945!
A vida dos que nasceram antes de 1945!A vida dos que nasceram antes de 1945!
A vida dos que nasceram antes de 1945!Aristides Monteiro
 
Nós que nascemos antes de 1945 20.00
Nós que nascemos antes de 1945 20.00Nós que nascemos antes de 1945 20.00
Nós que nascemos antes de 1945 20.00Paulo Bachur
 
Tapera – um passado quase esquecido
Tapera – um passado quase esquecidoTapera – um passado quase esquecido
Tapera – um passado quase esquecidoFatima Chaves
 
Tapera
TaperaTapera
TaperaMascf
 
Autobiografia
AutobiografiaAutobiografia
Autobiografiapalminha
 
Viver no estado novo catarina vitorino
Viver no estado novo  catarina vitorinoViver no estado novo  catarina vitorino
Viver no estado novo catarina vitorinoAna Cristina F
 
Jornal firmino informa - 7ª edição
Jornal   firmino informa - 7ª ediçãoJornal   firmino informa - 7ª edição
Jornal firmino informa - 7ª ediçãofirmino8serie
 
Jornal firmino informa - 7ª edição
Jornal   firmino informa - 7ª ediçãoJornal   firmino informa - 7ª edição
Jornal firmino informa - 7ª ediçãofirmino8serie
 
Estórias com sabor a nordeste
Estórias com  sabor a nordesteEstórias com  sabor a nordeste
Estórias com sabor a nordesteRegina Gouveia
 
Estórias com sabor a nordeste
Estórias com  sabor a nordesteEstórias com  sabor a nordeste
Estórias com sabor a nordesteRegina Gouveia
 
Estórias com sabor a nordeste
Estórias com  sabor a nordesteEstórias com  sabor a nordeste
Estórias com sabor a nordesteRegina Gouveia
 
189 madie-averdadedamentira
189 madie-averdadedamentira189 madie-averdadedamentira
189 madie-averdadedamentiraadelinoquintais
 
UM OLHAR VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS - A HISTÓRIA DE UMA CORTESÃ
UM OLHAR VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS - A HISTÓRIA DE UMA CORTESÃUM OLHAR VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS - A HISTÓRIA DE UMA CORTESÃ
UM OLHAR VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS - A HISTÓRIA DE UMA CORTESÃAdriana Matheus
 
O meu mundo é igual ao teu
O meu mundo é igual ao teuO meu mundo é igual ao teu
O meu mundo é igual ao teuRogério Rosa
 
Documento CAPITULO SETE - tópicos MEMORIAL DO CONVENTO
Documento CAPITULO SETE - tópicos MEMORIAL DO CONVENTODocumento CAPITULO SETE - tópicos MEMORIAL DO CONVENTO
Documento CAPITULO SETE - tópicos MEMORIAL DO CONVENTORui Oliveira
 

Similaire à Autobiografia xpto (20)

Nos que nascemos antes de 1945
Nos que nascemos antes de 1945Nos que nascemos antes de 1945
Nos que nascemos antes de 1945
 
Nos que nascemos antes de 1945 iz n
Nos que nascemos antes de 1945 iz nNos que nascemos antes de 1945 iz n
Nos que nascemos antes de 1945 iz n
 
A vida dos que nasceram antes de 1945!
A vida dos que nasceram antes de 1945!A vida dos que nasceram antes de 1945!
A vida dos que nasceram antes de 1945!
 
Nós que nascemos antes de 1945 20.00
Nós que nascemos antes de 1945 20.00Nós que nascemos antes de 1945 20.00
Nós que nascemos antes de 1945 20.00
 
Nos que nascemos antes de 1945 iz n
Nos que nascemos antes de 1945 iz nNos que nascemos antes de 1945 iz n
Nos que nascemos antes de 1945 iz n
 
Tapera – um passado quase esquecido
Tapera – um passado quase esquecidoTapera – um passado quase esquecido
Tapera – um passado quase esquecido
 
Tapera
TaperaTapera
Tapera
 
Avaliação língua portuguesa 9º ano
Avaliação língua portuguesa 9º anoAvaliação língua portuguesa 9º ano
Avaliação língua portuguesa 9º ano
 
