1. O uso de
instr umentos de
avaliação
psicológica na ár ea
for
Soniaense Rovinski
Liane R.
Psicóloga judiciária
2. Instrumentos de
avaliação psicológica
Na avaliação psicológica, os testes são
instrumentos objetivos e padronizados
de investigação do comportamento, que
informam sobre a organização normal
dos comportamentos desencadeados
pelos estímulos (por figuras, sons,
formas espaciais, etc.), ou de suas
perturbações em condições patológicas.
3. Instrumentos de
avaliação psicológica
Metodologia de Presença do
base avaliador
Objetivos
Necessária
Projetivos
Não necessária
Expressividade do Indicação do
conteúdo atributo
Sujeito
Verbal Isolado
Execução composto
Teste
Marcação
4. Tipos de instrumentos
O que medem
Personalidade
Traços
Estrutura
Nível de funcionamento
Inteligência
Habilidades específicas
Atenção
Raciocínio numérico, abstrato, etc.
Psicomotores
Desenvolvimento e capacidade
5. Instrumentos de
avaliação psicológica
Os métodos e as técnicas utilizadas por
psicólogos devem sempre estar
inseridos em um processo mais amplo e
integrado de investigação:
Acompanhados de uma entrevista
Observação de conduta
Nunca usar um único teste
6. Os instrumentos devem estar
inseridos em uma avaliação
psicológica
Psicodiagnóstico:
É um processo científico, limitado no tempo,
que utiliza técnicas e testes psicológicos, a
nível individual ou não, seja para entender
problemas à luz de pressupostos teóricos,
identificar e avaliar aspectos específicos ou
para classificar o caso e prever seu curso
possível, comunicando os resultados
(Cunha, 1993).
7. Instrumentos psicológicos
Cuidados na utilização (Groth Marnat,
2003)
Compreender a orientação teórica
Considerações práticas da aplicação
Padronização
Fidedignidade
Validade
8. Instrumentos psicológicos
Cuidados na utilização (Groth Marnat,
2003)
Compreender a orientação teórica
Buscar construtos teóricos do teste e
verificar se os itens relacionam-se com
estes construtos.
9. Instrumentos psicológicos
Cuidados na utilização (Groth Marnat,
2003)
Considerações práticas da aplicação
Verificar as condições do examinando
para o entendimentos das questões
verbais.
Verificar se o tempo de realização não
será muito longo para o examinando,
evitando situações de frustração e
respostas aleatórias.
10. Instrumentos psicológicos
Cuidados na utilização (Groth Marnat,
2003)
Padronização
Examinar a normatização dos resultados:
Se a população da amostra é similar ao
sujeito;
Se o tamanho da amostra foi suficiente;
Se existem estudos com sub-grupos
específicos
Se existe descrição detalhada dos
procedimentos de administração do teste
(evitar algum viés na aplicação).
11. Instrumentos psicológicos
Cuidados na utilização (Groth Marnat,
2003)
Fidedignidade
Refere-se ao grau de estabilidade,
consistência, predição e precisão dos
resultados.
Verificar se os estudos estatísticos
atingem o esperado: .90 para decisões
clínicas e .70 para pesquisa.
12. Instrumentos psicológicos
Cuidados na utilização (Groth Marnat,
2003)
Validade
Refere-se ao que precisamente ele pode
medir. Esta questão pode ser respondida
através da pergunta:
Você está medindo o que pensa que
está medindo??
13. Instrumentos psicológicos
Cuidados na utilização (Groth Marnat,
2003)
Existem três categorias principais de
validade:
validade de conteúdo
verificar se a escolha dos itens é apropriada e relevante;
validade relacionada a critério
verificar se a variável medida pelo teste pode ser preditora de
outra operacionalmente independente “um teste de inteligência
pode ser preditor de desempenho acadêmico?”;
validade relacionada a construto
é a relação entre um teste e algum construto teórico.