Autobiografia
AutobiografiaAutobiografia
Autobiografia
 
Viver no estado novo catarina vitorino
Viver no estado novo  catarina vitorinoViver no estado novo  catarina vitorino
Viver no estado novo catarina vitorino
 
Jornal firmino informa - 7ª edição
Jornal   firmino informa - 7ª ediçãoJornal   firmino informa - 7ª edição
Jornal firmino informa - 7ª edição
 
Jornal firmino informa - 7ª edição
Jornal   firmino informa - 7ª ediçãoJornal   firmino informa - 7ª edição
Jornal firmino informa - 7ª edição
 
Estórias com sabor a nordeste
Estórias com  sabor a nordesteEstórias com  sabor a nordeste
Estórias com sabor a nordeste
 
Estórias com sabor a nordeste
Estórias com  sabor a nordesteEstórias com  sabor a nordeste
Estórias com sabor a nordeste
 
Estórias com sabor a nordeste
Estórias com  sabor a nordesteEstórias com  sabor a nordeste
Estórias com sabor a nordeste
 
189 madie-averdadedamentira
189 madie-averdadedamentira189 madie-averdadedamentira
189 madie-averdadedamentira
 
UM OLHAR VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS - A HISTÓRIA DE UMA CORTESÃ
UM OLHAR VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS - A HISTÓRIA DE UMA CORTESÃUM OLHAR VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS - A HISTÓRIA DE UMA CORTESÃ
UM OLHAR VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS - A HISTÓRIA DE UMA CORTESÃ
 
O meu mundo é igual ao teu
O meu mundo é igual ao teuO meu mundo é igual ao teu
O meu mundo é igual ao teu
 
Oficinas de escrita
Oficinas de escritaOficinas de escrita
Oficinas de escrita
 
Documento CAPITULO SETE - tópicos MEMORIAL DO CONVENTO
Documento CAPITULO SETE - tópicos MEMORIAL DO CONVENTODocumento CAPITULO SETE - tópicos MEMORIAL DO CONVENTO
Documento CAPITULO SETE - tópicos MEMORIAL DO CONVENTO
 

Plus de Marisa Paço

RedeSIDEdu – A NETWORK TO SUPPORT THE SUPERVISION OF RESEARCH AND DEVELOPMENT...
RedeSIDEdu – A NETWORK TO SUPPORT THE SUPERVISION OF RESEARCH AND DEVELOPMENT...RedeSIDEdu – A NETWORK TO SUPPORT THE SUPERVISION OF RESEARCH AND DEVELOPMENT...
RedeSIDEdu – A NETWORK TO SUPPORT THE SUPERVISION OF RESEARCH AND DEVELOPMENT...Marisa Paço
 
Publishing scientific research
Publishing scientific researchPublishing scientific research
Publishing scientific researchMarisa Paço
 
A ordem do expor em géneros académicos...
A ordem do expor em géneros académicos...A ordem do expor em géneros académicos...
A ordem do expor em géneros académicos...Marisa Paço
 
A escrita científica nov11
A escrita científica nov11A escrita científica nov11
A escrita científica nov11Marisa Paço
 
Textos explicativos expositivos
Textos explicativos expositivosTextos explicativos expositivos
Textos explicativos expositivosMarisa Paço
 
Apresentação do artigo “The relationship between teaching and learning concep...
Apresentação do artigo “The relationship between teaching and learning concep...Apresentação do artigo “The relationship between teaching and learning concep...
Apresentação do artigo “The relationship between teaching and learning concep...Marisa Paço
 
Exercícios Novo Acordo Ortográfico
Exercícios Novo Acordo OrtográficoExercícios Novo Acordo Ortográfico
Exercícios Novo Acordo OrtográficoMarisa Paço
 
Cábula do Acordo Ortográfico
Cábula do Acordo OrtográficoCábula do Acordo Ortográfico
Cábula do Acordo OrtográficoMarisa Paço
 
Apresentação Novo Acordo Ortográfico
Apresentação Novo Acordo OrtográficoApresentação Novo Acordo Ortográfico
Apresentação Novo Acordo OrtográficoMarisa Paço
 
Aveiro project presentation
Aveiro project presentationAveiro project presentation
Aveiro project presentationMarisa Paço
 
Descodificação referencial clc-ietc
Descodificação referencial clc-ietcDescodificação referencial clc-ietc
Descodificação referencial clc-ietcMarisa Paço
 
Nível Secundário
Nível SecundárioNível Secundário
Nível SecundárioMarisa Paço
 

Plus de Marisa Paço (17)

RedeSIDEdu – A NETWORK TO SUPPORT THE SUPERVISION OF RESEARCH AND DEVELOPMENT...
RedeSIDEdu – A NETWORK TO SUPPORT THE SUPERVISION OF RESEARCH AND DEVELOPMENT...RedeSIDEdu – A NETWORK TO SUPPORT THE SUPERVISION OF RESEARCH AND DEVELOPMENT...
RedeSIDEdu – A NETWORK TO SUPPORT THE SUPERVISION OF RESEARCH AND DEVELOPMENT...
 
Publishing scientific research
Publishing scientific researchPublishing scientific research
Publishing scientific research
 
A ordem do expor em géneros académicos...
A ordem do expor em géneros académicos...A ordem do expor em géneros académicos...
A ordem do expor em géneros académicos...
 
A escrita científica nov11
A escrita científica nov11A escrita científica nov11
A escrita científica nov11
 
Biografia
BiografiaBiografia
Biografia
 
Textos explicativos expositivos
Textos explicativos expositivosTextos explicativos expositivos
Textos explicativos expositivos
 
A literatura
A literaturaA literatura
A literatura
 
Cidade roma
Cidade romaCidade roma
Cidade roma
 
Clc introdução
Clc   introduçãoClc   introdução
Clc introdução
 
Apresentação do artigo “The relationship between teaching and learning concep...
Apresentação do artigo “The relationship between teaching and learning concep...Apresentação do artigo “The relationship between teaching and learning concep...
Apresentação do artigo “The relationship between teaching and learning concep...
 
Exercícios Novo Acordo Ortográfico
Exercícios Novo Acordo OrtográficoExercícios Novo Acordo Ortográfico
Exercícios Novo Acordo Ortográfico
 
Cábula do Acordo Ortográfico
Cábula do Acordo OrtográficoCábula do Acordo Ortográfico
Cábula do Acordo Ortográfico
 
Apresentação Novo Acordo Ortográfico
Apresentação Novo Acordo OrtográficoApresentação Novo Acordo Ortográfico
Apresentação Novo Acordo Ortográfico
 
Aveiro project presentation
Aveiro project presentationAveiro project presentation
Aveiro project presentation
 
Descodificação referencial clc-ietc
Descodificação referencial clc-ietcDescodificação referencial clc-ietc
Descodificação referencial clc-ietc
 
Nível Secundário
Nível SecundárioNível Secundário
Nível Secundário
 
Nível Básico
Nível BásicoNível Básico
Nível Básico
 

Dernier

Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmicolourivalcaburite
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...PatriciaCaetano18
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...DirceuNascimento5
 
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .pptAula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .pptNathaliaFreitas32
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...andreiavys
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfamarianegodoi
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geralQUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geralAntonioVieira539017
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPaulaYaraDaasPedro
 
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedAula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedJaquelineBertagliaCe
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º anoRachel Facundo
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do séculoBiblioteca UCS
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptjricardo76
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...marcelafinkler
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Centro Jacques Delors
 
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDFRenascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDFRafaelaMartins72608
 
classe gramatical Substantivo apresentação..pptx
classe gramatical Substantivo apresentação..pptxclasse gramatical Substantivo apresentação..pptx
classe gramatical Substantivo apresentação..pptxLuciana Luciana
 

Dernier (20)

Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .pptAula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geralQUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedAula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
 
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDFRenascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
 
classe gramatical Substantivo apresentação..pptx
classe gramatical Substantivo apresentação..pptxclasse gramatical Substantivo apresentação..pptx
classe gramatical Substantivo apresentação..pptx
 