14. Instrumentos de
avaliação clínica X
forense
Instrumentos de avaliação clínica
Usados em psicodiagnósticos clínicos
Instrumentos de avaliação forense
Específicos da avaliação forense
15. Instrumentos específicos
de avaliação forense
Construto de Construto psicológico
Competência legal (teorias e pesquisas)
Definições psicológicas
Definições habilidades funcionais
Conceituais de relevância legal
-----------------------------------------------------------------------------------------------
Definições Instrumentos de Instrumentos de
Operacionais avaliação forense ------- avaliação clínica
16. Vantagem no uso de testes
psicológicos
maior uniformidade nos procedimentos e
definições na avaliação de habilidades legais
relevantes, evitando-se os erros e desvios;
maior uniformidade permite comparações de
condutas do sujeito através do tempo;
métodos de avaliação quantitativos permitem a
construção de amostras normativas que
favorecem a interpretação da conduta com
normas;
possibilidade de comparação entre resultados de
diferentes examinadores;
permite programas de pesquisa sobre validade e
confiabilidade dos métodos de avaliação.
17. Guia para o uso dos
testes no âmbito jurídico
(Heilbrun)
O teste utilizado deve estar adequadamente
documentado e revisado na literatura científica, possuir
manual descritivo e ser aceito pela comissão de
avaliação do CFP (consultar no site www.pol.org.br).
Deve ser considerada a FIDEDIGNIDADE do teste
(estabilidade no tempo e consistência interna dos
escores de determinada escala).
O teste escolhido deve ser pertinente à questão
jurídica a que está vinculado. Considerar a VALIDADE.
Deve seguir a administração padronizada do manual,
em condições ambientais adequadas.
18. Guia para o uso dos
testes no âmbito jurídico
(Heilbrun)
Os achados particulares de um teste não devem ser
aplicados a propostas diferentes ao que o teste foi
desenvolvido.
Evitar a controvérsia dos dados clínicos e estatísticos,
integrando-os de forma a se complementarem.
Na interpretação dos resultados o psicólogo deve estar
atento para o comportamento do avaliado (estilo de
resposta) que tem influência na validade dos
resultados. Isto é, estar atento às condutas evasivas,
defensivas, de rejeição e de simulação.
19. Críticas ao uso dos
testes em avaliação
forense
(Palomba, 1992)
Rejeita o uso dos testes psicológicos em
avaliações forenses porque não poderiam ser
imparciais, principalmente quando aplicados
em sujeitos que se utilizassem da simulação e
dissimulação.
Por esse motivo os testes seriam “inúteis e
perigosos”.
20. 1ª crítica (Palomba, 1992)
Os testes são técnicas de medição e não
poderíamos caracterizar um indivíduo por
pontuações ou combinações de
pontuações.
RESPOSTA: Em nenhum momento se pretende reduzir o
sujeito a um número. Por isso o uso dos testes deveria
estar sempre inserido em um psicodiagnóstico.
O psicólogo deverá avaliar quantitativamente os
comportamentos e respostas do sujeito, integrando
estes dados com a avaliação qualitativa.
O resultado de uma avaliação psicológica deve ser
interpretado como uma estimativa de desempenho do
examinando sob um dado conjunto de circunstâncias
21. 2ª crítica (Palomba, 1992)
A quantificação das variáveis na
fundamentação de um teste só permite
chegar a cálculos de probabilidade e nunca
a um juízo de certeza.
RESPOSTA: Os testes devem ser vistos como uma fonte
de dados que podem incrementar a validade de outras
informações que foram colhidas na história do avaliado
ou por outra fonte. A recomendação do uso de mais de
um teste para medir a mesma variável ajuda a
aumentar os níveis de probabilidade.
22. 3ª crítica (Palomba, 1992)
A influência de variáveis intervenientes
impediriam o cálculo de probabilidade
normal das variáveis que se quer medir
(sono, fome, calor, barulho).
RESPOSTA: A aplicação de um teste é sempre
padronizada e exige um preparo de excelência do
profissional. Por isso não pode ser aplicado por um
“psicometrista”, mas por um psicólogo. Observar e
controlar as condições do ambiente e particulares de
cada avaliado são elementos essenciais que o
psicólogo deve controlar.
23. 4ª crítica (Palomba, 1992)
O teste refere-se apenas às características do
avaliado no momento da aplicação e não
permite o levantamento de critérios
inequívocos de uma característica mental
RESPOSTA: Errado. Existem testes que permitem a
diferenciação de características estruturais e
reacionais.