Autobiografia xpto

  • 1. 1 Fotografia 2Contactos: telefone, correio electrónico 3 Enviado dia Cor/formatação lido Profissional STC CLC CP 4 5 6 7Nome: Hermenegildo Baltazar 8Profissão: Carpinteiro de limpos 9Data de nascimento: 14 de Abril de 1912 10Local de Nascimento: Algures ao largo da Islândia 11 12 13 14 15 1 1 2
  • 2. 16 Na noite de 14 de Abril de 1912, no meio do oceano atlântico, nasci. Possivelmente 17esta data não vos faz recordar nada em especial mas se vos disser Titanic, possivelmente já 18poderão associar esta data. Foi nesse dia que o maior navio jamais construído à data se 19afundou. 20 Adalberta Fátima Baltazar e Giocondo Carneiro Baltazar, os meus pais, estavam 21embarcados a caminho dos Estados Unidos à procura de uma nova oportunidade no país das 22oportunidades. Agricultores de profissão na aldeia do interior de Portugal, Vale de Cabra. 23 Nada nessa noite previa o meu nascimento. Tudo estava programado para que esse 24acontecimento se desse já no novo continente. Quis o destino que um icebergue se cruzasse 25no meu caminho, na aflição deste acontecimento nasci. 26 Segundo o relato da minha mãe foi graças à pronta e eficiente assistência do médico 27Dr. Trolli, que se deu o parto. Convenhamos que a minha chegada foi um tanto ou quanto 28atribulada. Os conhecimentos técnicos do profissional de saúde permitiram que tudo corresse 29pelo melhor, sem complicações nem infecções. Esta situação, hoje em dia, é perfeitamente 30normal. Já todos os meus trinetos nasceram em maternidades. 31 Claro, esta aventura não foram só rosas. O meu pai não conseguiu sobreviver, 32entrando para a lista dos desaparecidos. 33 Passados dez anos, a minha mãe levou-me para a Liberty Island e contou-me detalhes 34que lhe estavam na memória do meu nascimento. Foi assim que soube que o Dr. Trolli não era 35o meu verdadeiro pai, mas sim o meu parteiro e companheiro da minha mãe desde o resgate 36no navio “Carpathia”, para mim será sempre o meu pai. Durante os primeiros anos, os meus 37pais tiveram a ajuda e apoio do American Seamen's Friend Society Sailors' Home and Institute. 38 Entre diversas mudanças de local de residência, estabelecemos residência em Newark. 39Actualmente é um local onde a cultura portuguesa está bem presente. Confesso que a minha 40mãe não era uma grande cozinheira, pois trabalhar com os fogões eléctricos, equipamentos 41ultramodernos, não era o seu forte. Muitas vezes recorria a ovos mexidos e “steak and chips”. 42 A minha educação foi apenas a obrigatória na altura. Em casa falávamos um misto de 43português e inglês, pois o meu padrasto era inglês, e na escola tinha obrigatoriamente de 44arranhar o inglês. Naquele tempo ninguém se preocupava com a integração dos imigrantes… A 45minha mãe nunca aprendeu a língua, apenas o essencial para se desenrascar no dia-a-dia. 3 2 4
  • 3. 46 Neste tempo era costume entrar-se no mercado de trabalho muito novo. Assim 47aconteceu comigo. Aos 14 anos ingressei numa carpintaria como aprendiz. 48 A carpintaria era de um irlandês, O’Hara, vizinho dos meus pais, que precisava de 49alguém para o ajudar no seu negócio em expansão. Nesse sentido comecei na O’Hara inc. 50como aprendiz durante três anos, depois como carpinteiro de terceira mais três anos, de 51seguida como carpinteiro de segunda. 52 Na década de 20, as classes trabalhadoras começavam a reivindicar direitos, 53principalmente as mulheres, que substituíram os homens na indústria devido à guerra. Viviam- 54se os “loucos anos 20” e a mulher assumia novos papéis. 55 Graças a esta progressão na carreira e respectivo aumento salarial tive possibilidades 56económicas para propor casamento à minha amada Julieta Pimpinela. 57 Foi desde a chegada a Newark que notei que havia na minha rua, uma siciliana de 58longos cabelos negros de nome Julieta. Por muitas tentativas que fizesse, os costumes e 59valores incutidos pelos meus pais, impediam-me de ter uma abordagem directa com esta 60beldade. Diversos factores se interpunham entre nós. Ela católica apostólica romana 61praticante e eu filho de uma viúva casada pela segunda vez, tema complicado para os devotos 62pais da Julieta. Foi preciso demonstrar que nós, e principalmente eu, éramos uma família 63respeitadora, trabalhadora e com princípios, para que fôssemos aceites nesta família de 64Italianos. 65 O casamento foi uma linda cerimónia. Toda a comunidade se juntou e ofereceu-nos 66um lindo rádio “Silverstone”, que foi a jóia da nossa sala. Foi durante algum tempo motivo de 67reuniões entre vizinhos e familiares para ouvirmos as notícias. Recordo-me de ouvir a notícia 68do início da 2.ª guerra em 1939, e do receio que muitos amigos nossos tiveram que os “States” 69entrassem na guerra. Esse receio veio a concretizar-se dois anos depois quando os japoneses 70atacaram Pearl Harbor. 71 Por esta altura já era pai de uma linda menina chamada Catheryn Rosa Pimpinela 72Baltazar, a minha Cathy. Tentamos incutir os hábitos e costumes dos nossos pais. Sempre 73fizemos questão que a Cathy Rosa dominasse o italiano, português e o inglês. No que foi 74fundamental para conviver com os avós e amigos. Passados dois anos do nascimento da nossa 75princesa, a Julieta engravidou. Infelizmente, no dia do parto, no St. James Hospital, fui 76informado que era pai de gémeos siameses. Quis o destino que os bebés não resistissem. A 5 3 6
  • 4. 77minha bisneta há poucos anos foi mãe de gémeos, tive receio que a história se repetisse. 78Graças ao avanço da medicina e da tecnologia, às 16 semanas de gravidez, já a família toda 79sabia que as crianças estavam de boa saúde. 80 Profissionalmente fui progredindo dentro da carpintaria. A empresa cresceu, contratou 81mais funcionários, e fui convidado para director de produção. A O’Hara inc. sempre se 82preocupou com a boa relação entre colaboradores, e aquando da minha ascensão a director, 83implementei a obrigatoriedade do usos de alguns equipamentos de protecção. Claro que estas 84novas políticas não foram inicialmente do agrado dos funcionários. Alguns mostravam alguma 85resistência, pois segundo eles “Protection is for sissies!”. A atitude mudou quando se adquiriu 86um equipamento novo e ocorreu um acidente grave, provocando a morte de um operário. Foi 87um choque tremendo. 88 Após várias melhorias implementadas na área fabril, o patrão, gostando dos resultados 89apresentados, ofereceu-me sociedade, ao qual após discussão com a minha esposa, aceitei. 90 Nessa altura, já com maior estabilidade financeira, convenci a Julieta a termos mais um 91filho, pois até lá ela não tinha recuperado do trauma da perda dos gémeos. 92 Foi com muita alegria minha que o Albert Andreia Pimpinela Baltazar, nasceu de 93perfeita saúde. 94 Quem diria que o nosso Albert, anos mais tarde nos viria a dar tantos problemas. 95Estávamos em plena década de sessenta quando o nosso filho é preso por contestar a 96participação dos States na guerra do Vietname. A Julieta e eu sempre promovemos a liberdade 97de expressão, mas não estávamos preparados para os hippies, jovens sem futuro, sem 98princípios, consumidores de substâncias estranhas, subvertendo os nossos valores. Muito 99menos que o Albert fosse um deles. 100 Olhando hoje em dia para este movimento, reconheço que havia alguns princípios que 101não eram tão negativos como pensava. A preocupação ambiental, actualmente deveria estar 102na consciência de todos e deveríamos ter ouvido aquelas ideias. Se na altura tivesse 103conhecimento da poluição que a minha carpintaria fazia, teria tomado outras medidas. 104 Esta década também foi muito rica em acontecimentos: Woodstock, Guerra do 105Vietname, o assassinato do nosso querido presidente J.F. Kennedy e a ida do homem à lua. 7 4 8