Indicadores inequívocos não existem nem na
testagem, nem em uma avaliação clínica. Os
indicadores devem ser vistos em conjunto e
exigem por parte do psicólogo um raciocínio clínico
para integrá-los.
24. E quanto ao problema da
simulação??
os testes psicológicos devem ser considerados
uma fonte rica de informações sobre a
possibilidade da presença de distorções
intencionais nas informações prestadas.
Ainda que nenhum teste possa, de forma
inequívoca, identificar uma simulação, um
conjunto planejado de instrumentos pode
propiciar dados que terão um papel crítico no
momento da decisão sobre a presença ou não
de tal fenômeno (Ackerman, 1999).
25. O mais importante...
O preparo técnico do psicólogo
A técnica deve ultrapassar a simples aplicação e o
levantamento das provas psicológicas, para
compreendê-las em sua dinâmica e premissas
básicas, possibilitando identificar distorções e
incongruências nas respostas emitidas.
O psicólogo perito deve ter experiência quanto aos
quadros clínicos que avalia, conhecendo o perfil
típico dos mesmos nos testes que utiliza.
É necessário, no caso da hipótese de simulação,
que os indicadores não sejam apenas considerados
quanto ao seu valor absoluto.
26. Técnicas de
investigação
Reaplicar os instrumentos após certo intervalo
de tempo (Ackerman, 1999);
Verificar
a falta de fundamentos neurológicos para
determinado tipo de resposta,
discrepância nas estratégias utilizadas (melhor
desempenho em testes mais fáceis ou desempenho
diferenciado em testes que medem a mesma
capacidade),
total incapacidade para a aprendizagem,
grande diferença no desempenho esperado para o
tipo de problema que apresenta.
27. Instrumentos psicológicos mais
utilizados e sua utilidade na
avaliação forense
Área da personalidade
Projetivos / expressivos
HTP (House-Tree-Person)
Rorschach (tem características psicométricas)
Zulliger
T.A.T. (Teste de Apercepção Temática)
Pirâmides coloridas de Pfister
Palográfico
PMK (psicodiagnóstico miocinético)
28.
29.
30.
31. Rorschach como
instrumento de avaliação
forense
Crítica: Resposta às críticas:
Historicamente considerado A subjetividade não está
como um teste “projetivo e relacionada a proposta do
subjetivo”, não garantiria a teste, mas aos sistemas
precisão dos achados de aplicação, codificação
exigidos pela prova pericial; e interpretação das
respostas;
Sistema Compreensivo
viria responder a estas
necessidades de maior
objetividade.
32. Rorschach como
instrumento de avaliação
forense
possibilidade de trabalhar-se com dados:
perspectiva nomotética
com interpretações que comparam indivíduos a
padrões ou expectativas normativas,
Perspectiva idiográfico
interpretações que ajudam a definir a
individualidade do sujeito.
33. Rorschach como
instrumento de avaliação
forense
Técnica reconhecida mundialmente como
válida e útil para o contexto forense;
Traz vantagens sobre as provas objetivas ou
de auto-relato, que seriam muito mais
susceptíveis a manipulações por parte dos
periciados.
34. Instrumentos psicológicos mais
utilizados e sua utilidade na
avaliação forense
Área da personalidade
Escalas e questionários
Escala Hare
Escalas Beck (depressão, ansiedade,desesperança,suicídio)
STAXI
IFP (Inventário Fatorial de Personalidade)
Escala de personalidade de Comrey
EFN (Escala Fatorial de ajustamento emocional
/neuroticismo)
QSG (Questionário de Saúde Geral de Goldberg)
35. Instrumentos psicológicos mais
utilizados e sua utilidade na
avaliação forense
Área Cognitiva
Inteligência
WISC (crianças)
WAIS (adolescentes e adultos) QI
G 36
G 38
R1 (adultos)
R2 (crianças)
Raven
36. Instrumentos psicológicos mais
utilizados e sua utilidade na
avaliação forense
Área Cognitiva
Atenção
Teste AC
Teste D2
BGFM – atenção concentrada
atenção difusa
Capacidade de flexibilizar estratégias cognitivas
Wisconsin ou Teste de classificação de cartas
(associado às funções executivas).