  • 5. 106 A minha mãe, já com uma idade avançada, sempre teve um sonho. Ter uma casa em 107Vale de Cabra. Como o negócio corria bem, deixei o negócio a cargo dos meus filhos e vim 108realizar o sonho da minha mãe, acompanhado da minha esposa. 109 Que aventura fazer a viagem de regresso, iria pela primeira vez ver a terra da minha 110mãe. O receio de voar pela primeira vez estava bem presente na minha velhota. Durante a 111viagem, a minha mãe, ia em constante tormento, apenas perguntava quanto tempo faltava 112para chegar e contou por diversas vezes a sua ida atribulada para os Estados Unidos. 113 Se a viagem a Lisboa foi sem sobressaltos, não posso dizer o mesmo sobre a viagem de 114Lisboa a Vale de Cabra. Que saudades senti da Route 66. 115 Confesso que chegámos completamente cansados, mas familiares afastados, avisados 116da nossa chegada, tinham-nos arranjado um local para ficar durante um período. Fiquei 117surpreso pela hospitalidade com que nos receberam, uns estranhos para a maioria. A sorte 118esteve do nosso lado. Encontrámos a casa dos pais da minha mãe, em ruínas e à venda. A sua 119compra foi a opção mais correcta e lógica. O sonho da minha mãe estava prestes a tornar-se 120realidade. Era uma casa de pedra granítica de paredes grossas, sem tecto. Ainda se conseguia 121vislumbrar uma cozinha com forno a lenha, uma sala contígua, que servia de sala de jantar e 122dois quartos. O terreno circundante tinha ainda uma capoeira, um poço e um curral. As 123árvores de fruto estavam ao abandono, no entanto ainda consegui colher um pêro. Era uma 124alegria ver a felicidade da minha mãe. 125 Tratámos de contratar uns pedreiros e carpinteiros que procederam à recuperação da 126casa, num curto espaço de tempo, pois a minha mãe queria habitá-la. Conseguimos que os 127seus últimos dias fossem passados no alpendre da sua casa. Morreu feliz. Infelizmente, hoje 128em dia, muitos idosos não têm esta sorte. 129 Estava eu em viagem com a Julieta na Sicília, quando soubemos do golpe de Estado em 130Portugal. Apressamo-nos a regressar a Vale de Cabra com receio da ocupação do nosso lar. O 131país viveu durante largos meses uma situação periclitante. 132 Sendo um homem que não consegue estar parado muito tempo, optei por abrir uma 133pequena carpintaria na aldeia, agora vila. Graças aos “skills” adquiridos ao longo dos anos, 134consegui, novamente, ter sucesso neste negócio. 135 Os anos começavam a pesar e o receio de que pudesse acontecer algum problema, a 136minha filha, divorciada do seu terceiro marido, decide vir ter connosco, com os seus três filhos 9 5 10
  • 6. 137mais novos, o Mike, o Johny e a Ruth. A casa encheu-se de alegria, ver os meus netos a brincar 138nos jardins onde já a minha mãe brincara. A adaptação dos netos foi muito boa, tendo ido para 139a escola local. A Cathy sofreu mais com a sua integração, era difícil para uma mulher habituada 140a Nova York viver em Vale de Cabra. Para além de ter saudades do movimento, da agitação 141nocturna, da descriminação sentida pela forma de ser, vestir e estar na vida e principalmente a 142ausência dos três filhos mais velhos e sobrinhos. Recordo-me dos primeiros tempos de casado 143onde a minha esposa escrevia com regularidade para os seus avós na Sicília, relatando a sua 144vida, enviando fotos, matando desta forma saudades dos seus entes queridos. Hoje as coisas 145mudaram “drasticilly”. É vermos o Mike e a sua mãe de volta do computador a falar com os 146filhos, irmão e sobrinho através de uma coisa chamada Skype. Tive algumas dificuldades a 147adaptar-me a esta nova realidade, mas pouco e pouco fui superando-as. 148 Actualmente a Cathy encontrou o homem da sua vida, o António Barrete, o 149encarregado da oficina de carpintaria. Estão os dois a prosseguir com o negócio. 150 Querendo dar o exemplo aos meus trinetos para a progressão dos estudos, iniciei-me 151neste processo de reconhecimento e validação de competências. 152 11 6 12